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Art. 575.

A execução, fundada em título judicial (1), processar-se-á perante:


I – os tribunais superiores, nas causas de sua competência originária (2);
II – o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição (3);
III – (Revogado pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)
IV – o juízo cível competente, quando o título executivo for sentença penal
condenatória ou sentença arbitral (4). (Redação dada pela Lei nº 10.358, de
27.12.2001)
1. Competência para execução de título judicial. O presente artigo tratará da
competência para execução de título judicial, sendo a competência para execução de título
extrajudicial tratado pelo art. 475-P do CPC.
2. Causas de competência original dos tribunais superiores. Será do próprio tribunal
que julgou a causa originariamente a competência para a sua execução, garantindo lógica
com a regra de que o juízo da ação é o competente para a execução (CPC, 475-P, inc. I).
Trata-se de competência relativa, aplicando-se a possibilidade de executar no foro em que
estiverem os bens do devedor.
3. Juízo competente para a ação é o da execução. Trata-se de regra geral da
sistemática processual pátria, mas que não necessariamente precisa ser aplicada, tendo em
vista as reformas feitas no processo de execução pelaLei 11.232/2005 que permitiu que o
exequente optasse pelo juízo onde o processo de conhecimento se deu e o juízo do local
onde se encontram os bens do executado.
4. Competência para executar sentença penal condenatória e sentença arbitral. A
sentença penal condenatória transitada em julgado é título executivo judicial, que depende
de liquidação, via de regra, para ser executada (CPC, arts. 475-A a 475-H), devendo ser
aplicada a regra de competência prevista no art. 94 do CPC (foro do domicílio do réu). No
que tange à execução de sentença arbitral, que também se trata de título executivo judicial,
esta se regra pelo art. 475-P, III, do CPC. Também se trata de competência relativa, podendo
o credor optar pelo foro em que estão localizados os bens do devedor.
Art. 576. A execução, fundada em título extrajudicial, será processada perante o
juízo competente, na conformidade do disposto no Livro I, Título IV, Capítulos II e III
(1).
1. Competência para execução de título executivo extrajudicial. A regra para definição
da competência de execução de título executivo extrajudicial é encontrado nos
arts. 88 a 124 do CPC, que são as mesmas regras que vige a competência do processo de
conhecimento. Regra geral é que havendo foro de eleição, esta deverá ser observada (CPC,
art. 111), caso não haja, aplica-se o foro em que a obrigação deveria ser cumprida (CPC, art.
100, IV, a) ou, ainda, a regra geral que é o foro do domicílio do réu ( CPC, art. 94), nos
termos do acórdão relatado pelo Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira (STJ, 2ª Seção, CC
4.404-1-PR, j. 25.8.1993, v.u., DJU de 20.9.1993, p. 19132). Deve-se observar ainda as
regras específicas, por exemplo, caso se trate de obrigação de entrega de imóvel, aplica-se a
regra do art. 95, do CPC.
Art. 578. A execução fiscal (art. 585, VI) será proposta no foro do domicílio do
réu; se não o tiver, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado (1).
Parágrafo único. Na execução fiscal, a Fazenda Pública poderá escolher o foro de
qualquer um dos devedores, quando houver mais de um, ou o foro de qualquer dos
domicílios do réu; a ação poderá ainda ser proposta no foro do lugar em que se
praticou o ato ou ocorreu o fato que deu origem à dívida, embora nele não mais
resida o réu, ou, ainda, no foro da situação dos bens, quando a dívida deles se
originar (2).
Vide art. 5º da Lei n. 6.830, de 22/9/1980 (LEF). Súmula 58 do STJ.
1. Competência para execução fiscal. Trata-se de regra para a execução fiscal,
exclusivamente. A regra geral é que se verifique no foro do domicílio do réu, mas
subsidiariamente, pode se dar onde ele for encontrado.
2. Foro mais conveniente para execução fiscal. O parágrafo único deste dispositivo
amplia a possibilidade de foro competente para a execução fiscal, sendo que em caso
litisconsórcio passivo poderá a Fazenda ajuizar a execução no foro de qualquer dos
devedores e quando se tratar de devedor com diversos domicílios poderá propor a ação em
qualquer deles. Pode ainda a Fazenda optar pelo foro em que o ato ou o fato que gerou a
dívida ocorreu, bem como local em que se encontram os bens, quando a dívida se origine
destes (foros concorrentes).
Art. 579. Sempre que, para efetivar a execução, for necessário o emprego da força
policial, o juiz a requisitará (1).
1. Necessidade de força policial. Em caso de resistência do devedor ou de terceiros para
a concretização dos atos executivos, poderá o juiz requisitar força policial, aqui se
estendendo também para o uso de força policial militar ou civil, Exército, Marinha e
Aeronáutica, podendo inclusive ser força armada. É poder de polícia do magistrado para o
exercício da judicatura.
Art. 580. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação
certa, líquida e exigível, consubstanciada em título executivo (1) (2). (Redação dada
pela Lei nº 11.382, de 2006).
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.382, de 2006)
1. Condições de admissibilidade da execução. Para que a execução se dê, deve haver o
preenchimento das condições da ação e pressupostos processuais, caso não se verifiquem,
poderão ser alegadas e conhecidas, inclusive de ofício, a qualquer tempo e grau de
jurisdição, uma vez que se tratam de matérias de ordem pública (CPC, arts. 598; 267, §3º;
e 301, §4º). Há algumas condições de admissibilidade específicas do processo executivo que
são: (a) título executivo; (b) obrigação líquida, certa e exigível; e (c) possibilidade de exigi-
la. Caso não se verifique qualquer uma das condições elencadas, a petição inicial será
indeferida de plano, por carência de ação (CPC, art. 267, VI). Para a propositura da execução
é necessário o título executivo, necessariamente (CPC, art. 283).
2. Inadimplemento e exigibilidade. Houve alteração neste artigo sendo que não há mais
referência à inadimplemento, já que não é preciso que a dívida esteja vencida para que seja
possível a exigibilidade de seu cumprimento, por exemplo, em caso de falência ou
insolvência pode haver o vencimento antecipado da dívida.
Art. 581. O credor não poderá iniciar a execução, ou nela prosseguir, se o devedor
cumprir a obrigação (1); mas poderá recusar o recebimento da prestação,
estabelecida no título executivo, se ela não corresponder ao direito ou à obrigação;
caso em que requererá ao juiz a execução, ressalvado ao devedor o direito de
embargá-la (2).
Vide art. 313 do CC.
1. Cumprimento da obrigação. Em caso de cumprimento da obrigação pelo devedor, a
execução perde seu objeto, desaparecendo o interesse processual do credor.
2. Cumprimento da obrigação de forma diversa. Caso o devedor cumpra com a
obrigação de forma diversa da contratada junto ao credor a execução terá continuidade,
cabendo ao devedor embargar. É chamada de violação positiva do contrato, já que a
obrigação foi cumprida mas de forma diversa da contratada.
Art. 582. Em todos os casos em que é defeso a um contraente, antes de cumprida a
sua obrigação, exigir o implemento da do outro, não se procederá à execução, se o
devedor se propõe satisfazer a prestação, com meios considerados idôneos pelo
juiz, mediante a execução da contraprestação pelo credor, e este, sem justo motivo,
recusar a oferta (1).
Parágrafo único. O devedor poderá, entretanto, exonerar-se da obrigação,
depositando em juízo a prestação ou a coisa; caso em que o juiz suspenderá a
execução, não permitindo que o credor a receba, sem cumprir a contraprestação,
que lhe tocar (2).
Vide arts. 615 e 743, IV, do CPC e arts. 476, 477 e 495 do CC.
1. Cumprimento de obrigação após prestação do devedor. É a hipótese de contrato
bilateral ou sentença que reconheça a bilateralidade da obrigação, em que a prestação de
uma parte corresponde à contraprestação da outra. De tal sorte que permite ao juiz obste a
execução quando o devedor aceite cumprir com sua obrigação desde que o credor cumpra
com a sua. Há corrente (Carlos Alberto Carmona) que defende que o presente dispositivo
legal refere-se apenas à título executivo judicial, uma vez que o titulo executivo extrajudicial
para ser passível de ser executado deve ser líquido, certo e exigível, sendo assim não
permitiria a exceção de contrato não cumprido.
2. Depósito em juízo pelo devedor. Caso o devedor deposite a coisa ou a prestação em
juízo, o juiz suspenderá a execução, sendo que o credor só virá a recebê-la quando cumprir
com a sua parte do contrato, assemelha-se à consignação em pagamento. As custas
processuais serão arcadas por aquele que deu motivo ao ajuizamento do processo.
Art. 587. É definitiva a execução fundada em título extrajudicial (1); é provisória
enquanto pendente apelação da sentença de improcedência dos embargos do
executado, quando recebidos com efeito suspensivo (art. 739) (2). (Redação dada
pela Lei nº 11.382, de 2006).
1. Execução de título executivo extrajudicial. Este dispositivo legal esclarece como se
dará a execução de título extrajudicial, já que o procedimento para título judicial está
descrito no art. 475-I (cumprimento de sentença). Este dispositivo repete o que determinava
a Súmula 317 do STJ, entendendo que mesmo que penda de julgamento de apelação de
embargos à execução julgados improcedentes, a execução é definitiva (Súmula 317 do STJ).
Isto porque o art. 520, V, do CPC, dá apenas efeito devolutivo ao recurso em questão.
2. Execução provisória. Há a possibilidade de os embargos terem efeito suspensivo, o que
dependerá da força das alegações nele contidas, caso haja possibilidade haver danos ao
executado de difícil ou incerta reparação (CPC, art. 739-A, §1º), mas o que poderá ser
revertido pelo julgado a qualquer momento, nos termos do §2º, do art. 739-A, do CPC. Caso
tenha efeito suspensivo, a execução poderá ter prosseguimento, mas em caráter provisório,
até que decidida a apelação. Seguir-se-á o procedimento descrito no art. 475-O, do CPC.
Art. 592. Ficam sujeitos à execução os bens:
I – do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou
obrigação reipersecutória (1); (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
II – do sócio, nos termos da lei (2);
III – do devedor, quando em poder de terceiros (3);
IV – do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de sua
meação respondem pela dívida (4);
V – alienados ou gravados com ônus real em fraude de execução (5).
Vide art. 596 do CPC.
1. Direito de sequela. São os direitos reais e as obrigações reipersecutórias, que dá ao
credor o direito de perseguir o bem onde quer que esteja, fazendo com que o sucessor a
título singular não seja terceiro nesta execução.
2. Sócio. Os bens particulares dos sócios responderão por dívidas da empresa nos casos
previstos em lei. O patrimônio do sócio será objeto de constrição judicial, quando os bens da
sociedade não sejam suficientes para suportar as dívidas da sociedade (CC, art. 1.023),
dando ao(s) sócio(s) o benefício de ordem. Há ainda a possibilidade de o juiz determinar a
desconsideração da personalidade jurídica (CC, art. 50). Em se tratando de de sociedade em
nome coletivo (CC, art. 1.039), sociedade em comandita simples (CC, art. 1.045) e
sociedade irregular ou de fato (CC, art. 986), os sócios poderão ser parte na demanda, em
razão da solidariedade e por isso, sendo incluídos na demanda como partes, não há que se
falar em responsabilidade de terceiro e sim em responsabilidade patrimonial na qualidade de
devedor.
3. Bem em poder de terceiro. O devedor responderá à execução com seu patrimônio, não
importando se o bem está em sua posse ou na de terceiro. O fato do devedor não dispor da
posse direta do bem, não afasta sua responsabilidade patrimonial.
4. Bens do cônjuge. Caso os bens do próprio devedor não sejam suficientes para satisfação
da dívida, podem ser excutidos bens do cônjuge, pois se presume que as dívidas que
originaram a execução tenham sido contraídas em benefício da família, cabendo ao cônjuge
o ônus de provar o contrário (CC, arts. 1643 e 1644). No caso de comunhão universal de
bens todos os bens do casal responderão pelas dívidas contraídas, mesmo que somente por
um dos cônjuges, excluindo-se somente as exceções elencadas nos arts. 1667 e 1668, do
CC. No regime de comunhão parcial e participação final dos aquestos todas as dívidas
contraídas em favor do casal têm como garantia o patrimônio do casal, mesmo que realizada
por apenas um dos cônjuges (arts. 1644, 1659, IV, 1663, §1º, e 1677, todos do CC). Caso a
execução recaia sobre bem imóvel, obrigatoriamente, deverá o cônjuge ser intimado da
penhora (CPC, art. 655, §2º).
5. Fraude à execução. Tanto na fraude contra credores como na fraude à execução, ter-se-
á alienação de bens por parte do devedor, ou seja, disposição de bens, sendo que na fraude
contra credores o intuito é de prejudicar os credores, o de provocar a insolvência do
devedor, o de impedir a satisfação do crédito do credor e de ter ocorrido a alienação antes
de formada a relação jurídica processual, ou seja, antes do devedor ter sido citado em
qualquer processo. Enquanto na fraude contra à execução, a alienação deve acarretar
insolvência devedor, bem como deve existir a intenção fraudulenta por ambas as partes –
alienante e adquirente – quando da alienação do bem. Caso a alienação fraudulenta tenha se
dado antes de ajuizada a ação de execução, para que os bens retornem ao patrimônio do
devedor e possam ser objeto de penhora, necessária a propositura de ação pauliana (CC,
art. 161).
Art. 596. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da
sociedade senão nos casos previstos em lei (1); o sócio, demandado pelo
pagamento da dívida, tem direito a exigir que sejam primeiro excutidos os bens da
sociedade (2).
§ 1°. Cumpre ao sócio, que alegar o benefício deste artigo, nomear bens da
sociedade, sitos na mesma comarca, livres e desembargados, quantos bastem para
pagar o débito (3).
§ 2°. Aplica-se aos casos deste artigo o disposto no parágrafo único do artigo
anterior (4).
Ver art. 592, II, do CPC.
1. Bens particulares dos sócios. A primeira parte do caput apenas repete o que já está no
Código Civil no que se refere às sociedades de responsabilidade limitada. Tendo o sócio
direito de ordem, ou seja, que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade.
2. Regras para o benefício de ordem. Caso o sócio pretenda utilizar-se do benefício de
ordem deverá apontar bens da sociedade livres e desembaraçadas, estando na mesma
comarca em que corre a ação executiva.
3. Subrogação do sócio. O sócio estará pagando por dívida que não é sua, por este motivo
a ele também é dado o direito de sub-rogar-se nos direitos do credor e buscar sua pretensão
nos mesmos autos da execução ajuizada pelo credor.
Art. 597. O espólio responde pelas dívidas do falecido; mas, feita a partilha, cada
herdeiro responde por elas na proporção da parte que na herança lhe coube (1).
Ver arts. 1792, 1821 e 1997, do CC.
1. Dívidas do falecido. Trata-se de repetição do art. 1997 do CC, que limita a
responsabilidade dos herdeiros a força do quinhão da herança que receberam. Até que haja a
partilha as dívidas deverão ser executadas contra o espólio, após a partilha os herdeiros
serão legitimados para responder solidariamente, na proporção de seu quinhão.
Art. 600. Considera-se atentatório à dignidade da Justiça o ato do executado que:
(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
I – frauda a execução (1); (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
II – se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos (2);
(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
III – resiste injustificadamente às ordens judiciais (3); (Redação dada pela Lei nº
5.925, de 1º.10.1973)
IV – intimado, não indica ao juiz, em 5 (cinco) dias, quais são e onde se encontram
os bens sujeitos à penhora e seus respectivos valores (4). (Redação dada pela Lei nº
11.382, de 2006).
Ver art. 593, do CPC.
1. Atos atentatórios à dignidade da Justiça – fraude à execução. Oartigo 14, parágrafo
único, do CPC, traz também atos atentatórios contra a dignidade da justiça. A hipótese de
fraudar a execução, que é a alienação ou oneração de bens do devedor com a finalidade de
obstar a satisfação do credor (CPC, art. 593), além de ser ato inexistente, também traz a
penalidade ao devedor.
2. Oposição à execução. O devedor pode opor-se à execução, sendo punido pela lei
apenas se usar ardis e meios artificiosos.
3. Resistência às ordens judiciais. A resistência injustificada às ordens judiciais também
serão punidas com a penalidade prevista no art. 601 do CPC. Como exemplo, o devedor
deixa de juntar documentos que o juiz determinou, deixa de prestar informações.
4. Indicação de bens passíveis de penhora. Apesar da alteração do procedimento
executivo, que não deixa a cargo do devedor a indicação de bens passíveis de penhora nada
impede que assim ele o faça, podendo ser inclusive determinado pelo juízo para que o faça e
dê fim ao processo executivo. Este inciso é a hipótese mais objetiva de ato atentatório à
dignidade da Justiça. Caso o devedor seja intimado, deverá no prazo legal indicar onde se
encontram os bens penhoráveis sujeitos à responsabilidade executiva, (b) exibir prova de
sua propriedade, (c) se for o caso, demonstrar negativa de ônus sobre os bens e (d) abster-
se de obstruir a realização da penhora (CPC, art. 14, parágrafo único).
Art. 601. Nos casos previstos no artigo anterior, o devedor incidirá em multa fixada
pelo juiz, em montante não superior a 20% (vinte por cento) do valor atualizado do
débito em execução, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou
material, multa essa que reverterá em proveito do credor, exigível na própria
execução (1). (Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
Parágrafo único. O juiz relevará a pena, se o devedor se comprometer a não mais
praticar qualquer dos atos definidos no artigo antecedente e der fiador idôneo, que
responda ao credor pela dívida principal, juros, despesas e honorários advocatícios
(2). (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
1. Sanção econômica. Trata de pesada sanção econômica ao devedor que pratique
qualquer dos atos descritos no artigo anterior. A multa poderá ser aplicada em qualquer
momento processual.
2. Perdão. O juiz poderá perdoar a multa aplicada, desde que: a) o devedor indique fiador
idôneo para garantir o pagamento da dívida executada; e b) declaração de que se absterá de
praticar os atos atentatórios contra a dignidade da Justiça .
Art. 613. Recaindo mais de uma penhora sobre os mesmos bens, cada credor
conservará o seu título de preferência (1).
1. Vários credores, poucos bens. Caso haja vários credores e poucos bens que sejam
garantia comum em diversas execuções, o credor que primeiro averbar a penhora, no caso
de bem imóvel, é o que terá preferência (CPC, art. 659, §4º). No caso de bens imóveis terá
preferência aquele que primeiro efetivar a penhora nos termos do art. 644 do CPC.
Art. 614. Cumpre ao credor, ao requerer a execução, pedir a citação do devedor e
instruir a petição inicial:
I – com o título executivo extrajudicial (1); (Redação dada pela Lei nº 11.382, de
2006).
II – com o demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura da ação,
quando se tratar de execução por quantia certa (2); (Redação dada pela Lei nº
8.953, de 13.12.1994)
III – com a prova de que se verificou a condição, ou ocorreu o termo (art. 572) (3).
(Incluído pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
1. Título executivo. Para a propositura da ação executiva a sua petição inicial deve além
das regras do art. 282 do CPC conter elementos específicos descritos no presente artigo. O
título executivo extrajudicial é documento indispensável à propositura da ação de execução,
sem ele o devedor é carecedor de ação (CPC, art. 267, VI). Em relação aos títulos executivos
extrajudiciais eletrônicos, vide comentários do art. 585 do CPC.
2. Demonstrativo de débito. Na inicial já deve estar os cálculos que levem ao montante ao
final executado, contendo discriminadamente a parcela principal com correção monetária,
juros, multa de mora.
3. Verificou-se condição ou deu-se o termo. É ônus do credor provar que a condição
ocorreu ou que já se verificou o termo, caso a obrigação que se pretende executar seja
subordinada (CPC, art. 572), pois somente assim a obrigação será exigível.
Art. 615-A. O exequente poderá, no ato da distribuição, obter certidão comprobatória
do ajuizamento da execução, com identificação das partes e valor da causa, para
fins de averbação no registro de imóveis, registro de veículos ou registro de outros
bens sujeitos à penhora ou arresto (1). (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
§ 1°. O exequente deverá comunicar ao juízo as averbações efetivadas, no prazo de
10 (dez) dias de sua concretização (2). (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
§ 2°. Formalizada penhora sobre bens suficientes para cobrir o valor da dívida, será
determinado o cancelamento das averbações de que trata este artigo relativas
àqueles que não tenham sido penhorados (3). (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
§ 3°. Presume-se em fraude à execução a alienação ou oneração de bens efetuada
após a averbação (art. 593) (4). (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
§ 4°. O exequente que promover averbação manifestamente indevida indenizará a
parte contrária, nos termos do § 2° do art. 18 desta Lei, processando-se o
incidente em autos apartados (5). (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
§ 5°. Os tribunais poderão expedir instruções sobre o cumprimento deste artigo (6).
(Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
1. Certidão de execução. Trata-se de alteração dada pela Reforma da Execução
Extrajudicial (Lei 11.382/2006) que tem como objetivo dar maior efetividade ao processo de
execução, mas pode ser aplicado em cumprimento de sentença de forma análoga, fazendo
com que o credor, ao final, receba o que lhe é devido. Para tanto, altera consideravelmente o
momento em que a averbação da existência da ação executiva, fazendo com que a
publicidade se dê mais cedo e evitando com maior sucesso a fraude à execução (CPC, art.
593). Os cartórios de distribuição que devem emitir tal certidão aos autores da ação, sendo
os credores responsáveis pelo cadastro nos órgãos competentes. Caso o credor deixe de
pedir a certidão e proceder com as averbações necessárias, ainda assim poderá alegar
fraude à execução, mas terá o ônus de provar a má-fé do adquirente.
2. Prazo para informar o juízo. O credor terá até 10 (dez) dias para informar o juízo que
fez a averbação nos órgãos competentes sobre o ajuizamento da ação executiva. Não há
previsão legal de sanção pelo descumprimento desta regra, portanto não haverá nulidade
caso não seja observado, apesar de haver corrente que defenda opinião contrária
(possibilidade de declarar-se nulidade da averbação).
3. Penhora suficiente. Quando as penhoras forem efetivadas, far-ser-á em tantos bens
quantos os necessários para satisfazer os direitos do credor. Caso haja outros bens com
cadastro do ajuizamento da ação executiva, há a necessidade de se fazer a baixa dos
apontamentos.
4. Alienação e oneração de bens que tenham registro do ajuizamento da ação. No
caso será presumida a fraude à execução, considerando os atos que pretendem levar o
devedor à insolvência e, consequentemente, frustrar a execução, inexistentes, sem a
necessidade de ajuizamento de ação diversa (CPC, art. 593).
5. Publicidade de execução indevida. Caso o credor tenha ajuizado ação executiva
indevidamente, levando a distribuição desta a registro de forma a prejudicar o devedor,
ficará sujeito a responder por perdas e danos que deu causa em autos apartados, aplicando-
se as penalidades dos litigantes de má-fé (CPC, art. 18, §2º), assim a indenização por perdas
e danos estará limitada a 20% do valor da causa, mas valores que ultrapassem este teto
poderão ser pedidos por meio de ação autônoma.
6. Regra de organização judiciária. Por se tratar de regra de organização judiciária,
caberá aos próprios tribunais normatizar sobre como se dará a emissão de certidões tratadas
neste artigo.
Art. 620. Quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz
mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor (1).
Ver arts. 668 e 716 do CC; art. 615, I, do CPC; Súmula 417 do STJ.
1. Princípio da menor onerosidade. Trata-se de um dos princípios que norteia a
execução, também conhecido como principio da proporcionalidade, já que a execução busca
a satisfação dos direitos do credor e não a punição do devedor. Assim poderá o devedor
pedir a substituição de bem penhorado (CPC, Art. 668), pedir para figurar como depositário
do bem penhorado (CPC, art. 666, §1º), pedir para que a alienação dos seus bens não se dê
por preço vil (CPC, 690, § 1º).
Art. 621. O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título
executivo extrajudicial, será citado para, dentro de 10 (dez) dias, satisfazer a
obrigação ou, seguro o juízo (art. 737, II), apresentar embargos (1). (Redação dada
pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)
Parágrafo único. O juiz, ao despachar a inicial, poderá fixar multa por dia de atraso
no cumprimento da obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a alteração, caso
se revele insuficiente ou excessivo (2). (Incluído pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)
1. Entrega de coisa certa. Trata-se de procedimento que visa a entrega da coisa devida,
especificamente, mas que podem acabar em execução de quantia. Na petição inicial deverá
haver descrição exata do objeto que o credor pretende, individualizando-a inequivocamente.
Esta execução para entrega de coisa certa tem como elemento essencial o título executivo
extrajudicial, em se tratando de título executivo judicial, o procedimento de cumprimento de
sentença está disciplinado no art. 475- I, caput, do CPC. O devedor, depois de citado (citação
por oficial de justiça ou por edital, não se aceitando pelo correio – CPC, art. 222, d) deverá
em 10 (dez) dias entregar a coisa; apresentar embargos (prazo de 15 dias, fixado no art.
738, do CPC, já que se trata de lei posterior que acabou por revogar anterior), não havendo
necessidade de caucionar o juízo, já que o art. 737, do CPC foi revogado; ou permanecer
inerte, o que levará à expedição de mandado de imissão na posse ou busca e apreensão em
favor do credor. Se a coisa objeto da execução for litigiosa (CPC, art. 219), ficará
caracterizada a fraude à execução, devendo-se intimar o terceiro adquirente, na forma do
art. 626, do CPC. Caso a coisa tenha se deteriorado, estiver em poder de terceiro e não se
tenha reclamado ou tenha se extraviado, a questão será resolvida em pagamento de quantia
somado a indenização por perdas e danos que tenha sofrido, transformando-se em execução
de quantia certa.
2. Astreintes. Trata-se de multa que poderá ser fixada pelo juiz para pressionar,
economicamente, o devedor a entregar a coisa devida ao credor. O valor da multa por atraso
pode ser modificada a qualquer tempo, de ofício ou a pedido da parte, tanto para majorá-la
quanto para minorá-la. A multa não será aplicada se o devedor depositou a coisa em juízo
apenas com o objetivo de obter efeito suspensivo em seus embargos à execução (CPC, art.
622).
Art. 622. O devedor poderá depositar a coisa, em vez de entregá-la, quando quiser
opor embargos (1). (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
1. Segurança do juízo. Não há necessidade de assegurar o juízo para a oposição de
embargos do devedor, trata-se de alteração imposta pela Lei 11.382/06 que revogou o art.
737, do CPC. O devedor poderá opor embargos no prazo de 15 dias, contados da juntada do
mandado de citação aos autos, independente do depósito da coisa. Caso queira efeito
suspensivo aos seus embargos, depositará a coisa em litígio.
Art. 623. Depositada a coisa, o exequente não poderá levantá-la antes do julgamento
dos embargos (1). (Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
Ver art. 791, I, do CPC.
1. Consequencia do depósito da coisa. Se o devedor depositou a coisa em juízo, não
poderá o credor levantá-la até a decisão dos embargos, julgados procedentes o devedor
levantará a coisa, julgados improcedentes quem levantará será o credor. Este dispositivo
deverá ser interpretado em leitura conjunta com o art. 587, do CPC – execução definitiva e
provisória.
Art. 624. Se o executado entregar a coisa, lavrar-se-á o respectivo termo e dar-se-á
por finda a execução, salvo se esta tiver de prosseguir para o pagamento de frutos
ou ressarcimento de prejuízos (1). (Redação dada pela Lei nº 10.444, de
7.5.2002)
Ver art. 581 do CPC e arts. 233 e 234 do CC.
1. Entrega da coisa – consequências. Importante diferenciar o depósito da entrega
da coisa. O depósito evidencia que o devedor pretende discutir a execução, com a oposição
de embargos. Enquanto a entrega é a vontade de colocar fim à execução que se demonstra
pelo adimplemento a obrigação. Com a entrega da coisa finaliza-se a execução, mas se não
for suficiente ou se houver perdas e danos pelo atraso na entrega da coisa (prejuízos), a
execução terá continuidade como execução de obrigação de pagar quantia certa – nos
mesmos autos. O credor poderá pedir lucros cessantes (frutos que deixou de perceber com a
abstenção da coisa) e danos emergentes (são os prejuízos causados pelo devedor ou por
terceiro decorrente da mora).
Art. 625. Não sendo a coisa entregue ou depositada, nem admitidos embargos
suspensivos da execução, expedir-se-á, em favor do credor, mandado de imissão na
posse ou de busca e apreensão, conforme se tratar de imóvel ou de móvel (1).
(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
1. Mandado de imissão na posse ou de busca e apreensão. O mandado será de imissão
na posse se tratar de bem imóvel, sendo de busca e apreensão se for bem móvel. Será
emitido nas seguintes circunstancias: (i) a coisa não foi depositada ou entregue; (ii) não
foram admitidos embargos à execução com efeito suspensivo; (iii) se o devedor não
embargou. Por respeito ao princípio da economia processual o mandado de citação, em
regra, já também prevê a apreensão do bem ou a imissão na posse, sem a necessidade de
outro mandado com esta finalidade.
Art. 629. Quando a execução recair sobre coisas determinadas pelo gênero e
quantidade, o devedor será citado para entregá-las individualizadas, se lhe couber a
escolha; mas se essa couber ao credor, este a indicará na petição inicial (1).
Ver arts. 243 e 246 do CC.
1. Entrega de coisa incerta – escolha. Quando a coisa a ser entregue não é
individualizada, ou seja, apenas pelo gênero e quantidade, tem-se a obrigação de entregar
coisa incerta. A escolha dos indivíduos que serão entregues em regra é do devedor (CC, art.
244), mas caso haja acordo em contrário, ou seja, que o direito de escolha pertence ao
credor, neste caso, deverá haver a descrição do que se pretende receber logo na petição
inicial, caso deixe de fazê-lo a escolha passa a ser do devedor.
Art. 630. Qualquer das partes poderá, em 48 (quarenta e oito) horas, impugnar a
escolha feita pela outra, e o juiz decidirá de plano, ou, se necessário, ouvindo perito
de sua nomeação (1).
1. Impugnação do ato de concentração. Caso a escolha tenha sido feita por quem de
direito, a outra parte poderá impugná-la em até 48 horas (prazo contado minuto a minuto),
o juiz deverá decidir a questão, podendo ouvir perito, caso entenda necessário. As partes
poderão recorrer desta decisão por meio de agravo de instrumento.
Art. 647. A expropriação consiste:
I – na adjudicação em favor do exequente ou das pessoas indicadas no § 2º do art.
685-A desta Lei (1); (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
II – na alienação por iniciativa particular (2); (Redação dada pela Lei nº 11.382, de
2006).
III – na alienação em hasta pública (3); (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
IV – no usufruto de bem móvel ou imóvel (4). (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
1. Adjudicação. A ordem elencada neste artigo demonstra em uma preferência em sua
utilização de acordo com a sua posição no dispositivo. A expropriação é ato do Estado em
que se aliena bens do devedor, convertendo em pecúnia, com a finalidade de pagar o credor.
A adjudicação do bem poderá ser feita pelo exequente ou por cônjuge, descendentes ou
ascendentes do próprio devedor, fazendo com que o bem permaneça na família (CPC, art.
685-A). Para que haja a adjudicação não é necessários editais, praça sem lançador, como
vigia na sistemática anterior, porém o valor da adjudicação deve ser a de avaliação do bem.
2. Alienação por iniciativa particular. É a venda do bem que integra o patrimônio do
devedor a terceiro por iniciativa do exequente, sendo que os valores arrecadados servem
para satisfazer os direitos do credor (CPC, art. 685-C).
3. Alienação em hasta pública. A alienação em hasta pública é a opção que pode trazer
maiores prejuízos ao devedor, já que se o bem não for arrematado em primeira praça ou
leilão, em uma segunda oportunidade o valor de oferta pode ser inferior ao da avaliação
(CPC, art. 686).
4. Usufruto. Nesta modalidade de expropriação de bens o devedor não perde a propriedade,
mas apenas terá limitação desta já que ao credor é dado o direito de usar e gozar da coisa.
O Usufruto está disciplinado nos arts. 716 a 729 do CPC (CPC, arts. 677 e 708, III).

Art. 649
1. Bens declarados inalienáveis. O presente dispositivo trará rol exemplificativo dos bens
absolutamente impenhoráveis. A razão para que tais bens integrem esta lista é de natureza
social e humanista (CF, art. 1º, III), visando à manutenção do mínimo para a sobrevivência
do devedor. Os bens declarados são aqueles que constam como sendo impenhoráveis e
inalienáveis na escritura de doação ou no testamento, bem como na instituição de bem de
família.
2. Bens que guarnecem o lar. Os bens que guarnecem o lar do devedor, que garantam
sua sobrevivência com o mínimo de conforto também estarão a salvo da penhora, a menos
que se tratem de bens luxuosos e de alto valor. A expressão médio padrão de vida é
expressão aberta que admite interpretação de acordo com o tempo e local em que a causa
se dê.
3. Vestuário. Tratam-se de bens de uso pessoal que também resguardam o mínimo
existencial do devedor, salvo aqueles que tiverem elevado valor
4. Remuneração lato sensu. Este inciso traz rol extenso de recebimentos de trabalhadores
e seus dependentes que também não serão atingidos pela execução, possuem natureza
alimentar.
5. Bens necessário ao exercício da profissão. São indispensáveis para que o devedor
continue trabalhando, por este motivo, por lhe tirar a subsistência também são tidos como
impenhoráveis. As quotas sociais da empresa são penhoráveis por dívidas pessoais do sócio.
6. Seguro de vida. O seguro de vida também fica a salvo da execução em decorrência da
natureza do contrato, já que o segurado contrata para beneficiar terceiro, mesmo que o
terceiro seja o executado estará o contrato de seguro fora dos bens tidos por penhoráveis já
que o recebimento do prêmio depende do pagamento da apólice pelo segurado até que se dê
o evento morte. Caso o beneficiário já tenha recebido o valor do prêmio, este será passível
de penhora em decorrência de dívidas dele, beneficiário.
7. Materiais de obras em andamento. A penhora de tais materiais traria duplo prejuízo ao
devedor, já que terá bens penhorados e a obra parada.
8. Pequena propriedade rural. Trata-se de previsão constitucional que foi reforçada com
sua presença na lei processual civil (CF, art. 5º, XXVI), mesmo que se trate de dívida
decorrente de financiamento agropecuário.
9. Recursos públicos recebidos por instituições privadas. Com a finalidade de ser
aplicada em educação, saúde e assistência social. Tem razão de ser porque estes recursos
estão dirigidos para questões de interesse público que se sobrepõe ao interesse privado do
credor.
10. Poupança. Limitado até 40 salários mínimos. Foi a forma que o legislador encontrou
para proteger o pequeno investidor que via de regra se utiliza deste tipo de investimento
(poupança) para guardar suas economias. O valor pode estar concentrado em uma única
conta ou em diversas contas, sendo que será respeitada a impenhorabilidade do limite
descrito no dispositivo.
11. Recursos do fundo partidário de partido político. Trata-se de garantia processual
de afastar a penhora de recursos públicos de fundos partidários recebidos por partidos
políticos. Além do rol acima apresentado, também são impenhoráveis os bens públicos (CF,
arts 20 a 26); o bem de família, imóvel residencial que é utilizado como moradia da família
(Lei 8009/90 e Súmula 205 do STJ)
12. Dívida decorrente do próprio bem. Mesmo que se trate de bem de família, caso a
dívida seja decorrente do próprio bem (financiamento, taxa condominial, impostos prediais
etc.), será passível de penhora. Para a expressão família entende-se como sendo um dos
pais com seu(s) filho(s); casal em união estável; união de pessoas do mesmo sexo; moradia
de irmãos; mesmo do solteiro que vive só, já que a lei pretende preservar o direito
fundamental à moradia.
13. Prestação alimentícia. Os valores recebidos descritos no inciso IV acima são
penhoráveis se a dívida for decorrente de pensão alimentícia.

Ver art. 4º da Lei 8009/90; arts. 813 e 1715, do CC; Súmulas 205 e 451 do STJ; art.
734 do CPC; art. 5º, parágrafo único, do Decreto-lei 911/69; art. 114, da Lei
8213/91.

Art. 650. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e rendimentos dos
bens inalienáveis, salvo se destinados à satisfação de prestação alimentícia (1).
(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
1. Frutos e rendimentos. São os bens relativamente impenhoráveis, já que na falta de
outros bens passiveis de penhora, poderão garantir a execução. Há exceção prevista no
próprio dispositivo legal: caso seja destinado à satisfação de prestação alimentícia.
Art. 651. Antes de adjudicados ou alienados os bens, pode o executado, a todo
tempo, remir a execução, pagando ou consignando a importância atualizada da
dívida, mais juros, custas e honorários advocatícios (1). (Redação dada pela Lei nº
11.382, de 2006).
Ver arts. 304 e 305 do CC; art. 19, I e II, da Lei 6830/80; art. 693 do CPC.
1. Remição. Trata-se de pagamento da dívida pelo devedor do valor total devido (principal
devidamente corrigido, encargos moratórios, custas judiciais e honorários advocatícios),
deve ser feita antes da adjudicação e alienação de bens. Tem que se destacar que remissão
(com dois s) é perdão da dívida (CC, arts. 385 a 388), diferentemente de remição, aqui
tratada e escrita com ç, que é o pagamento do devido pelo devedor. A remição leva a
extinção da execução (CPC, art. 794, I). O ato do juiz que defere o pedido de remição é
agravável.

Art. 655-A
1. Penhora on line. O dinheiro e aplicação financeira são os bens passíveis de penhora que
encabeçam a lista de bens que preferencialmente serão expropriados do devedor com a
finalidade de excutir a dívida. Desta forma, para facilitar a constrição judicial, o juiz, a pedido
da parte, determinará a penhora on line, que é feito a autoridade do sistema financeiro-
bancário, nos dias de hoje, por meio de sistema eletrônico e digital.
2. Limite. O valor da penhora on line não excederá o valor da execução.
3. Impenhorabilidade. Em caso de impenhorabilidade do saldo depositado, por exemplo,
caso de conta salário, conta em que se receba aposentaria ou pensão etc. (CPC, art. 649), a
constrição será feita, devendo o executado provar que os valores ali depositados são
impenhoráveis. Caso consiga a penhora será cancelada pelo juiz.
4. Penhora de percentual de faturamento da empresa. Em caso de penhora de
faturamento da empresa deverá haver nomeação de depositário que terá as seguintes
funções: verificar se a constrição judicial é aprovada pelo juízo; prestar contas mensais; e
entregar as quantias arrecadadas ao exequente.
5. Partido político. Em caso de execução em face de partido político deve se verificar se a
conta bancária é de titularidade exclusiva do partido executado, limitando-se o órgão
responsável (municipal, estadual e nacional) não havendo solidariedade entre eles. Trata-se
de ratificação dos termos do art. 15-A, da Lei 9.096/95.

Art. 652
1. Citação do executado. Recebendo a petição inicial de execução, o juiz fixará os
honorários advocatícios e em caso de pagamento dos valores executados a verba honorária
será reduzida à metade. O mandado de citação da execução já contém ordem para
pagamento da dívida em 3 dias.
2. Não pagamento imediato. Caso o devedor não pague nos 3 dias determinados, o oficial
de justiça, portando uma segunda via do mandado fará penhora de bens do executado,
tantos quantos forem necessários para a satisfação da dívida. No mesmo ato intimará o
devedor da penhora realizada. Caso seja possível, o oficial de justiça também fará a
avaliação dos bens penhorados (CPC, art. 680), lavrando auto de penhora e avaliação.
3. Indicação de bens pelo credor. Caso o credor tenha conhecimento da existência de
bens do devedor passíveis de penhora já os poderá indicar na petição inicial.
4. Indicação de bens pelo devedor. O juiz poderá intimar o devedor para indicar bens
passíveis de penhora a qualquer momento.
5. Intimação do devedor. Para efeito do inciso anterior, a intimação do devedor poderá ser
feita na pessoa de seu advogado, caso não tenha, será pessoalmente.
6. Não localização do devedor. É comum não se encontrar o devedor para intimá-lo da
penhora, forma que dificulta e atrasa os procedimentos executivos. Assim, o oficial de justiça
descreverá as diligências feitas e levará a conhecimento do juízo que dispensará a intimação
ou mandará o oficial proceder com novas diligências.
Art. 653. O oficial de justiça, não encontrando o devedor, arrestar-lhe-á tantos bens
quantos bastem para garantir a execução (1).
Parágrafo único. Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de
justiça procurará o devedor três vezes em dias distintos; não o encontrando,
certificará o ocorrido (2).
Ver art. 813 do CPC.
1. Arresto. Caso o oficial de justiça, durante as diligências para citação do executado, não o
encontrar, deve arrestar seus bens indicando depositário. Trata-se de ato que não precisa de
autorização do juiz, ou seja, o oficial de justiça não deve devolver o mandado de citação e
penhora negativo, sem antes buscar por bens do devedor para arrestar.
2. Não localização do devedor após o arresto. Depois de arrestados os bens do
executado, o oficial de justiça o procurará por mais três vezes, caso não o encontre deverá
certificar nos autos.
Art. 654. Compete ao credor, dentro de 10 (dez) dias, contados da data em que foi
intimado do arresto a que se refere o parágrafo único do artigo anterior, requerer a
citação por edital do devedor. Findo o prazo do edital, terá o devedor o prazo a que
se refere o art. 652, convertendo-se o arresto em penhora em caso de não-
pagamento (1).
Ver art. 11 da Lei 6830/80; arts. 231, 813 e 818 do CPC.
1. Citação por edital e conversão do arresto em penhora. Caso o devedor não seja
localizado para ser citado, o credor será intimado para que faça a citação por edital. Ao fim
do prazo do edital, em até três dias o executado poderá pagar o que é devido nos termos
do art. 652, do CPC, não o fazendo o arresto será convertido em penhora.
Art. 655-B. Tratando-se de penhora em bem indivisível, a meação do cônjuge alheio
à execução recairá sobre o produto da alienação do bem (1). (Incluído pela Lei nº
11.382, de 2006).
1. Meação. A meação, no sistema de execução vigente anteriormente, praticamente
impossibilitava a penhora de bens. Para sanar o problema que se verificava anteriormente e
que levava a insatisfação de inúmeros credores, a reforma do sistema de execução permitiu
que o bem indivisível sobre o qual recaia a meação seja passível de ser penhorado, tão
somente sua quota ideal de 50%, e alienado integralmente, sendo a metade do resultado da
alienação entregue ao cônjuge inocente.
1. Substituição de bens penhorados. A substituição de bens penhorados tanto poderá ser
feita pelo exequente como pelo executado. Os incisos elencam as hipóteses em que a
substituição poderá ser requerida.
2. Ordem legal. Deve a parte que pediu a substituição provar que a penhora do bem fora
da ordem de preferência judicial lhe trouxe prejuízo.
3. Bens indicados em lei, contrato ou ato judicial. Caso a penhora recaia em bem
diverso daquele legalmente, contratualmente ou judicialmente indicado.
4. Localização dos bens. Caso exista bens na comarca em que a execução se dá, mas os
bens indicados localizam-se em local diverso, fazendo com que haja necessidade de carta
precatória e demais custas e demora desnecessárias ao deslinde do feito.
5. Bens livres e bens sobre os quais já pesa gravame. Caso o bem constrito já tenha
gravames, mas o exequente tenha outros bens livres de ônus, estes serão preferidos.
6. Liquidez. Os bens de baixa liquidez ou inegociáveis também poderão ser substituídos, via
de regra esta hipótese é levantada pelo exequente.
7. Fracasso na tentativa de alienação do bem. Caso o bem já tenha sido levado a praça
ou leilão, mas não foi alienado.
8. Falta de informações a serem prestadas pelo devedor. O devedor tem o ônus de
prestar informações sobre o bem, sobretudo aquelas que se referem aos valores dele.
9. Devedor deve auxiliar o juízo na busca da satisfação do credor. Esta disposição
ratifica os termos do art. 600 do CPC que considera ato atentatório à dignidade da justiça o
executado que resiste às ordens judiciais, sendo que as penas para isto são às verificadas no
art. 14 do CPC.
10. Fiança bancária e seguro garantia judicial. É permitida a substituição da penhora
por fiança bancária ou seguro fiança, desde que supere em 30% o valor da execução, isto se
dá para que não haja necessidade de troca ou reforço da garantia prestada em curto espaço
de tempo.
11. Bem imóvel – anuência do cônjuge. Caso o executado ofereça bem imóvel para
substituir outro bem já constrito, deverá haver a anuência do cônjuge ou companheiro, sob
pena de ser negado pelo juízo.
Art. 657. Ouvida em 3 (três) dias a parte contrária, se os bens inicialmente
penhorados (art. 652) forem substituídos por outros, lavrar-se-á o respectivo
termo (1). (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
Parágrafo único. O juiz decidirá de plano quaisquer questões suscitadas (2).
(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
1. Impugnação em relação ao pedido de substituição. Após o pedido de substituição do
bem penhorado, o juiz dará oportunidade para que a parte adversa se manifeste, em 3 dias.
Caso ao final o bem venha a ser substituído, há a necessidade de se lavrar novo termo de
penhora, inclusive com a nomeação de depositário.
2. Decisão das impugnações. O pedido de substituição será decidido pelo juiz da
execução, sendo que desta decisão caberá agravo.
Art. 658. Se o devedor não tiver bens no foro da causa, far-se-á a execução por
carta, penhorando-se, avaliando-se e alienando-se os bens no foro da situação (1)
(art. 747).
Ver Súmula 46 do STJ.
1. Bens fora da comarca da execução. Em caso haver bens apenas fora da comarca em
que se dá a execução, haverá necessidade de carta precatória para os seguintes atos:
penhora, avaliação e alienação. Em regra, é feita uma única carta para os três atos.
Art. 685-A. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação,
requerer lhe sejam adjudicados os bens penhorados (1). (Incluído pela Lei nº 11.382,
de 2006).
§ 1º. Se o valor do crédito for inferior ao dos bens, o adjudicante depositará de
imediato a diferença, ficando esta à disposição do executado; se superior, a
execução prosseguirá pelo saldo remanescente (2). (Incluído pela Lei nº 11.382, de
2006).
§ 2º. Idêntico direito pode ser exercido pelo credor com garantia real, pelos credores
concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, pelos
descendentes ou ascendentes do executado (3). (Incluído pela Lei nº 11.382, de
2006).
§ 3º. Havendo mais de um pretendente, proceder-se-á entre eles à licitação; em
igualdade de oferta, terá preferência o cônjuge, descendente ou ascendente, nessa
ordem (4). (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
§ 4º. No caso de penhora de quota, procedida por exequente alheio à sociedade,
esta será intimada, assegurando preferência aos sócios (5). (Incluído pela Lei nº
11.382, de 2006).
§ 5º. Decididas eventuais questões, o juiz mandará lavrar o auto de adjudicação (6).
(Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).

1. Adjudicação. A adjudicação é instituto jurídico pelo qual o credor, ou alguns dos


legitimados descritos neste dispositivo legal, apropria-se dos bens do devedor para
pagamento da dívida integral ou parcialmente. Já se trata de ato expropriatório (CPC, art.
647) que somente se dá após a penhora e avaliação do bem a ser adjudicado. A adjudicação
pode recair sobre todos os bens penhorados ou apenas parte deles. Os requisitos para
adjudicação é que deve haver autorização legal para que o interessado possa adjudicar o
bem; deve haver pedido expresso nos autos da execução; o preço a ser oferecido não pode
ser inferior ao valor da avaliação. Não há prazo para adjudicação ser feita, mas em
decorrência da sequencia processual poderá ser requerida a partir da avaliação e irá até o
início da alienação por iniciativa particular ou hasta pública.
2. Exequente. O primeiro legitimado a adjudicar é o exequente dos autos em que a penhora
se deu. A entrega do bem será pagamento total ou parcial da dívida objeto da execução.
Caso o exequente adjudique o bem, em sendo o valor do bem superior ao valor da execução,
deverá depositar a diferença em juízo imediatamente. Se o valor do bem adjudicado for
inferior ao valor da execução, poderá continuar a execução pelo saldo remanescente.
3. Credor com garantia real. Outro legitimado para adjudicar é o credor que tenha o bem
penhorado como garantia real. Este credor não precisará que haja execução e penhora para
ficar com o bem.
4. Demais credores. Os outros credores que tenham penhorado o mesmo bem. Os
credores quirografários terão direito à adjudicação apenas se houver demanda executiva e a
penhora coincida com o mesmo bem do executado para poder adjudica-lo.
5. Cônjuge, companheira, ascendente, descendente do executado. Esta é a
oportunidade de se manter o bem no seio da família do executado, sendo a ordem deste
parágrafo preferencial.
6. Sociedade ou sócio. É dada a oportunidade de adjudicação à própria sociedade ou ao
outro sócio, no caso de penhora sobre quotas da empresa. Desta forma, evita-se a entrada
de estranhos na sociedade, respeitando-se a affectio societatis. No caso da adjudicação se
dar por pessoa diversa do credor, o valor de avaliação e de adjudicação do bem será
revertida ao credor para pagamento total ou parcial da dívida. Na hipótese de haver mais de
um interessado no bem, deverá haver licitação, a menos que haja alguém com direito de
preferência (cônjuge, ascendente e descendente). A decisão que defere a adjudicação é
interlocutória podendo ser recorrida por meio de agravo de instrumento.

Art. 690
1. Arrematação – pagamento. Via de regra o pagamento pelo produto da hasta será à
vista, com o pagamento imediato. Poderá ser feito em até 15 dias, para tanto deverá o
arrematante oferecer caução idônea.
2. Bem imóvel – possibilidade de parcelamento. Caso se trate de bem imóvel o
parcelamento é possível, mas a lei já fixa que no mínimo 30% do valor será pago
imediatamente e o saldo será parcelado, porém com a garantia de hipoteca sobre o bem
alienado.
3. Diversos lanços. Caso haja mais de um interessado, as propostas serão juntadas aos
autos contendo suas particularidades, para que o critério para escolha do lanço vencedor
seja divulgado.
4. Escolha da proposta vencedora. A proposta vencedora será escolhida dentre as outras
por ser a mais conveniente e interessante.
5. Pagamento a prazo – forma de pagamento. Em se tratando de pagamento a prazo e
considerando que o valor do bem supere o valor da execução, o arrematante pagará até que
esteja quitada a dívida ao exequente, depois pagará o valor residual ao executado.
Art. 736. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá
opor-se à execução por meio de embargos (1). (Redação dada pela Lei nº 11.382,
de 2006).
Parágrafo único. Os embargos à execução serão distribuídos por dependência,
autuados em apartado e instruídos com cópias das peças processuais relevantes,
que poderão ser declaradas autênticas pelo advogado, sob sua responsabilidade
pessoal (2). (Redação dada pela Lei nº 12.322, de 2010)
Ver arts. 741 e 745 do CPC.
1. Impugnação da execução. A forma pela qual o executado poderá impugnar a execução
de título executivo extrajudicial é por meio dos embargos à execução, em 15 dias contados
da juntada do mandado citatório. Os embargos à execução é processo de conhecimento
incidental à execução, assim sua petição inicial deve conter os elementos indicados no art.
282 e ss. do CPC. A competência para julgar os embargos à execução é a mesma que da
execução, tratando-se de competência absoluta e indeclinável. Para que possa opor os
embargos à execução não precisará apresentar bens à penhora, caução ou depósito, como
ocorria na sistemática anterior. No entanto, os embargos à execução não suspendem a
execução, que continuará a transcorrer no curso dos embargos. Para a execução de título
executivo judicial, ou seja, na fase de cumprimento de sentença, a forma de defesa do réu é
a impugnação (CPC, arts. 475-J e ss.)
2. Procedimento dos embargos à execução. Deverá ser distribuído por dependência à
execução, mas autuados em apartado. Por este motivo deverão conter cópias das peças da
execução que se entenda necessárias, podendo ser cópias simples, sendo a sua
autenticidade declarada pelo próprio advogado, sob pena de responder pessoalmente, civil e
criminalmente.

Art. 738. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contados da


data da juntada aos autos do mandado de citação (1). (Redação dada pela Lei nº
11.382, de 2006).
§ 1º. Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar
conta-se a partir da juntada do respectivo mandado citatório, salvo tratando-se de
cônjuges (2). (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
§ 2º. Nas execuções por carta precatória, a citação do executado será imediatamente
comunicada pelo juiz deprecado ao juiz deprecante, inclusive por meios eletrônicos,
contando-se o prazo para embargos a partir da juntada aos autos de tal
comunicação (3). (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
§ 3º. Aos embargos do executado não se aplica o disposto no art. 191desta Lei (4).
(Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
Ver art. 16, caput, da Lei 6830/80.
1. Prazo para oposição dos embargos à execução. Os embargos à execução serão
apresentados em 15 dias, contados da juntada do mandado de citação, sendo as partes
deste o contrário da execução, ou seja, o exequente figurará como embargado e o executado
como embargante. No caso da embargante ser a Fazenda Pública, seu prazo será de 30 dias
para a apresentação (ver comentário feito no art. 730). Caso haja direito de terceiros sendo
atingido pela execução, este poderá opor embargos de terceiro (CPC, arts. 1046 e ss).
2. Litisconsório passivo na execução. Caso haja diversos executados, o prazo é
individual, ou seja, será contado da juntada do mandado de citação de cada um dos
executados, sendo que a defesa de um ao outro não aproveita. Há exceção: quando os
executados são casados, hipótese em que a citação de um deles configura a citação do
outro, presumindo-se que a ciência de um configura a ciência do outro devido à comunhão
de vida tida entre eles.
3. Citação do executado por carta precatória. Em caso citação do executado por carta
precatória, que se dará sempre que o executado resida em local diverso daquele em que a
ação foi ajuizada, a citação será imediatamente informada ao juízo deprecante, podendo ser
utilizada a via eletrônica, sendo o prazo contado da juntada desta informação nos autos da
citação do executado.
4. Não aplicação dos benefícios do art. 191 do CPC. No caso de em uma única execução
haver diversidade de pessoas no polo passivo, mesmo que cada um seja representado por
um advogado diferente o prazo para apresentação dos embargos à execução será de 15 dias
a contar da juntada do mandado de citação do executado/embargante.

Art. 739. O juiz rejeitará liminarmente os embargos:


1. Rejeição dos embargos à execução. Os embargos à execução poderão ser rejeitados
pelos motivos elencados no art. 285 do CPC. Mas como motivos específicos, tem-se como
primeiro deles, a intempestividade em sua oposição. O prazo de 15 dias, previsto no art.
738 é peremptório, sendo que sua inobservância levará à rejeição da defesa do
executado/embargante.
2. Inépcia da inicial. Outro motivo para a rejeição dos embargos à execução de plano pelo
juiz é em decorrência da inépcia da inicial. Como já dito nos comentários do art. 736, os
embargos à execução é ação autônoma e de conhecimento, sendo que sua inicial deverá
conter todos os elementos descritos nos arts. 282 e ss do CPC.
3. Protelatórios. Caso seja evidente que o objetivo dos embargos à execução sejam
protelar a satisfação do crédito do exequente, os mesmos serão rejeitados de plano pelo juiz.
Da decisão que rejeita os embargos, será impugnada por meio do recurso de apelação (CPC,
arts. 513 e ss), sendo que se rejeitado de plano pelo juiz, poderá o mesmo, em 48 horas,
reconsiderar sua decisão (CPC, art. 296). A apelação interposta de decisão de embargos à
execução que rejeitou liminarmente ou julgou-os improcedentes será recebida no efeito
devolutivo, tão somente, nos termos do art. 520, V, do CPC.

Art. 739-A. Os embargos do executado não terão efeito suspensivo (1). (Incluído
pela Lei nº 11.382, de 2006).
1. Efeito suspensivo. Em regra, os embargos à execução não darão efeito suspensivo à
execução que continuará seu curso, inclusive com a expropriação de bens do devedor.
2. Possibilidade de efeito suspensivo. O juiz poderá determinar que se suspenda o curso
da execução, caso entenda que (i) há motivo relevante para fazê-lo; (ii) a continuidade do
processo executivo trará grave e irreversível prejuízo ao executado; e (iii) deve haver
caução, penhora ou depósito suficiente para garantir o pagamento do quantum devido.
Devem estar presentes os três requisitos descritos no artigo de lei.
3. Reconsideração. O efeito dado aos embargos poderá ser objeto de reconsideração do
juiz a qualquer tempo, desde que requerida pela parte e devidamente fundamentada (CF,
art.93, IX). Tal decisão pode ser alterada desta forma porque o motivo que tenha levado o
juiz a decidir desta maneira pode ter cessado ou se alterado.
4. Suspensão em parte. Há possibilidade de suspender apenas uma parte da execução,
sendo que a outra parte continuará seu curso.
5. Litisconsórcio passivo na execução. Caso o efeito suspensivo tenha sido concedido a
um dos embargantes, somente será aproveitado pelos outros se o motivo que levou o juiz a
suspender o curso da execução não for pessoal àquele embargante.
6. Excesso de execução. Caso o embargante tenha alegado excesso de execução em seus
embargos, deverá trazer a memória de cálculos demonstrando pormenorizadamente quanto
acredita ser devido, sob pena de rejeição de plano dos embargos, pelo menos quanto a esta
questão.
7. Momento da suspensão da execução. Mesmo que dado efeito suspensivo aos
embargos à execução, poderá ser feita a penhora e a avaliação dos bens constritos.

Art. 740
Ver art. 746 do CPC; art. 17, caput, da Lei 6830/80.
1. Procedimento. Opostos os embargos serão recebidos, abrindo-se prazo para que o
exequente possa se manifestar e exercer seu direito de contraditório, será feita intimação do
exequente na pessoa de seu advogado. Não cabe reconvenção nos embargos (CPC, art.
315), nem ação declaratória incidental (CPC, art. 325), nem intervenção de terceiros –
oposição, nomeação à autoria, denunciação da lide e chamamento ao processo (CPC,arts 56
a 80), sendo possível apenas a assistência de terceiro juridicamente interessado (CPC, art.
50 e ss). Isto feito, o juiz deverá julgar os embargos em 10 dias, caso seja questão
puramente de direito ou se de direito e de fato, estes puderem ser provados tão somente por
meio de documentos (CPC, art. 330). Caso haja necessidade de dilação probatória, o juiz
designará audiência de conciliação, instrução e julgamento, devendo proferir sentença em
até 10 dias. Não cabem nos embargos à execução a aplicação do instituto da revelia, mesmo
que o exequente não apresente defesa, isto porque os embargos são ligados à execução,
tendo o exequente apresentado sua pretensão nos autos da execução. Nos termos
da Súmula 317 do STJ “é definitiva a execução de título extrajudicial, ainda que pendente
apelação contra sentença que julgue improcedentes os embargos”.
2. Penalidade para embargos protelatórios. No caso de embargos evidentemente
protelatórios, obrigatoriamente deverá o juiz fixar multa ao embargante de até 20% do valor
da execução.

Art. 744
1. Alegações em embargos à execução. O rol trazido neste dispositivo é bastante
abrangente, já que em seu inciso V está permitido que se alegue qualquer matéria de defesa
lícita de ser arguida em ação de conhecimento. Analisando-se cada um dos incisos tem-se
que: (i) nulidade da execução, decorrente da apresentação de título que não seja executivo
– a execução será nula se o título apresentado não é executivo, (CPC, art. 585), ou seja,
caso ele não seja típico ou lhe falte algum atributo (CPC, art. 586); (ii) penhora incorreta ou
avaliação errônea – a penhora deverá obedecer aos ditames dos arts. 646 a 679 do CPC,
dentre outros regramentos que tratem da matéria, para que não seja tida por incorreta, bem
como a avaliação, que deverá ser feita nos termos do arts. 680 e ss. do CPC; (iii) excesso de
execução ou cumulação indevida de execuções – excesso de execução está conceituado
no art. 743, incs. I a V, do CPC (ver comentários), podendo se dar também por cumulação
indevida de execuções (competência diferente ou ritos diferentes); (iv) retenção por
benfeitorias necessárias ou uteis, nos casos de obrigação de entrega de coisa certa (CPC, art.
621) – o devedor poderá reter a coisa até que as benfeitorias uteis ou necessárias sejam
ressarcidas (CC, arts. 1219 a 1221), as benfeitorias deverão estar discriminadas, bem como
os valores gastos com elas; (v) qualquer matéria que seria lícito deduzir como matéria de
defesa em processo de conhecimento – com este inciso verifica-se que os demais incisos
trazem rol exemplificativo, porque o embargante poderá alegar qualquer matéria, isto se dá
porque no caso da execução de título executivo extrajudicial a questão está sendo levada ao
crivo do Poder Judiciário pela primeira vez, podendo haver ampla discussão sobre ela.
2. Retenção por benfeitorias. No caso retenção por benfeitorias uteis ou necessárias,
pode o credor pedir a compensação dos valores gastos pelo devedor com os frutos ou danos
considerados devidos pelo credor, que deverão ser avaliados por meio de pericia (CC, art.
1221).
3. Imissão na posse. É possível ao credor ser imitido na posse desde que caucione ou
deposite o valor das benfeitorias ou saldo da compensação

Art. 745-A
1. Parcelamento da dívida. O devedor poderá, no prazo para embargar, reconhecer a
dívida (principal, devidamente corrigido, juros, custas processuais e honorários advocatícios)
e pedir o parcelamento dela em até 6 vezes, devendo ser pago 30% da dívida à vista e o
saldo dividido, o pagamento das parcelas será feito do valor corrigido e com juros de 1% ao
mês.
2. Efeitos do parcelamento. Trata-se de direito subjetivo do devedor, devendo o juiz
aceitar o parcelamento, sendo que será suspensa a execução até a quitação do valor devido.
no caso de descumprimento de algum dos requisitos do caput, depósito de 30% do valor da
dívida à vista, o parcelamento será indeferido e a execução continuará.
3. Inadimplência. Caso o devedor deixe de pagar qualquer das parcelas, haverá o
vencimento antecipado das demais, sendo adicionado ao saldo devedor multa de 10%, bem
como ficará o devedor impedido de opor embargos à execução, já que seu pedido de
parcelamento é entendido como incompatível com a oposição de embargos.
Art. 747. Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecante
ou no juízo deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante,
salvo se versarem unicamente vícios ou defeitos da penhora, avaliação ou alienação
dos bens (1). (Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
Ver arts. 575, 576, 786 e 1049 do CPC; art. 20, parágrafo único, da Lei 6830/80;
Súmula 46 do STJ.
1. Execução por carta e embargos à execução. No caso de execução por carta, ou seja,
os bens do devedor estão localizados em local diferente de onde foi proposta a execução, os
embargos poderão ser oferecidos tanto no juízo deprecante quanto no juízo deprecado, no
entanto seu julgamento se dará no juízo deprecante, exceção será feita se os embargos
versarem unicamente sobre vícios da penhora, avaliação e alienação de bens (Súmula 46 do
STJ). O prazo para embargar será contado da juntada da comunicação da citação do
executado pelo juiz deprecante ou pelo juiz deprecado (CPC,art. 738, §1º).
Art. 791. Suspende-se a execução:
I – no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à
execução (art. 739-A); (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
II – nas hipóteses previstas no art. 265, I a III;
III – quando o devedor não possuir bens penhoráveis (1).
Ver art. 40, da Lei 6830/80.
1. Suspensão da execução. A execução será suspensa caso os embargos à execução
opostos tenham efeito suspensivo, nos termos do art. 739-A do CPC; nas hipóteses do art.
265 do CPC – (i) morte ou perda da capacidade processual de uma das partes, do
representante legal ou do procurador de uma delas; (ii) pela convenção entre as partes; e,
(iii) caso de oposição de exceção de incompetência, suspeição ou impedimento do juiz;
quando o devedor não tiver bens para pagamento da dívida. De acordo com o art. 40 da Lei
6830/80 a execução será suspensa enquanto não se localizar o devedor ou não forem
encontrados bens passíveis de penhora, de tal forma que não correrá prazo para
configuração da prescrição intercorrente (Súmula 314 do STJ). Durante a suspensão do
processo não se praticará qualquer ato, a menos que se trate de medida urgente e que sem
ela estará prejudicada a demanda executiva (CPC, art. 798).
Art. 792. Convindo as partes, o juiz declarará suspensa a execução durante o prazo
concedido pelo credor, para que o devedor cumpra voluntariamente a obrigação (1).
Parágrafo único. Findo o prazo sem cumprimento da obrigação, o processo
retomará o seu curso (2). (Incluído pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
1. Suspensão por convenção das partes. O processo de execução poderá ser suspenso a
qualquer momento por convenção entre as partes para que possam se compor e o executado
cumpra com sua obrigação voluntariamente
2. Fim do prazo de suspensão. Caso o prazo de suspensão concedido se esgote sem que
as partes tenham acordado, o processo voltará a correr do ponto em que havia parado.
Art. 793. Suspensa a execução, é defeso praticar quaisquer atos processuais. O juiz
poderá, entretanto, ordenar providências cautelares urgentes(1). (Redação dada
pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Ver arts. 180 e 266 do CPC.
1. Suspensão – efeitos. Enquanto o processo de execução estiver suspenso não poderão
ser praticados atos, a menos aqueles de caráter urgente e que sem eles o direito da parte ou
a ação executiva poderia estar em risco (CPC,art. 798).
Art. 794. Extingue-se a execução quando:
I – o devedor satisfaz a obrigação;
II – o devedor obtém, por transação ou por qualquer outro meio, a remissão total da
dívida;
III – o credor renunciar ao crédito (1).
Ver art. 624 do CPC.
1. Extinção da execução. A execução se extinguirá com: (i) a satisfação integral da
pretensão do exequente, ou seja, o pagamento, em caso de obrigação de pagar quantia
certa, a entrega da coisa ou cumprimento da obrigação de fazer ou não-fazer; (ii) as partes
fazem acordo, com pagamento com desconto ou substituição de obrigações, ou ainda com a
remissão da dívida, ou seja, o credor perdoa a dívida, sendo possível apenas em caso de
direito disponível; (iii) o credor renunciar ao crédito. Há ainda a possibilidade de extinção da
execução com o julgamento procedente dos embargos à execução ou ainda a aplicação de
um dos itens do art. 267 do CPC(indeferimento da inicial, carência de ação, ausência de
pressupostos processuais etc). A decisão que põe fim ao processo de execução é sentença e
poderá ser recorrida por meio de apelação.
Art. 795. A extinção só produz efeito quando declarada por sentença (1).
1. Sentença da execução. A extinção deve ser declarada por sentença, sendo recorrida por
meio de apelação que será recepcionada em ambos efeitos. A sentença da execução não faz
coisa julgada material, no entanto a sentença dos embargos à execução faz coisa julgada
material, já que se trata de verdadeira ação de conhecimento.
Art. 475-L. A impugnação somente poderá versar sobre: (1) (2) (3) (Incluído pela
Lei nº 11.232, de 2005)
I– falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia; (Incluído pela Lei
nº 11.232, de 2005)
II– inexigibilidade do título; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
III– penhora incorreta ou avaliação errônea; (Incluído pela Lei nº 11.232, de
2005)
IV– ilegitimidade das partes; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
V– excesso de execução; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
VI– qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como
pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que
superveniente à sentença. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
§1º. Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se também
inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou
interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como
incompatíveis com a Constituição Federal. (4) (Incluído pela Lei nº 11.232, de
2005)
§2º. Quando o executado alegar que o exeqüente, em excesso de execução, pleiteia
quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor
que entende correto, sob pena de rejeição liminar dessa impugnação. (5) (Incluído
pela Lei nº 11.232, de 2005)
1. Exceção de pré-executividade e matéria de ordem pública. O artigo em comento
elenca a impugnação como forma de defesa do executado quando do cumprimento de uma
sentença. Contudo, há que se considerar ainda mais outra espécie de defesa do executado: a
exceção de pré-executividade. Por este instituto, é lícito ao executado opor-se ao
prosseguimento da execução com base em matérias de ordem pública e que podem ser
conhecidas de ofício (Código de Processo Civil, artigos 113, capute 267, IV e §3º), bem como
em casos de flagrante não cabimento ou ilegalidade do cumprimento de sentença. Nessas
hipóteses, como no caso de já haver tido pagamento (flagrante ilegalidade) ou até mesmo
de incompetência absoluta do juízo (matéria de ordem pública), basta o executado
comparecer apresentando simples petição, sem qualquer necessidade de garantia do juízo e
em qualquer momento do trâmite processual, para que tenha seu pedido ou requerimento
analisado.
2. Impugnação ao cumprimento de sentença. A defesa por excelência na fase executiva
do novo sistema do processo sincrético (cognição+execução em um mesmo processo) é a
impugnação ao cumprimento de sentença. Ela é um misto de ação e defesa e visa em suma
fazer com que o devedor resista à execução. O prazo de sua apresentação tem início após a
intimação do auto de penhora e de avaliação, tendo o executado até 15 (quinze) dias para
opor-se contra o cumprimento da sentença (Código de Processo Civil, artigo 475-J, §1º).
Apesar de vir regrada em local diverso dos embargos à execução, ambas peças de defesa
estão dentro do gênero oposição à execução e suas diferenças são sutis: a impugnação,
assim, é cabível contra a execução fundada em título judicial, ao contrário dos embargos,
cabíveis contra a execução fundada em título extrajudicial; além disso, a impugnação tem
hipóteses mais restritas quando ao seu cabimento do que os embargos, em razão de sua
oposição dar-se contra um título executivo formado após todo um processo judicial regular.
3. Hipóteses de cabimento da impugnação. As hipóteses de cabimento da impugnação
ao cumprimento de sentença elencadas nos incisos do artigo em comento pertencem ao um
rol taxativo e de restrita compreensão. Isso tudo é indicado principalmente pelo advérbio
somente presente no caput do dispositivo.
4. Inexigibilidade de título fundado em lei ou ato normativo inconstitucional. O §1º
traz especificidade a respeito do inciso II do artigo ora em comento. Segundo o que nele
consta, é possível a apresentação de impugnação, fundada em inexigibilidade do título a
partir da declaração de inconstitucionalidade da lei ou ato normativo ou sua interpretação
declarada pelo Supremo Tribunal Federal. Contudo, é importante ressaltar dois requisitos
essenciais para que a inexigibilidade seja considerada: em primeiro lugar, a decisão do
Supremo Tribunal Federal já deve estar acobertada pela coisa julgada material, sendo que o
seu trânsito em julgado deve ocorrer em momento anterior ao do trânsito em julgado da
sentença exeqüenda (sob pena de violar a garantia constitucional da coisa julgada); e em
segundo lugar, a decisão do Supremo Tribunal Federal deve ter eficácia erga omnes, seja por
ela ter sido proferida em razão de controle abstrato de constitucionalidade, seja por ela ter
sido proferida em sede de controle concreto de constitucionalidade e após manifestação do
Senado Federal no sentido de suspender a execução da lei ou do ato (Constituição Federal,
artigo 52, inciso X).
5. Requisito de admissibilidade da impugnação e excesso de execução. É lícito ao
executado opor-se à execução quando nela for pleiteado valor acima do quanto previsto no
título executivo. Trata-se de caso de excesso de execução: o credor pleiteia valores a mais
daquilo que faria jus. Nessa hipótese, cabe o executado declarar desde já o valor que
entende ser devido, sob pena de rejeição liminar de sua impugnação.
Art. 475-M. A impugnação não terá efeito suspensivo, podendo o juiz atribuir-lhe tal
efeito desde que relevantes seus fundamentos e o prosseguimento da execução
seja manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou
incerta reparação. (1) (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
§1º. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exeqüente
requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando caução suficiente
e idônea, arbitrada pelo juiz e prestada nos próprios autos. (2) (Incluído pela Lei
nº 11.232, de 2005)
§2º. Deferido efeito suspensivo, a impugnação será instruída e decidida nos
próprios autos e, caso contrário, em autos apartados. (Incluído pela Lei nº
11.232, de 2005)
§3º. A decisão que resolver a impugnação é recorrível mediante agravo de
instrumento, salvo quando importar extinção da execução, caso em que caberá
apelação. (3) (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
1. Efeito suspensivo da impugnação ao cumprimento de sentença. Em regra, a
impugnação ao cumprimento de sentença não tem efeito suspensivo, sendo lícito ao
exequente praticar os atos expropriatórios ainda antes do julgamento dela. Contudo, isso
não significa que o executado não possa requerer (e o juiz não tenha o dever de deferir) a
atribuição de tal efeito para impedir o prosseguimento da fase executiva. Nesse caso, é
imperiosa a atribuição do efeito suspensivo desde que os fundamentos tidos na impugnação
sejam relevantes, bem como que o prosseguimento da execução tenha grandes chances de
causar ao executado um dano grave de difícil ou até incerta reparação. Preenchidos ambos
os requisitos, cabe ao magistrado somente o deferimento e atribuição do efeito suspensivo.
2. Caução e prosseguimento do cumprimento de sentença com efeito
suspensivo. Da mesma forma que a lei garante a atribuição de efeito suspensivo à
impugnação ao cumprimento de sentença, também ela permite que a execução prossiga
ainda que a oposição do réu tenha sido recebida no citado efeito. Nesse caso, o exequente
poderá dar prosseguimento à fase executiva, desde que seja prestada caução suficiente e
idônea, em valor arbitrado pelo juiz.
3. Recurso cabível. Apesar da existência do conceito legal de sentença e decisão
interlocutória (Código de Processo Civil, artigos 162), o dispositivo em comento dispõe que
será considerada decisão interlocutória aquela decisão que não acolher a impugnação ao
cumprimento de sentença e, portanto, recorrível mediante agravo de instrumento; enquanto
que será considerada sentença a decisão que acolher a impugnação ao cumprimento de
sentença e, portanto, recorrível mediante apelação.
Art. 475-N. São títulos executivos judiciais: (1) (Incluído pela Lei nº 11.232, de
2005)
I– a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação
de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia; (2) (Incluído pela Lei nº
11.232, de 2005)
II– a sentença penal condenatória transitada em julgado; (Incluído pela Lei nº
11.232, de 2005)
III– a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua
matéria não posta em juízo; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
IV– a sentença arbitral; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
V– o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado
judicialmente; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
VI– a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de
Justiça; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
VII– o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante,
aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal. (Incluído pela Lei
nº 11.232, de 2005)
Parágrafo único. Nos casos dos incisos II, IV e VI, o mandado inicial (art. 475-J)
incluirá a ordem de citação do devedor, no juízo cível, para liquidação ou execução,
conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
1. Título executivo judicial. Título executivo judicial é aquele originado a partir de um
processo judicial. O título executivo judicial tem exatamente a mesma força que os títulos
executivos extrajudiciais, ambos podendo enseja atos expropriatórios. O título executivo
judicial enseja tanto uma fase de cumprimento de sentença, como um novo processo, a
depender da origem do processo (caso tenha se originado, por exemplo, de um processo
penal, inicia-se um novo processo, mas já executivo). Já o título executivo extrajudicial,
formado de relações jurídicas não relacionadas com processo judicial, enseja sempre um
novo processo.
2. Sentença declaratória que reconhece uma obrigação. Apesar de ser largamente
difundida a ideia de que a sentença originada de uma tutela declaratória não tenha eficácia
executiva, em razão de sua função ficar restrita ao saneamento de crises de certeza, tem-se
admitido, com base no parágrafo único do artigo em comento, o contrário no âmbito
doutrinário e jurisprudencial. Defende-se que a tutela jurisdicional declaratória, ao final, traz
a definição completa quanto à individualização da norma jurídica ao caso concreto e realiza
um juízo total tanto sobre a existência quanto ao modo de ser de uma determinada relação
jurídica. Justifica-se, ainda, que a utilização de uma posterior tutela condenatória, após o uso
de uma tutela declaratória seria do todo inútil, pois seria necessário o respeito da segunda
demanda quanto àquilo que foi decidido na primeira, sob pena de ofensa à coisa julgada
(essa era a disposição contida no artigo 290 do ab-rogado Código de Processo Civil de 1939).
Nesse sentido: STJ, 6ª T., AgRg no REsp n. 1.222.737-SC, relª. Minª. Maria Thereza de Assis
Moura, j. 17.4.12, p. 30.4.12, v.u.; STJ, 1ª Seção, EREsp n. 609.266-RS, rel. Min. Teori
Albino Zavascki, j. 23.8.06, p. 11.09.06, v.u.

LEI Nº 8.009, DE 29 DE MARÇO DE 1990.

Dispõe sobre a impenhorabilidade do


Conversão da Medida Provisória nº 143, de 1990
bem de família.

Faço saber que o PRESIDENTE DA REPÚBLICA adotou a Medida Provisória nº 143, de


1990, que o Congresso Nacional aprovou, e eu, NELSON CARNEIRO, Presidente do Senado
Federal, para os efeitos do disposto no parágrafo único do art. 62 da Constituição Federal,
promulgo a seguinte lei:

Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não


responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra
natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele
residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.

Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a


construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos,
inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.

Art. 2º Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e


adornos suntuosos.

Parágrafo único. No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade aplica-se aos bens


móveis quitados que guarneçam a residência e que sejam de propriedade do locatário,
observado o disposto neste artigo.

Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal,


previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:

I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas


contribuições previdenciárias;

II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à


aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo
contrato;

III -- pelo credor de pensão alimentícia;

IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em


função do imóvel familiar;
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou
pela entidade familiar;

VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal
condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.

VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. (Incluído pela
Lei nº 8.245, de 1991)

Art. 4º Não se beneficiará do disposto nesta lei aquele que, sabendo-se insolvente,
adquire de má-fé imóvel mais valioso para transferir a residência familiar, desfazendo-se ou
não da moradia antiga.

§ 1º Neste caso, poderá o juiz, na respectiva ação do credor, transferir a


impenhorabilidade para a moradia familiar anterior, ou anular-lhe a venda, liberando a mais
valiosa para execução ou concurso, conforme a hipótese.

§ 2º Quando a residência familiar constituir-se em imóvel rural, a impenhorabilidade


restringir-se-á à sede de moradia, com os respectivos bens móveis, e, nos casos do art. 5º,
inciso XXVI, da Constituição, à área limitada como pequena propriedade rural.

Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência
um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente.

Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários


imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo
se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 70 do
Código Civil.

Art. 6º São canceladas as execuções suspensas pela Medida Provisória nº 143, de 8 de


março de 1990, que deu origem a esta lei.

Art. 7º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 8º Revogam-se as disposições em contrário.

Senado Federal, 29 de março de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

NELSON CARNEIRO

Este texto não substitui o publicado no DOU de 30.3.1990.

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