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Resumo
Este artigo tem como objetivo realizar uma análise da competitividade do Arranjo
Produtivo da Manga do RN, localizado no Vale do Açu, e consistiu em um mapeamento
da Cadeia Produtiva da Manga, estudo bibliográfico de Arranjos Produtivos Locais e
coleta de informações através de visitas aos principais elos da cadeia e entrevista com
seus responsáveis, afim de se verificar as relações inter-empresariais e a identificação e
atuação dos elementos na cadeia. Em posse das informações, o arranjo foi então
analisado de acordo com os sete padrões inibidores de competitividade segundo
Fairbanks e Lindsay (2002), em seu livro “Arando o Mar: fortalecendo as fontes ocultas
de crescimento em países em desenvolvimento”, presentes no APL. O estudo resultou
em uma análise SWOT do arranjo, a fim de identificar suas forças e fraquezas e as
oportunidades e ameaças.
Abstract
Key words: Manga, APL, Chain, "Seven Standards inhibitors Competitiveness”, SWOT.
¹Discentes do Curso de Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA
²Discentes do Bacharelado em Ciência e Tecnologia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA.
1. Introdução
Mesmo não sendo o maior em área e volume produzido, a cultura da manga tem
grande representatividade em valores monetários, sendo a terceira cultura mais rentável
do país, ficando atrás somente do melão e da uva.
Grandes Regiões Área Área Quantidade Rendimento
Valor
e destinada à colheita colhida produzida médio
(1 000 R$)
Unidades da Federação (ha) (ha) (t) (kg/ha)
Manga
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Produção Agrícola Municipal 2008.
Tabela 1 - Áreas destinadas à colheita, colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da
produção de Manga, segundo as Grandes Regiões e Unidades da Federação produtoras do Brasil – 2008.
2. Procedimentos Metodológicos
Após a etapa anterior foi realizada uma análise dos “Sete Padrões Inibidores de
Competitividade” definidos por Fairbanks e Lindsay, identificados em estudo do
comportamento das empresas latino americanas, em estudo realizado nos países
andinos, descritos em sua obra “Arando o Mar: fortalecendo as fontes ocultas de
crescimento em países em desenvolvimento.”, tanto quanto a bibliografia quanto sua
aplicação à realidade do arranjo estudado e, por último, realizada uma Análise SWOT
destes sete padrões a fim de identificar seus pontos positivos e negativos, no ambiente
interno e externo do arranjo.
Para o IEL-RN um APL deve ser entendido como aglomerações em uma área
geográfica delimitada com um número significativo de atores que atuam em torno de
uma atividade produtiva predominante. Além disto, também deve existir, de forma
perceptível, a cooperação inter-empresarial e ser identificado algum mecanismo de
governança.
Para Michael Porter (1993, p.126), após longa pesquisa com empresas de mais
de quinze países, concluiu que as circunstâncias nacionais afetam a maneira como as
empresas são dirigidas.
Fairbanks e Lidsay (2002) definem, no livro Arando o Mar – Fortalecendo as
Fontes Ocultas do Crescimento em Países em Desenvolvimento, o que seriam os sete
padrões inibidores da competitividade. Em estudo realizado nos países andinos –
Colômbia, Venezuela, Peru, Bolívia e Equador – os autores afirmam que as empresas e
os cidadãos destes países parecem estar ficando cada dia mais ultrapassados quando
comparados às principais democracias industriais. Além disso, mesmo não tendo sido o
foco de seus estudos, sua análise poderia ser utilizada em países pobres por toda a
América Latina, Oriente Médio, antiga União Soviética e África. Porém, por meio de
consultorias no campo de competitividade e da mentalidade aberta dos líderes das
nações em desenvolvimento, os autores mantêm a esperança de desenvolvimento da
região.
O arranjo deve buscar estimular sua demanda, pois como o próprio presidente da
ASPROM, Paulo Teixeira, quando indagado sobre o motivo pelo qual a quantidade
produzida era pequena já que a cultura da manga é mais rentável que da banana, disse
que “a banana é conhecida e consumida em todo o mundo”, enquanto que há vários
países que sequer conhecem a manga. “Podemos refletir que, na verdade, pode haver
clientes desejosos de preço e qualidade” e que poderia ser um mercado em potencial
para o mercado da manga, pois “não sabiam até mesmo que esses mercados lhes eram
atraente” (Fairbanks e Lindsay, p. 54).
Esta visão de saber quando entrar com mais força no mercado é importante para
evitar perdas. Fairbanks e Lindsay (2002, p.63) colocam que “quando os
administradores não sabem onde se encontram com relação a seus concorrentes, eles
não dispõem de informações que ajudem [...] a buscar formas de concorrer novas e
inovadoras”.
A Finobrasa, por sua vez, não oferece segurança para o produtor, visto que toda
a negociação é feita apenas no pré-colheita, já na fase final do ciclo produtivo da
manga, se esta negociação fosse feita desde o princípio o produtor teria maior segurança
para aumentar sua produção e mais estímulo para melhorar sua qualidade
continuamente.
FELDMANN (2010) afirma que “enquanto em boa parte das empresas norte-
americanas é muito difícil descobrir quem é o dono dessas, [...], nas empresas latino-
americanas praticamente sempre existe e, é bem-sabido, quem é o dono”. E, na
realidade, a Finobrasa não cria a relação de mútua dependência com a Associação, pelo
contrário, ela quer que esta saiba que essa dependência é unilateral, ou seja, a
Associação necessita da Finobrasa pra escoar sua produção para o mercado externo.
Segundo FELDMANN (2010) “Ao contrário de países como a Itália, onde a
existência dos clusters, também chamados de agrupamentos industriais, promove a
cooperação e incentiva que as empresas se unam para, por exemplo, buscar
conjuntamente mercados externos, lançar uma nova marca ou então investir
conjuntamente em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), na América Latina quase que
invariavelmente os empresários só enxergam nos concorrentes um inimigo que deve ser
abatido.”
A ASPROM conseguiu apoio do BNDES e da EMATER para o financiamento
do Packing House da Associação, estando em fase de liberação da verba necessária à
construção do prédio e compra dos equipamentos. O Packing House terá capacidade de
50 toneladas/dia, o que aumentará a margem de lucro dos produtores, pois não terá que
deixar parte de seus lucros no uso do Packing House da Finobrasa. Porém, após sua
entrada em funcionamento, ainda haverá a necessidade da obtenção da certificação
GlobalGap, bem como o know-how necessário à negociação da produção com o
mercado externo, que pode ser obtido mais rapidamente com a ajuda de exportadores de
outras culturas do estado.
6.8 Análise SWOT dos sete padrões inibidores de competitividade no APL da Manga
do Rio Grande do Norte
8. Referências