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VÁ AO GEMBA! MAS COM A ATITUDE CERTA!

OS LÍDERES DAS EMPRESAS PRECISAM ESTAR ONDE AS COISAS ACONTECEM

JOSÉ ROBERTO FERRO, PRESIDENTE E FUNDADOR DO LEAN INSTITUTE BRASIL


(FOTO: DIVULGAÇÃO)

Qual é a melhor forma de entender a experiência de seus clientes com seus


produtos?

Contratar uma pesquisa de mercado? Pode ser útil.

Dependendo da situação, você receberá um longo relatório cheio de tabelas,


gráficos e figuras e, junto, um sumário executivo anexo, em “power point”, que
será apresentado à direção da empresa e discutido em detalhe.

Mas será que isso é suficiente? Será que isso permite um profundo
entendimento da situação?

Uma maneira melhor de entender esse fenômeno é se aproximando da


realidade, entendendo a situação com os seus próprios olhos. Para isso, você
pode ouvir os clientes diretamente na medida em que eles experimentam os
produtos. Melhor ainda se você puder fazer isso sem o formato artificial de uma
“pesquisa”.

E isso pode ser apoiado por esforços pessoais se você se colocar na posição do
consumidor e experimentar, você mesmo, a experiência de consumo para,
assim, efetivamente, entender o que acontece.
A esse tipo de prática de gestão chamamos de “ir ao gemba”. Trata-se de uma
expressão japonesa que significa “lugar onde as coisas acontecem”. Pode ser nos
escritórios, numa linha de produção nas áreas de manufatura, nos laboratórios

Há uma crença generalizada sobre administrar através de planilhas, gráficos e


apresentações, muitas reuniões ou através de e-mails. Essas práticas são
distantes e, no máximo, representam uma tentativa de entender a realidade e
pensar e definir decisões.

Pois executivos de muitas empresas que antes ficavam “enclausurados” nos


confortáveis escritórios e salas de reuniões estão arriscando-se a ir cada vez
mais ao gemba.

Muitos, porém, estão fazendo isso de uma forma na qual não se aproveita
plenamente o seu potencial. Eis, então, a pergunta capital: o que fazer no
gemba?

Primeiro, é preciso ter consciência de que ir ao gemba é uma atitude. Aquela em


que se tem a consciência clara de que é muito melhor ver as coisas com os
próprios olhos do que lê-las em um relatório, e-mail ou por terceiros, gerando o
conhecido “efeito telefone sem fio”, quando o conteúdo da informação se perde
na medida em que é passada e repassada de uns para os outros.

Em seguida, é importante que se vá ao gemba com a humildade de reconhecer


que não se sabe o que está acontecendo, e que as pessoas diretamente
envolvidas têm muito a dizer e contribuir. A ida ao gemba com uma postura
autoritária mata qualquer possibilidade de diálogo e comunicação efetiva.

O objetivo de ir ao gemba é, simplesmente, entender os problemas com


profundidade para poder ajudar a resolver, apoiar e ensinar.

Outra consciência fundamental que se deve ter é a de que ir ao gemba não pode
ser algo “esporádico”, como “vamos dar uma voltinha na fábrica hoje?” ou ser
chamado para apagar um incêndio. Deve ser parte de uma rotina regular, parte
do “trabalho padronizado”.

Quem vai ao gemba tem que estar preparado para saber enxergar, saber ouv ir e
saber fazer a pergunta certa. A atitude de mais perguntar (do que afirmar) ajuda
a entender por que está acontecendo aquilo e como poderia ser resolvido. Sem
procurar culpados ou punir. A ida ao gemba não é para intimidar ou punir, mas
para apoiar as pessoas e melhorar processos.

É importante que haja uma sólida gestão visual que coloque de forma muito
clara as informações mais básicas sobre o que está acontecendo e o que deveria
ocorrer nos locais de trabalho, da forma mais visual possível, para que fique
bem claro para quem está indo ao gemba o que está ocorrendo ali e quais são os
problemas.

Para alguns dos líderes que passam seus dias “apagando incêndios”,
basicamente chamando pessoas em suas salas para “darem explicações”, a ida
cotidiana e inteligente ao gemba pode até parecer perda de tempo.

E muitos podem pensar que se trata de “passar” a autoridade. Mas é muito pelo
contrário. Na empresa lean, o importante não é a autoridade, mas a
responsabilidade. Assim, ir ao gemba nada mais é do que o exercício do papel de
auxiliador que líderes e gestores têm.

A ida correta ao gemba representa uma mudança radical no modo de gerenciar,


diminuindo o desperdício de tempo que se tem na maioria das vezes em que só
se analisa dados ou se faz reuniões com pouco foco e profundidade.

Ela concentra e permite a imersão do gestor no mundo real. Naquele lugar onde
coisas importantes realmente acontecem. Onde se cria ou não valor para o
cliente.

Ir ao gemba permite a ocorrência de momentos “aha”, nos quais os líderes


conseguem evoluir seus entendimentos e compreensões dos problemas reais,
permitindo, assim, saltos de melhoria.
Fonte: http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Visao/noticia/2014/04/va-ao-gemba-
mas-com-atitude-certa.html

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