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Hegel e o Sistema Universal

Aluna: Pauliane das Virgens de Oliveira

Disciplina: Conexões I
Hegel e os gregos

Professora: Renato Marques


1. Introdução

Este trabalho tem por objetivo apresentar de forma breve a construção do


grande Sistema filosófico de Hegel, com base em uma de suas principais obras, a
Fenomenologia do Espírito.

A Fenomenologia do Espírito, originalmente seria apenas uma obra sobre


introdução à filosofia, entretanto, considerando que para Hegel, a filosofia é o
próprio saber absoluto, para explicá-la foi preciso percorrer todo o caminho que
julgava necessário à sua compreensão, tornando-se uma obra tão completa que se
tornou a principal obra de seu sistema filosófico.

2. O Sistema Hegeliano

Hegel buscava, como muitos outros filósofos o fizeram antes dele, uma
explicação para a criação e existência do Universo, o que para ela não se
confundia com a sua ‘causa’, mas sim com a sua própria ‘razão’, o que somente
poderia ser possível através das ideias e não de seres, pois estes sempre
pressupõem uma existência anterior.

Para Hegel, então, era necessário conseguir explicar o início de tudo através
de uma razão, razão esta que existisse por si própria, de modo a justificar sua
própria existência sem a necessidade de recorrer a uma causa, que por esta ser
sempre material e concreta, pressupõe que haja também outra, causa prévia à
mesma, retrocedendo até o que seria uma causa inicial, o que faria com que se
fosse retrocedendo até o infinito, sem que pudesse achar esta causa primeira, vez
que nenhuma causa pode ser a causa geradora de si própria.

Portanto, Hegel entendia que era necessária uma explicação racional, pela
qual de cada nova afirmação seria possível deduzir outra, por raciocínios e
argumentos também racionais, por considerar que a razão é algo conceitual e
abstrato, cuja ‘existência’ só se dá na mente, ou seja, no mundo das ideias.

Sim, talvez tal ideia não tenha sido completamente original, pois antes dele,
já Platão e Kant, também já tinham tentado explicar o mundo através das ideias.
Entretanto, para Hegel, cada um dos dois anteriores havia esbarrado na questão do
mundo sensível ou mundo das percepções, sem, contudo, conseguir explicá-lo
satisfatoriamente.

No caso de Platão, apesar dele afirmar a preexistência do mundo das ideias,


não trouxe uma explicação ou distinção entre as ideias imateriais e as sensoriais,
caracterizando-se estas pela necessidade do uso das sensações, pela existência
concreta no mundo sensível, limitando, pois, o próprio caráter universal da ideia.
Para Hegel, a razão que explica o universo não pode conter elementos de
percepção sensível, que individualiza os seres, deve ser absolutamente universal e
abstrata, ao que ele veio a chamar de ‘puro universal’.

Para Kant, estes universais foram chamados de “categorias” e foram


divididos em categorias resultantes de experiências sensíveis e categorias que que
preexistiriam a qualquer experiência, chamadas de categorias a priori e
correspondentes ao que Hegel chamou de ‘puros universais’.

Entretanto, apesar de ambos, Kant e Hegel, terem feito uma separação que
inexistia na obra de Platão, considerando a percepção sensível, haveria ainda uma
distinção fundamental entre as categorias de Kant e os universais de Hegel, pois
os chamados ‘puros universais’ ou ‘categorias a priori, para Hegel seriam
condições para a própria realização do ser, ou seja, condições da própria
existência, enquanto para Kant elas seriam apenas condições para o
conhecimento.

Dessa forma, apesar de alguma semelhança no pensamento pelo qual esses


três pensadores afirmavam que o mundo sensível derivava do mundo das ideias,
poderíamos sintetizar algumas diferenças fundamentais entre eles, através das
afirmações abaixo:

Para Platão, o Universo procedia das ideias, sem qualquer distinção entre os
aspectos imateriais e sensoriais, cuja existência era objetiva, ou seja, sem a
necessidade de serem pensadas por uma mente. Seriam os primeiros princípios de
onde fluiriam todos os seres.

Para Kant, existem tanto as categorias resultantes das experiências sensíveis


quanto aquelas a priori; possuem existência subjetiva, dependendo de uma mente
para pensá-las e são princípios do conhecimento.
Para Hegel, o Universo seria composto apenas pelos puros universais, ou
seja, sem qualquer percepção sensorial nem existência objetiva, constituindo-se
como os primeiros princípios de onde fluiriam todos os seres.

Assim, ao buscar a origem do Universo e chegar aos ‘universais’, de um


modo onde tudo está interligado, Hegel organizou o seu sistema, e é a este sistema
de universais que chama de Razão.

Um dos pontos enfrentados por Hegel para a construção lógica do sistema


foi explicar a procedência de todos os seres a partir de um único ‘ser’ – como ir da
unidade para a multiplicidade?

Para isto deduziu que dentro de cada realidade, além dela própria já existiria
também o seu oposto, e destes dois seria permitido o nascimento de uma nova
realidade. Nascia assim, a dialética hegeliana.

E é através da dialética, que se traduz em um movimento que,


obrigatoriamente, possui três momentos - realidade, contradição com seu oposto e
uma nova realidade, ou no vocabulário hegeliano, tese, antítese e síntese, que é
explicado todo o universo (a história, a arte, etc) e que culmina na própria
filosofia.

Tese, antítese, síntese; afirmação, negação, negação da negação. Uma


explicitação que é também uma concretização; num movimento que vai do
abstrato para o concreto, do implícito para o explícito. Da categoria mais universal
(abstrata), que engloba todas as demais, para o particular, o individual.

Todo o sistema de Hegel é baseado nesta tríade (tese, antítese, síntese),


nascendo uma nova tríade a partir de cada nova síntese. A tríade principal é Ideia,
Natureza e Espírito, sendo cada uma delas subdividida em novas tríades que
caminham na construção da síntese última, que é a filosofia.

Na primeira tríade da Ideia, temos o Ser, a Essência e a Noção. Este ‘Ser’


subdivide-se, ainda, em outra tríade: Ser, Nada e Devir. A Ideia é, pois,
inicialmente subjetiva (Ser), depois se objetiva (se exterioriza) na Essência, para
depois se sintetizar na Noção. E, de acordo com a dialética hegeliana, todo o
universo é assim constituído, passando do mais abstrato para o mais concreto.
O Ser é a ideia interiorizada, em si, que se exteriorizará na síntese da Noção.
Assim, da síntese de Noção, teremos a ‘Ideia Absoluta’, na qual há plena
identidade do sujeito com o objeto. Aqui todas as oposições foram superadas, em
especial o ‘eu’ objetivado, que foi assimilado na identidade de si, no próprio
sujeito, que passam a coexistir e que fará surgir a Natureza, uma vez que esta é a
própria Ideia exteriorizada.

Daí surgirá a Natureza, subdividida na grande tríade Mecânica, Física e


Orgânica, após o que, da síntese que advir da última tríade da Orgânica, nascerá o
Espírito.

O Espírito, então, subdividir-se-á em Subjetivo, Objetivo e Absoluto,


destacando-se aqui a decomposição deste último, o Espírito Absoluto, na tríade
final, qual seja Arte, Religião e Filosofia, sendo esta a síntese última do universo.

Nesta parte final da tríade principal, podemos afirmar que o Espírito


Subjetivo trata da relação interna do Espírito consigo mesmo. É a ciência da
Lógica que descreve esse momento; lógica entendida como as apresentações
subjetivas do Espírito, sem relação com o exterior. Quando se fala no Espírito
Objetivo faz-se uma distinção entre consciência e mundo exterior. É neste
momento que se encontra o Direito, a Moral, a História. A síntese desta tríade, ou
Espírito Absoluto, traduz-se na chegada do Espírito à sua plena consciência, uma
vida em plenitude e a realização da Liberdade, mola propulsora de todo o seu
pensamento. É no Absoluto, como já mencionado acima que Hegel tratará da
Religião, da Arte e da Filosofia.

Ao tratar da filosofia da história, Hegel fez a seguinte afirmação:

“(...) o espírito começa pelo embrião de sua possibilidade infinita – mas apenas
possibilidade –, que contém a sua existência substancial em uma forma não desenvolvida,
como o fim e o objetivo que ele só alcança em sua concretização na realidade. Assim, na
existência real, o progresso surge como um avanço do imperfeito para o mais perfeito – o
que não deve ser entendido abstratamente como apenas o imperfeito, mas como algo que é,
igualmente, o contrário de si mesmo (o assim chamado perfeito), como um embrião e como
um instinto. Da mesma forma, a possibilidade, pelo menos de modo reflexivo, aponta para
aquilo que está destinado a se tornar real; a dynamis aristotélica é também potentia, força e
poder. A imperfeição como contrário de si é, em si mesma, a contradição que certamente
existe, mas que logo é superada e resolvida. Ela é também o instinto, o impulso da vida
espiritual para romper o invólucro da mera natureza, dos sentidos e de tudo que é alheio a
ela, para chegar à luz da consciência, isto é, de si mesma.” (HEGEL, 2008)
O sistema que Hegel construiu foi, e talvez ainda seja, o mais completo
sistema já elaborado, por se tratar de um sistema muito bem ordenado e através do
qual buscava explicar não só a existência do próprio universo, como também tanto
a dinâmica evolutiva da própria vida humana como da própria história universal.

3. Conclusão

Pelo exposto, ainda que brevemente, pode-se perceber que o Sistema criado
por Hegel pretendia explicar todo o universo, uma vez que todo ele e tudo nele
seguiriam uma mesma ordem, ordem essa que foi ‘descoberta’ e explicitada por
ele exatamente neste sistema.

É por isto que Hegel entendeu ter chegado ao fim da história, ao fim da
filosofia, tudo a partir de então seria apenas a confirmação do que estava exposto,
nada poderia desconstruir aquele arcabouço, teria atingido a síntese perfeita.

De fato, o Sistema de Hegel foi o último grande sistema filosófico da


humanidade.

4. Referências Bibliográficas

HEGEL, G. W. (2008). Filosofia da História (2ª (reimpressão) ed.). (M. R. Harden, Trad.)
Brasília: UnB.

Marcondes, D. (2007). Iniciação à História da Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Nobrega, F. P. (2011). Compreender Hegel (6ª ed.). Petropolis, RJ: Vozes.

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