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Parte II – Competência
1. Noções Gerais
1.1. Conceito
Critérios legais: soberania estatal, espaço territorial, natureza e o valor das causas,
hierarquia dos órgãos jurisdicionais e pessoas envolvidas no litígio.
Premissas da CR/88 Competência do STF (102) e STJ (105)
Justiça Federal (108 e 109)
Justiças especiais (114, 121 e 124)
** A Justiça local é subsidiária, a Const. exige apenas a existência de Tribunal de Justiça por
estado (125).
2. Competência internacional
Limitar a jurisdição do Estado até onde ele consegue manter o julgamento efetivo princípio
da efetividade.
a) Cumulativa
Arts. 21 e 22. A ação pode ser proposta aqui e no exterior. (os incisos enumeram as situações
possíveis).
b) Exclusiva
Art. 23. Caso seja ajuizada ação no exterior, não produzirá efeitos. (incisos enumeram as
questões, basicamente casos de sucessão, divórcio e relativo a imóveis).
** A justificativa de casos conexos também não justifica a ampliação da competência.
Cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro o Código novo afasta a competência da
autoridade judiciária brasileira se o réu alegar a incompetência em preliminar de contestação
(art. 25). Contudo, a incompetência é relativa, em caso de conflito com a competência
exclusiva, prevalece o foro brasileiro.
2.3. Competência concorrente e litispendência
Art. 24 a propositura de ação no exterior, não impede que ela também seja ajuizada aqui.
Salvo em caso de res iudicata (neste caso, é lícito pedir a homologação do julgado em
território nacional (art. 960)).
3.Cooperação Internacional
Art. 26 cooperação jurídica internacional será regida por tratado do qual o Brasil seja parte,
observados os seguintes critérios (incisos).
§1º A eventual ausência de tratado internacional, contudo, não impede a cooperação, que
poderá levar em consideração a reciprocidade, manifestada por via diplomática.
§2º Para a homologação de sentença estrangeira, no entanto, o Código não exige a
reciprocidade.
§3º os fundamentos institucionais da jurisdição brasileira jamais poderão ser desrespeitados, a
pretexto de colaboração com justiça estrangeira.
Cooperação passiva (arts. 28 a 34) O Estado requerente envia o pedido claro para o
Ministério da Justiça (caso não haja pedido específico). Se a demanda não exigir atividade
jurisdicional, o próprio receptor pode fornecer as informações solicitadas, caso contrário, o
pedido é encaminhado para a AGU (exceto quando o pedido é solicitado diretamente para o
MP), em que o Juízo Federal do lugar onde a medida deve ser executada decide a respeito do
pedido, o qual pode ser recusado se ofensivo à ordem pública (art. 39).
Cooperação ativa (arts. 37 a 41) o pedido por autoridade competente é enviado para a
autoridade central brasileira (Ministério da Justiça ou outro órgão definido por lei federal)
antes de ser encaminhado ao estrangeiro.
Art. 40 Os atos de execução de decisão judicial estrangeira não podem ser submetidos à
cooperação internacional direta, uma vez que só se admite seu processamento no Brasil
quando postulados por meio de carta rogatória ou processados através de ação de
homologação de sentença estrangeira.
4. Competência Interna
** A competência especial da Justiça Federal não abrange, ratione personae, as causas em que
são partes as sociedades de economia mista da União, já que se trata de pessoas jurídicas de
direito privado. Ademais, não basta a natureza da sociedade de economia mista para justificar
a assistência em sentido próprio. É preciso ocorrer uma específica relação jurídica entre o ente
derivado e a União, que, na iminência de ser prejudicada pela sentença, justifique a
intervenção assistencial do acionista.
5.1. Generalidades
Juiz competente aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição, que deve tomar
conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. Matéria pertencente à Organização
Judiciária local.
Existindo na comarca mais de uma vara, a ação considerar-se-á proposta pelo protocolo da
petição inicial para a respectiva distribuição (NCPC, art. 312 c/c art. 240).
A competência definida pela distribuição é relativa e, não sendo impugnada, torna-se
definitiva, ainda que equivocada.
Art. 286 Ampliação da prevenção do juízo a que primeira se atribuiu a uma causa. Duas
hipóteses: II - mesmo que a parte desista da ação, ao renovar-lhe a propositura, terá de
submeter-se à prevenção estabelecida por força da primeira distribuição; III- quando ações
idênticas forem ajuizadas sucessivamente, serão atraídas para o juízo prevento, segundo as
regras comuns da prevenção.
Art. 59 Regra geral de prevenção. A prevenção ocorre do registro ou da distribuição da
petição inicial. Decorre imediatamente da propositura da causa, sem dependência de
despacho da inicial ou da citação.
O valor da causa deve ser determinado na petição inicial. A organização em razão deste é
matéria da organização judiciária local. (art.44, CPC)
Lei 9.099/95. Juizados especiais. sujeitam-se ao critério do valor de até 40 salários mínimos.
7. Competência Funcional
7.1. Conceito
Repartição das atividades jurisdicionais entre os diversos órgãos que devam atuar dentro de
um mesmo processo.
7.2. Classificação
1. pelas fases do procedimento. Ex. na execução em curso numa comarca e que incide
sobre bens situados em outra, fase instrutória.
2. situados em outra.
3. pelo grau de jurisdição. Ex. casos de competência originária dos Tribunais Superiores
para algumas espécies de causas, como a ação rescisória; e a competência recursal.
4. pelo objeto do juízo. Ex. quando é suscitada questão de inconstitucionalidade,
ocorrem duas decisões por órgãos distintos: a Câmara decide o recurso e o Pleno
decide o incidente (NCPC, arts. 948 a 950).
8. Competência Territorial
8.1. Conceito
8.2. Classificação
(i) Comum ou geral: fixado em razão do domicílio (vide art, 70, 75, IV, 71 a 77 do CC) do réu
(art. 46) se aplica inclusive às pessoas jurídicas (art. 53, III);
(ii) Foros subsidiários ou supletivos:
a) Quando o domicílio do réu for múltiplo, incerto ou ignorado (art. 46, §1º e 2º);
b) Quando o réu for domiciliado no estrangeiro, e não tiver residência no país, mas
ocorrer a competência internacional da Justiça brasileira, o foro competente será o do
autor. Se também este residir fora do Brasil, a ação poderá ser proposta em qualquer
foro, à escolha do promovente, desde que verificada a competência interna de nossa
Justiça (art. 46, § 3º). Se, porém, a ação for real e versar sobre imóvel, prevalecerá a
competência especial do forum rei sitae – foro da situação da coisa(art. 47).
c) Se vários são os réus, e diversos são os seus domicílios, poderá o autor ajuizar a ação
no foro de qualquer um dos demandados (art. 46, § 4º).
d) Se se trata de ação de execução fiscal, o ajuizamento dar-se-á “no foro de domicílio do
réu, no de sua residência, ou no do lugar onde for encontrado” (art. 46, § 5º).
(iii) especiais: leva em conta a natureza da causa, a qualidade da parte, à situação da coisa, o
local de cumprimento da obrigação ou da prática do ato ilícito etc. (arts. 47 a 53).
a) Ações reais imobiliárias. Art. 47. Ex. reivindicatória, divisória, usucapião etc. Em
regra, é competência relativa – o autor pode optar pelo foro comum ou contratual.
Exceção: art. 47 §1º.
*** Se o imóvel litigioso estiver situado em mais de uma circunscrição judiciária,
qualquer um dos foros que o jurisdiciona será competente para as ações reais a ele
relativas, fixando-se a competência pelo critério da prevenção (art. 60).
b) Foro da sucessão hereditária e da ausência. Art. 48. Inventários e partilhas,
arrecadação, cumprimento de disposições de última vontade e ações contra o espólio
e art. 49. Ações contra o ausente (aquele que desaparece do local em que tinha
domicílio, sem deixar representante ou procurador para administrar seus bens). Neste
caso, nomeia-se um curador - CC, art. 22 e NCPC, art. 744.
A regra é onde o de cujus (autor da herança) teve seu último domicílio no Brasil, em
caso de incerteza aplica-se o disposto no parágrafo único. Competência relativa
(inventário proposto fora do juízo nele previsto não pode ser rejeitado pelo juiz de
ofício).
** Foro universal.
*** Atrai para si a competência especial relativa a todas as ações em que o espólio
seja réu, caso o procedimento sucessório esteja em curso. Exceto quando forem
ações reais imobiliárias.
c) Foro da União, dos Estados e do Distrito Federal Art. 51 e 52 do CPC e 109, §1º da
CR/88.
1) União. Se for autora, compete à JF na seção judiciária do domicílio do réu. Se for ré,
o autor tem 2 opções: (i) DF, (ii) Seção judiciária do seu domicílio, (iii) Seção Judiciária
onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda e, (iv) Seção Judiciária
onde estiver situada a coisa litigiosa. Aplica-se as exceções da JF.
** Caso a ação se inicie entre terceiros, e ocorre a intervenção destes, ocorrerá, em
razão da intervenção, um deslocamento de competência para o foro especial. Os
autos, por isso, serão remetidos ao juiz federal competente, logo após a intervenção
(NCPC, art.45). Aplicam-se as exceções da JF.
** Caso haja cumulação de pedidos, o juiz irá simplesmente desconsiderar a
cumulação, julgando a ação nos limites de sua competência. A parte interessada, se
assim o quiser, deverá ajuizar nova ação, com o pedido não decidido, perante o juízo
federal competente.
2) Estados e DF. Se forem autores, as ações deverão ser propostas perante a justiça
comum no foro de domicílio do réu. Se forem réus, o autor poderá optar entre um
dos seguintes foros para o ajuizamento da ação: (i) do domicílio do autor; (ii) da
ocorrência do ato ou fato que originou a demanda;(iii) da situação da coisa e; (iv) da
capital do respectivo ente federado.
d) Foros ratione personae. Ações matrimoniais. Art. 53, I e II. Em regra, não há foro
especial. É o último domicílio do casal, ou se nenhuma das partes residirem no antigo
domicílio, a ação deverá ser ajuizada no foro de domicílio do réu.
Exceção: quando há filho incapaz – o foro é o domicílio do guardião dele;
Competência relativa. Pode ser recusado pelo réu ou guardião do incapaz.
e) Foro das pessoas jurídicas. Art. 53, III. As pessoas jurídicas, de direito público e de
direito privado, sujeitam-se à regra geral da competência do domicílio do réu. Como
rés, as pessoas jurídicas (inclusive autarquias, empresas públicas, sociedades de
economia mista, fundações etc.) devem, por isso, ser demandadas no foro (i) da
respectiva sede; ou (ii) da agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa
jurídica tenha contraído (NCPC, art. 53, III, a e b).
** As sociedades de fato e todas que não possuem personalidade civil, mas que
devem responder pelos negócios jurídicos realizados, são demandadas no foro do
local onde exercem sua atividade principal (Código Civil, arts. 986 a 990; NCPC, art. 53,
III, c).
f) Foros ratione loci em matéria de obrigações. Competência relativa.
Art. 53,III,d. Vantagem do credor. Foro do local onde a obrigação deve ser satisfeita,
para a ação em que se lhe exigir o cumprimento.
Art. 53, IV. Forum delicti comissi. É competente para a ação de reparação do dano o
foro do lugar em que o ato ilícito se deu. Exceto: dano decorrente em razão de delito
ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. O autor pode optar pelo foro: (i) do
domicílio do réu, (ii) do lugar do acidente e, (iii) do próprio domicílio.
O gestor ou administrador pode ser demandado, a respeito dos negócios
administrados, no local onde praticou a gestão.
**Justiça Federal: se subdividem em Seções Judiciárias (foros de primeiro grau). A cada Região
corresponde um tribunal de segundo grau sob a denominação de Tribunal Regional Federal.
Podem existir varas dentro de uma seção judiciária da Justiça Federal, sediadas na capital.
*** A existência de vara privativa instituída por lei estadual não altera a competência
territorial resultante das leis de processo.
O Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) prevê, para certas demandas, uma competência
declarada absoluta e que é fixada com base no “foro do domicílio do idoso”, e da qual
somente se excluem as competências da Justiça Federal e a competência originária dos
Tribunais Superiores (art. 80). A interpretação do art. 80 da Lei 10.741/2003, é bom ressaltar,
tem sido feita de maneira restritiva, somente se refere às ações que envolvam interesses
coletivos(difusos, coletivos e individuais homogêneos). Quanto aos interesses puramente
individuais dos idosos, a competência absoluta só alcança os qualificados como indisponíveis.
O novo CPC o considera de competência relativa.
Ver jurisprudência do STF.
9.2.1. Conceito
9.2.2. Classificação
a) Legal ou necessária (arts. 54 a 56): quando decorre de imposição da própria lei, como
nos casos de conexão ou continência.
** A conexão e a continência são eventos que influem apenas sobre processos
pendentes, no mesmo grau de jurisdição. Encerrado um dos processos, ou proferida a
sentença, mesmo que haja interposição de recurso, não se pode falar em conexão
diante da outra ação que se venha a ajuizar (NCPC, art. 55, § 1º). Estando as causas em
graus de jurisdição diferentes, impossibilitando a reunião para julgamento comum,
caberá a suspensão daquela que se achar em estágio mais remoto, para aguardar-se a
decisão da que estiver em nível mais avançado (art. 313, V, a).
Se, porém, a segunda causa atingir recurso antes que o da primeira seja julgado pelo
Tribunal, haverá oportunidade de reunião dos processos, também em segundo grau de
jurisdição, para julgamento comum. Negada a fusão dos processos conexos, haverá
nulidade da sentença que julgar separadamente apenas uma das ações, se se verificar,
de fato, o risco de julgamentos conflitantes.
** O mais relevante para se reconhecer uma conexão com os efeitos de reunião de
processos que correm perante juízes diferentes (art. 58) é o risco de decisões
conflitantes ou contraditórias.
** A conexão nem sempre impõe a prorrogação de competência, mas o risco de
contradição a faz sempre obrigatória haja ou não conexidade entre as causas.
**Só pode haver prorrogação por conexão ou continência termos dos arts. 58 e 59,
quando se tratar de competência em razão do valor e do território (art. 63) Pode, no
entanto, ocorrer uma inversão da força atrativa em prol da competência do juízo
especial.
i. Conexão - 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa
de pedir (art. 55). Ou seja, são relevantes apenas critérios objetivos.
Art. 56 registrada entre ações aforadas separadamente e que conduz à
reunião posterior dos processos para julgamento simultâneo, na forma
prevista no art. 55, §1º.
*** Pode haver cumulação de pedidos na petição inicial (art. 327), mas nesse
caso é necessária a conexão subjetiva também.
Pedido comum: diversas lides se disputa o mesmo objeto. Ex. caso de duas
ações voltadas, separadamente, contra dois coobrigados de uma mesma
dívida.
Causa de pedir: várias ações tenham por fundamento o mesmo fato jurídico,
nem sempre único.
Intensidade: O risco de decisões conflitantes é a justificativa maior para a
prorrogação de competência entre demandas conexas. Se tal não for possível
pela diversidade de competência ou de estágio de evolução dos
procedimentos já em curso, observar-se-á a suspensão daquele que estiver
mais afastado do momento de sentenciamento ou daquele que estiver na
dependência de questão prejudicial a ser enfrentada na outra demanda
conexa (NCPC, art. 313, V, a).
A presença apenas de comunhão sobre causas remotas só justifica a
reunião de processos se corresponderem à medida de economia processual
(evitar a repetição de atos processuais iguais e reduzir a duração dos
processos).
Efeitos: Verificando-se conexão, as ações propostas em separado serão
reunidas, mediante apensamento dos diversos autos, a fim de que sejam
decididas simultaneamente, numa só sentença. Essa reunião de processos
pode ser determinada pelo juiz, de ofício, ou a requerimento de qualquer das
partes. Impõe-se em virtude da conveniência intuitiva de serem decididas de
uma só vez, de forma harmoniosa e sem o risco de soluções contraditórias,
todas as ações conexas (objetivo de ordem pública).
ii. Continência - envolve todos os elementos das duas ações (partes, pedido e
causa de pedir), mas o pedido é mais amplo numa delas (at. 56).
Indispensável que uma delas contenha todos os elementos das demais ações.
Ex. credor ajuíza duas ações contra o mesmo devedor: na primeira cobra
algumas prestações vencidas e, na posterior, reclama o total da dívida,
englobando o objeto da primeira.
Efeitos. Nem sempre são os mesmos. Há de se verificar qual ação foi proposta
primeiro:
(a) Se a precedência for da ação continente, o processo relativo à ação contida
será extinto sem resolução de mérito (art. 57, 1ª parte).
(b) Se a ação de pedido menor (a contida) for a que primeiro se ajuizou, a
reunião das ações será obrigatória (art. 57, in fine).
9.2.3. Prevenção
Art. 59 O registro ou distribuição da petição inicial torna prevento o juízo, que, por isso, tem
ampliada, por prevenção, sua competência para todas as ações interligadas que se lhe
seguirem. A regra legal, portanto, é a de que a competência a ser prorrogada é a do juízo em
que uma das causas ligadas por conexão ou continência for primeiro, registrada ou distribuída.
** Não há distinção entre conexão e continência.
9.2.5. Observações
Pelo réu: deve apresentar como questão preliminar de contestação, seja absoluta ou relativa
(art. 64). A inércia dele impede a incompetência relativa (ocorre automática ampliação da
competência do juízo da causa, art. 65), porém a absoluta pode ser declarada em qualquer
momento.
Pelo juiz: Apenas a competência absoluta pode ser declarada, ex officio e a qualquer momento
do processo. O MP pode declarar incompetência relativa ex officio (art. 65, parágrafo único).
**Reconhecida a incompetência, o juiz remeterá os autos ao juízo competente, e, salvo
decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos da decisão proferida pelo
juízo incompetente, até que outra seja proferida, se for o caso, pelo órgão realmente detentor
da competência (art. 64, § 3º).
**Diante da insanabilidade da incompetência absoluta, nem mesmo a coisa julgada a supera
em caráter definitivo. Pode, assim, ser objeto de invalidação por meio de ação rescisória a
sentença trânsita em julgada, prolatada por juiz absolutamente incompetente (art. 966, II).
**Foro de eleição e declinação de competência: somente não prevalece o foro convencional
se de fato constatada a abusividade do ajuste estipulado contra os interesses do contratante
que não tinha como rejeitar a imposição da parte poderosa. O art. 63, § 3º só admite a
declinação sem ouvir o réu quando reconhecer a abusividade do foro de eleição no despacho
da petição inicial, ou seja, antes da citação. Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da
cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão (art. 63, § 4º).
Perde o direito de propor o conflito a parte que antes tenha arguido a incompetência
relativa do juízo (NCPC, art. 952).232 Dispõe o litigante, de fato, de dois caminhos processuais
para atingir o mesmo objetivo: o conflito ou a arguição em contestação.
Art. 953 se a iniciativa do juiz, ele deve remeter um ofício ao Tribunal Superior, se
for da parte ou do MP, deve-se formular petição.
Art. 954 e parágrafo único após a distribuição, o relator determinará a oitiva dos
juízes em conflito ou, se um deles for suscitante, apenas do suscitado; no prazo designado pelo
relator, incumbirá ao juiz ou aos juízes prestar as informações.
Art. 955, parágrafo único Cabe, ordinariamente, ao órgão colegiado do Tribunal
julgar o conflito de competência. No entanto, é também permitido, desde logo, ao relator
proferir decisão singular sobre o mérito do conflito, caso em que julgará em nome do Tribunal,
como um de seus órgãos. Isso acontecerá quando a questão suscitada na arguição do conflito
se fundar em: (i) súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal; e (ii) tese firmada em
julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência.
Art. 957 Ao decidir o conflito, o tribunal declarará qual o juízo competente,
pronunciando-se também sobre a validade dos atos do juízo incompetente.
** Ministério Público só se legitima a suscitar o conflito quando deva atuar no processo como
parte ou fiscal da lei.
Tem a função de permitir o intercâmbio e o auxílio recíproco entre juízos numa dimensão que
vai além dos limites rígidos e solenes das cartas precatórias ou de ordem.
O pedido de cooperação entre os juízos poderá ser formulado para a prática de qualquer ato
processual (art. 68).