ALUNO: PAULO CÉSAR DE OLIVEIRA MAT.: 3500057 A PESSOA E A IMAGEM DE JESUS ALFONSO GARCIA RUBIO RESENHA CRITICA
No texto lido, Alfonso Garcia Rubio apresenta sua percepção quanto à
cristologia na modernidade, sua sistematização e as mudanças que ocorrem na visão do ser humano, que em contato com os diversos métodos de estudo e pesquisa, tem a liberdade de buscar mais acerca do Jesus histórico, sem que com isso tenha que abrir mão do Cristo da fé eclesial. Antes, são capazes de comunicar o conteúdo dessa fé a homens e mulheres contemporâneos, sem serem limitados por conceitos dogmáticos pré-estabelecidos.
O autor aborda sobre os fundamentais aspectos dessa
modernidade/pós-modernidade ao fazer a exposição de cada um e suas aplicações: o aparecimento do método experimental nas ciências, que prefere o método indutivo ao dedutivo; a forte valorização da historicidade, que ao preferir fazer a história à recebê-la como algo dado, percebe o sujeito como ser da história e não objeto dela; a desvalorização das explicações mitológicas tradicionais, substituindo-as por uma visão cientifica de humanidade e mundo; a ruptura desenvolvida entre a razão e as verdades dogmáticas, onde a primeira se torna independente da segunda, ou seja, razão separada da religião; a subjetividade humana como racionalidade instrumental, autonomia e independência interior; o antropocentrismo em substituição ao teocentrismo medieval e ao cosmocentrismo da filosofia clássica, que põe o ser humano como centro de todas as coisas, até mesmo de Deus; a valorização de tudo a partir da subjetividade humana, entendida unilateralmente.
Em outro ponto, o autor trata acerca do que chama de grande crise,
ocasionada pelo estudo do Jesus histórico em contraposição ao Cristo da fé: a figura humana de Jesus ganha um crescente interesse ao ser apresentada como encarnação dos valores mais queridos pelo mundo moderno; percebe-se não ser possível articular o evangelho com a mentalidade historicista moderna, posto que a busca do Jesus histórico o apresentou segundo os pressupostos interesse de cada autor. Sendo assim, só a fé leva ao encontro da realidade de Jesus; fala-se de uma terceira onda nas investigações do Jesus histórico, onde o historiador faz com que seus pressupostos culturais e interesses interfiram no resultado das pesquisas.
Na cristologia atual, a identidade do Jesus histórico e o Cristo da fé
(dogmático) deixou de ser um ponto pacifico entre muitos, mesmo na igreja. Os interesses entre um e outro não se acompanham. Rubio destaca a valorização da história de Jesus, tendo como ponto de partida o citado nos evangelhos, interpretado de forma pascal, afirmando o encontro com o homem Jesus, realizado na fé, não na mera investigação histórica. Assim, as definições dogmático cristológicas devem continuar normativas para a fé eclesial, contudo, sem ter que permanecer como origem da cristologia hoje.
As abordagens de Rubio chegam ao interesse teológico pelo homem
Jesus, destacando-o como um homem judeu, que apresenta as características de um filosofo e um reformador social. Daí em diante, outros temas são tratados: a recuperação da imagem neo-testamentária de Deus; a cruz de Jesus e o sofrimento humano; o sentido libertador de sua ressurreição na história; a cristologia desenvolvida em função da salvação do homem; a filiação divina, seu mistério mais profundo; a universalidade da salvação-mediação de Jesus.
Para concluir, podemos afirmar que as exposições do autor nos abrem a
percepções significativas acerca de Jesus, e a tratarmos sobre sua cristologia de um modo mais livre, porém responsável, e que faça o equilíbrio necessário entre a concepção do Jesus histórico e o Cristo da fé da igreja.