Na sociedade moderna, a imunização se integra como uma tecnologia de
enorme importância para a saúde preventiva que englobam a população de modo global, certificando proteção individual e coletiva contra sérias doenças. As intervenções propostas pela ESF têm como proposta atender toda a população, proporcionando ações aos indivíduos e suas famílias de maneira individual, integral e contínua, seguindo os princípios propostos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) (PRATA; ROSALINI; OGATA, 2013). A vacina BCG (Bacilo de Calmette e Guérin) é apresentada sob o aspecto liofilizado em ampola multidose, acompanhada da ampola do diluente específico para a vacina. A vacina é obtida por atenuação do Mycobacterium tuberculosis, é uma suspensão de bactéria viva atenuada que confere proteção contra a tuberculose. Para atuar sobre um sistema familiar é necessário estabelecer vínculo e acesso à família. Atuar em uma família sem ciência de sua dinâmica é o mesmo que determinar tratamento sem diagnóstico prévio. Nesse âmbito, é imprescindível empregar ferramentas que possibilitam conhecer toda a família, para assim, se propor intervenção adequada (BRASIL, 2010). Desse modo, o presente trabalho tem como finalidade relatar um estudo de caso de vinte crianças cadastradas em uma equipe de Estratégia Saúde da Família (ESF) do município de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil, bairro Esplanada, no mês de janeiro. Na medida em que a vacinação se constitui com relação ao cuidado da criança, particularmente no processo de crescimento e desenvolvimento, maior sucesso vai ser obtido à imunização, que dessa forma, terá como indicador de cobertura vacinal, contribuindo também para ampliar o entendimento das famílias sobre essa ação de saúde (FIGUEIREDO, 2011). Estudos internacionais apontam a importância da prática de enfermagem para o sucesso da imunização infantil.
Objetivo
Relatar a experiência do cuidado a uma criança que apresentou reação
adversa da vacina BCG com a implementação dos diagnósticos de enfermagem.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de caso realizado na estratégia de saúde da família e
(ESF) Esplanada, no mês de janeiro de 2019, na Cidade de Montes Claros, Minas Gerais, no intuito de realizar um estudo de abordagem avaliação de 20 crianças. O estudo se deu a partir da observação do sistema familiar frente à unidade de saúde. A seleção das famílias ocorreu por indicação dos agentes comunitários de saúde.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados foram obtidos através de alguns instrumentos: a entrevista
semiestruturada e também a observação. Os dados foram analisados através da Análise de Conteúdo que é composto por uma soma de técnicas de análise de comunicação que tem por objetivo a compreensão de conteúdos manifestos e ocultos ao estruturar os dados em palavras importantes, ou categorias, classes de dados definidos por uma expressão ou palavras. Durante o período compreendido a janeiro de 2019, foram atendidas 20 crianças, 7 do sexo masculino (35%) e 13 do sexo feminino (65%); sendo a idade de 03 a 13 anos. Foi pesquisado que, nessa amostra, a maioria de abandonos de vacinação estavam na vacina Varicela. Foi analisado que 14 crianças (70%) não se utilizaram da primeira dose e 6 (30%) não realizaram a segunda dose. Ao final da análise, foi questionado aos pais ou responsáveis a fundamentação pela qual não se havia concluído o quadro vacinal completo. A maioria das respostas se davam pelo fato de que não haviam se programado conforme previsto no cartão de vacinação; que foram até a unidade básica de saúde, mas não havia a disponibilidade da vacina; que não podem ausentar-se muito tempo por terem que elaborar outras atividades pessoais ou relacionadas ao lar; trabalhar em dois períodos; ter medo das reações da vacina. Simultaneamente, foram orientados quanto a importância da vacinação no desenvolvimento saudável da criança, certificando que esta fique livre de doenças graves, mesmo que estejam expostas a ambientes que tragam riscos a sua saúde. Outra função de incrível valor foi o auxílio na capacitação de agentes de saúde com o tema “vacinação”. Nesse dia houve a oportunidade de explicitar algumas dúvidas sobre vacinação e sobre as doenças preveníeis por tal vacina. Por fim, foi observado que o atraso vacinal não pode ser conferido unicamente ao cuidador responsável, mas também a inúmeros fatores sociais e culturais, como: flexibilidade do horário, disponibilidade de vacinas, excesso de tarefas, ausência de diálogos, falsas contraindicações. Os profissionais de enfermagem e de um modo geral da saúde necessitam debater para reconhecer os receios das famílias a respeito da imunização, e prover respostas específicas e propícias a elas, sempre levando em consideração que a saúde é um direito de todos. A vacinação é pratica de rotina dos serviços de atenção básica a saúde com grande influencia nas condições de vida das crianças, logo expandir a assistência buscando a compreensão das diferentes situações e aproximando as famílias dos serviços de saúde, buscando incrementar as práticas de enfermagem, a possibilidade de abandono ou atraso nos esquemas vacinais possam ser diminuídos. A experiência pessoal da acadêmica com a utilização da Pesquisa Convergente Assistencial permitiu que ao mesmo tempo em que se ofereciam cuidados, foram realizadas análises, e deste modo todas as situações e comportamentos observados passaram a ser dados da pesquisa. Foi possível realizar a coleta de dados a partir do envolvimento com as famílias, o que a tornou dinâmica interessante de se fazer. Visto a complexidade das famílias os resultados apresentados são válidos apenas tendo como base a realidade dos sujeitos, sua cultura, seu ambiente, sua época. Ao conhecer as formas de enfrentamento das famílias pode-se constatar que pessoas e famílias são processos dinâmicos. Foi preciso cumprir a difícil tarefa de exercitar a visão ampliada, exigida do profissional enfermeiro, para compreender que o processo de trabalho não se restringe a atuação sobre doenças e agravos, mas dar condições à pessoa, família e comunidade para alcançarem saúde biológica, psicológica, espiritual, social e ambiental, conhecendo assim quem são, suas condições de saúde- doença, suas dificuldades e fortalezas, seus valores e ambiente sociocultural.
Referências Bibliográficas
FIGUEIREDO, G.L.A. et al. Experiências de famílias na imunização de crianças
brasileiras menores de dois anos. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v.19, n.3, mai-jun. 2011.
PRATA, L. L.; ROSLINI, M. H. P.; OGATA, M. N. Família e Cuidado sob os Olhares
de uma Equipe de Saúde da Família de São Carlos, SP. Rev. APS, v. 16, n. 3, p. 250- 257, jul./set. 2013.