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CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DO RIO

DE JANEIRO – CRCRJ

PROFESSOR: ANDERSON FUMAUX MENDES DE OLIVEIRA

ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

RIO DE JANEIRO - RJ

Rio de Janeiro, 09 de novembro de 2018.


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SUMÁRIO

1. CONTEXTUALIZAÇÃO

2. ESTRUTURA CONCEITUAL

3. RECONHECIMENTO CONTÁBIL DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS E DE


RESULTADO

4. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

5. BALANÇO PATRIMONIAL (BP)

6. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)

7. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE (DRA)

8. DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA)

9. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL)

10. DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC)

11. DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA)

12. NOTAS EXPLICATIVAS (NE)

13. POLÍTICAS CONTÁBEIS, MUDANÇAS NAS ESTIMATIVAS CONTÁBEIS E


RETIFICAÇÃO DE ERROS

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1. CONTEXTUALIZAÇÃO

Com a internacionalização dos mercados, a utilização de práticas contábeis distintas


dificultava a comparação das informações econômico-financeiras entre diferentes
países, motivando a convergência de normas contábeis em âmbito internacional,
principalmente nas empresas com atuação e interesse mundial.

Ademais, a diversidade de informações e as diferentes interpretações dos fatos


contábeis acarretavam a falta de comparabilidade das demonstrações contábeis,
ocasionando o descrédito da informação contábil no cenário mundial.

Com isso, a convergência às normas internacionais gerou mudanças significativas


que facilitaram a análise dos investidores e demais usuários da informação em
qualquer parte do mundo, resultando em uma oportunidade para que as empresas
pudessem se tornar mais competitivas.

O processo de convergência às normas internacionais de contabilidade no Brasil


iniciou-se com as alterações promovidas pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09, à Lei
6.404/76 (das Sociedades Anônimas).

Nesse sentido, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) tem sido o


principal elaborador de normas contábeis no Brasil desde a publicação da Lei
11.638/07, emitidas em consonância com as normas produzidas pelo IASB.

Desde então, o Banco Central do Brasil (BACEN), a Comissão de Valores


Mobiliários (CVM) e a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) declararam
por meio de seus atos normativos, que as entidades a elas subordinadas
deveriam elaborar suas demonstrações contábeis de acordo com as IFRS
(Normas Internacionais de Contabilidade) editadas pelo IASB a partir do
exercício social de 2010.

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2. ESTRUTURA CONCEITUAL

Devido a convergência da legislação brasileira às normas internacionais de


contabilidade, tornou-se necessário um estudo profundo doutrinário sobre a
estrutura para elaboração das demonstrações contábeis no país.

Nesse contexto, a Resolução CFC nº 1.121/2008 aprovou a Estrutura Conceitual


para a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis no Brasil.

Em 2011, essa resolução passou a ser intitulada NBC TG Estrutura Conceitual


(NBC TG 00).

Em 2016, o CFC revogou as Resoluções nº 750/93 e nº 1.282/10 (Os princípios


permanecem dentro da Estrutura Conceitual).

2.1. DEFINIÇÃO

A Estrutura Conceitual é um conjunto de princípios que estabelece os conceitos que


fundamentam a preparação e a apresentação de demonstrações contábeis
destinadas a usuários externos.

É extremamente importante para a contabilidade, pois serve como arcabouço para a


elaboração das normas contábeis e base de suporte para a contabilização de
transações ou eventos não cobertos por alguma norma.

IMPORTANTE:

Não é uma considerada uma norma, apenas define conceitos, que devem ser
obrigatoriamente observados. Mas, em caso de conflitos entre a Estrutura
Conceitual e qualquer outra norma, interpretação ou comunicado, devem prevalecer
estes últimos.

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2.2. FINALIDADES

A Estrutura Conceitual possui as seguintes finalidades:

 Suporte à padronização de normas e procedimentos relacionados à


apresentação das DC´s

 Suporte aos órgãos reguladores nacionais

 Auxilio aos elaboradores das demonstrações contábeis na aplicação das


normas

 Auxilio aos auditores independentes a formar sua opinião

 Auxilio aos usuários na interpretação de informações contidas nas DCs

 Proporcionar informações sobre o enfoque adotado na formulação das


normas.

2.3. CARACTERÍSTICAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL

A Estrutura Conceitual vigente divide as características da informação contábil em


dois grupos: as fundamentais e as de melhoria. Ou seja, há uma espécie de
hierarquização entre elas.

CARACTERÍSTICAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL


FUNDAMENTAIS MELHORIAS
Relevância Comparabilidade
Representação Fidedigna Verificabilidade
Tempestividade
Compreensibilidade

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Características Fundamentais:

Relevância: É aquela capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser
tomadas pelos usuários

Representação Fidedigna: Para ser fidedigna, a realidade retratada precisa ter três
atributos: completa, neutra e livre de erro.

Características de Melhoria:

Comparabilidade: Permitir que os usuários possam comparar as informações


contábeis de uma entidade ao longo do tempo ou a comparação dos dados de
diferentes entidades.

Verificabilidade: Ajuda a assegurar aos usuários que a informação representa


fidedignamente o fenômeno econômico que se propõe representar.

Tempestividade: Ter informação disponível para tomadores de decisão a tempo de


poder influenciá-los em suas decisões.

Compreensibilidade: As informações devem ser prontamente entendidas pelos


usuários, presumindo que os mesmos tenham um conhecimento razoável dos
negócios.

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3. RECONHECIMENTO CONTÁBIL DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS E DE
RESULTADO

Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial


e financeira são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido. Enquanto, os
elementos relacionados com o desempenho da entidade são as receitas e
despesas.

3.1. RECONHECIMENTO DO ATIVO

Um ativo deve ser reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que
benefícios econômicos futuros dele provenientes fluirão para a entidade e seu custo
ou valor puder ser mensurado com confiabilidade.

Um ativo não deve ser reconhecido no balanço patrimonial quando os gastos


incorridos não proporcionarem a expectativa provável de geração de
benefícios econômicos para a entidade além do período contábil corrente.

Ao invés disso, tal transação deve ser reconhecida como despesa na


demonstração do resultado.

3.2. RECONHECIMENTO DO PASSIVO

Um passivo deve ser reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que
uma saída de recursos detentores de benefícios econômicos seja exigida em
liquidação de obrigação presente e o valor pelo qual essa liquidação se dará puder
ser mensurado com confiabilidade.

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3.3. RECONHECIMENTO DAS RECEITAS

A receita deve ser reconhecida na demonstração do resultado quando resultar em


aumento nos benefícios econômicos futuros, relacionado com aumento de ativo
ou com diminuição de passivo, e puder ser mensurado com confiabilidade.

Isso significa, na prática, que o reconhecimento da receita ocorre


simultaneamente com o reconhecimento do aumento nos ativos ou da
diminuição nos passivos (por exemplo, o aumento líquido nos ativos originado da
venda de bens e serviços ou o decréscimo do passivo originado do perdão de dívida
a ser paga).

3.4. RECONHECIMENTO DAS DESPESAS

As despesas devem ser reconhecidas na demonstração do resultado quando


resultarem em decréscimo nos benefícios econômicos futuros, relacionado com
o decréscimo de um ativo ou o aumento de um passivo, e puder ser mensurado com
confiabilidade.

Isso significa, na prática, que o reconhecimento da despesa ocorre


simultaneamente com o reconhecimento de aumento nos passivos ou de
diminuição nos ativos (por exemplo, a alocação por competência de obrigações
trabalhistas ou da depreciação de equipamento).

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4. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Ao fim de cada exercício social, as empresas deverão elaborar as demonstrações


contábeis, com o objetivo de fornecer informações úteis para uma ampla variedade
de usuários. Elas representam de forma estruturada a posição patrimonial e
financeira, bem como o resultado econômico e o fluxo de caixa.

As demonstrações contábeis obrigatórias são:

 Balanço Patrimonial (BP)


 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
 Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) (*)
 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) (**)
 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)
 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)
 Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
 Notas Explicativas (NE)

(*) A demonstração do resultado abrangente pode ser apresentada em quadro


demonstrativo próprio ou dentro das mutações do patrimônio líquido.

(**) A legislação societária admite à inclusão da DLPA na DMPL, logo, as empresas


que elaborarem e publicarem a DMPL estão dispensadas da apresentação em
separado da DLPA, uma vez que esta, obrigatoriamente, estará incluída naquela.

A entidade deve divulgar informação comparativa com respeito ao período anterior


para todos os valores apresentados nas demonstrações contábeis do período
corrente. A entidade deve apresentar de forma comparativa a informação descritiva
e detalhada que for relevante para a compreensão das demonstrações contábeis do
período corrente.

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5. BALANÇO PATRIMONIAL (BP)

O balanço tem por finalidade apresentar a posição financeira e patrimonial da


empresa em determinada data, representando, portanto, uma posição estática.

É composto por três elementos:

ATIVO – Compreende os recursos controlados por uma entidade e dos quais se


esperam benefícios econômicos futuros

PASSIVO – Compreende as exigibilidades e obrigações da entidade

PATRIMÔNIO LÍQUIDO – É o valor residual dos ativos da entidade depois de


deduzidos todos o seu passivos.

De acordo com a legislação brasileira, os elementos patrimoniais são apresentados


em ordem decrescente de liquidez e exigibilidade, ou seja:

 No Ativo, são apresentadas em primeiro lugar as contas mais rapidamente


conversíveis em disponibilidades, iniciando com o disponível (caixa e
bancos), contas a receber, estoques, e assim sucessivamente;

 No Passivo, classificam-se em primeiro lugar as contas cuja exigibilidade


ocorra antes.

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Nesse sentido, os Ativos e Passivos são segregados nos seguintes grupos:

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE


- Realizável a Longo Prazo
- Investimentos PATRIMÔNIO LÍQUIDO
- Imobilizado - Capital Social
- Intangível - Reservas de Capital
- Ajustes de Avaliação Patrimonial
- Reserva de Lucros
- Ações em Tesouraria
- Prejuízos Acumulados

5.1. ATIVO CIRCULANTE

Classificam-se nesse grupo as disponibilidades, os direitos realizáveis até o final do


exercício social subsequente (ou durante o ciclo operacional da entidade) e as
aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte, sendo representados
por:

 Caixa e Equivalentes
 Créditos a Receber
 Estoques
 Outros Créditos a Receber
 Despesas Antecipadas
 Ativos de Operações Descontinuadas

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5.1.1. Caixa e Equivalentes de Caixa (Disponibilidades)

Recursos disponíveis para investimentos ou outras aplicações ou que possam vir a


se tornar disponíveis em até 90 dias.

Caixa: Dinheiro em espécie mantido em Tesouraria

Bancos Conta Movimento: Dinheiro mantido em Conta Corrente sem impedimento


para sua utilização

Aplicações Financeiras: Dinheiro aplicado em investimentos que garantam pronto


acesso aos recursos

5.1.2. Caixa Créditos a Receber (Clientes)

Direitos decorrentes de venda a prazo de produtos-objeto do negócio da entidade ou


prestação de serviço na mesma categoria.

Duplicatas a Receber: Direitos recebíveis referente venda a prazo de mercadorias


e/ou produtos, ou serviços prestados e ainda não recebidos

Créditos a Receber de Coligadas e Controladas: Só podem ser apresentados


neste grupo se transação foi realizada em condições de mercado (sendo necessária
apresentação em linha separada dos outros clientes)

(-) Ajuste (Provisão) para Créditos de Liquidação Duvidosa: Provisão para


créditos com registro de inadimplência incorrida

(-) Ajuste a Valor Presente: Ajuste pro rata com o objetivo de demonstrar o valor
presente de um fluxo de caixa futuro

Outros Créditos: Relacionados à atividade operacional da empresa

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5.1.2.1. Ajuste (Provisão) para Créditos de Liquidação Duvidosa

É a parcela estimada pela empresa que não será recebida em decorrência dos maus
pagadores.

Constituição:
D Despesas com PCLD
C PCLD

Reversão:
D PCLD
C Receita de reversão da PCLD

Caso a perda seja confirmada, a mesma deverá ser registrada:

Confirmação da perda
D PCLD (Redutora do Ativo)
C Clientes (Ativo)

Se a perda for maior que a estimada, uma nova contabilização deve ser efetuada:

Perda Adicional:
D PCLD (Redutora do Ativo)
D Despesa Adicional PCLD (Resultado)
C Clientes (Ativo)

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5.1.2.2. Ajuste a Valor Presente

De acordo com a NBC TG 12, os elementos integrantes do ativo e do passivo


decorrentes de operações de longo prazo, ou de curto prazo quando houver
efeito relevante, devem ser ajustados a valor presente com base em taxas de
desconto que reflitam as melhores avaliações do mercado quanto ao valor do
dinheiro no tempo e os riscos específicos do ativo e do passivo em suas datas
originais.

Exemplo:

Em 1º de dezembro de X1, determinada empresa efetuou uma venda de


mercadorias no valor de R$ 1.500.000,00, com prazo de 150 dias para recebimento
(representa 50%do total das vendas do ano).

Considerando que a taxa utilizada nas operações de crédito é de 3,5% a.m a juros
compostos, os efeitos dos Ajustes a Valor Presente e sua contabilização em 31 de
dezembro de X1 devem ser efetuados como segue:

Logo:

150 dias = 5 meses


n=5
i = 3,5% a.m.
VP = VF / (1 + i)n

Logo:
Valor Futuro = R$ 1.500.000,00
Valor Presente => 1.500.000/(1,035)5 = R$ 1.262.959,75

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Cálculo dos juros:
J = R$ 1.500.000,00 - R$ 1.262.959,75 = R$ 237.040,25

Contabilização da venda em 01/12/X1:


D Cliente 1.500.000,00 (Ativo)
C Receita de Vendas 1.500.000,00 (Resultado)

D Ajuste a Valor Presente 237.040,25 (Dedução da Receita)


C Juros a apropriar 237.040,25 (Redutora do Ativo)

PERÍODO JUROS
31/12/X1 R$ 44.203,59
31/01/X2 R$ 45.750,72
28/02/X3 R$ 47.351,99
31/03/X4 R$ 49.009,31
30/04/X5 R$ 50.724,64
TOTAL R$ 237.040,25

Contabilização da apropriação da receita financeira em 31/12/X1:


D Juros a apropriar 44.203,59
C Receitas Financeiras 44.203,59

Novo valor do Ajuste a Valor Presente em 31/12/X1:


237.040,25 – 44.203,59 = 192.836,66

Novo Saldo da Conta Clientes 31/12/X1:


Cliente 1.500.000
(-) AVP (192.836,66)

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5.1.3. Estoques

São bens adquiridos ou produzidos pela empresa com o objetivo de venda ou


utilização própria no curso normal de suas atividades.

Mercadorias: Itens comprados junto a fornecedores para revenda a clientes


(empresas comerciais)

Materiais: Itens necessários à prestação do serviço (empresas prestadoras de


serviços)

Matéria Prima: Insumo bruto adquirido pela empresa industrial com o propósito de
produção do produto-fim da atividade da empresa.

Produtos em Processo: Matéria prima parcialmente processada com o objetivo de


gerar o produto-fim da atividade da empresa. Ainda precisa de complemento de
processamento antes que o produto possa ser comercializado

Produtos Acabados: Produtos fabricados pela empresa prontos para sua


comercialização

Conforme a NBC TG 16, os estoques são avaliados e mensurados pelo custo de


aquisição ou pelo valor justo, dos dois o menor.

Entende-se como valor justo:

 Das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual


possam ser repostos, mediante compra no mercado.

 Dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização


mediante venda no mercado, deduzidos dos impostos e demais despesas
necessárias para a venda e a margem de lucro.

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Quando o custo de aquisição for maior do que o valor de mercado (justo) deverá ser
feito uma “Provisão para Redução de Estoques”.

Exemplo 1:
Considere que uma indústria mantenha em seus estoques as seguintes matérias-
primas:

Matérias-Primas Custo de Aquisição Valor de reposição Provisão


A 100,00 90,00 10,00
B 300,00 310,00 -
C 250,00 230,00 20,00
650,00 630,00 30,00

Lançamento de Ajuste:

D Despesas com Provisões 30


C Provisão para Ajuste ao Valor Justo (retificadora do AC) 30

Exemplo 2:
Considere que uma empresa comercial possua 03 bens diferentes para revenda:

Estoque Custo de Aquisição Preço líquido realização Provisão


A 1.500,00 1.600,00 -
B 1.200,00 880,00 320,00
C 6.000,00 5.400,00 600,00
920,00
Lançamento de Ajuste:

D Despesas com Provisões 920


C Provisão para Ajuste ao Valor Justo (retificadora do AC) 920

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Ainda de acordo com a norma, o custo de aquisição dos estoques compreende o
preço de compra, os impostos de importação e outros tributos não
recuperáveis, bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros
diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e
serviços.

Os descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser


deduzidos na determinação do custo de aquisição. Nesse sentido, os custos de
embalagem, transporte e seguro, quando por conta da empresa, devem ser
considerados como parte do custo de aquisição e debitados a tais estoques.

No caso de importações de matérias-primas, ao custo deve ser adicionado o


imposto de importação, o IOF incidente sobre a operação de câmbio, os custos
alfandegários e outras taxas, além do custo dos serviços de despachante
correspondente.

Já os custos de transformação de estoques incluem os custos diretamente


relacionados com as unidades produzidas ou com as linhas de produção,
como pode ser o caso da mão de obra direta. Também incluem a alocação
sistemática de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que sejam incorridos
para transformar os materiais em produtos acabados, sendo que quando os custos
de cada produto não são separadamente identificáveis, eles devem ser atribuídos
aos produtos em base racional e consistente.

Os gastos incorridos eventualmente com armazenagem do produto devem


integrar seu custo somente quando são necessários para sua chegada à
empresa, pois, conforme afirma o mesmo pronunciamento, devem ser incluídos
todos os custos necessários para trazer os estoques à sua condição e localização
atuais. Depois que os estoques são colocados em seu local para essa finalidade –
uso, consumo ou venda –, quaisquer custos adicionais, inclusive de realocação, são
despesas.

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5.1.4. Outros Créditos a Receber

Todo e qualquer bem e/ou direito com expectativa de realização até o final do
exercício social subsequente (ou ciclo operacional) cujas características não
permitiram sua classificação nos três primeiros grupos do Ativo Circulante

Contas a Receber: Direitos a receber sobre venda de itens extraordinários e/ou


prestação de serviços não integrantes do objeto-fim da empresa

Ações Destinadas a Venda: Participações societárias temporárias

Ativos Financeiros a Valor Justo com Resultado: Ativos Financeiros Mantidos


para Negociação

Ativos Financeiros Disponíveis para Venda: Ativos mantidos a valor justo com PL

Aplicações Financeiras: Aplicações financeiras cujo resgate não pode ser imediato

Derivativos e outros: Instrumentos financeiros e outros créditos a receber

5.1.5. Despesas Antecipadas

São os direitos criados em função da realização de desembolsos cujos fatos


geradores ainda não ocorreram. Sua realização se dará pela baixa para resultado
no momento de ocorrência do fato gerador.

Seguros a Vencer: Prêmio pago por apólice cujo benefício de cobertura ainda não
ocorreu

Vales Concedidos: Antecipação de salários por períodos ainda não trabalhados


pelos empregados

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Material de Limpeza: Material de Limpeza adquirido antecipadamente e ainda não
utilizado

Material de Escritório: Material de Escritório adquirido para uso interno na empresa


e ainda não utilizado

5.1.6. Ativos Circulantes de Operações Descontinuadas

Valor dos ativos operacionais que a empresa tenha decidido descontinuar

5.2. ATIVO NÃO CIRCULANTE

Classificam-se nesse grupo:

 Ativo Realizável a Longo Prazo


 Investimentos
 Imobilizados
 Intangíveis.

5.2.1. Ativo Realizável a Longo Prazo

Valores recebíveis após o término do exercício social subsequente (ou fim do ciclo
operacional), ativos descontinuados com realização superior ao exercício social
subsequente (ou fim do ciclo operacional) e transações com partes relacionadas.

Empréstimos Concedidos: Financiamentos Concedidos cujo recebimento se dará


após o exercício social subsequente (ou fim do ciclo operacional)

Empréstimos a Coligadas: Empréstimos concedidos a empresas ligadas mesmo


que o prazo esperado de recebimento seja de curto prazo

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Contas a Receber: Créditos a Receber cuja expectativa de recebimento se dará
após o exercício social subsequente (ou fim do ciclo operacional),

Ativos Disponíveis para Venda: Ativos que a empresa tem intenção de alienar,
mas, pela baixa liquidez, não espera conseguir fazê-lo no curto prazo.

5.2.2. Investimentos

Aplicações de recursos que não são objetos da atividade-fim da empresa, porém


trazem benefícios econômicos para a entidade.

Investimentos em Controladas: Investimentos em empresas cujo controle é


detido pela entidade

Investimentos em Coligadas: Investimentos em empresas com participação


relevante, mas não o suficiente para o exercício do controle (influência significativa)

Outras Participações Societárias: Investimentos não relevantes, mas de caráter


permanente em outras empresas

Propriedades para Investimentos: Bens de propriedade da empresa alugados


para terceiros

Obras de Arte: Investimentos em obras de arte

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IMPORTANTE:

Presume-se controle:

- Poder de voto correspondendo a mais que 50% do capital votante


- Poder de estabelecer políticas financeiras e operacionais
- Poder de indicar a maioria dos membros do Conselho de Administração ou
Diretoria
- Poder de mobilizar maioria dos votos junto ao órgão de governança que detém
exercício do comando da empresa

O investimento deve ser apurado pelo método de equivalência patrimonial e a


controladora deverá realizar a demonstração consolidada.

IMPORTANTE:

Presume-se influência significativa:

- Poder de voto correspondendo a mais que 20% do capital votante


- Representação do Conselho de Administração ou na Diretoria da Empresa
- Participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões
sobre dividendos
- Poder de influenciar operações materiais entre investidor e investida
- Intercâmbio de diretores ou gerentes
- Informação Técnica Essencial

O investimento deve ser apurado pelo método de equivalência patrimonial

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Exemplo de Equivalência Patrimonial:

Resultado da Participação Valor


Investimento Valor em % de
Investida de A no Investimento
de A 31/12/X1 Participação
em 31/12/x2 lucro 31/12/X2
Empresa B 250.000 25% 1.000.000 250.000 500.000
Empresa C 400.000 30% 800.000 240.000 640.000
Empresa D 600.000 50% (200.000) (100.000) 500.000
Empresa E 400.000 30% 300.000 90.000 490.000
TOTAL 1.650.000 1.900.000 480.000 2.130.000

Exemplo de Consolidação:

Empresa A Empresa B Ajuste de Empresa A


Contas
Controladora Controlada Consolidação Consolidado

Ativo Circulante 250.000 100.000 (50.000) 300.000


Investimento em B 400.000 - (400.000) -
Outros Ativos NC 600.000 400.000 - 1.000.000
ATIVO TOTAL 1.250.000 500.000 (450.000) 1.300.000

Passivo 450.000 100.000 (50.000) 500.000


Patrimônio Líquido 800.000 400.000 (400.000) 800.000
PASSIVO + PL 1.250.000 500.000 (450.000) 1.300.000

(*) Empresa A vendeu à prazo R$ 50.000,00 a Empresa B

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5.2.3. Imobilizados

Ativos de natureza relativamente permanente que são utilizados na operação dos


negócios de uma empresa e que não se destinam à venda (inclusive adquiridos
através de leasing financeiro). Devem ser ajustados pela depreciação e por
impairment.

Imóveis e instalações: Imóveis e instalações de propriedade da empresa que são


utilizados exploração do seu objeto-fim.

Máquinas e Equipamentos: Máquinas e equipamentos utilizados pela empresa na


exploração da sua atividade operacional.

Veículos: Veículos de propriedade da empresa utilizados nas suas atividades


operacionais

(-) Depreciação: Parcela incorrida de depreciação sobre o valor do imobilizado em


função do uso

(-) Provisão para perda de valor em ativos: Provisão para perda em função de
ajuste ao de bens imobilizados ao valor provável de realização

5.2.3.1. Depreciação

Devem ser compatíveis com a vida útil econômica do ativo, podendo ser adotados:

 O método das quotas constantes (linear)


 O método das somas dos dígitos dos anos
 O método das unidades produzidas

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Método das quotas constantes
Utiliza-se de taxa de depreciação constante durante a vida útil do ativo, caso o seu
valor residual não se altere. A depreciação é calculada dividindo-se o valor
depreciável pelo tempo de vida útil do bem, sendo representada pela seguinte
fórmula:

Depreciação = [(Valor do Bem) – (Valor Residual)] X Quota Ano

Sendo:

Quota Ano = 1/tempo de vida útil do bem

Exemplo:

Uma entidade pretende realizar a depreciação de um bem utilizando o método das


quotas constantes. O valor bruto contábil é R$ 10.000,00, sendo determinado o valor
residual de R$ 2.000,00 (20%) e valor depreciável de R$ 8.000,00 (80%).

A vida útil do bem é de cinco anos, conforme a política da entidade, assim, a taxa de
depreciação ao ano é de 20% por ano.

Resumindo:

Custo do bem = R$ 10.000,00


Valor residual ao final da vida útil = R$ 2.000,00
Valor depreciável = R$ 8.000,00
Vida útil estimada = 5 anos (60 meses)
Quota de depreciação constante = 0,2 (20% a.a)
Depreciação = R$ 8.000 X 0,20 ou R$ 8.000,00 / 5 (R$ R$ 1.600,00)

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Soma dos dígitos
Resulta em uma taxa decrescente durante a vida útil, proporcionando quotas de
depreciação maiores no início e menores no fim da vida útil, possibilitando maior
uniformidade nos custos, já que os bens, quando novos, demandam menos
manutenção e reparos.

O referido cálculo se dá da seguinte forma:


 Somam-se os algarismos que compõem o número de anos de vida útil do
bem
 A depreciação de cada ano é uma fração, em relação ao valor original do
bem, tal que:
 O numerador é, para o primeiro ano = n (número de anos de vida útil do bem),
para o segundo = (n – 1), para o terceiro = (n – 2), e assim por diante;

O denominador é a soma dos algarismos, conforme obtido em (a).

Depreciação = [(Valor do Bem) – (Valor Residual)] X Quota Ano

Sendo:
Quota 1º ano = n / (1+ 2 + 3 + .... + n)
Quota 2º ano = (n -1) / (1+ 2 + 3 + .... + n)
Quota 3º ano = (n – 2 / (1+ 2 + 3 + .... + n)

Custo do bem = R$ 10.000,00


Valor residual ao final da vida útil = R$ 2.000,00
Valor depreciável = R$ 8.000,00
Vida útil estimada = 5 anos (60 meses)
n = 15 (1 + 2 + 3 + 4 + 5)
Quota 1º ano = 5 / 15 = 0,3333 (Depreciação R$ 8.000,00 X 0,3333 = R$ 2.667)
Quota 2º ano = 4 / 15 = 0,2667 (Depreciação R$ 8.000,00 X 0,2667 = R$ 2.133)
Quota 3º ano = 3 / 15 = 0,2000 (Depreciação R$ 8.000,00 X 0,2000 = R$ 1.600)

26
Unidades produzidas
Resulta em uma taxa baseada no uso ou produção de esperados. A vida útil do bem
é determinada pela capacidade de produção.

Depreciação = [(Valor do bem) – (Valor Residual)] X Quota Ano

Sendo:

Quota Ano = (Unidades produzidas no ano X) / (Unidades estimadas a serem


produzidas durante a vida útil do bem)

Exemplo:

Uma entidade pretende realizar a depreciação de um bem utilizando o método das


quotas constantes. O valor bruto contábil é R$ 10.000,00, sendo determinado o valor
residual de R$ 2.000,00 (20%) e valor depreciável de R$ 8.000,00 (80%).

A vida útil do bem é determinada pela capacidade de produção que é igual a 5.000
unidades, sendo 500 unidades ao ano.

Resumindo:

Custo do bem = R$ 10.000,00


Valor residual ao final da vida útil = R$ 2.000,00
Valor depreciável = R$ 8.000,00
Capacidade de produção do bem = 5.000 unidades
Produção ano = 500 unidades
Quota ano = 500/5.000 = 0,1 (10%)
Depreciação anual = R$ 8.000 x 0,10 (R$ 800,00)

27
5.2.3.2. Provisão para perda de valor em ativos (Redução ao valor recuperável)

A análise da recuperabilidade visa a assegurar que os ativos não estejam


registrados contabilmente por um valor superior àquele passível de ser
recuperado por seu uso ou por venda (dos dois o maior).

Caso o valor contábil registrado seja maior, deve-se reconhecer imediatamente a


desvalorização por meio da constituição de provisão para perdas (impairment).

Exemplo 1:
Valor contábil líquido do ativo: R$ 1.000
Valor em uso: R$ 900
Valor líquido de venda: R$ 1.100
Valor recuperável: O maior entre valor em uso e líquido de venda (1.100)

Como o valor recuperável (1.100) é superior ao valor contábil, nenhum ajuste deve
ser feito.

Exemplo 2:
Valor contábil líquido do ativo: R$ 1.000
Valor em uso: R$ 700
Valor líquido de venda: R$ 800
Valor recuperável: O maior entre valor em uso e líquido de venda (800)

Como o valor recuperável (800) é inferior ao valor contábil, deve-se constituir


provisão para perdas no valor de 200. Isso porque a empresa provavelmente não
conseguirá recuperar com o uso ou venda do bem o valor pelo qual ele está lançado
contabilmente.

28
5.2.4. Intangíveis

São direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da
companhia ou exercidos com essa finalidade. Devem ser ajustados pela
amortização e pelo teste de recuperabilidade.

 Marcas e Patentes
 Licença de Softwares
 Desenvolvimento de Produtos
 Ágio na aquisição de investimentos (Goodwill)

IMPORTANTE

Os ativos intangíveis com vida útil indefinida não são amortizáveis, porém
devem fazer o teste de recuperabilidade.

Os gastos com pesquisas não são considerados intangíveis, e sim, despesas


quando incorridas.

Os gastos com desenvolvimento só podem ser considerados intangíveis quando a


entidade puder demonstrar viabilidade técnica para concluir o ativo de forma que ele
seja disponibilizado para uso ou venda ou a forma como vai gerar benefícios
econômicos futuros.

29
5.3. PASSIVO CIRCULANTE

Classificam-se nesse grupo as obrigações que terão vencimento até o final do


exercício social subsequente (ou durante o ciclo operacional da entidade).

Fornecedores: Contas a Pagar referente compra a prazo de mercadorias e/ou


matéria prima intrinsicamente ligada ao objeto-fim do negócio da empresa

Empréstimos a Pagar: Empréstimos de curto prazo obtidos com a finalidade de


financiar o capital de giro da empresa ou parcelas de financiamentos de longo prazo
transferidas para o passivo circulante devido ao vencimento previsto no curto prazo.

Impostos a Recolher: Parcela de impostos recolhida junto a clientes no momento


da venda para posterior repasse a esfera arrecadadora competente

Impostos a Pagar: Impostos e Contribuição Social sobre o lucro referente às


operações da empresa

Dividendos a Pagar: Dividendos declarados pela empresa a serem pagos aos seus
acionistas

Adiantamento de Clientes: Parcela recebida de clientes sobre serviços ainda não


prestados ou mercadorias/produtos ainda não entregues

Salários a Pagar: Salários referentes a períodos trabalhados e ainda não pagos

Contas a Pagar: Passivos diversos a serem pagos no vencimento

Provisões para Férias: Parcela do benefício a ser pago cujo fato gerador já
incorreu

30
Provisão para Contingências: Provisão para contingências trabalhistas e/ou cíveis
cujo jurídico da empresa tenha classificado como perda provável

IMPORTANTE

Conforme a NBC TG 25, as contingências:

Remotas: Não há necessidade de registro ou menção em Notas Explicativas

Possíveis: Não há necessidade registro, entretanto, a menção em Notas


Explicativas é obrigatória

Prováveis: Registro e menção em Notas Explicativas são obrigatórios

5.4. PASSIVO NÃO CIRCULANTE

Classificam-se nesse grupo as obrigações que terão vencimento após o final do


exercício social subsequente (ou fim ciclo operacional da entidade).

Exemplo:

Caso a empresa realize uma operação de crédito em junho de X1 para ser paga em
48 parcelas com primeiro vencimento para daqui a 1 mês teremos:

18 parcelas no Passivo Circulante (Julho de X1 a Dezembro de X2)


30 parcelas no Passivo não Circulante (A partir de Janeiro de X3)

Após pagar todas as parcelas de X1, em dezembro a empresa deverá apresentar:

24 parcelas no Passivo Circulante (Janeiro de X2 a Dezembro de X3)


18 parcelas no Passivo não Circulante (A partir de Janeiro de X4)

31
5.5. PATRIMÔNIO LÍQUIDO

O patrimônio líquido representa o volume dos recursos da empresa que pertence a


seus proprietários (sócios ou acionistas), medida pela diferença entre o total dos
ativos menos o total dos passivos.

Capital Social: Constituído por aportes dos sócios ou acionistas, bem como parte
dos lucros retidos que são incorporados ao capital.

Reserva de Capital: Incrementos ao capital social que não tenham transitado pelo
resultado.

Ajuste de Avaliação Patrimonial: Criada pela Lei nº 11.638/07 para receber as


contrapartidas de aumentos ou diminuições de valores atribuídos a elementos de
ativos e passivos em decorrência da sua avaliação a preço de mercado.

Reservas de Lucros: Representam os lucros retidos pela empresa, com finalidades


específicas.

(-) Ações em Tesouraria: Recompra de ações da própria empresa

(-) Prejuízos Acumulados: Prejuízos a serem compensados em períodos seguintes

32
5.5.1. Capital Social

Limite que o Estatuto autoriza o Conselho de


Capital Autorizado Administração a aumentar o Capital social sem novo
registro
Valor que os acionistas já se comprometeram a
Capital Subscrito
aportar na empresa
Valor que os acionistas já aportaram na empresa
Capital Integralizado

Exemplo:

Capital Integralizado R$ (Milhões)


Capital Autorizado 1.000.000
(-) Capital a Subscrever (200.000)
= Capital Subscrito 800.000
(-) Capital a Integralizar (300.000)
= Capital Integralizado 500.000

5.5.2. Reserva de Lucros

Reserva Legal: Destinação de 5% do lucro do período sendo utilizada para


compensar prejuízos (depois de esgotadas as demais reservas de lucros) ou para
incorporação de capital.

Só pode ser constituída até que o montante acumulado atinja 20% do Capital Social
ou que a soma da Reserva Legal + Reservas de Capital não suplante 30% do capital
social.

Reservas Estatutárias: Contingências, Futuras Ampliações e Lucros a Realizar

Reserva de Incentivos Fiscais: Parcela do lucro líquido decorrente de doações ou


subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base
de cálculo do dividendo obrigatório.
33
6. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)

É a demonstração contábil que realiza o confronto entre receitas e despesas com o


objetivo de determinar o resultado do período, cujos valores se baseiam pelo
princípio da competência.

Faturamento Bruto
(-) Deduções
= Resultado Líquido
(-) Custos das vendas
= Resultado Bruto
(-) Despesas operacionais
(+/-) Outras Receitas e Despesas Operacionais
= Resultado Operacional
(+/-) Resultado Financeiro
= Resultado antes dos tributos sobre o lucro
(-) Despesas com provisão para CSLL
(-) Despesas com provisão para IRPJ
= Resultado das operações continuadas
(+/-) Resultado das operações descontinuadas
(-) Participações
= Resultado Líquido do Exercício/Resultado Líquido por Ação

6.1. FATURAMENTO BRUTO

Corresponde ao total vendido no período, sendo nela inclusos os tributos sobre


vendas e serviços (os quais pertencem ao governo) e dela não foram subtraídas as
devoluções e as vendas canceladas, os abatimentos e os descontos comerciais
(descontos incondicionais) ocorridos no período.

Importante indicador de eficiência ou ineficiência dos setores de produção e venda,


no qual também poderá ser analisado o montante das deduções e sua evolução
percentual no decorrer de vários exercícios sociais.

34
6.2. DEDUÇÕES

São ajustes realizados sobre o Faturamento Bruto para se apurar o Resultado


Líquido (o que interessa de fato para a empresa). Dividem-se em:

Devoluções de Vendas: São mercadorias devolvidas por estarem em desacordo


com o pedido (preço, qualidade, quantidade, avaria). O comprador, sentindo-se
prejudicado, devolve total ou parcialmente a mercadoria.

Vendas Canceladas: O negócio é desfeito antes de a mercadoria ser remetida ao


comprador.

Abatimentos: São reduções de preço concedidas pelo vendedor para evitar a


devolução da venda ou que o cliente se recuse a aceitar o serviço prestado.

Descontos concedidos (Incondicionais): Conhecidos também como “Descontos


Comerciais”, são aqueles que ocorrem antes ou no ato da venda devido a vários
motivos: pela grande quantidade de mercadoria a ser adquirida, por ser um cliente
especial, por se tratar de política da empresa, etc. Devem constar na nota fiscal de
venda (Reduzem a BC do ICMS).

Ajuste a Valor Presente: Contrapartida da conta redutora do ativo “Juros a


Apropriar” ou “Encargos a Transcorrer“

Tributos sobre vendas e serviços: Tributos que guardam proporcionalidade com a


venda realizada e/ou serviço prestado (IPI, ICMS, ISS, PIS e COFINS)

35
6.3. CUSTOS DAS VENDAS

Gastos incorridos para gerar o produto/serviço vendido.

Custo das mercadorias vendidas: Em empresas comerciais, são os gastos para


aquisição de mercadorias, as quais tenham sido vendidas.

CMV = Estoque Inicial + Compras – Impostos a Recuperar – Estoque Final

Custo dos produtos vendidos: Em empresas industriais, são os gastos realizados


na fabricação de produtos (matéria-prima, embalagens, mão-de-obra e demais
gastos de fabricação), os quais tenham sido vendidos.

CPV = Estoque Inicial de PA + Produtos Acabados – Estoque Final de PA

Custo dos serviços prestados: São os gastos realizados na prestação de serviços


(mão-de-obra, materiais consumidos e demais gastos), os quais tenham sido
prestados.

CSP = Matéria-Prima consumida + Mão de obra Direta + Custos Indiretos

6.4. DESPESAS OPERACIONAIS

São as despesas necessárias para vender os produtos, administrar a empresa e


financiar as operações. Ou seja, todas as despesas sacrificadas para a
manutenção da atividade operacional da empresa.

36
Dividem-se em:

Despesas com vendas: Relacionadas ao setor comercial, ou seja, ao departamento


de vendas (comissões, marketing, frete, brindes, etc.)

Despesas gerais e administrativas: São aquelas necessárias para administrar


(dirigir) a empresa (água, energia elétrica, salários, depreciação, seguros, etc.)

Outras receitas e despesas operacionais: As demais receitas operacionais são


aquelas que não se enquadram como receita bruta de vendas e serviços, tampouco
como receitas financeiras (resultado positivo de equivalência patrimonial, reversão
de provisões, etc.). As demais despesas operacionais são aquelas que não se
enquadram como despesas de vendas, gerais/administrativas e financeiras
(resultado negativo pela equivalência patrimonial, despesas com IPTU, IPVA,
Multas, etc.)

6.5. RESULTADO FINANCEIRO

É o resultado líquido do confronto entre Despesas Financeiras e Receitas


Financeiras.

Despesas Financeiras: Remunerações aos capitais de terceiros, tais como: juros


pagos ou incorridos, comissões bancárias, descontos concedidos, juros de mora
pagos, variações cambiais passivas etc.

Receitas Financeiras: São as derivadas de juros ganhos nas aplicações


financeiras, juros de mora recebidos, descontos obtidos, variações cambiais ativas
etc.

37
6.6. PROVISÃO PARA CSLL E IRPJ

A Contribuição Social sobre o lucro líquido (CSLL) e o Imposto de Renda Pessoa


Jurídica (IRPJ) incidem sobre o “lucro real” da empresa.

A CSLL corresponde a 9% sobre o lucro real e o IRPJ por 15% mais um adicional de
10% no que exceder a R$ 240.000,00 anuais (ou R$ 20.000,00 mensais).

Ressalte-se que o “lucro real” não é exatamente o lucro contábil apurado pela
Contabilidade, mas o lucro ajustado às disposições da legislação do Imposto de
Renda (através das adições e exclusões), sendo apurado no livro “LALUR”.

6.7. OPERAÇÕES CONTINUADAS E DESCONTINUADAS

Operações continuadas são aquelas que a empresa pretende realizar do presente


para o futuro, com prazo indeterminado.

Operações Descontinuadas são aquelas que estão em processo de acabar, a


empresa já definiu prazo para seu fim.

6.8. PARTICIPAÇÕES

As empresas poderão pagar participações sobre o lucro, caso estejam determinadas


em estatuto e alinhadas com a legislação, quais sejam:

Debêntures: Empréstimos obtidos junto ao público em geral com pagamento de


juros

Empregados e Administradores: Complemento à remuneração dos empregados e


administradores normalmente definidos em estatuto.

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Partes Beneficiárias: Concedidas às pessoas que tiveram atuação relevante no
destino da sociedade (fundadores, reestruturadores, etc.)

6.9. RESULTADO LÍQUIDO/RESULTADO POR AÇÃO

O Resultado Líquido é a sobra líquida à disposição dos proprietários da empresa, os


quais decidem a parcela do lucro que será reinvestida na empresa, o que será
convertido em reserva e a parte que será distribuída aos donos de capital (na forma
de dividendos).

Para calcular o resultado por ação basta dividir o resultado líquido pela
quantidade de ações em que está dividido o capital da empresa (exceto as
ações em tesouraria).

7. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE (DRA)

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) dá origem a uma outra


Demonstração Contábil que se chama Demonstração do Resultado Abrangente
(DRA).

Resultado Abrangente é a alteração no patrimônio líquido, que resulta de


transações e outros eventos não derivados de operações com os sócios.

Ou seja, na DRA são contempladas receitas e despesas não reconhecidas na


demonstração do resultado. Exemplos: ajustes de avaliação patrimonial, ajustes
de exercícios anteriores, perdas e ganhos da conversão de demonstrações
contábeis de operação no exterior, alterações nos valores justos em instrumentos
financeiros, etc.

Resultado Abrangente = Resultado do Exercício + Outros Resultados Abrangentes

39
Também pode ser apresentado em relatório próprio ou dentro da DMPL (vista
adiante)

Exemplo:

Uma sociedade empresária apresentou os seguintes dados em um determinado


período:

Receita de vendas realizadas durante o período R$ 800.000,00


(-) Deduções de vendas R$ 240.000,00
(-) Custo de mercadorias vendidas R$ 230.000,00
(-) Despesas administrativas reconhecidas durante o período R$ 60.000,00
Resultado do Exercício R$ 270.000,00
(+) Ajustes Positivos de Avaliação Patrimonial R$ 30.000,00
(-) Perdas derivadas de conversão de demonstrações no exterior R$ 170.000,00
Resultado Abrangente (270.000 + 30.000 – 170.000) R$ 130.000,00

8. DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA)

É um demonstrativo que expõe as variações ocorridas, durante o exercício, na


conta “Lucros ou Prejuízos Acumulados”, que é classificada no Patrimônio
Líquido.

Embora as empresas devam demonstrar as variações ocorridas no lucro, essa


demonstração poderá ser substituída pela DMPL (Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido) na qual ela está incluída e é obrigatória nas companhias
abertas.

40
IMPORTANTE:

Na verdade as empresas são obrigadas a demonstrar os lucros ou Prejuízos


Acumulados, não a DLPA.

Segue estrutura básica da DLPA:

SALDO INICIAL DO PERÍODO


(+/-) AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES
(+) REVERSÕES DE RESERVAS DE LUCROS NO EXERCÍCIO
(+/-) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
SALDO DISPONÍVEL
(-) TRANSFERÊNCIAS PARA RESERVA DE LUCROS
(-) DIVIDENDOS
SALDO FINAL DO PERÍODO

9. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL)

Expõe as variações ocorridas, durante o exercício, em todas as contas do


Patrimônio Líquido, inclusive na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, sendo
mais abrangente que a DLPA.

É obrigatória a elaboração e publicação pelas companhias abertas.

IMPORTANTE:

A DLPA não substituirá a DMPL, na verdade poderá será incluída na DMPL, ou seja,
deve ser informada de forma isolada ou como parte integrante desta demonstração.

41
Segue estrutura básica da DMPL:

Ajustes Lucros
Reservas Reservas de Outros
de ou Total do
Movimentações Capital Social de Lucros Resul.
Aval. Prej. PL
Capital Abrang.
Ações Pat. Res. Res. Acum.
Realizado
em Tes. Legal Est.
Saldo Inicial
Aumento de Capital
Reservas De Capital
Ações em Tesouraria
Ajuste de Exercício
Anterior
Retificação de erros de
exercícios anteriores
Efeitos de mudança de
critérios contábeis
Outros Resultados
Abrangentes
Ajustes de Avaliação
Patrimonial
Reversão de Reservas
Lucro do Exercício
Reserva Legal
Reservas Estatutárias
Reservas para
Contingência
Dividendos Propostos
Saldo final

42
10. DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC)

A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é uma demonstração que tem por
finalidade evidenciar as transações ocorridas em determinado período e que
provocaram modificações nas disponibilidades da empresa (caixa, bancos e
aplicações imediatas), indicando a origem e destino de todo o dinheiro que entrou e
saiu do caixa e dos equivalentes de caixa da empresa durante determinado período.

A função principal da Demonstração dos Fluxos de Caixa, portanto, é evidenciar as


operações relevantes que provocaram a variação do saldo do Caixa e dos
Equivalentes de Caixa durante um determinado período.

Para as Pequenas e Médias Empresas (PMEs), a DFC também passou a ser


obrigatória, conforme item 3.17 (e) da NBC TG 1000. Portanto, independentemente
do tipo societário adotado, as entidades devem apresentar o referido demonstrativo,
pelo menos anualmente, por ocasião da elaboração das demonstrações financeiras.

10.1. ESTRUTURA DA DFC

A Demonstração dos Fluxos de Caixa deverá ser dividida em:

 Atividades Operacionais
 Financiamentos
 Investimentos

Por esta razão, é denominada Demonstração dos “Fluxos” de Caixa no plural,


uma vez que se trata do conjunto de três fluxos (das operações, dos financiamentos
e dos investimentos).

43
10.1.1. Atividades Operacionais

São basicamente derivadas das principais atividades geradoras de resultado da


empresa.

Devem englobar as atividades ligadas à produção e à entrega de bens e serviços,


além das transações não definidas como atividades de investimento e
financiamento.

Ou seja, as atividades operacionais são consideradas as operações principais da


sociedade. Ou seja, em uma empresa cuja atividade seja a negociação de títulos,
as atividades operacionais corresponderão aos fluxos de caixa decorrentes da
compra e venda de títulos. Da mesma forma, uma instituição financeira classifica
como operacionais seus empréstimos e financiamentos concedidos.

As principais entradas operacionais são:

 Recebimentos das vendas à vista de bens, serviços e royalties e das contas a


receber provenientes de vendas à prazo.

 Recebimentos de juros decorrentes de empréstimos e financiamentos


concedidos ou de aplicações financeiras.

 Recebimento de dividendos e juros sobre capital próprio derivados da


participação no capital de outras sociedades.

 Outros recebimentos que não sejam originários de transações definidas como


atividades de investimento ou financiamento, como por exemplo,
recebimentos decorrentes de sentenças judiciais e indenizações por
sinistros, exceto aquelas relacionadas a atividades de investimento ou
financiamento.

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As principais saídas operacionais são:

 Pagamentos aos fornecedores de mercadorias, matérias-primas e outros


insumos de produção.

 Pagamentos a funcionários e demais fornecedores de serviços.

 Pagamento de tributos e multas.

 Pagamentos de juros dos empréstimos e financiamentos obtidos, pagamento


de dividendos e juros sobre capital próprio derivados da participação no
capital de outras sociedades.

IMPORTANTE:

O recebimento e pagamento do principal dos empréstimos e financiamentos são


classificados como atividades de financiamento.

10.1.2. Atividades de Financiamentos

São atividades ligadas a empréstimos e financiamentos obtidos e a recursos


captados com acionistas ou sócios da companhia.

Incluem os recebimentos decorrentes de empréstimos e financiamentos obtidos e o


pagamento do principal dessas operações.

Além disso, os recursos recebidos dos acionistas ou sócios em realização de capital


e o pagamento do seu eventual reembolso.

45
As principais entradas de financiamentos são:

 Aportes de capital realizados pelos sócios em moeda.

 Recebimentos na alienação de ações emitidas (realização de capital em


moeda).

 Recebimentos de empréstimos e financiamentos obtidos de curto e longo


prazo.

 Recebimentos de doações destinadas à aquisição, construção ou expansão


da planta instalada.

As principais saídas de financiamentos são:

 Pagamento de dividendos aos sócios e acionistas (inclusive por resgate de


ações emitidas pela da própria companhia)

 Pagamento do principal de empréstimos e financiamentos obtidos.

 Pagamento do principal referente a dívidas contraídas na aquisição a prazo


de investimentos permanentes, bens do imobilizado e intangível (Quando for
adquirido à vista é considerado investimento).

 Pagamento para redução de passivo relativo a arrendamento financeiro.

10.1.3. Atividades de Investimentos

Estão relacionados aos aumentos e diminuições dos ativos de longo tempo de


vida útil, utilizados na produção de bens e serviços.

Incluem os desembolsos na aquisição de títulos e valores de outras sociedades,


bem como os valores pagos na aquisição à vista de bens do imobilizado e
intangível.

46
As principais entradas de investimentos são:

 Recebimentos na alienação de participações em outras sociedades.

 Recebimentos na venda de imobilizado e de outros ativos fixos utilizados na


produção de bens e serviços.

 Recebimentos de caixa provenientes da venda de instrumentos patrimoniais


ou instrumentos de dívida de outras entidades

 Recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap

As principais saídas de investimentos são:

 Pagamento na aquisição de títulos patrimoniais de outras sociedades.

 Pagamento à vista ou em data próxima à compra de imóveis, máquinas,


veículos, equipamentos e outros ativos fixos utilizados na produção de bens e
serviços.

 Desembolso de caixa por contratos de futuros, a termo, de opção e swap,


exceto quando os contratos forem destinados à intermediação ou os
pagamentos forem classificados como atividades de financiamento.

10.2. MÉTODOS DE ELABORAÇÃO

Há dois métodos de elaboração da DFC:

 Método Direto
 Método Indireto

As diferenças entre os métodos direto e indireto limitam-se, exclusivamente, aos


fluxos das atividades operacionais. Os fluxos das atividades de financiamento e
de investimentos são demonstrados de forma igual em ambos os métodos.

47
10.2.1. Método Direto

Neste método, a DFC é elaborada a partir da movimentação diretamente ocorrida


nas disponibilidades, ou seja, são apresentados todos os itens que tenham
provocado entrada e saída de disponibilidades, vale dizer, todos os pagamentos e
recebimentos. Nesse contexto, as informações sobre as principais classes de
recebimentos brutos e de pagamentos brutos podem ser obtidas alternativamente:

(a) dos registros contábeis da entidade ou

(b) pelo ajuste das vendas, dos custos dos produtos, mercadorias ou serviços
vendidos e outros itens da demonstração do resultado ou do resultado abrangente
referentes a:
(i) variações ocorridas no período nos estoques e nas contas operacionais a receber
e a pagar;
(ii) outros itens que não envolvem caixa; e
(iii) outros itens tratados como fluxos de caixa advindos das atividades de
investimento e de financiamento.

Exemplo:

Valores pagos a fornecedores

(+) Saldo inicial de Obrigações a Fornecedores


(+) Transferências recebidas do Passivo Não Circulante
(+) Compras realizadas no período
( -) Saldo final de Obrigações a Fornecedores
(=) Pagamentos a Fornecedores

Sendo o valor das compras do período obtido mediante consulta na ficha Razão da
respectiva conta, ou da seguinte maneira:

48
(+) Custo das Mercadorias Vendidas
(+) Impostos e Contribuições Incidentes sobre Compras
(+) Estoque Final
(-) Estoque Inicial
(=) Compras do período

Estrutura da DFC Método Direto

Fluxos das Atividades Operacionais


(+) Recebimento de Clientes
(+) Recebimento de dividendos e juros
(+) Outros recebimentos provenientes das operações
(-) Pagamentos a fornecedores
(-) Pagamentos de despesas operacionais
(-) Pagamentos de impostos e contribuições
(-) Outros pagamentos decorrentes das operações
Caixa Líquido Gerado pelas Atividades Operacionais
Fluxos das Atividades de Financiamento
(+) Recebimentos por realização de capital em moeda
(+) Recebimentos de empréstimos e financiamentos obtidos
(+) Outros recebimentos decorrentes de financiamentos
(-) Pagamento do principal de empréstimos e financiamentos obtidos
(-) Pagamento de dividendos
(-) Outros pagamentos decorrentes de financiamentos
Caixa Líquido Gerado pelas Atividades de Financiamentos
Fluxos das Atividades de Investimento
(+) Recebimentos da alienação de imobilizado e intangível
(+) Recebimentos da alienação de investimentos permanentes
(+) Outros recebimentos decorrentes de investimentos
(-) Pagamentos na aquisição à vista de investimentos permanentes
(-) Pagamentos na aquisição à vista de imobilizado e intangível
(-) Outros pagamentos decorrentes de investimentos
Caixa Líquido Gerado pelas Atividades de Investimentos
Resultado Final do Caixa
(+) Saldo Existente no período anterior
Saldo disponível

49
10.2.2. Método Indireto

No Modelo indireto, as variações no caixa, decorrentes da atividade operacional são


identificadas pelas mudanças no capital de giro da empresa (circulantes). Por
exemplo, um aumento na conta de estoque pressupõe redução do caixa, pois
provocará um desembolso adicional.

Uma redução da conta “fornecedores” pressupõe também uma redução do


caixa, pois saiu dinheiro para pagamento da dívida com fornecedores.

Nesse modelo, parte-se do lucro líquido ou prejuízo do período ajustados dos


valores que não afetaram o caixa da empresa.

Regra Básica:
1. Registrar o lucro líquido
2. Somar (subtrair) os lançamentos que afetam o lucro, mas que não têm efeito no
caixa
3. Somar as reduções nos saldos das contas do AC e RLP
4. Subtrair os acréscimos nos saldos das contas do AC e RLP
5. Somar os acréscimos nos saldos das contas do PC e PNC
6. Subtrair as reduções nos saldos das contas do PC e PNC

50
Nesse contexto, é necessário analisar a composição do lucro líquido do exercício e
eliminar dele as receitas e despesas que não alteram as disponibilidades
(depreciações, provisões, variações cambiais não realizadas, resultados de
equivalência patrimonial em investimentos, etc.)

Portanto, deve ser considerada na DFC apenas a parte do lucro líquido do


exercício que provoca variação nos fluxos de caixa.

Exemplo 1:

A entidade ABC possui 75% de participação no capital social da sociedade XYZ pelo
método de equivalência patrimonial. O investimento inicial realizado foi de R$
1.000.000,00 e no primeiro ano de investimento, a companhia investida apresentou
lucro de R$ 100.000,00.

Logo, a entidade ABC deverá contabilizar uma receita proveniente do resultado


positivo de equivalência patrimonial de R$ 75.000,00 e em contrapartida registrar um
respectivo aumento no valor do seu investimento.

Investimentos 75.000 (Ativo Não Circulante)


Resultado Positivo de Equivalência Patrim. 75.000 (Receita)

Tendo em vista que o resultado do período da Cia ABC foi de R$ 450.000,00, na


elaboração da DFC a receita gerada pelo Resultado Positivo da Equivalência
Patrimonial deve ser subtraída do lucro líquido do exercício, por não representar
efetivo ingresso de caixa:

Lucro Líquido 450.000


Resultado positivo da equivalência patrimonial (75.000)
Lucro Ajustado 375.000

51
Exemplo 2:

A entidade ABC possui diversos ativos imobilizados que estão registrados por R$
3.600.000,00. Durante o ano de 2016, a empresa registrou uma depreciação de 10%
sobre o montante total.

Logo, a entidade ABC deverá contabilizar uma despesa com depreciações no valor
de R$ 360.000,00 e em contrapartida registrar na conta redutora dos ativos a
depreciação acumulada.

Despesas com Depreciações 360.000 (Despesa)


Depreciação Acumulada 360.000 (Redutora do Ativo)

Tendo em vista que o resultado do período da Cia ABC foi de R$ 450.000,00, na


elaboração da DFC a despesa gerada pela Depreciação dos Ativos Imobilizados
deve ser acrescida ao lucro líquido do exercício, por não representar efetiva saída
de caixa:

Lucro Líquido 450.000


Depreciações 360.000
Lucro Ajustado 810.000

52
Estrutura da DFC Método Indireto

Fluxos das Atividades Operacionais


Lucro Líquido do Exercício
(+/-) Ajustes
Lucro Ajustado
(-) Aumento de Duplicatas a receber
(-) Aumento de Estoques
(-) Aumento de demais contas do ativo circulante e realizável a LP
(-) Redução de contas do passivo circulante e não circulante
(+) Aumento de Fornecedores
(+) Aumento de Impostos a recolher
(+) Aumento de demais contas do passivo circulante e não circulante
(+) Redução de contas do ativo circulante e realizável a LP
Caixa Líquido Gerado pelas Atividades Operacionais
Fluxos das Atividades de Financiamento
(+) Recebimentos por realização de capital em moeda
(+) Recebimentos de empréstimos e financiamentos obtidos
(+) Outros recebimentos decorrentes de financiamentos
(-) Pagamento do principal de empréstimos e financiamentos obtidos
(-) Pagamento de dividendos
(-) Outros pagamentos decorrentes de financiamentos
Caixa Líquido Gerado pelas Atividades de Financiamentos
Fluxos das Atividades de Investimento
(+) Recebimentos da alienação de imobilizado e intangível
(+) Recebimentos da alienação de investimentos permanentes
(+) Outros recebimentos decorrentes de investimentos
(-) Pagamentos na aquisição à vista de investimentos permanentes
(-) Pagamentos na aquisição à vista de imobilizado e intangível
(-) Outros pagamentos decorrentes de investimentos
Caixa Líquido Gerado pelas Atividades de Investimentos
Resultado Final do Caixa
(+) Saldo Existente no período anterior
Saldo disponível

53
Exemplo: Seguem dados de Balanço Patrimonial (em R$ mil)

Ativo Passivo DRE – X2


Período 31/12/X2 31/12/X1 Período 31/12/X2 31/12/X1 Receita 1.100
Circulante Circulante (-) Despesas (900)
Disponível 380 200 Contas a pagar 400 300 Lucro Líquido 200
Clientes 750 600
1.130 800

Não Circulante Não Circulante DLPA - X2

Financiamentos 750 300 Lucros Acum. 0


Imobilizado 920 500 PL + Lucro Atual 200
Intangível 200 200 Capital Social 800 800 Disponível 200
1.120 700 Reserva de Lucros 300 100 (-) Reservas -200
1.100 900 Lucros Acum. 0
Total 2.250 1.500 Total 2.250 1.500

A DFC visa explicar por que o “disponível” (caixa + bancos) variou de R$ 200 para
R$ 380 e como houve o acréscimo no caixa em R$ 180

54
Pelo Método Direto:

 Iniciamos pela DRE: da Receita de R$ 1.100, apurada pelo regime de


competência, quanto entrou no caixa? Receita gera Duplicatas a Receber
(Clientes). A empresa tinha R$ 600 a receber + R$ 1.100 de vendas, logo, deveria
ter R$ 1.700 de Duplicatas a Receber (Clientes). Como ela só tem R$ 750 a
receber significa que a diferença R$ 950 (R$ 1.700 – R$ 750) foi recebida, entrou
no caixa (item a).

 Das despesas de R$ 900, apuradas pelo regime de competência, se nada fosse


pago deveria estar em Contas a pagar no Passivo. A empresa tinha R$ 300 a
pagar + R$ 900 de novas despesas, logo, deveria ter R$ 1.200 de Contas a
pagar. Como ela só tem R$ 400, a diferença, R$ 800 (R$ 1.200 – R$ 400) foi
paga, saindo do caixa (item b).

 Assim, deveríamos analisar conta por conta na DRE. Terminando a análise da


DRE, vamos para o BP apreciar cada conta ainda não analisada, exceto o
disponível, que é o alvo da análise (sua variação).

 O “Imobilizado” aumentou de R$ 500 para R$ 920. Esse aumento parece ser


novas aquisições. Nesse caso, tal acréscimo de R$ 420 (item c) pode ser visto
como uma saída de caixa.

 O “Intangível” não sofreu variação, assim não afetou o caixa.

 A conta “Financiamentos” aumentou de R$ 300 para R$ 750. Este acréscimo


significa novos financiamentos em R$ 450 (item d) aumentando a entrada de
dinheiro.

 A conta Capital não alterou, não afetando o caixa. A conta Lucros Acumulados foi
indiretamente analisada ao considerarmos Receita e Despesa. Assim, teremos:
55
Estrutura da DFC Método Direto

Fluxos das Atividades Operacionais


(+) Recebimento de Clientes 950 (item a)
(+) Recebimento de dividendos e juros
(+) Outros recebimentos provenientes das operações
(-) Pagamentos a fornecedores -800 (item b)
(-) Pagamentos de despesas operacionais
(-) Pagamentos de impostos e contribuições
(-) Outros pagamentos decorrentes das operações
Caixa Líquido Gerado pelas Atividades Operacionais 150
Fluxos das Atividades de Financiamento
Recebimentos por realização de capital em moeda
Recebimentos de empréstimos e financiamentos obtidos 450 (item d)
Pagamento do principal de empréstimos e financiamentos obtidos
Caixa Líquido Gerado pelas Atividades de Financiamentos 450
Fluxos das Atividades de Investimento
Recebimentos da alienação de imobilizado e intangível
Recebimentos da alienação de investimentos permanentes
Pagamentos na aquisição à vista de investimentos permanentes
Pagamentos na aquisição à vista de imobilizado e intangível -420 (item c)
Caixa Líquido Gerado pelas Atividades de Investimentos -420
Resultado Final do Caixa 180
(+) Saldo Existente no período anterior 200
Saldo disponível 380

56
Pelo Método Indireto:

 Iniciamos pelo Lucro do Exercício, analisando em quanto o L.L afetou o caixa?

 Considere que o Lucro Líquido obtido na DRE é um fluxo econômico. Assim, o


lucro deverá sofrer alguns ajustes para neutralizar os itens econômicos que o
afetaram. Por exemplo, se houvesse depreciação, para neutralizar o efeito da
redução no lucro, teríamos que adicioná-la ao lucro. Como não há depreciação, o
Lucro Líquido fica integral no valor de R$ 200 (item a).

 Em seguida, deveremos analisar as variações no capital em giro (Ativo e Passivo


Circulantes) que afetaram o caixa.

 No Ativo Circulante, temos apenas Duplicatas a receber, que variou em R$ 150


(item b), de R$ 600 para R$ 750. Para o caixa, os aumentos em Contas a
Receber não considerados bons, pois postergam, adiam recebimentos. Se
houvesse redução de Contas a Receber há indicação de antecipação de
recebimento, entrando dinheiro no caixa mais rapidamente.

 Por outro lado, no Passivo Circulante, o aumento de Contas a pagar é bom para o
caixa, pois se está adiando ou postergando pagamento. O aumento em R$ 100
(item c), de R$ 300 para R$ 400 é bom.

 De maneira geral, acréscimos no Ativo Circulante são ruins para o caixa e


diminuições de contas do ativo Circulante são boas, pois aumentam o caixa.

 Aumento no Passivo Circulante é bom para o caixa, demora-se mais para pagar,
enquanto redução de contas do Passivo Circulante é ruim, pois está saindo
dinheiro do caixa muito rápido e não está havendo postergação de dívidas.

 As demais contas do BP são analisadas como o Modelo Direto. Assim, temos:

57
Estrutura da DFC Método Indireto

Fluxos das Atividades Operacionais


Lucro Líquido do Exercício 200 (item a)
(+/-) Ajustes
Lucro Ajustado 200
(-) Aumento de Duplicatas a receber -150 (item b)
(-) Aumento de Estoques
(+) Aumento de Fornecedores 100 (item c)
(+) Aumento de Impostos a recolher
Caixa Líquido Gerado pelas Atividades Operacionais 150
Fluxos das Atividades de Financiamento
Recebimentos por realização de capital em moeda
Recebimentos de empréstimos e financiamentos obtidos 450
Pagamento do principal de empréstimos e financiamentos obtidos
Caixa Líquido Gerado pelas Atividades de Financiamentos 450
Fluxos das Atividades de Investimento
Recebimentos da alienação de imobilizado e intangível
Recebimentos da alienação de investimentos permanentes
Pagamentos na aquisição à vista de investimentos permanentes
Pagamentos na aquisição à vista de imobilizado e intangível -420
Caixa Líquido Gerado pelas Atividades de Investimentos -420
Resultado Final do Caixa 180
(+) Saldo Existente no período anterior 200
Saldo disponível 380

58
11. DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA)

A Demonstração do Valor Adicionado evidencia a riqueza econômica produzida


pela companhia em determinado exercício e expõe o valor adicionado pela
empresa em razão de suas atividades; a forma de distribuição da riqueza gerada,
entre empregados, acionistas, financiadores de capital, governo, comunidade e a
parcela retida na empresa para reinvestimento.

Além das sociedades por ações com capital aberto, outras entidades que a lei assim
estabelecer, devem elaborar a DVA e apresentá-la como parte das demonstrações
contábeis divulgadas ao final de cada exercício social. É recomendado, entretanto, a
sua elaboração por todas as entidades que divulgam demonstrações contábeis.

A DVA é elaborada principalmente a partir de dados extraídos da DRE. Todavia,


a distribuição de riquezas na DVA é similar à destinação do resultado evidenciada
na DLPA.

11.1. IMPORTÂNCIA DAS INFORMAÇÕES DA DVA

Conforme NBC TG 09, a DVA está fundamentada em conceitos macroeconômicos,


buscando apresentar a parcela de contribuição que a entidade tem na formação do
Produto Interno Bruto (PIB).

Essa demonstração apresenta o quanto a entidade agrega de valor aos insumos


adquiridos de terceiros e que são vendidos ou consumidos durante determinado
período.

Para os investidores e outros usuários, essa demonstração proporciona o


conhecimento de informações de natureza econômica e social e oferece a
possibilidade de melhor avaliação das atividades da entidade dentro da sociedade
na qual está inserida.

59
11.2. ESTRUTURA DA DVA

Modelo proposto pela NBC TG 09:

Demonstração do Valor Adicionado


em R$ mil
DESCRIÇÃO
1-RECEITAS
1.1) Vendas de mercadoria, produtos e serviços
1.2) Provisão p/devedores duvidosos – Reversão/(Constituição)
1.3) Não operacionais
2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)
2.1) Matérias-Primas consumidas
2.2) Custos das mercadorias e serviços vendidos
2.3) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.4) Perda/Recuperação de valores ativos
3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)
4 – RETENÇÕES
4.1) Depreciação, amortização e exaustão
5 –VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)
6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA
6.1) Resultado de equivalência patrimonial
6.2) Receitas financeiras
7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)
8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO
8.1) Pessoal e encargos
8.2) Impostos, taxas e contribuições
8.3) Juros e aluguéis
8.4) Juros s/ capital próprio e dividendos
8.5) Lucros retidos / prejuízo do exercício
* O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7.

60
11.3. COMPONENTES DA DVA

Os principais componentes da riqueza criada estão apresentados a seguir nos


seguintes itens:

a) Receitas

Venda de mercadorias, produtos e serviços: Representa os valores reconhecidos na


contabilidade a esse título pelo regime de competência e incluídos na
demonstração do resultado do período. Inclui os valores dos tributos incidentes
sobre essas receitas (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), ou seja, corresponde
ao ingresso bruto ou faturamento bruto, mesmo quando na demonstração do
resultado tais tributos estejam fora do cômputo dessas receitas.

Provisão para créditos de liquidação duvidosa - Constituição/Reversão: Inclui os


valores relativos à constituição e reversão dessa provisão.

Outras receitas: Representam valores provenientes, principalmente, de baixas por


alienação de ativos não circulantes. Também são incluídos os tributos incidentes
sobre essas receitas.

b) Insumos adquiridos de terceiros

Custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos: Inclui os valores das
matérias-primas adquiridas de terceiros e contidas no custo do produto vendido, das
mercadorias e dos serviços vendidos adquiridos de terceiros, considerando os
tributos incluídos no momento da aquisição sendo eles recuperáveis ou não.
(OBS: Não inclui gastos com pessoal próprio.)

Materiais, energia, serviços de terceiros e outros: Inclui valores relativos às


despesas originadas da utilização desses bens, utilidades e serviços adquiridos
juntos a terceiros. (OBS: Também são considerados os tributos)

61
Perda e recuperação de valores ativos: Inclui valores relativos a ajustes por
avaliação a valor de mercado de estoques, imobilizados, intangíveis, investimentos,
etc.

c) Depreciação, Amortização e Exaustão

Representam os valores reconhecidos no período e normalmente utilizados para


conciliação entre o fluxo de caixa das atividades operacionais e o resultado líquido
do exercício.

d) Valor adicionado recebido em transferência

Representa a riqueza que não tenha sido criada pela própria entidade, e sim por
terceiros, que ela é transferida, como por exemplo receitas financeiras, de
equivalência patrimonial, dividendos relativos a investimentos avaliados pelo custo,
aluguel, royalties, etc. Precisa ficar destacado, inclusive para evitar dupla
contagem em certas agregações.

Resultado de equivalência patrimonial: O resultado da equivalência pode representar


receita ou despesa; se despesa, deve ser considerado como redução ou valor
negativo.

Receitas financeiras: Inclui todas as receitas financeiras, inclusive as variações


cambiais ativas, independentemente de sua origem.

Outras receitas: Inclui os dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo,


aluguéis, direitos de franquia, etc.

62
e) Pessoal e Encargos

Remuneração Direta: Representa pelos valores relativos a salários, 13º salário,


honorários da administração (inclusive os pagamentos baseados em ações), férias,
comissões, horas extras, participação de empregados nos resultados, etc.

Benefícios: Representados pelos valores relativos a assistência médica,


alimentação, transporte, planos de aposentadoria, etc.

FGTS: Representado pelos valores depositados em conta vinculada dos


empregados.

f) Impostos, Taxas e Contribuições

Valores relativos ao imposto de renda, contribuição social sobre o lucro,


contribuições ao INSS (incluídos os valores do seguro de acidentes do trabalho) que
sejam ônus do empregador, bem como os demais impostos e contribuições que a
empresa esteja sujeita.

Para os impostos compensáveis, tais como ICMS, IPI, PIS e COFINS, devem ser
considerados apenas os valores devidos ou já recolhidos, que representam a
diferença entre os impostos e contribuições incidentes sobre as receitas e os
respectivos valores incidentes sobre os itens considerados como “insumos
adquiridos de terceiros”.

g) Remuneração de capital de terceiros

Valores pagos ou creditados aos financiadores externos de capital

Juros: Despesas financeiras e variações cambiais passivas


Aluguéis: Inclui os aluguéis (inclusive as despesas com arrendamento operacional)
pagos ou creditados a terceiros

63
h) Remuneração de capital próprio

Valores relativos à remuneração atribuída aos sócios e acionistas.

 Juros sobre capital próprio e dividendos

 Lucros retidos e prejuízos do exercício

Exemplo:

A Cia. Petrópolis apresentava os seguintes dados para a montagem da DVA em


31.12.2016:

Vendas R$ 100.000,00
(incluindo R$ 19.000,00 de impostos incidentes sobre vendas)
Compra de matéria-prima R$ 24.000,00
(incluindo R$ 8.000,00 de impostos recuperáveis incidentes sobre as compras)
Depreciação R$ 5.400,00
Despesas de salários R$ 20.000,00
Despesas de juros R$ 14.000,00
Despesas financeiras R$ 9.200,00
Receitas Financeiras R$ 1.900,00
IR/CSLL R$ 1.700,00
Estoque inicial de matéria-prima zero
Estoque final de matéria-prima zero

Coma base nessas informações calcule o valor adicionado a distribuir da Cia.


Petrópolis.

64
DRE
Receita 100.000,00
(-) Imposto de Venda (19.000,00)
(-) CMV (16.000,00)
(-) Depreciação (5.400,00)
(-) Despesa de salários (20.000,00)
(-) Despesa de juros (14.000,00)
(-) Despesas financ. liq (7.300,00)
(-) IR/CSLL (1.700,00)
Lucro 16.600

Demonstração do Valor Adicionado


DESCRIÇÃO
1-RECEITAS
1.1) Vendas de mercadoria, produtos e serviços 100.000
1.2) Provisão p/devedores duvidosos – Reversão/(Constituição)
1.3) Não operacionais
2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)
2.1) Matérias-Primas consumidas 24.000
2.2) Custos das mercadorias e serviços vendidos
2.3) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.4) Perda/Recuperação de valores ativos
3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2) 76.000
4 – RETENÇÕES
4.1) Depreciação, amortização e exaustão 5.400
5 –VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4) 70.600
6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA
6.1) Resultado de equivalência patrimonial
6.2) Receitas financeiras 1.900
7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) 72.500
8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 72.500
8.1) Pessoal e encargos 20.000
8.2) Impostos, taxas e contribuições 12.700
8.3) Juros e aluguéis 23.200
8.4) Juros s/ capital próprio e dividendos
8.5) Lucros retidos / prejuízo do exercício 16.600
* O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7.
65
12. NOTAS EXPLICATIVAS

Também conhecidas como “Notas de Rodapé”, as Notas Explicativas são


normalmente destacadas após as Demonstrações Contábeis (quando
publicadas).

Apesar de já serem obrigatórias para as sociedades anônimas de capital aberto, a


nova legislação estende-se aos outros tipos societários, estabelecendo que “as
Demonstrações serão complementadas por Notas Explicativas e outros quadro
analíticos ou Demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação
patrimonial e dos resultados do exercício”

As principais informações contidas em Notas Explicativas são:

 Os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais (estoques,


depreciação/amortização/exaustão, constituição de provisões para encargos
ou riscos e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de
elementos do ativo.
 Os investimentos em outras sociedades.
 Os ônus reais constituídos sobre elementos do Ativo, as garantias prestadas
a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes.
 As taxas de juros, as datas de vencimentos e as garantias de longo prazo.
 O número, as espécies e as classes das ações do Capital Social.
 Os ajustes dos exercícios anteriores.
 Eventos subsequentes à data do encerramento do exercício que tenham, ou
possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados
futuros da companhia.

66
13. POLÍTICAS CONTÁBEIS, MUDANÇAS NAS ESTIMATIVAS CONTÁBEIS E
RETIFICAÇÃO DE ERROS

De acordo com a NBC TG 23, “políticas contábeis são os princípios, as bases, as


convenções, as regras e as práticas específicas aplicadas pela entidade na
elaboração e na apresentação de demonstrações contábeis”.

A mesma norma define que “mudança na estimativa contábil” é um ajuste nos


saldos contábeis de ativo ou de passivo, ou nos montantes relativos ao consumo
periódico de ativo, que decorre da avaliação da situação atual e das obrigações
e dos benefícios futuros esperados associados aos ativos e passivos.

Ou seja, as alterações nas estimativas contábeis decorrem de nova informação ou


inovações.

Por exemplo, se uma nova tecnologia na manutenção de um equipamento faz com


que ele tenha, a partir de agora, uma mudança na vida útil econômica originalmente
estimada, a alteração das taxas de depreciação é uma mudança de estimativa.

Porém, uma mudança na base de avaliação é uma mudança na política contábil e


não uma mudança na estimativa contábil. Aqui se configura uma mudança de
prática contábil em que a forma de avaliação foi alterada em virtude de alteração em
princípios, bases, convenções, regras e/ou práticas específicas aplicadas.

Por exemplo, optar por sair do PEPS e passar para o custo médio ponderado
móvel para a avaliação dos estoques é uma mudança de política contábil.

67
Enquanto “erros de períodos anteriores” são omissões e incorreções nas
demonstrações contábeis da entidade de um ou mais períodos anteriores
decorrentes da falta de uso, ou uso incorreto, de informação confiável que:

(a) estava disponível quando da autorização para divulgação das demonstrações


contábeis desses períodos; e

(b) pudesse ter sido razoavelmente obtida e levada em consideração na elaboração


e na apresentação dessas demonstrações contábeis.

Os erros “incluem os efeitos de erros matemáticos, erros na aplicação de políticas


contábeis, descuidos ou interpretações incorretas de fatos e fraudes”.

A norma reforça que a revisão de uma estimativa contábil não se relaciona a


períodos anteriores.

Enquanto a mudança na política contábil deve ser aplicada de forma


retrospectiva, a não ser que haja limitações à aplicação retrospectiva de nova
política contábil.

Por fim, a norma exige que erros materiais de períodos anteriores sejam corrigidos
retrospectivamente no primeiro conjunto de demonstrações após a descoberta
do erro.

68
EXERCÍCIOS:

1 - A companhia empresária XYZ Ltda. costuma precaver-se de prejuízos no


recebimento de seus créditos, provisionando as perdas prováveis. Em X2, com
créditos a receber no montante de R$ 400.000,00, ela mandou fazer provisão de R$
12.000,00, mas, durante o exercício, foram efetivadas perdas de R$ 7.000,00.

Agora, no fim do exercício de X3, a empresa pretende fazer provisão nos mesmos
moldes anteriores.

Tendo em vista que a empresa não realizou reversão da perda na operação anterior,
qual o valor da despesa a ser provisionada para um valor a receber de R$
300.000,00?

69
2 - Em 31.10.X1, uma Sociedade Empresária efetuou uma venda de longo prazo
com as seguintes condições:

Valor da venda a prazo: R$ 20.000,00


Prazo para recebimento: 15 meses
Quantidade de parcelas: 1 parcela
Taxa de juros imputada: 2% ao mês
Sistema de capitalização: Juros compostos

Considerando-se as informações apresentadas, calcule a parcela da receita


financeira reconhecida no resultado e o valor líquido da conta clientes, em 31 de
dezembro de X1.

70
3 - Uma sociedade empresária mantém no seu estoque de mercadorias para
revenda cinco tipos de itens: I, II, III, IV e V. O preço de compra, o imposto
recuperável da aquisição, o preço de venda e os gastos com vendas, em 31.12.X1,
estão detalhados a seguir:

Item Preço Imposto Recuperável Preço de Venda Gastos com vendas


I R$ 800,00 R$ 140,00 R$ 820,00 R$ 100,00
II R$ 440,00 R$ 60,00 R$ 366,00 R$ 38,00
III R$ 1.100,00 R$ 300,00 R$ 750,00 R$ 45,00
IV R$ 1.250,00 R$ 180,00 R$ 1.200,00 R$ 105,00
V R$ 300,00 R$ 35,00 R$ 480,00 R$ 125,00

No Balanço Patrimonial em 31.12.X1, o saldo de Estoques será de:

71
4 - Uma revendedora de cosméticos, contribuinte do ICMS, está negociando a
aquisição de 12 caixas de perfumes com um fornecedor. Cada caixa tem o valor de
R$ 950,00, entretanto, se a revendedora comprar as 12 caixas, conseguirá um
desconto em NF de 20%. O frete será realizado por transportadora particular que
cobra R$ 5,00 por unidade.

Considerando que são 10 perfumes por caixa e a alíquotas dos impostos são ICMS
de 12% (tanto da aquisição quanto do frete) e IPI de 40%, calcule o custo unitário de
cada perfume.

72
5 - A Cia. Mitigando Riscos Ltda. contratou, em 01/10/X1, uma apólice de seguro
anual para cobertura de incêndio avaliada em R$ 800.000,00, cuja vigência teve
início 30 dias após a data da assinatura do contrato.

O prêmio cobrado pela seguradora correspondeu a 12% do valor da apólice e foi


pago em 30/11/X1.

Sabendo-se que a companhia possui exercício social coincidente com o ano civil e
considerando-se o princípio contábil da competência de exercícios, calcule o saldo
da conta “Seguros antecipados” em 31/12/X1.

73
6 - Ao final do ano 2006, a empresa X realiza um teste de impairment (suponha que
pelo menos um dos “indicadores” tenha sido identificados). O ativo foi adquirido no
início de 2003 por R$ 1.000.000,00 e sua vida útil econômica estimada em 10 anos.

No cálculo do valor recuperável, a empresa estima o valor justo menos despesas de


venda ou o valor em uso (baseando-se no valor presente dos fluxos de caixa
líquidos esperados), dos dois o maior.

Valor justo: R$ 570.000,00


Despesas de vendas: R$ 90.000,00

Fluxos de caixa líquidos esperados para os próximos 6 anos: R$ 120.000,00


Taxa de desconto: 10% a.a

Qual é o valor recuperável do ativo? Houve perda por impairment? De quanto?


Quanto será a nova despesa de depreciação a partir de 2007?

74
7 - Um equipamento é utilizado em um turno diário de 8 horas, e sua taxa de
depreciação anual é de 10%. Em 31/12/X1, ele aparecia registrado na contabilidade
da seguinte maneira:

Equipamento 87.000
(-) Depreciação Acumulada (50.025)

Se for mantida a mesma taxa de depreciação, calcule o período restante de


depreciação do equipamento.

75
8 - A empresa Alpha S.A. possuía alguns processos judiciais em andamento,
conforme os dados a seguir:

Processo Prov. Reconhecida 12/X2 Prob. Perda 06/X3 Valor Estim. Perda em 06/X3
1 R$ 50.000,00 Provável R$ 60.000,00
2 R$ 30.000,00 Possível R$ 40.000,00
3 não há Possível R$ 15.000,00
4 não há Provável R$ 25.000,00

Com base nestas informações, o quê a empresa Alpha S.A. deve fazer em 06/X3?

76
9 - A empresa Beleza S.A, fabricante de cosméticos, apresentou as seguintes
informações contábeis no ano de 2017:

Unidades produzidas: 20.000 unidades


Custo unitário de produção: R$ 38,00
Unidades vendidas: 75% da produção
Ticket médio de vendas: R$ 80,00
Devolução de vendas: 10% do total das vendas totais
Tributos sobre vendas: 25%
Despesas administrativas: R$ 132.000,00
Comissão de Vendas: 3% sobre as receitas efetivas
Propaganda e Marketing: R$ 54.000,00
Taxas cartão de crédito: 4,5% sobre 50% das receitas efetivas
Descontos concedidos: R$ 13.000,00
Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa: R$ 6.000,00
Perda por Valor Recuperável de Ativos: R$ 26.000,00
Multas: R$ 9.000,00
Imobilizado registrado por R$ 47.000,00 e vendido por R$ 58.000,00
Descontos obtidos: R$ 7.500,00
Participações: 10% Empregados

77
Com base nas informações acima, elabore a Demonstração do Resultado da
empresa Beleza S.A.

DISCRIMINAÇÃO
(+) FATURAMENTO BRUTO
(-) Deduções
(=) RESULTADO LÍQUIDO
(-) Custo das Vendas
(=) RESULTADO BRUTO
(-) Despesas Operacionais
(-) Outras Despesas ou Receitas
(=) RESULTADO OPERACIONAL
(+) Resultado Financeiro
(=) RESULTADO ANTES DO IR/CSLL
(-) Provisão para o IR/CSLL
(=) RESULTADO DEPOIS DO IR/CSLL
(-) Participações
(=) RESULTADO LÍQUIDO OU RESULTADO POR AÇÃO

78
10 - O saldo do Patrimônio Líquido da Companhia NAG S.A. era de R$
300.000.000,00 em 31/12/X6.

Seu capital subscrito era de R$ 120.000.000,00 com saldo de capital a integralizar


no valor de R$ 30.000.000,00. Ao longo do ano de X7, ocorreram as seguintes
mutações:

 01/04/X7 - Incorporação das Reservas já existentes ao Capital: R$


5.000.000,00
 24/06/X7 - Compra de ações da própria Companhia: R$ 3.800.000,00
 12/08/X7 – Reconhecimento de Ajuste Positivo de Avaliação Patrimonial de
ativos: R$ 900.000,00
 01/10/X7 - Integralização de Capital em dinheiro: R$ 15.000.000,00
 31/12/X7- Lucro Líquido do Período: R$ 40.000.000,00, sendo 25%
destinados para os dividendos obrigatórios a serem pagos em X8, e o
restante para as Reservas de Lucro.

Com base nas informações acima, calcule o novo saldo do Patrimônio Líquido em
31/12/X7.

79
11 - Considere as informações contábeis de uma empresa prestadora de serviços
(em R$ mil):

Ativo Passivo DRE - X2

Período 31/12/X2 31/12/X1 Período 31/12/X2 31/12/X1 Receita 2.800

Circulante 2.440 900 Circulante 600 300 (-) Despesas (*) (1.600)

Disponível 1.590 400 Contas a pagar 600 300 Lucro Líquido 1.200

Clientes 1.000 500


(-) PCLD (150)

Não Circulante 860 400 Não Circulante 800 300 DLPA - X2

Imobilizado 950 300 Empréstimos 800 300 Lucros Acum. 0


(-) Depreciação (190) 0 PL 1.900 700 + Lucro Atual 1.200
Intangível 100 100 Capital Social 200 200 Disponível 1.200

Reserva de Lucros 1.700 500 (-) Reservas (1.200)

Total 3.300 1.300 Total 3.300 1.300 Lucros Acum. 0

Com base nos dados acima e considerando que do total de despesas 190
correspondem a Depreciação e 150 correspondem a PCLD, elabore a DFC pelos
métodos direto e indireto.

80
Estrutura da DFC Método Direto

Fluxos das Atividades Operacionais


(+) Recebimento de Clientes
(+) Recebimento de dividendos e juros
(+) Outros recebimentos provenientes das operações
(-) Pagamentos a fornecedores
(-) Pagamentos de despesas operacionais
(-) Pagamentos de impostos e contribuições
(-) Outros pagamentos decorrentes das operações
Caixa Líquido Gerado pelas Atividades Operacionais
Fluxos das Atividades de Financiamento
(+) Recebimentos por realização de capital em moeda
(+) Recebimentos de empréstimos e financiamentos obtidos
(+) Outros recebimentos decorrentes de financiamentos
(-) Pagamento do principal de empréstimos e financiamentos obtidos
(-) Pagamento de dividendos
(-) Outros pagamentos decorrentes de financiamentos
Caixa Líquido Gerado pelas Atividades de Financiamentos
Fluxos das Atividades de Investimento
(+) Recebimentos da alienação de imobilizado e intangível
(+) Recebimentos da alienação de investimentos permanentes
(+) Outros recebimentos decorrentes de investimentos
(-) Pagamentos na aquisição à vista de investimentos permanentes
(-) Pagamentos na aquisição à vista de imobilizado e intangível
(-) Outros pagamentos decorrentes de investimentos
Caixa Líquido Gerado pelas Atividades de Investimentos
Resultado Final do Caixa
(+) Saldo Existente no período anterior
Saldo disponível

81
Estrutura da DFC Método Indireto

Fluxos das Atividades Operacionais


Lucro Líquido do Exercício
(+/-) Ajustes
Lucro Ajustado
(-) Aumento de Duplicatas a receber
(-) Aumento de Estoques
(-) Aumento de demais contas do ativo circulante e realizável a LP
(-) Redução de contas do passivo circulante e não circulante
(+) Aumento de Fornecedores
(+) Aumento de Impostos a recolher
(+) Aumento de demais contas do passivo circulante e não circulante
(+) Redução de contas do ativo circulante e realizável a LP
Caixa Líquido Gerado pelas Atividades Operacionais
Fluxos das Atividades de Financiamento
(+) Recebimentos por realização de capital em moeda
(+) Recebimentos de empréstimos e financiamentos obtidos
(+) Outros recebimentos decorrentes de financiamentos
(-) Pagamento do principal de empréstimos e financiamentos obtidos
(-) Pagamento de dividendos
(-) Outros pagamentos decorrentes de financiamentos
Caixa Líquido Gerado pelas Atividades de Financiamentos
Fluxos das Atividades de Investimento
(+) Recebimentos da alienação de imobilizado e intangível
(+) Recebimentos da alienação de investimentos permanentes
(+) Outros recebimentos decorrentes de investimentos
(-) Pagamentos na aquisição à vista de investimentos permanentes
(-) Pagamentos na aquisição à vista de imobilizado e intangível
(-) Outros pagamentos decorrentes de investimentos
Caixa Líquido Gerado pelas Atividades de Investimentos
Resultado Final do Caixa
(+) Saldo Existente no período anterior
Saldo disponível

82
12 - Uma sociedade empresária apresentou os seguintes dados para a elaboração
da Demonstração do Valor Adicionado:

Receita Bruta de Vendas R$ 800.000,00


(-) Tributos sobre as Vendas (R$ 136.000,00)
(=) Receita Líquida R$ 664.000,00
(-) Custo das Mercadorias Vendidas (R$ 498.000,00)
(=) Lucro Bruto R$ 166.000,00
(-) Despesas com Material de uso e consumo (R$ 20.000,00)
(-) Despesa com Pessoal (R$ 90.000,00)
(-) Despesa com Depreciação (R$ 8.000,00)
(-) Despesa com PCLD (R$ 1.000,00)
(-) Despesa com Serviços Prestados por Terceiros (R$ 2.000,00)
(-) Despesa de Juros sobre Empréstimos (R$ 3.000,00)
(=) Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro R$ 42.000,00
(-) Imposto de Renda (R$ 11.250,00)
(-) Contribuição Social (R$ 5.850,00)
(=) Resultado do Período R$ 24.900,00

Informações adicionais:

I. O custo de aquisição da mercadoria vendida foi calculado da seguinte forma:

Valor da Mercadoria R$ 600.000,00


ICMS Recuperado R$ 102.000,00
Custo Aquisição R$ 498.000,00

II. O valor da despesa com Pessoal é composto dos seguintes gastos:

Salários, Férias e 13º Salário R$ 65.000,00


INSS R$ 25.000,00
Total R$ 90.000,00

83
Com base nos dados acima, elabore a DVA dessa sociedade empresária:

Demonstração do Valor Adicionado


em R$ mil
DESCRIÇÃO
1-RECEITAS
1.1) Vendas de mercadoria, produtos e serviços
1.2) Provisão p/devedores duvidosos – Reversão/(Constituição)
1.3) Não operacionais
2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)
2.1) Matérias-Primas consumidas
2.2) Custos das mercadorias e serviços vendidos
2.3) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.4) Perda/Recuperação de valores ativos
3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)
4 – RETENÇÕES
4.1) Depreciação, amortização e exaustão
5 –VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)
6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA
6.1) Resultado de equivalência patrimonial
6.2) Receitas financeiras
7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)
8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO
8.1) Pessoal e encargos
8.2) Impostos, taxas e contribuições
8.3) Juros e aluguéis
8.4) Juros s/ capital próprio e dividendos
8.5) Lucros retidos / prejuízo do exercício
* O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7.

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