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Michel da Rocha Fragoso

SEMINÁRIO DE VIDA NO
ESPÍRITO
Meditações Pessoais

Contém as minhas meditações diárias feitas a partir das passagens bíblicas definidas pelo
Seminário em nove semanas, na paróquia Nossa Senhora de Fátima, entre os dias 12/09/18 a
20/11/18

“Inspirai, ó Deus as nossas ações e ajudai-nos a realizá-las, para que em vós comece
e para vós termine tudo aquilo que fizermos. Por Cristo nosso Senhor. Amém. (Missal
Romano, 5a. feira após as cinzas, coleta)”
INTRODUÇÃO

Um breve relato da minha história e a Renovação Carismática Católica.

Comecei a ter consciência da igreja de Cristo aos 6 anos quando minha mãe queria encontrar uma igreja para um
aconselhamento, pois estava numa fase difícil devido à viuvez recente. Uma vizinha indicou, na época ainda por volta
de 1982, a capela de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, pertencente à paroquia Nossa Senhora de Fátima, no
bairro de Paciência, Rio de Janeiro, RJ. Irmã Nivalda, hoje na casa do Pai, era a responsável pela capela. Conversou
então com a minha mãe, olhou para mim e mandou me matricular na catequese. Iniciava-se a minha trajetória
ininterrupta, pela graça de Deus, na Igreja Católica Apostólica Romana.

A rigorosidade, comum às freiras, em tratar tudo da liturgia era um primor. Sempre gostei disso, das coisas metódicas,
sem improvisos e que se tinha que formar pra poder desempenhar uma função. Não era somente pegar alguém e
jogar o sujeito lá e o resto que se vire. Comigo também foi assim: levei três anos pra fazer a primeira comunhão (dos
7 aos 10 anos) e quase dois anos para a crisma (entrei com 14 e crismei com quase 16), estudando com ela, já que
ainda não era paróquia. Sempre tinha algum seminarista ou alguma freira de outra capela pra dar palestras, estudos
bíblicos, maratonas bíblicas, enfim, muitas coisas e ia no máximo que podia. Nesse meio tempo, quando tinha missa
uma vez por mês, ajudava o padre no altar.

Incentivado pelo que via nas celebrações e sendo membro atuante de círculos bíblicos, descobri posteriormente meu
dom para a música aos 14 anos, por volta de 1990. Desde então, fui aos poucos saindo do serviço do altar e me
dedicando a praticar as lições que aprendia. Sempre quis aprender a tocar pra servir a missa, sempre foi meu objetivo
principal. Os que já tocavam estavam no período do serviço militar e estavam deixando muitas vezes a celebração da
palavra sem música. Queria logo aprender pra mudar aquela situação.

Meu contato com a música litúrgica foi praticamente todo com a irmã Nivalda. Sempre muito rigorosa, já queria que
eu tocasse tudo certo, sem erros, no ritmo certo, notas certas. E eu ainda muito novato, aprendendo muita coisa por
mim mesmo por revistas (nessa época as aulas já tinham acabado por conta dos compromissos militares dos antigos),
passava um sufoco pra ficar mais ou menos parecido com o original. Nessa época estava com 15 anos e achava que
não conseguiria ficar do jeito que era pedido.

Minha “estreia” tocando a missa foi na missa de páscoa de 1992, tocando o canto de comunhão, sendo observado
duramente. Isso porque tinha ensaiado um mês antes, só pra tocar 1 música. Isso mesmo que vocês leram: 1 mês pra
tocar 1 música. Era assim que funcionava, como era sério estar ali e não levar tudo de qualquer maneira. Nesse dia,
todos os antigos estavam lá, e me deixava mais nervoso ainda.

Desde então o tempo foi passando, fui me aperfeiçoando, muitas coisas mudaram, a capela virou paróquia, vieram os
padres cada qual com sua característica, implantaram o grupo de oração na igreja e minha mãe sempre me chamando
pra ir e eu dizia que não gostava, que era coisa que parecia protestante, que não ia e pronto. Aconteceu que acabei
mudando para a paróquia de Nossa Senhora de Fátima por entender que o padre de lá era mais de acordo com a
minha linha de pensamento.

Passaram-se novamente vários anos e tudo mudou novamente: outros padres, outras experiências, novos
aprendizados. Mas uma coisa não mudava: minha relação com a renovação ainda era de distância e preconceito.
Agravado por ideias advindas da Teologia da Libertação e Marxismo Cultural que fui envolvido sem consciência,
começava a por Jesus em segundo plano em detrimento de um Deus revolucionário e um Jesus político, o que
infelizmente, muitos clérigos se contaminaram em minha época, inclusive com celebrações de ritos estranhos.

Sempre vi a Renovação Carismática como algo fora do eixo. Nunca conseguia entender como oravam, expressavam e
se relacionavam uns com os outros. Não sei se pelo fato de ter tido uma orientação tradicional, eu tenha estranhado
tanto e tomado uma repulsa pelo movimento. Só tinha visto algo parecido em cultos evangélicos, pelo lado de fora
das igrejas, porque nunca quis saber de entrar numa dessas. Quando comecei a ter ciência do movimento e como eles
eram, desenvolvi a ideia que eles eram a parte protestante da igreja católica (em particular, os encontros do Geração
2000). Quando resolvi ir, por insistência, à um desses encontros, o resultado já era esperado: me senti um peixe fora
d’água e achando tudo aquilo um tremendo exagero, querendo logo ir embora pra casa. Mais algum tempo passou, o
lambari se casou e agora tem um compromisso mais urgente: a família nova que surgiria.

O peixe cresceu e chegou a hora de entrar em águas mais profundas. Posso dizer que, um certo dia, em que já haviam
se passado muitos anos desde então, decidi por eu mesmo ir à uma reunião do grupo de oração, dessa vez sem
convites insistentes ou inconvenientes, apenas observava minha esposa cantando os louvores de padre Marcelo Rossi
e outros. Seguia somente pensando comigo: “exagerada! Pra que tudo isso?”

Um dia, resolvi aprender e ler mais sobre o movimento à qual criticava, e vi que minhas posições não tinham o menor
fundamento. Pra mim, viver a espiritualidade conforme os primeiros cristãos da igreja primitiva, ainda sobre a grande
efusão do Pentecostes, era um convite irrecusável. Mas ainda sofria de sentimentos não curados e opiniões não
resolvidas, mas já tinha iniciado o processo doloroso das vias purgativas de Santo Agostinho. Retirar-se das ideias
maliciosas à doutrina católica, e dar à Deus e à Jesus o lugar que é Deles na minha vida, foi um processo difícil de
encarar porque era imperativo a mudança de pensamento e de atitude.

Minhas idas ao grupo de oração começaram bem discretas. Ia à alguns encontros, faltava em muitos outros. Minhas
desculpas eram o trabalho, casa e etc. O que eu não queria era saber se, ao assumir em plenitude minha posição no
grupo, Deus me pediria algo que eu teria medo em fazer. E isso me arrastou por longos anos novamente.

Enfim, a hora chegou. Não foi passe de mágica por que isso não existe, foi uma luta interior que decidi travar com os
meus temores. Através da oração, fui entendendo o que Deus tinha para mim através de uma quaresma bem vivida
que fiz. Quarenta dias de jejum e oração me transformaram, e eu sempre tinha medo de saber como era ser isso.
Muitas traves da minha visão caíram, consegui vencer uma espécie de pecado muito antigo, e então comecei a
enxergar as coisas com uma visão mais confiante, sem medo de perguntar e mais ainda das respostas. Desde então,
passei a ler mais a Palavra de Deus, as orações devocionais, a liturgia das horas me prepararam interiormente no meu
processo eterno de conversão e consequentemente, o retorno definitivo para o grupo de oração.

Hoje, me encontro estudando porque sei que Deus me quer além de onde estou. De alguém que era familiarizado com
a teologia da libertação, que de liberto não há nada, Deus me chama pra falar aos outros a palavra Dele. Conservo
ainda as coisas boas do tempo antigo, que é o amor pela liturgia e tradição da igreja, nos salmos e músicas litúrgicas
nas missas, o estudo pela história da igreja, na forma simples de executar e cantar os cantos, e também agora a forma
renovada de oração e invocação do nome do Senhor, confiante e carismática. Não se trata de formas diferentes ou
partes diferentes da igreja católica, como muitos ainda pensam. Somos todos nós membros do mesmo corpo de Jesus,
que é a igreja, seja ela militante, padecente ou triunfante, salvas as características de cada uma.

Coloco agora e sempre meu destino nas mãos do Senhor JESUS, entendendo o seu amor, esquivando-se do pecado,
renovando a fé, assumindo que Deus está no controle da situação e ajudando os outros a se encontrar com Deus para
se perdoarem e perdoar seus irmãos.

Demos glória à Deus Pai Onipotente, e à seu Filho Jesus Cristo, Senhor nosso. Amém!
CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Durante 9 semanas acontecerá na paróquia de Nossa Senhora de Fátima o Seminário de Vida no Espírito. Mas o que
vem a ser isto?

São encontros semanais em que teremos pregações e estudos em grupo. A cada encontro, terá um tema específico
que o pregador irá desenvolver. Será entregue uma folha com 7 passagens bíblicas baseadas no tema do dia.

Cada participante, ao receber sua folha, deverá em casa ler as passagens pedidas, uma por dia, e meditar nelas,
procurando extrair a mensagem e como aplicar na vida pessoal.

Após a primeira pregação inicial da parábola do Semeador, os participantes serão divididos em grupos chamados
cenáculos. Logo a seguir, vem a primeira pregação do seminário, que é sobre o Amor de Deus. Na próxima semana, os
cenáculos irão partilhar as meditações que foram feitas individualmente e trocar experiências. E assim segue até o fim
das 9 semanas.

Devo dizer que para mim, a expectativa é grande de ser um momento de aprendizado e principalmente, como viver
pessoalmente e em comunidade. Nunca participei, mas já tinha ouvido falar e assisti na internet algumas pregações.
Mas sabemos que o Espírito Santo sempre está renovando todas as coisas, então apenas temos uma vaga ideia do que
é o seminário, até você participar dele.

Então vamos lá, chega de falar porque o seminário já chegou depois de um grande advento, e agora é mãos à obra:
bíblia, caderno, caneta e ouvidos abertos.
1º ENCONTRO: PARÁBOLA DO SEMEADOR E PREGAÇÃO SOBRE O AMOR DE DEUS (12/09/2018)

A PARÁBOLA DO SEMEADOR (Lc 8, 5-8)


(Tema introdutório explicado no Seminário de Vida no Espírito, geralmente antes da pregação)

Esclarecimentos: todas as meditações feitas durante o Seminário de Vida no Espírito são fruto de minhas pesquisas,
leitura pessoal orante, a sagrada escritura (Bíblia de Jerusalém, Ave Maria) e fontes (pregações, homilias, catecismo e
Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino), sendo assim, pura e exclusivamente para fins meus reflexivos, de livre
iniciativa e compartilhamento, e não representam nenhuma posição e nem opinião de algum membro da ordem da
igreja.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 1º DIA – 12/09/2018


(Lc 8, 5-8)

"5.Saiu o semeador a semear a sua semente. E ao semear, parte da semente caiu à beira do caminho; foi pisada, e as
aves do céu a comeram. 6.Outra caiu no pedregulho; e, tendo nascido, secou, por falta de umidade. 7.Outra caiu entre
os espinhos; cresceram com ela os espinhos, e sufocaram-na. 8.Outra, porém, caiu em terra boa; tendo crescido,
produziu fruto cem por um. Dito isto, Jesus acrescentou alteando a voz: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!"

Jesus nos mostra a parábola do semeador, que lança as sementes na terra. Assim como na agricultura, o cuidador de
uma plantação tem um amor imenso pelo que faz, ao arar a terra, preparar com adubo, eliminar as pragas, comprar
fertilizantes, etc. Com isso, ele organiza todo um esquema para trabalhar a terra primeiro para que, ao lanças as
sementes, elas possam germinar e dar muito fruto, para que ele possa ter uma colheita abundante para sua
subsistência e renovar os seus negócios.

Como o Reino de Deus a comparação é muito mais estreita ainda. A agricultura era uma atividade muito comum na
época de Jesus, e Ele sempre se utilizava dos exemplos de situações próximas a ele como ovelhas, colheita, sol e chuva,
porque eram coisas que rapidamente seriam percebidas por outros. A dureza do coração do homem é que se tornara
um impedimento para um compreendimento desses exemplos em sua plenitude.

Em Lucas 8, 11-15, Jesus explica com tanta perfeição divina a parábola, que não há nada a acrescentar. Com a graça
do Espírito Santo derramada sobre nós em Pentecostes, somos chamados por Jesus a ser essa terra boa que cai a
semente, dando fruto cem por um, que quer dizer em abundância. Temos a consciência que somos limitados e
pecadores, mas temos que sempre orar e pedir forças à Deus, ao Seu Santo Espírito, para resistir às coisas do mundo
que querem impedir a semente de germinar em terra boa.

Notas da pregação introdutória:

1) Não acolher a Palavra de Deus é ficar à margem da vida (vulnerável à ação do demônio);

2) Os prazeres da vida tornam nosso coração espinhoso para a Palavra de Deus. Quando ela chega, é ouvida, mas
é logo sufocada e rapidamente nos faz desistir e voltar para o pecado;

3) A Palavra de Deus é alimento para a alma e fortificação para o espírito. Pra que tem fome de Deus, a Sua
Palavra é alegria e contentamento para o coração (Jr 15, 16).
PREGAÇÃO: O AMOR DE DEUS (aprox. 37 mim)

Notas da pregação:
1) O amor de Deus não acabará! É fiel e dá segurança;
2) Pode uma mãe esquecer de seu filho? E Deus? Poderá esquecer de Ti?
3) Pedro, mesmo na dificuldade do ser humano em negar Jesus por 3 vezes, se reconcilia com Jesus e declara seu
amor à Ele por 3 vezes.

Fim do encontro e Proposta concreta: Meditar diariamente sobre 7 passagens sobre o Amor de Deus e partilhar com
os grupos no próximo encontro.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 2º DIA – 13/09/2018

Jeremias 31, 3-7

"3.De longe me aparecia o Senhor: amo-te com eterno amor, e por isso a ti estendi o meu favor. 4.Reconstruir-te-ei, e
serás restaurada, ó virgem de Israel! Virás, ornada de tamborins, participar de alegres danças. 5.E ainda plantarás
vinhas nas colinas de Samaria. E delas colherão frutos os plantadores, 6.pois dia virá em que os veladores gritarão nos
montes de Efraim: Erguei-vos! Subamos a Sião, ao Senhor, nosso Deus! 7.Porque isto diz o Senhor: Lançai gritos de
júbilo por causa de Jacó. Aclamai a primeira das nações. E fazei retumbar vossos louvores, exclamando: O Senhor
salvou o seu povo, o resto de Israel."

Sendo o amor de Deus eterno e desde o início dos tempos, na criação, Deus nos amou primeiro e quis nos criar à sua
imagem e semelhança:

“Deus, infinitamente perfeito e bem-aventurado em si mesmo, em um designo de pura bondade, criou


livremente o homem para fazê-lo participar de sua vida bem-aventurada. Chama-o e ajuda-o a procurá-lo, a
conhecê-lo, e a amá-lo com todas as suas forças”

Catecismo da Igreja Católica (CIC), 1

Este é o chamado de Deus para o homem, que foi feito originalmente para sempre louvá-lo e bendizê-lo, para todo o
sempre.

Deus não criou o homem para morrer. Como poderia Deus elevar o status do homem para um ser acima de todas as
criaturas terrenas, o único que pode reconhecê-lo como um Ser Criador, e permitir que o pecado o arrastasse para
sempre às profundezas das trevas da morte?

O pecado tirou do homem a graça santificante. Essa graça era um estado natural de Adão, que o mantinha sempre
saudável em pensamentos, corpo, alma e espírito. Ela o mantinha como um homem ordenado em tudo o que fazia,
pensava e agia, ou seja, a perfeição máxima, somente abaixo de Deus. Mesmo sabendo que era uma criatura, por não
ter ainda se manchado com o pecado, Adão sabia que era muito amado por Deus e por isso mantinha uma comunhão
perfeita com o criador. Ao ter agora a ciência das coisas boas e ruins, perde a graça de se manter puro de pensamentos
e se perpetua a partir daí uma geração manchada pelo chamado pecado original, que quer dizer, pecado que marca
toda pessoa que nasceu após Adão. Caim e Abel já nasceram com o pecado original, pois foram concebidos depois da
desobediência de Adão e Eva. Mesmo depois do homem ter ficado nessa condição, muito abaixo daquela para qual
foi criado, Deus não cessa de chamar e atrair o homem para si, como nos mostra o catecismo da igreja católica:
“O desejo de Deus está inscrito no coração do homem (...) e Deus não cessa de atraí-lo para si (...). O aspecto
mais sublime da dignidade humana está na vocação natural humana à comunhão com Deus (...). Pois se o
homem existe, é porque Deus o criou por amor”.
CIC, 27

“Se o homem pode esquecer de Deus e rejeitar o seu chamado, Deus não cessa de chamá-lo a todo e tempo a
procurá-lo.”

CIC, 30

“(...)Somente um amor infinito seria capaz de salvar a humanidade de seus pecados infinitos.”

Pe. Paulo Ricardo

Trecho homilia 06/04/16

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 3º DIA – 14/09/18

Oséias 11, 1-9

"1.Israel era ainda criança, e já eu o amava, e do Egito chamei meu filho. 2.Mas, quanto mais os chamei, mais se
afastaram; ofereceram sacrifícios aos Baal e queimaram ofertas aos ídolos. 3.Eu, entretanto, ensinava Efraim a andar,
tomava-o nos meus braços, mas não compreenderam que eu cuidava deles. 4.Segurava-os com laços humanos, com
laços de amor; fui para eles como o que tira da boca uma rédea, e lhes dei alimento. 5.Ele voltará para o Egito e o
assírio será seu rei, porque não quiseram voltar-se para mim. 6.A espada devastará suas cidades, destruirá seus filhos,
que colherão assim o fruto de suas obras. 7.Meu povo é inclinado a separar-se de mim, convidam-no a subir para o
Altíssimo, mas ninguém procura elevar-se. 8.Como poderia eu abandonar-te, ó Efraim, ou trair-te, ó Israel? Como
poderia eu tratar-te como Adama, ou tornar-te como Seboim? Meu coração se revolve dentro de mim, eu me comovo
de dó e compaixão. 9.Não darei curso ao ardor de minha cólera, já não destruirei Efraim, porque sou Deus e não um
homem, sou o Santo no meio de ti, e não gosto de destruir."

Deus é amor, é capaz de qualquer ato de entrega, de misericórdia e de perdão.

Mesmo o povo com as faltas e apostasias, cultos a outros Deuses, e outras formas de pecado e desagravos, o Senhor
é capaz de perdoar sempre com amor a quem o buscar de coração, pois sempre Ele o atrairá para derramar a sua
Graça.

Nos dias de hoje, mesmo sabendo que Deus é Deus, o Eu Sou, colocamos nossas forças naquilo que não podem fazer
nada por nós: horóscopos, adivinhações, palmas da mão e etc., deixando o único e verdadeiro Deus de Israel à margem
da nossa vida.

Quem é o meu Deus hoje? O dinheiro? As futilidades da vida?

Por causa do pecado, o povo no deserto vagou por 40 anos sem entrar na terra prometida porque colocou um outro
Deus no lugar do Eu Sou. Diz a Palavra de Deus que Ele é um Deus ciumento, que não admite prestar culto a outro
senão Ele, cuja vontade se explicitou nos Dez Mandamentos.

Existe um trecho da passagem de São Mateus que revela o que Jesus quer de nós, quando perguntado o quanto
devíamos perdoar o próximo:

“(...)Não digo até sete, mas até setenta e sete vezes” (Mt 18, 22).

Sabemos que Jesus não se referia a números literalmente, mas que era preciso perdoar sempre, porque o homem é
por natureza pecador e falho.
Só se pode perdoar quem é capaz de amar. O amor superar todos os obstáculos e barreiras humanas impostas pelo
pecado. O egoísmo, orgulho e miséria humanos não nos permite enxergar o verdadeiro amor de Deus por nós. Em
tudo o que Deus fez e continua fazendo por nós, é por puro amor.

“(...)Por amor, Deus revelou-se e doou-se ao homem. Traz assim uma resposta definitiva e superabundante às
questões que o homem faz a respeito do sentido e objetivo de sua vida” (CIC, 68).

No sacramento da confissão, nós podemos nos reconciliar com Deus de nossos pecados e restaurar mesmo que
temporariamente e por nossa própria culpa, a ordenação entre Deus e o homem.

Pelo amor e por amor, Deus nos perdoa de nossas faltas e sempre estará para nos receber. Num mundo atual que
cada vez mais o indivíduo se faz presente, o “eu” e sempre “eu”, que traz propostas cada vez mais fora dos planos de
Deus para o homem, Ele não desiste de nós, e sempre estará nos atraindo para o seu coração.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 4° DIA – 15/09/18

Isaías 43, 1-5

"1.E agora, eis o que diz o Senhor, aquele que te criou, Jacó, e te formou, Israel: Nada temas, pois eu te resgato, eu te
chamo pelo nome, és meu. 2.Se tiveres de atravessar a água, estarei contigo. E os rios não te submergirão; se
caminhares pelo fogo, não te queimarás, e a chama não te consumirá. 3.Pois eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de
Israel, teu salvador. Dou o Egito por teu resgate, a Etiópia e Sabá em compensação. 4.Porque és precioso a meus olhos,
porque eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti. 5.Fica, tranquilo, pois estou
contigo, do oriente trarei tua raça, e do ocidente eu te reunirei."

O Senhor sobretudo, nos ama sem reservas. Por isso, sempre entregou ao homem todos os meios necessários para
que ele possa ver e reconhecer que Deus é o seu único e verdadeiro Deus, e que não há outro além dele.

Nas passagens de vários eventos do antigo testamento, vemos que Deus toma a frente de batalha e guerreia junto
com os seus escolhidos: Josué, que liderou o povo a entrar na terra prometida, Davi, que enfrentou o gigante Golias,
Moisés, que levantava o cajado e o povo vencia o combate, são apenas poucos exemplos que relatam que o povo
escolhido por Deus tem Ele ao seu lado nas provações mais difíceis.

Jesus, sendo filho de Deus feito homem, não foi poupado de provações: as tentações no deserto, a contenda com
Pedro quando questiona sua morte na cruz, e na hora da paixão.

Jesus mostra com isso que está junto de nós nas provações que enfrentamos, tanto em nossa casa como no ambiente
de trabalho e na nossa comunidade. Muito diferente das propostas de outras religiões de promover o “bem-estar”,
“prosperidade sempre”, “pare de sofrer”, entre outras, como se tudo fosse uma espécie de encantamento e num
passe de mágica, tudo acaba.

Jesus disse em várias ocasiões que teríamos dificuldades e problemas a enfrentar, e que elas fazem parte de nossa
vida, quer queira ou não.

“No mundo tendes aflições, mas tende bom ânimo! Eu venci o mundo”. (Jo 16, 33)

“Se alguém quer vir a mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mt 16, 24)

É comum as pessoas se afastarem de nós quando estamos passando dificuldades: falta de emprego, vícios, acusações
injustas e etc. Somos muitas vezes pré-julgados e condenados de uma vez só, mas com Jesus não é assim. Ele não usa
da psicologia torta e falha do ser humano. Ele conhece nossa condição e sabe cuidar das nossas fraquezas, colocando
ali um unguento de cura nas nossas feridas, muitas vezes abertas por nós mesmos nas nossas escolhas erradas.

Deus faz isso por amor: nos cuida, alimenta, protege e luta. Este é o amor de Deus que caminha conosco, nos visita na
aflição, nos tratando com misericórdia. Quanto a nós, devemos sempre nos esforçar ainda que caiamos pelo pecado
ou pela provação, para estar sempre disposto a levantar e voltar para o amor de Deus que nos restaura e nos faz sentir
amado.

“O homem é feito para viver em comunhão com Deus, no qual encontra a sua felicidade. Quando Eu estiver
inteiramente em vós, nunca mais haverá dor e provação. Repleta de vós por inteiro, minha vida será verdadeira”
(CIC,45).

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 5º DIA (16/09/18)

Isaías 49, 15-16

"15.Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo
que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca. 16.Eis que estás gravada na palma de minhas mãos, tenho sempre
sob os olhos tuas muralhas."

O amor de Deus é completo e infinito, por mais que o homem se desgarre de Deus. O pecado abandona o homem e o
joga à sua própria sorte, como um filho que decide sair da casa do seu pai sem motivo algum, buscando reafirmação.
Sempre esse pai, por amor ao seu filho, estará disposto a recebe-lo em sua casa novamente.

O amor de Deus sempre nos faz perdoar o que consideramos imperdoável, seja a falha humana que for, um pai ou
uma mãe sempre irá receber o seu filho como Deus recebe o Seu, ao entregar ele na cruz por nós.

Poderá a mãe esquecer do seu filho? O texto diz isso como algo que se acontecesse, seria o mais completo absurdo
dos absurdos, porque o amor de mãe pelo filho é o único que pode chegar mais próximo do que é o amor ágape de
Deus por nós.

Deus é o amor supremo, o amor ágape, acima de todos os amores que podem existir. Deus preparou este muito com
muito amor, numa engenharia divina em que até as moléculas e átomos foram organizados numa orquestra
afinadíssima. Tudo isso para que, quando fosse o momento da criação mais esperada, o homem, que é a única criatura
que é a imagem e semelhança do Criador, encontrasse um mundo perfeito e completo, tudo esperando somente ele
chegar. Esse era o plano original de Deus: sua maior criatura, o homem, à imagem e sua semelhança, adorando-O e
glorificando-O por toda a eternidade, sem morte, doença, pecado, nada, tudo perfeito e correto.

Diz a palavra que o próprio Deus caminhava todas as tardes no Éden, e vinha ter com Adão. Não se sabe ao certo por
quanto tempo Adão conservou sua condição original, sem pecado, na perfeição. A bíblia só relata depois da criação
de Eva, veio a tentação da serpente. Nem de Adão e nem de Eva temos informações de quanto tempo, aos nossos
dias, ficaram nessa condição de graça absoluta. Podemos supor que não foi muito tempo, porque a serpente tinha
pressa em corromper a criação de Deus.

Depois que Adão pecou, tudo mudou. Veio a morte no mundo, as doenças, a miséria, fome, e tudo que nos afasta de
Deus. Tudo está contaminado pelo pecado, e ninguém na face da terra depois de Adão tem condições de resolver essa
situação, porque o seu pecado é transmitido para toda geração posterior.

Jesus é o único que tem todos os atributos para realizar o plano de salvação de Deus: é homem, porque se encarnou
num ventre de uma mulher que foi preservada do pecado desde a sua concepção, por isso é chamada de Imaculada
Conceição. É Divino, porque foi concebido pelo Espírito Santo, sem a intervenção carnal do homem. Com isso, em
Jesus se encontra o mais perfeito do perfeito do homem original, Adão, e o mais perfeito do perfeito do Divino, que é
Deus. Com as duas naturezas em perfeito equilíbrio, Jesus mostra como Deus e Adão eram unidos, porque
praticamente Adão partilhava de uma parcela divina de Deus, tanto que ao perder essa comunhão santificante, Adão
vê o seu corpo envelhecendo e se deteriorando até a morte. O próprio Deus declarou que não deixaria mais seu sopro
de vida no homem por mais de 120 anos, numa referência de que o homem teria uma duração medíocre se comparada
ao plano original de Deus.

Mas o plano de Deus é fazer com que uma oferenda única e suficientemente perfeita seja aceita por Ele, para remir
todos os homens ao plano de Deus. Jesus, ao derramar o sangue na cruz, assemelha-se ao cordeiro que é imolado sem
reclamar de nada. O sacrifício da carne estava pronto, realizado, porque a carne de Jesus é uma carne sem mancha de
pecado. Então o sangue de Jesus consegue remir o nosso corpo do pecado original.

Depois que Jesus é transpassado pela lança, e sai todo o seu sangue, remindo o homem de qualquer sacrifício de
animal que antes era feito pra reparar as culpas, começou a sair água, que é a divindade de cristo. De todos os
sacrifícios que eram feitos, a água nunca chegava a sair. Diz a sagrada escritura que “jorrou sangue e água” do lado
aberto pela lança. Jesus derramou na cruz todo o seu sangue, e toda a sua água. Jesus foi esvaziado de toda a
humanidade e toda a divindade, tornando a sua oblação perfeita, completa, sem mancha, perfeita, suficiente e
insubstituível por todos os homens. Na profissão de fé, dizemos que Jesus foi até os infernos depois da sua morte,
retirou das mãos do demônio as chaves da vida e da morte, abriu novamente as portas do céu e levou todos os seus
eleitos, os profetas, mártires e todos os merecedores anteriores a Ele para a glória eterna, e garantiu para nós a
inclusão novamente no plano original de Deus, porque a morte já não tem a palavra final sobre nossa vida. Glórias ao
Senhor Jesus, Aleluia.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 6º DIA (17/09/18)

João 3,16

"16.Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não
pereça, mas tenha a vida eterna."

Apesar de não estar em evidência, nesse primeiro momento, os estudos sobre o pecado e a salvação do ser humano,
os dois assuntos estão intimamente ligados porque foi por amor que Jesus se encarnou para tirar o pecado do mundo.
O amor é o maior de todos os sentimentos, é o único que nos faria dar a nossa vida por alguém. Aquele que somente
gosta, tem afeição, é somente caridoso e respeitoso não deixa de ser um bom cristão também, todos esses
sentimentos são necessários, fazem parte de um conjunto de valores que devemos colocar a serviço do irmão. Mas
não é suficiente pra dar a vida. Quem é assim vai ficar pensando muito em sequer se machucar por alguém que gosta,
imagine por aquele que não conhece.

Mas o amor é entrega total, paixão absoluta ao máximo do escandaloso. Quando falo isso, não me refiro ao amor Eros
e nem ao amor Filia, que são o amor carnal e filial, respectivamente, no idioma grego. Falo do amor Ágape, o máximo
dos máximos de entrega sem reservas, a perfeição absoluta que só Deus pode ter. O amor que mais se assemelha a
este amor de se entregar à morte pra salvação de alguém é o amor de uma mãe por um filho. Uma mãe é capaz de se
jogar na frente de uma bala pra salvar o filho da morte. Diz o Senhor Jesus:

“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15, 13)

Embora nada se possa comparar ao verdadeiro sentido dessa frase que se aplica com perfeição à Jesus, isso para nós
se aplica nas coisas menores que podemos fazer. A vida pode ser entendida aqui não só na questão biológica, mas na
vida em comunidade, na nossa casa, no nosso trabalho, em que doamos o máximo do melhor que temos pra fazer a
obra de Deus na vida do outro. Isso é promover concretamente esse versículo porque a doação é de tempo, atenção,
um projeto de vida pastoral, um conselho que pode evitar até um suicídio, por exemplo. Enfim, dar a vida é abdicar
no nosso tempo particular, que poderíamos usar para nos divertir, para promover a edificação do outro em sua
caminhada para Jesus.
Como já visto em outras partes dessa meditação diária, Deus envia o seu filho para nos salvar por amor eterno, e
restaurar o seu plano original para nós, que é viver eternamente para louvar e bendizer a Deus. Ao cumprir a vontade
do Pai, Jesus restaura a dignidade do homem, elevando-o novamente à uma condição superior a todas as criaturas e
situações. Com Jesus, somos capazes de vencer o pecado com certeza, mesmo sabendo que, apesar de sermos livres
do pecado original pelo batismo, não perdemos a inclinação natural para o pecado, e temos que lutar diariamente
contra isso. Antes de Jesus, essa era uma batalha perdida para nós, não importando o que era feito de sacrifício, nada
era suficiente. Agora a realidade é outra: mesmo sabendo que um único e suficiente sacrifício foi feito, temos que nos
esforçar para nos configurar corporalmente e espiritualmente ao sacrifício de Jesus, renunciando diariamente ao
pecado.

Diz os textos do catecismo da igreja católica:

“De todas as criaturas visíveis, só o homem é capaz de conhecer e amar o seu criador (216). É a única criatura sobre a
terra que Deus quis por si mesma (217). Só ele é chamado a partilhar, pelo conhecimento e pelo amor, a vida de Deus.
Com este fim foi criado, e tal é a razão fundamental da sua dignidade” (C.I.C, 356).

“Deus tudo criou para o homem (219), mas o homem foi criado para servir, e amar a Deus, e para lhe oferecer toda a
criação” (C.I.C, 358)

Ao ser criado sem pecado, o homem é um ser ordenado, isto é, corpo, alma e espírito em perfeita harmonia e sintonia
com o criador. Não sabia o que era o pecado porque não tinha a ciência pra saber distingui-lo. Podemos supor que a
mente de Adão se assemelhava ao de uma criança, não nas coisas de criança, mas na pureza de pensamento.

Ao ter contato com a distinção dessa ciência, ou seja, saber o que seria bom ou mau pra ele e qual deles desejava
seguir, o homem peca em primeiro plano por desobediência a Deus, por aceitar o fruto oferecido por Eva, e em segundo
plano, por querer usurpar o lugar de Deus, ao dizer pra si mesmo que é o comandante da sua vida e faz o que der na
“telha”, como diz o termo popular.

Que possamos pedir ao senhor a boa ciência, para aplicar o seu projeto original na nossa vida e não nos deixarmos
nos perder nos tantos caminhos tortuosos que o mundo oferece.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 7º DIA (18/09/18)

1 Coríntios 13, 4-8

4."A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. 5.Nem
escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. 6.Não se alegra com a injustiça,
mas se rejubila com a verdade. 7.Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8.A caridade jamais acabará. As
profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará."

O texto faz uma estreita relação entre o amor ágape e a caridade. Embora a caridade possa ser o amor ágape de Deus
em sentido amplo, seria na sua intimidade um amor fraternal, uma forma de aplicação prática do amor ágape na vida
em comum. Esse amor é que nos dirige para agir em benefício do próximo. A longa descrição feita em longos verbos
pra destacar as diversas formas de atuação da caridade nos leva a perceber que São Paulo quer destacar que não se
deve ter disputas de posição social dentro da comunidade, onde um quer aparecer mais que outro. Logo depois, no
cap. 14, ele discorre sobre os dons dos carismas em vista do bem comum. Ou seja, usar da melhor forma o que
gratuitamente foi dado pra promoção da vida em comunidade, em suas necessidades materiais e espirituais. De nada
adianta possuirmos vários dons, línguas, carismas, ciência, e não usarmos em prol daquele que necessita. O uso do
amor-caridade, que no dom de partilhar, se torna comunhão entre os irmãos.

Na carta Encíclica Caritas In Veritate, na época então do Papa Bento XVI, sobre o Desenvolvimento Humano Integral
na Caridade e na Verdade, o Papa enfatiza na introdução do documento, que a caridade que Jesus testemunhou com
a sua vida terrena e na sua ressurreição é a força propulsora para o principal desenvolvimento de cada pessoa. Destaca
ainda que defender a verdade, propô-la com humildade e convicção e testemunhá-la na vida são formas exigentes e
imprescindíveis de caridade. Esta, rejubila-se com a verdade (1 Cor 13, 6). O documento completo contém 79 artigos
e de uma qualidade textual irretocável, e merece mais horas debruçadas de meditação.

Fecho esses dias de meditação sobre o tema Amor de Deus com várias questões em aberto, que sempre carecerão de
palavras insuficientes para exprimir o que Deus sente por nós. Mas na nossa imperfeição de criaturas que somos, não
miseráveis como alguns falam porque Jesus nos resgatou, devemos nos manter com o pensamento o mais longe
possível do pecado, a fonte geradora de tudo o que está errado no mundo, e pensarmos mais em como e o que
podemos fazer pra edificar a vida dos nossos irmãos em Cristo.
2º ENCONTRO: PECADO E SALVAÇÃO (19/09/2018)

João 3, 1-15

Notas da pregação:

- O salário do pecado é a morte (São Paulo)

- Porque por um só homem entrou o pecado no mundo, e por um só homem o pecado foi destruído, elevando o homem
à uma condição redimida e salvífica perante Deus.

- Isso não isenta o homem de abster-se de certas coisas e achar que não precisa fazer nada pra salvar-se. Embora o
seu acesso ao céu lhe seja agora garantido, o homem deve esforçar-se para vencer os pecados do corpo e da alma do
que deixar minar a fé em Deus.

- João 3, 1-15 – nascer da água e do espírito, renascer. Abandono do homem velho para o homem novo pela ação do
Espírito Santo.

- Jesus anuncia na palavra acima sua paixão, de como vai ser o plano de Deus pra salvar a humanidade de seus pecados.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 1º DIA. (19/09/18)

Eclesiástico 1, 36-40

36."Não sejas rebelde ao temor do Senhor, não vás a ele com um coração fingido. 37.Não sejas hipócrita diante dos
homens, e que teus lábios não sejam motivo de queda. 38.Vela sobre eles para que não caias, e não atraias sobre tua
alma a desonra; 39.e para que Deus, revelando teus segredos, não te destrua no meio da assembleia, 40.por te teres
aproximado do Senhor sorrateiramente, com o coração cheio de astúcia e engano."

O texto nos apresenta aquele que não se arrepende verdadeiramente, vai até Deus com uma aparência de bom moço,
mas não tem nada a oferecer além de um coração deserto.

O coração daquele que não se arrepende dos seus pecados é como um solo árido, que não cresce nada e não se deixa
regar pela ação transformadora do Espírito Santo. Como o solo da parábola do semeador, é necessário deixar que o
amor de Deus cure nosso coração, retire o de pedra e coloque um de carne, como diz Ezequiel 36, 26. Em muitas
ocasiões, Jesus falou do arrependimento. Foi exatamente para isso que ele veio. Salvar a humanidade dos seus
pecados.

O assunto pecado é de uma riqueza excelente para acender discussões produtivas, pois podemos discorrer em muitas
linhas de raciocínio de como o pecado nos afasta de Deus. Não é de longe a intenção de esgotar o assunto, mas
algumas posições podemos enxergar para ver como Jesus combateu o pecado:

Algumas situações:

- “Teus pecados estão perdoados; ” (Lc 7, 48)

- “Moisés permitiu o divórcio porque vocês são duros de coração”; (Mt 19, 8)

- “Minha casa será chamada casa de oração, mas vós transformastes num covil de ladrões”; (Mt 21, 13)

- “Desça daí, porque hoje mesmo irei à tua casa”; (Lc 19, 5)

São apenas alguns exemplos de Jesus não só perdoando, mas também agindo de forma mais enérgica, como no
episódio dos vendedores do templo que, pelo pecado da ganância, serviam ao dinheiro e não à Deus.
MEDITAÇÃO DIÁRIA: 2º DIA (20/09/18)

Marcos 7, 20-23

"20.Ora, o que sai do homem, isso é que mancha o homem. 21.Porque é do interior do coração dos homens que
procedem os maus pensamentos: devassidões, roubos, assassinatos, 22.adultérios, cobiças, perversidades, fraudes,
desonestidade, inveja, difamação, orgulho e insensatez. 23.Todos estes vícios procedem de dentro e tornam impuro o
homem."

Jesus afirma que a fonte das maldades e do pecado é o coração do homem, e não o que entra nele, como os fariseus
no seu tempo queriam impor pesados fardos nos outros, impondo comportamentos, rituais, costumes que somente
teriam um verdadeiro sentido se a vida espiritual fosse realmente dedicada à adoração sincera à Deus, e não um
disfarce debaixo de roupas. Jesus disse numa exortação direta aos fariseus:

“(...) vocês coam um mosquito, mas arrotam um camelo”; (Mateus 23, 24)

Esse trecho do discurso de exortação de Jesus aos fariseus (passagem completa em Mateus 23, 1-36) mostra que os
fariseus eram os mestres da lei e usavam-na dando uma interpretação de acordo com o modo de vida deles, pra poder
justificar suas ações. O problema nunca esteve nos costumes, desde que não fosse usado com hipocrisia em
detrimento à misericórdia de Deus.

Num outro trecho da Palavra de Deus, Jesus dá outra exortação aos fariseus (Lucas 11, 42-46):

"Ai de vós, fariseus, porque pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças, mas desprezais a justiça e
o amor de Deus! Devíeis praticar estas coisas, sem omitir aquelas. Ai de vós, fariseus, porque gostais do primeiro lugar
nas sinagogas e das saudações na praça pública! Ai de vós, porque sois como sepulcros disfarçados, sobre os quais
passamos sem o saber!”.

Então um dos doutores da lei tomou a palavra e disse a Jesus:

“Mestre, ao dizeres essas palavras também nos insultas a nós”.

Jesus respondeu: Ai de vós também, doutores da lei, porque impondes aos homens fardos insuportáveis e vós próprios
nem com um só dedo tocais nesses fardos.”

Quando o pecado impera no coração do homem, são essas coisas que afloram externamente e faz com que nós e o
próximo sofra.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 3º DIA: (21/09/18)

Salmo 50

1."Ao mestre de canto. Salmo de Davi,


2.quando o profeta Natã foi encontrá-lo, após o pecado com Betsabé.
3.Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade. E conforme a imensidade de vossa misericórdia, apagai a
minha iniquidade.
4.Lavai-me totalmente de minha falta, e purificai-me de meu pecado.
5.Eu reconheço a minha iniquidade, diante de mim está sempre o meu pecado.
6.Só contra vós pequei, o que é mau fiz diante de vós. Vossa sentença assim se manifesta justa, e reto o vosso
julgamento.
7.Eis que nasci na culpa, minha mãe concebeu-me no pecado.
8.Não obstante, amais a sinceridade de coração. Infundi-me, pois, a sabedoria no mais íntimo de mim.
9.Aspergi-me com um ramo de hissope e ficarei puro. Lavai-me e me tornarei mais branco do que a neve.
10.Fazei-me ouvir uma palavra de gozo e de alegria, para que exultem os ossos que triturastes.
11.Dos meus pecados desviai os olhos, e minhas culpas todas apagai.
12.Ó meu Deus, criai em mim um coração puro, e renovai-me o espírito de firmeza.
13.De vossa face não me rejeiteis, e nem me priveis de vosso santo Espírito.
14.Restituí-me a alegria da salvação, e sustentai-me com uma vontade generosa.
15.Então aos maus ensinarei vossos caminhos, e voltarão a vós os pecadores.
16.Deus, ó Deus, meu salvador, livrai-me da pena desse sangue derramado, e a vossa misericórdia a minha língua
exaltará.
17.Senhor, abri meus lábios, a fim de que minha boca anuncie vossos louvores.
18.Vós não vos aplacais com sacrifícios rituais; e se eu vos ofertasse um sacrifício, não o aceitaríeis.
19.Meu sacrifício, ó Senhor, é um espírito contrito, um coração arrependido e humilhado, ó Deus, que não haveis de
desprezar.
20.Senhor, pela vossa bondade, tratai Sião com benevolência, reconstruí os muros de Jerusalém.
21.Então aceitareis os sacrifícios prescritos, as oferendas e os holocaustos; e sobre vosso altar vítimas vos serão
oferecidas."

Ó Senhor, eu me reconheço pecador diante de Ti. Tu que andavas com Adão livremente no jardim do éden, e agora,
Senhor, estais afastado por minha iniquidade, lhe peço por humildade em coração puro e em espírito decidido por
minha culpa pelas oblações e sacrifícios oferecidos.

O texto acima lido como oração, revela um pouco do panorama da condição dos povos, das pessoas antes do sacrifício
de Jesus. Deus é misericordioso e reconhecia no ser humano aqueles que são bons e querem permanecer fieis à sua
palavra. Por isso, as oferendas de sacrifício apenas amenizavam uma parte dos pecados, mais por causa do esforço
pessoal do ser humano do que pela oferenda imperfeita.

Mesmo que o rei Davi oferecesse até a sua própria vida em sacrifício pelos próprios pecados, nem de longe seria
suficiente para expiá-los definitivamente porque carecia de um fator fundamental: a origem do sacrifício já era
imperfeita, manchada pela linhagem defeituosa de Adão, o chamado pecado original.

E aí temos um grande problema: depois de Adão, todos os homens nascem impuros, já pecadores. Somente uma
oferenda perfeita seria suficiente para resgatar tudo completamente, desse ao homem o status de criatura remida em
Deus e não do pecado. Jesus tinha que cumprir certos requisitos pra se configurar um cordeiro perfeito:

- Não podia nascer do pecado (Jesus foi concebido pela ação do Espírito Santo sem a união de homem e mulher);

- O ventre gerador de Jesus não podia ter mancha de pecado (Jesus foi gerado em um ventre imaculado, pelo fato de
a virgem maria ter sido também preservada do pecado original, fato que a habilitou para gerar um santo, sendo o seu
ventre também santo – Dogma da Imaculada Conceição);

- Tinha que ser carne perfeita, pra poder remir a carne imperfeita do homem (Diz o Credo Apostólico: ...e se encarnou
no seio da Virgem Maria, e se fez homem... Ele foi igual a nós em tudo, exceto no pecado);

- O pecado do homem ia além da esfera da carne, atingia a salvação da sua alma (Credo apostólico: ...Jesus cristo,
verdadeiro Deus e verdadeiro homem...)

Nestas pequenas comparações, vemos que Jesus se sacrifica como cordeiro perfeito. Na carne, no sangue e na sua
divindade. Na sua morte na cruz, foi dilacerado o corpo como o nosso, o sangue todo derramado pra remir o nosso, e
pra finalizar e completar de vez a salvação de uma forma que ninguém mais podia fazer, saiu a água toda do seu corpo,
a água da divindade. Por isso, somente Jesus reunia todos os elementos para realizar de uma vez por todas o plano de
salvação do pai.
MEDITAÇÃO DIÁRIA: 4º DIA: (22/09/18)

Eclesiástico 2, 7-13

"7.Vós, que temeis o Senhor, esperai em sua misericórdia, não vos afasteis dele, para que não caiais; 8.vós, que temeis
o Senhor, tende confiança nele, a fim de que não se desvaneça vossa recompensa. 9.Vós, que temeis o Senhor, esperai
nele; sua misericórdia vos será fonte de alegria. 10.Vós, que temeis o Senhor, amai-o, e vossos corações se encherão
de luz. 11.Considerai, meus filhos, as gerações humanas: sabei que nenhum daqueles que confiavam no Senhor foi
confundido. 12.Pois quem foi abandonado após ter perseverado em seus mandamentos? Quem é aquele cuja oração
foi desprezada? 13.Pois Deus é cheio de bondade e de misericórdia, ele perdoa os pecados no dia da aflição. Ele é o
protetor de todos os que verdadeiramente o procuram."

O texto revela algo de muito mais profundo do que somente não pecar, manter-se íntegro. A parte anterior (do 1 ao
6) revela que aqueles que resolvem livremente se entregar ao Senhor, seja na vida eclesial, religiosa ou comunitária,
tem que estar preparado para suportar as provas de amor, fé, esperança e caridade que Deus o fará. Pois não se malha
em ferro frio para que ele se molde, e sim aquecendo o metal e aos golpes, vai conformando-o ao molde final. Com
Deus é assim também: O Espírito Santo nos aquece e vamos aprendendo com as provações para ir nos moldando à
forma que Deus deseja pra nós.

O pecado é capaz de nos esfriar por dentro, nos deixar numa espécie de aridez espiritual¸ que é uma forma mais
branda da Noite Escura da Alma, conceito de São João da Cruz, que atinge as almas de desenvolvimento espiritual
bem mais elevado. Para os iniciantes, a aridez espiritual pode ter causas físicas ou psíquicas. Como não estou tratando
desse assunto aqui, vou considerar para nosso caso em questão a causa mental como diagnóstico da aridez. Nessa
fase, mesmo uma oração pessoal pode ser um desafio quase intransponível. O contato com Deus parece um fardo
pesado demais pra ser carregado. Mesmo que não se tenha vontade de orar, talvez por achar que não vai adiantar
nada, devemos nos manter resignados, procurando uma maneira de servir melhor a Deus, se humilhando perante ele
reconhecendo nossa pequenez e procurar reconhecer o Senhorio de Jesus na nossa vida. Jesus disse que no mundo
passaríamos por aflições, mas que ele venceu o mundo. Em outra ocasião, disse que “Sem mim nada podeis fazer!” e
a recíproca também é verdade: com Jesus, tudo podemos.

O verdadeiro perdão dos pecados também passa, de certo modo, pelo perdão aos irmãos. Deus vai te perdoar dos
pecados porque ele é amor incondicional, mas nós temos também que perdoar as faltas dos outros irmãos para
conosco. Muitas vezes é uma missão difícil porque o pecado do irmão nos fere bastante, a às vezes demoram anos pra
se tomar consciência de como isso nos faz mal. Quando estamos nessa situação, temos que orar e pedir a Deus que
nos cure no interior primeiro, pra depois ir ao irmão que nos provocou e procurar a reconciliação. Lembremos da
passagem que diz: “Deixa ali a sua oferta diante do altar, e vai reconciliar-se com seu irmão; e depois virá pra
apresentar a sua oferta.” (Mt 5, 24).

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 5º DIA: (23/09/18)

Romanos 2, 6-11 (12-16 – complemento de leitura)

"6.que retribuirá a cada um segundo as suas obras: 7.a vida eterna aos que, perseverando em fazer o bem, buscam a
glória, a honra e a imortalidade; 8.mas ira e indignação aos contumazes, rebeldes à verdade e seguidores do mal.
9.Tribulação e angústia sobrevirão a todo aquele que pratica o mal, primeiro ao judeu e depois ao grego; 10.mas glória,
honra e paz a todo o que faz o bem, primeiro ao judeu e depois ao grego. 11.Porque, diante de Deus, não há distinção
de pessoas. 12.Todos os que sem a lei pecaram, sem aplicação da lei perecerão; e quantos pecaram sob o regime da
lei, pela lei serão julgados. 13.Porque diante de Deus não são justos os que ouvem a lei, mas serão tidos por justos os
que praticam a lei. 14.Os pagãos, que não têm a lei, fazendo naturalmente as coisas que são da lei, embora não tenham
a lei, a si mesmos servem de lei; 15.eles mostram que o objeto da lei está gravado nos seus corações, dando-lhes
testemunho a sua consciência, bem como os seus raciocínios, com os quais se acusam ou se escusam mutuamente.
16.Isso aparecerá claramente no dia em que, segundo o meu Evangelho, Deus julgar as ações secretas dos homens,
por Jesus Cristo."

Deus é rico em misericórdia, fiel, compassivo e justo. Assim dará aquilo que nos for merecido pelas nossas obras que
fazemos e fizemos. O texto diz: “A fé sem obras é morta!”. Não nos basta dizer que tem fé nos santos, no escapulário,
na devoção à Virgem Maria, se não consigo plantar nada dessa semente na terra.

Na passagem de Efésios 2, 7-10, o apóstolo Paulo alerta do perigo de vangloriar-se daquilo que se faz, mesmo sendo
para o bem comum e em nome da igreja. Não temos que pensar ser primeiro ou último, porque para Deus, somos
iguais. A fé deve ter obras sim, mas com o sentido certo, sem deturpação e uso para fins de promoção pessoal. Essa é
a crítica dele para dizer que “(...)não vem pelas obras, para que ninguém se orgulhe(...)”. Segue a passagem completa:

7.Assim, pela bondade, que nos demonstrou em Jesus Cristo, Deus quis mostrar, através dos séculos futuros, a
incomparável riqueza da sua graça. 8Com efeito, é pela graça que sois salvos, mediante a fé. E isso não vem de vós; é
dom de Deus! 9Não vem das obras, para que ninguém se orgulhe. 10Pois é ele quem nos fez; nós fomos criados em
Jesus Cristo para as obras boas, que Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos..

Existem pessoas que conhecemos que nunca foram à igreja, e são caridosas, pregam o bem e semeiam coisas boas.
Eles não conhecem a palavra, mas é como diz o texto: “(...) A obra da lei está gravada em seus corações.” (Rom 2, 15)

Sendo assim, é perfeitamente possível uma pessoa viver de aparências, como eram os fariseus, cobrando dos outros
comportamentos que nem mesmo ela poderia fazer. E na vida da igreja, se acham cumpridores das devoções, novenas,
dúzias de terços e etc. Mas no seu íntimo, ela não é feliz e nem consegue mais olhar para si mesmo. Deus vê o que
está oculto, no interior do coração, e quer fazer a Sua obra na nossa vida, mas parte de nós a aceitação por Jesus e se
deixar guiar pelo Espírito Santo.

Devemos pedir ao Senhor que nos dê forças pra não criticar os outros e cobrar coisas que nós não podemos realizar
nem pra nós, nem para o próximo. Praticar a caridade e o amor fraterno e vigiar sempre pra não cair em tentação do
pecado.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 6º DIA: (24/09/18)

Salmo 10, 4-7

4."Entretanto, o Senhor habita em seu templo, o Senhor tem seu trono no céu. Sua vista está atenta, seus olhares
observam os filhos dos homens. 5.O Senhor sonda o justo como o ímpio, mas aquele que ama a injustiça, ele o aborrece.
6.Sobre os ímpios ele fará cair uma chuva de fogo e de enxofre; um vento abrasador de procela será o seu quinhão.
7.Porque o Senhor é justo, ele ama a justiça; e os homens retos contemplarão a sua face."

Este trecho do salmo quer dizer para nós que nenhum êxito na vida seja ela profissional ou de comunidade, não pode
dar certo sem que Deus esteja no centro de sua vida.

É interessante observar que, há dois dias atrás da data em que escrevi estas palavras, o padre Christian Shankar, no
seu programa na Rede Vida, propôs um jogo de tabuleiro diferente, onde as peças eram nossos projetos e o tabuleiro
a nossa jornada aqui na terra.

Se começamos a escolher coisas mais importantes como carreira, casa, dinheiro, carros e outros mais, no final das
peças não sobra espaço para o mais importante: Deus na nossa vida.
Se escolhermos certo, colocamos Deus no lugar que ele merece, que é o centro da nossa história. Então ao
distribuirmos as peças, ou seja, nossos projetos de vida, todos tem o seu lugar correto e não falta nada, até sobra
espaço.

Um jogo simples que nos ensina como é complexa a vida. Nos dá uma grande lição de que Deus é e sempre será o
centro de tudo o que fazemos e pensamos em fazer. Esse é o verdadeiro sentido de se amar a Deus sobre todas as
coisas.

Devemos sempre ao orar, pedir ao Senhor que não nos deixais esquecer dele, que é o nosso centro de vida. Sabemos
que optar por Deus como Senhor da nossa história requer provações, mas felizes nós somos em saber que Deus
sempre estará conosco pra quem de coração o buscar.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 7º DIA: (25/09/18)

1 João 2, 8-10

"8.Todavia, eu vos escrevo agora um mandamento novo - verdadeiramente novo, nele como em vós, porque as trevas
passam e já resplandece a verdadeira luz. 9.Aquele que diz estar na luz, e odeia seu irmão, jaz ainda nas trevas.
10.Quem ama seu irmão permanece na luz e não se expõe a tropeçar."

Ao longo dos dias da semana, estudei várias situações em que o pecado nos afasta de Deus e torna o nosso coração
frio para a graça divina. O texto acima nos fala que devemos nos reconciliar com Deus, através sacramento da
confissão.

Diz uma passagem do evangelho que diz que devemos nos reconciliar com o irmão primeiro antes de levar a oferta
pro altar, senão não há um verdadeiro sentido de oferenda, já que somos nós que Deus deseja que ofertemos.

Tudo que nós fazemos tem reflexo na vida dos outros, seja coisas boas ou más, porque vivemos em comunidade e não
isolados numa caverna. Por isso, devemos plantar boas sementes e para isso, temos que ser boas árvores que deem
bons frutos. O nosso testemunho nos dá sólidas bases para manter a chama viva da fé e firmes pra suportar com
alegria as provações da vida.

Devemos nos dirigir ao Senhor com o coração mais puro possível. Ao confessar nossos pecados, recebemos de Deus
no tempo da graça, uma nova chance de mudar de vida e devemos ser fiéis a essa nova oportunidade, porque não
sabemos o dia nem a hora que deixaremos esse mundo, e a cada dia e amanhecer, é uma nova chance que Deus nos
dá pra reconhecer que Ele é o Senhor da nossa vida, e abraçarmos de vez a conversão e trilharmos definitivamente os
caminhos da salvação.
3º ENCONTRO: A SALVAÇÃO EM JESUS (26/09/2018)

Notas da Pregação:

João 14 (vou preparar-lhes um lugar)

- Crer em Jesus, ele é a única salvação

- Deus salva o seu povo da escravidão do Egito, usando Moisés como libertador como uma figura que prenuncia de que
forma Jesus salvaria o povo dos pecados de uma maneira mais intensa e perfeito sacrifício. Moisés, por ação de Deus,
salva o povo dos malefícios físicos, da carne e Jesus nos salva dos pecados completamente, do corpo e alma.

- Jesus é a terra prometida, o novo jardim do Éden, a Jerusalém restaurada.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 1º DIA (26/09/18)

João 3, 13-18

"13.Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, o Filho do Homem que está no céu. 14.Como Moisés
levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem, 15.para que todo homem que nele crer
tenha a vida eterna. 16.Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que
nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. 17.Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para
que o mundo seja salvo por ele. 18.Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado; por que não
crê no nome do Filho único de Deus."

Jesus é o messias esperado pelos judeus, mas não foi reconhecido por aqueles que o esperavam. Ele desmistifica o
conceito de que Deus castiga violentamente os homens e que Deus é acusador de nossos pecados. Jesus mostra que
o plano do Pai é baseado no amor verdadeiro, fraterno, e não em conceitos humanos.

O maior pecado que se pode cometer é banalizar e racionalizar a missão de Jesus, assim como seus sinais. Esse é um
pecado contra a própria fé, que não te leva a meditar nas coisas de Deus e enxergar as situações com os olhos da fé.
O racionalismo tira essa visão espiritual de Jesus na sua missão e acaba que o ato de crer, que é uma ação concreta de
fé, não aconteça. Por isso Jesus nos fala que aquele que não crê já está julgado porque não se muda o pensamento, a
abertura para enxergar o plano de Deus não acontece.

Que nós nunca duvidemos do amor de Deus por nós. Que nunca percamos a fé nas palavras de Jesus, que são as únicas
palavras verdadeiras e que nos levam a Deus, como diz a passagem: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém
vem ao Pai, senão por Mim”. (Jo 14, 6), e na confirmação do discípulo Pedro: “Senhor, a quem iremos? Tens palavras
de vida eterna e nós cremos e reconhecemos que és o Santo de Deus”. (Jo 6, 68-69)

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 2º DIA (27/09/18)

Atos 4, 10-12

"10.ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: foi em nome de Jesus Cristo Nazareno, que vós crucificastes, mas
que Deus ressuscitou dos mortos. Por ele é que esse homem se acha são, em pé, diante de vós. 11.Esse Jesus, pedra
que foi desprezada por vós, edificadores, tornou-se a pedra angular. 12.Em nenhum outro há salvação, porque debaixo
do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos."
Paulo em seu discurso reconhece a força salvadora de Jesus e dá testemunho de que em seu nome há poder divino.
Deus exaltou Jesus acima de qualquer ser vivente, porque ele cumpriu a vontade do pai até a morte, e morte de Cruz.

Paulo ainda declara que a nenhum nome foi dado tal poder a não ser o nome de Jesus. Em outra passagem, diz que se
dobre todo joelho da terra e dos infernos ao nome de Jesus.

Em outra passagem, Jesus fala que toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Devemos reconhecer a figura de
Jesus como salvador e Senhor da nossa vida.

Pessoas hoje colocam suas crenças e forças em coisas que não podem fazer nada: Pedras, cristais, trevo de 4 folhas,
etc. Coisas de símbolos vazios que nada fazem por ninguém, nenhum desses sortilégios deu o sangue e água na cruz
para salvar a humanidade. Só há um Deus e Senhor de tudo, e é a Jesus que Deus o exaltou acima de todas as criaturas,
é que devemos adoração.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 3º DIA (28/09/18)

João 1, 1-14

"1.No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. 2.Ele estava no princípio junto de Deus.
3.Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. 4.Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens. 5.A luz resplandece
nas trevas, e as trevas não a compreenderam. 6.Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava João. 7.Este
veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele. 8.Não era ele a luz,
mas veio para dar testemunho da luz. 9.[O Verbo] era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem.
10.Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu. 11.Veio para o que era seu, mas os seus
não o receberam. 12.Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se
tornarem filhos de Deus, 13.os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem,
mas sim de Deus. 14.E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe
do seu Pai, cheio de graça e de verdade."

Deus nos ama e por isso nos criou livres. O livre arbítrio que só o ser humano possui, nos faz decidir livremente sobre
o que queremos fazer. Desde o princípio dos tempos lá no Éden, Deus nos deu somente 1 prescrição, que não tocasse
na árvore do centro do jardim. Na verdade, Deus pediu para que não o desobedecesse, mas Adão, o primeiro homem,
não observa essa ordem e desobedece a Deus. Com isso, afastado da graça, Adão foge da presença de Deus e o Paraíso
se fecha para o homem.

Essa introdução diz para nós que o homem sempre tem opção baseadas em dois caminhos: seguir a voz de Deus, ou
a voz do mundo. O homem pecou, e por isso, é inclinado ao pecado naturalmente, mesmo quando não tem nada ao
nosso redor pra estimular o pecado. Diz o magistério da igreja que o homem peca por pensamentos, palavras, atos e
omissões.

Deus quando liberta o povo da escravidão do Egito, escreve na pedra os dez mandamentos e os entrega a Moisés. O
que Deus sempre desejou era que nós gravássemos os mandamentos no coração, e não numa pedra. E mesmo assim,
naquela época em que Deus tinham uma ação mais direta com o homem, as pessoas se recusam a seguir o que Deus
pede.

Deus também se revelou muitas vezes para seus profetas, oráculos do Senhor. Um oráculo é como um porta voz. Fala
aquilo que foi instruído a dizer somente, nada provém dele, a não ser algo por revelação.

Jesus é o Verbo, a Palavra. O verbo é a palavra principal numa frase, aquela que indica ação, que realiza concretamente
alguma coisa. Por ter saído de Deus, Jesus é o oráculo e a fonte em si próprio. O verbo em si próprio que fala por si
próprio.
Deus confirma isso quando diz: “Este é o meu filho amado, escutai o que ele diz”. Deus nunca disse isso e nem nada
parecido pra nenhum profeta, por melhor que ele fosse.

Peçamos ao Senhor que faça realizar o verbo na nossa vida, e reconheçamos que Jesus sempre nos fala, e que
possamos ouvir e gravar sua lei no nosso coração.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 4º DIA (29/09/18)

I Cor 15, 20-23

"20.Mas não! Cristo ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que morreram! 21.Com efeito, se por um homem
veio a morte, por um homem vem a ressurreição dos mortos. 22.Assim como em Adão todos morrem, assim em Cristo
todos reviverão. 23.Cada qual, porém, em sua ordem: como primícias, Cristo; em seguida, os que forem de Cristo, na
ocasião de sua vinda."

No começo da criação, Adão foi constituído com justiça e santidade. Por não conhecer o pecado, Adão tinha
pensamentos puros e sem mancha. A graça santificante é que o mantinha sempre revigorado, sem dor, doença,
envelhecimento e morte. Depois que entra o pecado, Adão perde as graças especiais e passa ter a ciência do que
agrada a Deus e o que não agrada, já inclinando-se a fazer o que desagrada a Deus” e com isso, Deus fecha o Paraíso.
Em Jesus, recuperamos o direito a ter de volta a graça perdida por Adão e reconquista o direito a entrar no Éden.

O que mudou em relação à antes? Não importava qual esforço fosse feito, nada seria suficiente pra apagar a ofensa a
Deus, não importando o tamanho da oferenda. O problema não estava no porte da oferenda, e sim na natureza dela,
porque era impura.

Mesmo os grandes profetas da nossa história, ao morrerem, foram para a chamada “Mansão dos Mortos”. Vejamos o
que diz o Catecismo da Igreja Católica sobre esse assunto:

As frequentes afirmações do Novo Testamento, segundo as quais Jesus ressuscitou de entre os mortos (1 Cor 15, 20)
(528), pressupõem que, anteriormente à ressurreição, Ele tenha estado na Morada dos Mortos (529) este o sentido
primeiro dado pela pregação apostólica à descida de Jesus à Morada dos Mortos: Jesus conheceu a morte, como todos
os homens, e foi ter com eles à Morada dos Mortos. Porém, desceu lá como salvador proclamando a Boa-Nova aos
espíritos que ali estavam prisioneiros (530).

CIC, 632

A Morada dos Mortos, a que Cristo morto desceu, é chamada pela Escritura os infernos, Sheol ou Hades (531), porque
aqueles que aí se encontravam estavam privados da visão de Deus (532). Tal era o caso de todos os mortos, maus ou
justos, enquanto esperavam o Redentor (533), o que não quer dizer que a sua sorte fosse idêntica, como Jesus mostra
na parábola do pobre Lázaro, recebido no «seio de Abraão» (534). «Foram precisamente essas almas santas, que
esperavam o seu libertador no seio de Abraão, que Jesus Cristo libertou quando desceu à Mansão dos Mortos» (535).
Jesus não desceu à Mansão dos Mortos para de lá libertar os condenados (536), nem para abolir o inferno da
condenação (537), mas para libertar os justos que O tinham precedido (538).

CIC, 633

Nem precisamos explanar mais esse assunto. Já sabemos que o céu estava fechado para eles, mesmo eles sendo dignos
pra entrar. Jesus ao morrer na cruz, desce à mansão dos mortos que oramos hoje no Credo e abre o céu para todos os
eleitos dele.

Isso nos poderia levar a pensar que o nosso trabalho hoje está mais fácil. De fato, temos uma vantagem que os antigos
antes de Jesus não tinham. Antes, se procurava a salvação e ela não poderia ser dada, só por misericórdia. Hoje, há a
superabundância da graça, a salvação, e ela não é procurada, o que é pior, ignorada.
É possível perder a salvação? Sim, mas não porque Deus quer, mas parte do homem a decisão de que Deus está fora
dos seus planos de vida. Desde o momento que digo que renego o plano de Deus pra mim, e deturpo as suas verdades
com as minhas verdades adaptadas para o meu caso, me afasto cada vez mais da graça.

Peçamos a Deus para que ele nos faça sempre reconhecer a sua graça na nossa vida, e sempre buscá-la na luz da sua
verdade.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 5º DIA (30/09/18)

I Cor 1, 18-25

"18.A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina.
19.Está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e anularei a prudência dos prudentes (Is 29,14). 20.Onde está o
sábio? Onde o erudito? Onde o argumentador deste mundo? Acaso não declarou Deus por loucura a sabedoria deste
mundo? 21.Já que o mundo, com a sua sabedoria, não reconheceu a Deus na sabedoria divina, aprouve a Deus salvar
os que crêem pela loucura de sua mensagem. 22.Os judeus pedem milagres, os gregos reclamam a sabedoria; 23.mas
nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos; 24.mas, para os eleitos - quer
judeus quer gregos -, força de Deus e sabedoria de Deus. 25.Pois a loucura de Deus é mais sábia do que os homens, e
a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. "

A loucura da cruz, aos olhos humanos, é sinal de tolice e estupidez, de inutilidade e tempo perdido. Porque na sua vã
sabedoria humana, Jesus não foi aceito por aqueles que tinham o intelecto elevado, muita racionalização e teorização
das coisas e pouca abertura pra viver a palavra transmitida por Jesus. O próprio Nicodemos, mestre da lei, veio ter
com Jesus ele disse: “És mestre da lei em Israel e ignoras essas coisas”?

O que Jesus quer dizer que a reflexão sobre algo da fé não deve vir somente com base de altas teorias e fundamentos
técnicos, porque corre o sério risco de perder a essência da mensagem. Sabemos que o universo foi teorizado de uma
explosão inicial. Os planetas demoraram milhões de anos pra esfriar e etc. Se apenas olhamos o lado científico, não
enxergamos que, por obra de Deus, existe o planeta Terra dentre tantos bilhões no universo como o único capaz de
sustentar a vida.

A sabedoria científica e humana não é condenada desde que se saiba onde tem os limites, onde termina um e começa
outro. O ser humano jamais terá o pleno entendimento de todas as coisas terrenas, que dirá as do céu. Saber
reconhecer as limitações humanas e que Deus está acima das coisas naturais e sobrenaturais, é por pura graça divina
e nem todos tem isso consigo.

Na Suma Teológica, de Santo Tomás de Aquino, no Artigo 1 da Questão 1, acerca da necessidade de outra doutrina
para as Ciências Filosóficas, o santo responde, na pergunta do Artigo 1:

1. — Pois não se deve esforçar o homem por alcançar objetos que ultrapassem a razão, segundo a
Escritura (Ecle. 3, 22): Não procures saber coisas mais dificultosas do que as que cabem na tua
capacidade.
Sto. Tomás de Aquino, Suma Teológica, Art. 1, Resposta 1

Num paralelo entre a cruz de Cristo como loucura de salvação, é visto como absurdo para os entendidos, que não
sabem porque Deus se tornou carne e teve que sofrer. Nem mesmo os que andavam com Jesus compreenderam isso
nos primeiros relatos. Só depois de pentecostes que veio o pleno entendimento pelo Espírito Santo, e eles lembraram
de tudo o que Deus lhes havia falado e compreenderam de fato o plano de salvação de Deus.
MEDITAÇÃO DIÁRIA: 6º DIA (01/10/18)

Hebr. 10, 19-20

19."Por esse motivo, irmãos, temos ampla confiança de poder entrar no santuário eterno, em virtude do sangue de
Jesus, 20.pelo caminho novo e vivo que nos abriu através do véu, isto é, o caminho de seu próprio corpo"

A morte de cristo na cruz renova todas as coisas. Assim como o vinho novo não se põe em odres velhos, Jesus é o novo
vinho que colocamos nos odres novos do nosso espírito.

O sangue é a vida pulsante no coração. Jesus derrama totalmente o seu sangue e remiu nosso corpo do pecado. A
água é a divindade de Cristo que abre o céu ao derramar toda a sua divindade sobre nós. O Santo dos Santos está ao
alcance de todos novamente.

Antes, somente o sumo sacerdote poderia ultrapassar o véu que separava o Santo dos Santos daqueles que ofereciam
as ofertas. Eram pessoas instituídas por Deus para o trabalho no santuário. O resto do povo ficava do lado de fora
enquanto o sumo sacerdote oblava as ofertas.

Jesus rasga a cortina do véu do santuário com a sua morte. Está consumado! O pai nos tirou das amarras do pecado
com o seu plano de salvação. Demos graças a Deus Pai Onipotente, e a Jesus Cristo, Vosso Filho e Senhor nosso, amém!

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 7º DIA (02/10/18)

Lc 24, 1-12

"1.No primeiro dia da semana, muito cedo, dirigiram-se ao sepulcro com os aromas que haviam preparado. 2.Acharam
a pedra removida longe da abertura do sepulcro. 3.Entraram, mas não encontraram o corpo do Senhor Jesus. 4.Não
sabiam elas o que pensar, quando apareceram em frente delas dois personagens com vestes resplandecentes. 5.Como
estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, disseram-lhes eles: Por que buscais entre os mortos aquele
que está vivo? 6.Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como ele vos disse, quando ainda estava na Galileia:
7.O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores e crucificado, mas ressuscitará ao terceiro dia. 8.Então
elas se lembraram das palavras de Jesus. 9.Voltando do sepulcro, contaram tudo isso aos Onze e a todos os demais.
10.Eram elas Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; as outras suas amigas relataram aos apóstolos a mesma
coisa. 11.Mas essas notícias pareciam-lhes como um delírio, e não lhes deram crédito. 12.Contudo, Pedro correu ao
sepulcro; inclinando-se para olhar, viu só os panos de linho na terra. Depois, retirou-se para a sua casa, admirado do
que acontecera."

Jesus ressuscitou! Essa é a boa notícia depois dos eventos da páscoa judaica. Aleluia.

Realmente seria muito bom se de primeira mão os discípulos acreditassem. Jesus falou que foi para isso que ele veio
ao mundo. Não bastou mudar a água pro vinho, multiplicar pão, curar doentes incuráveis, e até mesmo ressuscitar os
mortos. Ok! Ressuscitou os outros, posso acreditar. Mas ressuscitar a si mesmo? Com que poder? Já não está morto?

A escritura não diz o que os discípulos pensaram disso, mas o fato é que muitos acharam que as mulheres que deram
o aviso estavam loucas, ainda mais porque a mulher, em si mesma na época, não tinha nenhuma credibilidade quando
falava. Era demais pra eles se libertar de um pensamento racional, para ter a fé necessária pra sair do estado de
incredulidade. Existiam um conflito interno de cada um, em que tinham que ter somente a fé e acreditar na notícia, e
a razão do pensamento em afirmar que uma pessoa não poderia ressuscitar a si mesmo.

Conta o relato que João correu até o túmulo mas não entrou, e logo em seguida chegou Pedro e entrou. Seus corações
se enchem de alegria e esperança e concluem uma só coisa. Jesus está vivo novamente.

Temos momentos da nossa vida em que somos discípulos incrédulos e filhos que correm para os braços do pai. Muitas
vezes queremos crer e ter fé que Jesus é o único caminho. Aí vem as tribulações da vida, como semente que caiu em
terra espinhenta e pedregosa, e perdemos rapidamente a fé e começarmos a murmurar. Ter Jesus como meu único
salvador consiste em dizer não pra vida do mundo tortuoso e cheio de caminhos errados. É uma decisão que não
podemos demorar a tomar porque Jesus está às portas para instaurar seu Reino Eterno.
4º ENCONTRO: FÉ E CONVERSÃO (03/10/18)

Notas da pregação:

Hebreus 11 – fé é a garantia daquilo que não se vê

- Catecismo: n°99

N°150: Fé é uma adesão pessoal à Deus

Coríntios 3

Tipos de fé: doutrinal; confiante e carismática

Esta fé tem que levar à uma conversão de vida

Leituras:

Joel 2, 12-14

Eclesiástico 17

Isaías 58

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 1º DIA (03/10/18)

Romanos 10, 14-16

"14.Porém, como invocarão aquele em quem não têm fé? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como
ouvirão falar, se não houver quem pregue? 15.E como pregarão, se não forem enviados, como está escrito: Quão
formosos são os pés daqueles que anunciam as boas novas (Is 52,7)? 16.Mas não são todos que prestaram ouvido à
boa nova. É o que exclama Isaías: Senhor, quem acreditou na nossa pregação (Is 53,1)?"

O centro da questão do texto é a rejeição que podemos ter em relação a algo que nos fora comunicado. Muitas das
vezes nós esperamos que as coisas se ajustem ao nosso modo de pensar, e em se tratando da Palavra de Deus, ainda
mais.

Se penso em algo que está de acordo com a palavra, tudo bem, eu aceito. Se a palavra está contra o que penso, logo
a rejeito. O que é isto? Um jogo de interesses? Afinal, a palavra é o nosso guia ou eu que guio a palavra?

A fé é decisão pessoal, bem como o ato de crer. O crer em Deus é o primeiro passo para a fé, que podemos dizer que
é um aprofundamento do crer. Se ficamos apenas no crer, somos igual palha seca ao vento, basta um sopro que tudo
se espalha.

Até o demônio crê em Jesus. Ele sabe que Jesus é o messias e numa ocasião quando ele os expulsou, mandou para os
porcos. Mas o demônio não tem a fé, que é necessária para aceitar a mensagem de Deus e partir para o próximo
estágio. Ele não tem mais jeito, não pode mais voltar atrás na decisão tomada na rebelião contra Deus e nós não,
vivemos o tempo da graça e temos que aproveitar isso.

O próximo ponto é o seguir adiante com a fé. Ela pode vir através da doutrina da igreja, onde você solidifica os
fundamentos da sua fé. Seja ela pela forma escrita, ou de forma confiante, ou seja, você pode não saber do
fundamento da fé, mas declara firmemente e com alegria que confia em Deus, ou seja, uma declaração pessoal. Ou a
fé vivida de forma mais ampla, com gestos, experiências de oração em línguas e na base dos carismas, se torna a fé
carismática. Todas as três formas da fé são necessárias e não se separam.
Uma vez com esses elementos, a conversão sincera do modo de vida nos leva a águas mais profundas e anexo a isso,
a desenvolver dons nunca antes imaginados. O ato de pregar, de levar os fundamentos do crer, da fé e conversão
vivida no cotidiano faz com que as palavras tenham força de vida e atingem os corações daqueles que precisam de
mudança.

A conversão é um processo. Às vezes rápido, outras vezes demorado. Mas não importa o tempo que dure, o mais
importante é a qualidade da conversão. Pra mim, são Paulo é o melhor exemplo de conversão radical, de entrega total.
Antes, era perseguidor incansável e implacável dos cristãos. Se Saulo dissesse: “mata este”, nem precisava julgar, já
era o fim sujeito. Quando foi convertido, se tornou também, com maior força ainda de quando era perseguidor, o
anunciador do evangelho em muitos lugares, e com tantas cartas com conteúdo riquíssimo escritas justamente
enquanto estava preso por causa do evangelho.

Que nós possamos também ter essa conversão como foi a de Paulo. Radical mesmo, mudança geral. O mundo precisa
de mais anunciadores de Cristo como Paulo.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 2º DIA (04/10/18)

Marcos 9, 14-29

"Depois, aproximando-se dos discípulos, viu ao redor deles grande multidão, e os escribas a discutir com eles. 15.Todo
aquele povo, vendo de surpresa Jesus, acorreu a ele para saudá-lo. 16.Ele lhes perguntou: Que estais discutindo com
eles? 17.Respondeu um homem dentre a multidão: Mestre, eu te trouxe meu filho, que tem um espírito mudo. 18.Este,
onde quer que o apanhe, lança-o por terra e ele espuma, range os dentes e fica endurecido. Roguei a teus discípulos
que o expelissem, mas não o puderam. 19.Respondeu-lhes Jesus: Ó geração incrédula, até quando estarei convosco?
Até quando vos hei de aturar? Trazei-mo cá! 20.Eles lho trouxeram. Assim que o menino avistou Jesus, o espírito o
agitou fortemente. Caiu por terra e revolvia-se espumando. 21.Jesus perguntou ao pai: Há quanto tempo lhe acontece
isto? Desde a infância, respondeu-lhe. 22.E o tem lançado muitas vezes ao fogo e à água, para o matar. Se tu, porém,
podes alguma coisa, ajuda-nos, compadece-te de nós! 23.Disse-lhe Jesus: Se podes alguma coisa!... Tudo é possível ao
que crê. 24.Imediatamente exclamou o pai do menino: Creio! Vem em socorro à minha falta de fé! 25.Vendo Jesus que
o povo afluía, intimou o espírito imundo e disse-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: sai deste menino e não tornes
a entrar nele. 26.E, gritando e maltratando-o extremamente, saiu. O menino ficou como morto, de modo que muitos
diziam: Morreu... 27.Jesus, porém, tomando-o pela mão, ergueu-o e ele levantou-se. 28.Depois de entrar em casa, os
seus discípulos perguntaram-lhe em particular: Por que não pudemos nós expeli-lo? 29.Ele disse-lhes: Esta espécie de
demônios não se pode expulsar senão pela oração."

Jesus já disse em outra ocasião que a fé realiza coisas consideradas impossíveis. Ao compará-la com um grão de
mostarda, diz que ela pode até remover montanhas.

O que Jesus quer dizer com isso é que pode até ser pequena, mas ela precisa ser autêntica. É claro que nós oramos
sempre para o Senhor aumentá-la, mas se trata também de uma atitude pessoal. A fé é a quantidade de crédito que
damos para uma coisa ou fato que vemos ou que não vemos. Quem viu Moisés abrir o mar vermelho? Quem viu o
Paraíso? Ninguém! Somente pela fé nos relatos nos livros que podemos acreditar e depois ter a fé.

Foi o que o homem fez com o filho. Sabia que tinha um homem que fazia grandes milagres, e então manda avisá-lo
sobre o filho endemoniado. Mas ele ainda não está convencido de que Jesus é o que diz ser e o que pode fazer. Mas
diz ainda o texto que ele tomou uma atitude: ele falou” Eu creio! Mas venha em meu socorro da minha falta de fé”. E
foi o que se sucedeu.

Para nós hoje, o maior problema quanto o menor que podemos ter na nossa vida já nos deixa aflitos. Muitas vezes
falta uma atitude verdadeira em frente ao problema. Temos que entregar a nossa questão no colo de Jesus e confiar
plenamente no seu jugo, e aceitar com alegria a resposta para o problema, mesmo que diverso à nossa vontade.
Converter-se é um passo diário, que vamos fazer até o fim da vida terrena. Somente quando não for mais possível
pecar, que é o caso do espírito, é que a conversão se acaba.

Vamos orar ao Senhor para que o nosso coração, movido pela fé em vossa santa palavra, nos converta diariamente
nos nossos pensamentos, palavras, atos e omissões, e que fortaleça nossa adesão pessoal à Ti.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 3º DIA (05/10/18)

Mateus 15, 21-28

21."Jesus partiu dali e retirou-se para os arredores de Tiro e Sidônia. 22.E eis que uma cananéia, originária daquela
terra, gritava: Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim! Minha filha está cruelmente atormentada por um demônio.
23.Jesus não lhe respondeu palavra alguma. Seus discípulos vieram a ele e lhe disseram com insistência: Despede-a,
ela nos persegue com seus gritos. 24.Jesus respondeu-lhes: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.
25.Mas aquela mulher veio prostrar-se diante dele, dizendo: Senhor, ajuda-me! 26.Jesus respondeu-lhe: Não convém
jogar aos cachorrinhos o pão dos filhos. _ 27.Certamente, Senhor, replicou-lhe ela; mas os cachorrinhos ao menos
comem as migalhas que caem da mesa de seus donos... 28.Disse-lhe, então, Jesus: Ó mulher, grande é tua fé! Seja-te
feito como desejas. E na mesma hora sua filha ficou curada. "

Esta palavra é de moderada dificuldade interpretativa. Jesus é consciente da sua obra e foi enviado primariamente
para o povo escolhido de Israel, tendo como parte específica os que se perderam no caminho de Deus.

Jesus sabia quem era aquela mulher Cananéia. O texto fala que Jesus usa uma comparação pra dizer que ela era um
pária, uma sem identidade, porque aos olhos dos judeus, os cananeus assim como os samaritanos, eram chamados de
“cães”, considerados assim por serem, na visão judaica, a escória da humanidade. O que Jesus queira dizer naquele
momento era que ele não tinha que dar prioridade no anúncio da palavra senão ao povo escolhido, os filhos de Israel
(jogar aos cachorrinhos o pão dos filhos) e que aquela mulher não pertencia à esse povo, mas que no seu coração,
ansiava por uma palavra de verdade e de cura (Comer as migalhas que caem da mesa dos donos).

Jesus não responde nada pra testar aquela mulher. Qual seria o grau da sua vontade? O que ela tinha de diferente
daqueles que sempre estavam com Ele?

Jesus já tinha experimentado essa fé rara em outras ocasiões: o centurião da Guarda romana, que está com o filho em
febre alta e é curado à distância por causa da firmeza dele diante de Jesus; a mulher com fluxo de sangue que disse
pra si mesmo: “ Se ao menos eu conseguir tocar na barra de suas vestes, eu ficarei curada”, e sim, acontece o milagre
da cura pela grandeza da fé daquela mulher. E todos tinham uma coisa em comum: não andavam atrás de Jesus, e
nem sequer imaginavam o que ele era; apenas tinham convicção no que ouviram falar dele. É a fé de forma confiante,
que afirma que “isso é verdade, eu creio! Não sei o porquê, mas creio”! É o primeiro passo da fé, pois não se pode ter
fé naquilo que não se crê.

Muitos queriam que Jesus fosse uma espécie de curandeiro, que curava os males físicos de todos: cegueira, surdez,
paralisia, etc, todos vinham pra serem curados. Isso nunca impressionou Jesus, porque a maior das curas tem que
acontecer no coração, das mágoas, da inveja, calúnias e escândalos que provém dos homens.

O coração do convertido é um tesouro para Deus. É a melhor oferta que podemos dar nessa vida. O coração
arrependido e principalmente, convertido.

Devemos sempre estar munidos das armas que a igreja nos disponibiliza para nos ajudar na missão de permanecer na
conversão: o santo Rosário, novenas, devoções aos nossos Santos, orações de cura e libertação, sagrada tradição,
catecismo da igreja católica, e muitos mais. Que vigiemos sempre pra não regredirmos no nosso caminhar em direção
ao céu.
MEDITAÇÃO DIÁRIA: 4º DIA (06/10/18)

Hebreus 11, 1-39

"1.A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê. 2.Foi ela que fez a glória dos nossos,
antepassados. 3.Pela fé reconhecemos que o mundo foi formado pela palavra de Deus e que as coisas visíveis se
originaram do invisível. 4.Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício bem superior ao de Caim, e mereceu ser chamado
justo, porque Deus aceitou as suas ofertas. Graças a ela é que, apesar de sua morte, ele ainda fala. 5.Pela fé Henoc foi
arrebatado, sem ter conhecido a morte: e não foi achado, porquanto Deus o arrebatou; mas a Escritura diz que, antes
de ser arrebatado, ele tinha agradado a Deus (Gn 5,24). 6.Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar
a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e que recompensa os que o procuram. 7.Pela fé na palavra de
Deus, Noé foi avisado a respeito de acontecimentos imprevisíveis; cheio de santo temor, construiu a arca para salvar a
sua família. Pela fé ele condenou o mundo e se tornou o herdeiro da justificação mediante a fé. 8.Foi pela fé que Abraão,
obedecendo ao apelo divino, partiu para uma terra que devia receber em herança. E partiu não sabendo para onde ia.
9.Foi pela fé que ele habitou na terra prometida, como em terra estrangeira, habitando aí em tendas com Isaac e Jacó,
co-herdeiros da mesma promessa. 10.Porque tinha a esperança fixa na cidade assentada sobre os fundamentos
(eternos), cujo arquiteto e construtor é Deus. 11.Foi pela fé que a própria Sara cobrou o vigor de conceber, apesar de
sua idade avançada, porque acreditou na fidelidade daquele que lhe havia prometido. 12.Assim, de um só homem
quase morto nasceu uma posteridade tão numerosa como as estrelas do céu e inumerável como os grãos de areia da
praia do mar. 13.Foi na fé que todos (nossos pais) morreram. Embora sem atingir o que lhes tinha sido prometido,
viram-no e o saudaram de longe, confessando que eram só estrangeiros e peregrinos sobre a terra (Gn 23,4).
14.Dizendo isto, declaravam que buscavam uma pátria. 15.E se se referissem àquela donde saíram, ocasião teriam de
tornar a ela... 16.Mas não. Eles aspiravam a uma pátria melhor, isto é, à celestial. Por isso, Deus não se dedigna de ser
chamado o seu Deus; de fato, ele lhes preparou uma cidade. 17.Foi pela sua fé que Abraão, submetido à prova, ofereceu
Isaac, seu único filho, 18.depois de ter recebido a promessa e ouvido as palavras: Uma posteridade com o teu nome te
será dada em Isaac (Gn 21,12). 19.Estava ciente de que Deus é poderoso até para ressuscitar alguém dentre os mortos.
Assim, ele conseguiu que seu filho lhe fosse devolvido. E isso é um ensinamento para nós! 20.Foi inspirado pela fé que
Isaac deu a Jacó e a Esaú uma bênção em vista de acontecimentos futuros. 21.Foi pela fé que Jacó, estando para
morrer, abençoou cada um dos filhos de José e venerou a extremidade do seu bastão. 22.Foi pela fé que José, quando
estava para morrer, fez menção da partida dos filhos de Israel e dispôs a respeito dos seus despojos. 23.Foi pela fé que
os pais de Moisés, vendo nele uma criança encantadora, o esconderam durante três meses e não temeram o edito real.
24.Foi pela fé que Moisés, uma vez crescido, renunciou a ser tido como filho da filha do faraó, 25.preferindo participar
da sorte infeliz do povo de Deus, a fruir dos prazeres culpáveis e passageiros. 26.Com os olhos fixos na recompensa,
considerava os ultrajes por amor de Cristo como um bem mais precioso que todos os tesouros dos egípcios. 27.Foi pela
fé que deixou o Egito, não temendo a cólera do rei, com tanta segurança como estivesse vendo o invisível. 28.Foi pela
fé que mandou celebrar a Páscoa e aspergir (os portais) com sangue, para que o anjo exterminador dos primogênitos
poupasse os dos filhos de Israel. 29.Foi pela fé que os fez atravessar o mar Vermelho, como por terreno seco, ao passo
que os egípcios que se atreveram a persegui-los foram afogados. 30.Foi pela fé que desabaram as muralhas de Jericó,
depois de rodeadas por sete dias. 31.Foi pela fé que Raab, a meretriz, não pereceu com aqueles que resistiram, por ter
dado asilo aos espias. 32.Que mais direi? Faltar-me-á o tempo, se falar de Gedeão, Barac, Sansão, Jefté, Davi, Samuel
e dos profetas. 33.Graças à sua fé conquistaram reinos, praticaram a justiça, viram se realizar as promessas. Taparam
bocas de leões, 34.extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio de espada, triunfaram de enfermidades, foram
corajosos na guerra e puseram em debandada exércitos estrangeiros. 35.Devolveram vivos às suas mães os filhos
mortos. Alguns foram torturados, por recusarem ser libertados, movidos pela esperança de uma ressurreição mais
gloriosa. 36.Outros sofreram escárnio e açoites, cadeias e prisões. 37.Foram apedrejados, massacrados, serrados ao
meio, mortos a fio de espada. Andaram errantes, vestidos de pele de ovelha e de cabra, necessitados de tudo,
perseguidos e maltratados, 38.homens de que o mundo não era digno! Refugiaram-se nas solidões das montanhas,
nas cavernas e em antros subterrâneos. 39.E, no entanto, todos estes mártires da fé não conheceram a realização das
promessas!"

A primeira parte do texto fala que a fé é a garantia dos bens que se esperam, daquilo que não se vê, mas sabemos que
existe e nos comunica a ação e graça de Deus.
Como sabemos que não basta somente ter uma ideia das coisas? Tudo fica numa superficialidade que mais cria dúvidas
do que a vontade de ir fundo, de querer mergulhar em águas mais profundas. O medo do campo do “desconhecido”
da fé pode levar a alguém não sair do estado do crer somente, do achar que se eu creio, está bom, está tudo certo.
Será que temos medo do que a decisão pessoal da fé pode nos trazer? Deus vai me pedir mais do que eu posso fazer?

É nesse ponto que muitos travam. E apesar de ouvir, ouvir, e ouvir muitas pregações, vídeos, o sacerdote que fala, os
evangelhos lidos e etc, nada disso parece mudar essa situação: “Eu creio em Deus, e pra mim está bom assim”, diz o
leigo.

Isto não é um discurso sobre as teorias da formação da crença, mas uma reflexão simples de como o ato de crer não
configura a fé de uma pessoa. A fé é um passo mais profundo, mais maduro do crer. Numa comparação infantil, é
como se o crer fosse uma fruta verde, e a fé fosse a fruta madura. O crer amadurecido se transforma na fé mais jovem,
decidida, que já não pode ser mais influenciada pela mudança volátil do crer, mas que também precisa avançar para
um outro estágio de amadurecimento.

A fé, do latim Fide, é a adesão de forma incondicional a algo que uma pessoa considera como verdade, sem qualquer
tipo de prova e sem contestação, pela absoluta confiança que se deposita em sua origem. O catecismo da Igreja
Católica, no número 153, nos fala que: “A fé é um dom de Deus, uma virtude sobrenatural infundida por Ele”. No
número 155, ainda nos fala que “Na fé, a inteligência e a vontade humanas cooperam com a graça divina (...).

A fé é liberta por si só, como diz no número 160: “Por conseguinte, ninguém deve ser forçado contra a sua natureza a
abraçar a fé. Pois o ato de fé é por sua vez, voluntário”.

Pelo fato de a fé ser um ato, uma decisão pessoal, todo o texto da passagem acima da meditação nos leva a fatos
concretos de fé de pessoas como nós, humanos, filhos de Deus. O que nos diferencia deles? O local de nascimento? O
idioma? Não! A decisão de fé confiante que tiveram no plano de Deus para eles, que não sabiam o que ia acontecer,
mas tiveram fé na Palavra de Deus comunicada a eles, e seguiram em frente sem duvidar.

A fé quando amadurece dá mais um passo chegando a conversão, assim com o trigo quando amadurece já está perto
da colheita. Essa é a fase dura, porque a conversão de fato é um processo que durará a vida toda. Quanto mais
acharmos que estamos convertidos de fato, mais ainda precisamos orar para não cair em tentação e dar brecha para
a “pessoa velha” voltar.

Santo Agostinho nos fala que a conversão pode ser dividida em três fases: a primeira, onde temos que abandonar as
obras da carne e revestir-se de Cristo, como espécie de uma etapa purgativa, ou seja, separar e retirar o que é velho
e colocar o novo. Nessa fase deixamos as manias do mundo e os seus trejeitos, e aceitamos nos configurar a Jesus.

Na segunda fase, a conversão nos mostra uma espécie de reconhecimento de que não é necessário somente ficar
orando todo o tempo, como num êxtase, de alguém que era velho e agora é novo pelo Espírito Santo, se ache que não
deva fazer mais nada na vida a não ser orar e orar, e esperar a morte chegar pra virar santo. Nessa etapa, o convite ao
serviço dos irmãos por causa do evangelho, de esclarecimento e iluminação espiritual, a colocar os dons e os carismas
obtidos, os estudos feitos e sabedoria alcançada em prol da obra divina, são frutos indispensáveis para o crescimento
e despertar de novos ardores missionários e vocacionais na comunidade.

A terceira fase é do reconhecimento diário e até o fim de que somos pecadores, e que teremos sempre a necessidade
de ser lavados pelo sangue de Jesus. Como uma atitude extrema de humildade e humilhação perante Deus, sendo até
mesmo de ordem punitiva pelos pecados ainda cometidos. Como Sto. Agostinho reconhecia que somente em Jesus o
Sermão da Montanha se realizava plenamente, dizia que cabe a nós orar todos os dias para que não caiamos na
tentação de achar que sabe tudo, de que somos pecadores a caminho da salvação eterna que é Jesus Cristo.
MEDITAÇÃO DIÁRIA: 5º DIA (07/10/18)

Lucas 19, 1-10

"1.Jesus entrou em Jericó e ia atravessando a cidade. 2.Havia aí um homem muito rico chamado Zaqueu, chefe dos
recebedores de impostos. 3.Ele procurava ver quem era Jesus, mas não o conseguia por causa da multidão, porque era
de baixa estatura. 4.Ele correu adiante, subiu a um sicômoro para o ver, quando ele passasse por ali. 5.Chegando Jesus
àquele lugar e levantando os olhos, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em
tua casa. 6.Ele desceu a toda a pressa e recebeu-o alegremente. 7.Vendo isto, todos murmuravam e diziam: Ele vai
hospedar-se em casa de um pecador... 8.Zaqueu, entretanto, de pé diante do Senhor, disse-lhe: Senhor, vou dar a
metade dos meus bens aos pobres e, se tiver defraudado alguém, restituirei o quádruplo. 9.Disse-lhe Jesus: Hoje entrou
a salvação nesta casa, porquanto também este é filho de Abraão. 10.Pois o Filho do Homem veio procurar e salvar o
que estava perdido."

A conversão pode vir de várias formas: uma experiência verdadeira de fé, a dor de perder alguém que se ama, uma
revelação, o testemunho de vida, enfim, cada pessoa tem a sua própria experiência de vida em que se aprende algo
que pode ser o divisor de águas em sua vida.

O texto nos revela o kerigma que devemos observar na nossa vida: por mais que a vida nos mostre que tudo está
perdido, tarde demais pra recomeçar, para Deus nunca será tarde para nos receber em sincero arrependimento. Ele
nunca desiste da gente, como diz a palavra: Ainda que a mãe se esqueça, nunca esquecerei de vós.

Com Zaqueu, a situação era muito ruim mesmo. Apesar do seu nome significar a pureza e inocência, ele era
exatamente o oposto disso. Era um publicano, também chamado de cobrador de impostos, a pior profissão da época
de Jesus. Apesar de ter que cumprir com a missão do seu trabalho, Zaqueu não cobrava verdadeiramente o valor do
imposto. Cobrava além do valor, ficando com o resto. Com isso, o valor do imposto sempre era alterado. Era odiado
por todos, inclusive por Pedro, que na época em que era pescador, foi muito cobrado por ele.

Zaqueu em seu íntimo, sentia uma tristeza muito grande, apesar da aparência de superioridade por ser o cobrador de
impostos de Roma e ter a guarda oficial a seu dispor. Sabia que o povo o odiava e que nunca poderia sair sem escolta
armada. Vivia prisioneiro em sua própria residência e sabia que as pessoas que o cercavam só queriam saber do seu
dinheiro e posição privilegiada do império.

A história não detalha bem as entrelinhas desde Zaqueu tomar conhecimento de Jesus, e a atitude dele em querer
conhecê-lo. Podemos imaginar que muitas histórias chegaram até ele antes dele ser, primeiramente, movido pela
curiosidade em saber quem era esse homem que tanto era falado. O texto diz que: “Ele procurava ver quem era Jesus”
(Lc 19, 3 – tradução bíblia Ave-Maria). Entendemos que não é só pelo fato de a multidão estar em volta de Jesus,
causando um alvoroço e atiçando a curiosidade natural daqueles que nem sabiam o que estava acontecendo. Zaqueu
sentiu não somente a curiosidade natural de ver Jesus pelo que falavam dele, mas pelo fato que ele poderia ser a
resposta aos seus vários questionamentos, ou seja, foi movido pela fé naquilo que ele não via, mas era capaz de sentir
e estava disposto a corresponder à este chamado.

O desejo de Zaqueu foi tão forte que nem mesmo sua baixa estatura foi obstáculo para realizar seu objetivo. Conta o
relato que ele subiu em um sicômoro, ou uma figueira, e ficou lá no alto esperando Jesus passar. Para seu espanto,
quando Jesus o vê, chama-o pelo nome e diz: “Zaqueu, desce depressa, porque hoje devo ficar em sua casa”(Lc 19, 5).
O texto ainda fala que “Ele desceu imediatamente e o recebeu com alegria” (Lc 19, 6). Quando Jesus o vê, olho no olho,
logo sente que esse homem não queria somente matar a curiosidade de vê-lo e depois deixar pra lá, como se fosse
uma alegoria de carnaval. Ele sente que ele precisa ser curado profundamente, de ter uma experiência definitiva, e
então pede pra ir à sua casa.

O ato de jantar coletivo significava uma intimidade que era somente de amigos entre si, para comemorar algum
acontecimento ou data, e não era comum encontrar uma pessoa que nunca se viu e à primeira vista, jantar com o
dito cujo. Como Zaqueu era festeiro e dado às comilanças e bebidas desenfreadas, achou que era um ato hospitaleiro
convidar Jesus para a comida e bebida. Naquele momento, Zaqueu oferece à Jesus o que ele tinha de melhor, segundo
a sua consciência. Apesar de ele ter ficado feliz com o fato de Jesus ir à sua casa, é muito provável supor que ele ficou
pensando como um homem, que realizava grandes sinais de Deus, iria à uma casa de pecadores.

Não se sabe por quanto tempo Jesus permaneceu na casa de Zaqueu. Mas podemos supor que conversaram muitas
coisas, e Zaqueu foi se dando conta de algo dentro dele o incomodava, ia sendo arrancado dele, as suas entranhas se
revolviam, e de repente ele fica de pé e fala: “Senhor, eis que dou a metade de meus bens aos pobres, e se defraudei
a alguém, restituo-lhe o quádruplo” (Lc 19, 8). Jesus então exclama: “Hoje a salvação entrou nesta casa (...) o Filho do
Homem veio procurar e salvar o que estava perdido” (Lc 19, 9-10). Desde então, Zaqueu se torna discípulo de jesus e
a sua história jamais será a mesma.

É isso que Jesus quer de nós: a firme decisão em mudar de vida e optar pelo caminho de Cristo. Mesmo que sejamos
ultrajados, condenados por algum comportamento ou opinião e ficarmos “fora de moda”, saibamos que jesus nos ama
e deseja ardentemente a nossa entrega em sem plano de amor. O caminho é longo e duro, e teremos muitas pedras
na frente. Mas como Jesus somos vencedores, e a nossa adesão deve ser firme nessa segunda etapa de uma fé
consolidada.

Peçamos a Jesus e ao divino Espírito Santo que nos renove diariamente e redobre nossas forças nessa luta contra o
pecado, amém.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 6º DIA (08/10/18)

Colossenses 3, 1-11

"1.Paulo, apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, 2.aos irmãos em Cristo, santos e fiéis de
Colossos: a vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai! 3.Nas contínuas orações que por vós fazemos, damos graças
a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, 4.porque temos ouvido falar da vossa fé em Jesus Cristo e da vossa caridade
com os irmãos, 5.em vista da esperança que vos está reservada nos céus. Esperança que vos foi transmitida pela
pregação da verdade do Evangelho, 6.que chegou até vós, assim como toma incremento no mundo inteiro e produz
frutos sempre mais abundantes. É o que acontece entre vós, desde o dia em que ouvistes anunciar a graça de Deus e
verdadeiramente a conhecestes, 7.pela pregação de Epafras, nosso muito amado companheiro no ministério. Ele nos
ajuda como fiel ministro de Cristo. 8.Foi ele que nos informou do amor com que o Espírito vos anima. 9.Por isso, também
nós, desde o dia em que o soubemos, não cessamos de orar por vós e pedir a Deus para que vos conceda pleno
conhecimento da sua vontade, perfeita sabedoria e penetração espiritual, 10.para que vos comporteis de maneira
digna do Senhor, procurando agradar-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de
Deus. 11.Para que, confortados em tudo pelo seu glorioso poder, tenhais a paciência de tudo suportar com
longanimidade."

O ponto central dessa meditação é a exortação de São Paulo, ao discorrer sobre os preceitos gerais da vida cristã, faz
um alerta sobre a “manutenção” do pecado em nós. Que os cristãos devem ser diferenciados na sua maneira de falar,
vestir e principalmente, na maneira de agir. Certos comportamentos não são mais tolerados pelo verdadeiro cristão,
que passa a ser testemunha viva de Jesus na terra. Ao revestir-se de Cristo, passamos a ter seus costumes e imitação
de sua vida dedicada com fidelidade à Palavra de Deus.

Como diz a palavra, “que os apóstolos eram reconhecidos pelo ensinamento, na comunhão fraterna, pela fração do
pão e nas orações” (Atos 2, 42-47)

Não basta somente dizer que é uma nova pessoa, que encontrou a Jesus, que se tornou uma nova criatura, se as ações
e os frutos dessa conversão não aparecem. Como disse antes numa outra meditação, a primeira fase da conversão,
chamada de fase purgativa, que Santo Agostinho classifica, é a fase que retiramos o que é velho pra entrar o novo. É
como se fosse um guarda roupa que fosse sendo renovado, em que a roupa velha sai pra dar lugar à roupa nova. Sai
o homem velho de pecado e dá lugar ao homem novo de fé.
Há correntes de pensamento que defendem que o homem já está salvo, independentemente do que possa fazer
porque Jesus já pagou o preço da salvação. É verdade que o sacrifício único já foi feito, por somente Aquele que o
podia fazer, mas o sacrifício pessoal e mortificação pelo pecado continua a ser exigido, como se a cada dia a
necessidade de “matar” o pecado seja perene, como diz São Paulo aos Colossenses:

“Mortificai, pois, vossos membros terrenos: fornicação, impureza, paixão, desejos maus, e a cupidez, que é a idolatria.
Estas coisas provocam a ira de Deus sobre os desobedientes.” (Col 3, 5-6)

Todas essas coisas são parte do homem velho, que se insistimos em mantê-los em nossa vida, é por escolha nossa e
por causa dessa livre escolha podemos nos afastar de Deus e podemos nos perder seriamente do plano de salvação.
Deus quer salvar a todos, mas como já dito, a adesão e a fé na sua Palavra é uma decisão pessoal e intransferível.
Assim, é lógico pensar que a salvação só se perde se quiser.

Que o Senhor nos ajude a nos converter todos os dias, nos deixando cada vez mais perto do seu plano de amor e rumo
à santidade.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 7º DIA (09/10/18)

1 Tes 4, 1-7

"1. No mais, irmãos, aprendestes de nós a maneira como deveis proceder para agradar a Deus - e já o fazeis. Rogamo-
vos, pois, e vos exortamos no Senhor Jesus a que progridais sempre mais. 2.Pois conheceis que preceitos vos demos da
parte do Senhor Jesus. 3.Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que eviteis a impureza; 4.que cada um de vós
saiba possuir o seu corpo santa e honestamente, 5.sem se deixar levar pelas paixões desregradas, como os pagãos que
não conhecem a Deus; 6.e que ninguém, nesta matéria, oprima nem defraude a seu irmão, porque o Senhor faz justiça
de todas estas coisas, como já antes vo-lo temos dito e asseverado. 7.Pois Deus não nos chamou para a impureza, mas
para a santidade."

O texto nos comunica que o cristão deve se destacar, no bom sentido da palavra, pelas suas ações e obras de fé pela
palavra de nosso Senhor Jesus Cristo. Indica que o cristão, uma vez que toma consciência de que precisa ser
anunciador, testemunho vivo e trabalhador da fé, não fica em sua zona de conforto e ruma para ajudar as pessoas a
tomarem consciência do despertar que o Espírito Santo causa naqueles que o recebem.

São Paulo exalta essa característica da comunidade de Tessalonicenses, que guardam a experiência do batismo no
Espírito Santo e despertam nos irmãos a chama de anúncio do evangelho, como todos nós somos também chamados
a ter essa experiência e colocar os dons a serviço.

Querendo ou não, as pessoas acabam nos tomando por modelos e referência de comportamento. É inevitável que
alguém que mostra as coisas que fala pelas ações, sejam elas boas ou más, não repercutem nas bocas das pessoas,
principalmente na vida em comunidade.

Devemos sempre vigiar essas coisas, não importando a nossa função dentro da igreja. Quer líder de pastoral, quer
coordenador, qualquer que seja nossa atividade, nossas ações são vistas e avaliadas positivamente ou negativamente.

Peçamos ao Senhor que não queremos ser padrões e modelos pra ninguém, mas sim membros ativos do corpo que é
a igreja, testemunhando e levando o anúncio do evangelho a quem quer que seja.
5º ENCONTRO: SENHORIO DE JESUS (10/10/18)

Notas da Pregação:

- Viver o senhorio de Jesus é deixar que Ele seja o centro de nossas vidas, em todas as situações;

- Já não sou eu que vivo, mas Cristo que vive em mim;

- A nossa alegria é exaltar o nome do Senhor;

- A “escravidão” em Cristo é uma escravidão que liberta. Quanto mais você se configura ao amor de Cristo, optando
por suas diretrizes ao invés do mundo, mais você está unido e deseja mais e mais fazer totalmente a vontade de Deus;

- Quando somos verdadeiramente de Cristo, temos a coragem de dizer e testemunhar o seu senhorio total em nossa
vida em frente às superstições, simpatias e costumes mundanos professados pelos outros;

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 1º DIA (10/10/18)

1 Coríntios 12, 1-3

"1.A respeito dos dons espirituais, irmãos, não quero que vivais na ignorância. 2.Sabeis que, quando éreis pagãos, vos
deixáveis levar, conforme vossas tendências, aos ídolos mudos. 3.Por isso, eu vos declaro: ninguém, falando sob a ação
divina, pode dizer: Jesus seja maldito e ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, senão sob a ação do Espírito Santo."

Essa passagem lembra um episódio em que os discípulos comunicaram a jesus que havia uma pessoa que falava em
nome dele, querendo impedi-la, e Jesus os repreende dizendo: “Não o impeçais, pois não há ninguém que faça milagre
em meu nome e logo depois possa falar mal de mim. Porque quem não é contra nós é por nós.” (Mar 9, 39).

Com isso, Paulo alerta a comunidade de Coríntios para o perigo da falsa conversão. Não é possível que o cristão
convertido, que prega jesus aqui e acolá, pode irremediavelmente começar a maldizer a igreja, que é corpo de cristo,
pregando até mesmo doutrinas confusas e indo contra o que o magistério da igreja manda. É como se o sujeito tivesse
duas personalidades: a de estética de bom moço, e a diabólica querendo dividir tudo e todos.

Na exortação do texto, o apóstolo afirma que no Espírito Santo não há contradições nem mentiras, e usa o passado
deles para fazê-los confrontá-los consigo mesmo, e fazê-los perceber que somente Jesus é o Senhor, e não os cultos e
divindades pagãs que outrora cultuavam.

Para nós, o alerta do apóstolo está mais atualizado do que nunca. Corremos sério risco de deixarmos Jesus de lado da
nossa vida pra dar atenção às coisas mundanas. Seja na grande ou na pequena escolha, uma atitude, um propósito de
oração e jejum, seja qual for o que nos comprometemos com Deus, temos que ser capazes de cumpri-lo. Jesus deu
sua vida por nós, cumpriu a vontade completa do Pai e foi elevado acima de tudo no céu e abaixo da terra. Que toda
língua proclame que Jesus cristo é o Senhor, Amém!
MEDITAÇÃO DIÁRIA: 2º DIA (11/10/18)

Colossenses 1, 15-20

"15.Ele é a imagem de Deus invisível, o Primogênito de toda a criação. 16.Nele foram criadas todas as coisas nos céus
e na terra, as criaturas visíveis e as invisíveis. Tronos, dominações, principados, potestades: tudo foi criado por ele e
para ele. 17.Ele existe antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem nele. 18.Ele é a Cabeça do corpo, da Igreja.
Ele é o Princípio, o primogênito dentre os mortos e por isso tem o primeiro lugar em todas as coisas. 19.Porque aprouve
a Deus fazer habitar nele toda a plenitude 20.e por seu intermédio reconciliar consigo todas as criaturas, por intermédio
daquele que, ao preço do próprio sangue na cruz, restabeleceu a paz a tudo quanto existe na terra e nos céus."

O texto revela a primazia de Jesus como presente no papel da criação, desde o início dos tempos. Deus faz toda a sua
obra para Jesus, colocando-o como Senhor da História. Como é uma das três pessoas da Santíssima Trindade, Jesus
está desde o princípio de tudo, junto com o Pai e o Espírito Santo.

Numa outra passagem, Jesus diz: “Toda a autoridade me foi dada sobre o céu e a terra.”(Mt 28, 18). A seguir no relato,
Jesus envia os seus para a evangelização mundial. Jesus estende aí a sua missão de, primeiramente, anunciar o Reino
de Deus às ovelhas perdidas da casa de Israel. Agora, num âmbito mais geral, a mensagem da salvação inclui todos,
constituindo o cerne da igreja apostólica.

Ao afirmar que Cristo é a Cabeça da Igreja, assim Ele o é por ter sido o Primeiro dos Primeiros no tempo, por ser o
princípio na ordem de salvação. A Igreja Católica, universal, é o seu Corpo por excelência, que leva através dos séculos
a missão apostólica do evangelho e personifica Jesus de forma presente em nosso meio através do sacramento da
Eucaristia.

Ao lermos essa passagem, devemos reconhecer que tudo foi criado por Jesus e para Ele mesmo. Nossas vidas, assim
com nossa missão, é aceitar esse reconhecimento de Jesus como único e verdadeiro Senhor nosso. Tudo que fazemos,
planejamos, falamos e pensamos devem ter esse horizonte: Jesus é o nosso caminho, a razão da nossa vida e a
plenitude da graça e verdade, nos preenchendo e nos tornando mais puros para poder bem servir à Deus e aos irmãos.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 3º DIA (12/10/18)

Colossenses 2, 8-15

"8.Estai de sobreaviso, para que ninguém vos engane com filosofias e vãos sofismas baseados nas tradições humanas,
nos rudimentos do mundo, em vez de se apoiar em Cristo. 9.Pois nele habita corporalmente toda a plenitude da
divindade. 10.Tendes tudo plenamente nele, que é a cabeça de todo principado e potestade. 11.Nele também fostes
circuncidados com circuncisão não feita por mão de homem, mas com a circuncisão de Cristo, que consiste no
despojamento do nosso ser carnal. 12.Sepultados com ele no batismo, com ele também ressuscitastes por vossa fé no
poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos. 13.Mortos pelos vossos pecados e pela incircuncisão da vossa carne,
chamou-vos novamente à vida em companhia com ele. É ele que nos perdoou todos os pecados, 14.cancelando o
documento escrito contra nós, cujas prescrições nos condenavam. Aboliu-o definitivamente, ao encravá-lo na cruz.
15.Espoliou os principados e potestades, e os expôs ao ridículo, triunfando deles pela cruz."

O apóstolo fala que devemos ter cuidados redobrados com as várias propostas que o mundo oferece, contrárias ao
que Cristo ensinou. Quando da conversão, uma vez que a recebemos verdadeiramente em nossa vida, é um retrocesso
completo em nosso caminho espiritual voltarmos aos costumes velhos, porque não pudemos nos manter firmes e
íntegros.

Quando reconhecemos o primado de Cristo, o seu senhorio e direção em nossa vida, acontece em nós, junto com a
conversão advinda de um experiencia de fé muitas das vezes de força punitiva pela expulsão das coisas antigas e pela
recepção das coisas renovadas por Jesus, vai sendo facilitado também o entendimento de Jesus como “Cabeça” da
igreja, e a missão apostólica da igreja, que é o seu “corpo”, onde todos os fiéis se mantém unidos.

Jesus quer de nós uma entrega sincera e de coração puro. Devemos cortar, ou nos circuncidar de tudo o que nos afasta
de Deus, e circuncidar o coração, renovando nossas mentes, pensamentos, ações e palavras. Não quer dizer que
devemos cortar parte do nosso corpo, e sim que devemos mudar de postura, de atitude, mudança radical de tudo que
é pecaminoso. Devemos sempre nos lembrar da passagem que diz: “Esse povo me honra com os lábios, mas seu
coração está longe de mim.” (Isa 29, 13), para que não sejamos como os fariseus que somente ditamos regras cristãs
pesadas para os outros, mas que não seguimos nada do que falamos.

Jesus pagou o preço de nossas faltas e cancelou a dívida que tínhamos com Deus. A sentença que Deus suprimiu tinha
um peso de morte lavrada contra o homem transgressor. Somente Jesus tinha e reunia os atributos humanos e divinos
pra ser executada essa sentença em sua própria pessoa, nos livrando da condenação.

Que possamos nós, dia a dia, reconhecer e aceitar Jesus como nosso salvador e redentor, por essa dívida cancelada, e
sermos mais e mais dignos pela graça de Deus, do sacrifício de Cristo pela humanidade.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 4º DIA (13/10/18)

Filipenses 2, 5-11

"5.Dedicai-vos mutuamente a estima que se deve em Cristo Jesus. 6.Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu
de sua igualdade com Deus, 7.mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos
homens. 8.E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a
morte, e morte de cruz. 9.Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os
nomes, 10.para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. 11.E toda língua confesse,
para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor."

Paulo cita um provável hino antigo, semelhante a 1Tm 3, 16. Geralmente interpretado como a figura de Cristo que
deveria ser humilhado para que depois fosse exaltado, por causa do sofrimento não merecido. Por não ter pecados,
jesus não precisava sofrer nem teria que morrer, porque a morte é o salário do pecado. Ele tinha o status aqui mesmo
na terra de viver eternamente, nesse caso, na mesma condição humana do Adão original.

Ao tornar-se semelhante aos homens, despojando-se de sua divindade voluntariamente, Cristo decide algo impensável
para nós: ele decide morrer. Sim, é uma decisão pessoal de Jesus, sabendo que somente uma vida perfeita seria capaz
de limpar uma vida imperfeita, porque não tem mancha no sacrifício. Os sacrifícios feitos antes de jesus carregavam
sempre mancha de pecado, por mais que fosse “puro” o sacrifício e a intenção deste. Era simplesmente uma condição
de fato, e não uma condição de ocasião. Mesmo que alguém nascesse e vivesse toda uma vida sem nenhum aspecto
de pecado, a sua condição de fato de pecador por causa do pecado original não o deixaria capaz de se oferecer como
oferta viva pra Deus e os homens. A concepção da pessoa teria que ser imaculada. Somente a Virgem Maria teve esse
condição porque era necessário Jesus nascer de um ventre imaculado e, para isso, Maria tinha que ser preservada do
pecado em sua concepção também. O que quero dizer é que Maria foi concebida sem pecado, imaculada, e por isso,
não tinha pecado. Maria se assemelha à Eva original, antes dela pecar. Podemos dizer que o plano da salvação é
perfeito: Jesus se assemelhou ao Adão original, e Maria à Eva original; ambos sem pecado e salvaguardadas as
diferenças existentes entre eles, conforme suas naturezas. Sendo assim, Maria não podia também ser deixada na terra
para morrer porque não tinha pecado contra Deus, a morte não tinha poder sobre Maria por graça especial de Deus.
Por isso, foi assunta ao céu de corpo inteiro, alma e espírito para o Reino de Deus.
Jesus se assemelhou em tudo nos homens: fome, sede, frio, calor, e tudo mais que não tenha relação com o pecado,
Jesus sentiu. Todas as manifestações naturais do nosso corpo, com exceção da doença que é uma patologia de causa
do pecado assim como a morte, Jesus teve em seu corpo. Sendo assim, o sacrifício de sangue de Cristo é completo em
relação ao corpo, e a água derramada do seu lado é a sua divindade que completa aquilo que só o sangue não consegue
fazer: a santificação da oferta pelo Espírito Santo, porque na sua imolação, Jesus não precisou ser reconciliado com o
Pai porque era o Sumo e Eterno e Perfeito Sacerdote, enquanto todos os outros, nós, precisamos diariamente dessa
graça de Deus, que através da igreja, nos oferece o sacramento da confissão e os devocionais e sacramentais como
orações de cura, e a água benta.

Jesus, fazei de nós também uma oferta mais semelhante possível à sua. Que nós possamos diariamente, saber que
pelo amor, se despojasse da sua divina condição e se encarnasse no seio da Imaculada Virgem Maria. Que possamos
dar sempre valor ao seu sacrifício, evitando o pecado e nos colocando a serviço do irmão e do seu Corpo, a Santa
Madre Igreja.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 5º DIA (14/10/18)

Atos dos Apóstolos 4, 1-12

"1.Enquanto eles falavam ao povo, vieram os sacerdotes, o chefe do templo e os saduceus, 2.contrariados porque
ensinavam ao povo e anunciavam, na pessoa de Jesus, a ressurreição dos mortos. 3.Prenderam-nos e os meteram no
cárcere até o outro dia, pois já era tarde. 4.Muitos, porém, dos que tinham ouvido a pregação creram; e o número dos
fiéis elevou-se a mais ou menos cinco mil. 5.No dia seguinte reuniram-se em Jerusalém os chefes do povo, os anciãos,
os escribas, 6.com Anás, sumo sacerdote, Caifás, João, Alexandre e todos os que eram da linhagem pontifical.
7.Colocando-os no meio, perguntaram: Com que poder ou em que nome fizestes isso? 8.Então Pedro, cheio do Espírito
Santo, respondeu-lhes: Chefes do povo e anciãos, ouvi-me: 9.se hoje somos interrogados a respeito do benefício feito
a um enfermo, e em que nome foi ele curado, 10.ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: foi em nome de Jesus
Cristo Nazareno, que vós crucificastes, mas que Deus ressuscitou dos mortos. Por ele é que esse homem se acha são,
em pé, diante de vós. 11.Esse Jesus, pedra que foi desprezada por vós, edificadores, tornou-se a pedra angular. 12.Em
nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser
salvos. "

Pedro e João testemunham com força e clareza de que não há outro nome na terra que não o nome de Jesus que
possamos ser salvos. Ao serem interrogados pelos escribas e pelo Sumo Sacerdote, reafirmam que fizeram sinais e
milagres sob o nome de Jesus, provando que nesse nome há poder. E ainda falaram que eles o desprezaram, porque
Ele é a pedra angular que os construtores rejeitaram, ou seja, Jesus era o único fundamento que dava pleno
cumprimento da Lei pelo amor, e eles não entenderam o plano de Deus. Assim, rejeitando a Jesus, rejeitam também
o plano da salvação de Deus para a humanidade.

Os relatos tratam bem no começo ainda dos atos dos apóstolos, em que Pedro e João enfrentam a fúria do sinédrio
após a cura de um aleijado (Ato 3, 1-10). O Grande Sinédrio era uma assembleia de juízes judeus que constituía a corte
e legislativo supremos da antiga Israel. Ao interpelarem Pedro e João, advertiram-no em não pregar mais em nome de
Jesus. Essa proibição tinha força de lei, e só poderiam ser presos em caso de reincidência, o que é claro, aconteceu
mais à frente (Ato 5, 17-21).

Desde a época de jesus, as pessoas mais necessitadas precisavam de uma Palavra de caridade, amor ao próximo, um
alento para as feridas abertas pela vida. Elas se sentiam desprezadas porque os fariseus e escribas viviam pela letra
implacável da lei deixada por Moisés, e a interpretavam de acordo com a sua conveniência. Então sempre impunham
sobre as pessoas fardos pesados de tarefas e comportamentos que, muitas das vezes, elas não podiam realizar. Jesus
também foi questionado várias vezes por eles sobre esses comportamentos. Então a pessoa ficava mais desanimada
ainda, e achando que Deus a abandonou e que a desprezava. Ao passo que faziam isso, os fariseus mesmo não faziam
aquilo que pregavam. Se lhes eram mais convenientes interpretar a lei por outro lado mais favorável em detrimento
da verdadeira vontade de Deus, era assim que era feito. Então o problema nunca esteve na lei deixada, e sim a forma
que era imposta e que era tomada por sendo a “vontade de Deus”, já que a massa da população não tinha acesso aos
pergaminhos das sagradas escrituras, sabiam apenas o que lhes eram transmitidos pelos autorizados a manipular os
documentos. A Lei Mosaica não era interpretada à luz do Espírito Santo, e sim por desejos inescrupulosos.

Na homilia diária do padre Roger Araújo, da Rede Canção Nova, em que ele fala do convite que Jesus recebeu do
fariseu pra jantar em sua casa (Lc 11, 37-41), o fariseu questionou Jesus por não lavar as mãos antes de comer, e Jesus
o repreende, dizendo que ele mais se importou com o exterior do que o interior, que realmente tinha que estar puro.
Vejamos um trecho da homilia:

“Temos de ter cuidado para não viver uma fé hipócrita, uma fé em que cuidamos do copo do lado de fora, mas, por
dentro, deixamos as impurezas que contaminam a água e a tomamos contaminada, porque o copo por fora é lindo,
até brilha, mas por dentro não foi purificado”.
Padre Roger Araújo, homilia diária - 16/10/18

Por isso, Jesus travou muitas batalhas contra esse sistema de morte criado dos fariseus. Ao trazer uma nova
perspectiva de visão do Reino, as pessoas notam de primeira a diferença. Começam a ver que Deus é um Deus de
amor, e não um tirano e sanguinário que tudo tem que ser pela lança e espada. Começam a ver que o mundo pode
ser mudado pela força do amor, da caridade, do perdão e comunhão entre os irmãos. E isso incomoda os fariseus
porque começam a serem questionados pelas pessoas, tendo o seu sistema ameaçado, e querem parar isso a todo
custo. Os grandes letrados e ditos sábios não percebem algo fundamental, que até mesmo uma criança era capaz de
perceber: a linguagem do amor divino, o plano salvífico de Deus.

Na sua vã ignorância, os fariseus e doutores da lei judaica queriam um messias forte, que descesse do céu, autoritário,
que pegasse nas armas e revestido de poder divino, dizimasse os inimigos e restaurasse aqui na terra o reino de Deus
pela revolução, mostrando que somente pela violência se constrói alguma coisa. Quando aparece Jesus, filho de
carpinteiro de Nazaré, nunca frequentou escola superior de formação, sendo assim tecnicamente iletrado (mas sabia
ler), numa aparência igual a eles, os fariseus e doutores da Lei ficam loucos e não aceitam, falam que ele é uma fraude,
um embuste, como tantos outros que já apareceram. Mais uma vez a visão humana se sobrepujou à visão do Espírito
Santo.

Saulo também pesava assim: ele era um grande escriba; falava vários idiomas e foi educado na grande escola de
Gamaliel. Com tanto apreço pelas tradições judaicas, se tornou praticamente um escravo da lei pela lei e passa a
perseguir todos os cristãos. Após a sua conversão indo para Damasco, Saulo, agora chamado Paulo, usa todo o seu
entendimento e sabedoria para a transmissão do verdadeiro Reino de Deus, rompe definitivamente com o sistema
antigo que defendia e se dedica totalmente, noite e dia, até a sua morte, para evangelizar e ser testemunha do
evangelho de Jesus. Paulo é o exemplo perfeito de que o problema também não estava em ter instrução, e sim como
você aplica isso, segundo aquilo que acredita e defende. Prova disso é que Paulo é o apóstolo que mais tem
documentos escritos. Com suas cartas, evangelizava, exortava, ditava regras conforme inspiradas pelo Espírito Santo
e convertia muitas pessoas nas comunidades às quais se dirigia.

Pedro e João, não somente eles, mas também Paulo e tantos outros, foram testemunhas desse amor de Jesus por nós.
Ao enfrentarem tudo e todos para transmitirem os ensinamentos do mestre, deram as próprias vidas pra defender o
evangelho de Jesus Cristo. Que possamos nós também seguir esse exemplo, dando testemunho do evangelho de Jesus
aonde quer que estejamos.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 6º DIA (15/10/18)

Romanos 10, 9-13

"9.Portanto, se com tua boca confessares que Jesus é o Senhor, e se em teu coração creres que Deus o ressuscitou
dentre os mortos, serás salvo. 10.É crendo de coração que se obtém a justiça, e é professando com palavras que se
chega à salvação. 11.A Escritura diz: Todo o que nele crer não será confundido (Is 28,16). 12.Pois não há distinção entre
judeu e grego, porque todos têm um mesmo Senhor, rico para com todos os que o invocam, 13.porque todo aquele que
invocar o nome do Senhor será salvo (Jl 3,5)."

Esta passagem antecede o estudado em Romanos 10, 14-16 no encontro anterior Fé e Conversão, onde o ponto chave
é o questionamento feito a Israel, que não invoca o nome do Senhor porque se mostrou rebelde à luz que lhes foi
proposta: não creram e ainda perseguiam quem cria.

A questão agora é o esclarecimento que o oposto do povo de Israel é o que deve acontecer: “Quem nele crê não será
confundido”. A proposta do Reino agora é universal: não há distinção entre o povo escolhido e outros; não importa se
é judeu ou grego, romano, egípcio ou quem quer que seja, por que o Senhor é de todos, conforme a Palavra: “O Reino
de Deus será tirado deles e entregue à um povo que produza frutos.” (Mt 21, 43). Podemos nesse ponto agora, que a
Palavra se torna universal, entender que a salvação se estendeu para aquela mulher cananéia que “mendigava as
migalhas que caíam da mesa de seus donos. (Mt 15, 21-28)

No relato da parábola dos vinhateiros homicidas, depois da exposição, Jesus fala que “a pedra que os construtores
rejeitaram se tornou a pedra angular” (Mt 21, 42). Jesus quer dizer com isso que o projeto de Deus que Ele pregou foi
rejeitado, e com isso, recusaram ao próprio Deus e àquele que Ele enviou. A seguir, Jesus prossegue dizendo que “por
isso vos afirmo que o Reino de Deus vos será tirado e confiado à um povo que o fará produzir frutos.” (Mt 21, 43).

Esse povo são os judeus fiéis que aceitaram a Palavra de Deus, os pagãos, os desprezados e marginalizados. Todos nós
podemos nos enquadrar nessa categoria. Não fomos primeiramente o povo escolhido, mas se eles não aceitaram a
Palavra de Deus, esta precisa cair em outra terra pra produzir fruto, porque diz a Palavra de Deus: “Tal ocorre com a
Palavra que sai da minha boca: ela não volta a mim sem efeito; sem ter cumprido o que Eu quis, realizado o objetivo
de sua missão.” (Isa 55, 11)

Para nós, como reflexão, fica a atitude que devemos ter: Jesus nunca nos confundirá, e por isso, devemos crer e ter fé
na Sua Palavra. O verdadeiro povo de Deus é aquele que cumpre fielmente a Sua Vontade, com misericórdia, sem
sacrifícios inúteis e idolatrias de mentalidade, de comportamento. Por isso, pedimos sempre, Senhor, nos ajude a ser
mais Seu, mais unidos à Sua Palavra de Amor, despertando em nós o gosto doce de saborear a sua Santa Palavra, mais
doce que o mel que sai dos favos e mais cristalina que a água das montanhas.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 7º DIA (16/10/18)

João 13, 1-20

"1.Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo ao Pai, como amasse os
seus que estavam no mundo, até o extremo os amou. 2.Durante a ceia, - quando o demônio já tinha lançado no coração
de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de traí-lo -, 3.sabendo Jesus que o Pai tudo lhe dera nas mãos, e que
saíra de Deus e para Deus voltava, 4.levantou-se da mesa, depôs as suas vestes e, pegando duma toalha, cingiu-se com
ela. 5.Em seguida, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha com
que estava cingido. 6.Chegou a Simão Pedro. Mas Pedro lhe disse: Senhor, queres lavar-me os pés!... 7.Respondeu-lhe
Jesus: O que faço não compreendes agora, mas compreendê-lo-ás em breve. 8.Disse-lhe Pedro: Jamais me lavarás os
pés!... Respondeu-lhe Jesus: Se eu não vos lavar, não terás parte comigo. 9.Exclamou então Simão Pedro: Senhor, não
somente os pés, mas também as mãos e a cabeça. 10.Disse-lhe Jesus: Aquele que tomou banho não tem necessidade
de lavar-se; está inteiramente puro. Ora, vós estais puros, mas nem todos!... 11.Pois sabia quem o havia de trair; por
isso, disse: Nem todos estais puros. 12.Depois de lhes lavar os pés e tomar as suas vestes, sentou-se novamente à mesa
e perguntou-lhes: Sabeis o que vos fiz? 13.Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. 14.Logo, se
eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns aos outros. 15.Dei-vos o exemplo
para que, como eu vos fiz, assim façais também vós. 16.Em verdade, em verdade vos digo: o servo não é maior do que
o seu Senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou. 17.Se compreenderdes estas coisas, sereis felizes,
sob condição de as praticardes. 18.Não digo isso de vós todos; conheço os que escolhi, mas é preciso que se cumpra
esta palavra da Escritura: Aquele que come o pão comigo levantou contra mim o seu calcanhar (Sl 40,10). 19.Desde já
vo-lo digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais e reconheçais quem sou eu. 20.Em verdade, em
verdade vos digo: quem recebe aquele que eu enviei recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.
21."
Ao lavar os pés dos discípulos, Jesus dá o exemplo da humildade. Para que reconheçam que Tu és o Senhor e Mestre,
os discípulos devem também lavar os pés mutuamente.

O gesto de lavar os pés tinham muitos significados à época de Jesus. Os viajantes andavam muitos quilômetros a pé,
com sandálias abertas em estradas de terra, pedras e poeira. Às vezes levavam-se dias e semanas viajando até chegar
em outra cidade. Os mais apessoados tinham camelos e cavalos, mas a massa pobre não tinha nada disso, e muitas
das vezes não paravam pra lavar-se porque eram frequentes as travessias serem no deserto quente e seco.

Quando esses chegavam ao seu destino, era comum encontrarem bacias de água e toalhas perto da porta, para a visita
lavar os calçados e os pés. Geralmente quem recebiam essas visitas eram os de situação financeira melhor, que
designavam um servo ou escravo para executar essa tarefa. Somente as casas mais humildes é que era o dono da casa
que fazia isso.

Jesus, o dono da Vida e de tudo o que existe, lavou os pés dos outros demonstrando que o verdadeiro Senhor e Mestre
sempre será aquele que primeiro dá o exemplo em tudo. Seja na família, na palavra de consolo, na partilha com os
irmãos, nas funções na comunidade, e por aí vai. Em outra ocasião, Jesus fala que “Aquele que quiser ser o primeiro,
que seja aquele que serve a todos”. (Mc 9, 30-37).

O ato de servir não pode ser confundido com a escravidão, em qualquer forma que seja. Jesus não falou que temos
que ser escravos, mas servos! O servo é aquele que manifesta livremente sua vontade de ajudar, de se fazer útil, de
colaborar para o bem comum sem esperar receber nada em troca, enquanto que o escravo é preso em sua vontade,
é obrigado a estar ali, quer sair mas não consegue se libertar. Há muita gente hoje em dia que ainda é escravo e não
percebe: do trabalho desregulado, dos vícios, das mídias sociais, dos desejos carnais desenfreados e etc.

Temos que ter o cuidado também pra não deixar a vaidade e o orgulho nos encher por dentro, ao achar que assim
estou saindo na frente de todo mundo e assim as pessoas me notam como sou servo exemplar. Pois aí está justamente
o efeito contrário do exemplo de Jesus. Está se apropriando de um verdadeiro exemplo de humildade pra se
envaidecer. Advinha quais eram exatamente assim? Os fariseus, que adoravam ser vistos publicamente orando e
dando esmolas pra serem exaltados pelo povo.

Nas nossas comunidades, temos várias pessoas que se dedicam livremente para a promoção do Reino de Deus: As
várias pastorais, movimentos, ministérios, o diaconato permanente e círculos bíblicos mantém viva essa atitude de
amor que Deus nos deixou como exemplo. Devemos servir primeiro para bem servir.

Que possamos aprender com esse gesto simples de Jesus, mas carregado de significado, a nos importar mais com o
próximo e parar de pensar em si mesmo, lutar contra o pecado sempre e superar as provações pra levar o Reino de
Deus a todos.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: o 6º Encontro: Cura Interior, era pra ter acontecido no dia 17/10/18. Porém, por motivos
de força maior, foi transferido para a próxima semana, dia 24/10/18.

(A Introdução Especial foi desenvolvida antes da exposição do tema do dia 24/10/18 e adicionada às meditações das
passagens do Seminário, citando outras fontes de documentação como complemento textual).

CURA: ASPECTOS GERAIS

1. A cura como sacramentos da Igreja:

1.1 O Sacramento da Unção dos Enfermos:

Dediquei à esse tema do Seminário de Vida no Espírito uma introdução especial pela importância tal que ele merece.
Pelos estudos preliminares que fiz, tudo o que nós podemos fazer enquanto servos do grupo de oração e do ministério
de intercessão, gira em torno desse dom especial que é primeiramente, um sacramento da igreja e depois como
carisma dado pelo Espírito Santo na vida de uma pessoa que precisa de cura.

Não me refiro aqui ao sacramento da Unção dos Enfermos, que é um sacramento de cura que só o sacerdote e o bispo
podem ministrar. Esse atinge o meio físico do doente, quando está às portas da morte, por uma doença grave, ou por
dificuldades inerentes ao estado da enfermidade, como diz o Catecismo da Igreja Católica, número 1527 e seguintes:

“0 sacramento da Unção dos Enfermos tem por finalidade conferir uma graça especial ao cristão que enfrenta as
dificuldades inerentes ao estado de doença grave ou de velhice” (CIC, 1527)

“0 tempo oportuno para receber a Santa Unção chegou certamente quando o fiel começa a encontrar-se em perigo de
morte, devido a doença ou a velhice.”(CIC, 1528)

“Todas as vezes que um cristão cai gravemente enfermo, pode receber a Santa Unção; e também quando, mesmo
depois de a ter recebido, a doença se agrava.”(CIC, 1529)

Acredito que muitas pessoas já passaram por um momento desses, em que um parente está perto de ir para a Casa
do Pai. É dever da igreja como corpo de Cristo a levar também este sacramento àquele que padece seus momentos
finais.

Nem sempre o sacerdote está disponível para ir ao local do doente para lhe dar a Santa Unção. Uma outra forma, que
não é alternativa, mas outra maneira concreta de ministrar o sacramento, é a administração do viático, que é a
Eucaristia no corpo de Cristo como alimento. É semente de vida eterna e poder de ressurreição , segundo as palavras
do Senhor: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo
6, 54). Nesse aspecto, o doente ao receber o viático do padre, diácono ou ministro extraordinário da comunhão, como
sua última refeição nessa vida, o prepara para a saída da igreja militante aqui na terra para a entrada na igreja que
padece no purgatório, ou a igreja triunfante que está no céu, conforme suas virtudes alcançadas aqui na terra.

1.2 O Sacramento da Confissão ou Penitência:

O que diz o magistério da igreja católica sobre o Sacramento da Penitência ou Confissão? Junto com o sacramento da
Unção dos Enfermos, são chamados de Sacramentos de Cura, conforme o Catecismo:

1420. Pelos sacramentos da iniciação cristã, o homem recebe a vida nova de Cristo. Ora, esta vida, nós trazemo-la «em
vasos de barro». Por enquanto, ela está ainda «oculta com Cristo em Deus» (Cl 3, 3). Vivemos ainda na «nossa morada
terrena» (1), sujeita ao sofrimento à doença e à morte. A vida nova de filhos de Deus pode ser enfraquecida e até
perdida pelo pecado.

1421. O Senhor Jesus Cristo, médico das nossas almas e dos nossos corpos, que perdoou os pecados ao paralítico e lhe
restituiu a saúde do corpo (2) quis que a sua Igreja continuasse, com a força do Espírito Santo, a sua obra de cura e de
salvação, mesmo para com os seus próprios membros. É esta a finalidade dos dois sacramentos de cura: o sacramente
da Penitência e o da Unção dos enfermos.

1422. «Aqueles que se aproximam do sacramento da Penitência obtêm da misericórdia de Deus o perdão da ofensa a
Ele feita e, ao mesmo tempo, são reconciliados com a Igreja, que tinham ferido com o seu pecado, a qual, pela caridade,
exemplo e oração, trabalha pela sua conversão» (3).

1423. É chamado sacramento da conversão, porque realiza sacramentalmente o apelo de Jesus à conversão (4) e o
esforço de regressar à casa do Pai (5) da qual o pecador se afastou pelo pecado.

É chamado sacramento da Penitência, porque consagra uma caminhada pessoal e eclesial de conversão, de
arrependimento e de satisfação por parte do cristão pecador.

1424. É chamado sacramento da confissão, porque o reconhecimento, a confissão dos pecados perante o sacerdote é
um elemento essencial deste sacramento. Num sentido profundo, este sacramento é também uma «confissão»,
reconhecimento e louvor da santidade de Deus e da sua misericórdia para com o homem pecador.

É chamado sacramento do perdão, porque, pela absolvição sacramental do sacerdote. Deus concede ao penitente «o
perdão e a paz» (6).

É chamado sacramento da Reconciliação, porque dá ao pecador o amor de Deus que reconcilia: “Deixai-vos reconciliar
com Deus” (2 Cor 5, 20). Aquele que vive do amor misericordioso de Deus está pronto para responder ao apelo do
Senhor: “Vai primeiro reconciliar-te com teu irmão.” (Mt 5, 24).

Jesus andou por esse mundo curando os doentes, das várias enfermidades que tinham. Muitas delas relacionadas ao
físico, a doença pode e deve ser encarada também pelo aspecto da alma, conhecendo suas origens para um melhor
diagnóstico e posterior tratamento, conforme as disponibilizadas pela igreja.

2. A cura como carisma do Espírito Santo.

O principal carisma de um grupo de oração, sem excluir os outros, é o dom da cura. Não me refiro a Identidade do
grupo de Oração, que é o Batismo no Espírito Santo. Estou me referindo à aplicação dos carismas. Um grupo de oração
sem cura não funciona como deveria, porque é um dos carismas mais impactantes na vida dos participantes que
procuram o grupo. O grupo de oração tem elementos próprios que o identificam como o batismo no Espírito Santo, a
cura, a profecia, o dom de orar em línguas, a interpretação da profecia. Só que em primeira mão, uma pessoa que
procura o grupo de oração não quer orar em línguas e nem saber de profecia, e nem sabe o que é o batismo no Espirito
Santo. Ela quer ser curada, porque ouviu falar de sua vizinha que foi no grupo e se reconciliou com o marido, o filho
largou os vícios, está mais alegre e não reclama mais da vida. Ela percebe a mudança, e quer isso pra vida dela também.

A oração de intercessão às vezes nem sempre é destaque em um grupo ou é posta de lado, porque não vimos que as
orações em línguas ou revelações acontecerem. Às vezes, queremos tanto que alguém se levante e faça profecias,
que as orações em línguas encham o local do Espírito Santo, que passa despercebido que não houve oração de
intercessão pelos servos, e nem mesmo foi estimulada pelo pregador o exercício desse dom. Sabemos que mesmo
que não haja intercessão, o Espírito pode curar pelas palavras do pregador, mas a dinâmica do exercício desse carisma
cabe a nós, servos.

São Tiago diz: “Orai uns pelos outros para serem curados.” (Tg 5, 16).

O Senhor ressuscitado renova este envio: “Em Meu Nome, eles imporão as mãos sobre os enfermos e estes ficarão
curados”.(Mc 16, 17-18)

O carisma da cura, dada pelo Espírito Santo, confere àqueles que o ministram uma graça especial. Os carismas aqui
são entendidos por São Paulo como favor, dom gratuito, benefício. Embora não tenham a instituição direta por Jesus,
como é o caso dos sacramentos, podemos entender que os carismas são as graças sacramentais dons próprios dos
diversos sacramentos, como atesta o CIC no número 2003:

“A graça é, antes de tudo e principalmente, o dom do Espírito que nos justifica e nos santifica. Mas também
compreende os dons que o Espírito nos dá, para nos associar à sua obra, para nos tornar capazes de colaborar na
salvação dos outros e no crescimento do corpo Místico de Cristo, que é a Igreja. São as graças sacramentais, dons
próprios dos diferentes sacramentos. São, além disso, as graças especiais, também chamadas «carismas», segundo o
termo grego empregado por São Paulo e que significa favor, dom gratuito, benefício (59). Qualquer que seja o seu
carácter, por vezes extraordinário, como o dom dos milagres ou das línguas, os carismas estão ordenados para a graça
santificante e têm por finalidade o bem comum da Igreja. Estão ao serviço da caridade que edifica a Igreja (60)”

CIC, 2003

3. A cura interior como bálsamo da alma e remédio para o corpo.

Nem sempre as curas são realizadas visando livrar a pessoa do mal físico. Há muitas espécies de males, principalmente
os males da convivência social. As feridas que são abertas pelas pessoas no dia a dia, seja na nossa família, no trabalho,
uma palavra mal colocada, uma atitude não entendida, um comportamento não correspondido, tudo isso nos causa
feridas que levam tempo pra se curar, e muita das vezes, uma vida inteira. E consequentemente, carregamos isso para
onde quer que estejamos.

Tomemos o exemplo de uma árvore. Se quebrarmos o seu galho ou tronco, e depois tentarmos amarrar pra ver se
“cola” de novo, com o tempo vamos observar que a árvore se cura, mas fica uma espécie de anel grosso em volta do
lugar que quebrou. A árvore está pronta novamente e seguirá em frente, mas a marca da fratura ficará ali, visível. Mas
tem um grande porém: a árvore não interage como um ser inteligente e com vontade própria, com um livre arbítrio.
Em nós, seres humanos, os efeitos são ainda mais devastadores. A pessoa está tão ferida, tão quebrada, que se perde
o gosto de viver.

Aprofundando no tema das causas físicas, a falta de cura interior, consequentemente o perdão, é uma das causas que
originaram muitos dos suicídios em nossa época. Entre diversos sintomas temos traumas não curados, experiências
nocivas, abusos, e outras causas. Cientificamente já se tem a comprovação de que os sentimentos de amargura,
depressão e falta de perdão são a causa de vários males físicos como perda de controle, raiva, doenças cardíacas, falta
de sono, pressão arterial, baixo sistema imunológico e até mesmo a redução do tempo de vida na terra. Um estudo
do Greater Good Science Center, órgão vinculado à Universidade de Berkeley, Califórnia, diz que: “Perdoar é o ato
consciente de abrir mão do ressentimento ou do desejo de vingança contra alguém que, de alguma forma, causou
algum mal – mesmo que a pessoa não mereça. Ao contrário do que muitos acreditam, o ato não necessariamente
implica no esquecimento dos agravos”.

O padre Paulo Ricardo, em seu curso de Terapia das Doenças Espirituais, nos fala que quem quer que olhe sinceramente
para dentro de si é capaz de perceber uma clara desordem interior, certos impulsos violentos e sedutores que nos
arrastam a fazer muitas vezes o que sabemos ser errado. Brigas constantes, invejas, ciúmes, infidelidades, tudo isso
não nos deixa mentir: há algo profundamente “quebrado” em nós, ao menos no estado atual em que nos
encontramos. E na busca de remédios para esses males, poucos homens foram tão cirúrgicos e profundos em suas
análises psicológicas quanto os santos da Igreja Católica. O curso tem 24 aulas de uma riqueza textual e expositiva que
merece horas dedicadas de estudo.

A cura interior, na visão da igreja enquanto grupo de oração, pode-se dar de diversas formas que fogem ao controle
porque não somos os “donos” do carisma. O Espírito Santo sopra onde quer e da maneira que ele quer. Mas algumas
vezes quando oramos e a cura não acontece, é hora do discernimento para saber o porquê da não realização. Se
sabemos a causa do problema, se estamos preparados para ministrar a cura, e outros fatores. O padre Rufus Pereira,
em uma das suas muitas pregações na Canção Nova, falou na pregação do dia 16 de setembro de 2007, no
acampamento de jovens da Canção Nova:

“Quando estamos orando para a cura interior observamos algumas etapas. E a mais importante é a do diagnóstico,
ou como chamamos na linguagem da Igreja: o discernimento. Precisamos saber se estamos doentes e qual é este fardo
que carregamos.

Precisamos observar também todos os sintomas no meu relacionamento com as pessoas, como a rejeição, os
sentimentos de inferioridade. Se em meu relacionamento com Deus tenho sentimentos de culpa. Resumindo tudo isso:
muitas pessoas carregam o peso do medo. Mas, como havia dito, precisamos dar o terceiro passo. Precisamos
encontrar as raízes dos nossos problemas. Isto é a coisa mais importante no que diz respeito à cura interior. E talvez
esta culpa esteja nos nossos antepassados, ou em nossa vida de criança ou quando éramos bebês”.
O que bloqueia a nossa cura? O primeiro bloqueio é a falta de perdão. Por muito tempo, achávamos que era apenas a
dificuldade de perdoar (...)

Por que as pessoas não são curadas? Porque há um bloqueio que precisa ser retirado. Vocês podem pensar que o
homem à beira da piscina (Jo 5, 1-9) queria obviamente ser curado, mas Jesus sabia que ele não tinha mais esperança
no coração. Talvez Jesus pensasse que ele estivesse com dificuldade de perdoar as pessoas que o machucaram.
Trechos da pregação Pe. Rufus

Vemos aí que a questão do perdão é mais séria do que se imagina. Mais trechos muito importantes da pregação do
padre Rufus:

Como saber se o que a pessoa está vivendo não é psicológico? A primeira área que o inimigo ataca é o nosso
desejo. Jesus sabia disso, por isso orou: "Pai, a tua vontade e não a minha".

O demônio ataca o nosso desejo com atos compulsivos de pecado. Desde o alcoolismo, até o vício em drogas. Eu tenho
visto vários casos nos quais com uma única oração a pessoa é liberta.

O inimigo quer atacar, em segundo lugar, em nossa mente. Muitos ficam hipnotizados por esses movimentos de Nova
Era. O mundo inteiro hoje está cheio dessas teorias, dessas práticas.

Em terceiro lugar, o inimigo pode atacar as minhas emoções: ciúmes, medos, tendências de suicídio. É isso que ele faz
no coração dos terroristas. Eles pensam que estão fazendo a vontade de Deus, mas o trabalho deles é de satanás.

Como disse o padre Rufus, não é nenhum curandeirismo ou ritual, precisamos olhar discernindo as causas para poder
combatê-las do jeito certo. No grupo de oração, existem pessoas que são chamadas à esse ministério pela ação do
Espírito Santo. Veja bem: não sou eu que imponho essa condição ao Espírito Santo, Ele é que decide quem chamar,
como diz um trecho do texto explicativo do Ministério de Intercessão da RCC:

Se uma pessoa é reconhecida pela comunidade como alguém que ao orar pela cura de um doente é atendida por Deus,
esta, certamente, tem um chamado ao ministério. E o sinal claro desse chamado é a insistência de irmãos pedindo
orações ou trazendo pessoas enfermas para que reze por elas. Quando o carisma se torna ministério a partir do
reconhecimento pela comunidade, então a pessoa deve ser incentivada, principalmente pelo coordenador do Grupo de
Oração, a buscar formação específica por meio do Ministério de Oração por Cura e Libertação, no intuito de se
aprofundar na doutrina do carisma e aprender com os mais experientes.
rccbrasil.org.br/espiritualidade-e-formacao

Encerro aqui estas exposições gerais sobre a cura, em sentido amplo como sacramento da igreja, e em sentido estrito
como sendo uma graça especial do Espirito Santo, dada a nós para orar as pessoas e ajudar a elas a se libertarem do
que as aflige.

Peçamos ao Senhor que mande mais intercessores para a infindável tarefa de cura das enfermidades de nosso povo,
que tem carência do amor de Deus.

https://rccbrasil.org.br/espiritualidade-e-formacao/carismas/571-o-dom-da-cura-no-grupo-de-oracao.html

https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Comportamento/noticia/2014/11/8-razoes-pelas-quais-o-perdao-faz-
bem-pra-sua-saude.html

https://padrepauloricardo.org/cursos/terapia-das-doencas-espirituais

https://eventos.cancaonova.com/pregacoes/etapas-para-a-cura-interior/
6º ENCONTRO: CURA INTERIOR (24/10/18)

Notas da pregação:

- Como saber o amor de Deus se estou ferido?

- Só se ama quando estamos em equilíbrio consigo mesmo;

- Saber as causas raízes da ferida da alma da pessoa;

- A pessoa ferida vê problemas em tudo e em todo lugar;

- O ferido cria um “muro” em volta de si contra todos;

- O mal de uma pessoa pode ser físico, emocional ou espiritual. Por isso, a importância de identificar com precisão as
causas daquele problema;

- Conhecer o Amor (1); Sentir-se amado (2) e Preciso me amar (3);

- Você se aceita como é? O que acha que pode ser mudado para perceber o amor de Deus em sua vida?

- Você consegue se aproximar de outra pessoa sem rejeição?

- Nós somos sujeitos a todo o tempo a desenvolver ares de suficiência e prepotência;

- Reconhecer a dificuldade que carrega;

- Ter a necessidade de se entregar à cura.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 1º DIA (24/10/18)

São Lucas 10, 25-28

25."Levantou-se um doutor da lei e, para pô-lo à prova, perguntou: Mestre, que devo fazer para possuir a vida eterna?
26.Disse-lhe Jesus: Que está escrito na lei? Como é que lês? 27.Respondeu ele: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu
coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu pensamento (Dt 6,5); e a teu próximo como a ti
mesmo (Lv 19,18). 28.Falou-lhe Jesus: Respondeste bem; faze isto e viverás."

Nesta passagem encontramos o cerne da Lei de Israel, conforme a tradição mosaica. Encontramos também referências
dela em Lc 10, 27; Mc 12, 30-33; e Mt 22, 37, fora as referências do antigo testamento. É também, segundo essa
mesma Lei, o mandamento mais importante que os fariseus e escribas tinham como herança da antiga Aliança de Deus
com o seu povo.

Podemos destacar alguns pontos de observação nesta primeira parte da conversa de Jesus com o fariseu, cuja
conclusão se dá nos versículos seguintes. Jesus inverte de modo inteligente o sentido da provação à que foi submetido,
de modo que o próprio fariseu declara o texto da lei que eles não cumprem. O falso moralismo e perversidade na
aplicação dos costumes mosaicos, tendo o texto da lei maior peso em relação à misericórdia que Deus efetivamente
quer, gerava um sistema opressor teológico-moral em que, se eu não consigo ser o que Deus quer de mim, sou um
miserável pecador e Deus me punirá até a quarta geração da minha família. Com isso, as pessoas tinham Deus como
um carrasco, que pune severamente à menor falta e como pecador que sou, fico sempre fora dos planos de Deus,
longe da graça e do amor divino.

Jesus ao dizer: “Faze isto e viverás”, deixa claro que a “lei” que Deus quer em nosso coração é a lei do amor. Aquele
que se deu por nós na cruz, por amor incondicional, quer de nós uma entrega plena e sem reservas, reconhecendo
que Ele é o Senhor da nossa vida. Jesus quebra totalmente com os paradigmas de que Deus é castigador implacável,
que só fica a espreita vendo que vai pecar pra depois punir. Quem é o nosso verdadeiro acusador é o demônio. Jesus
já declarou em outra passagem que a verdadeira luta não é entre nós, mas contra os espíritos maus e potestades.
Jesus veio para curar nossas feridas do corpo, alma e espírito. Numa passagem, diz que não veio para condenar o
mundo, mas para salvá-lo. Ao aplicar em nossa vida o cerne da lei, abrimos o nosso coração primeiramente para o
nosso irmão, porque não ama a Deus aquele que odeia o irmão.

Jesus dá um novo sentido à esse mandamento, dando-lhes um novo mandamento: “Que vos ameis uns aos outros,
assim como Eu vos amei”. (Lc 15, 12). Com isso, Jesus quer que nos configure à Ele, da mesma forma que Ele nos
assemelhou. O amor que vem do Pai é distribuído plenamente pelo Filho, que por amor, se entrega ao mundo. Jesus
quer que tenhamos esse amor entre nós, fazendo o bem e a caridade somente por puro amor, sem esperar
compensações terrenas.

Somente conseguiremos fazer em nossa vida a realização da passagem acima se primeiro nos curarmos de tudo o que
nos afasta de Deus: nossos medos, traumas, insegurança e o que mais for. Como amar a Deus de todo o coração e
alma, que não vejo, se não posso nem sequer olhar para o outro, que vejo? Jesus disse numa outra passagem que “o
que torna o homem impuro é o que sai dele, e não o que entra”. Isso nos leva a meditar sobre o que temos no nosso
interior que precisa ser revisto. O que exprimo nos meus sentimentos é o amor, ou fico me escondendo através de
falsas ações e comportamentos socialmente corretos?

Uma outra perspectiva de análise dos fariseus é a falta de cura, porque cultivando suas misérias interiores, não
enxergaram o Messias que veio para nos curar e libertar do pecado.

Peçamos ao Senhor Jesus que nos ajude a amar a Deus sobre todas as coisas, e que temos que ser curados de nossas
misérias para que isso aconteça. Renova nossa fé para sermos firmes nos propósitos assumidos e caminhar sempre na
sua direção, amém.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 2º DIA (25/10/18)

São Lucas 10, 29-37

"29.Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é o meu próximo? 30.Jesus então contou: Um homem
descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de ladrões, que o despojaram; e depois de o terem maltratado com
muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o meio morto. 31.Por acaso desceu pelo mesmo caminho um sacerdote, viu-
o e passou adiante. 32.Igualmente um levita, chegando àquele lugar, viu-o e passou também adiante. 33.Mas um
samaritano que viajava, chegando àquele lugar, viu-o e moveu-se de compaixão. 34.Aproximando-se, atou-lhe as
feridas, deitando nelas azeite e vinho; colocou-o sobre a sua própria montaria e levou-o a uma hospedaria e tratou
dele. 35.No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo-lhe: Trata dele e, quanto gastares a mais,
na volta to pagarei. 36.Qual destes três parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões?
37.Respondeu o doutor: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Então Jesus lhe disse: Vai, e faze tu o mesmo."

A meditação de hoje é na verdade, a continuação à do primeiro dia do tema Cura Interior. Mais uma vez Jesus é
questionado e posto à prova em sequência, pelos fariseus que de coração tão endurecidos, não conseguem se abrir
para a graça, como fez Nicodemos, que também era um escriba, mas com uma atitude completamente diferente dos
seus colegas: se deixa ouvir e tocar pela mensagem de Cristo.

Na sequência do texto, Jesus conta uma parábola bem realista aos nossos dias. Temos exemplos em nossa vida de
pessoas muito próximas à nós, às vezes de nossa família mesmo, que agem igual ao sacerdote e o levita. Não raras são
as histórias de pessoas que foram censuradas e deixadas de lado pelos seus e que em dado momento da vida, pessoas
estranhas que se compadeceram de sua situação.

O que Jesus quer dizer nessa palavra, é que não importa o título ou posição social, dinheiro, emprego, nada disso
diferencia cada um de nós, porque todos somos necessitados da misericórdia do Pai. Somos iguais, criados
originalmente para amar somente a Deus. O pecado traz toda essa divisão e diferenciação entre nós, fazendo achar
que somos melhores do que outros. Uns oram bem, e já se acham melhores do que aquele que mal começou no
caminho. Uns tocam bem, e reclamam dos iniciantes. Jesus nos provou pela humildade no lava-pés, que era um serviço
para escravo fazer, que todos devemos ser iguais entre iguais. É verdade que uns terão os dons para um ou outro
serviço ou ministério, mas o espírito que os comunica é o mesmo Espírito Santo de Pentecostes.
Ao mandar fazer a mesma coisa, no exemplo do texto, Jesus nos fala que a missão é igual pra todos: serem
misericordiosos como o Pai é misericordioso, e abraçar a missão de anúncio do evangelho. Cada qual com o dom a
que fora chamado, mas a missão final é uma só: curar as pessoas de seus temores mais internos, impondo-lhes as
mãos pelo Espírito Santo.

Oremos ao Senhor: Meu Deus, não quero ser como aquele que não parou pra ajudar o irmão desvalido, mas me dê
um coração puro e espírito decidido para reerguer os que precisam de um novo Pentecostes na sua vida. Amém!

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 3º DIA (26/10/18)

São Lucas 15, 9-17

"9.Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor. 10.Se guardardes os meus mandamentos,
sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor.
11.Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa. 12.Este é o meu
mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. 13.Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua
vida por seus amigos. 14.Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando. 15.Já não vos chamo servos, porque o servo
não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai. 16.Não
fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto
permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda. 17.O que
vos mando é que vos ameis uns aos outros."

Jesus enfatiza bem o pedido do amor, que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei. Assim como Cristo que ama a
sua igreja, devemos nos configurar ao amor de Jesus, nos amando mutuamente. Assim conseguiremos colocar em
prática todas os dons e carismas recebidos em prol da missão de plantar sementes de amor na terra.

Essa, aliás, era a forma de como os discípulos eram reconhecidos pelos outros, como fala a Apologia 39, de Tertuliano,
autor das primeiras frases do cristianismo e um grande Apologista cristão: “Vede como eles se amam.” Os pagãos viam
esse comportamento dos apóstolos e reconheciam que entre eles o tratamento, a forma de falar e agir, eram
diferentes porque não prevaleciam as misérias humanas, mesquinharias e vícios, como era observado entre os outros.
Querendo ou não, os apóstolos demonstravam um modelo de forma de viver, agir e pensar conforme a novidade que
eles anunciavam: o evangelho de Jesus Cristo.

O amor de Deus não é fácil de ser seguido. O mundo oferece caminhos demais, tortuosos, disfarçados de certos,
dinheiro, posição, poder, luxúria e por aí vai. O poder sedutor do pecado é capaz de consumir vorazmente a alma
humana, trazendo terríveis consequências para o nosso corpo. Isso mesmo: envenena a alma e adoece o corpo. É o
único vírus que ataca a alma humana e lutar contra isso exige muito esforço de nós. É como você estar um uma grande
correnteza e tentar remar contra ela, não consegue sair do lugar, se desespera e acha que vai morrer. Mas saibamos
que Jesus nos amou primeiro que o mundo. Veio para nos salvar e pagou o preço de sangue. Como o Mestre disse,
ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus irmãos. Esse foi e sempre será a maior prova de
amor que podemos receber.

Oremos ao Senhor que percebamos o quanto Ele nos ama, e que renove nossas forças pra nos reerguer se caímos pelo
pecado. Que cada vez mais eu possa ser curado, diariamente, das minhas mazelas e que possa colocar os dons a serviço
do irmão que ainda sofre mais do que eu, amém!

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 4º DIA (27/10/18)

Romanos 12, 9-21

"9.Que vossa caridade não seja fingida. Aborrecei o mal, apegai-vos solidamente ao bem. 10.Amai-vos mutuamente
com afeição terna e fraternal. Adiantai-vos em honrar uns aos outros. 11.Não relaxeis o vosso zelo. Sede fervorosos de
espírito. Servi ao Senhor. 12.Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração. 13.Socorrei
às necessidades dos fiéis. Esmerai-vos na prática da hospitalidade. 14.Abençoai os que vos perseguem; abençoai-os, e
não os praguejeis. 15.Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram. 16.Vivei em boa harmonia uns
com os outros. Não vos deixeis levar pelo gosto das grandezas; afeiçoai-vos com as coisas modestas. Não sejais sábios
aos vossos próprios olhos. 17.Não pagueis a ninguém o mal com o mal. Aplicai-vos a fazer o bem diante de todos os
homens. 18.Se for possível, quanto depender de vós, vivei em paz com todos os homens. 19.Não vos vingueis uns aos
outros, caríssimos, mas deixai agir a ira de Deus, porque está escrito: A mim a vingança; a mim exercer a justiça, diz o
Senhor (Dt 32,35). 20.Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber. Procedendo assim,
amontoarás carvões em brasa sobre a sua cabeça (Pr 25,21s). 21.Não te deixes vencer pelo mal, mas triunfa do mal
com o bem."

O texto é, na verdade, a continuação da exortação de Paulo em Rm 12, 1-2, e a correta aplicação dos dons espirituais
recebidos por Deus conforme Rm 12, 3-8. O que o apóstolo quer revelar é a diversidade de dons que podem manifestar
na comunidade não devem ser sinal para disputa pessoal, mas sim para a edificação e santificação dos fiéis.

Na carta, Paulo deixa claro que detectou que havia questões relacionadas à um certo incômodo ou porque não dizer,
inveja de dons alheios. Ele descreve a forma de como os carismas devem ser colocados em serviço de todos, sem
preferência de um pelo outro. Como aquela pessoa que recebe o dom de pregar, mas não está contente ou aceita o
dom, e queria ser na verdade um músico. Ou também aquele que é intercessor, com o dom maravilhoso da cura pela
oração, e acha que seria mais feliz se estivesse na pregação. Para Paulo, esse é um tipo de contenda que não deve
haver na comunidade e nem no íntimo do servo, porque o Espírito Santo se derrama da forma que quer.

Na passagem objeto dessa meditação (Rm 12, 9-21), a exortação continua no modo de proceder dos filhos de Deus
com o mundo. O cristão que tem a força do Espírito Santo não tem as mesmas atitudes que os entregues ao pecado,
como diz nas passagens abaixo:

Provérbios 16, 25

"Há caminhos que parecem retos ao homem e, contudo, o seu termo é a morte."

São Lucas 7, 13-14

"Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição e numerosos são
os que por aí entram. 14.Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram."

Paulo explica que os cristãos, especialmente, enfrentarão muitos desafios que o fazem escolher outros caminhos que
não o de Cristo, porque a lógica do mundo é que se alguém te faz mal, você retribui na mesma moeda. Como diz a
frase popular: “Eu não tenho sangue de barata.” E assim o círculo vicioso do mal pelo mal se espalha e aumenta a sua
força. Porque Jesus veio e ensinou uma palavra totalmente contrária à que o mundo estava acostumado a lidar, não
entenderam e compreenderam menos ainda como alguém pode ser massacrado e ainda assim orar pelo inimigo.
Humanamente falando, é impossível aceitar, mas só aquele tem a linguagem do amor de Jesus é que pode agir assim.
Dessa forma, os cristãos devem enfrentar os desafios do mundo pelo amor de Jesus, tentando ao máximo agir
conforme Ele agiria, pensar conforme Ele pensaria, tentar se configurar ao seu amor. Por isso, muitos santos e mártires
da igreja foram trucidados por seus algozes e foram perdoados por eles, mesmo no momento da morte.

Devemos pedir ao Senhor que sempre possamos escolher o Seu caminho, mesmo que saibamos que virão renúncias
difíceis de fazer. Um propósito firmado de abstinência, um jejum, uma caridade, uma visita aos doentes, uma festa
que deixamos de ir por causa da igreja, uma verdade que temos que falar em nosso trabalho ou comunidade, etc, são
vários exemplos que podem surgir em que devemos escolher o caminho que Jesus faria, e não aquele que vai nos
trazer vantagens. Esquivar-se do pecado e escolher o caminho que vai nos levar à salvação é uma luta diária, em que
consigamos hoje, e amanhã estamos caindo. Mas ao cair, devemos tomar postura diante da queda e nos reerguer pela
força da nossa fé na Palavra de Deus, assumindo que Jesus é o nosso Senhor e que vamos junto ao seu encontro.
MEDITAÇÃO DIÁRIA: 5º DIA (28/10/18)

São João 4, 7-42

"7.Veio uma mulher da Samaria tirar água. Pediu-lhe Jesus: Dá-me de beber. 8.(Pois os discípulos tinham ido à cidade
comprar mantimentos.) 9.Aquela samaritana lhe disse: Sendo tu judeu, como pedes de beber a mim, que sou
samaritana!... (Pois os judeus não se comunicavam com os samaritanos.) 10.Respondeu-lhe Jesus: Se conhecesses o
dom de Deus, e quem é que te diz: Dá-me de beber, certamente lhe pedirias tu mesma e ele te daria uma água viva.
11.A mulher lhe replicou: Senhor, não tens com que tirá-la, e o poço é fundo... donde tens, pois, essa água viva? 12.És,
porventura, maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu este poço, do qual ele mesmo bebeu e também os seus filhos
e os seus rebanhos? 13.Respondeu-lhe Jesus: Todo aquele que beber desta água tornará a ter sede, 14.mas o que beber
da água que eu lhe der jamais terá sede. Mas a água que eu lhe der virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a
vida eterna. 15.A mulher suplicou: Senhor, dá-me desta água, para eu já não ter sede nem vir aqui tirá-la! 16.Disse-lhe
Jesus: Vai, chama teu marido e volta cá. 17.A mulher respondeu: Não tenho marido. Disse Jesus: Tens razão em dizer
que não tens marido. 18.Tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu. Nisto disseste a verdade. 19.Senhor, disse-
lhe a mulher, vejo que és profeta!... 20.Nossos pais adoraram neste monte, mas vós dizeis que é em Jerusalém que se
deve adorar. 21.Jesus respondeu: Mulher, acredita-me, vem a hora em que não adorareis o Pai, nem neste monte nem
em Jerusalém. 22.Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos
judeus. 23.Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade,
e são esses adoradores que o Pai deseja. 24.Deus é espírito, e os seus adoradores devem adorá-lo em espírito e verdade.
25.Respondeu a mulher: Sei que deve vir o Messias (que se chama Cristo); quando, pois, vier, ele nos fará conhecer
todas as coisas. 26.Disse-lhe Jesus: Sou eu, quem fala contigo. 27.Nisso seus discípulos chegaram e maravilharam-se
de que estivesse falando com uma mulher. Ninguém, todavia, perguntou: Que perguntas? Ou: Que falas com ela? 28.A
mulher deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: 29.Vinde e vede um homem que me contou tudo o
que tenho feito. Não seria ele, porventura, o Cristo? 30.Eles saíram da cidade e vieram ter com Jesus. 31.Entretanto,
os discípulos lhe pediam: Mestre, come. 32.Mas ele lhes disse: Tenho um alimento para comer que vós não conheceis.
33.Os discípulos perguntavam uns aos outros: Alguém lhe teria trazido de comer? 34.Disse-lhes Jesus: Meu alimento é
fazer a vontade daquele que me enviou e cumprir a sua obra. 35.Não dizeis vós que ainda há quatro meses e vem a
colheita? Eis que vos digo: levantai os vossos olhos e vede os campos, porque já estão brancos para a ceifa. 36.O que
ceifa recebe o salário e ajunta fruto para a vida eterna; assim o semeador e o ceifador juntamente se regozijarão.
37.Porque eis que se pode dizer com toda verdade: Um é o que semeia outro é o que ceifa. 38.Enviei-vos a ceifar onde
não tendes trabalhado; outros trabalharam, e vós entrastes nos seus trabalhos. 39.Muitos foram os samaritanos
daquela cidade que creram nele por causa da palavra da mulher, que lhes declarara: Ele me disse tudo quanto tenho
feito. 40.Assim, quando os samaritanos foram ter com ele, pediram que ficasse com eles. Ele permaneceu ali dois dias.
41.Ainda muitos outros creram nele por causa das suas palavras. 42.E diziam à mulher: Já não é por causa da tua
declaração que cremos, mas nós mesmos ouvimos e sabemos ser este verdadeiramente o Salvador do mundo."

A passagem é bem extensa, e vou dividir os estudos da meditação dela em três partes: o diálogo de Jesus com a
samaritana (7-26), de Jesus com os discípulos (8-38) e com os outros samaritanos que falaram com a mulher (39-42).

A divergência de judeus e samaritanos vem de longa data, considerando aquela época. O professor Felipe Aquino,
professor de História da Igreja na Rede Canção Nova de Televisão, nos explica um pouco desse fato no seu artigo no
site Cleofas, onde também escreve uma série de artigos da fé e doutrina da igreja:

“Após a morte do rei Salomão, cerca de 900 anos antes de Cristo, o seu filho Roboão e Jeroboão se desentenderam e
dividiram o povo judeu em dois reinos: 10 tribos ficaram no norte do país sob o reinado de Jeroboão, com a capital em
Samaria, e duas tribos (Judá e Benjamin) ficaram no sul, sob o reinado de Roboão, filho de Salomão, com capital em
Jerusalém.

No ano de 722 antes de Cristo, o reino da Samaria foi vencido pelo rei da Assíria, Assurbanipal, e o povo foi levado para
a Assíria em cativeiro.
Durante este tempo, povos pagãos, não judeus, vieram para a Samaria, e houve muitos casamentos mistos de judeus
que permaneceram em Samaria (nem todos foram para o exílio) com pessoas pagãs. Isto era proibido pela lei de
Moisés; por isso o povo de Jerusalém, chamados de judeus, odiavam os samaritanos. Não os consideravam mais judeus
por terem se misturado com povos não judeus.”

Feitas as contextualizações históricas, podemos entender o quanto ainda existia de amargura entre os dois povos,
passados mais de 700 anos até Jesus. Por saber das histórias que envolviam seus antepassados, a samaritana não
consegue entender o porquê de Jesus pedir-lhe um favor e iniciar uma conversa. O que ela ainda não sabe e vai
constatar depois, é que Jesus é diferente de todos os judeus que ela tinha conhecido ou ouvido falar.

Jesus não a condena por seus envolvimentos anteriores. Quando diz “o que tem agora não é teu” não é um tom de
condenação, mas de exortação para que ela busque o que é o certo, o correto aos olhos de Deus, independente da
sua origem.

Apesar de suas relações tortuosas, a mulher tem fé e acredita que o messias virá e libertará os povos, na concepção
dela, da opressão dos romanos. A sua ideia sobre Jesus vai mudar, conforme veremos mais à frente. Jesus fala que ela
crê em coisas que não conhece porque, como o povo fora separado muitos séculos antes, muitos relacionamentos
com povos estranhos contaminaram com costumes e ideias contrários à lei mosaica. Ela não sabia e nem tinha acesso
às coisas que eram vivenciadas pelos judeus e não sabia nada de Jesus, mas sentiu em suas palavras que era uma
pessoa que tinha uma outra proposta, a ponto de ser chamado por ela de profeta.

Quando a samaritana diz: “Senhor, dá-me desta água, para eu já não ter sede nem vir aqui tirá-la!”, podemos pensar
que era somente uma água material, até mesmo porque ela se refere a isso primeiramente, mas conforme a conversa
evolui, Jesus percebe que ela precisa se libertar das situações anteriores que a escravizam no pecado. A água que ela
precisa é a água de um novo batismo, de uma verdadeira efusão do Espírito Santo para a conversão. A adoração em
espírito e em verdade significa colocar em primeiro lugar na nossa vida as coisas de Deus e deixar de lado as coisas do
mundo, porque só em Deus que o homem tem a plenitude da vida e a sua felicidade.

Na segunda parte dessa meditação, os discípulos querem, mas não fazem, interrogações sobre sua conversa com a
samaritana. Quando eles chegaram da cidade e viram Jesus conversando com aquela mulher (destaque porque não
era uma mulher judia, e sim uma samaritana), ficaram porque não dizer, horrorizados, escandalizados ou outras coisas
do gênero. Ainda não tinham compreendido que Jesus veio para salvar todos, e não condenar pelos pecados, mas sim
redimi-los pelo seu sacrifício. Foi assim no episódio da transfiguração, que eles não entenderam que Jesus devia
ressuscitar dos mortos e ficaram se perguntando entre eles; e na passagem que fala que os discípulos vinham pelo
caminho conversando sobre quem era o maior e Jesus os repreende, dizendo que quem quer ser o maior que seja o
servo de todos. Não é que os discípulos tivessem uma fé pequena, que não acreditaram nas palavras Dele. Nem tudo
que Jesus disse para eles nesse tempo que ficou na terra, eles compreendiam. Mas estavam ali porque sabiam que Ele
procedia de Deus e sabiam que Ele não os deixariam à própria sorte. Mesmo em momentos de dúvida e
incompreensão por parte deles, Jesus os tranquilizava e explicava algumas vezes o que ele queria dizer em algumas
situações.

Como destaque nessa terceira parte, vemos a atitude da samaritana que deixa suas coisas e vai levar à cidade falar
àqueles homens, diz o texto. Sabemos que esses homens são os seus semelhantes samaritanos, que também como
ela, não sabem praticamente nada sobre Jesus, e ficam alegres querendo conhecer essa mensagem porque eles saíram
da cidade e vieram ter com Jesus. Ora, eles tinham fome da Palavra de Deus, porque Jesus é o verdadeiro alimento.
Jesus precisava “matar” a fome daqueles que vinham se alimentar da sua Palavra. E assim se foi porque muitos foram
os samaritanos daquela cidade que creram nele por causa da palavra da mulher. A samaritana foi aquela que semeou,
mas que a colheita foi ceifada por outros (os homens da cidade). A palavra da mulher foi fundamental para acender
naqueles homens um renovo, uma esperança e alegria que só poderiam receber por meio de Deus, conforme a própria
declaração deles: “Já não é por causa da tua declaração que cremos, mas nós mesmos ouvimos e sabemos ser este
verdadeiramente o Salvador do mundo."

Diante das exposições, vimos que a Palavra de Deus aonde quer que ela caia, não volta pra Ele sem produzir seu efeito.
Mesmo que seja em terrenos mais inóspitos do coração humano, quando se há uma fagulha sequer de desejo de
mudança de vida, ela floresce e cresce pra produzir fruto. A mulher ouviu a palavra transformadora, acolheu com
alegria e correu pra levar essa palavra aos outros. Estes, ao ouvir, deram crédito, creram, tiveram fé, e foram procurar
o dono da vinha, que é Jesus. Então eles ouviram e ao crerem por si mesmos, foram testemunhas da palavra
comunicada pela mulher e foram transformados.

Que o Senhor Jesus nos mostre a sua vontade em nossa vida, nos dando a verdadeira bebida e comida que é o seu
corpo e sangue. Que possamos sem pensar dar crédito à sua Palavra, sem reservas, e que possamos comunicar essa
Palavra para gerar muitos frutos, mesmo que nós não colhamos esses frutos, mas que o próximo sim, se sacie com
essa Palavra que liberta.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 6º DIA (29/10/18)

São João 8, 1-11

"1.Dirigiu-se Jesus para o monte das Oliveiras. 2.Ao romper da manhã, voltou ao templo e todo o povo veio a ele.
Assentou-se e começou a ensinar. 3.Os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher que fora apanhada em
adultério. 4.Puseram-na no meio da multidão e disseram a Jesus: Mestre, agora mesmo esta mulher foi apanhada em
adultério. 5.Moisés mandou-nos na lei que apedrejássemos tais mulheres. Que dizes tu a isso? 6.Perguntavam-lhe isso,
a fim de pô-lo à prova e poderem acusá-lo. Jesus, porém, se inclinou para a frente e escrevia com o dedo na terra.
7.Como eles insistissem, ergueu-se e disse-lhes: Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma
pedra. 8.Inclinando-se novamente, escrevia na terra. 9.A essas palavras, sentindo-se acusados pela sua própria
consciência, eles se foram retirando um por um, até o último, a começar pelos mais idosos, de sorte que Jesus ficou
sozinho, com a mulher diante dele. 10.Então ele se ergueu e vendo ali apenas a mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde
estão os que te acusavam? Ninguém te condenou? 11.Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Disse-lhe então Jesus: Nem
eu te condeno. Vai e não tornes a pecar."

Essa palavra é uma das situações que mais acontecem hoje em dia. Muitas vezes tomados de raiva, rancor e inveja do
próximo, acusamos de várias maneiras, até mesmo expondo ao escândalo, e assim posamos de supostos “zeladores”
do bem comum. Não passa de puro farisaismo hipócrita, porque quem nessa vida pode ser puro para acusar alguém
sem olhar para si mesmo?

Jesus, na sua total comunhão com o Pai, conhece os desejos mais íntimos das pessoas. Aqueles escribas não estavam
se importando com o pecado daquela mulher, queriam realmente armar uma cilada pra Jesus, como diz claramente o
texto. A maldade humana parece não ter fim: Aquele que trama a morte de alguém para obter lucro, quem é capaz
de entregar alguém por posição social, quem inventa algo pra provocar discórdia, enfim, a lista se tornaria infindável
aqui. Aqueles escribas queriam o fim de Jesus porque a sua mensagem estava desconstruindo um modelo deturpado
de uso da lei, como já disse aqui antes, a lei era interpretada visando o bem estar dos fariseus e escribas. No site da
Associação Cultural Monfort tem um texto bem detalhado que explica a relação entre escribas, fariseus e saduceus,
suas características e suas teses.

Com relação àquela mulher, o que Jesus fez foi lançar seu olhar de misericórdia. Realmente não adiantaria nada Jesus
acusá-la de seus pecados, mesmo porque ela já sabia deles, a multidão que foi embora também sabia e os acusadores
idem, já era pública a sua questão. O que ela precisava era de alguém com uma atitude diferente, um outro olhar,
alguém que mesmo sabendo do pecado do outro, estende a mão para um recomeço, um renovo. Foi isso que a
pecadora encontrou. Ela se sentiu, talvez, amada pela primeira vez em sua vida, por um amor divino, puro,
verdadeiramente transformador. Mas também foi cobrada uma postura nova, uma atitude: “Vá e não peques mais.”
Deus está pronto sempre a nos perdoar, mas temos que exigir de nós mesmos uma mudança, de não cair no pecado
de maneira consciente. Esse pecado que Jesus fala é o pecado com consciência do ato, cuja opção você tinha em não
o fazer e mesmo assim, executa. Só com muita oração e fé conseguimos nos libertar desse mal que nos aflige.

Todo o tempo, Jesus nos dá novas chances pra mudar. A igreja tem o sacramento da confissão, as várias devoções,
orações de cura e libertação, temos grupos de oração, as liturgias, enfim, vários meios pra ajudar o fiel na reconciliação
consigo mesmo e com Deus. A cada vez mais que o mundo nos impõe pensamentos e formas de vida contrárias os
planos de Deus, temos que nos revestir de sua força, de sua armadura contra o mal, e isso tem que partir de dentro
de nós. Estar curado de nossos temores internos nos aproxima mais e mais do coração de Deus, que nos reveste de
sua força para enfrentar o mundo e auxiliar o próximo a ser também um combatente do Senhor.
MEDITAÇÃO DIÁRIA: 7º DIA (30/10/18)

São Lucas 7, 37-47

"Uma mulher pecadora da cidade, quando soube que estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro
cheio de perfume; 38.e, estando a seus pés, por detrás dele, começou a chorar. Pouco depois suas lágrimas banhavam
os pés do Senhor e ela os enxugava com os cabelos, beijava-os e os ungia com o perfume. 39.Ao presenciar isto, o
fariseu, que o tinha convidado, dizia consigo mesmo: Se este homem fosse profeta, bem saberia quem e qual é a mulher
que o toca, pois é pecadora. 40.Então Jesus lhe disse: Simão, tenho uma coisa a dizer-te. Fala, Mestre, disse ele. 41.Um
credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinquenta. 42.Não tendo eles com que pagar,
perdoou a ambos a sua dívida. Qual deles o amará mais? 43.Simão respondeu: A meu ver, aquele a quem ele mais
perdoou. Jesus replicou-lhe: Julgaste bem. 44.E voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em
tua casa e não me deste água para lavar os pés; mas esta, com as suas lágrimas, regou-me os pés e enxugou-os com
os seus cabelos. 45.Não me deste o ósculo; mas esta, desde que entrou, não cessou de beijar-me os pés. 46.Não me
ungiste a cabeça com óleo; mas esta, com perfume, ungiu-me os pés. 47.Por isso te digo: seus numerosos pecados lhe
foram perdoados, porque ela tem demonstrado muito amor. Mas ao que pouco se perdoa, pouco ama."

Esta passagem tem tema meditativo semelhante à que foi pega em adultério. Mais uma vez, Jesus vai se posicionar
contras os fariseus a favor do Reino de Deus, mostrando que Deus é rico em misericórdia e seu amor é grande por
nós.

Não preciso mencionar de novo aqui como os fariseus odiavam Jesus. No texto da meditação anterior, falei que os
fariseus tinham sua própria estrutura definida. Os saduceus também, praticamente o oposto dos fariseus em quase
tudo. Mas os problemas se agravariam porque se fosse somente entre eles os debates de doutrina da lei, até poderia
considerar algo normal. O problema é que Jesus representava uma ameaça séria para as vertentes principais de fé dos
fariseus, saduceus e escribas. Sem se alongar muito, posso dizer que o principal ponto de discordância entre Jesus e
os fariseus, teologicamente falando, era o fato de Jesus ser Deus e Homem, o Verbo Encarnado. Absurdo isso para os
fariseus, que já tinham contaminações gnósticas e elementos da Kabbalah em suas ideias. Jesus era uma prova viva
contra suas heresias, mas eles precisavam delas pra manter o povo subjugado aos seus falsos modelos de
comportamento. Por Jesus ter duramente combatido as ideias heréticas, era preciso eliminá-lo. O texto completo da
relação entre fariseus, saduceus e escribas estão disponíveis no site da Associação Monfort. A seguir, uma parte do
texto completo disponível no site:

“Um dos pontos álgidos da luta entre gnose e Cristianismo é a divergência absoluta quanto ao modo de considerar a
matéria. Enquanto o Cristianismo considera toda a criação como boa, visto que Deus só pode fazer o bem, a gnose
afirma que a matéria é má, e que a criação foi obra de um deus malévolo.

A Igreja Católica se funda não só em argumentos metafísicos, que fazem o ser se identificar com o bem, como também
em textos escriturísticos. Com efeito, no Gênesis se lê que, ao criar cada coisa Deus dizia que ela era boa, e, ao final da
obra criadora, "Deus viu todas as coisas que tinha feito, e eram muito boas ". (Gen. I,31).

Essa recusa de aceitar a matéria como criatura boa de Deus bom obriga os gnósticos a recusarem a Encarnação do
Verbo de Deus. No Novo Testamento, esta é a verdade que mais se opõe a gnose. Com efeito, na Pessoa de Cristo, há
duas naturezas: a divina e a humana. "O Verbo de Deus se fez carne" (Jo. I, 14). Em Cristo se dá a harmonia das coisas
divinas e humanas, se encontram o céu e a terra, o Espírito de Deus e matéria. Na Encarnação do Verbo no seio virginal
de Maria Santíssima, são condenados, quer o Panteísmo, quer a gnose. O Panteísmo materialista é condenado pois o
dogma da Encarnação afirma a existência do Verbo. A gnose, por sua vez, é condenada pela assunção da natureza
humana por Deus. Por isto se diz que Maria esmagou toda heresia. Será contra o dogma da Encarnação que se lançarão
todos os ódios de todas as heresias, especialmente das seitas gnósticas dos primeiros séculos do Cristianismo.

Por outro lado, foi a coexistência da natureza divina e humana em Cristo que levou os judeus a repelirem o Messias.
Quando Caifás perguntou, com a autoridade de Sumo Pontífice, e em nome de Deus, se Cristo era o Filho de Deus vivo,
e Nosso Senhor confirmou que sim, Caifás rasgou hipocritamente suas vestes, acusando Cristo de ter blasfemado. A
Encarnação do Verbo foi o ponto que o judaísmo recusou aceitar e que, por isto, procurou sempre combater insuflando
a formação de seitas que negavam esta verdade fundamental.
(...)Ora, é bem conhecido que a Kabbalah - a gnose judaica medieval - interpretou o primeiro versículo do Gênesis de
modo surpreendente. Esse primeiro versículo diz: "No princípio criou Deus os céus e a terra", em hebraico: "Bereschit
bara Elohim etc.". Para a Kabbalah, o sujeito dessa primeira frase da Escritura não é Elohim e sim Bereschit, o Princípio.
Para a Kabbalah medieval, a palavra Bereschit designaria a divindade superior a Elohim, o Nada absoluto, o Deus
Absconditus, do qual emanara Elohim, este sim, o demiurgo rigoroso e mau, criador dos céus e da terra perecíveis.
Assim, a Kabbalah medieval - como autêntica gnose - distinguia uma divindade superior e verdadeira divindade oculta,
de Elohim, o criador do mundo material.”
"Escribas, Doutores da Lei e Fariseus"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/cadernos/religiao/escribas1/
Online, 31/10/2018 às 06:58:26h

Na mentalidade farisaica, nunca um homem poderia perdoar pecados porque esse é um atributo que somente Deus
tem. Então, pelo que foi exposto acima, é lógico concluir que se Jesus é Deus, ele TEM o atributo de perdoar pecados.
Mas ao negar que Deus tomaria a forma humana para realizar o plano de salvação da humanidade, eles também
negam que Jesus não poderia ser Deus. Se Jesus tivesse falado para eles que era um profeta, seria aceito porque ele
não estava atribuindo para si o atributo da divindade, as autoridades nem iriam se importar com ele, seria só mais um
que gritava por aí. Quando Jesus pergunta aos discípulos o andam falando dele por aí, é justamente isso que eles
respondem e vão além: falam que é João , o Batista, Elias, e tantos outros. Então Pedro se levanta e fala: “Tu és o
Cristo, o Filho de Deus Vivo” (Mt 16, 16). Agora tudo muda de figura. Não são mais os profetas que falam de Deus, o
próprio Deus vem ao nosso encontro pra falar. Imagine isso na cabeça torta dos fariseus. Alguém que fala que é Deus,
você olha pra pessoa e vê carne humana, que sangra como nós, e tem aparência humana também. E diz que é Deus!
Não podia entender nunca, se não pararem de pensar como homens e começar a pensar como Deus, conforme escrito
em 1 Coríntios 3, 19: "Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois (diz a Escritura) ele apanhará os
sábios na sua própria astúcia (Jó 5,13)."

Após esta exposição sobre o modo de pensar e agir dos fariseus, voltemos nossos olhares para a pecadora da nossa
meditação. Jesus nos dá provas de que veio ao mundo para salvar os pecadores, conforme disse: “Quem não está
doente não precisa de médico.” Jesus dá claras provas de sua missão de salvar dos pecados, não de entrar em combate
político e defender bandeiras sociais. A pecadora da passagem não tem nome porque somos todos nós, que devemos
nos colocar aos pés de Jesus e enxugá-lo com nosso coração penitente.

Peçamos ao Senhor a graça de podermos sempre estar contritos no seu amor, no seu coração, lutando contra o pecado
que tanto nos afasta de Deus, amém.
7º ENCONTRO: BATISMO NO ESPÍRITO SANTO (31/10/18)

Notas da pregação:

- Tocar nas feridas das pessoas, curar, orar pela cura;

- Jeremias 33: “Invoca-me, que Eu farei grandes coisas”;

- Jesus é o Batizador no Espírito Santo;

- Batismo é uma efusão espiritual que nos leva à conversão total pela Palavra de Deus;

- A única cultura capaz de fecundar o amor é a cultura de Pentecostes;

- A vocação do homem é a vida no Espírito;

- Tessalonicenses 5, 20: “Não desprezais as profecias”.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 1º DIA (31/10/18)

São Lucas 11, 9-13

"9.E eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. 10.Pois todo aquele que pede, recebe;
aquele que procura, acha; e ao que bater, se lhe abrirá. 11.Se um filho pedir um pão, qual o pai entre vós que lhe dará
uma pedra? Se ele pedir um peixe, acaso lhe dará uma serpente? 12.Ou se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á porventura um
escorpião? 13.Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o
Espírito Santo aos que lho pedirem."

Enfim, chegamos à meditação do principal responsável pela igreja que conhecemos hoje, o Espírito Santo. Aquele que
desde todo o sempre procede do Pai e do Filho, e com o Pai e o Filho, é adorado e glorificado.

Mergulhar no Espírito Santo é penetrar fundo no mistério da Santíssima Trindade. Muitos pensam, pela ignorância,
que são três Deuses. Mas veremos nesta insuficiente exposição que não se trata disso. É um mistério de fé absoluta,
porque humanamente não se pode entender nem compreender, mas vou tentar explicar com o máximo de esforço
que meus conhecimentos limitados de apenas um leigo podem transmitir.

Como estamos iniciando os estudos sobre o Espírito Santo, e porque não preparei nenhuma introdução especial sobre
ele porque o próprio fala por Si mesmo, e foge qualquer palavra que possa o definir, vamos tentar entender o que Ele
é e como age em nossa vida.

As definições do que é o Espírito Santo, segundo o CIC:

691. “Espírito Santo”, tal á o nome próprio d'Aquele que adoramos e glorificamos com o Pai e o Filho. A Igreja recebeu
este nome do Senhor e professa-o no Batismo dos seus novos filhos (13).

O termo «Espírito» traduz o termo hebraico « Ruah» que, na sua primeira acepção, significa sopro, ar, vento. Jesus
utiliza precisamente a imagem sensível do vento para sugerir a Nicodemos a novidade transcendente d'Aquele que é
pessoalmente o Sopro de Deus, o Espírito divino (14). Por outro lado, Espírito e Santo são atributos divinos comuns às
três Pessoas divinas. Mas, juntando os dois termos, a Escritura, a Liturgia e a linguagem teológica designam a Pessoa
inefável do Espírito Santo, sem equívoco possível com os outros empregos dos termos «espírito» e «santo».

Sim, porque Jesus não tinha forma corpórea antes de se encarnar no seio da Virgem Maria. Jesus falou em uma
passagem que “Deus é Espírito”, e é confirmado em Gênesis 1, 2 que diz que “o Espírito de Deus pairava sobre as
águas.” Não vamos entrar no mérito da interpretação desse versículo um tanto difícil por parecer fora de contexto,
mas nos atentar para a parte que fala do Espiríto de Deus. Mais à frente, em Gen 1, 26, Deus diz no plural: “Façamos
o homem à Nossa imagem e semelhança(...)”. A Vulgata reconheceu nessa passagem uma identidade pluralística
deliberativa de Deus com a corte celeste, já indicando aí uma menção à sugestão do mistério da Trindade, pois
sabemos que Jesus e o Espírito Santo são, junto com o Pai, um só Deus e portanto, presentes desde todo o sempre.
O Espírito Santo é o presente de Deus que fica em nós até o fim dos tempos, depois que Jesus ascende para o Pai. Mas
qual foi o motivo que levou Jesus a pedir para o Pai enviar o seu Santo Espírito sobre a terra? Não bastava o sacrifício
completo e perfeito que Jesus já tinha feito?

O sacrifício de Cristo foi para a remissão total dos pecados, a reconciliação final e suficiente com o Pai. Jesus tinha
cumprido sua missão perfeitamente, e ao ressuscitar dos mortos, sela definitivamente o plano do Pai. Por isso, Jesus
não podia mais ficar nesta terra porque ela não era a sua morada, Ele saiu do Pai e devia voltar para o Pai. Mas ele
precisava deixar uma certeza no coração dos apóstolos que tudo ia ficar bem, mesmo Ele tendo que ascender ao céu.
Jesus fala que o Pai mandará um outro Paráclito, ou numa tradução mais leve, um advogado, que é o Espírito Santo.
E Ele disse: “Ele vos fará lembrar de tudo o que eu vos disse”. É este o mistério que impulsiona a igreja, porque o
Espírito Santo é Deus que está agindo por meio dos outros. É o que fez e faz anunciar a palavra sem ter medo, receio,
temor de quem quer que seja, nem da situação em que se encontra.

Peçamos a força do Espírito Santo para sermos testemunhas sem medo, sem receio de sermos escarnecidos pelos
outros ou discriminados por causa da Palavra de Deus.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 2º DIA (01/11/18)

São Mateus 3, 11 e Atos dos Apóstolos 11, 15-18

11."Eu vos batizo com água, em sinal de penitência, mas aquele que virá depois de mim é mais poderoso do que eu e
nem sou digno de carregar seus calçados. Ele vos batizará no Espírito Santo e em fogo."

15.Apenas comecei a falar, quando desceu o Espírito Santo sobre eles, como no princípio descera também sobre nós.
16.Lembrei-me então das palavras do Senhor, quando disse: João batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito
Santo. 17.Pois, se Deus lhes deu a mesma graça que a nós, que cremos no Senhor Jesus Cristo, com que direito me
oporia eu a Deus? 18.Depois de terem ouvido essas palavras, eles se calaram e deram glória a Deus, dizendo: Portanto,
também aos pagãos concedeu Deus o arrependimento que conduz à vida!"

O evento de Pentecostes não ficou restrito aos apóstolos. É evidente que eles foram os primeiros, os que tudo
iniciaram, mas em geral, o Espírito Santo não pode ser confinado à um grupo por causa de sua própria natureza. O
Espírito sopra onde quer e da maneira que quer. Ao ser comunicado aos pagãos, o Senhor estende a salvação para
todos aqueles que o buscarem com arrependimento e sinceridade.

É através do Espírito Santo que tudo acontece. Nossa fé, nosso crer, pra serem formados devem ser pela força do
Espírito Santo. Sem Ele, não cremos em Deus, nem em Jesus, e mais nada. Numa analogia simplória, seria como o
combustível que alimenta um grande motor.

Sem o Espírito Santo, não podemos crer no milagre da transubstanciação na Santa Missa, em que o sacerdote pede
que o Pai derrame o Espírito Santo pra que o pão e o vinho se transubstancie no corpo e sangue de Cristo. É ele que
nos alimenta, nos renova as forças pra resistir as tentações do pecado e nos mantém mais unidos à igreja e aos irmãos.

Jesus é o batizador, aquele que vai batizar no Espírito. Quando Nicodemos pergunta sobre o porquê de nascer de
novo, deixando evidente porque ele não entendeu, Jesus diz que se deve nascer de novo pelo Espírito, porque ele
renova todas as coisas. O que é velho se torna novo, o que estava morto agora revive. O Espírito é aquele que move,
impulsiona, faz acender nos escolhidos a chama da vocação, seja de leigo ou religioso, aquele que nos faz acreditar
que o evangelho sempre nos dá lições novas mesmo quando já conhecemos a palavra. Enfim, aquele que é capaz de
arrastar multidões pra adorar um pedaço de pão sem fermento que, somente pela fé, cremos que é verdadeiramente
o corpo de cristo.

Que possamos aprender com o Espírito Santo a ser impulsionados a levar o evangelho àqueles que não o conhecem
ou não creem Nele, plantando nesses corações a semente da Palavra de Deus.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 3º DIA (02/11/18)

São João 14, 15-26

15."Se me amais, guardareis os meus mandamentos. 16.E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que
fique eternamente convosco. 17.É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o
conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós. 18.Não vos deixarei órfãos. Voltarei
a vós. 19.Ainda um pouco de tempo e o mundo já não me verá. Vós, porém, me tornareis a ver, porque eu vivo e vós
vivereis. 20.Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim e eu em vós. 21.Aquele que tem os meus
mandamentos e os guarda, esse é que me ama. E aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e
manifestar-me-ei a ele. 22.Pergunta-lhe Judas, não o Iscariotes: Senhor, por que razão hás de manifestar-te a nós e
não ao mundo? 23.Respondeu-lhe Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós
viremos a ele e nele faremos nossa morada. 24.Aquele que não me ama não guarda as minhas palavras. A palavra que
tendes ouvido não é minha, mas sim do Pai que me enviou. 25.Disse-vos estas coisas enquanto estou convosco. 26.Mas
o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que
vos tenho dito."

Jesus enfatiza a questão do amor por ele: “Aquele que me ama guarda os meus mandamentos, minha Palavra”. E
convenhamos, é uma luta diária pra por isso em prática porque tudo fica contra você, sempre acontecendo situações
que te desviam da meditação na Palavra de Deus, mas temos que ser bravos na fé e não desistir.

No encontro anterior intitulado Cura Interior, de uma riqueza incrível que mereceu um destaque, lemos em várias
passagens de como as feridas da vida que vão surgindo impedem uma entrega total de nossa parte à Deus. O grande
agente curador dessa transformação é o Espírito Santo, sem dúvida. Conforme o Espírito vai agindo, vamos sendo
curados para quê? Para sermos felizes plenamente em Deus, sem reservas. Mas também recebemos uma coisa muito
boa por anexo: nos conscientizamos que o Espírito Santo nos cura por dentro primeiro para podermos ser instrumentos
de evangelização, e assim colaboramos para a cura de outras pessoas.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 4º DIA (03/11/18)

São João 16, 5-15

"5.Agora vou para aquele que me enviou, e ninguém de vós me pergunta: Para onde vais? 6.Mas porque vos falei
assim, a tristeza encheu o vosso coração. 7.Entretanto, digo-vos a verdade: convém a vós que eu vá! Porque, se eu não
for, o Paráclito não virá a vós; mas se eu for, vo-lo enviarei. 8.E, quando ele vier, convencerá o mundo a respeito do
pecado, da justiça e do juízo. 9.Convencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em mim. 10.Ele o
convencerá a respeito da justiça, porque eu me vou para junto do meu Pai e vós já não me vereis; 11.ele o convencerá
a respeito do juízo, que consiste em que o príncipe deste mundo já está julgado e condenado. 12.Muitas coisas ainda
tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. 13.Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á
toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão. 14.Ele me
glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará. 15.Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse: Há de
receber do que é meu, e vo-lo anunciará.”

Jesus fala de uma forma mais em tom de despedida com os discípulos, que ficam tristes porque acabam achando que
ficarão sem a orientação, ou ainda, a segurança da presença física de jesus. É normal ficarmos tristes quando temos
alguém que estimamos muito, e tem que partir irremediavelmente, mas nos alegramos quando sabemos que essa
pessoa vai retornar. É essa a promessa de Jesus, vai voltar para o Pai, mas vai enviar o Espírito Santo para nos ensinar,
exortar, curar e realizar prodígios em nome de Jesus.

Após a Ascensão, o Senhor deixou de estar “com” os seus, para estar “neles”, em toda a Igreja, através do Espírito
Santo enviado a ela. Nos ensina o Concílio Vaticano II: “Pela comunicação do Espírito, constituiu com os seus irmãos,
chamados de todos os povos, o seu Corpo Místico” ( LG,7). O Espírito Santo é o que conduz a igreja. Sem Ele, nada disso
teria sido possível porque qualquer coisa que venha dos homens, falhos e pecadores, até sobrevive por um tempo
mas está fadado ao fracasso e destruição porque não tem uma sustentação divina. Basta observarmos na história
humana: todas as vezes que o ser humano criou esquemas, sistemas e reinos baseados em si mesmos, tudo fica
arruinado. A natureza original do feito humano já é defeituosa por causa do pecado, então por consequência, tudo o
que ele cria é imperfeito.

Com o envio do Espírito Santo aos apóstolos, este infunde-lhes a sabedoria e os encorajam a sair ao mundo para
evangelizar, algo impossível sem a ação do Espírito Santo, conforme escrito no Catecismo da Igreja Católica:
“A missão de Cristo e do Espírito Santo completa-se na Igreja, corpo de Cristo e templo do Espírito Santo. Esta missão
conjunta associa, doravante, os fiéis de Cristo à sua comunhão com o Pai no Espírito Santo: o Espírito prepara os
homens e adianta-se-lhes com a sua graça para os atrair a Cristo. Manifesta-lhes o Senhor ressuscitado, lembra-lhes a
sua Palavra e abre-lhes o espírito à inteligência da sua morte e da sua ressurreição. Torna-lhes presente o mistério de
Cristo, principalmente na Eucaristia, com o fim de os reconciliar, de os pôr em comunhão com Deus, para os fazer dar
“muito fruto”(116).

CIC, 737

“No dia de Pentecostes (no termo das sete semanas pascais), a Páscoa de Cristo completou-se com a efusão do Espírito
Santo que Se manifestou, Se deu e Se comunicou como Pessoa divina: da sua plenitude, Cristo Senhor derrama em
profusão o Espírito (109)”.

CIC, 731

“Neste dia, revelou-Se plenamente a Santíssima Trindade. A partir deste dia, o Reino anunciado por Cristo abre-se aos
que n'Ele crêem. Na humildade da carne e na fé, eles participam já na comunhão da Santíssima Trindade. Pela sua
vinda, que não cessará jamais, o Espírito Santo faz entrar no mundo nos «últimos tempos», no tempo da Igreja, no
Reino já herdado mas ainda não consumado:”

CIC, 732

Peçamos em nossas orações os dons do Espírito Santo, que nos cura, liberta e nos guia. Nas nossas orações quando
não sabemos mais o que pedir e nem falar, o Espírito é o Mestre da Oração por Excelência, porque o próprio intercede
por nós com gemidos inefáveis (Rm 8, 26). Que Ele nos guie na tarefa de testemunhar a Palavra de Deus, guardar a fé
e levar o evangelho a toda a criatura.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 5º DIA (04/11/18)

Atos dos Apóstolos 1, 4-11

"4.E comendo com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem o cumprimento da
promessa de seu Pai, que ouvistes, disse ele, da minha boca; 5.porque João batizou na água, mas vós sereis batizados
no Espírito Santo daqui há poucos dias. 6.Assim reunidos, eles o interrogavam: Senhor, é porventura agora que ides
instaurar o reino de Israel? 7.Respondeu-lhes ele: Não vos pertence a vós saber os tempos nem os momentos que o Pai
fixou em seu poder, 8.mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em
Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo. 9.Dizendo isso elevou-se da (terra) à vista deles e
uma nuvem o ocultou aos seus olhos.. 10.Enquanto o acompanhavam com seus olhares, vendo-o afastar-se para o céu,
eis que lhes apareceram dois homens vestidos de branco, que lhes disseram: 11.Homens da Galiléia, por que ficais aí a
olhar para o céu? Esse Jesus que acaba de vos ser arrebatado para o céu voltará do mesmo modo que o vistes subir
para o céu."

Os apóstolos estavam felizes por jesus estar com eles, mas ainda não entenderam que jesus falava do Reino de Deus,
e não de um reino terreno, porque jesus veio do Pai e precisava voltar para o Pai. O Espírito Santo será mandado
porque a igreja precisava nascer, conforme as palavras de jesus para Pedro, quando ele fala que Ele é o Filho do Deus
vivo. Jesus responde para ele que”Você é feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que tem revelou
isso, mas meu Pai que estás no céu. Sem o Espírito Santo, seria impossível a igreja ir à frente. Os apóstolos não teriam
o espírito firme, forte, decidido, e nem os seus dons como cura, efusão, línguas, discernimento, ciência e fortaleza.
Jesus sabia que eles iriam precisar de uma presença permanente, não só para eles, mas para todo o mundo. Se nós
hoje temos sacerdotes, freiras, ministérios, uma igreja com identidade própria, é pelo Espírito Santo que foi derramado
nos apóstolos e que depois comunicado a nós que tornou tudo isso possível.

Nas nossas orações, pedimos ao Pai que envie o seu Santo Espírito e que nos encha, transborde como um rio
caudaloso, para que levamos essa experiência para os outros e assim inundemos toda a terra.
MEDITAÇÃO DIÁRIA: 6º DIA (05/11/18)

Atos dos Apóstolos 4, 23-31

23."Postos em liberdade, voltaram aos seus irmãos e referiram tudo quanto lhes tinham dito os sumos sacerdotes e os
anciãos. 24.Ao ouvirem isso, levantaram unânimes a voz a Deus e disseram: Senhor, vós que fizestes o céu, a terra, o
mar e tudo o que neles há. 25.Vós que, pelo Espírito Santo, pela boca de nosso pai Davi, vosso servo, dissestes: Por que
se agitam as nações, e imaginam os povos coisas vãs? 26.Levantam-se os reis da terra, e os príncipes se reúnem em
conselho contra o Senhor e contra o seu Cristo (Sl 2,1s.). 27.Pois na verdade se uniram nesta cidade contra o vosso
santo servo Jesus, que ungistes, Herodes e Pôncio Pilatos com as nações e com o povo de Israel, 28.para executarem o
que a vossa mão e o vosso conselho predeterminaram que se fizesse. 29.Agora, pois, Senhor, olhai para as suas
ameaças e concedei aos vossos servos que com todo o desassombro anunciem a vossa palavra. 30.Estendei a vossa
mão para que se realizem curas, milagres e prodígios pelo nome de Jesus, vosso santo servo! 31.Mal acabavam de
rezar, tremeu o lugar onde estavam reunidos. E todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciaram com intrepidez a
palavra de Deus."

A palavra de Deus é poderosa, e o Espírito Santo, uma das Três Pessoas da Santíssima Trindade, confirma e dá-lhe
pleno cumprimento. É preciso pedir o Espírito Santo, conforme disse Jesus. Se nós imperfeitos que somos, podemos
dar coisas boas aos nossos filhos, quanto mais Deus que é perfeito, dará o Espírito Santo a quem lhe pedir.

O relato completo pra entendermos o contexto da passagem acima está em Atos 4, 1-22, onde os sacerdotes e o oficial
do Templo vieram prender Pedro e João. Parte dessa passagem já foi objeto de meditação do 2º dia do 3º Encontro:
Salvação em Jesus, mas aqui sendo citada somente para efeitos de contextualização. Os apóstolos foram presos
porque realizaram uma cura de um aleijado, devidamente reconhecido pelo povo pelo que ele era, e agora estava de
pé por si mesmo. O milagre era inegável, até mesmos os escribas e fariseus reconheceram isso, mas queriam parar
Pedro e João a qualquer custo por causa da ameaça à influência deles sobre o povo.

Apesar de terem sido duramente advertidos, num tom de força de lei, Pedro e João jamais podiam ser parados a não
ser pela morte. Assim que foram soltos, foram ao encontro dos irmãos e começaram a entoar louvores a Deus e a
bendizê-lo, e Deus mostrou seu poder enviando o Espírito Santo a todos e começaram a evangelizar.

É assim que temos que ser. Não esmorecer diante das negativas das pessoas, das críticas, das palavras de desânimo,
porque muitos concorrem para o nosso fracasso. Querem nos ver para baixo, e muitas vezes são pessoas do nosso
convívio, que tanto amamos. Devemos orar por essas pessoas, repreender com amor quando for necessário e rogar
aos Espírito Santo que as cure, as renove interiormente, faça nelas a sua obra e que elas descubram que Deus as ama
infinitamente.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 7º DIA (06/11/18)

Atos dos Apóstolos 9, 31

31.”A Igreja gozava então de paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria. Estabelecia-se ela caminhando no temor do
Senhor, e a assistência do Espírito Santo a fazia crescer em número.”

A passagem anterior começa em Atos 9, 26-28, onde Paulo (ainda era chamado Saulo), quer se unir aos discípulos
para anunciar a Cristo, mas num primeiro momento é visto com desconfiança. É necessária a intercessão de Barnabé
para convencê-los de que Saulo é agora um ungido do Senhor. Tendo então conquistado a confiança deles, combatia
a heresia dos helenistas que queriam matá-lo e pregava o evangelho de Jesus com a força do Espírito Santo.

A meditação começa com a palavra “Igreja” com I maiúsculo. Jesus disse para Pedro: “Pedro, tu és pedra, e sobre essa
pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno nunca poderão vencê-la”. A verdadeira igreja é o homem, templo
do Espírito Santo. A Igreja Católica Apostólica Romana, com base na bíblia, na Sagrada Tradição Oral e Escrita
transmitida pelos apóstolos, padres e Santos, e no Magistério, que é o ensinamento transmitido pelo Papa e o Colégio
Episcopal, tem confirmado através dos séculos que a ação do Espirito Santo renova a mensagem de Jesus, impulsiona
a igreja a avançar e recriar formas novas de evangelização.

A Igreja hoje necessita de pessoas que tem esse espírito de missão, que não tenham medo de levar a palavra a todo
canto da Terra. O espírito é um só, mas chama a todos nós e temos que servi-lo conforme nossa condição permite. Se
é solteiro, pode fazer um discernimento vocacional para o sacerdócio ou vida religiosa. Se casado, tem o diaconato
permanente, os ministérios da igreja e as pastorais, as atividades da Renovação Carismática (pregação, intercessão,
formação) e várias outras áreas que o Espírito Santo conduzir. O importante não é aonde se vai servir, e sim como bem
servir. Jesus disse que aquele que quer ser o maior, seja o servo de todos. Isso quer dizer fazer as tarefas com amor,
sem procurar reconhecimento terreno. É inevitável que alguém faça algum comentário, sobre o que faz fulano ou
beltrano, seja ele positivo ou negativo, mas não devemos dar crédito a essas coisas que vem dos homens, e sim aquilo
que agrada a Deus.

Ao fim das meditações sobre o Espírito Santo, vi que não é fácil falar sobre o que não se vê, apenas cremos Nele e
sentimos sua presença. As palavras se esvaem, acabam, retornam, acabam novamente, e vemos que mesmo que
tivéssemos todo o vocabulário do dicionário em nossa língua, não teríamos palavras pra descrever essa Pessoa de
Deus, que é Uno e Trino ao mesmo tempo. Estava lendo hoje, por coincidência, o texto que São Cirilo escreveu sobre
o Espírito Santo, na Catequese 16, particularmente no trecho que se encontra na Patrística Grega de Migne, volume
33, colunas 941 (texto grego) e 942 (texto latino). Este texto é lido no Ofício das Leituras da segunda-feira da sétima
semana da Páscoa, e diz:

“Ele vem com o amor entranhado de um irmão mais velho: vem para salvar, curar, ensinar, aconselhar, fortalecer,
consolar, iluminar a alma de quem o recebe, e, depois, por meio desse, a alma dos outros.”

O texto completo com as explicações dadas pelo padre Fábio da Silveira Siqueira está no artigo que ele escreveu para
a Escola Mater Ecclesiae, publicada no seu site no endereço http://www.materecclesiae.com.br/para-que-nos-vem-
o-espirito-santo/. A matéria completa também se encontra no formato PDF para fins de arquivo e minha consulta
particular.

Também hoje antes de fechar essas meditações, escrevi algumas palavras para a filha de um amigo de caminhada que
vai receber o Crisma. Como não podia deixar de citar São Cirilo que escreveu inspiradamente sobre os dons do Espírito
Santo, que nos revela aquilo que o Pai espera de nós?

Encerro aqui esse ciclo de meditações e exposições sobre o Batismo no Espírito Santo, certo de que algumas, não todas
porque imperfeitos somos, feridas e ideias erradas foram resolvidas à Luz de Cristo. Peçamos ao Senhor o
discernimento da sua Palavra, e que jamais deixemos de pedir sem cessar o Espírito Santo em nossa vida.
8° ENCONTRO – AMOR AOS IRMÃOS (07/11/18)

Notas da pregação:

- Importante é usar da misericórdia e não de posições sociais e religiosas pra justificar suas ações;

- Quem são os “sacerdotes” e “levitas” de hoje, que não socorrem o irmão quando precisa de ajuda?

- O samaritano de hoje, o marginalizado, os que sofrem de preconceito são aqueles que podem ajudar amanhã;

- O Espírito Santo é o autor do derramamento do amor em nossos corações;

- “O amor, pra ser verdadeiro, tem que doer”. (M.T. de Calcutá);

- Apo 3, 29; João 8, 3-11; João 4, 11-18

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 1º DIA (07/11/18)

São Mateus 5, 20-26

"20.Digo-vos, pois, se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos Céus.”
21.“Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás, mas quem matar será castigado pelo juízo do tribunal. 22.Mas
eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão: imbecil,
será castigado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: Louco, será condenado ao fogo da Geena. 23.Se estás,
portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24.deixa
lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta. 25.Entra
em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para que não suceda que te
entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão. 26.Em verdade te digo: dali não sairás
antes de teres pago o último centavo."

Nos colocamos agora no meio do discurso de Jesus, chamado o Sermão Sobre a Montanha (tradução da Bíblia de
Jerusalém), onde é exposto em primeiro plano, a parte das Bens Aventuranças (Felizes, na tradução de Jerusalém),
onde Jesus expõe uma série de condições que o povo padecia, como pobreza (que deve ser entendido aqui como
humildade) e injustiça, o que aliás, é exposto em várias partes do discurso inicial, como Felizes os que tem fome e sede
de justiça, (Mt 5, 6); Felizes os que são perseguidos por causa da justiça (Mt 5, 10); Felizes os aflitos, porque serão
consolados (Mt, 5, 5). Este último sugere que também a perseguição causada pela justiça gera uma aflição natural, em
consequência do ato de se sentir-se “preso” à alguma situação religiosa, moral, legal ou social.

Como já foi visto no encontro Cura Interior, na Meditação Diária: 5º dia (28/10/18) a contextualização histórica da
relação entre fariseus e samaritanos, e nessa mesma meditação do 1º dia (24/10/18) uma conversa mais direta entre
um doutor da Lei e Jesus, em que se tenta pô-lo à prova, não será aprofundado aqui a questão das características das
relações novamente, e sim por uma outra ótica de percepção do modo ideal de tratamento das relações humanas que
Jesus propõe.

Deus deu as leis escritas porque primeiro o homem transgrediu as leis do coração. Mas o Senhor nunca desejou ter
que escrever lei alguma, ou ter que ditar lei que fosse, porque o ser humano, repito isso para que fique claro, foi criado
somente por um propósito: felicidade plena e adoração ao Senhor, conforme explicado no CIC: “Deus, infinitamente
perfeito e bem-aventurado em si mesmo, em um designo de pura bondade, criou livremente o homem para fazê-lo
participar de sua vida bem-aventurada. Chama-o e ajuda-o a procurá-lo, a conhecê-lo, e a amá-lo com todas as suas
forças”.

Catecismo da Igreja Católica (CIC), 1

Tendo o homem perdido as graças santificantes e agora tornando-se o “senhor” da sua própria história, começa a criar
para si e para os outros as regras que devem reger vários aspectos de comportamento, seja ele religioso, político,
social, moral e legal. Numa sociedade que se organiza, as leis devem existir, é evidente que sim. Jesus não criticou
diretamente as leis antigas, embora alguns trechos que lemos parece que sim. O problema sempre esteve na forma
de usá-la para imparcialidade, que servisse para todos e não para uns, conforme sua condição aquisitiva ou de
influência. Esse era o problema grave dos fariseus, escribas, doutores da lei e saduceus, que tinham o poder de ter as
escrituras a seu dispor, que era as leis que regiam aquele tempo. Então, o que falavam, era a “Voz de Deus”. Jesus
criticou incansavelmente essa forma de interpretação, que alimentava o sistema deles e sempre favorecia os maiores
em detrimento dos menores.

Jesus trata de algumas questões mais simples que eram julgadas de uma forma descabida, usando a letra da lei do
que uma forma amorosa de ver as coisas. Na verdade, Jesus queria que as pessoas percebessem que Deus não nos
trata da mesma forma que deveríamos ser tratados por causa de nossos pecados. Se assim, fosse, não teria mais
sobrado nenhuma pessoa sobre a terra, todos seriam aniquilados, inclusive Noé, porque era pecador também.

Jesus queria que aprendêssemos a exercitar o perdão pelo amor. Da mesma forma que Deus nos perdoa sempre e
está disposto a nos receber, devemos praticar e exercitar isso com o próximo. Existem várias passagens em que Jesus
fala do perdão, inclusive a mais famosa, digamos assim, em que Pedro pergunta quantas vezes devemos perdoar, e
Jesus fala que não até sete vezes, mas setenta vezes sete, significando o perdão sempre, até doer. O perdão é íntimo
do amor, andam lado a lado. Ninguém pode dizer que ama alguém verdadeiramente, se não é capaz de perdoar
quando estiver na provação.

Considero particularmente o tema Amor ao Irmãos uma expressão externa do tema Cura Interior. Visto que sei que é
preciso ter uma mudança, mas que essa mudança não acontece de uma só vez porque cada pessoa processa isso de
forma diferente, só vou conseguir superar, perdoar a situação que aconteceu com o outro se eu iniciar dentro de mim
mesmo, esse processo. Preciso enxergar que esse sentimento me faz mal, não me deixa progredir na minha vida
espiritual e pode afetar até a minha saúde física. Outro fato importante é que a pessoa tem que ter a decisão seria de
que não quer mais viver com aquele sentimento que só traz malefícios. Depois que consigo entrar nessa fase de
reconhecer, saber as origens do problema e o tipo de cura que preciso, é que o processo de perdão começa a dar
sinais consistentes de que vai acontecer, entra em amadurecimento no coração e se conclui quando a pessoa procura
a outra e a perdoa, mesmo que a outra possa rejeitar o seu perdão. Mas aí o problema passa a ser da outra pessoa,
porque como o perdão já está amadurecido em você, mesmo na recusa, você não muda o seu sentimento interior já
resolvido naquela situação.

O perdão verdadeiro pressupõe o amor livre, que não se prende a nada. No encontro 6 da Cura Interior, muitas das
situações de doença espirituais e até físicas são decorrentes da falta de perdão. Existe uma exposição mais completa
sobre esse assunto na introdução desse encontro, aliás, na minha visão particular, não há como se praticar as coisas
que serão faladas aqui nestas meditações se o coração ainda está ferido, sem perdoar. Não é possível ter uma
experiência mais profunda de amor philia (palavra grega que designa o amor entre amigos, irmãos) se não tivermos
uma verdadeira cura interior. Cabe bem observar essas coisas, ler essa introdução especial desse tema e ouvir algumas
pregações do já falecido indiano padre Rufus, e do padre Roger, da Canção Nova.

Vamos orar e pedir ao Senhor como amar o irmão como Ele nos amou. Ele quer curar nossas feridas, abertas por nós
mesmos, no trato diário da vida, nas experiências ruins, numa palavra proferida, enfim, de todas as situações, Ele quer
nos curar para que possamos ter Nele uma experiência profunda e transformadora. Só assim conseguimos chegar no
irmão e perdoá-lo pelo ocorrido. Peçamos ao Senhor: Cura-nos Senhor, e transforma minha vida. Amém!

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 2º DIA (08/11/18)

São Lucas 19, 1-10

"1.Jesus entrou em Jericó e ia atravessando a cidade. 2.Havia aí um homem muito rico chamado Zaqueu, chefe dos
recebedores de impostos. 3.Ele procurava ver quem era Jesus, mas não o conseguia por causa da multidão, porque era
de baixa estatura. 4.Ele correu adiante, subiu a um sicômoro para o ver, quando ele passasse por ali. 5.Chegando Jesus
àquele lugar e levantando os olhos, viu-o e disse-lhe: “Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em
tua casa.” 6.Ele desceu a toda a pressa e recebeu-o alegremente. 7.Vendo isso, todos murmuravam e diziam: “Ele vai
hospedar-se em casa de um pecador...”. 8.Zaqueu, entretanto, de pé diante do Senhor, disse-lhe: “Senhor, vou dar a
metade dos meus bens aos pobres e, se tiver defraudado alguém, restituirei o quádruplo”. 9.Disse-lhe Jesus: “Hoje
entrou a salvação nesta casa, porquanto também este é filho de Abraão. 10.Pois o Filho do Homem veio procurar e
salvar o que estava perdido”. (= Mt 25,14-30)"
A riqueza da Palavra de Deus não tem limites e a cada parte que encontramos, o Espírito Santo renova o nosso
entendimento mesmo que já tenhamos ouvido em outra ocasião as mesmas passagens.

Essa palavra já foi objeto de meditação na íntegra do 5º dia do 4º Encontro: Fé e Conversão. Foi tratado nessa
meditação o tema central da passagem que é o arrependimento, a fé, a conversão daquele que começa a descobrir,
ainda que movido pela curiosidade primeiramente, que Deus tem para o homem um tesouro no céu, maior do que
qualquer coisa que se pode ajuntar na terra, que é o tesouro da felicidade plena de vê-lo face a face.

Podemos ampliar nossa visão e enxergar o assunto pela ótica do amor. Enquanto Zaqueu está ainda se descobrindo,
sentindo coisas que nunca sentiu antes, vemos que Jesus lançou as redes do amor no coração de Zaqueu ao acolhê-lo
primeiramente, e depois indo à sua casa. Casa de cobrador de impostos, muito rica, cheia de coisas finas, comida e
bebida farta, sempre cheia de pessoas, entra e sai de gente, aparentemente uma casa alegre, numa visão exterior.
Mas Zaqueu entende que, se lhe faltar o dinheiro, todos vão embora num piscar de olhos. Há quanto tempo esse
homem vivia assim, dessa forma? Com uma tristeza interior de amargar, mas olhando de frente, todo sorridente. Sabia
ele que fazia coisas erradas também na hora da cobrança do imposto. Não se sabe se era obrigado a fazer assim, ou
se era de sua própria vontade, mas essa era uma situação muito difícil para o povo que era cobrado.

Jesus enxerga dentro do coração de Zaqueu e sabe que ele quer mudar, basta uma oportunidade de ver as coisas da
maneira certa. Para isso, deve ser curado das suas magoas, tristezas e outros medos. Na conversa com Jesus, começa
a se ver por dentro, e o Mestre então vai dando a Zaqueu as palavras de cura que ele precisava ouvir. Zaqueu parou
para ouvi-lo e deu importância ao que Ele dizia. Nessa decisão, foi curado de seus temores e iniciou o processo de
conversão. Nisso, estendeu a todos à sua volta o amor de jesus comunicado à ele.

Jesus quer que paramos para ouvir a sua voz. Ouvimos tantas vozes no mundo que esquecemos a Voz do nosso
verdadeiro Pastor. Fazer o que Jesus nos pede é sinal de amor, e os frutos dessa obediência são comunicados a todos
em nossa volta. Aquele que é capaz de ouvir a voz do Senhor não tem mágoas, tristeza e maldade em seu coração.

Peçamos que o Senhor transforme nosso coração de pedra em um coração de carne, curado do mal, para amar o
próximo e fazer a promoção desse amor a todos.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 3º DIA (09/11/18)

São Mateus, 5, 38-48

"Tendes ouvido o que foi dito: Olho por olho, dente por dente. 39.Eu, porém, vos digo: não resistais ao mau. Se alguém
te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra.* 40.Se alguém te citar em justiça para tirar-te a túnica, cede-lhe
também a capa. 41.Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil. 42.Dá a quem te pede e não
te desvies daquele que te quer pedir emprestado. 43.Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás
odiar teu inimigo.* 44.Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos
[maltratam e] perseguem. 45.Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os
maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. 46.Se amais somente os que vos amam, que
recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos? 47.Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de
extraordinário? Não fazem isso também os pagãos? 48.Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é
perfeito.”

Jesus continua na linha de raciocínio demonstrado em Mateus 5, 20-26, na meditação do 1º dia deste tema. Se antes
era enfatizado o perdão e a reconciliação, agora Jesus condena o espírito de vingança contra aquele que se levanta
injustamente contra nós.

A cultura predominante naquele tempo, segundo até mesmo baseado na lei mosaica, era repelir o mal da mesma
medida em que foi praticada. Quem matasse, era réu de morte. Quem fosse pego em adultério (somente servia para
as mulheres), era réu de morte. Muitas das vezes o castigo era muito além do que o delito praticado, e como as
investigações não eram levadas a sério, dependendo do acusado, muitos morreram inocentes do que foram acusados.
O Código de Hamurabi, um compêndio de artigos mais antigo que se tem notícia, tendo a Lei de Talião sendo derivada
deste, mostra muito bem como era a relação civil/criminal da época de Jesus. Vejamos alguns artigos desta lei, hoje
impensável de se aplicar em nosso país:

I - SORTILÉGIOS, JUÍZO DE DEUS, FALSO TESTEMUNHO, PREVARICAÇÃO DE JUÍZES

1º - Se alguém acusa um outro, lhe imputa um sortilégio, mas não pode dar a prova disso, aquele que acusou, deverá
ser morto.

2º - Se alguém avança uma imputação de sortilégio contra um outro e não a pode provar e aquele contra o qual a
imputação de sortilégio foi feita, vai ao rio, salta no rio, se o rio o traga, aquele que acusou deverá receber em posse à
sua casa. Mas, se o rio o demonstra inocente e ele fica ileso, aquele que avançou a imputação deverá ser morto, aquele
que saltou no rio deverá receber em posse a casa do seu acusador.

3º - Se alguém em um processo se apresenta como testemunha de acusação e, não prova o que disse, se o processo
importa perda de vida, ele deverá ser morto.

4º - Se alguém se apresenta como testemunha por grão e dinheiro, deverá suportar a pena cominada no processo.

5º - Se um juiz dirige um processo e profere uma decisão e redige por escrito a sentença, se mais tarde o seu processo
se demonstra errado e aquele juiz, no processo que dirigiu, é convencido de ser causa do erro, ele deverá então pagar
doze vezes a pena que era estabelecida naquele processo, e se deverá publicamente expulsá-lo de sua cadeira de juiz.
Nem deverá ele voltar a funcionar de novo como juiz em um processo.

http://www.abiblia.org/ver.php?id=9703

Mais algumas partes relacionadas agora, mais diretamente com o que Jesus falou na passagem:

XII - DELITOS E PENAS (LESÕES CORPORAIS, TALIÃO, INDENIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO)

196º - Se alguém arranca o olho a um outro, se lhe deverá arrancar o olho.

197º - Se ele quebra o osso a um outro, se lhe deverá quebrar o osso.

198º - Se ele arranca o olho de um liberto, deverá pagar uma mina.

199º - Se ele arranca um olho de um escravo alheio, ou quebra um osso ao escravo alheio, deverá pagar a metade de
seu preço.

200º - Se alguém parte os dentes de um outro, de igual condição, deverá ter partidos os seus dentes.

http://www.abiblia.org/ver.php?id=9703

Vemos aí que a maior preocupação era punir, e somente punir com rigor máximo. Não existia nada que se voltasse
como incentivo, direitos e garantias para as pessoas. Percorri os 282 artigos da Lei, e não há absolutamente nada que
fale de direitos das pessoas, somente punições severas para os que as transgredirem.

A Torá, como é chamada a Lei Mosaica, composta de 5 livros (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), era
o núcleo da vida de todo judeu, porque achavam que a Torá era a lei que Deus se baseou para a criação do mundo,
sendo portanto, anterior a própria criação. Isso não tem o menor fundamento, porque a Torá foi entregue por Yahweh
a Moisés na descida do Monte Sinai, logo ela foi criada por Deus porque o povo precisava de uma orientação escrita
sobre suas leis.

Um particular me chamou atenção quando estudava as fontes históricas das leis judaicas pra essa meditação. Entre
os judeus, existiam uma serie de mandamentos obrigatórios (258 artigos) e uma serie de mandamentos proibitivos
(365 artigos) Esses mandamentos foram compilados por uma série de rabinos, em que não há como definir uma única
lista porque elas diferem, por exemplo, em como elas interpretam as passagens na Torá que podem ser lidas como
lidando com diversos casos sob uma única lei ou diversas leis separadas. A parte em que fala dos mandamentos
proibitivos, no tópico 50, fala o seguinte:
50. Mostrar misericórdia;

https://pt.wikipedia.org/wiki/613_mandamentos

A maioria dos mandamentos proibitivos tem sua remissão onde são encontrados nos livros da Torá, mas este aqui não
encontrei a referência do livro. Não dá pra saber se se refere ao povo, ou aos escribas ou fariseus, mas é muito curioso
ter uma declaração desse tipo como força de mandamento proibitivo: “Mostrar misericórdia”.

Jesus vem exatamente pra combater essas distorções que eram impostas. Quando eu mencionava em várias
meditações que escrevi, esses fardos pesados eram justamente esses. Segue abaixo uma pequena relação dos itens
impostos aos menos favorecidos:

151. Comer o segundo dízimo durante o luto em impureza. Deut. xxvi. 14

156. Participação na festa sem uma oferta. Ex. xxiii. 15

174. Comer qualquer ave impura

293. Poupar a vida de um perseguido

320. Trabalhar no Shabat (Sábado)

A questão é que quando a situação era com eles, invertiam o sentido da interpretação e davam explicações que
justificavam ter cometo algum ato proibitivo. Por exemplo, quando o rei Herodes tomou a esposa do irmão, que ainda
era vivo, João Batista o acusou de adúltero. Pela lei, era proibido esse ato, pelo mandamento 344:

344. Ter relações com a esposa de um irmão;

Por causa disso, João Batista foi decapitado a pedido de Salomé, todos já conhecem a história.

Sobre a questão do sábado, Jesus foi questionado também porque realizou uma cura em uma casa de um fariseu para
uma refeição (São Lucas 14, 1-4). Não tendo como rebater, os fariseus ficaram calados.

Jesus também foi interpelado pelos fariseus sobre a colheita de espigas de milho no sábado (São Marcos 2, 23-28),
cuja visão dos fariseus, era proibido pelo mandamento 211:

211. Colher espigas de milho que caiam durante a colheita

Jesus respondeu com base também na escritura, para não terem como refutar, o que Davi e seus companheiros
fizeram com os pães separados para a proposição no Templo (ler 1 Samuel 21, 4-7).

Depois dessas exposições todas do nível de como era o tratamento dados aos judeus, Jesus vem mostrar justamente
que o Pai é todo misericórdia, e que devemos ser assim entre nós.

Uma remissão à um trecho dessa passagem (ver. 45 e 48) pode ser meditada junto com a Meditação do 1º dia do 7º
Encontro: Batismo do Espírito Santo (em São Lucas, 13), onde Jesus confirma que o Pai atende aos nossos pedidos e
orações com fé. Jesus pede que sejamos perfeitos como o Pai é perfeito, e que como filhos que caminham buscando
a perfeição, devemos pedir o Espírito Santo, que o Pai o enviará para fazê-los lembrar tudo o que Jesus disse.

Depois destas exposições longas e explicativas, somente uma coisa fica nítido para nós: Deus é rico em misericórdia,
e seu amor é grande por nós. Devemos praticar essa misericórdia para com os nossos irmãos, pedir ao Senhor a
humildade de servo, para não querer que os outros façam coisas que nós mesmos deveríamos fazer. Não nos deixe
ser servos inúteis, que somente faz o que deve fazer. Nós Vos pedimos, ó Senhor, amém!
MEDITAÇÃO DIÁRIA: 4º DIA (10/11/18)

Romanos 12, 9-21

9."Que vossa caridade não seja fingida. Aborrecei o mal, apegai-vos solidamente ao bem. 10.Amai-vos mutuamente
com afeição terna e fraternal. Adiantai-vos em honrar uns aos outros. 11.Não relaxeis o vosso zelo. Sede fervorosos de
espírito. Servi ao Senhor. 12.Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração. 13.Socorrei
às necessidades dos fiéis. Esmerai-vos na prática da hospitalidade. 14.Abençoai os que vos perseguem; abençoai-os, e
não os praguejeis. 15.Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram. 16.Vivei em boa harmonia uns
com os outros. Não vos deixeis levar pelo gosto das grandezas; afeiçoai-vos com as coisas modestas. Não sejais sábios
aos vossos próprios olhos. 17.Não pagueis a ninguém o mal com o mal. Aplicai-vos a fazer o bem diante de todos os
homens. 18.Se for possível, quanto depender de vós, vivei em paz com todos os homens. 19.Não vos vingueis uns dos
outros, caríssimos, mas deixai agir a ira de Deus, porque está escrito: A mim a vingança; a mim exercer a justiça, diz o
Senhor (Dt 32,35). 20.Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber. Procedendo assim,
amontoarás carvões em brasa sobre a sua cabeça (Pr 25,21s).* 21.Não te deixes vencer pelo mal, mas triunfa do mal
com o bem."

Essa passagem na íntegra foi ponto de meditação do 4º dia do 6º encontro: Cura Interior (24/10/18). A questão agora
é o ponto de vista a ser analisado. Na outra meditação, foi exposto que Deus se revela em Jesus, que nos deu o Espírito
Santo que distribuiu os seus dons, que devem ser manifestados em nós no modo e maneira de proceder com o
próximo. A exortação do apóstolo continua alertando sobre o modo de proceder corretamente, não desejando a
vingança porque somos e estamos sempre sendo curados internamente pelo amor de Cristo e querendo o bem aos
irmãos, porque aquele que tem a força do Espírito Santo, não age como o mundo espera que façamos.

Aquele que está livre das penas impostas a ele mesmo, dos medos e ressentimentos e mágoas dos irmãos, que foi
capaz de perdoar e seguir em frente guiado pelo Espírito, também está apto a cultivar novos laços de amizade,
recuperar amizades perdidas até, plantar coisas boas. O outro lado da visão da meditação dessa passagem é esta: se
agora, eu estou curado internamente de meus traumas e medos, então consigo me abrir para o irmão e daí manter
um laço de amor em Cristo.

Na meditação anterior, o tema chave é a esquiva da vingança, de se pagar na mesma moeda o que foi feito. Já vimos
como eram as leis daquele tempo, em que se pensava em somente punir, e não em maneiras de elevar o homem
como para tal ele foi criado. O maior mandamento que Jesus deixou foi amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
Porque Jesus é da mesma essência e substância do Pai, então foi o próprio Pai quem disse isso, e apenas reforçou o
seu amor e mandou confirmar isso, ao praticarmos com os irmãos.

Finalizo esta meditação com o trecho final da anterior: Esquivar-se do pecado e escolher o caminho que vai nos levar
à salvação é uma luta diária, em que consigamos hoje, e amanhã estamos caindo. Mas ao cair, devemos tomar postura
diante da queda e nos reerguer pela força da nossa fé na Palavra de Deus, assumindo que Jesus é o nosso Senhor e que
vamos junto ao seu encontro. E acrescentando que, a nossa salvação é individual, mas sem o próximo para
exercitarmos as virtudes e carismas, é impossível nos tornarmos dignos de Cristo.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 5º DIA (11/11/18)

São João 8, 1-11

"1.Dirigiu-se Jesus para o monte das Oliveiras. 2.Ao romper da manhã, voltou ao templo e todo o povo veio a ele.
Assentou-se e começou a ensinar. 3.Os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher que fora apanhada em
adultério. 4.Puseram-na no meio da multidão e disseram a Jesus: “Mestre, agora mesmo esta mulher foi apanhada em
adultério. 5.Moisés mandou-nos na Lei que apedrejássemos tais mulheres. Que dizes tu sobre isso?”. 6.Perguntavam-
lhe isso, a fim de pô-lo à prova e poderem acusá-lo. Jesus, porém, se inclinou para a frente e escrevia com o dedo na
terra. 7.Como eles insistissem, ergueu-se e disse-lhes: “Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar
uma pedra”.* 8.Inclinando-se novamente, escrevia na terra. 9.A essas palavras, sentindo-se acusados pela sua própria
consciência, eles se foram retirando um por um, até o último, a começar pelos mais idosos, de sorte que Jesus ficou
sozinho, com a mulher diante dele. 10.Então, ele se ergueu e vendo ali apenas a mulher, perguntou-lhe: “Mulher, onde
estão os que te acusavam? Ninguém te condenou?”. 11.Respondeu ela: “Ninguém, Senhor”. Disse-lhe então Jesus:
“Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar”."

Essa palavra foi meditada no 6º dia do tema do Encontro 6: Cura Interior, cuja visão central não estava no pecado
cometido pela mulher, e sim a forma que Jesus a trata, perdoando-a dos seus pecados e dando à ela uma nova chance
de mudar de vida. Também poderia estar no Encontro 2 (Pecado e Salvação) ou no Encontro 4 (Fé e Conversão), porque
está relacionado a todos eles, só mudando o foco da meditação.

A cura passa através disso: uma nova chance de fazer diferente, tomar o rumo certo uma vez que se perdeu. Muitos
criticam e falam mal daqueles que caiu no mundo das drogas, por exemplo, dos que bebem até cair, ou outros que
por algum motivo, fizeram mal às pessoas. Quando o problema é com estranhos, fica mais fácil falar e aconselhar, mas
quando o problema acontece em nossa família? Como agir da forma que Jesus pede no evangelho? Esse é o desafio
de todos.

Nesta visão particular dessa passagem, o foco agora é trazer para nossa vida o perdão que a mulher recebeu, e como
posso aplicar esse mandamento de Jesus em nossa vida: Amai aos outros como eu vos amei. Muitas das vezes podemos
cometer injustiças com alguém, levantamos calúnias, e mesmo que alguma acusação seja realmente verdadeira, a
Palavra de Deus nos fala que para repreender o irmão, deve-se chamá-lo num canto longe de todos e falar-lhe. Se
continuar no erro, chame mais um ou dois. Se persistir, chame o sacerdote e coloque-o a público. Se mantiver assim,
seja excluído da comunidade.

Esse é um dos poucos pontos na lei antiga que dava tempo de defesa do acusado, mas para erros que não fossem com
punição de morte. Como o adultério era proibido e a punição era com a morte, Jesus usa a própria consciência deles
como acusador. Como posso permanecer de pé ante ao meu Senhor? Mas a mulher ficou. Não se sabe o que ela
imaginou ali naquele momento, mas queria enfrentar suas situações de frente, talvez esperando um sermão daqueles.
Mas Jesus usa aquilo que mais fez, usar de misericórdia. Foi por isso que ela se redimiu, não ouviu as acusações de
pecado que sempre ouvira e em vez disso, uma palavra de renovo pra seguir adiante.

Isso que devemos fazer entre nós mesmos. Pra amar ao outro como Jesus nos amou, o coração tem que estar curado.
Sem isso, o Espírito Santo não opera. Desde o momento que assumimos que somos necessitados da graça de Deus,
devemos procurar realizar a sua vontade na nossa vida e assim plantar coisas boas.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 6º DIA (12/11/18)

São Lucas 7, 37-50

"37.Uma mulher pecadora da cidade, quando soube que estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de
alabastro cheio de perfume; 38.e, estando a seus pés, por detrás dele, começou a chorar. Pouco depois, suas lágrimas
banhavam os pés do Senhor e ela os enxugava com os cabelos, beijava-os e os ungia com o perfume. 39.Ao presenciar
isso, o fariseu, que o tinha convidado, dizia consigo mesmo: “Se este homem fosse profeta, bem saberia quem e qual é
a mulher que o toca, pois é pecadora”. 40.Então, Jesus lhe disse: “Simão, tenho uma coisa a dizer-te”. –. “Fala, Mestre”
– disse ele. 41.“Um credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinquenta. 42.Não tendo
eles com que pagar, perdoou a ambos a sua dívida. Qual deles o amará mais?” 43.Simão respondeu: “A meu ver, aquele
a quem ele mais perdoou”. Jesus replicou-lhe: “Julgaste bem”. 44.E voltando-se para a mulher, disse a Simão: “Vês esta
mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para lavar os pés; mas esta, com as suas lágrimas, regou-me os pés
e enxugou-os com os seus cabelos. 45.Não me deste o ósculo; mas esta, desde que entrou, não cessou de beijar-me os
pés. 46.Não me ungiste a cabeça com óleo; mas esta, com perfume, ungiu-me os pés. 47.Por isso, te digo: seus
numerosos pecados lhe foram perdoados, porque ela tem demonstrado muito amor. Mas ao que pouco se perdoa,
pouco ama”.* 48.E disse a ela: “Perdoados te são os pecados”. 49.Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer,
então: “Quem é este homem que até perdoa pecados?”. 50.Mas Jesus, dirigindo-se à mulher, disse-lhe: “Tua fé te
salvou; vai em paz”."

Esta palavra nos faz refletir na mesma situação da mulher adúltera. É muito provável que esta, que está aos pés de
Jesus, fosse uma mulher da vida, porque eram os dois tipos de “crimes” que mais marcavam a mulher naquela época:
a prostituição e o adultério. Isto comprovado, era de conhecimento de todos e não causava uma punição porque a
prostituta já pertencia à uma classe de mulheres infames, por terem cometido adultério com seus maridos ou por
terem sido poupadas a vida pelo seu pai, conforme a lei romana.

Jesus não quer saber da vida antes, mas pela atitude do hoje. Um arrependimento sincero, mudança de vida. Às vezes
achamos que é tarde demais pela vida que tivemos, mas Jesus e a Virgem Maria sempre estão dispostos a nos receber
de volta quando a conversão é autêntica.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 7º DIA (13/11/18)

Apocalipse 3, 20

"20. Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu
com ele e ele comigo.”

Deus nos deu o livre arbítrio para escolhermos o caminho que queremos seguir: com Ele ou sem Ele.

Jesus sempre perguntou às pessoas o que elas queriam. Nunca impôs uma cura, um milagre ou um fardo que ninguém
queria. Certa vez, depois de um sermão em que várias pessoas que o seguia foram embora, voltou-se e perguntou aos
que ficaram: “Vocês também querem ir embora?” Então Pedro falou: “A quem iremos? Só Tu tens Palavras de vida
eterna”. Temos aí mais uma declaração de Pedro que Jesus é o messias esperado pelo povo.

Fiquei agora pensando naqueles que poderiam ter recusado o chamado de Deus. Davi, Abraão, Moisés e também a
virgem Maria. O que seria da história da salvação humana se eles tivessem dito não ao plano de Deus? A exceção certa
nesse caso seria Maria, porque como já fora preservada do pecado original, e como não podia pecar, era certeza dela
aceitar o plano de Deus, e mesmo assim Deus quis o revelar a ela. Ele, sendo o Todo Poderoso, poderia fazer a obra
dele sem conhecimento de Maria, mas Ele nos respeita e aceita nossa decisão. Sendo onisciente, já sabia que Maria
aceitaria, mas quis assim proceder.

Deus conhece o nosso coração e sabe das decisões que tomaremos. Sabe quando nos afastaremos dele por atitudes
erradas e não interfere quando não pedimos sua providência. Esse é um dos muitos erros do ser humano: pensar que
é Deus, se colocar na posição de Deus e achar que sabe o que está fazendo. Por isso, muitas decisões são erradas, e
não só interferem na nossa vida, mas nas dos outros que nos cercam ou que mantemos um relacionamento.

Uma das coisas que devemos deixar é que o Senhor Jesus manifeste a sua direção em nossa vida. Deixar Ele ser o
comandante nesse mar revolto da vida, de tribulações, sofrimentos e pecados. Assumir para nós mesmos que não
temos mais o controle e a direção de nossa vida, e que precisamos do senhorio de Jesus na nossa vida.

Oremos ao Senhor para que sempre possamos colocar em suas mãos nossa vida e tudo o que temos de projetos. Fazer
com que, ao bater na nossa porta, o recebamos alegremente e deixemos a salvação entrar na nossa vida, amém!
9º ENCONTRO: VIDA EM COMUNIDADE (14/11/18)

(Fim das pregações do Seminário de Vida no Espírito)

Notas da pregação:

- A partilha em comum alimenta a comunidade faz florescer o amor entre irmãos;

- O conhecimento das necessidades do outro desperta uma vontade de ajudar não pelo motivo humano, mas pleno
no Espírito, que não requer nada em troca;

- Toda a doutrina é partilhada e transmitida pelo Magistério da Igreja, para a santificação dos fiéis;

- O Espírito Santo é o que transforma a comunidade;

- A comunidade deve estar junta para partilhar a palavra e a fração do pão (eucaristia)

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 1º DIA (14/11/18)

Atos dos Apóstolos 2, 42-47

"42.Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão e nas orações.* 43.De
todos eles se apoderou o temor, pois pelos apóstolos foram feitos também muitos prodígios e milagres em Jerusalém,
e o temor estava em todos os corações. 44.Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum. 45.Vendiam as suas
propriedades e os seus bens, e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um. 46.Unidos de coração,
frequentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de
coração, 47.louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros, que
estavam a caminho da salvação.”

A força missionária de uma igreja está em sua comunidade. Temos vários exemplos de situações onde a comunidade
unida vence provações e transforma o local a seu redor.

Os diversos grupos como Círculos Bíblicos, Vicentinos, Apostolado da Oração, Mãe Rainha, Grupo de Oração, Terço
dos Homens e tantos outros são a alma da igreja, que a mantém unida e que deveriam em tese ser incentivadas ao
máximo.

Em nossas comunidades, vemos situações que nos faz parar pra refletir se estamos fazendo ou falando a coisa certa.
Muitas das vezes, a vaidade e o orgulho humanos são maiores do que fazer a vontade de Deus. Um acha que está
certo, ou outro também, mais um terceiro se envolve na questão, e aí a semente da discórdia está germinando no
cerne da comunidade que são os nossos grupos.

Uma das coisas mais importantes que deveriam ser incentivadas e, de certo ponto, cobradas, são os grupos que tem
a oração como ponto fundamental de atividade: o grupo de oração, o Apostolado da Oração, Liturgia das Horas, Ofício
da Imaculada sustentam a igreja com as orações e intercessões. Sem desmerecer nenhum outro grupo de atividade
pastoral como Clube de Mães, Pastoral da Criança, Pastoral da Família e outros, que são importantíssimos também,
os grupos que tem a oração como base de atividade intercedem por todos porque é característica desses grupos. Com
isso, toda a comunidade se fortalece porque todos os membros pertencem ao Corpo de Cristo.

Temos que orar e pedir ao Senhor que nos fortaleça na fé e que tenhamos mais amor por esses movimentos tão
esquecidos em muitas paróquias. Uma igreja que não protege os seus grupos e os alimenta na doutrina, na fé e na
comunhão dos encontros será uma comunidade fragmentada, sujeita à ação destruidora de Satanás.

Que o Senhor nos liberte de todo o mal, amém!


MEDITAÇÃO DIÁRIA: 2º DIA (15/11/18)

Atos dos Apóstolos 4, 32-37

"32.A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuía, mas
tudo entre eles era comum. 33.Com grande coragem os apóstolos davam testemunho da Ressurreição do Senhor Jesus.
Em todos eles era grande a graça. 34.Nem havia entre eles nenhum necessitado, porque todos os que possuíam terras
ou casas vendiam-nas, 35.e traziam o preço do que tinham vendido e depositavam-no aos pés dos apóstolos. Repartia-
se então a cada um deles conforme a sua necessidade. 36.Assim José (a quem os apóstolos deram o sobrenome de
Barnabé, que quer dizer Filho da Consolação), levita, natural de Chipre, possuía um campo. 37.Vendeu-o e trouxe o
valor dele e depositou aos pés dos apóstolos."

Como mostra o texto, o sentimento de fraternidade imperava entre os membros da comunidade dos apóstolos. É bem
verdade também que o povo acreditava neles, por causa de seu testemunho de vida, do que falavam e faziam. Pelo
gesto concreto, o povo depositava tudo aos pés dos apóstolos porque sabia que a justiça seria praticada por eles.

Se na meditação anterior o foco era a atenção que devia ser dada aos movimentos da igreja, colocando isso numa
visão atual, nesta é a manutenção dessa atenção, que é uma continuidade do anterior. O fortalecimento diário ou
semanal com reuniões, eventos, presença dos grupos nas missas, reconhecimento dos trabalhos, suporte nas
necessidades materiais e logísticas, entre outras coisas. Mas o fundamental disso tudo é a presença dessas
representações na santa missa, em que se valorize a presença desses movimentos para os que não conhecem, vejam
que a igreja trabalha muito para a evangelização e persevera na santa doutrina da Igreja.

Vamos pedir ao Senhor que nos dê um coração de serviço, voltado para ajuda ao próximo em nosso próprio local de
oração. Se a casa está arrumada, a visita chega e vê que há organização e enxerga o que é verdadeiro. Se está
bagunçada, fica horrorizada e quer logo ir embora. Peçamos a Jesus que arrume a bagunça do nosso coração e limpe
a nossa casa, para que possamos receber as novas visitas e fazê-las sentir-se em casa.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 3º DIA (16/11/18)

Efésios 5, 21

"21.Sujeitai-vos uns aos outros no temor de Cristo."

Devemos aqui entender que o termo sujeitar não quer dizer ser servo ou escravo do outro, no sentido de receber
ordens com certo autoritarismo ou sob uma ditadura. Jesus disse que quem quer ser o primeiro, seja o servo de todos
no sentido de ajudar, socorrer, se colocar à disposição sem esperar receber nada em troca.

Mais à frente, a palavra diz: “As mulheres o sejam aos seus maridos, como ao Senhor, porque o homem é a cabeça da
mulher, como Cristo é cabeça da Igreja e o Salvador do corpo.” (Efésios 5, 22-23). Isso mostra que a relação existente
é de amor livre, fé, caridade e esperança, e não de dominação por estar um nível acima dos comandados. Existe uma
ordem natural, desde o início dos tempos que Deus estabeleceu, para mostrar que embora tenhamos papéis
diferentes na história da salvação, todos nós participamos dela porque somos pertencentes ao mesmo corpo e
devemos colaborar fazendo o trabalho na missão a qual fomos chamados, seja para o sacerdócio, vida religiosa ou
leiga.

Que nós possamos descobrir a vocação a qual fomos chamados, e assim, pelo amor de Cristo à sua Igreja, nos
sujeitarmos, ou seja, obedecer com amor e devoção os desígnios que carregam essa vocação. Seja na alegria, na
dificuldade, no sofrimento e na vitória, nunca nos deixemos desviar para fora desse corpo, a Santa Mãe Igreja.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 4º DIA (17/11/18)

São Marcos 2, 1-12

"1.Alguns dias depois, Jesus entrou novamente em Cafarnaum e souberam que ele estava em casa.* 2.Reuniu-se uma
tal multidão, que não podiam encontrar lugar nem mesmo junto à porta. E ele os instruía. 3.Trouxeram-lhe um
paralítico, carregado por quatro homens. 4.Como não pudessem apresentar-lho por causa da multidão, descobriram
o teto por cima do lugar onde Jesus se achava e, por uma abertura, desceram o leito em que jazia o paralítico.* 5.Jesus,
vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: “Filho, perdoados te são os pecados”. 6.Ora, estavam ali sentados alguns escribas,
que diziam uns aos outros: 7.“Como pode este homem falar assim? Ele blasfema. Quem pode perdoar pecados senão
Deus?”. 8.Mas Jesus, penetrando logo com seu espírito nos seus íntimos pensamentos, disse-lhes: “Por que pensais isto
nos vossos corações? 9.Que é mais fácil dizer ao paralítico: ‘Os pecados te são perdoados’ ou dizer: ‘Levanta-te, toma
o teu leito e anda?’. 10.Ora, para que conheçais o poder concedido ao Filho do Homem sobre a terra (disse ao
paralítico), 11.eu te ordeno: levanta-te, toma o teu leito e vai para casa”. 12.No mesmo instante, ele se levantou e,
tomando o leito, foi-se embora à vista de todos. A multidão inteira encheu-se de profunda admiração e puseram-se a
louvar a Deus, dizendo: “Nunca vimos coisa semelhante”. (= Mt 9,9-17 = Lc 5,27-39)"

Esse texto tem uma profundidade maior se meditado à luz do assunto do dia 24/10/18, intitulado “Cura Interior”, e à
luz do número 1421 do Catecismo da Igreja Católica, que fala justamente da cura do paralítico. Mesmo que o enfoque
aqui neste momento não seja os sacramentos de cura, e nem mesmo falar se o paralítico foi curado também de suas
feridas interiores, podemos ver como o milagre da cura afeta a relação dos membros da comunidade à que ele
pertencia antes e depois do ocorrido.

É sabido que as pessoas que portavam doenças eram separadas dos outros e não frequentavam certos lugares. De
acordo com o grau e tipo de doença, eram levados para fora da cidade e deixados ao léu em algum buraco ou caverna,
e alimentados por um cesto e uma corda que eram descidos até lá. Apesar de não ser este o caso do paralítico, a
situação dele não era muito boa também. Os doentes que sofriam paralisias eram discriminados pela sociedade e pelo
sistema, e nenhuma ajuda recebiam para a recuperação. Simplesmente eram deixados à margem da sociedade, eram
considerados impuros, estavam pagando pelos seus pecados, ou dos antepassados. Lembramos o fato da quantidade
de doentes e paralíticos em torno da piscina de Betesda, em Jerusalém, esperando o movimento das águas para uma
possível cura. Ao ser curado totalmente de sua enfermidade, o paralítico não somente recupera a restauração física,
mas também a sua posição de “pureza” diante do povo judeu, permitindo que ele adentrasse em lugares antes
impossíveis.

O que se deve dar o enfoque principal é do milagre da cura do paralítico, e não a sua reintegração no convívio social.
Jesus não veio a esse mundo para praticar politicagem, ser um “Jesus voltado para os problemas sociais”, um “Jesus
político”, como pregam algumas doutrinas nocivas à fé católica. Isso é desmerecer e rebaixar à uma categoria reles o
verdadeiro sentido da missão de Jesus, que é salvar, se entregar e curar o mundo pela sua Palavra. O efeito da cura
pode sim, levar à algum tipo de benefício na esfera social e política mas jamais, digo e repito, jamais será por causa da
razão e relativismo oportunista que o milagre de Jesus surtiu o efeito esperado na vida do paralítico.

Que possamos pedir ao Senhor que não permitamos que rebaixemos sua importância em nossa vida, atribuindo a
Jesus papéis secundários em vista do coletivo e social. Que a Sua Palavra seja o cerne da nossa vida, esteja enraizada
em nossas mentes e corações e que não sejamos pegos de surpresa por ideias contrárias à sua verdadeira missão de
nos salvar do pecado e nos reconciliar com Deus, amém!

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 5º DIA (18/11/18)

São Mateus 14, 22-33

"22.Logo depois, Jesus obrigou seus discípulos a entrar na barca e a passar antes dele para a outra margem, enquanto
ele despedia a multidão. 23.Feito isso, subiu à montanha para orar na solidão. E, chegando a noite, estava lá sozinho.
"24.Entretanto, já a boa distância da margem, a barca era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário. 25.Pela
quarta vigília da noite, Jesus veio a eles, caminhando sobre o mar.* 26.Quando os discípulos o perceberam caminhando
sobre as águas, ficaram com medo: “É um fantasma!” – disseram eles –, soltando gritos de terror. 27.Mas Jesus logo
lhes disse: “Tranquilizai-vos, sou eu. Não tenhais medo!”. 28.Pedro tomou a palavra e falou: “Senhor, se és tu, manda-
me ir sobre as águas até junto de ti!”. 29.Ele disse-lhe: “Vem!”. Pedro saiu da barca e caminhava sobre as águas ao
encontro de Jesus. 30.Mas, redobrando a violência do vento, teve medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor,
salva-me!”. 31.No mesmo instante, Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e lhe disse: “Homem de pouca fé, por que
duvidaste?”. 32.Apenas tinham subido para a barca, o vento cessou. 33.Então, aqueles que estavam na barca
prostraram-se diante dele e disseram: “Tu és verdadeiramente o Filho de Deus.”
Essa passagem nos mostra bem como nossa vida pode ser na comunidade que atuamos. Nesse ponto, não quer fazer
uma análise do ponto de vista do porquê Jesus os mandou seguirem sozinhos no barco, ou o porquê Jesus demorou
bastante para chegar até eles, mas sim da maneira de que como nós podemos nos desesperar ao menor sinal de que
as coisas não vão bem.

A passagem é clara e não há necessidade de interpretação complicada se nós pensarmos que o mar de aflições e
dificuldades da vida querem nos afogar. Tem até uma música inspirada nessa passagem que diz: “Se as águas do mar
da vida/quiserem te afogar/segura na mão de Deus e vai.” Apenas uma visão particular: geralmente a cantam em
enterros só por causa da parte de segurar a mão de Deus e ir, mas essa música nada tem a ver com morte, e sim uma
certeza que o Senhor está estendendo sua mão para nos ajudar a superar os obstáculos da vida.

É assim a nossa vida em comunidade. Vamos entrando mar adentro e estamos sujeitos a sofrer com as tempestades,
ventos fortes, balança e balança, etc, quase afundando. Mas nessas horas, Jesus vem e nos puxa pela mão e cessa as
tribulações por um tempo, até que começa tudo de novo, porque o ritmo de nossa vida na terra é assim: ora tranquilo
e na paz, ora tribulado e no sofrimento.

O que não pode, e que acontece muito, é se entregar ao desespero e se esquecer de Deus. Aí sim podemos afundar
de vez, porque além de perder a fé e não crer no Senhor, estamos nos distanciando do Corpo dele, que é a Igreja.
Jesus quer nos salvar e estender a mão, mas o nosso livre arbítrio combinado com a fraqueza da fé, impede a graça de
acontecer e pode se tornar tarde demais para voltar atrás.

Peçamos ao Senhor que mesmo nas tribulações pessoais e comunitárias, nunca percamos a fé e o nosso “norte”, que
é a Sua Palavra. Mantendo a fé no poder da oração e guardando a Palavra, conseguiremos vencer todos os maremotos
e ventanias que querem nos espalhar e afundar nosso barco da vida.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 6º DIA (19/11/18)

São João 17, 20-21

"20.“Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. 21.Para que todos
sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que
tu me enviaste."

Vejamos bem que Jesus nos mostra claramente que o poder de convencimento, de dar crédito a alguém, é pelo poder
de comunicação da palavra. Se nós, imperfeitos e pecadores que somos, muitas das vezes convencemos alguém pela
força de nossos argumentos humanos, quanto mais será pela Palavra de Deus, Única e Perfeita Palavra de Vida Eterna.

Pedro em certa ocasião falou: “Aonde iremos? Só Tu tens palavras de vida eterna.” A Palavra que sacia, dá certeza e
não deixa nada em duplicidade. Jesus é, conforme afirma o catecismo da igreja, a santa Tradição e o prólogo de São
João: “O Verbo se fez carne, e habitou entre nós.” Jesus é a Palavra do Pai, feito homem, em que se cumpre todas as
coisas, e é essa Boa Nova que veio ao mundo para nos anunciar a salvação.

Ao rejeitar a Palavra, rejeita-se Jesus, o Espírito Santo e o próprio Deus. Não é uma questão de não acreditar na
mensagem, mas continuar amigo do mensageiro. É um todo: se não creio na mensagem, não creio no mensageiro.

Um fato curioso e histórico que me lembrei é que quando tinham as guerras, e os mensageiros tinham que levar os
documentos entre os reis que guerreavam, se a mensagem não agradasse um dos lados, rejeitava-se a mensagem e
ainda se matava o mensageiro, como se ele tivesse culpa do que levava. Como o mundo rejeitou o evangelho, é claro,
mataram o seu anunciador. Mas diferentemente dos outros, Deus o levanta porque Ele é o Alfa e o Ômega, o Princípio
e o Fim, o Santo dos Santos, como está descrito sobre Ele no Apocalipse.

Que Jesus nos fortaleça com sua Palavra, que cada vez mais tenhamos amor por ela, a fonte de nossa vida. Que
possamos ser anunciadores Dela, e fazermos mais pessoas a amarem a Deus pela Palavra do Santo Evangelho.

MEDITAÇÃO DIÁRIA: 7º DIA (20/11/18)

(Em cima do Atos 2, 42-47 – a mesma do 1º dia) – não é necessário escrever nova meditação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de tudo o que foi visto e ouvido nessas 9 semanas, o que vem a ser o Seminário de vida agora, para quem o
conclui?

O objetivo do Seminário de Vida no Espírito é levar de uma forma mais simples, a Palavra de Deus com foco na vivência
do dia a dia das pessoas, para que elas possam compreender de modo simples como Deus quer agir em sua vida, sem
fazer catequese e nem ensinar doutrina ou dogmas da Igreja. O que é fundamental e preciso na vida do leigo é
abordado e demonstrado à luz da Tradição da Igreja, mas sem mergulhar nas águas profundas da teologia. O que o
irmão precisa pra aprender um pouco mais sobre a sua igreja sem o peso das questões teológicas e filosóficas, são
apresentadas nessas semanas de partilha e aprendizado coletivo.

O diferencial do seminário são as partilhas em grupo, chamados de cenáculos. Cada tema trabalhado semanalmente,
junto com as meditações do tema, traziam experiências diárias com a Palavra de Deus, que do mesmo assunto,
tínhamos 7 pontos de partida pra meditar. É claro que foi um desafio pra mim escrever todas elas, mas era uma etapa
deveras importante pra se deixar de lado. No sacrifício somos provados, e foi assim que encarei essa tarefa. Confesso
que nem todas eu escrevi em tempo real, mas me esforcei para ao menos deixar o máximo registrado do que li, entendi
e vivi nessas semanas.

O Seminário de Vida no Espírito Santo para mim foi e continuará sendo uma experiência incrível de estudo e
principalmente, vivência diária da Palavra de Deus, não somente pelas meditações das passagens bíblicas, mas da
experiência da partilha com os irmãos, muitos deles desconhecidos pra mim. Só aconselho a todos que ainda não
foram, que mergulhem dessa formação pra comunidade em geral, e não só para aqueles que acham que só pregador
e intercessor é quem podem fazer o seminário.

Poderia continuar escrevendo mais, mas não teria a mesma força de quem vê e ouve as pregações. Testemunhos
incríveis de como o amor de Deus salvou pessoas que o mundo já julgava um caso perdido.

Agora a formação segue no Aprofundamento de Dons, e depois a Experiência de Oração, fechando essa etapa da Fase
Querigmática. Os estudos do módulo básico só começam após o término dessa fase.

Que venham mais estudos e etapas de formação, assim seja.

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