Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Art. 649
1. Bens declarados inalienáveis. O presente dispositivo trará rol exemplificativo dos bens
absolutamente impenhoráveis. A razão para que tais bens integrem esta lista é de natureza
social e humanista (CF, art. 1º, III), visando à manutenção do mínimo para a sobrevivência
do devedor. Os bens declarados são aqueles que constam como sendo impenhoráveis e
inalienáveis na escritura de doação ou no testamento, bem como na instituição de bem de
família.
2. Bens que guarnecem o lar. Os bens que guarnecem o lar do devedor, que garantam
sua sobrevivência com o mínimo de conforto também estarão a salvo da penhora, a menos
que se tratem de bens luxuosos e de alto valor. A expressão médio padrão de vida é
expressão aberta que admite interpretação de acordo com o tempo e local em que a causa
se dê.
3. Vestuário. Tratam-se de bens de uso pessoal que também resguardam o mínimo
existencial do devedor, salvo aqueles que tiverem elevado valor
4. Remuneração lato sensu. Este inciso traz rol extenso de recebimentos de trabalhadores
e seus dependentes que também não serão atingidos pela execução, possuem natureza
alimentar.
5. Bens necessário ao exercício da profissão. São indispensáveis para que o devedor
continue trabalhando, por este motivo, por lhe tirar a subsistência também são tidos como
impenhoráveis. As quotas sociais da empresa são penhoráveis por dívidas pessoais do sócio.
6. Seguro de vida. O seguro de vida também fica a salvo da execução em decorrência da
natureza do contrato, já que o segurado contrata para beneficiar terceiro, mesmo que o
terceiro seja o executado estará o contrato de seguro fora dos bens tidos por penhoráveis já
que o recebimento do prêmio depende do pagamento da apólice pelo segurado até que se dê
o evento morte. Caso o beneficiário já tenha recebido o valor do prêmio, este será passível
de penhora em decorrência de dívidas dele, beneficiário.
7. Materiais de obras em andamento. A penhora de tais materiais traria duplo prejuízo ao
devedor, já que terá bens penhorados e a obra parada.
8. Pequena propriedade rural. Trata-se de previsão constitucional que foi reforçada com
sua presença na lei processual civil (CF, art. 5º, XXVI), mesmo que se trate de dívida
decorrente de financiamento agropecuário.
9. Recursos públicos recebidos por instituições privadas. Com a finalidade de ser
aplicada em educação, saúde e assistência social. Tem razão de ser porque estes recursos
estão dirigidos para questões de interesse público que se sobrepõe ao interesse privado do
credor.
10. Poupança. Limitado até 40 salários mínimos. Foi a forma que o legislador encontrou
para proteger o pequeno investidor que via de regra se utiliza deste tipo de investimento
(poupança) para guardar suas economias. O valor pode estar concentrado em uma única
conta ou em diversas contas, sendo que será respeitada a impenhorabilidade do limite
descrito no dispositivo.
11. Recursos do fundo partidário de partido político. Trata-se de garantia processual
de afastar a penhora de recursos públicos de fundos partidários recebidos por partidos
políticos. Além do rol acima apresentado, também são impenhoráveis os bens públicos (CF,
arts 20 a 26); o bem de família, imóvel residencial que é utilizado como moradia da família
(Lei 8009/90 e Súmula 205 do STJ)
12. Dívida decorrente do próprio bem. Mesmo que se trate de bem de família, caso a
dívida seja decorrente do próprio bem (financiamento, taxa condominial, impostos prediais
etc.), será passível de penhora. Para a expressão família entende-se como sendo um dos
pais com seu(s) filho(s); casal em união estável; união de pessoas do mesmo sexo; moradia
de irmãos; mesmo do solteiro que vive só, já que a lei pretende preservar o direito
fundamental à moradia.
13. Prestação alimentícia. Os valores recebidos descritos no inciso IV acima são
penhoráveis se a dívida for decorrente de pensão alimentícia.
Ver art. 4º da Lei 8009/90; arts. 813 e 1715, do CC; Súmulas 205 e 451 do STJ; art.
734 do CPC; art. 5º, parágrafo único, do Decreto-lei 911/69; art. 114, da Lei
8213/91.
Art. 650. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e rendimentos dos
bens inalienáveis, salvo se destinados à satisfação de prestação alimentícia (1).
(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
1. Frutos e rendimentos. São os bens relativamente impenhoráveis, já que na falta de
outros bens passiveis de penhora, poderão garantir a execução. Há exceção prevista no
próprio dispositivo legal: caso seja destinado à satisfação de prestação alimentícia.
Art. 651. Antes de adjudicados ou alienados os bens, pode o executado, a todo
tempo, remir a execução, pagando ou consignando a importância atualizada da
dívida, mais juros, custas e honorários advocatícios (1). (Redação dada pela Lei nº
11.382, de 2006).
Ver arts. 304 e 305 do CC; art. 19, I e II, da Lei 6830/80; art. 693 do CPC.
1. Remição. Trata-se de pagamento da dívida pelo devedor do valor total devido (principal
devidamente corrigido, encargos moratórios, custas judiciais e honorários advocatícios),
deve ser feita antes da adjudicação e alienação de bens. Tem que se destacar que remissão
(com dois s) é perdão da dívida (CC, arts. 385 a 388), diferentemente de remição, aqui
tratada e escrita com ç, que é o pagamento do devido pelo devedor. A remição leva a
extinção da execução (CPC, art. 794, I). O ato do juiz que defere o pedido de remição é
agravável.
Art. 655-A
1. Penhora on line. O dinheiro e aplicação financeira são os bens passíveis de penhora que
encabeçam a lista de bens que preferencialmente serão expropriados do devedor com a
finalidade de excutir a dívida. Desta forma, para facilitar a constrição judicial, o juiz, a pedido
da parte, determinará a penhora on line, que é feito a autoridade do sistema financeiro-
bancário, nos dias de hoje, por meio de sistema eletrônico e digital.
2. Limite. O valor da penhora on line não excederá o valor da execução.
3. Impenhorabilidade. Em caso de impenhorabilidade do saldo depositado, por exemplo,
caso de conta salário, conta em que se receba aposentaria ou pensão etc. (CPC, art. 649), a
constrição será feita, devendo o executado provar que os valores ali depositados são
impenhoráveis. Caso consiga a penhora será cancelada pelo juiz.
4. Penhora de percentual de faturamento da empresa. Em caso de penhora de
faturamento da empresa deverá haver nomeação de depositário que terá as seguintes
funções: verificar se a constrição judicial é aprovada pelo juízo; prestar contas mensais; e
entregar as quantias arrecadadas ao exequente.
5. Partido político. Em caso de execução em face de partido político deve se verificar se a
conta bancária é de titularidade exclusiva do partido executado, limitando-se o órgão
responsável (municipal, estadual e nacional) não havendo solidariedade entre eles. Trata-se
de ratificação dos termos do art. 15-A, da Lei 9.096/95.
Art. 652
1. Citação do executado. Recebendo a petição inicial de execução, o juiz fixará os
honorários advocatícios e em caso de pagamento dos valores executados a verba honorária
será reduzida à metade. O mandado de citação da execução já contém ordem para
pagamento da dívida em 3 dias.
2. Não pagamento imediato. Caso o devedor não pague nos 3 dias determinados, o oficial
de justiça, portando uma segunda via do mandado fará penhora de bens do executado,
tantos quantos forem necessários para a satisfação da dívida. No mesmo ato intimará o
devedor da penhora realizada. Caso seja possível, o oficial de justiça também fará a
avaliação dos bens penhorados (CPC, art. 680), lavrando auto de penhora e avaliação.
3. Indicação de bens pelo credor. Caso o credor tenha conhecimento da existência de
bens do devedor passíveis de penhora já os poderá indicar na petição inicial.
4. Indicação de bens pelo devedor. O juiz poderá intimar o devedor para indicar bens
passíveis de penhora a qualquer momento.
5. Intimação do devedor. Para efeito do inciso anterior, a intimação do devedor poderá ser
feita na pessoa de seu advogado, caso não tenha, será pessoalmente.
6. Não localização do devedor. É comum não se encontrar o devedor para intimá-lo da
penhora, forma que dificulta e atrasa os procedimentos executivos. Assim, o oficial de justiça
descreverá as diligências feitas e levará a conhecimento do juízo que dispensará a intimação
ou mandará o oficial proceder com novas diligências.
Art. 653. O oficial de justiça, não encontrando o devedor, arrestar-lhe-á tantos bens
quantos bastem para garantir a execução (1).
Parágrafo único. Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de
justiça procurará o devedor três vezes em dias distintos; não o encontrando,
certificará o ocorrido (2).
Ver art. 813 do CPC.
1. Arresto. Caso o oficial de justiça, durante as diligências para citação do executado, não o
encontrar, deve arrestar seus bens indicando depositário. Trata-se de ato que não precisa de
autorização do juiz, ou seja, o oficial de justiça não deve devolver o mandado de citação e
penhora negativo, sem antes buscar por bens do devedor para arrestar.
2. Não localização do devedor após o arresto. Depois de arrestados os bens do
executado, o oficial de justiça o procurará por mais três vezes, caso não o encontre deverá
certificar nos autos.
Art. 654. Compete ao credor, dentro de 10 (dez) dias, contados da data em que foi
intimado do arresto a que se refere o parágrafo único do artigo anterior, requerer a
citação por edital do devedor. Findo o prazo do edital, terá o devedor o prazo a que
se refere o art. 652, convertendo-se o arresto em penhora em caso de não-
pagamento (1).
Ver art. 11 da Lei 6830/80; arts. 231, 813 e 818 do CPC.
1. Citação por edital e conversão do arresto em penhora. Caso o devedor não seja
localizado para ser citado, o credor será intimado para que faça a citação por edital. Ao fim
do prazo do edital, em até três dias o executado poderá pagar o que é devido nos termos
do art. 652, do CPC, não o fazendo o arresto será convertido em penhora.
Art. 655-B. Tratando-se de penhora em bem indivisível, a meação do cônjuge alheio
à execução recairá sobre o produto da alienação do bem (1). (Incluído pela Lei nº
11.382, de 2006).
1. Meação. A meação, no sistema de execução vigente anteriormente, praticamente
impossibilitava a penhora de bens. Para sanar o problema que se verificava anteriormente e
que levava a insatisfação de inúmeros credores, a reforma do sistema de execução permitiu
que o bem indivisível sobre o qual recaia a meação seja passível de ser penhorado, tão
somente sua quota ideal de 50%, e alienado integralmente, sendo a metade do resultado da
alienação entregue ao cônjuge inocente.
1. Substituição de bens penhorados. A substituição de bens penhorados tanto poderá ser
feita pelo exequente como pelo executado. Os incisos elencam as hipóteses em que a
substituição poderá ser requerida.
2. Ordem legal. Deve a parte que pediu a substituição provar que a penhora do bem fora
da ordem de preferência judicial lhe trouxe prejuízo.
3. Bens indicados em lei, contrato ou ato judicial. Caso a penhora recaia em bem
diverso daquele legalmente, contratualmente ou judicialmente indicado.
4. Localização dos bens. Caso exista bens na comarca em que a execução se dá, mas os
bens indicados localizam-se em local diverso, fazendo com que haja necessidade de carta
precatória e demais custas e demora desnecessárias ao deslinde do feito.
5. Bens livres e bens sobre os quais já pesa gravame. Caso o bem constrito já tenha
gravames, mas o exequente tenha outros bens livres de ônus, estes serão preferidos.
6. Liquidez. Os bens de baixa liquidez ou inegociáveis também poderão ser substituídos, via
de regra esta hipótese é levantada pelo exequente.
7. Fracasso na tentativa de alienação do bem. Caso o bem já tenha sido levado a praça
ou leilão, mas não foi alienado.
8. Falta de informações a serem prestadas pelo devedor. O devedor tem o ônus de
prestar informações sobre o bem, sobretudo aquelas que se referem aos valores dele.
9. Devedor deve auxiliar o juízo na busca da satisfação do credor. Esta disposição
ratifica os termos do art. 600 do CPC que considera ato atentatório à dignidade da justiça o
executado que resiste às ordens judiciais, sendo que as penas para isto são às verificadas no
art. 14 do CPC.
10. Fiança bancária e seguro garantia judicial. É permitida a substituição da penhora
por fiança bancária ou seguro fiança, desde que supere em 30% o valor da execução, isto se
dá para que não haja necessidade de troca ou reforço da garantia prestada em curto espaço
de tempo.
11. Bem imóvel – anuência do cônjuge. Caso o executado ofereça bem imóvel para
substituir outro bem já constrito, deverá haver a anuência do cônjuge ou companheiro, sob
pena de ser negado pelo juízo.
Art. 657. Ouvida em 3 (três) dias a parte contrária, se os bens inicialmente
penhorados (art. 652) forem substituídos por outros, lavrar-se-á o respectivo
termo (1). (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
Parágrafo único. O juiz decidirá de plano quaisquer questões suscitadas (2).
(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
1. Impugnação em relação ao pedido de substituição. Após o pedido de substituição do
bem penhorado, o juiz dará oportunidade para que a parte adversa se manifeste, em 3 dias.
Caso ao final o bem venha a ser substituído, há a necessidade de se lavrar novo termo de
penhora, inclusive com a nomeação de depositário.
2. Decisão das impugnações. O pedido de substituição será decidido pelo juiz da
execução, sendo que desta decisão caberá agravo.
Art. 658. Se o devedor não tiver bens no foro da causa, far-se-á a execução por
carta, penhorando-se, avaliando-se e alienando-se os bens no foro da situação (1)
(art. 747).
Ver Súmula 46 do STJ.
1. Bens fora da comarca da execução. Em caso haver bens apenas fora da comarca em
que se dá a execução, haverá necessidade de carta precatória para os seguintes atos:
penhora, avaliação e alienação. Em regra, é feita uma única carta para os três atos.
Art. 685-A. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação,
requerer lhe sejam adjudicados os bens penhorados (1). (Incluído pela Lei nº 11.382,
de 2006).
§ 1º. Se o valor do crédito for inferior ao dos bens, o adjudicante depositará de
imediato a diferença, ficando esta à disposição do executado; se superior, a
execução prosseguirá pelo saldo remanescente (2). (Incluído pela Lei nº 11.382, de
2006).
§ 2º. Idêntico direito pode ser exercido pelo credor com garantia real, pelos credores
concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, pelos
descendentes ou ascendentes do executado (3). (Incluído pela Lei nº 11.382, de
2006).
§ 3º. Havendo mais de um pretendente, proceder-se-á entre eles à licitação; em
igualdade de oferta, terá preferência o cônjuge, descendente ou ascendente, nessa
ordem (4). (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
§ 4º. No caso de penhora de quota, procedida por exequente alheio à sociedade,
esta será intimada, assegurando preferência aos sócios (5). (Incluído pela Lei nº
11.382, de 2006).
§ 5º. Decididas eventuais questões, o juiz mandará lavrar o auto de adjudicação (6).
(Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
Art. 690
1. Arrematação – pagamento. Via de regra o pagamento pelo produto da hasta será à
vista, com o pagamento imediato. Poderá ser feito em até 15 dias, para tanto deverá o
arrematante oferecer caução idônea.
2. Bem imóvel – possibilidade de parcelamento. Caso se trate de bem imóvel o
parcelamento é possível, mas a lei já fixa que no mínimo 30% do valor será pago
imediatamente e o saldo será parcelado, porém com a garantia de hipoteca sobre o bem
alienado.
3. Diversos lanços. Caso haja mais de um interessado, as propostas serão juntadas aos
autos contendo suas particularidades, para que o critério para escolha do lanço vencedor
seja divulgado.
4. Escolha da proposta vencedora. A proposta vencedora será escolhida dentre as outras
por ser a mais conveniente e interessante.
5. Pagamento a prazo – forma de pagamento. Em se tratando de pagamento a prazo e
considerando que o valor do bem supere o valor da execução, o arrematante pagará até que
esteja quitada a dívida ao exequente, depois pagará o valor residual ao executado.
Art. 736. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá
opor-se à execução por meio de embargos (1). (Redação dada pela Lei nº 11.382,
de 2006).
Parágrafo único. Os embargos à execução serão distribuídos por dependência,
autuados em apartado e instruídos com cópias das peças processuais relevantes,
que poderão ser declaradas autênticas pelo advogado, sob sua responsabilidade
pessoal (2). (Redação dada pela Lei nº 12.322, de 2010)
Ver arts. 741 e 745 do CPC.
1. Impugnação da execução. A forma pela qual o executado poderá impugnar a execução
de título executivo extrajudicial é por meio dos embargos à execução, em 15 dias contados
da juntada do mandado citatório. Os embargos à execução é processo de conhecimento
incidental à execução, assim sua petição inicial deve conter os elementos indicados no art.
282 e ss. do CPC. A competência para julgar os embargos à execução é a mesma que da
execução, tratando-se de competência absoluta e indeclinável. Para que possa opor os
embargos à execução não precisará apresentar bens à penhora, caução ou depósito, como
ocorria na sistemática anterior. No entanto, os embargos à execução não suspendem a
execução, que continuará a transcorrer no curso dos embargos. Para a execução de título
executivo judicial, ou seja, na fase de cumprimento de sentença, a forma de defesa do réu é
a impugnação (CPC, arts. 475-J e ss.)
2. Procedimento dos embargos à execução. Deverá ser distribuído por dependência à
execução, mas autuados em apartado. Por este motivo deverão conter cópias das peças da
execução que se entenda necessárias, podendo ser cópias simples, sendo a sua
autenticidade declarada pelo próprio advogado, sob pena de responder pessoalmente, civil e
criminalmente.
Art. 739-A. Os embargos do executado não terão efeito suspensivo (1). (Incluído
pela Lei nº 11.382, de 2006).
1. Efeito suspensivo. Em regra, os embargos à execução não darão efeito suspensivo à
execução que continuará seu curso, inclusive com a expropriação de bens do devedor.
2. Possibilidade de efeito suspensivo. O juiz poderá determinar que se suspenda o curso
da execução, caso entenda que (i) há motivo relevante para fazê-lo; (ii) a continuidade do
processo executivo trará grave e irreversível prejuízo ao executado; e (iii) deve haver
caução, penhora ou depósito suficiente para garantir o pagamento do quantum devido.
Devem estar presentes os três requisitos descritos no artigo de lei.
3. Reconsideração. O efeito dado aos embargos poderá ser objeto de reconsideração do
juiz a qualquer tempo, desde que requerida pela parte e devidamente fundamentada (CF,
art.93, IX). Tal decisão pode ser alterada desta forma porque o motivo que tenha levado o
juiz a decidir desta maneira pode ter cessado ou se alterado.
4. Suspensão em parte. Há possibilidade de suspender apenas uma parte da execução,
sendo que a outra parte continuará seu curso.
5. Litisconsórcio passivo na execução. Caso o efeito suspensivo tenha sido concedido a
um dos embargantes, somente será aproveitado pelos outros se o motivo que levou o juiz a
suspender o curso da execução não for pessoal àquele embargante.
6. Excesso de execução. Caso o embargante tenha alegado excesso de execução em seus
embargos, deverá trazer a memória de cálculos demonstrando pormenorizadamente quanto
acredita ser devido, sob pena de rejeição de plano dos embargos, pelo menos quanto a esta
questão.
7. Momento da suspensão da execução. Mesmo que dado efeito suspensivo aos
embargos à execução, poderá ser feita a penhora e a avaliação dos bens constritos.
Art. 740
Ver art. 746 do CPC; art. 17, caput, da Lei 6830/80.
1. Procedimento. Opostos os embargos serão recebidos, abrindo-se prazo para que o
exequente possa se manifestar e exercer seu direito de contraditório, será feita intimação do
exequente na pessoa de seu advogado. Não cabe reconvenção nos embargos (CPC, art.
315), nem ação declaratória incidental (CPC, art. 325), nem intervenção de terceiros –
oposição, nomeação à autoria, denunciação da lide e chamamento ao processo (CPC,arts 56
a 80), sendo possível apenas a assistência de terceiro juridicamente interessado (CPC, art.
50 e ss). Isto feito, o juiz deverá julgar os embargos em 10 dias, caso seja questão
puramente de direito ou se de direito e de fato, estes puderem ser provados tão somente por
meio de documentos (CPC, art. 330). Caso haja necessidade de dilação probatória, o juiz
designará audiência de conciliação, instrução e julgamento, devendo proferir sentença em
até 10 dias. Não cabem nos embargos à execução a aplicação do instituto da revelia, mesmo
que o exequente não apresente defesa, isto porque os embargos são ligados à execução,
tendo o exequente apresentado sua pretensão nos autos da execução. Nos termos
da Súmula 317 do STJ “é definitiva a execução de título extrajudicial, ainda que pendente
apelação contra sentença que julgue improcedentes os embargos”.
2. Penalidade para embargos protelatórios. No caso de embargos evidentemente
protelatórios, obrigatoriamente deverá o juiz fixar multa ao embargante de até 20% do valor
da execução.
Art. 744
1. Alegações em embargos à execução. O rol trazido neste dispositivo é bastante
abrangente, já que em seu inciso V está permitido que se alegue qualquer matéria de defesa
lícita de ser arguida em ação de conhecimento. Analisando-se cada um dos incisos tem-se
que: (i) nulidade da execução, decorrente da apresentação de título que não seja executivo
– a execução será nula se o título apresentado não é executivo, (CPC, art. 585), ou seja,
caso ele não seja típico ou lhe falte algum atributo (CPC, art. 586); (ii) penhora incorreta ou
avaliação errônea – a penhora deverá obedecer aos ditames dos arts. 646 a 679 do CPC,
dentre outros regramentos que tratem da matéria, para que não seja tida por incorreta, bem
como a avaliação, que deverá ser feita nos termos do arts. 680 e ss. do CPC; (iii) excesso de
execução ou cumulação indevida de execuções – excesso de execução está conceituado
no art. 743, incs. I a V, do CPC (ver comentários), podendo se dar também por cumulação
indevida de execuções (competência diferente ou ritos diferentes); (iv) retenção por
benfeitorias necessárias ou uteis, nos casos de obrigação de entrega de coisa certa (CPC, art.
621) – o devedor poderá reter a coisa até que as benfeitorias uteis ou necessárias sejam
ressarcidas (CC, arts. 1219 a 1221), as benfeitorias deverão estar discriminadas, bem como
os valores gastos com elas; (v) qualquer matéria que seria lícito deduzir como matéria de
defesa em processo de conhecimento – com este inciso verifica-se que os demais incisos
trazem rol exemplificativo, porque o embargante poderá alegar qualquer matéria, isto se dá
porque no caso da execução de título executivo extrajudicial a questão está sendo levada ao
crivo do Poder Judiciário pela primeira vez, podendo haver ampla discussão sobre ela.
2. Retenção por benfeitorias. No caso retenção por benfeitorias uteis ou necessárias,
pode o credor pedir a compensação dos valores gastos pelo devedor com os frutos ou danos
considerados devidos pelo credor, que deverão ser avaliados por meio de pericia (CC, art.
1221).
3. Imissão na posse. É possível ao credor ser imitido na posse desde que caucione ou
deposite o valor das benfeitorias ou saldo da compensação
Art. 745-A
1. Parcelamento da dívida. O devedor poderá, no prazo para embargar, reconhecer a
dívida (principal, devidamente corrigido, juros, custas processuais e honorários advocatícios)
e pedir o parcelamento dela em até 6 vezes, devendo ser pago 30% da dívida à vista e o
saldo dividido, o pagamento das parcelas será feito do valor corrigido e com juros de 1% ao
mês.
2. Efeitos do parcelamento. Trata-se de direito subjetivo do devedor, devendo o juiz
aceitar o parcelamento, sendo que será suspensa a execução até a quitação do valor devido.
no caso de descumprimento de algum dos requisitos do caput, depósito de 30% do valor da
dívida à vista, o parcelamento será indeferido e a execução continuará.
3. Inadimplência. Caso o devedor deixe de pagar qualquer das parcelas, haverá o
vencimento antecipado das demais, sendo adicionado ao saldo devedor multa de 10%, bem
como ficará o devedor impedido de opor embargos à execução, já que seu pedido de
parcelamento é entendido como incompatível com a oposição de embargos.
Art. 747. Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecante
ou no juízo deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante,
salvo se versarem unicamente vícios ou defeitos da penhora, avaliação ou alienação
dos bens (1). (Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
Ver arts. 575, 576, 786 e 1049 do CPC; art. 20, parágrafo único, da Lei 6830/80;
Súmula 46 do STJ.
1. Execução por carta e embargos à execução. No caso de execução por carta, ou seja,
os bens do devedor estão localizados em local diferente de onde foi proposta a execução, os
embargos poderão ser oferecidos tanto no juízo deprecante quanto no juízo deprecado, no
entanto seu julgamento se dará no juízo deprecante, exceção será feita se os embargos
versarem unicamente sobre vícios da penhora, avaliação e alienação de bens (Súmula 46 do
STJ). O prazo para embargar será contado da juntada da comunicação da citação do
executado pelo juiz deprecante ou pelo juiz deprecado (CPC,art. 738, §1º).
Art. 791. Suspende-se a execução:
I – no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à
execução (art. 739-A); (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
II – nas hipóteses previstas no art. 265, I a III;
III – quando o devedor não possuir bens penhoráveis (1).
Ver art. 40, da Lei 6830/80.
1. Suspensão da execução. A execução será suspensa caso os embargos à execução
opostos tenham efeito suspensivo, nos termos do art. 739-A do CPC; nas hipóteses do art.
265 do CPC – (i) morte ou perda da capacidade processual de uma das partes, do
representante legal ou do procurador de uma delas; (ii) pela convenção entre as partes; e,
(iii) caso de oposição de exceção de incompetência, suspeição ou impedimento do juiz;
quando o devedor não tiver bens para pagamento da dívida. De acordo com o art. 40 da Lei
6830/80 a execução será suspensa enquanto não se localizar o devedor ou não forem
encontrados bens passíveis de penhora, de tal forma que não correrá prazo para
configuração da prescrição intercorrente (Súmula 314 do STJ). Durante a suspensão do
processo não se praticará qualquer ato, a menos que se trate de medida urgente e que sem
ela estará prejudicada a demanda executiva (CPC, art. 798).
Art. 792. Convindo as partes, o juiz declarará suspensa a execução durante o prazo
concedido pelo credor, para que o devedor cumpra voluntariamente a obrigação (1).
Parágrafo único. Findo o prazo sem cumprimento da obrigação, o processo
retomará o seu curso (2). (Incluído pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
1. Suspensão por convenção das partes. O processo de execução poderá ser suspenso a
qualquer momento por convenção entre as partes para que possam se compor e o executado
cumpra com sua obrigação voluntariamente
2. Fim do prazo de suspensão. Caso o prazo de suspensão concedido se esgote sem que
as partes tenham acordado, o processo voltará a correr do ponto em que havia parado.
Art. 793. Suspensa a execução, é defeso praticar quaisquer atos processuais. O juiz
poderá, entretanto, ordenar providências cautelares urgentes(1). (Redação dada
pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Ver arts. 180 e 266 do CPC.
1. Suspensão – efeitos. Enquanto o processo de execução estiver suspenso não poderão
ser praticados atos, a menos aqueles de caráter urgente e que sem eles o direito da parte ou
a ação executiva poderia estar em risco (CPC,art. 798).
Art. 794. Extingue-se a execução quando:
I – o devedor satisfaz a obrigação;
II – o devedor obtém, por transação ou por qualquer outro meio, a remissão total da
dívida;
III – o credor renunciar ao crédito (1).
Ver art. 624 do CPC.
1. Extinção da execução. A execução se extinguirá com: (i) a satisfação integral da
pretensão do exequente, ou seja, o pagamento, em caso de obrigação de pagar quantia
certa, a entrega da coisa ou cumprimento da obrigação de fazer ou não-fazer; (ii) as partes
fazem acordo, com pagamento com desconto ou substituição de obrigações, ou ainda com a
remissão da dívida, ou seja, o credor perdoa a dívida, sendo possível apenas em caso de
direito disponível; (iii) o credor renunciar ao crédito. Há ainda a possibilidade de extinção da
execução com o julgamento procedente dos embargos à execução ou ainda a aplicação de
um dos itens do art. 267 do CPC(indeferimento da inicial, carência de ação, ausência de
pressupostos processuais etc). A decisão que põe fim ao processo de execução é sentença e
poderá ser recorrida por meio de apelação.
Art. 795. A extinção só produz efeito quando declarada por sentença (1).
1. Sentença da execução. A extinção deve ser declarada por sentença, sendo recorrida por
meio de apelação que será recepcionada em ambos efeitos. A sentença da execução não faz
coisa julgada material, no entanto a sentença dos embargos à execução faz coisa julgada
material, já que se trata de verdadeira ação de conhecimento.
Art. 475-L. A impugnação somente poderá versar sobre: (1) (2) (3) (Incluído pela
Lei nº 11.232, de 2005)
I– falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia; (Incluído pela Lei
nº 11.232, de 2005)
II– inexigibilidade do título; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
III– penhora incorreta ou avaliação errônea; (Incluído pela Lei nº 11.232, de
2005)
IV– ilegitimidade das partes; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
V– excesso de execução; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
VI– qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como
pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que
superveniente à sentença. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
§1º. Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se também
inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou
interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como
incompatíveis com a Constituição Federal. (4) (Incluído pela Lei nº 11.232, de
2005)
§2º. Quando o executado alegar que o exeqüente, em excesso de execução, pleiteia
quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor
que entende correto, sob pena de rejeição liminar dessa impugnação. (5) (Incluído
pela Lei nº 11.232, de 2005)
1. Exceção de pré-executividade e matéria de ordem pública. O artigo em comento
elenca a impugnação como forma de defesa do executado quando do cumprimento de uma
sentença. Contudo, há que se considerar ainda mais outra espécie de defesa do executado: a
exceção de pré-executividade. Por este instituto, é lícito ao executado opor-se ao
prosseguimento da execução com base em matérias de ordem pública e que podem ser
conhecidas de ofício (Código de Processo Civil, artigos 113, capute 267, IV e §3º), bem como
em casos de flagrante não cabimento ou ilegalidade do cumprimento de sentença. Nessas
hipóteses, como no caso de já haver tido pagamento (flagrante ilegalidade) ou até mesmo
de incompetência absoluta do juízo (matéria de ordem pública), basta o executado
comparecer apresentando simples petição, sem qualquer necessidade de garantia do juízo e
em qualquer momento do trâmite processual, para que tenha seu pedido ou requerimento
analisado.
2. Impugnação ao cumprimento de sentença. A defesa por excelência na fase executiva
do novo sistema do processo sincrético (cognição+execução em um mesmo processo) é a
impugnação ao cumprimento de sentença. Ela é um misto de ação e defesa e visa em suma
fazer com que o devedor resista à execução. O prazo de sua apresentação tem início após a
intimação do auto de penhora e de avaliação, tendo o executado até 15 (quinze) dias para
opor-se contra o cumprimento da sentença (Código de Processo Civil, artigo 475-J, §1º).
Apesar de vir regrada em local diverso dos embargos à execução, ambas peças de defesa
estão dentro do gênero oposição à execução e suas diferenças são sutis: a impugnação,
assim, é cabível contra a execução fundada em título judicial, ao contrário dos embargos,
cabíveis contra a execução fundada em título extrajudicial; além disso, a impugnação tem
hipóteses mais restritas quando ao seu cabimento do que os embargos, em razão de sua
oposição dar-se contra um título executivo formado após todo um processo judicial regular.
3. Hipóteses de cabimento da impugnação. As hipóteses de cabimento da impugnação
ao cumprimento de sentença elencadas nos incisos do artigo em comento pertencem ao um
rol taxativo e de restrita compreensão. Isso tudo é indicado principalmente pelo advérbio
somente presente no caput do dispositivo.
4. Inexigibilidade de título fundado em lei ou ato normativo inconstitucional. O §1º
traz especificidade a respeito do inciso II do artigo ora em comento. Segundo o que nele
consta, é possível a apresentação de impugnação, fundada em inexigibilidade do título a
partir da declaração de inconstitucionalidade da lei ou ato normativo ou sua interpretação
declarada pelo Supremo Tribunal Federal. Contudo, é importante ressaltar dois requisitos
essenciais para que a inexigibilidade seja considerada: em primeiro lugar, a decisão do
Supremo Tribunal Federal já deve estar acobertada pela coisa julgada material, sendo que o
seu trânsito em julgado deve ocorrer em momento anterior ao do trânsito em julgado da
sentença exeqüenda (sob pena de violar a garantia constitucional da coisa julgada); e em
segundo lugar, a decisão do Supremo Tribunal Federal deve ter eficácia erga omnes, seja por
ela ter sido proferida em razão de controle abstrato de constitucionalidade, seja por ela ter
sido proferida em sede de controle concreto de constitucionalidade e após manifestação do
Senado Federal no sentido de suspender a execução da lei ou do ato (Constituição Federal,
artigo 52, inciso X).
5. Requisito de admissibilidade da impugnação e excesso de execução. É lícito ao
executado opor-se à execução quando nela for pleiteado valor acima do quanto previsto no
título executivo. Trata-se de caso de excesso de execução: o credor pleiteia valores a mais
daquilo que faria jus. Nessa hipótese, cabe o executado declarar desde já o valor que
entende ser devido, sob pena de rejeição liminar de sua impugnação.
Art. 475-M. A impugnação não terá efeito suspensivo, podendo o juiz atribuir-lhe tal
efeito desde que relevantes seus fundamentos e o prosseguimento da execução
seja manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou
incerta reparação. (1) (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
§1º. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exeqüente
requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando caução suficiente
e idônea, arbitrada pelo juiz e prestada nos próprios autos. (2) (Incluído pela Lei
nº 11.232, de 2005)
§2º. Deferido efeito suspensivo, a impugnação será instruída e decidida nos
próprios autos e, caso contrário, em autos apartados. (Incluído pela Lei nº
11.232, de 2005)
§3º. A decisão que resolver a impugnação é recorrível mediante agravo de
instrumento, salvo quando importar extinção da execução, caso em que caberá
apelação. (3) (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
1. Efeito suspensivo da impugnação ao cumprimento de sentença. Em regra, a
impugnação ao cumprimento de sentença não tem efeito suspensivo, sendo lícito ao
exequente praticar os atos expropriatórios ainda antes do julgamento dela. Contudo, isso
não significa que o executado não possa requerer (e o juiz não tenha o dever de deferir) a
atribuição de tal efeito para impedir o prosseguimento da fase executiva. Nesse caso, é
imperiosa a atribuição do efeito suspensivo desde que os fundamentos tidos na impugnação
sejam relevantes, bem como que o prosseguimento da execução tenha grandes chances de
causar ao executado um dano grave de difícil ou até incerta reparação. Preenchidos ambos
os requisitos, cabe ao magistrado somente o deferimento e atribuição do efeito suspensivo.
2. Caução e prosseguimento do cumprimento de sentença com efeito
suspensivo. Da mesma forma que a lei garante a atribuição de efeito suspensivo à
impugnação ao cumprimento de sentença, também ela permite que a execução prossiga
ainda que a oposição do réu tenha sido recebida no citado efeito. Nesse caso, o exequente
poderá dar prosseguimento à fase executiva, desde que seja prestada caução suficiente e
idônea, em valor arbitrado pelo juiz.
3. Recurso cabível. Apesar da existência do conceito legal de sentença e decisão
interlocutória (Código de Processo Civil, artigos 162), o dispositivo em comento dispõe que
será considerada decisão interlocutória aquela decisão que não acolher a impugnação ao
cumprimento de sentença e, portanto, recorrível mediante agravo de instrumento; enquanto
que será considerada sentença a decisão que acolher a impugnação ao cumprimento de
sentença e, portanto, recorrível mediante apelação.
Art. 475-N. São títulos executivos judiciais: (1) (Incluído pela Lei nº 11.232, de
2005)
I– a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação
de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia; (2) (Incluído pela Lei nº
11.232, de 2005)
II– a sentença penal condenatória transitada em julgado; (Incluído pela Lei nº
11.232, de 2005)
III– a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua
matéria não posta em juízo; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
IV– a sentença arbitral; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
V– o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado
judicialmente; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
VI– a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de
Justiça; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
VII– o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante,
aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal. (Incluído pela Lei
nº 11.232, de 2005)
Parágrafo único. Nos casos dos incisos II, IV e VI, o mandado inicial (art. 475-J)
incluirá a ordem de citação do devedor, no juízo cível, para liquidação ou execução,
conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
1. Título executivo judicial. Título executivo judicial é aquele originado a partir de um
processo judicial. O título executivo judicial tem exatamente a mesma força que os títulos
executivos extrajudiciais, ambos podendo enseja atos expropriatórios. O título executivo
judicial enseja tanto uma fase de cumprimento de sentença, como um novo processo, a
depender da origem do processo (caso tenha se originado, por exemplo, de um processo
penal, inicia-se um novo processo, mas já executivo). Já o título executivo extrajudicial,
formado de relações jurídicas não relacionadas com processo judicial, enseja sempre um
novo processo.
2. Sentença declaratória que reconhece uma obrigação. Apesar de ser largamente
difundida a ideia de que a sentença originada de uma tutela declaratória não tenha eficácia
executiva, em razão de sua função ficar restrita ao saneamento de crises de certeza, tem-se
admitido, com base no parágrafo único do artigo em comento, o contrário no âmbito
doutrinário e jurisprudencial. Defende-se que a tutela jurisdicional declaratória, ao final, traz
a definição completa quanto à individualização da norma jurídica ao caso concreto e realiza
um juízo total tanto sobre a existência quanto ao modo de ser de uma determinada relação
jurídica. Justifica-se, ainda, que a utilização de uma posterior tutela condenatória, após o uso
de uma tutela declaratória seria do todo inútil, pois seria necessário o respeito da segunda
demanda quanto àquilo que foi decidido na primeira, sob pena de ofensa à coisa julgada
(essa era a disposição contida no artigo 290 do ab-rogado Código de Processo Civil de 1939).
Nesse sentido: STJ, 6ª T., AgRg no REsp n. 1.222.737-SC, relª. Minª. Maria Thereza de Assis
Moura, j. 17.4.12, p. 30.4.12, v.u.; STJ, 1ª Seção, EREsp n. 609.266-RS, rel. Min. Teori
Albino Zavascki, j. 23.8.06, p. 11.09.06, v.u.
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal
condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. (Incluído pela
Lei nº 8.245, de 1991)
Art. 4º Não se beneficiará do disposto nesta lei aquele que, sabendo-se insolvente,
adquire de má-fé imóvel mais valioso para transferir a residência familiar, desfazendo-se ou
não da moradia antiga.
Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência
um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente.
NELSON CARNEIRO