Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
p. 199
1. Assinale com V as afirmações verdadeiras e com F as falsas.
(A) Para o senso comum, o conhecimento é imediato e sensível.
(B) O senso comum é um conhecimento elementar e experiencial.
(C) Afirmar que o conhecimento vulgar é prático, é afirmar a sua base empírica.
(D) Afirmar a espontaneidade do conhecimento vulgar é negar o seu dogmatismo.
(E) O conhecimento vulgar não aprofunda os seus conhecimentos, por isso se diz subjetivo.
(F) O senso comum fundamenta-se na acumulação de observações e na repetição dos resultados.
(G) A linguagem utilizada no conhecimento vulgar permite generalizar o rigor dos seus resultados.
(H) O senso comum varia com as circunstâncias de cada sujeito, daí ser subjetivo.
(I) O senso comum é uma crença que se funda na experiência de vida.
(J) A ambiguidade que pode resultar da utilização da linguagem vulgar pelo senso comum é
ultrapassada pela capacidade crítica deste nível de conhecimento.
(K) O conhecimento científico distingue-se do conhecimento vulgar pela sua sistematicidade.
(L) As ambiguidades interpretativas presentes no conhecimento científico resultam da sua linguagem
técnica.
(M) O conhecimento científico preocupa-se em descrever os fenómenos sobre que se debruça.
(N) Ser mensurável e quantificável é uma marca distintiva do conhecimento vulgar.
(O) Prever novos fenómenos é uma das características do conhecimento científico.
(P) O conhecimento científico é, por natureza, acrítico e antidogmático.
(Q) Ser objetivo e revisível é característico do conhecimento científico.
(R) O senso comum alimenta-se do conhecimento científico.
(S) O conhecimento científico prolonga o conhecimento vulgar.
(T) Pelas suas características, é sempre aconselhável recorrer ao conhecimento científico para resolver
problemas do quotidiano.
Cenários de resposta
(A) V; (B) V; (C) V; (D) F; (E) F; (F) V; (G) F; (H) V; (I) V; (J) F; (K) V; (L) F; (M) V; (N) F; (O) V; (P) F; (Q) V;
(R) V; (S) V; (T) F
p. 199
(Exercícios retirados do exame nacional – época especial de 2012)
F. Gil, «A Ciência tal qual se Faz e as Controvérsias sobre a Objetividade», Mediações, INMC, 2001.
Explicite dois aspetos que distinguem a ciência do senso comum, a partir do texto.
Cenário de resposta
1. A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes e adequados.
Exemplos de explicitação:
– distinção entre o caráter subjetivo do senso comum e o caráter objetivo da ciência;
– distinção entre o caráter prático e utilitário do senso comum e o caráter da ciência como construção racional e
teórica;
– distinção entre o caráter dogmático e ingénuo do senso comum e o caráter crítico e metódico da ciência.
p. 199
(Exercícios retirados dos exames nacionais de 2013)
Cenário de resposta
1. (B); 2. (C)
p. 199
1. Assinale com V as afirmações verdadeiras e com F as falsas.
(A) A sistematização do método científico deve-se, entre outros, a Francis Bacon.
(B) O método indutivo é, para Galileu, o método indicado para fazer ciência.
(C) A interpretação dos dados observados corresponde à fase três do método indutivo.
(D) A dedução das consequências da hipótese corresponde a uma das fases do método hipotético-
dedutivo.
(E) Afirmar que a observação não é seletiva corresponde a uma das críticas feitas ao método
experimental.
(F) A indução, no método experimental, está presente na passagem da observação para a elaboração
da hipótese.
(G) Os positivistas do Círculo de Viena consideravam que a observação garantia a verificação
experimental.
(H) De acordo com o método experimental, não podemos afirmar que a observação é o ponto de partida
da ciência.
(I) Popper é um dos críticos dos positivistas lógicos do Círculo de Viena.
(J) Popper rejeita a solução da necessidade nómica e, com ela, a indução.
(K) Para Popper, no núcleo do seu método está a confirmação da verdade das hipóteses.
(L) O método de Popper é também conhecido por método das conjeturas e experimentações.
(M) Um dos problemas a que Popper se dedica é ao de permitir distinguir uma teoria científica de uma
teoria não científica, isto é, ao problema da demarcação.
(N) Para Popper, o importante não é provar que uma teoria é verdadeira, mas provar que ela é falsa.
(O) O falsificacionismo é o mesmo que método das conjeturas e refutações.
(P) Para Popper, só pela eliminação do erro uma teoria se torna verdadeira.
(Q) Em Popper, a verdade e a corroboração possuem indicadores temporais.
(R) A corroboração é um valor-verdade.
(S) A marca da ciência, segundo Popper, é a sua testabilidade.
(T) No método das conjeturas e refutações experimenta-se para testar uma teoria e não para a
verificar.
Cenários de resposta
(A) V; (B) F; (C) F; (D) V; (E) F; (F) V; (G) V; (H) F; (I) V; (J) V; (K) F; (L) F; (M) V; (N) V; (O) V; (P) F; (Q) F;
(R) F; (S) V; (T) V
p. 218
(Exercício retirado do exame nacional de 2012)
Aquilo em que nós acreditamos (bem ou mal) não é que a teoria de Newton ou a de Einstein sejam
verdadeiras, mas sim boas aproximações à verdade, (...) podendo ser superadas por outras melhores.
K. Popper, O Realismo e o Objetivo da Ciência, Dom Quixote, 1997.
Cenário de resposta
1.1. A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes e adequados:
– tomada de posição relativamente à perspetiva de Popper;
– fundamentação da posição tomada, através da apresentação de duas razões.
Exemplos de fundamentação:
• relação entre evolução científica, progresso científico e aproximação à verdade (verosimilhança);
• relação entre teoria científica, conjetura e refutação;
• relação entre progresso científico e sistemas hipotético-dedutivos;
• relação entre rejeição da ideia de progresso científico e relativismo;
• relação entre paradigma, ciência normal e ciência extraordinária;
• relação entre incomensurabilidade dos paradigmas e revoluções científicas.
p. 218
1. Complete os espaços em branco com as palavras sugeridas no quadro, de modo a que o
texto faça sentido.
Importa acentuar que uma decisão positiva só pode proporcionar alicerce temporário à teoria, pois
subsequentes decisões (1)-------------- sempre poderão constituir-se em motivo para rejeitá-la. Na
medida em que a teoria resista a provas pormenorizadas e severas, e não seja suplantada por outra, no
curso do (2)-------------- científico, poderemos dizer que ela «comprovou sua qualidade» ou foi (3)«-----
------------» pela experiência passada.
Nada que lembre a lógica (4)---------------- aparece no processo aqui esquematizado. Nunca suponho
que possamos sustentar a verdade de teorias a partir da verdade de enunciados singulares. Nunca
suponho que, por força de conclusões «verificadas», seja possível ter por (5)«------------------------» ou
mesmo por meramente «prováveis» quaisquer teorias. (…)
O critério de (6)------------------- inerente à Lógica Indutiva - isto é, o dogma positivista do significado -
equivale ao requisito de que todos os enunciados da ciência (7)-------------------- (ou todos os
enunciados «significativos») devem ser suscetíveis de serem, afinal, julgados com respeito à sua
verdade e (8)--------------------------; diremos que eles devem ser «conclusivamente julgáveis». Isso
quer dizer que a sua forma deve ser tal que se torne logicamente possível (9)------------------------- e
falsificá-los. Schlick diz: «(…) um enunciado genuíno deve ser passível de verificação conclusiva»;
Waismann é ainda mais claro: «Se não houver meio possível de determinar se um enunciado é (10)-----
-------------------, esse enunciado não terá significado algum, pois o significado de um enunciado
confunde-se com o método de sua verificação».
K. Popper, A Lógica da Pesquisa Científica, Cultrix, 1972, pp. 34-42 (adaptado).
Cenários de resposta
(1) negativas; (2) progresso; (3) corroborada; (4) indutiva; (5) verdadeiras; (6) demarcação; (7) empírica; (8)
falsidade; (9) verificá-los; (10) verdadeiro
p. 218
(Exercícios retirados do exame nacional de 2013)
Cenário de resposta
1. (B)
p. 218
(Exercício retirado do exame nacional de 2012)
Cenário de resposta
1. A resposta integra uma das seguintes críticas de Popper à conceção indutivista do método científico, ou outras
consideradas relevantes e adequadas.
Exemplos:
– exposição de uma crítica relacionada com a observação científica (inexistência de observações puras);
– exposição de uma crítica relacionada com a validação das hipóteses (problema do valor da
indução).
p. 218
(Exercício retirado do exame nacional de 2013)
Cenário de resposta
1. A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes e adequados.
– Explicitação da conceção indutivista:
• as hipóteses científicas resultam de generalizações baseadas na experiência;
• as hipóteses científicas não podem ser objeto de uma verificação conclusiva, mas podem ser confirmadas.
– Explicitação da crítica de Karl Popper:
• o ponto de partida da investigação científica são os problemas e não a observação de factos;
• a observação de casos particulares não permite nunca confirmar uma hipótese ou uma teoria;
• o único objetivo dos testes empíricos é falsificar as hipóteses ou teorias, e não verificá-las;
• uma hipótese científica é aceite/corroborada enquanto não for infirmada.
– Avaliação crítica da posição de Karl Popper e do caráter conjetural das teorias científicas.
p. 236
(Exercício retirado do exame nacional de 2013)
Cenário de resposta
1. (B)
p. 236
1. Complete os espaços em branco com as palavras sugeridas no quadro, de modo a que o
texto faça sentido.
cientistas; velho; extraordinária; paradigma; crise; transição; normal; científica; objetivos; métodos
A transição de um (1)--------------- em crise para um novo paradigma do qual uma nova tradição de
ciência (2)-------------- emergirá é tudo menos um processo cumulativo, um processo alcançado
mediante uma reorientação ou extensão do velho paradigma. Ao contrário disso, trata-se de uma
reconstrução do campo de estudos a partir de novos fundamentos, uma reconstrução que altera
algumas das mais elementares generalizações teóricas do campo, bem como muitos dos seus
paradigmas ao nível dos (3)------------------- e aplicações. Durante o período de (4)-----------------
haverá uma justaposição alargada, embora nunca total, entre os problemas que podem ser resolvidos
pelo (5)--------------- e pelo novo paradigma. Mas existirá também uma diferença decisiva no modo de
os resolver. Quando a transição se completa, os membros da profissão terão alterado o seu conceito do
campo de estudos, dos seus métodos e dos seus (6)-------------. (…) Os (7)------------- não passam a
ver uma coisa como uma coisa diferente. Em vez disso, eles vêem-na simplesmente. (…)
Estas ideias aqui antecipadas podem ajudar-nos a identificar a (8)-------------- como um prelúdio
apropriado à emergência de novas teorias, sobretudo depois de termos examinado uma versão de
pequena escala do mesmo processo, ao discutir a emergência das descobertas científicas. Sendo que a
emergência de uma nova teoria corta com uma tradição de prática (9)--------------- e introduz uma nova
tradição governada por novas regras e dentro de um novo universo discursivo, é provável que ela ocorra
apenas quando se pressente que a tradição anterior está claramente fora do bom caminho. Esta
observação não é, no entanto, mais do que um prelúdio à investigação do estado de crise, e,
infelizmente, as questões a que ela nos leva requerem mais a competência do psicólogo do que a do
historiador. A que se assemelha a ciência (10)--------------------? Como ganha a anomalia contornos
normativos? Como trabalham os cientistas quando sabem apenas que algo está errado a um nível
fundamental, nível esse para o qual não estão preparados pela educação que receberam? Estas questões
têm de ser muito mais investigadas, e essa investigação não deve ser meramente histórica. (…) É
frequente que um paradigma emerja, pelo menos em embrião, antes que uma crise se desenvolva muito
ou que seja explicitamente identificada.
T. Kuhn, A Estrutura das Revoluções Científicas, Guerra & Paz, 2009, pp. 124-126.
Cenários de resposta
(1) paradigma; (2) normal; (3) métodos; (4) transição; (5) velho; (6) objetivos; (7) cientistas; (8) crise; (9)
científica; (10) extraordinária
p. 241
(Exercício retirado do exame nacional de 2012)
(…) Se dos dados da observação vulgar se conclui que «todos os corpos caem», a generalização
indutiva consistiu somente em considerar permanente uma relação ocasionalmente conhecida, o que
levou, consequentemente, a procurar a justificação causal dessa permanência e a falar de gravidade.
Quando, no mesmo domínio, se concluiu da experiência, por exemplo, que «todos os corpos caem no
vácuo com igual velocidade», e se determinou a velocidade da queda livre, a indução generalizou um
dado experimental, elevando-o à categoria de relação constante.
Cenário de resposta
1.1. As duas vantagens da indução a partir dos «dados de observação vulgar» a que o texto faz referência são a
generalização e a procura da justificação causal.
p. 241
(Exercício retirado do exame nacional de 2013)
p. 241
(Exercício retirado do exame nacional – época especial de 2012)
Cenário de resposta
1. A resposta integra os seguintes aspetos, ou outros considerados relevantes e adequados para a comparação entre as
perspetivas dos dois autores:
– distinção entre o conceito de objetividade na perspetiva de Popper e o conceito de intersubjetividade na perspetiva de
Kuhn;
– caracterização da investigação científica como processo racional crítico e das teorias científicas como verosímeis na
perspetiva de Popper;
- caracterização da investigação científica como processo objetivo e subjetivo e da verdade das teorias como relativa
aos conceitos e aos procedimentos metodológicos determinados por cada paradigma na perspetiva de Kuhn;
– relação entre a objetividade do conhecimento científico e a conceção de verdade como ideal regulador na perspetiva
de Popper; relação entre a intersubjetividade do conhecimento científico e o paradigma vigente em determinado
momento na perspetiva de Kuhn;
– caracterização do estatuto do conhecimento científico como aproximação à verdade de acordo com a teoria de
Popper; caracterização dos paradigmas como incomensuráveis e consequente desaparecimento da verdade como
referencial do conhecimento científico de acordo com a teoria de Kuhn.
p. 241
1. Assinale com V as afirmações verdadeiras e com F as falsas.
(A) Kuhn é um crítico do método de Popper.
(B) Para Kuhn, a ciência progride por acumulação de conhecimentos e não por saltos bruscos, como em
Popper.
(C) Em ciência normal o conhecimento é cumulativo.
(D) Um paradigma é um modelo para fazer ciência e um modo de ver o mundo.
(E) O modelo astronómico de Copérnico é um bom exemplo de paradigma.
(F) A ciência normal é a que se pratica no contexto de um paradigma, tal como acontece com a ciência
extraordinária.
(G) As anomalias são problemas mal resolvidos.
(H) O cientista, na prática da ciência normal, resolve problemas para os quais já conhece os
procedimentos a seguir.
(I) Pela prática da ciência normal o cientista procede a reajustamentos do paradigma.
(J) Para Kuhn, o cientista acredita piamente no paradigma.
(K) Anomalias acumuladas conduzem, mais tarde ou mais cedo, à crise paradigmática.
(L) Para a crise paradigmática não conta o grau das anomalias acumuladas, mas apenas o seu número.
(M) A crise do paradigma abre o caminho à revolução científica.
(N) Dizer que os paradigmas são incomensuráveis significa afirmar que não servem de critério para se
avaliarem mutuamente.
(O) A evolução da ciência é, para Kuhn, descontínua.
(P) Tal como para Popper, também para Kuhn a eliminação dos erros aproximam-nos da verdade.
(Q) Para Kuhn, quando se trata de escolher entre teorias, há que ter em conta critérios subjetivos.
(R) Um dos critérios objetivos da escolha entre teorias é a simplicidade das teorias em questão.
(S) Dizer que uma teoria é consistente significa dizer que ela não apresenta incoerências internas.
(T) Kuhn e Popper concordam que a ciência não é objetiva.
Cenários de resposta
(A) V; (B) F; (C) V; (D) V; (E) V; (F) V; (G) F; (H) V; (I) V; (J) V; (K) V; (L) F; (M) F; (N) V; (O) V; (P) F; (Q) V;
(R) V; (S) F; (T) V