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COACHING E SERVIÇO SOCIAL: UM “NOVO” ESPAÇO E ESTRATÉGIA DE

INTERVENÇÃO PROFISSIONAL.
Edson Marques Oliveira 1
RESUMO
O coaching tem surgindo na atualidade como uma atividade profissional em plena
expansão, tanto no exterior como no Brasil. O mesmo se caracteriza como um processo
de orientação para o desenvolvimento, tanto humano como organizacional. Ao estudar os
elementos processuais, técnicos, teóricos e metodológicos do coaching é possível constar
certas similaridades com a prática do Serviço Social, em específico da orientação social, e
do método clássico de estudo de caso social individual (case work). O objetivo deste
estudo é apresentar essas semelhanças e destacar que o coaching pode ser considerado
um “novo” espaço profissional que pode ser ocupado pelo assistente social, e ser utilizado
como uma estratégia de intervenção profissional, e ser aplicada nos mais variados
espaços e segmentos da prática profissional, e isso através da orientação social que se
constitui como uma competência profissional específica do assistente social, que tem o
respaldo e garantia legal através da Lei 8.662/1993 que regulamenta a profissão.
PALAVRAS-CHAVE: coaching, orientação social, espaço e intervenção profissional,
Serviço Social Aplicado.

INTRODUÇÃO
É inegável o avanço teórico que o Serviço Social vem apresentando nas últimas décadas,
mas também é inegável o crescimento das novas demandas para nossos profissionais, e
isso decorrente as várias mudanças no campo societário, e dos paradigmas científicos,
onde se verifica um retorno e ênfase em temas que ficaram algum tempo fora da lista de
preocupação tanto da prática como da construção teórica, exemplos: avaliação, família,
religião, individuo, grupo, cultura, entre outros. Vemos também a passagem de uma
revolução quanto à mudança do paradigma científico, onde uma lógica linear cartesiana e
uma visão mecanicista e positivista de mundo são substituídas por uma visão cada vez

1
Assistente Social, Doutor em Serviço Social pela Unesp-Franca-SP, Mestre em Serviço Social pela PUC-SP,
Bacharel em Serviço Social pela Faculdade Paulista de Serviço Social de SP, professor do curso de Serviço
Social da Unioeste, e de Administração da Fasul, membro do GEPEC- Grupo de Pesquisa em Agronegócio e
Desenvolvimento Regional da Unioeste. Coach com Programação Neurolingüínstica pelo IEGE – Instituto
Internacional de Educação e Gerencia. Tel. (45) 32774603, (45) 9935951, e-mail:
empreendedorsocial03@yahoo.com.br e no website: www.professoredson.com.br
mais circular, conectiva e interativa, por tanto mais holística e sistêmica. (Cf.
VASCONCELLOS, 2002). Prova disso, é o surgimento de ações profissionais
sistematizadas, e aplicáveis principalmente no tratamento e apoio do individuo de grupos
e de organizações. Destacamos a proposta do coaching, que surge em meados da
década de 1990, nos Estados Unidos e na Europa, e vem impactando as empresas e
profissionais no Brasil a partir da década de 2000. O mesmo apresenta certa semelhança
com a prática do Serviço Social, principalmente no método clássico o Case Work, daí o
termo “novo” estar entre aspas, pois não é tão novo, mas inova em determinados
aspectos, principalmente por não se basear numa visão puramente psicológica, e amplia
a aglutina outras abordagens que não sejam psicanalíticas e por tanto não se
caracterizam como uma abordagem terapêutica. Como ocorreu com o Serviço Social de
Caso ou Serviço Social Clinico. No presente artigo, apresento alguns resultados do
estudo teórico e prático que venho realizando sobre o coaching, e a sua aproximação no
campo do Serviço Social. Para tanto, apresento inicialmente alguns termos usuais neste
campo, em seguida apresento os principais aspectos teóricos, metodológicos e técnicos
do processo de coaching, comparando com o Serviço Social, finalizando, apresento uma
proposta de aplicação do coaching no Serviço Social, tanto como um campo de atuação
do profissional, como uma ferramenta processual da prática profissional.

OBJETIVOS: a) Apresentar os principais aspectos teóricos, metodológicos e técnicos do


coaching; b) Fazer um estudo comparativo e aproximativo do coaching e do Serviço
Social; c) analisar a possibilidade de alguns aspectos aproximativos de uma estratégia de
aplicação prática do coaching na prática profissional do assistente social, e ressaltar o
mesmo como um espaço e como ferramenta de trabalho.

DESENVOLVIMENTO
Alguns termos e conceitos chaves sobre coaching
A palavra Coaching é uma palavra de origem inglesa que traduzido para o português
significa treinamento. No entanto, atualmente, Coaching é entendido como um processo
de orientação voltado para a ação, é um processo que ajuda a pessoa a mudar, da
maneira que ela quer e a caminhar na direção que ela quer ir.
Neste sentido, Coaching é o processo de desenvolvimento de competências.
Competência é entendida como a capacidade de agir, de realizar ações em direção a um
objetivo, metas e desejos. É um processo de investigação e reflexão. Descoberta pessoal
de fraquezas e qualidades. Aumento da consciência de si. Aumento da capacidade de
responsabilizar-se pela própria vida com estrutura e foco. Outro termo muito utilizado
nesta área é o Coach, literalmente significa "técnico" em inglês, é o profissional
especializado no processo de desenvolvimento do coaching. É o coach que conduz e
facilita o processo, levando o cliente a refletir, chegar a conclusões, definir ações e,
principalmente, agir em direção a seus objetivos, metas e desejos. Curiosamente, a
palavra coach, em inglês significa também um veículo utilizado para transportar pessoas
de um lugar a outro, o que em certa medida é o que o Coach faz na relação com seu
cliente, ou seja, transporta seu cliente de um estado presente para um estado desejado.
Cliente é a pessoa ou organização que solicita os serviços de coaching. O cliente
também recebe a denominação de coachee.

Coaching – principais aspectos teóricos, metodológicos e técnicos.

Segundo a Federação Internacional de Coaching (ICF-International Coach Federation),


que é uma referencia mundial no assunto, define coaching da seguinte forma: “O
Coaching Profissional é um relacionamento continuado de alto nível que auxilia as
pessoas a produzirem resultados extraordinários em suas vidas, carreiras, negócios ou
organizações. Através dele os clientes aprofundam seus conhecimentos, aumentam sua
performance e aprimoram sua qualidade de vida. A cada reunião o cliente escolhe o foco
da conversa, enquanto o coach escuta e contribui com observações e perguntas.” (Cf.
www.coachingfederation.org). Existem vários tipos de coaching, os mais divulgados na
atualidade são: 1) Coaching Executivo que trabalho os aspectos de liderança e
motivação de equipes para executivos e chefias intermediarias; 2) Coaching
Empresarial, que foca as ações de desenvolvimento de equipes na busca de resultados
e metas objetivas de desempenho profissional e produtividade; 3) Coaching Pessoal ou
de vida, que procura focar o problema e insatisfação presente, clarear as possíveis
alternativas de intervenção e estabelecer metas precisas e os meios para alcançar essas
metas e resultados efetivos melhorando a qualidade de vida e satisfação pessoal, 4)
Coaching de carreira, que ajuda a planejar a mudança de atividade, novos rumos da
carreira ou na escolha de uma nova ou da primeira carreira. O principal papel do
coaching é: 1) ajudar a mostrar as condições da atual estrada (vida) que o cliente esta
andando; 2) aponta opções e ajuda a tomar uma nova estrada que seja de seu desejo e
interesse; 3) auxilia e apóia o cliente a persistir na busca de mudança e alcançar suas
metas. Ainda segundo a (FIC), a responsabilidade do coach consiste em: 1)Descobrir,
esclarecer e alinhar-se ao que o cliente deseja atingir; 2) Encorajar o auto-conhecimento e
as descobertas do cliente sobre si mesmo e suas capacidades; 2) Extrair as estratégias e
soluções desenvolvidas pelo próprio cliente; 3) Manter a responsabilidade do cliente pelo
processo e acompanhá-lo com seriedade. O coaching, não deve ser confundido com
outras abordagens, principalmente com terapia. Essa por sua vez, procura entender o
problema do paciente buscando no passado as razões de seus conflitos e dilemas. Já o
coaching, foca o presente e estabelece estratégia para o futuro, e dá ênfase em clarear
objetivamente às metas e os meios de mudança. Logo a terapia enfatiza a busca do “por
que”, o coaching, enfatiza “o que”, o cliente quer “como” ele pode chagar lá, e “quando”
ele quer alcançar esta meta. O coach (treinador) deve ser um profissional preparado
principalmente quanto às habilidades de observar, ouvir e orientar, pois as respostas não
são dadas pelo mesmo, mas pelo cliente, o coach é um facilitador somente, e para tanto
utiliza várias ferramentas e estratégias para dar feedback´s (retorno) significativos e
auxilia seu cliente ao sucesso, o que significa alcançar seu desejo e realizar seu sonho
para ter uma melhor qualidade de vida. O que se pode constar é que metodologicamente,
o coaching apresenta uma estrutura básica, mas não se fecha e permite a partir desta
estrutura básica várias formas de abordagem, tanto para pessoas como para grupos e
organizações, por isso se verifica uma gama considerável de tipos e abordagens teóricas
de coaching, entre eles destacamos, coaching com PNL (LANGES, O´CONNOR, 2004),
coaching como orientação e treinamento (PORCHÉ, NIEDERER, 2002); coaching
integral (SHERVINGTON, 2005), coaching e liderança (DI STÉFANO, 2005;
GOLDSMITH, LYONS e FREAS, 2003). Todas essas abordagens apresentam uma
estrutura e uma base metodológica que pode ser expressa e resumida da seguinte
forma:

1. Atender o cliente em suas necessidades e explicar e esclarecer o processo de


coaching e estabelecer um vínculo de confiança entre coach e cliente;
2. Administrar as expectativas, ser objetivo quando ao processo;
3. Avaliar o cliente, obter informações sobre o mesmo;
4. Descobrir a preocupação imediata do cliente, estado atual;
5. Desenhar a aliança e comprometimento de trabalho entre cliente e coach;
6. Objetivar os aspectos práticos do processo de coaching, modo de trabalho
(sessões, honorários, tempo, prazo, honorários, etc.);
7. Estabelecer metas exeqüíveis, estado desejado e sonho a ser realizado;
8. Elaborar um plano de ação a partir das metas e objetivos claros;
9. Elencar as tarefas que deveram ser realizadas durante as sessões até alcançar
as metas e objetivos delineados;
10. Monitorar, avaliar, corrigir e realizar a passagem e consolidação entre estado
atual, início do coaching, e estado desejado/sonhado/alcançado e com isso
realizar o termino do processo.
Em cada fase desse processo, são usadas várias técnicas que visão principalmente:
a) clarear as reais necessidades e problemas do cliente:
b) identificar se a situação apresentada é para ser tratado no coaching ou em outra
modalidade, tipo terapia;
c) saber fazer escolhas, estabelecer prioridades, tomar decisões;
d) avaliar posições atuais, pontos fortes e fracos, e impacto das decisões;
e) estabelecer ações que sejam adequadas, e elaborar metas e estratégias
adequadas a cada problema delimitado.
Uma das obras mais significativas e com uma ampla gama de técnicas é o trabalho de
LANGE E O´CONNOR,(2004) que através da teoria da PNL, (Programação
Neurolinguistica), que se caracteriza por ser uma teoria da comunicação não verbal, que
usa os conhecimentos da área da neurologia, que estuda o como a nossa mente produz
o pensamento, da lingüística, que estuda a forma como usamos a linguagem e como ela
nos afeta, e a programação, que estuda o como organizamos nossas ações para
alcançar nossos metas. Com isso a PNL procura efetuar uma interpretação da
comunicação não convencional do ser humano em suas varias interações no sistema
humano. Neste processo são exigidas algumas habilidades fundamentais, entre elas:
saber ouvir, saber observar, correlacionar, saber perguntar, dar feedback, visão
estratégica, capacidade de organização, e principalmente saber estabelecer uma relação
de confiança entre o coach e seu cliente, o que é denomina de rapport. A atividade de
coaching esta pautado em alguns pressupostos, destacamos os principais: a) todas as
pessoas têm os recursos que precisam ou podem adquiri-los; b) as pessoas optam pela
melhor opção possível naquele instante; c) o comportamento humano é premeditado; d) a
mudança só ocorre pela ação; e) o coach é um facilitador, quem de fato produz resultado
é o cliente; f) a mudança pressupõe trabalhar três grandes áreas: metas objetivas, ou
seja, focar o que o cliente quer e como alcançar; valores, saber o que é mais importante
e valioso para o cliente; crenças, eliminar opiniões limitantes e fornecer novas crenças de
crescimento através de feedback positivo; g) as mudanças e resultados de
desenvolvimento ocorrem por processos de aprendizado; h) o processo de coaching é
relacionado aos processos de interação, comunicação e relacionamentos humanos; i) o
cliente tem um modo de ler a realidade e esse modo é definidor da amplitude ou não das
ações de mudança; j) O cliente é um ser complexo que esta inserido num contexto
paradoxal, logo a visão do mesmo deve ser abrangente e holística. Esta exigência faz
com que a recorrência ao paradigma e pensamento sistêmico, seja uma constante,
pois essa perspectiva se apresenta como é mais utilizada por ser uma lógica que altera o
modo binário de raciocínio linear de causa e efeito, que se caracteriza por uma relação de
antagonismos. A perspectiva sistêmica, favorece um novo olhar e abre novas frentes de
leitura da realidade. Segundo KOURILSKY-BELLIARD ( 2004, p.76) , “ O modelo
sistêmico centra-se nas interações dos elementos de um sistema, ao invés de em seus
elementos isolados [...] dedica-se à leitura de suas interações e de suas conexões
múltiplas.” Trata-se de uma lógica conectiva que privilegia a multiplicação, inclusão e a
combinação de variáveis que fazem parte de um mesmo sistema. Neste sentido, essa
perspectiva é adequada ao processo de coaching principalmente por sua preocupação
não analítica disjuntiva, mas por sua preocupação inclusiva e conectiva o que permite dar
maior ênfase no aqui e agora, e não no passado, tem a visão no presente com interesse
em mudar o futuro, ou seja, “... o futuro também orienta o presente que, por sua vez,
prepara o futuro e modifica nossa visão do passado” (idem, p. 92). No Brasil existem
vários cursos, destaque para o curso oferecido pela Lambent do Brasil, que é parceira da
ICC, Comunidade Internacional de Coaching e ligado a Associação Brasileira de
Coaching e que segue os princípios e diretrizes da Federação Internacional de Coaching
(Cf. www.lambent.com.br). Decorrente a complexidade da própria vida, e os inúmeros
desafios, esse serviço e modalidade esta em pleno crescimento, se apresentando na
atualidade como uma ferramenta e um processo alternativo e rico para melhoria da
qualidade de vida das pessoas que procuram esse tipo de serviço.
Serviço Social e Estudo Social Individual (case work) – elementos básicos

O Serviço Social é uma profissão consolidada a mais de 70 anos no Brasil e mais de cem
anos no mundo. Historicamente, as primeiras expressões de sua formação profissional
surgem no epicentro do nascedouro da sociedade capitalista Cf. MARTINELLI, 1989). É
no marco histórico do enfrentamento das questões sociais que sua prática e abordagem
técnica profissional vai se formando. Dizer o que é Serviço Social hoje, requer um esforço
muito grande, pois não há uma definição muito consensual é muito menos objetiva, por
isso para a finalidade do presente trabalho, opto por apresentar a definição da
confederação internacional de Serviço Social, que em 2000 adotou na Assembléia Geral
da IFSW ou FITS, em Montreal, Canadá o seguinte conceito e entendimento universal:

“[...] promove a mudança social, a resolução de problemas no contexto das


relações humanas e a capacidade e empenhamento das pessoas na
melhoria do "bem – estar. Aplicando teorias de comportamento humano e
dos sistemas sociais, o trabalho social focaliza a sua intervenção no
relacionamento das pessoas com o meio que as rodeia. Os princípios de
direitos humanos e justiça social são elementos fundamentais para o
trabalho social [...] a metodologia do trabalho social (Serviço Social) apoia-
se num conjunto de conhecimentos empíricos e resultantes de
investigação e de avaliação de experiências praticas, incluindo
conhecimentos específicos, inerentes a determinantes contextos locais. O
trabalho social tem em conta a complexidade das interações entre os seres
humanos e o meio que os rodeia e a capacidade destes apesar de afetados
por isso, de estarem preparadas para as modificarem incluindo os fatores
de âmbito bio-psicosocial. O exercício desta profissão apoia-se em teorias
de desenvolvimento de comportamento humano e ainda de sistemas
sociais para analisar situações complexas e proporcionar transformações
a nível individual, organizacional, social e cultural. [...] A sua intervenção
inclui ainda a gestão de organismos, de serviços comunitários e
envolvimento em ações político-sociais para influenciar a política social e o
desenvolvimento econômico.” (Cf.www.ifsw.org) (grifo nosso)

Só nestas indicações já é possível identificar vários elementos aproximativos do Serviço


Social e o coaching, principalmente quanto ao processo de orientação e ajuda, e o
objetivo de desenvolvimento e busca da qualidade de vida das pessoas a partir da
potencialização de suas ações e utilização de recursos disponíveis na comunidade.

Mas as similaridades, ficam ainda mais próximas quando compararmos o coaching e a


abordagem do Serviço Social denominada tradicionalmente de método de estudo de
caso, ou caso social individual. Apesar de não ter recebido nenhum tratamento teórico
atualizado, o atendimento individual ainda é uma prática comum. Segundo ANDER-EGG
(1995) este se caracteriza como sendo um dos métodos clássicos do Serviço Social, o
mesmo data das primeiras expressões sistematizadas do fazer profissional, inicialmente
tendo como base a compreensão de Mary Richmond (pioneira neste conceito), que
considerava o case work como sendo “ o conjunto de métodos que desenvolvem a
personalidade, reajustando consciente e individualmente o homem ao seu meio.” (idem, p.
84). Fortemente influenciado pela psicologia e pela psicanálise Freudiana, o conceito foi
evoluindo e se aproximando muito ao campo da terapia, ao ponto de ser considerado,
como uma prática “clinica normativa” (idem,p.87). Tal perspectiva, levou esta modalidade
a uma dimensão de atuação clinica, principalmente pela influencia de obras como de
HAMILTON (1982) nos anos de 1940 e nas décadas de 50, 60 e 70 permeados por
entendimentos como de Helem Northen, que considerava o Serviço Social Clinico como
“a manutenção e fortalecimento do funcionamento psicossocial de indivíduos, famílias e
pequenos grupos pela maximização da disponibilidade de recursos intrapessoais,
interpessoais e societários.” (NORTHEN, 1984, p.389). Tal entendimento levou ao
aprofundamento no campo da psicologia, em específico na teoria do eu, sendo que nos
anos de 1980 também recebe forte influencia da terapia centra no cliente de Carl Rogers
onde se ressalta a importância de potencializar a ação da própria pessoa, para poder
superar a sua situação. Quanto ao aspecto teórico estas abordagens são fortemente
influenciadas pela perspectiva do enfoque sistêmico (Op.cit. 1995, p.89). Na atualidade e
segundo Ander-egg, o esquema operativo do método de caso pode ser resumido nos
seguintes pontos. 1) pressuposto de que a pessoa pode ser sujeito e objetivo do
desenvolvimento da resolução do problema, o que dependerá da habilidade do assistente
social, 2) o início do processo ocorre quando alguém que solicita ajuda em alguma
instituição; 3) é realizado uma entrevista de solicitação, onde é analisado a solicitação; 4)
se estabelece uma relação/comunicação e laço de confiança entre o assistente social e o
cliente; 5) estimula o cliente a refletir sobre sua própria situação e incentivar a tomada de
decisão, e resolução do problema; 6) após clarear o problema se estabelece uma
estratégia de atendimento através de sessões programadas; 7) Após estabelecer as
ações e metas, se processa o tratamento e acompanhamento do caso e ações na busca
de recursos e formas de resolução do problema apresentado; 8) após ter avaliado os
resultados e alcançados as metas e objetivos de resolução do problema se encerra o
processo. Neste processo, o autor ainda reforça o papel do assistente social neste
processo, sendo os principais pontos os seguintes: a) importância das relações sociais
estabelecidas neste processo; b) criar um clima de liberdade e confiança; c) estar atento
às minúcias do falar e agir do cliente; d) saber conduzir o processo de orientação,
“...Trata-se de ajudar no diagnóstico do problema, em colocá-lo nos seus justos termos e
colaborar na busca de uma solução, respeitando o direito de autodeterminação do
usuário.” (Op.cit, 1995, p.94). O autor ainda destaca outros papeis fundamentais do
assistente social nesta abordagem, estas últimas características e papel, o que
ressaltam ainda mais o comparativo que estamos fazendo com o coaching, são eles: “
...receptor de problemas [...] orientador para que as pessoas procuram resolver seus
próprios problemas; agenciador, como intermediário entre os usuários e a instituição;
fornecedor de serviços; conselheiro e, em alguns casos, até mesmo terapeuta.” E numa
perspectiva mais atual, por que não até em um coach do campo social.
PROPOSIÇÃO: DESENVOLVIMENTO DO COACHING SOCIAL.
E nesta perspectiva poderíamos até ousar e propor um novo estilo coaching, o coaching
social, onde são aliados elementos do Serviço Social de Caso e do Coaching. O
coaching social pode ser entendido como um processo de orientação social, sendo
que a orientação é segundo a Lei que regulamenta nossa profissão uma competência
especifica do assistente social. A orientação social por sua vez, se caracteriza por um
processo que considera o contexto social em suas múltiplas faces, é um momento de
estudo/investigação das informações socialmente relevantes, que permitem a tomada de
decisão e direção através da elaboração de um plano de ação, tanto para vida pessoal,
profissional, organizacional como familiar. Considera o viver social em seu cotidiano e as
relações interpessoais e as situações-problemas sociais procurando junto com o cliente
as ações interventivas mais adequadas, o que requer um pensar e agir planejado na
busca de uma melhor qualidade de vida , tanto pessoal, profissional, organizacional e
familiar e que se materializa na resolução das situações-problemas apresentadas e
devidamente tratadas em conjunto, cliente e assistente social, tendo como pressuposto
que o individuo deve ser sujeito deste processo de mudança e que este processo se
caracteriza como sendo de aprendizado para ambas as partes.
CONCLUSÕES
Como procuramos mostrar, o coahing surge na atualidade como um espaço e um
instrumento de intervenção na realidade humana e social e apresenta certa aproximação
com o Serviço Social. Primeiramente por que o Serviço Social tem historicamente uma
relação muito próxima com a abordagem individual ou clinica, o que faz ter uma grande
afinidade teórica e prática com o coaching. Mas ao logo do tempo o Serviço Social
abandona em certa medida esta prática, pelo menos no Brasil, devido inclusive pela
excessiva abordagem psicológica, o que afeta e esbarra nas relações legais com os
psicólogos. E o que podemos concluir no estudo apresentado, é que o coaching se
apresenta como uma abordagem adequada para o Serviço Social, pois não enfatiza uma
abordagem terapêutica psicanalítica, centra esforços no presente e procura clarear os
problemas, estabelecer metas e objetivos e estratégias adequadas para resolução das
mesmas até alcançá-las, torna-se um espaço de atuação e um instrumento valioso.
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
ANDER-EGG, Ezequiel Introdução ao trabalho social Petrópolis-RJ: Vozes, 1995
DI STÉFANO, Rhandy. O líder-coaching: líderes criando líderes Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2005;
GOLDSMITH, Marshall; LYONS, Laurence e FREAS, Alyssa. Coaching: o exercício da
liderança Rio de Janeiro: Elsevier:DBM, 2003.
HAMILTON, Gordan Teoria e prática do Serviço Social de casos Rio de Janeiro: Agir,
1982
KOURILSKY-BELLIARD, Françoise Do desejo ao prazer de mudar: compreender e
provoca a mudança São Paulo: Manole, 2004
LANGES, Andréia; O´CONNOR, Joseph Coaching com PNL Rio de Janeiro:
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MARTINELLI, Maria Lúcia Serviço Social: identidade e alienação São Paulo: Cortez,
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PORCHÉ, Germane; NIEDERER, Jed. Coaching: o apoio que faz as pessoas brilham
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SHERVINGTON, Martin Coaching Integral: além do desenvolvimento pessoal Rio de
Janeiro: Qualitymark, 2005
VASCONCELLOS, Maria José Pensamento sistêmico: o novo paradigma da ciência
São Paulo: Papirus, 2002

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