Vous êtes sur la page 1sur 1

Ac. 02273.

000/98-7 AR

FUNDAMENTO JURÍDICO. A inusitada situação de ter ocorrido, em processos diversos, por força
da divergência jurisprudencial, julgamentos contraditórios, sem que se tenha, data venia, dado a
devida atenção à ausência de responsabilidade do Município de Tramandaí, reconhecida na decisão
preclusa proferida na demanda inicialmente ajuizada, sequer de longe autoriza cogitar de ofensa à
literalidade dos preceitos constitucionais garantidores do salário mínimo e da tipificação penal da
retenção dolosa dos salários. Ação improcedente. (...)

(...) NO MÉRITO:
01 - Já advertia Calamandrei, ser o processo um jogo no qual as partes correm grandes riscos.
Os presentes autos atestam a inteira pertinência da arguta observação.
Fruto de condução equivocada desde o ajuizamento da primeira demanda apenas contra o Município
de Tramandaí, quando trata, a espécie, de litisconsórcio necessário, a par da acirrada divergência
jurisprudencial em torno da possibilidade de sucessão de empregadores no caso de emancipação de
municípios, com contratos de trabalho de seus servidores em curso, e, ainda, de instrução deficiente
no curso da segunda demanda, da qual resultou o acórdão ora atacado, as AA. vêem-se na inusitada
situação de não mais terem contra quem reclamar os salários inadimplidos.
Conquanto admissível, em tese, o corte rescisório, a forma com que deduzida a pretensão, nestes
autos, impossibilita sequer, cogitar de procedência, se atendidos os fundamentos da petição inicial,
mais precisamente, do aditamento de fls. 73/74.
Por deficiência de fundamentação, a petição inicial foi emendada em atendimento ao despacho desta
Relatora, oportunidade em que as AA., de forma inusitada, apontaram para a violação de preceitos
constitucionais completamente estranhos à matéria suscitada na ação que deu ensejo ao acórdão
rescindendo. Ali, como se pode depreender da sentença e do acórdão acostados aos autos, travou-se
discussão em torno da possibilidade, ou não, de restar configurada sucessão de empregadores diante
da emancipação do Município de Imbé, por deterem, as AA., a condição de professoras municipais,
inicialmente vinculadas ao município matriz de Tramandaí. Sequer, remotamente, é possível
vislumbrar tenham os MM. Juízes integrantes da 4ª Turma cogitado dos dispositivos constitucionais
tidos como violados (incisos IV e X do art. 7º). Pertinente invocar a orientação do ENUNCIADO-
298/TST, bem lembrado pelo Douto Procurador do Trabalho: "A conclusão acerca da ocorrência de
violação literal de lei pressupõe pronunciamento explícito, na sentença rescindenda, sobre a matéria
veiculada."
A inusitada situação de ter ocorrido, em processos diversos, por força, justamente, da divergência
jurisprudencial, julgamentos contraditórios, sem que se tenha, data venia, dado a devida atenção à
ausência de responsabilidade do Município de Tramandaí, reconhecida na decisão preclusa proferida
na demanda inicialmente ajuizada, sequer de longe autoriza cogitar de ofensa à literalidade dos
preceitos constitucionais garantidores do salário mínimo e da tipificação penal da retenção dolosa dos
salários.
À luz dos fundamentos jurídicos alinhados pelas AA.
As custas serão suportadas pelas AA. que, enquadradas na hipótese do art. 789 da CLT, cc/art. 3º da
Lei 1050/60, ficam dispensadas ex officio do encargo.
Improcede a ação.
(...)
Ac. 02273.000/98-7 AR
Julg.: 09.04.99 – 1ª Turma
Publ. DOE-RS: 07.06.99
Relatora: Carmen Camino

Vous aimerez peut-être aussi