Vous êtes sur la page 1sur 16

Curso Profissional Técnico de Apoio à Gestão Desportiva

Português

Módulo 8 - Poetas Contemporâneos

Trabalho realizado por: Docente


Cláudia Rocha n.º 2 Marta Fidalgo
Ricardo Canhoto n.º 21

Juncal, janeiro de 2019


Índice
Introdução................................................................................................................................3
Contexto sócio-cultural e político.............................................................................................4
Miguel Torga............................................................................................................................5
“ Poemas Ibéricos”............................................................................................................................7
Intertextualidade................................................................................................................................8
Ana Luísa Amaral..................................................................................................................10
Inês e Pedro: quarenta anos depois..................................................................................................11
Intertextualidade..............................................................................................................................12
Manuel Alegre........................................................................................................................13
Sobre um Mote de Camões..............................................................................................................14
Intertextualidade..............................................................................................................................15
Conclusão..............................................................................................................................15
Webgrafia...............................................................................................................................16

2
Introdução
A poesia contemporânea é uma expressão artística que começa a destacar-se a
partir da metade do século passado, uma vez que conseguiu a "independência" da
chamada literatura pós-guerra que imperava até aquele momento. A poesia
contemporânea dá grande atenção à forma. Outra característica muito própria desta nova
poesia é o claro interesse que demonstra nos recentes fenómenos.
O aparecimento da poesia contemporânea portuguesa, remonta ao período da
revolução estética produzida pelo Romantismo e passa, já no início do século, pelo influxo
de correntes existente no final do século XIX, tais como o Simbolismo, o Decadentismo ou
o Neogarrettismo, que, nascidas da reação anti naturalista, desaguarão em novas
tendências, tais como o Saudosismo e o Modernismo.
O século XX tem, como referência na poesia portuguesa a experiência da Geração
de Orpheu e mais concretamente o universo de Fernando Pessoa. A produção poética da
década de quarenta reflete-o antagonismo entre duas tendências teóricas opostas, o
Presencismo (também designado Segundo Modernismo) e o Neo-Realismo, que coexistem
com uma terceira via, a dos autores que encontram em Cadernos de Poesia a
possibilidade de afirmar a isenção e essencialidade da palavra poética. Na década de 50,
convergem várias tendências estéticas, afirmadas em publicações como Távola Redonda,
Árvore, Notícias do Bloqueio, Cancioneiro Geral ou Cadernos do Meio-Dia, que, apontando
quer para a consideração da existência de uma segunda geração neo-realista e de uma
segunda geração surrealista quer para o influxo do existencialismo, confluem no que, de
um modo lato, é usual designar de Geração de 50.

3
Contexto sócio-cultural e político
Miguel Torga e Manuel Alegre, embora que, com diferentes idades, vivenciaram o
Estado Novo (1933-1974), um regime autoritário, conservador, nacionalista, corporativista
do Estado e de inspiração fascista, parcialmente católico e tradicionalista, de cariz
antiliberal, antiparlamentarista, anticomunista, e colonialista, que vigorou em Portugal
durante 41 anos sem interrupção, desde a aprovação da Constituição de 1933 até à
Revolução de 25 de Abril de 1974.

Ana Luísa Amaral vivenciou a Revolução de 25 de Abril, também conhecida como


Revolução dos Cravos ou Revolução de Abril. Refere-se a um evento da história de
Portugal resultante do movimento político e social, ocorrido a 25 de abril de 1974, que
derrubou o regime ditatorial do Estado Novo e, que iniciou um processo que viria a
terminar com a implantação de um regime democrático e com a entrada em vigor da nova
Constituição a 25 de abril de 1976, marcada por uma forte orientação socialista. Na
sequência destes eventos foi instituído em Portugal um feriado nacional no dia 25 de abril,
denominado atualmente como "Dia da Liberdade".

4
Miguel Torga

Adolfo Correia da Rocha, conhecido pelo pseudónimo Miguel Torga, nasceu na


localidade de São Martinho de Anta, em Vila Real a 12 de agosto de 1907.
Em 1917, aos dez anos, foi mandado para o Porto, instalando-se numa casa
apalaçada, de parentes afastados, onde realizava trabalhos domésticos. Foi despedido um
ano depois, devido à constante insubmissão.
Em 1918, foi mandado para o seminário de Lamego, onde viveu um dos anos
cruciais da sua vida. Estudou português, geografia e história, aprendeu latim e ganhou
familiaridade com os textos sagrados. Pouco depois, comunicou ao pai que não seria
padre.
Emigrou para o Brasil, em 1920, ainda com treze anos, para trabalhar na fazenda de
café do tio, em Minas Gerais. Ao fim de quatro anos, o tio apercebe-se da sua inteligência
e permite que realize os estudos liceais no Ginásio Leopoldinense, em Leopoldina, onde se
distingue como um aluno dotado.

Em 1925, como recompensa dos cinco anos de serviço, o seu tio responsabilizou-se
pelos seus estudos, convencido de que ele viria a ser doutor em Coimbra.

Em 1928, entra para a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e


publica o seu primeiro livro de poemas, Ansiedade. Em 1929, deu início à colaboração na
revista Presença, com o poema Altitudes.

Em 1930, assumiu uma posição independente, por «razões de discordância estética


e razões de liberdade humana».

Deu por concluída a sua licenciatura em medicina pela Universidade de Coimbra, no


ano de 1933.

Em 1936, lança, junto com Albano Nogueira, o periódico Manifesto. Nesse ano,
publica O Outro Livro de Job.

Admira a cidade de Leiria, onde exerce a profissão de médico, de 1939 até 1942, e
escreve a maioria dos seus livros.

Autor prolífico, publicou mais de cinquenta livros, ao longo de seis décadas, e foi,
várias vezes, indicado para o Prémio Nobel da Literatura.

5
A obra de Torga tem um carácter humanista: por ter crescido nas serras
transmontanas, aprendeu o valor de cada homem como criador e propagador da vida e da
natureza. Torga defende que só a humanidade seria digna de louvores, ao contrário dos
deuses, que devido à sua condição omnisciente se torna muito fácil ser virtuoso. O
Homem, por sua vez, propenso à desgraça, como Ser mortal, é também capaz de criar e
de se impor à natureza. Torga vê o Homem como o único Ser digno de adoração.

6
“ Poemas Ibéricos”

Poemas Ibéricos é uma obra publicada em 1965 que retrata o nacionalismo de um homem
que prega o fim das rivalidades ibéricas mostrando que apesar de todas as atrocidades, o
homem e a Ibéria são fortes e possuem um passado.

Um Príncipe Perfeito em Portugal,


Antítese
Terra da imperfeição!
Que excessivo perdão
Pode ter quem é rei!
Na bainha do tempo, até o punhal O tempo apagou os seus pecados
É uma arma leal!
Assim nela coubesse a alma que sujei Mas a sua alma permanece corrompida

Perfeito, eu! Perfeito


Um rei que desposava no seu leito
O luto incestuoso da rainha!
Perfeito, eu, que tinha
Um herdeiro da esfera adivinhada, O seu único filho, herdeiro ao trono, morreu
E o vi morrer, humano, em 1490 numa misteriosa queda de cavalo.
Com asas de exaurido pelicano,
Às portas da aventura começada!
Perfeito, eu! Perfeito

Quem viu agonizar dentro do peito


A grandeza da vida e quanto fez por ela!
Incapaz, a cobarde caravela
Que mandei ao seu último destino, Dobragem do Cabo das Tormentas, em
Desatado o nó cego, masculino, 1488, por Bartolomeu Dias.
Que no sonho enlaçava
A soberba cintura de Castela,
Que perfeição no mundo me ficava? A interrogação traduz o segundo momento
do texto.

Pensei, lutei, matei – fiz quanto pude,


Mas em vão. Tal como em O Infante, o nascimento da
A quem Deus não ajude, obra implica, não só o sonho do Homem,
mas também a vontade divina.
Tudo são Índias de desilusão.

7
Intertextualidade

A obra “Poemas Ibéricos” de Torga estabelece um relação com “Mensagem”, de Fernando


Pessoa. Miguel Torga, afirma que a Ibéria é um corpo magro, pobre, «saibroso e
franciscano», mas materno, a que esses filhos que mamaram nas suas tetas de pedra
devem fidelidade eterna (…) Torga rejeita tudo o que remeta para uma qualquer
transcendência, isto é, que está fora do alcance da ação dos humanos, o céu ou mar.

Face à permanente oposição corpo-alma, a que dá presença na sua obra, Torga é sempre
pelo corpo.

Por outro lado, as referências às Índias são sempre negativas em Poemas Ibéricos.

Através da voz de Afonso de Albuquerque temos a impressão de ouvir os negros


presságios de Sá de Miranda: «Por isso a Índia há-de acabar em fumo/nesses doirados
Paços de Lisboa».

O último poema de Poemas Ibéricos termina assim:

“Venha o Sancho da lança e do arado,

E a Dulcineia terá, vivo a seu lado,

O senhor D. Quixote verdadeiro!”

Para Torga esta mensagem é clara: o verdadeiro herói é o Sancho, o humilde herói coletivo
da luta quotidiana da vida contra a morte, não D. Quixote de la Mancha.

Para Pessoa, pelo contrário, o país não é corpo: «um país é uma alma».

Torga louva Nuno Álvares Pereira mas destrói D. Sebastião.

Pessoa, embora entregue a Nuno Álvares a espada do Rei Artur, l’Excalibur, e lhe chame o
São Portugal, privilegia D. Sebastião: dedica-lhe na Mensagem sete poemas e numerosas
referências, enquanto a Nuno Álvares Pereira só lhe inspira uma.

Torga consagra apenas um poema a D. Sebastião para o castigar.

8
Enquanto Pessoa enaltece a sua loucura, o seu desejo de «grandeza», Torga inflige a
D.Sebastião o ultraje, a punição de ser apenas um cadáver que ninguém enterrou.
Causado pela sua loucura e a sua mania de grandezas.

Para Torga, D. Sebastião e D. Quixote, ambos voltam as costas à realidade e partem


loucamente em busca do que só existe na insensatez dos seus sonhos.

Para Pessoa as Descobertas representaram uma procura de identidade: «a busca de


quem somos/Na distância de nós».

Mas, para Torga, partir é sempre perder-se de si próprio, optar pelo barco é ser infiel à raiz.
Pessoa é sempre pelo barco, contra a raiz.

Para Torga, somos humildes filhos de uma mãe rude e pobre, a Ibéria, mas dotada de uma
grandeza de que nos devemos de orgulhar.

Para Pessoa, nesse período em que nos revelámos aos nossos próprios olhos, fomos
«navegadores e criadores de impérios».

O significado da Mensagem é o contrário da dos Poemas Ibéricos.

9
Ana Luísa Amaral
Nascida em Lisboa no dia 5 de Abril de 1956 e vive, desde os nove anos, em Leça
da Palmeira. Tem um doutoramento sobre a poesia de Emily Dickinson. É Professora
Associada da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde integra também a
direção do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa.
Tem várias publicações académicas em Portugal e no estrangeiro. É autora, com
Ana Gabriela Macedo, do Dicionário de Crítica Feminista (Porto: Afrontamento, 2005) e
preparou a edição anotada de Novas Cartas Portuguesas (1972), de Maria Isabel Barreno,
Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa (Lisboa: Dom Quixote, 2010). Organizou, com
Marinela Freitas, os livros Novas Cartas Portuguesas 40 Anos Depois (Dom Quixote, 2014)
e New Portuguese Letters to the World (Peter Lang, 2015). Coordenou o projeto
internacional financiado pela FCT Novas Cartas Portuguesas 40 anos depois, que
envolveu 13 equipas internacionais e mais de 15 países.
Em torno dos seus livros de poesia e infantis foram levados à cena, espetáculos de
teatro e leituras encenadas.
Em 2007, venceu o Prémio Literário Casino da Póvoa, com a obra A Génese do
Amor. No mesmo ano, foi galardoada em Itália com o Prémio de Poesia Giuseppe Acerbi,
prémio esse que visa educar os jovens à leitura, assim como, ampliar os espaços
cognitivos dos leitores e criar uma rede de conhecimento e relações internacionais.
O seu livro Entre Dois Rios e Outras Noites obteve, em 2008, o Grande Prémio de
Poesia da APE (Associação Portuguesa de Escritores).

10
Inês e Pedro: quarenta anos depois
É tarde. Inês é velha.
Os joanetes de Pedro não o deixam caçar
e passa o dia todo em solene toada:
«Mulher que eu tanto amei, o javali é duro!
Já não há javalis decentes na coutada
e tu perdeste aquela forma ardente de temperar
os grelhados!»

Mas isto Inês nem ouve:


não só o aparelho está mal sintonizado,
mas também vasto é o sono
e o tricot de palavras do marido
escorrega-lhe, dolente, dos joelhos
que outrora eram delícias,
mas que agora
uma artrose tornou tão reticentes.

Inês é velha, hélas,


e Pedro tem caibras no tornozelo esquerdo.
E aquela fantasia peregrina
que o assaltava, em novo
(quando as chama era alta e o calor
ondeava no seu peito),
de ver Inês em esquife,
de ver as suas mãos beijadas por patifes
que a haviam tão vilmente apunhalado:
fantasia somente,
fulgor que ele bem sabe ser doença
de imaginação.

O seu desejo agora


era um bom bife
de javali macio
(e ausente desse horror de derreter
neurónios).
Mais sábia e precavida (sem três dentes
da frente),
Inês come, em sossego,
uma papa de aveia.

11
No poema, Ana Luísa Amaral retrata o amor proibido de um dos casais mais
conhecidos da literatura. Localizados num tempo onde já são ambos de uma certa idade,
Ana Luísa transmite-nos a mensagem de cansaço, velhice, mencionando os joanetes de
Pedro e a fraca audição de Inês. No entanto, isto pode também ser o indicador do
desgaste do amor entre os dois. No poema, não conseguimos identificar o amor ardente
vivido pelo casal, mas sim os problemas e queixas de cada um, como se o sentimento
mútuo se tivesse desvanecido.
A beleza da juventude e a paixão sofreram as suas transformações, Inês já sem
dentes da frente e Pedro tem cãibras. Isto poderá ser uma crítica ao desgaste da relação,
onde os parceiros acomodados se descuidam com eles próprios e não se esforçam para
agradar o outro.
Nos versos 4 a 7, é notável o descuido, mesmo que não intencional. É possível que
no poema estejam representadas duas perspetivas do assunto: enquanto que Pedro se
mostra nostálgico e deseja voltar aos tempos antigos, Inês conforma-se com a nova
realidade, aceitando o estado da sua vida e da sua relação, que se desgastou ao longo
dos anos.

Intertextualidade
“Inês e Pedro: quarenta anos depois” relaciona-se com um dos poemas da obra Os
Lusíadas, “Inês de Castro”. Na história de D.Pedro e Inês de Castro, a “Rainha que foi
coroada depois de morta”, os amores e as lágrimas, são a celebração e a reabilitação do
amor que acima de tudo humano, está para além dos tempos.
Ana Luísa Amaral avançou quarenta anos e retratou o estado de como estaria a
relação se ambos permanecessem juntos e com vida. Neste poema, a relação encontra-se
desgastada pelos anos e, a paixão ardente e intensa entre os dois, já não é visível. Inês
conformasse ao seu estado de velhice e à sua relação com Pedro, que já não é como, em
tempos, foi.

12
Manuel Alegre
Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu a 12 de maio de 1936, em Águeda. Estudou
Direito na Universidade de Coimbra, onde foi um ativo dirigente estudantil. Apoiou a
candidatura do General Humberto Delgado. Foi fundador do CITAC – Centro de Iniciação
Teatral da Academia de Coimbra, membro do TEUC – Teatro de Estudantes da
Universidade de Coimbra, campeão nacional de natação e atleta internacional da
Associação Académica de Coimbra. Dirigiu o jornal A Briosa, foi redator da revista Vértice e
colaborador de Via Latina.
Manuel é chamado para o serviço militar em 1961. Em 1962 é mobilizado para
Angola, onde dirige uma tentativa pioneira de revolta militar. É preso pela PIDE em
Luanda, em 1963, durante 6 meses. Muda-se para Argel onde permanece dez anos e se
torna dirigente da Frente Patriótica de Libertação Nacional.
Regressa a Portugal a 2 de Maio de 1974, dias após o 25 de Abril.
Entra no Partido Socialista onde, ao lado de Mário Soares, promove as grandes
mobilizações populares.
Desempenhou um grande papel na política. Passou por deputado por Coimbra e
Lisboa; dirigente histórico do PS; Vice-Presidente da Assembleia da República; membro
eleito do Conselho de Estado; candidato a Secretário-geral do PS; candidato à Presidência
da República, onde atingiu o segundo lugar. A 23 de Julho de 2009 despediu-se do lugar
de Deputado por vontade própria, que ocupou durante 34 anos.
Contudo, em Janeiro de 2010, Manuel Alegre anuncia a sua disponibilidade para
travar o combate das presidenciais em 2011 e em Maio de 2010 apresenta formalmente a
sua candidatura à Presidência da República.
Manuel Alegre tem sido distinguido por inúmeras condecorações e medalhas. Em
2017 recebeu o Prémio Camões e foi doutorado "honoris causa" pela Universidade de
Pádua.

13
Sobre um Mote de Camões
Se me desta terra for A
Mote
eu vos levarei amor. A
Nem amor deixo na terra B
O amor vai com o Sujeito
quando deixando levarei. C Poético para onde ele for

Deixo a dor que te deixar D Oposição entre o


«levar» e o «deixar»
na terra onde amor não vive E
na que levar levarei C
O sujeito poético quer
amor onde só dor tive. E
levar o amor

Nem amor pode ser livre E


Na pátria não há liberdade de expressão
se não há na terra amor. A por isso, o ato de amor também não é livre

Deixo a dor de não levar D


Na ditadura há repressão e falta de
a dor de onde amor não vive. E afetividade

E levo a terra que deixo F


O sujeito poético leva as lembranças da
onde deixo dor que tive. E
terra porque no sítio onde for, vai ser
Na que levar levarei C livre, livre de fazer o que quiser

este amor que é livre livre. E

O poema é composto por 16 versos divididos em 4 quadras.


É constituído pelos 4 tipos de rima: emparelhada, cruzada, interpolada e por versos soltos.

14
Intertextualidade
É o falar camoniano que se encontra na poesia de Manuel Alegre, que pretendeu fazer
uma recuperação de valores literários do passado, uma recuperação dos textos
palimpsésticos, que ao longo do tempo se foram apagando.
A poesia de Manuel Alegre representa "matrizes hipogramáticas" de textos da poesia
medieval e da Odisseia, mas o mais importante intertexto português no "poeta-trovador" é,
sem dúvida, a poesia épica e lírica de Luís de Camões.
Camões representa a língua portuguesa e Manuel Alegre quis, mais uma vez, homenagear
esse poeta real que foi "não português mas Portugal", como disse Fernando Pessoa.

Pontos Comuns entre os poetas

15
Conclusão
Miguel Torga valoriza a natureza e retoma a uma das temáticas das cantigas do amigo.
Mostra-se desiludido e inconformado com o mundo que o rodeia. Apresenta um tom
confessionalista, expressividade das metáforas e irregularidade ao nível da métrica, da
versificação e da rima.

Por sua vez, Ana Luísa Amaral representa a igualdade de género e o quotidiano. Recupera
temas que ilustram a tradição literária a par da subversão dessa mesma tradição. Constrói
uma visão feminista da educação e apresenta domínio das potencialidades expressivas da
língua, assim como, sintaxe invulgar.

Manuel Alegre luta pela liberdade e denuncia os horrores da Guerra Colonial antes e
depois do 25 de abril. Recupera a musicalidade típica das cantigas de amigo e é
empenhado socialmente. Apresenta a poesia como arma ao serviço da denúncia e da
liberdade.

A intertextualidade é uma marca fundamental de todo o texto poético e de todo o texto


literário.

Webgrafia

https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/5184/3/PDF%20Manuel%20Alegre.pdf

16

Vous aimerez peut-être aussi