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MÓDULO DE:

CONTABILIDADE GERENCIAL

AUTORIA:

EDMAR LYRIO TEMPORIM

Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

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Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
Módulo de: Contabilidade Gerencial
Autoria: Edmar Lyrio Temporim

Segunda edição: 2012

CITAÇÃO DE MARCAS NOTÓRIAS

Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste módulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes
e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando
tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos.
Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente a aplicação didática, beneficiando e
divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização
e direitos autorais.
E, por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas
de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial.

Todos os direitos desta edição reservados à


ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA
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Bairro Itaparica – Vila Velha, ES
CEP: 29102-040
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A presentação

Caros alunos, meu nome é Edmar e acredito nesse momento como um encontro positivo
onde prevalece o interesse e a difusão de conhecimentos.

É através da disciplina de Contabilidade Gerencial que vamos interagir via ambiente virtual,
procurando diminuir as distâncias em favor da construção de um aprendizado que seja
dinâmico o suficiente para nos permitir romper barreiras e estabelecer o padrão de qualidade
proposto pela ESAB e aprovado pelo MEC, sempre de posse dos melhores recursos
acadêmicos/tecnológicos disponíveis.

Costumo dizer que a Contabilidade Gerencial tornou-se adulta, mas ainda, não parou de
crescer. Ela se notabiliza porque, em nome da "melhor informação contábil", busca
elementos importantes nas mais variadas fontes sobre planejamento, controle e tomada de
decisão. É, na verdade, uma coleção de técnicas tomadas emprestadas de outras disciplinas
correlatas, o que reforça seu caráter integrativo e motiva a construção dos sistemas de
informações contábeis, o quais constituem ferramentas imprescindíveis de auxílio ao
empresário na tomada de decisão e criação de valor.

Nosso estudo vai percorrer caminhos que permitam conhecer essencialmente os recursos
técnicos, através dos quais a disciplina unifica seu conceito gerencial. Cada tema
desenvolvido representa importância capital na formação de um sistema de informação que
seja útil às mais variadas gestões. Ao bom observador será possível intuir paralelos entre a
disciplina e o cotidiano empresarial, de forma a ter presente sua utilidade prática,
principalmente àqueles que se dirigem em direção do mercado de trabalho.

Esse conjunto de valores me faz otimista e é com esse espírito que pretendo acompanhá-los
nessa jornada de conhecimentos sobre a disciplina de Contabilidade Gerencial.

Bons Estudos!

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O bjetivo

O conteúdo desta disciplina foi desenvolvido com o objetivo de apresentar a Contabilidade


Gerencial de maneira a atender aos seguintes aspectos:

 Definir a área de abrangência da Contabilidade Gerencial;

 Apresentar os conceitos fundamentais de cada tema constante da área de


abrangência da disciplina;

 Apresentar temas que devem ser inseridos num sistema de informação contábil para
torná-lo gerencial.

Dessa forma, o objetivo é apresentar os fundamentos teóricos de Contabilidade Gerencial,


tanto no campo acadêmico, quanto para a prática empresarial, evidenciando o conjunto
mínimo de ferramentas para a efetivação da contabilidade gerencial dentro de uma empresa.

E menta

Neste estudo há uma preocupação latente em priorizar a informação contábil útil à


administração. Para tanto, a Contabilidade Gerencial é o processo de identificação,
mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de informações
financeiras utilizadas pela administração para planejamento, avaliação e controle dentro de
uma organização, para assegurar e contabilizar o uso apropriado de seus recursos.

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S obre o Autor

Sou Edmar Lyrio Temporim

Graduação em Ciências Econômicas;

Especialização em Administração Bancária, com ênfase em Gestão Financeira;

Especialização em Tecnologia de Gestão Pública e Responsabilidade Fiscal (ESAB);

MBA em Finanças Corporativas - Executivo em Finanças - pelo IBMEC (Instituto Brasileiro de


Mercado de Capitais).

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S umário

UNIDADE 1 ......................................................................................................................................... 8
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 8
UNIDADE 2 ....................................................................................................................................... 10
A Contabilidade Gerencial como fator de criação de valor ............................................................. 10
UNIDADE 3 ....................................................................................................................................... 13
Contabilidade Gerencial x Contabilidade Financeira ...................................................................... 13
UNIDADE 4 ....................................................................................................................................... 16
Características e Importância ......................................................................................................... 16
UNIDADE 5 ....................................................................................................................................... 24
Balanço Social: Características e Formalidades ............................................................................ 24
UNIDADE 6 ....................................................................................................................................... 29
ANÁLISE PATRIMONIAL ............................................................................................................... 29
UNIDADE 7 ....................................................................................................................................... 35
OBRIGATORIEDADE NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ..................................................... 35
UNIDADE 8 ....................................................................................................................................... 39
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO ............................................................ 39
UNIDADE 9 ....................................................................................................................................... 44
ANÁLISE DOS ÍNDICES FINANCEIROS ....................................................................................... 44
UNIDADE 10 ..................................................................................................................................... 55
ANÁLISE DE BALANÇO PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ................................................ 55
UNIDADE 11 ..................................................................................................................................... 65
PRINCIPAIS QUOCIENTES ESTÁTICOS ..................................................................................... 65
UNIDADE 12 ..................................................................................................................................... 69
RECURSOS GERENCIAIS PARA TOMADA DE DECISÕES ........................................................ 69
UNIDADE 13 ..................................................................................................................................... 72
OS ESTOQUES E OS INVESTIMENTOS ...................................................................................... 72
UNIDADE 14 ..................................................................................................................................... 76
TERMINOLOGIA UTILIZADA NA CONTABILIDADE DE CUSTOS................................................ 76
UNIDADE 15 ..................................................................................................................................... 80
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ELEMENTOS INDUSTRIAIS: CLASSIFICAÇÃO E FLUXO DE PRODUÇÃO ................................ 80
UNIDADE 16 ..................................................................................................................................... 83
CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS ..................................................................................................... 83
UNIDADE 17 ..................................................................................................................................... 88
O ESTOQUE E A MATÉRIA PRIMA NO PROCESSO INDUSTRIAL ............................................. 88
UNIDADE 18 ..................................................................................................................................... 92
MÃO DE OBRA-DIRETA................................................................................................................ 92
UNIDADE 19 ..................................................................................................................................... 97
SISTEMAS DE CUSTEAMENTO ................................................................................................... 97
UNIDADE 20 ................................................................................................................................... 103
CONCEITO DE MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ......................................................................... 103
UNIDADE 21 ................................................................................................................................... 110
SISTEMA RKW ............................................................................................................................ 110
UNIDADE 22 ................................................................................................................................... 113
PONTO DE EQUILÍBRIO ............................................................................................................. 113
UNIDADE 23 ................................................................................................................................... 118
CONCEITOS DE FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA............................................................ 118
UNIDADE 24 ................................................................................................................................... 123
PRODUÇÃO POR ORDEM E PRODUÇÃO CONTÍNUA ............................................................. 123
UNIDADE 25 ................................................................................................................................... 129
PLANEJAMENTO – CONCEITOS FUNDAMENTAIS .................................................................. 129
UNIDADE 26 ................................................................................................................................... 132
PLANEJAMENTO, PLANO E TOMADA DE DECISÃO ................................................................ 132
UNIDADE 27 ................................................................................................................................... 134
ASPECTOS OPERACIONAIS DO PLANEJAMENTO .................................................................. 134
UNIDADE 28 ................................................................................................................................... 139
ORGANIZAÇÃO .......................................................................................................................... 139
UNIDADE 29 ................................................................................................................................... 142
PROCESSO DECISÓRIO ............................................................................................................ 142
UNIDADE 30 ................................................................................................................................... 146

GLOSSÁRIO ................................................................................................................................... 150

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................... 152

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U NIDADE 1
Objetivo: Introduzir o módulo e o estudo da Contabilidade Gerencial

“Viver é inapreensível; indecifrável é a vida.

E, apesar disso, buscamos relatar acontecimentos.

Embora inexplicável seja o existir.

Ainda assim, atrevemo-nos a indagar;

Sem chegar a saber as respostas.

Na realidade(?) nem mesmo as perguntas.”

(Renard Draner)

INTRODUÇÃO

A Contabilidade Gerencial destaca-se hoje como um dos


segmentos da ciência contábil, talvez o primeiro, em que se
verificam os esforços de pesquisa em todo mundo.

Apesar disso, muitos acadêmicos, segundo McLean, aceitam o


fato de que não existe uma teoria unificada para a
Contabilidade Gerencial. Muitos chegam a entender que a
Contabilidade Gerencial não passa de uma coleção de técnicas tomadas emprestadas de
outras disciplinas correlatas.

Apesar da utilização de temas de outras disciplinas, ela se caracteriza por ser uma área
contábil autônoma, pelo tratamento dado à informação contábil, enfocando planejamento,

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controle e tomada de decisão, e por seu caráter integrativo dentro de um sistema de
informação contábil.

A identidade da disciplina é revelada pelo seu caráter integrativo. Enquanto em outros


segmentos da ciência contábil os temas são tratados e analisados de forma isolada, na
Contabilidade Gerencial todos os temas são tratados dentro de um conjunto único, sem
prescindir da integração necessária à informação contábil.

Muitos teóricos consideram que a Contabilidade Gerencial é essencialmente para tomada de


decisão. Porém, além disso, devemos ter também uma estrutura de informações
operacionais e repetitivas, que possibilitem auxílio permanente a todo ciclo administrativo de
execução e controle.

O ensino à distância tem como mérito estimular a disciplina do aluno, dando-lhe a liberdade
de administrar seu tempo de estudo, segundo suas próprias necessidades.

Por exemplo, se seu rendimento é melhor imprimindo o conteúdo, faça-o, em nome das
facilidades que irá subtrair dessa decisão.

Portanto, a partir dos recursos disponíveis, organize um “padrão bom” de aprendizagem e


planeje utilizá-lo com o melhor grau de aproveitamento.

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U NIDADE 2
Objetivo: Introduzir um conceito novo, em que se faz destaque para a “informação que cria
valor”. Trata-se do império da informação seletiva, direcionada para o sucesso das
organizações.

A Contabilidade Gerencial como fator de criação de valor

O atual foco das pesquisas sobre a missão das entidades empresariais está centrado no
conceito de criação de valor, associando dentro do mesmo escopo o processo de informação
gerado pela contabilidade para que as empresas possam cumprir adequadamente sua
missão.

ATKINSON, BANKER, KAPLAN E YOUNG iniciam seu trabalho mais recente com esse
conceito, dizendo: “Contabilidade Gerencial – Informação que cria valor – Sistemas contábeis
gerenciais efetivos podem criar valor considerável, pelo fornecimento de informações
acuradas e oportunas sobre as atividades necessárias para o sucesso das organizações de
hoje.”

O atual estágio da Contabilidade Gerencial, que abarca todos os estágios evolutivos


anteriores, centra-se no processo de criação de valor por meio do uso efetivo de recursos
empresariais. Essa função-objetivo está declarada no Relatório Revisado de Março de 1998,
emitido pelo Comitê de Contabilidade Financeira e Gerencial da Federação Internacional de
Contadores (International Federation of Accountants – IFAC), sobre os conceitos de
Contabilidade Gerencial.

A seguir, os principais tópicos relacionados com o tema de geração ou criação de valor,


partindo da apresentação dos estágios evolutivos da Contabilidade Gerencial, de acordo com
o IFAC.

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Evolução e Mudança na Contabilidade Gerencial

“O campo da atividade organizacional, abarcado pela Contabilidade Gerencial, foi


desenvolvido através de quatro estágios reconhecíveis”:

$ Estágio 1 – Antes de 1950, o foco era na determinação do custo e controle financeiro,


através do uso das tecnologias de orçamento e contabilidade de custos;

$ Estágio 2 – Por volta de 1965, o foco foi mudado para o fornecimento de informação para o
controle e planejamento gerencial, através do uso de tecnologias tais como análise de
decisão e contabilidade por responsabilidade;

$ Estágio 3 – Por volta de 1985, a atenção foi focada na redução do desperdício de recursos
usados nos processos de negócios, através do uso das tecnologias de análise e
administração estratégica de custos;

$ Estágio 4 – Por volta de 1995, a atenção foi mudada para a geração ou criação de valor
através do uso efetivo de recursos, através do uso de tecnologias tais como o exame dos
direcionadores de valor ao cliente, valor para o acionista, e inovação organizacional.”

“Cada estágio da evolução representa adaptação para um novo conjunto de condições que
as organizações enfrentam, pela absorção, reforma, e adição aos focos e tecnologias
utilizadas anteriormente.

Cada estágio é uma combinação do velho e do novo, com o velho sendo reformado para
ajustar-se com o novo em combinação a um novo conjunto de condições para o ambiente
gerencial. A Contabilidade Gerencial atual refere-se ao produto do processo de evolução
cobrindo os quatro estágios” (IFAC, parágrafos 9 e 15).

“Nos estágios 3 e 4, ela (a Contabilidade Gerencial) é vista como uma parte integral do
processo de gestão, com informações sendo disponibilizadas em tempo real diretamente
para a administração, e com a distinção entre administração de apoio e linha sendo
progressivamente embaçada.

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“Nos estágios 3 e 4, a informação é vista como um recurso organizacional, juntamente com
outros recursos organizacionais; o foco, agora, contudo, é na redução das perdas e
desperdícios desses recursos (tanto em termos reais como financeiros) e em conservar ou
alavancar seu uso na geração ou criação de valor” (IFAC, parágrafo 17).

A função-objetivo da Contabilidade Gerencial de criação de valor para os acionistas é um


conceito objetivo, pois pode ser mensurado economicamente.

A criação de valor para o acionista centra-se na geração de lucro empresarial, que, por sua
vez, é transferido para os proprietários da entidade, aos denominados acionistas.
Exemplificando: a partir de um investimento em ativos, tais como estoques, máquinas,
terrenos e mão de obra; o dinheiro aplicado em ativos deve ser contrabalançado por uma
quantia idêntica gerada por algum financiamento.

Quando começar a vender, a empresa irá gerar dinheiro. Essa é a base de criação de valor,
que constitui a finalidade empresarial, e está representado no balanço patrimonial.

Assim, o conceito de criação (ou adição) de valor na Contabilidade Gerencial, como em


finanças, está ligado ao processo de geração de lucro para os acionistas.

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U NIDADE 3
Objetivo: A Contabilidade Gerencial se sustenta na Ciência Contábil e na Administração
Financeira, porém, devemos destacar o “uso da informação” nas diferentes situações.

Contabilidade Gerencial x Contabilidade Financeira

Os métodos da Contabilidade Financeira e da Contabilidade Gerencial foram desenvolvidos


para diferentes propósitos e para diferentes usuários das informações financeiras. Há,
contudo, numerosas similaridades e áreas de sobreposição entre os métodos da
Contabilidade Financeira e a Gerencial.

A Contabilidade Gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para os


administradores – isto é, aqueles que estão dentro da organização e são responsáveis pela
direção e controle de suas operações. A Contabilidade Gerencial pode ser contrastada com a
Contabilidade Financeira, que é relacionada com o fornecimento de informações para os
acionistas, credores e outros que estão fora da organização.

Quadro Comparativo

Fator Contabilidade Contabilidade Gerencial


Financeira

Usuários dos Externos e internos Internos


relatórios

Objetivo dos Facilitar a análise Objetivo especial de facilitar o


relatórios financeira para as planejamento, controle, avaliação de
necessidades dos desempenho e tomada de decisão
usuários externos internamente.

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Forma dos Balanço Orçamento, contabilidade por
relatórios Patrimonial, responsabilidade, relatórios de
Demonstração dos desempenho, relatório de custo,
Resultados, relatórios especiais não rotineiros para
Demonstração dos tomada de decisão.
Lucros e Prejuízos
Acumulados,
Demonstração dos
Fluxos de Caixa e
Demonstração do
Valor Adicionado
(se cia aberta)

Frequência dos Anual, trimestral e Quando necessário à administração


relatórios ocasionalmente
mensal.

Custos ou valores Primariamente Históricos e esperados (previstos)


utilizados históricos (passado)

Bases de Moeda corrente Várias bases (moeda corrente, moeda


mensuração estrangeira – moeda forte, medidas
usadas para físicas, índices etc.)
quantificar os
dados

Restrições nas Princípios Nenhuma restrição, exceto as


informações Contábeis determinadas pela administração.
fornecidas Geralmente Aceitos

Arcabouço teórico e Ciência Contábil Utilização pesada de outras disciplinas,


técnico como economia, finanças, estatística,

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pesquisa operacional e comportamento
organizacional.

Características da Deve ser objetiva Deve ser relevante a tempo, podendo


informação (sem viés), ser subjetiva, possuindo menos
fornecida verificável, relevante verificabilidade e menos precisão.
e a tempo.

Perspectiva dos Orientação histórica Orientada para o futuro para facilitar o


relatórios planejamento, controle e avaliação de
desempenho antes do fato (para impor
metas), acoplada com uma orientação
histórica para avaliar os resultados reais
(para o controle posterior do fato)

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U NIDADE 4
Objetivo: Abordar pontos acerca dos conceitos e utilização da Contabilidade Gerencial,
principalmente no tocante à sua visibilidade e independência em relação às outras disciplinas
que sustentam o gerenciamento da informação contábil.

Características e Importância

Segundo Sérgio de Iudícibus “a Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada,


superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos
contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos,
na análise financeira e de balanços etc., numa forma de apresentação e classificação
diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório”.

Anthony (1970), um dos precursores da Contabilidade Gerencial, estabeleceu algumas


características, como: tem múltiplos objetivos; não é governada pelos princípios geralmente
aceitos; é opcional; focaliza segmentos, assim como o "todo do negócio"; dá menos ênfase à
precisão; é parte de outros processos e não um fim em si mesmo.

A Contabilidade Gerencial, como ramo do saber, é de fundamental importância na vida


econômica atual, principalmente nas complexas economias modernas.

Em sentido geral, a Contabilidade Gerencial trata da coleta, apresentação e interpretação


dos fatos econômicos.

E, como sabemos que os recursos são escassos, ela se ocupa de utilizá-los de forma
racional através de um adequado controle dos insumos, com base num confiável sistema de
informação gerencial.

Assim, a Contabilidade Gerencial se utiliza de ferramentas de várias áreas, mas


principalmente da Administração, Economia e da própria Contabilidade, como a parte de
custos, geral e análise contábil.

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Caráter de Integração da disciplina

A Contabilidade Gerencial não existe dentro de uma entidade da mesma maneira que existe
a Contabilidade Financeira, Contabilidade de Custos e Administração Financeira. Em todas
as entidades as aplicações dessas disciplinas são visíveis e, dependendo do porte da
empresa, existem departamentos distintos que são responsáveis por sua execução.

Não é demais lembrar que, no âmbito didático, essas disciplinas são ensinadas
isoladamente. Em função disso, é comum, e até esperado, que o aprendizado dos temas de
cada disciplina seja feito de forma não integrada. Isso quer dizer que, quando o aluno está
aprendendo as técnicas de formação de custo do produto, ele e o professor estão
preocupados exclusivamente com isso. Não há preocupação de integração com as demais
áreas contábeis, e isso se repete com outras técnicas.

Não podemos deixar de anotar que essas disciplinas enfocam as condições para o uso de
suas técnicas no processo administrativo. Acontece que elas não podem enfocar o uso
integrado com outras disciplinas, porque não há possibilidades didáticas para isso. Esse
papel cabe à disciplina de Contabilidade Gerencial.

Contabilidade Gerencial como instrumento de administração

A Contabilidade Gerencial existe ou existirá se houver uma ação que faça com que ela
exista. Uma entidade tem Contabilidade Gerencial se houver dentro dela pessoas que
consigam traduzir os conceitos contábeis em atuação prática.

Contabilidade Gerencial significa gerenciamento da informação contábil. Gerenciamento é


uma ação, um fazer e não um existir. Contabilidade Gerencial significa o uso da
contabilidade como instrumento da administração.

Se temos a Contabilidade, se temos a informação contábil, mas não a usamos no processo


administrativo, no processo gerencial, então não existe gerenciamento contábil, não existe
Contabilidade Gerencial.

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Dessa forma, fica claro que a Contabilidade Gerencial deve utilizar-se das técnicas já
desenvolvidas por outras disciplinas, até porque nelas o estudo específico é mais
aprofundado.

Pode parecer absurdo, mas o fato é que até algumas poucas décadas atrás, principalmente
no meio acadêmico brasileiro, era comum encontrarmos resistência quanto à possibilidade
de a Contabilidade Gerencial interferir positivamente na geração de resultados das
empresas.

Talvez pela sua “autonomia” em trabalhar recursos técnicos de outras áreas e se fazer
presente através do uso da informação contábil como ferramenta para administração. Diante
dos fatos, e para que nosso estudo seja compreendido desde sua base original, exercite seu
posicionamento pessoal. Faça-o respondendo às perguntas abaixo; sempre imaginando que
essa compreensão inicial, sem as amarras técnicas de uma ciência exata, será de
fundamental importância para a absorção do conteúdo que veremos ao longo do curso.

1) Você concorda com o grau de “autonomia” conferida à disciplina de Contabilidade


Gerencial? Por quê?
2) A Contabilidade Gerencial existe ou só existirá mediante a “provocação” de uma gestão
que prime pelo gerenciamento da informação contábil?
3) Qual sua opinião sobre a afirmação de que a Contabilidade Gerencial “não é governada
pelos princípios geralmente aceitos”?
4) Manifeste seu pensamento sobre a afirmação: “Contabilidade Gerencial – informação que
cria valor”.
Obs.: os alunos não estão obrigados a se posicionar (apresentar as respostas) diante das
atividades propostas dentro do conteúdo. O objetivo é fixar os conceitos apresentados e,
diante da dúvida, pode postá-la na “dúvidas ao tutor” e faremos as correções necessárias.

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A dúvida é fonte de aprendizado. Ela motiva o aluno a buscar outros conteúdos. Existem
recursos de toda ordem: nos livros, nas bibliotecas online, etc. Nossa missão é “facilitar” a
absorção do conteúdo proposto, inclusive sanando as eventuais dúvidas existentes ao longo
do curso.

A propósito das dúvidas, também vale a pena consultar os registros já formulados por outros
alunos (perguntas e respostas – elas ajudam a fixar os conhecimentos e contribuem para a
solução das provas).

Para melhor ilustrar a importância das perguntas e respostas, incluímos abaixo uma dúvida
respondida, a qual encontra paralelo nas unidades já abordadas:

Características da Contabilidade Gerencial (PERGUNTA)

Prezado Tutor:

O material didático traz citação de Anthony (1970) que diz que "a Contabilidade Gerencial não
é governada pelos princípios geralmente aceitos". O que exatamente isto quer dizer já que os
princípios são os pilares da Contabilidade e a Gerencial um extrato da Geral.
Agradeço a atenção. (28/06/2008)

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Interação (opinião de outro aluno)

Adilson

Segundo CREPALDI (1998, pág. 18), " a contabilidade gerencial é o ramo da contabilidade
que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem
em suas funções gerenciais."

A contabilidade gerencial é desregulamentada, ou seja, ela não é dirigida por regras e


princípios fundamentais da contabilidade ou por autoridades governamentais.

Todas as informações levantadas pela contabilidade gerencial são determinadas pela


administração, para satisfazer as necessidades estratégicas e operacionais da empresa.

Segundo ATKINSON (2000, pág. 36), "a contabilidade gerencial é o processo de produzir
informação operacional e financeira para funcionários e administradores."

Adilson, baseado no que diz CREPALDI e ATKINSON, podemos considerar que a


contabilidade gerencial surgiu para auxiliar os administradores nas tomadas de decisões e
todas as informações geradas pela contabilidade gerencial são voltadas exclusivamente para
funcionários, administradores e executivos das empresas.

Como todas as informações geradas pela contabilidade gerencial são para as tomadas de
decisões dos administradores, ela não precisa cumprir normas e princípios da contabilidade.

Espero ter colaborado com você e ajudado a esclarecer sua dúvida.

Jailson 28/06/2008

Características da Contabilidade Gerencial (resposta do professor)

Adilson,

Primeiramente cumpre-nos agradecer a valiosa contribuição do colega Jailson. Resta-nos


trazer informações que acrescentam e ensinam sobre o pensamento vigente acerca do

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conceito de Contabilidade Gerencial:

Segundo Sérgio de Iudícibus, "a Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada,


superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos
contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na
análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de
detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de
maneira a auxiliar os gerentes em seu processo decisório."

Robert N. Antony, considerado por muitos como um dos precursores da disciplina de


Contabilidade Gerencial, é bastante sintético em sua caracterização da disciplina: "A
Contabilidade Gerencial, preocupa-se com a informação contábil útil à administração".

Segundo a Associação Nacional dos Contadores dos Estados Unidos, através de seu relatório
nº 1A, "Contabilidade Gerencial é o processo de identificação, mensuração, acumulação,
análise, preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras utilizadas pela
administração para planejamento, avaliação e controle dentro de uma organização e para
assegurar e contabilizar o uso apropriado de seus recursos."

O ponto fundamental da Contabilidade Gerencial é o uso da informação contábil como


ferramenta para a administração, utilizando temas de outras disciplinas das áreas de Ciências
Contábeis ou Administração Financeira. Portanto, a afirmação de que a disciplina não é
governada pelos princípios geralmente aceitos não diminui o brilhante papel de integração
multidisciplinar realizado pela Contabilidade Gerencial em nome de uma melhor gestão
empresarial.

Sds,Edmar (jun/08)

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(mais uma interação do aluno que construiu a pergunta)

Não tenho dúvida quanto à conceituação da Contabilidade Gerencial e ferramenta auxiliar no


processo de análise e tomada de decisão.

O ponto que quero chegar é em que momento a Contabilidade Gerencial se distancia dos
"princípios geralmente aceitos". Há um conflito entre pressupostos da Gerencial com os
"princípios"? Seriam "os princípios" obstáculos para a Gerencial? É este aprofundamento que
quero fazer e, no meu entender, o objetivo de um curso de MBA/pós é ir mais a fundo nos
temas que já foram objeto de estudo nas etapas preliminares de nossa vida acadêmica.

Agradeço as contribuições anteriores e as futuras serão bem-vindas.

Um ótimo dia a todos!!!

Características da Contabilidade Gerencial

(outra interação do professor)

Adilson,

A afirmação é a seguinte: "A contabilidade Gerencial não é governada pelos princípios


geralmente aceitos". Quem tem a primazia de ser governada pelos princípios geralmente
aceitos é a base científica da contabilidade, ou seja, a contabilidade geral na tarefa
sistemática de registrar informações, produzir relatórios (balanço, demonstrativo de
resultados, etc). Aí repousam como extensão da contabilidade todas as escriturações, a
contabilidade de custos, etc... A Contabilidade Gerencial utiliza dessas informações e de
muitas outras; não necessariamente, e apenas, afetas a área contábil (financeira, por
exemplo), com o objetivo de voltar-se para a informação que possa ser útil à administração,
isto é, internamente.

Nos EUA, país que primeiro procurou compilar os princípios contábeis, os princípios foram

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vistos durante um certo tempo como as premissas para um Sistema de Certificação e
Avaliação. Posteriormente foi o conjunto de fatores que separaria a contabilidade americana
em duas vertentes: contabilidade financeira (na qual deveriam ser observados os princípios
contábeis) e contabilidade gerencial (ramo em que os princípios poderiam não ser seguidos e
que por isso poderia ser melhor traduzida também como administração contábil).

No Brasil, desde que a Lei 6.404/76 incluiu os princípios como matéria legislativa a ser
observada pelos agentes do mercado de capitais, eles são objeto de regulamentação dos
órgãos reguladores oficiais. Ou seja, longe de uma informação gerencial interna, trata-se de
informação baseada em princípios com lastro científico e, acima de tudo, voltada também
para interesses externos (fisco, acionistas, CVM etc).

Sds,Edmar(jul/08).

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U NIDADE 5
Objetivo: Apresentar de forma didática e objetiva o Balanço Social aos nossos alunos, por
tratar-se de recurso contemporâneo indispensável para demonstrar à sociedade a
participação e a responsabilidade social da entidade.

Balanço Social: Características e Formalidades

A partir de 01.01.2006 a Resolução CFC 1003/2004 aprovou a NBC T 15 - Informações de


Natureza Social e Ambiental, tratando especificamente dos procedimentos para
apresentação de informações de natureza social e ambiental, com o objetivo de demonstrar
à sociedade a participação e a responsabilidade social da entidade.

As Normas Contábeis são de utilização obrigatória pelas empresas e profissionais,


independentemente do porte empresarial.

Balanço Social é um conjunto de informações demonstrando atividades de uma entidade


privada com a sociedade que a ela está diretamente relacionada, com objetivo de divulgar
sua gestão econômico-social, e sobre o seu relacionamento com a comunidade,
apresentando o resultado de sua responsabilidade social.

Entende-se por informações de natureza social e ambiental:

 A geração e a distribuição de riqueza;

 Os recursos humanos;

 A interação da entidade com o ambiente externo;

 A interação com o meio ambiente.

A primeira tarefa do profissional de contabilidade e finanças para uma adequada formação


de dados para o balanço social é ajustar o plano de contas da entidade.

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Quanto mais cedo o fizer, mais facilitada será sua tarefa, já que o incremento de informações
exigidas nem sempre será suprido pelos relatórios internos ou estatísticos das entidades.

Perguntas e Respostas.

1-Quem tem que elaborar o Balanço Social? (Tipo de empresa, porte, etc.)

Resposta: Todas as entidades, independente de porte, que querem demonstrar à sociedade


a sua responsabilidade social, devem divulgar Informações de Natureza Social e Ambiental.

2. As empresas obrigadas a apresentar são somente aquelas que têm alguma atividade com
o social e meio ambiente ou todas independente de ter ou não algum projeto ou ação sócio-
ambiental?

Resposta: Nenhuma empresa/entidade está obrigada a elaborar ou divulgar Informações de


Natureza Social ou Ambiental. Aquela que optar por sua apresentação, deve adotar as regras
estabelecidas pela NBC T 15.

Não compete ao Conselho Federal de Contabilidade obrigar as empresas a elaborarem


Demonstrações, mas somente discipliná-las. De acordo com o item 1.5.1.3., da Resolução
CFC nº 1.003/04: "A Demonstração de Informações de Natureza Social e Ambiental, ora
instituída, quando elaborada, deve evidenciar os dados e as informações de natureza social
e ambiental da entidade, extraídos ou não da contabilidade, de acordo com os procedimentos
determinados por esta norma".

3. A Resolução menciona entidades, isso tem gerado grande dúvida com relação a quem
deve fazer o balanço. O termo entidade na resolução engloba todas as empresas da
iniciativa privada e as entidades sem fins lucrativos?

Resposta: Sim. O Termo entidade foi utilizado no sentido amplo, englobando todas as
unidades com ou sem fins lucrativos.

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4. Empresas do segmento de prestação de serviços, terceirizações, comércio, que trabalham
com lucro real e/ou lucro presumido, devem apresentar o balanço?

Resposta: Conforme resposta ao item 2, não há obrigatoriedade; no entanto, as empresas


que optarem por sua apresentação devem adotar as regras estabelecidas pela NBC T 15.

5. Qual o ano que é obrigado a transcrever no Livro Diário as Demonstrações?

Resposta: De acordo com o item 1.5.1.5 da NBC T 15 "a Demonstração de Informações de


Natureza Social e Ambiental deve ser apresentada, para efeito de comparação, com as
informações do exercício atual e do exercício anterior".

6. As empresas, independente do porte ou constituição, deverão publicar o Balanço Social


em jornal ou revista?

Resposta: As empresas poderão divulgar o Balanço Social no veículo habitualmente


adotado para a publicação das demais demonstrações contábeis.

7. Quais as outras formas aceitáveis de divulgação do Balanço Social?

Resposta: Não existe outra forma, a não ser aquela a que se refere à NBC T 15. A entidade
pode, no entanto, divulgar outras informações adicionais que entender relevantes, conforme
o item 1.5.1.3 da NBC T 15: "além das informações contidas no item 1.5.2, a entidade pode
acrescentar ou detalhar outras que julgar relevantes".

O CFC, por meio dos Conselhos Regionais, exercerá fiscalização sobre as divulgações? E
também sobre o Contabilista e/ou Auditores envolvidos nos trabalhos?

Resposta: Sim, de acordo com processo de fiscalização das demais demonstrações


contábeis. Inclui também os profissionais envolvidos no trabalho, em função da própria
demonstração.

9. Como se dará a fiscalização?

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Resposta: De acordo com os procedimentos fiscalizatórios adotados pelos Conselhos
Regionais de Contabilidade que têm por obrigação legal fiscalizar o exercício profissional.

As Informações de Natureza Social e Ambiental, quando elaboradas devem ser assinadas


por Contabilista e auditadas por Auditor Independente?

Respostas: As Informações de Natureza Social e Ambiental, quando elaboradas devem ser


assinadas por Contabilista e auditadas por Auditor Independente, "A Demonstração de
Informações de natureza Social e Ambiental deve ser objeto de revisão por auditor
independente, a ser publicada como relatório deste, quando a entidade for submetida a esse
procedimento".

Conselho Federal de Contabilidade, Resolução CFC 1003/2004

www.cfc.org.br

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Contabilidade Ambiental:

Há uma consciência quase universal de que os recursos naturais são limitados, e não podem
mais ser desperdiçados, sob pena de comprometimento do equilíbrio ecológico de nosso
planeta. Diante dessa constatação vamos refletir sobre este tema:

1 – Em que consiste a Contabilidade Ambiental e qual seu objetivo precípuo?

2 – No mundo contemporâneo, qual o papel do profissional contábil na orientação às


empresas sobre as atitudes responsáveis diante da realidade ambiental?

3 – Levantemos algumas vantagens da utilização da Contabilidade Ambiental, principalmente


considerando que a utilização racional dos recursos ambientais constitui fator de geração de
riqueza econômica.

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U NIDADE 6
Objetivo: Apresentar as características fundamentais do balanço patrimonial e seus registros,
segundo o grau de liquidez do ativo e a exigibilidade do passivo.

ANÁLISE PATRIMONIAL

A base patrimonial de uma organização empresarial é constituída de bens direitos e


obrigações. Para fazermos uma análise patrimonial de uma organização, inicialmente,
precisamos ter uma contabilidade confiável e dispor de seus principais demonstrativos. Neste
caso, estamos nos referindo aos dois principais demonstrativos: Balanço Patrimonial e o
Demonstrativo de Resultados.

Balanço Patrimonial

Ativo:

O primeiro e mais importante demonstrativo é o Balanço Patrimonial. Ele representa uma


fotografia da empresa num dado momento e seus elementos são as contas, cuja
nomenclatura tem variação de acordo com o tipo de atividade desenvolvida. Os bens e
direitos são os elementos positivos ou ativos e as obrigações, os negativos ou passivos.

O Ativo é constituído por dois grandes grupos de contas: o Circulante e o Não Circulante (MP
449/08). As contas do ativo são agrupadas de acordo com a sua rapidez de conversão em
dinheiro, ou seja, de acordo com o seu grau de liquidez.

Assim, agrupamos em primeiro lugar as contas que já são dinheiro (na ordem decrescente
de liquidez – do maior para o menor), a seguir aquelas que se converterão em dinheiro
rapidamente (títulos a receber, estoques, etc.). A este grupo de contas denominamos de
circulante.

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Em segundo lugar, serão agrupadas as contas que serão transformadas em dinheiro mais
lentamente. São ativos de menor grau de liquidez. A este grupo denominamos de ativo não
circulante.

O Ativo Não Circulante será composto dos seguintes subgrupos: Ativo Realizável a Longo Prazo;
Investimentos; Imobilizado; Intangível.

 De uma forma geral, são classificáveis no Realizável a Longo Prazo contas da mesma
natureza das do Ativo Circulante, que, todavia, tenham sua realização certa ou
provável após o término do exercício seguinte, o que, normalmente, significa
realização num prazo superior a um ano a partir do próprio balanço.

 No subgrupo Investimentos do Ativo Não Circulante devem ser classificadas as


participações societárias permanentes, assim entendidas as importâncias aplicadas
na aquisição de ações e outros títulos de participação societária, com a intenção de
mantê-las em caráter permanente, seja para se obter o controle societário, seja por
interesses econômicos, entre eles, como fonte permanente de renda.

 O Ativo Imobilizado é formado pelo conjunto de bens e direitos necessários à


manutenção das atividades da empresa, caracterizados por apresentar-se na forma
tangível (edifícios, máquinas, etc.). O imobilizado abrange, também, os custos das
benfeitorias realizadas em bens locados ou arrendados.

 Os ativos intangíveis compreendem o leque de bens incorpóreos destinados à


manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de
comércio adquirido. Trata-se de um desmembramento do ativo imobilizado, que, a
partir da vigência da Lei 11.638/2007, ou seja, a partir de 01.01.2008, passa a contar
apenas com bens corpóreos de uso permanente. Como exemplos de intangíveis, os
direitos de exploração de serviços públicos mediante concessão ou permissão do
Poder Público, marcas e patentes, softwares e o fundo de comércio adquirido.

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Passivo:

No Passivo, as contas são dispostas pelo grau decrescente de exigibilidade, isto é, das
obrigações mais exigíveis para as menos exigíveis. Subdivide-se em três grupos: Circulante;
Não Circulante e o Patrimônio Líquido.

 No Circulante são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive financiamentos


para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se vencerem no exercício
seguinte. No caso de o ciclo operacional da empresa ter duração maior que a do
exercício social, a concepção terá por base o prazo desse ciclo.

 No Passivo Não Circulante são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive


financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se
vencerem após o exercício seguinte. No caso de o ciclo operacional da empresa ter
duração maior que a do exercício social, a concepção terá por base o prazo desse
ciclo, facilmente encontradas em empresas de construção civil. Na verdade, são
lucros que só constarão do Resultado mais à frente.

 O Patrimônio Líquido ou Capital Próprio representa a diferença entre o valor dos ativos
e dos passivos. É constituído por Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de
Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos
Acumulados.

As Reservas são as parcelas do patrimônio líquido que excedem o valor do capital social
integralizado e se subdividem em Reservas de Lucros, de Capital e de Reavaliação (A Lei
11.638/2007 substitui a “Reserva de Reavaliação” pela conta “Ajustes de Avaliação
Patrimonial”).

As de Lucros são obtidas pela apropriação de lucros da companhia, por exigência legal,
estatutária ou outras razões (contingências). As de Capital são contribuições oriundas de
proprietários ou de terceiros, que nada têm a ver com receitas ou ganhos. Os Lucros
Acumulados ficam em destaque legalmente, mas enquanto não distribuídos podem ser
considerados reservas de lucros.

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As Contas Retificadoras ou Redutoras do Patrimônio Líquido, como o próprio nome diz,
reduzem o Patrimônio Líquido (PL). Por exemplo: o capital social a realizar; ações em
tesouraria (são ações emitidas pela empresa e por ela readquiridas, etc.).

A seguir, uma demonstração do Balanço Patrimonial:

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
- Ativo Circulante - Passivo Circulante
- Ativo Não Circulante - Passivo Não Circulante
- Realizável a Longo Prazo
- Investimentos - Patrimônio Líquido
- Imobilizado - Capital Social
- Intangível - Reservas
- Prejuízos Acumulados
- Contas Retificadoras
TOTAL X TOTAL X

Nas organizações ocorrem, diariamente, inúmeros fatos contábeis e esses provocam


alterações no Balanço da empresa. Essas alterações são registradas mantendo-se o
princípio da Igualdade Contábil. Para verificarmos isto, vamos supor o seguinte Balanço
Patrimonial:

ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO


Caixa........................$ 2.000 Dívidas de Curto Prazo........$ 1.200
Automóvel...............$ 3.200 Impostos a Pagar..................$ 150
Móveis....................$ 1.500 Dívidas de Longo Prazo.......$ 6.000
Imóveis....................$ 30.000 Patrimônio Líquido...............$ 29.350

TOTAL $ 36.700 TOTAL $ 36.700

1º Caso: aquisição de outro automóvel à vista, no valor de $ 1.000; nesse caso, o dinheiro
sai do Caixa, ficando a mesmo com $ 1.000, e vai para a Conta automóvel, que fica com $
4.200, ou seja, o ativo não se alterou. Esse fato é chamado de permutativo.

2º Caso: aquisição de equipamentos a prazo no valor de $ 500, nesse caso teremos


aumento do Ativo, com a Conta equipamentos $ 500, mas também do Passivo, com o

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aparecimento de uma obrigação como duplicatas a pagar $ 500. Essa alteração é
compensativa, pois altera o Ativo e o Passivo, mas não altera o Patrimônio Líquido.

3º Caso: pagamento de multas no valor de $ 50. Esse fato reduz o caixa, assim como o
Patrimônio Líquido, pois é considerado uma despesa. Logo, é uma alteração modificativa
diminutiva.

4º Caso: recebimento de aluguel de imóvel no valor de $ 200. É considerada uma receita de


$ 200 que aumentará o caixa, assim como o Patrimônio Líquido no valor de $ 200. Esse fato
é uma alteração modificativa aumentativa.

5º Caso: venda de um imóvel que custou $ 10.000 por $ 15.000. Nesse caso temos uma
receita de $ 15.000 e uma despesa de $ 10.000, que corresponde ao custo da mercadoria.
Nesse caso, o Patrimônio Líquido sofreu uma variação positiva de $ 5.000.

- Receita de vendas $ 15.000

- Custo da mercadoria vendida $(10.000)

________

$ 5.000

Esse fato é chamado misto, pois combina as alterações anteriores. Na prática, são os mais
comuns e podem ser aumentativos (receitas) ou diminutivos (despesas), conforme o
Patrimônio Líquido aumente ou diminua.

Com isso verificamos um pouco do mecanismo dos fatos contábeis. A partir deles, teremos
uma visão do que está ocorrendo nas empresas, principalmente no Patrimônio Líquido.

Fazendo-se uma análise parcial do Balanço, a partir de seus grupos Ativo, Passivo e
Patrimônio Líquido é possível saber, superficialmente, a situação da empresa, apenas
através do seu Patrimônio Líquido:

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Uma empresa ao apresentar seu Patrimônio Líquido, e se viermos a chamá-lo de PL positivo
ou maior que zero, demonstra ter um Ativo (bens e direitos) maior que o Passivo
(obrigações), logo, revela a existência de riqueza própria.

Uma situação de "Passivo a Descoberto" revela que as obrigações foram maiores que o
Ativo, ou seja, o Patrimônio Líquido está negativo e a empresa se encontra em má situação.

Uma empresa que apresenta seu Ativo igual ao Passivo Exigível encontra-se numa situação
nula ou de equilíbrio aparente, revelando que a mesma possui bens a sua disposição, mas
os deve pagar totalmente ou situação de inexistência de riqueza (PL = 0).

Existem outras situações, como: a plena, na qual a empresa não apresenta obrigações; e a
de inexistência de ativos; entretanto, ambas são raras.

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U NIDADE 7
Objetivos: Destacar o enfoque da Lei 11.638/2007 no que diz respeito à obrigatoriedade de
publicação das demonstrações contábeis.

OBRIGATORIEDADE NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Segundo o Art. 176 da Lei Societária, ao fim de cada exercício social, a diretoria fará
elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as
mutações ocorridas no exercício:

I. Balanço Patrimonial (BP);

II. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);

III. Demonstração dos Resultados do Exercício (DRE);

IV. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)

V. Se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado (DVA).

Ao listar as demonstrações contábeis obrigadas por Lei, importante destacar que a Lei
11.638 de 31 de dezembro de 2007 traz como novidade a obrigatoriedade sobre a
elaboração das seguintes demonstrações: Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) e
Demonstração do Valor Adicionado (DVA).

EMPRESAS DE GRANDE PORTE - EXERCÍCIOS ENCERRADOS A PARTIR DE 01.01.08

O Art. 3º da Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007, determina que se aplique às


sociedades de grande porte, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por
ações, as disposições da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Isto sobre escrituração,

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elaboração de demonstrações financeiras e obrigatoriedade de auditoria independente, por
auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários.

Para os efeitos desta determinação, considera-se de grande porte, a sociedade ou conjunto


de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo total superior
a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior
a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais).

Desta forma, as demonstrações financeiras das sociedades limitadas de grande porte


devem, doravante, obedecer aos ditames da Lei 6.404/1976, dos exercícios sociais
encerrados a partir de 2008.

Atenção: As bancas examinadoras de concursos públicos têm cobrado algumas mudanças


abordadas pela Lei 11.638/07 e suas derivações. A sua vigência é válida e a inobservância
desses pontos pode incorrer na perda de pontos valiosos para os menos atentos.

Informação & Tecnologia

Nota fiscal eletrônica e a gestão contábil

Uma verdadeira revolução ocorre nos procedimentos das empresas e seu relacionamento
com o fisco: a implantação da nota fiscal eletrônica, que substitui a Nota Fiscal modelo 1 ou
1-A, pelos contribuintes do IPI e/ou ICMS. Várias prefeituras também já estão utilizando a
versão eletrônica para os contribuintes do ISS.

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E o que isso tem a ver com a contabilidade? Tudo. Pois as facilidades previstas pelo novo
sistema podem agilizar os procedimentos contábeis, principalmente no tocante aos registros
pertinentes e na economia de tempo com arquivamentos e localização de documentos.

Os principais benefícios da utilização da NF-e para as empresas serão:

 Redução de custos de impressão;

 Redução de custos de aquisição de papel;

 Redução de custos de envio do documento fiscal

 Redução de custos de armazenagem de documentos fiscais;

 Simplificação de obrigações acessórias, como dispensa de AIDF;

 Redução de tempo de parada de caminhões em Postos Fiscais de Fronteira;

 Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com clientes (B2B).

Mas além destes benefícios, as empresas adquirentes de mercadorias terão facilidades pela:

 Eliminação de digitação de notas fiscais na recepção de mercadorias;

 Planejamento de logística de entrega pela recepção antecipada da informação da NF


e;

 Redução de erros de escrituração devido a erros de digitação de notas fiscais;

 Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com fornecedores (B2B).

Ou seja, o grande ganho será decorrente da integração do sistema NF-e com o sistema
contábil e fiscal das empresas, facilitando em muito o trabalho dos contabilistas. Obviamente,
tais vantagens são potenciais, ou seja, o gestor contábil precisará planejar e adequar tais
situações, prevendo mudanças de rotinas e procedimentos, para que os ganhos de
produtividade ocorram na escala desejada.

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Veja também outros artigos relacionados a este assunto:

*Ajuste SINIEF 72005:

http://www.portaltributario.com.br/legislacao/convenios/ajustesinief7_2005.htm

Como funciona a Nota Fiscal Eletrônica:

http://www.portaltributario.com.br/guia/notafiscaleletronica.htm

SPED Contábil:

http://www.portaldecontabilidade.com.br/noticias/sped.htm=

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U NIDADE 8
Objetivo: Destacar a dinâmica do demonstrativo em revelar o lucro ou prejuízo da empresa.
Seu estudo é oportuno e cumpre demonstrar os componentes que permitiram alcançar o
resultado.

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO

A demonstração do resultado do exercício, conforme o próprio nome sugere, demonstra o


resultado obtido pela empresa no período, isto é, o lucro ou prejuízo.

É importante notar que, enquanto o Balanço Patrimonial representa a posição da empresa


em determinado momento, a Demonstração do Resultado acumula as receitas, os custos e
as despesas relativas a um período de tempo, mostrando o resultado e possibilitando
conhecermos seus componentes principais.

O resultado de uma empresa para um exercício pode ser definido por:

"A diferença entre as Receitas auferidas durante o exercício e as Despesas


incorridas, que contribuíram para a formação de tais Receitas, ao longo do
mesmo exercício."

A seguir, temos um Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE), correspondente aos


utilizados nas práticas atuais. Segundo a Escola Americana, os resultados são organizados
em uma única coluna, com diversos saldos parciais destacados, segundo o interesse
gerencial.

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DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS
RECEITA BRUTA DE PRODUTOS E SERVIÇOS $ XX
(-) Impostos faturados (XX)
(-) Abatimentos e Devoluções (XX)
= RECEITA LÍQUIDA DE PRODUTOS E SERVIÇOS XX
(-) Custo Produtos e Serviços Vendidos (XX)
= LUCRO BRUTO XX
(-) Despesas operacionais (XX)
(-) Depreciações e Amortizações (XX)
= LUCRO DA ATIVIDADE XX
(+/-) Resultado Financeiro XX
(-) Despesa com Contas Incobráveis (XX)
= LUCRO OPERACIONAL XX
(+) Receitas Não Operacionais XX
(-) Despesas Não Operacionais (XX)
= LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR) XX
(-) Compensação de Prejuízos Acumulados (XX)
(-) Provisão para Imposto de Renda (XX)
= RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO XX
(-) Participações Estatutárias (XX)
(-) Reserva Legal (XX)
= LUCRO DO EXERCÍCIO (À DISPOSIÇÃO DOS ACIONISTAS) XX
(-) Provisão para Dividendos (XX)
= RESULTADO APÓS DISTRIBUIÇÃO (LUCROS RETIDOS) XX

Tratando-se de uma empresa comercial, temos que a Receita Bruta consiste no conjunto de
vendas à vista e a prazo, durante o exercício; para formar a RECEITA LÍQUIDA, os
descontos e as devoluções são abatidos da receita, assim como os impostos incidentes
sobre a mercadoria (ICMS, ISS, IPI) e diversos outros, de acordo com a atividade
econômica. O Lucro Bruto é a diferença entre a Receita e o Custo das mercadorias vendidas.

O LUCRO DA ATIVIDADE passou a ser indicado com maior frequência a partir de 1996,
abatendo-se do lucro bruto o custo operacional da loja. Neste caso, são incluídos os salários
dos vendedores, impostos sobre a folha de pagamento, benefícios sociais diversos, aluguel,
contas de luz, telefone, condomínio, imposto predial, material de embalagem, despesas com
propaganda e marketing, etc. Se o Lucro da Atividade não for indicado, o mais importante
será o Lucro Operacional.

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O LUCRO OPERACIONAL é obtido através das receitas e despesas financeiras, perdas com
o não recebimento de vendas feitas a prazo, etc.

O LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR) é obtido a partir de itens não


operacionais, ou seja, não ligados ao objeto da empresa, como exemplo: venda de itens
obsoletos, aluguel de espaços ociosos, etc.

O RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO é obtido do LAIR após deduzir o Imposto de


Renda. A compensação de prejuízos que a empresa tenha tido em passado recente leva ao
Imposto de Renda se calculado sobre um lucro menor.

A Provisão para imposto de renda é uma estimativa que as empresas fazem do imposto
incidente sobre os lucros do período. Trata-se de uma estimativa, já que seu valor exato só é
determinado no decorrer do ano seguinte, com o preenchimento de formulários específicos
da Receita Federal.

O LUCRO DO EXERCÍCIO à disposição dos acionistas é obtido deduzindo-se as


Participações Estatutárias, a Reserva Legal e outras Reservas. As Estatutárias são as
participações de empregados, diretores estabelecidos no estatuto da empresa. A Reserva
Legal retém 5 % do lucro.

O RESULTADO APÓS A DISTRIBUIÇÃO indica o aumento do Patrimônio Líquido após a


dedução dos dividendos.

A seguir, vamos analisar duas firmas através de seus demonstrativos:

Firma A Firma B
Receita de Vendas $ 20 $ 20
(-) Custo Produtos Vendidos (13) (22)
= Lucro Bruto 7 (2)
(-) Despesas Operacionais (10) (1)
= Prejuízo do Exercício (3) (3)

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Conclusão: embora as firmas tenham terminado o exercício com receitas e prejuízos iguais,
a Firma A, em princípio, encontra-se em uma situação menos grave, pois seu prejuízo é
decorrente das despesas operacionais em excesso, o que pode ser mais facilmente resolvido
com ações administrativas enérgicas. Já a Firma B demonstra que o seu prejuízo é
decorrente de um alto custo dos produtos, o que implica numa solução mais complexa de ser
resolvida.

OBSERVAÇÃO: o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) nas empresas comerciais é


obtido por meio de um demonstrativo auxiliar, qual seja:

Estoque Inicial $ XX
+ Compras Realizadas XX
= Estoque Disponível XX
(-) Estoque Final (XX)
= Custo das Mercadorias Vendidas XX

ATENÇÃO: Invariavelmente a Demonstração de Resultados constitui ferramenta gerencial de


grande valor para o gestor financeiro. Seja no cotidiano profissional ou no ambiente
acadêmico, as cobranças (exemplo: concursos) a esse demonstrativo é sempre destacada,
pelo seu alcance na identificação dos resultados das empresas.

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Apenas para efeito de fixação de conhecimento, partir dos conhecimentos pronunciados na
Unidade 8, busque informações “reais” de uma empresa (pode ser uma microempresa) em
jornais, revistas ou qualquer outra publicação e, com base no MODELO DA
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO, tente montar a referida demonstração
e apurar o resultado da empresa escolhida.

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U NIDADE 9
Objetivo: Responder algumas questões como: o que é um índice financeiro; como calcular
um índice financeiro; como interpretar um índice financeiro; como utilizar um índice financeiro
e a importância de cada um dos índices analisados.

ANÁLISE DOS ÍNDICES FINANCEIROS

Após estudar alguns demonstrativos, conveniente ver alguns indicadores, como:

Rentabilidade

A rentabilidade do capital próprio ou remuneração do capital dos proprietários


na empresa deve ser maior que os juros de mercado, se o capital fosse
emprestado.

O capital próprio, como já foi visto anteriormente, é o patrimônio líquido, que é constituído de
capital realizado, reservas de capital, de reavaliação, de lucros e prejuízos acumulados.

Cálculo da rentabilidade do capital próprio:

Lucro Final Antes do Imposto de Renda x 100


Rentabilidade do capital Próprio 
PatrimônioLíquido

O cálculo da Rentabilidade do capital próprio baseando-se no capital próprio inicial, final,


médio aritmético:

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1. Capital próprio inicial ou patrimônio líquido no início do exercício

LFa x 100
TRi 
PLi
Sendo TRi = taxa de rentabilidade inicial

LFa = lucro final antes do imposto de renda

PLi = patrimônio líquido inicial

2. Capital próprio final ou patrimônio líquido no final do exercício

LFa x 100
TRF 
PLF
Sendo F = final.

3. Capital próprio médio aritmético, isto é, o patrimônio líquido inicial mais o final dividido
por dois.

LFa x 100
TRm 
PLi  PLF
2

Endividamento total

Demonstra o grau de endividamento do ativo com o capital de terceiros. Quanto mais


próximo de 1, maior o endividamento com terceiros. Quanto mais próximo de Zero, significa
uma relativa autonomia financeira ou baixo endividamento total.

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Cálculo do Endividamento Total (ET):

Passivo Total
ET 
Ativo Total
Sendo o Passivo Total igual ao Passivo Circulante mais o Exigível em Longo Prazo.

Garantia de Capital de Terceiros

O capital de terceiros é representado pelo Passivo Total (circulante e exigível em longo


prazo) que são obrigações ou dívidas. A relação entre o Patrimônio Líquido (capital próprio) e
o Passivo Total indica a capacidade financeira da empresa de garantir as obrigações
contraídas com terceiros.

Patrimônio Líquido
Garantia de Capital de Terceiros 
Passivo Total

ou

PL
GT 
PT
O cálculo:

O resultado do GT demonstra a proporção de recursos próprios aplicados para cada unidade


de recursos obtidos de terceiros. O GT alto corresponde a um baixo endividamento total e
vice-versa, ou seja, um baixo GT indica um alto endividamento.

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Imobilização do Capital Próprio

Os bens e direitos que compõem o ativo imobilizado devem ser financiados (é o que se
recomenda) por recursos próprios. Ou seja, o Patrimônio Líquido deve ser plenamente
suficiente para financiamento dos bens e direitos do Ativo Imobilizado.

Ativo Permanente
Imobilização do Capital Próprio 
Patrimônio Líquido

ou

AP
ICP 
PL
O resultado indica o percentual de recursos dos proprietários destinado aos bens e direitos
do Ativo Imobilizado. Quanto menor for o grau de imobilização do Capital Próprio, melhor a
posição financeira (Capital Circulante).

Observação: quando for possível identificar os recursos obtidos de terceiros amortizáveis em


longo prazo, aplicados na aquisição de bens e direitos do Ativo Permanente (ou seja, o
exigível em longo prazo vinculado ao Ativo Permanente) usa-se outra fórmula, qual seja:

AP - ELP
ICP 
PL

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Liquidez Geral

Mede a capacidade financeira da empresa (curto e longo prazos) em sentido amplo.

Ativo Circulante  Ativo Realizável a Longo Prazo


Liquidez Geral 
Passivo Circulante  Passivo Exigível a Longo Prazo

ou

AC  RLP
LG 
PC  ELP

O resultado representa a relação da capacidade financeira para cada unidade de obrigações.

Indicadores de Velocidade para Análise Financeira

ROTAÇÃO DE VALORES CIRCULANTES

1. Rotação do Capital Circulante Líquido: número de vezes do capital circulante líquido


em função das vendas.

VB
RCL  
CLi  CLp
2
Vendas Brutas
Rotação do Capital Circulante Líquido 
Média do Capital Circulante Líquido
(início e final do período)

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Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante - Passivo Circulante

ou

CCL = AC - PC

Observação: dividindo-se o número de dias do ano (360) pelo indicador de rotação, temos o
prazo médio de reposição dos valores circulantes:

360
PM 
r (grau de rotação)
Exemplo: se o grau fosse 2,53, então o prazo médio de reposição dos valores circulantes
seria 360 / 2,53 = 142 dias para repor o capital circulante líquido.

 O ideal é menor prazo médio e maior grau de rotação.

2. Rotação do Estoque de Matérias Primas.

CMP
REMP 
EMPi  EMPf
2

CMP  Consumo de matérias - primas


EMPi  Estoque de matéria - prima inicial
EMPf  Estoque de matéria - prima final

360
PM   Prazo médio de reposição dos estoques de matérias - primas
Rotação

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A meta é um maior grau de rotação e um menor prazo médio.

3. Rotação da produção em processo ou Rotação do Estoque de Produtos em


Elaboração.

CP
REPC 
EPCi  EPCf
2

Rotação do Estoque de Produtos em Elaboração = Custo de Produção dividido pela média


dos Estoques de Produtos em Elaboração inicial e final.

360
PM(prazo médio) de Reposição 
Grau de Rotação
Meta  maior rotação e menor prazo de reposição.

4. Rotação de Estoque de Produtos Elaborados

Custo dos Produtos Vendidos


Rotação de Estoque de Produtos Elaborados 
Média dos Estoques Inicial e Final
de Produtos Elaborados

CPV
REPE 
EPEi  EPEf
2

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360 dias
PM de Reposição 
Grau de Rotação
Meta  menor prazo médio e maior grau de rotação.

5. Rotação das Contas a Receber

É a relação entre as vendas a prazo com as contas a receber.

Vendas a prazo = Venda Total - Venda à Vista

VB - VV
RCR 
CRi  CRf
2

ou

Vendas a Prazo
Rotação das Contas a Receber 
Saldo Médio das
Contas a Receber
(inicial e final)
 VB = vendas totais

 VV = vendas à vista

 CRi = contas a receber inicial

 CRf = contas a receber final

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PM  indica o prazo médio de recebimento das contas a receber.

360 dias
PM 
Grau de Rotação

Observação: o prazo médio de conta a receber NÃO pode ser maior do que o prazo médio
de financiamento de vendas, pois significará que a empresa não está recebendo em dia suas
duplicatas e há muitos inadimplentes.

Cálculo do prazo médio de financiamento das vendas:

Vendas: Vendas a prazo:

30 dias  1.000

60 dias  2.500

120 dias  3.700

_______________

7.200

30 dias x 1.000
30 dias   4,17 dias
7.200

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60 dias x 2.500
60 dias   20,83 dias
7.200

120 dias x 3.700


120 dias   61,67 dias
7.200

Prazo Médio de Financiamento = 4,17 + 20,83 + 61,67 = 86,67 dias

6. Rotação de Crédito de Fornecedores (contas a pagar)

Calcula-se, primeiramente, a rotação para obter depois o prazo médio de crédito com
fornecedores, isto é, o prazo médio de contas a pagar.

C
RCF 
CFi  CFf
2

Compras a prazo
Rotação de Créditos de Fornecedores 
Média entre o saldo inicial e final
de créditos a fornecedores

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O Prazo Médio:

360
PM 
Grau de Rotação
Meta menor grau de rotação e maior prazo médio.

Observação: comparando-se o prazo médio de recebimento de contas a receber é de boa


política financeira que o prazo médio (PM) de pagamento aos fornecedores seja maior do
que o prazo médio (PM) de recebimento de contas a receber.

Por que numa empresa o descasamento de prazos pode denunciar dificuldades financeiras?

Que artifício uma empresa poderia adotar para melhorar o índice de participação de capitais
de terceiros, sem que tenha havido aporte de capital pelos sócios, geração de lucro ou
pagamento de dívida?

Qual relação se pode estabelecer entre prazo médio de pagamento das compras e prazo
médio de financiamento das vendas?

Qual relação se pode estabelecer entre prazo médio de recebimentos das vendas com prazo
médio de pagamento a fornecedores?

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U NIDADE 10
Objetivo: Cumpre retratar os métodos de análise vertical e horizontal, como contribuição na
interpretação da estrutura e tendências dos números de uma empresa, além de conjugar
esforços auxiliares na análise dos índices financeiros e no dimensionamento nos riscos de
uma empresa.

ANÁLISE DE BALANÇO PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

A análise financeira e de balanços impõe alguma dificuldade na sua


compreensão, o que acaba por recomendar certo grau de maturidade ao
contador gerencial.

Existem vários indicadores, entretanto, o ideal é escolher alguns índices e


quocientes, procurando compará-los de período a período com padrões
preestabelecidos para se tentar, a partir daí, ter uma ideia mais apurada de quais problemas
merecem uma investigação maior.

A análise financeira e de balanços deve ser entendida dentro de suas possibilidades e


limitações, pois, devidamente manuseada, além de apontar os problemas, ela pode se tornar
um poderoso painel de controle da administração.

Os balanços, para efeito de análise, devem ser os mais resumidos possíveis, e as áreas-
problema devem ser analisadas com maior profundidade.

A análise vertical e a horizontal devem ser utilizadas conjuntamente. Elas são mais
detalhadas e envolvem todos os itens das demonstrações, revelando algumas dificuldades
nas empresas.

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Análise Vertical (ou análise por coeficientes)

Compara cada elemento do conjunto em relação ao total do conjunto, evidenciando a


porcentagem de participação de cada elemento no conjunto.

Mede a participação percentual de contas, subgrupos, ou grupos de contas em relação ao


Ativo (ou Passivo) Total ou a Receita (Bruta ou Líquida) Total.

Fórmula geral:

Conta, subgrupo ou grupo de contas


x 100  Coeficient e Analítico
Ativo ou Passivo Total

Análise Horizontal (ou da evolução)

Analisa a evolução das contas, subgrupos e grupos de contas dos Demonstrativos


Financeiros num determinado período de tempo.

Evolução nominal  considera a evolução da conta em relação ao período base.

Evolução real  desconta os efeitos da inflação.

Fórmula geral:

Valor da conta, subgrupo ou grupo em 19XN


x 100
Valor da conta, subgrupo ou grupo em 19X0

19XN  qualquer período da série (ano)


19X0  período - base (índice  100) (ano - base)

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Observe através do exemplo abaixo a evolução dos grupos do ativo em relação ao Ativo
Total:

Empresa Beta S.A

19X6 % 19X7 % 19X8 % 19X9 %


DISPONIBILIDADES 20 6 15 3,5 10 2 8 1,5
RECEBÍVEIS A CURTO 90 27 85 20 20 5 22 4
ESTOQUES 60 18 80 19 110 25 130 24
RECEBÍVEIS A LONGO 10 3 20 5 25 6 30 6
IMOBILIZADO 150 44 200 48 250 57 300 56
INVESTIMENTOS 5 1 15 3,5 15 3 30 6
MISCELÂNEOS 3 1 5 1 10 2 12 2,5
ATIVO TOTAL 338 100 420 100 440 10 532 100
0

Observações a partir da tabela:

 O Ativo Total teve acréscimos de 24 % entre 19X6 e 19X7. De 5 % de 19X7 a 19X8.


De 21 % de 19X8 a 19X9;

 Houve diminuição da participação do Disponível sobre o Ativo Total, o que pode ser
considerado bom;

 Os estoques sofrem acréscimo de 18 % para 19 % e para 25 % em 19X8,


decrescendo em 19X9 para 24 %, porém acima do nível inicial. Seria recomendável
uma investigação maior sobre o item estoques;

 Os Recebíveis em curto prazo diminuem bastante de 19X6 a 19X7, de 27 % para 20


% e sofrem um decréscimo brutal em 19X8, que deve ter as causas investigadas. Em
19X9 mantêm-se baixos;

 Em compensação, a empresa transferiu recursos para investimento em Imobilizado,


que aumentou sua participação de 44 % em 19X6 para 48 % em 19X7 e 57 % em
19X8, mantendo-se estável em 19X9;
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 Observa-se que a empresa está queimando investimentos em dinheiro e recebíveis
para investir em estoques e imobilizado;

 Essas indagações suscitadas pela análise vertical e horizontal só poderão ser melhor
respondidas em um estágio mais avançado da análise.

No demonstrativo operacional, a análise vertical cumpre sua maior utilidade:

Empresa Beta S.A.

DEMONSTRATIVOS OPERACIONAIS (DRs)


19X8 19X9
Vendas 385 100 % 520 100 %

(-) Custos das 193 50 % 244 47 %


vendas
= Lucro com 192 50 % 276 53 %
mercadorias
(-) Outras
Despesas
Salários 80 65 % 115 65 %

Depreciações 10 8% 15 8%

Impostos 8 6% 12 7%

Outras 25 21 % 123 32 % 36 20 % 178 34 %

= Lucro 69 18 % 98 19 %
operacional

(-) Despesas 10 3% 36 7%
financeiras
= Lucro AIR 59 15 % 62 12 %

(-) Provisão para 9 2% 12 2%


Imposto de Renda
= Lucro líquido $ 50 13 % $ 50 10 %

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Através da análise vertical percebemos que o item Lucro Operacional se manteve e até
melhorou o desempenho em relação à 19X8. O custo das vendas, que era 50 % das
mesmas, diminuiu para 47 %, aumentando a participação do lucro nas vendas. Entretanto, a
rubrica Outras Despesas aumentaram, passando de 32 % para 34 %.

No item Despesas Financeiras, verifica-se o fator primordial que fará o desempenho da


empresa empobrecer, pelo menos no DR. Passaram de 3 % para 7 % das vendas, bastante
alta, mas não alarmante.

Quais os motivos dessa mudança?

É preciso investigar com profundidade, para que se possa alterar. A queda nesse item afeta
todos os demais. Por exemplo: o lucro líquido de 13 % sobre as vendas passa para 10 %.

Assim, a análise de balanços revela mais áreas de problemas a serem investigadas do que
soluções. Entretanto, cabe ao Contador Gerencial discernir com acuidade os fatores que
motivaram certo comportamento e apontá-los ao Diretor Financeiro.

Abaixo, um exemplo de análise horizontal e vertical da Empresa Alfa S.A.

ANÁLISE HORIZONTAL

Demonstração do Resultado do Exercício, padronizada, da Empresa Alfa S.A.

CONTAS EXERCÍCIO x1 EXERCÍCIO x2 EXERCÍCIO


x3
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 1.071.225 1.408.625 1.522.334

(-) CUSTO DE MERCADORIAS,


PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS (450.000) (600.000) (640.000)
(=) LUCRO BRUTO 621.225 808.625 882.334

(-) OUTRAS DESPESAS -- -- --

Despesas com vendas (144.450) (166.700) (185.300)

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Despesas gerais e administrativas (257.310) (286.550) (315.030)

Outras despesas operacionais (9.000) (12.000) (17.500)

(+) OUTRAS RECEITAS


(18.085) (20.100) (13.200)
(=) RESULTADO OPERACIONAL (antes
do resultado financeiro) 228.550 363.475 377.704
(+) RECEITAS FINANCEIRAS 36.000 32.000 8.900

(-) DESPESAS FINANCEIRAS (8.550) (7.300) (44.000)

(=) RESULTADO OPERACIONAL 256.000 388.175 342.604

(+ ou -) RESULTADOS NÃO-
OPERACIONAIS (26.000) (27.500) (71.000)
(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES
DAS PROVISÕES 230.000 360.675 271.604
(-) PROVISÕES (36.000) (84.300) (89.600)

(-) PARTICIPAÇÕES -- -- --

(=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO DO


EXERCÍCIO 194.000 276.375 182.004

Com os dados da Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa Beta S.A.,


referentes aos exercícios x1, x2 e x3, é possível elaborar uma tabela com os respectivos
números-índices devidamente calculados, tendo por base o exercício x1.

CONTAS EXERCÍCIO EXERCÍCIO EXERCÍCIO


x1 % x2 % x3 %
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 100,00 131,49 142,11

(-) CUSTO DE MERCADORIAS,


PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS 100,00 133,33 142,22
(=) LUCRO BRUTO 100,00 130,16 142,00

(-) OUTRAS DESPESAS -- -- --

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Despesas com vendas 100,00 115,40 128,27

Despesas gerais e administrativas 100,00 111,36 122,43

Outras despesas operacionais 100,00 133,33 194,44

(+) OUTRAS RECEITAS


100,00 111,14 72,98
(=) RESULTADO OPERACIONAL
(antes do resultado financeiro) 100,00 159,03 165,26
(+) RECEITAS FINANCEIRAS 100,00 88,88 24,72

(-) DESPESAS FINANCEIRAS 100,00 85,38 514,61

(=) RESULTADO OPERACIONAL 100,00 151,63 133,82

(+ ou -) RESULTADOS NÃO-
OPERACIONAIS 100,00 105,76 273,07
(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO
ANTES DAS PROVISÕES 100,00 156,81 118,08
(-) PROVISÕES 100,00 234,66 248,88

(-) PARTICIPAÇÕES -- -- --

(=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO


DO EXERCÍCIO 100,00 142,46 93,81

ANÁLISE VERTICAL

CONTAS EXERCÍCIO DE x1
Valores absolutos Análise Vertical
$ %
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
Financeiro
Disponibilidades 60.000 6,00
Investimentos temporários em curto 36.000 3,60
prazo
Soma 96.000 9,60
Operacional
Contas a receber de clientes 204.000 20,40
Estoques 300.000 30,00
Outros direitos de curto prazo -- --
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Soma 504.000 50,40
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE 600.000 60,00
ATIVO REALIZÁVEL EM LONGO 100.000 10,00
PRAZO
ATIVO NÃO CIRCULANTE
Investimentos 90.000 9,00

Imobilizado 195.000 19,50


Intangível 15.000 1,50
TOTAL DO ATIVO NÃO CIRCULANTE 300.000 30,00
Total do Ativo 1.000.000 100,00

PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
Operacional
Contas a pagar a fornecedores 60.000 6,00
Outras obrigações de curto prazo 130.000 13,00
Soma 190.000 19,00
Financeiro
Empréstimos 104.000 10,40
Duplicatas descontadas -- --
Soma 104.000 10,40
TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE 294.000 29,40
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 200.000 20,00
EXIGÍVEL TOTAL 494.000 49,40
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital 200.000 20,00
Reservas 143.000 14,30
Lucros ou prejuízos acumulados 163.000 16,30
TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 506.000 50,60
Total do Passivo 1.000.000 100,00

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A seguir será apresentada a Demonstração do Resultado do Exercício, padronizada, com os
cálculos efetuados para fins de análise vertical, da Empresa Alfa S.A., referente ao exercício
de x1:

CONTAS EXERCÍCIO DE x1
Valores absolutos Análise vertical
$
%
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 1.071.225 100,00

(-) CUSTO DE MERCADORIAS,


PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS. (450.000) 42,00
(=) LUCRO BRUTO 621.225 58,00

(-) OUTRAS DESPESAS -- --

Despesas com vendas (144.450) 13,48

Despesas gerais e administrativas (257.310) 24,02

Outras despesas operacionais (9.000) 0,84

(+) OUTRAS RECEITAS


18.085 1,68
(=) RESULTADO OPERACIONAL
(antes do resultado financeiro) 228.550 21,33
(+) RECEITAS FINANCEIRAS 36.000 3,36

(-) DESPESAS FINANCEIRAS (8.550) 0,79

(=) RESULTADO OPERACIONAL 256.000 23,89

(+ ou -) RESULTADOS NÃO-
OPERACIONAIS (26.000) 2,42
(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO
ANTES DAS PROVISÕES 230.000 21,47
(-) PROVISÕES (36.000) 3,36

(-) PARTICIPAÇÕES -- --

(=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO


DO EXERCÍCIO 194.000 18,11

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Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua SALA DE
AULA e faça a Atividade 1 no “link” ATIVIDADES.

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U NIDADE 11
Objetivo: Demonstrar a relação entre contas diferentes, sejam elas do ativo ou do passivo,
utilizando de quocientes de rentabilidade e liquidez, de forma a orientar o gestor para os
caminhos que se destinam ao equilíbrio financeiro de uma empresa.

PRINCIPAIS QUOCIENTES ESTÁTICOS

Esses quocientes representam o relacionamento de uma conta com determinado saldo, em


certo momento, ou com outra conta, apresentando outro saldo, porém no mesmo momento.
É uma análise vertical que não se limita às contas dentro do mesmo "lado" do balanço,
podendo inter-relacionar contas do passivo com ativo e vice-versa.

Liquidez imediata

Relaciona o disponível em determinado momento com o passivo corrente, ou seja, de quanto


dinheiro podemos dispor imediatamente para liquidar as dívidas de curto prazo. Este
quociente será motivo de preocupação se sua porcentagem aumentar e não se diminuir.

Disponibil idade
Quociente de Liquidez Imediata 
Passivo Corrente ou Circulante

Esse indicador não tem utilidade significativa na análise financeira em curto prazo, exceto
nos casos de instituições financeiras e de empresas que operam na compra e venda de
mercadorias, especialmente a dinheiro.

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Liquidez Corrente

Relaciona o que possuímos em reais no curto prazo para o pagamento de cada real de
dívida no curto prazo.

Ativo Corrente (Circulante)


Passivo Corrente (Circulante)

Liquidez Seca

É um quociente significativo com os prazos médios de contas a receber e a pagar


assemelhados. Eliminando os estoques do numerador, anula-se um fator de incerteza.

Ativo Corrente - Estoques


Passivo Corrente

A partir desses quocientes, os estudiosos chegam à conclusão de que não existe uma
receita de bolo ou fórmula para se resolver os problemas. Caberá ao analista estudar a
empresa de forma individual, como o médico ao tratar os pacientes, embora alguns
apresentem os mesmos sintomas, precisam de cuidados diferenciados, pois são diferentes.

O analista deve buscar o equilíbrio e ter opiniões fundamentadas sobre o rumo a ser
tomado.

As empresas devem ter a característica do equilíbrio, isto é, se ela vem apresentando


quocientes de rentabilidade ótimos e de liquidez péssimos ou maus, esta empresa está numa
situação pior que outra que apresenta quocientes de rentabilidade e de liquidez apenas
razoáveis.

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Rentabilidade (Retorno sobre o Investimento - RSI)

Resultado Operacional
Margem Operacional 
Vendas (ou Receita Operacional)

Um aspecto importante está relacionado com o giro do ativo, ou quantas vezes o ativo girou
como resultado ou efeito das vendas:

Vendas (ou Receita Operacional)


Giro do Ativo 
Ativo Operacional Médio

A taxa de retorno operacional será:

Quociente de Retorno sobre o Investimento Operacional = Margem Operacional X Giro do


Ativo Operacional, simplificando-se temos:

Resultado Operaciona l
QRIO 
Ativo Operaciona l Médio

A composição desta taxa de retorno é influenciada pela margem de lucro em relação às


vendas e pelo giro do ativo.

Suponha duas empresas A e B:

Empresa A Empresa B

Vendas Líquidas $ 150.000.000,00 $ 187.500.000,00

Ativo Médio Operacional $ 60.000.000,00 $ 93.750.000,00

Lucro Líquido Operacional $ 15.000.000,00 $ 23.437.500,00

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Para a Empresa A, a taxa de retorno será:

Margem Operacional = $ 15.000.000,00 / $ 150.000.000,00 = 0,10

VEZES

Giro do Ativo = $ 150.000.000,00 / $ 60.000.000,00 = 2,5

IGUAL

25 %

Para a empresa B, a taxa de retorno será de:

Margem X Giro = Taxa de Retorno  0,125 X 2,00 = 25 %

Conclusão: duas empresas com margem e giro diferentes obtiveram o mesmo retorno.

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U NIDADE 12
Objetivo: Iniciar a contabilidade de custos enquanto ferramenta para avaliação, controle e
tomada de decisões e suas respectivas utilidades nas empresas industriais e comerciais.

RECURSOS GERENCIAIS PARA TOMADA DE DECISÕES

Contabilidade de custos

É a área da Contabilidade que trata dos gastos incorridos na produção de


bens e serviços. A Contabilidade de Custos pode ser dividida em:
Contabilidade Industrial e Contabilidade de Serviços.

Contabilidade Industrial

É a área da Contabilidade de Custos que trata dos gastos incorridos na produção industrial,
como no caso da fabricação de peças para veículos.

Companhia X

Depto de Vendas Depto. Administrativo Dept. Financeiro Depto. Produção

Em sentido estrito, são custos apenas os gastos realizados no departamento de produção.

Contabilidade de Serviços

É a área da Contabilidade de Custos que trata dos gastos incorridos na prestação de


serviços, como no caso da prestação de serviços hospitalares, escolares, bancários, etc.

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A atividade comercial e a atividade industrial

O controle dos estoques na empresa comercial é relativamente fácil. Basta que se verifique,
nos documentos de compras, o valor de aquisição dos bens em estoque. Com esse recurso,
podemos também controlar o custo das mercadorias vendidas e, assim, apurar o resultado.

Na apuração do custo das mercadorias vendidas, podemos utilizar o sistema de inventário


periódico ou o permanente.

No sistema de inventário periódico, o CMV só é apurado no final de um período determinado,


normalmente no final do exercício: CMV = EI + C - EF.

No sistema de inventário permanente, o CMV é apurado em cada venda.

De forma simplificada, a apuração do resultado na empresa comercial é feita do seguinte


modo:

Vendas Líquidas
(-) CMV
______________
Lucro Bruto
(-) Outras Despesas
- de Vendas
- Administrativas
- Financeiras
_________________
Lucro Líquido

As mercadorias entregues aos clientes têm o seu valor de aquisição registrado como custo
das mercadorias vendidas.

Mercadorias em Estoque  CMV

Na empresa industrial, precisamos controlar os insumos que são aplicados à produção


(material direto, mão-de-obra direta e gastos gerais de fabricação) para determinar o valor
dos estoques de produtos em elaboração e acabados e o custo dos produtos vendidos.
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De forma simplificada, a apuração do resultado na empresa industrial é feita do seguinte
modo:

Vendas Líquidas
(-) CPV
______________
Lucro Bruto
(-) Outras Despesas
De Vendas
Administrativas
Financeiras
_____________________
Lucro Líquido
O CPV, Custo dos Produtos Vendidos, representa os custos de fabricação dos produtos
acabados que foram entregues aos clientes, em virtude das vendas (a soma das matérias-
primas, embalagens, mão-de-obra direta e dos gastos gerais de fabricação, ou custos
indiretos de fabricação, aplicados aos produtos).

Matérias-primas  Produtos em Elaboração  Produtos Acabados  CPV

Importância da Contabilidade no gerenciamento (se quiser emitir opinião sobre o tema – o


que não é obrigatório – faça-o no ícone “apoio pedagógico”...“fórum”, onde as perguntas
estão reproduzidas)
A gestão de negócios é algo complexo, mas pode ser satisfatoriamente executada, com
suporte em dados regulares e respeito às boas técnicas contábeis. Com esse fundamento
vamos analisar as premissas colocadas abaixo:
1 – Você acha que a contabilidade mantém seus limites de ação no atendimento do fisco,
das legislações comerciais, previdenciárias e legais?
2 – Os limites indicados seriam suficientes para alcançar os objetivos da gestão empresarial?
Caso contrário, na prática, onde sua utilidade poderia se fazer presente?

3 – Quais seriam os pressupostos básicos para a concepção de uma contabilidade voltada


para o uso gerencial?

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U NIDADE 13
Objetivo: Apresentar as diferenças básicas entre os estoques nas empresas comerciais e
industriais, as fontes de recursos e os investimentos realizados numa indústria.

OS ESTOQUES E OS INVESTIMENTOS

Os estoques na empresa comercial

Na atividade comercial, permanecem em estoque apenas os valores de aquisição das


mercadorias ainda não vendidas. Os valores correspondentes a alugueis, depreciação, juros,
comissões de vendas, honorários, salários, etc. são apropriados ao resultado imediatamente
quando incorridos.

Como regras, não existem valores agregados ao gasto com aquisição das mercadorias. Em
outras palavras, os gastos que não dizem respeito à compra das mercadorias não são
estocados.

Os estoques na empresa industrial

Na atividade industrial, permanecem em estoque os valores de aquisição das matérias-


primas e demais insumos de produção aplicados à fabricação dos produtos mantidos em
estoque.

São apropriados ao resultado, como custo dos produtos vendidos, apenas os valores
aplicados à fabricação dos produtos vendidos. Assim, temos a "estocagem" dos salários,
depreciação e demais gastos relativos à produção, durante o período em que os produtos
forem mantidos em estoque.

Se um produto fabricado permanece em estoque, o seu valor corresponde a:

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Matéria-prima + embalagem e outros materiais diretos + mão-de-obra direta + gastos gerais
de fabricação.

Entende-se por gastos gerais de fabricação os custos indiretos de fabricação, como é o caso
da energia elétrica consumida na produção, da depreciação das máquinas industriais e do
aluguel da fábrica.

O patrimônio da empresa industrial

O patrimônio pode ser considerado como o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma
determinada pessoa, avaliáveis economicamente (em moeda). Em sentido jurídico,
patrimônio é o complexo de relações jurídicas de uma pessoa, que possam ser avaliadas
economicamente.

A identificação dos elementos que compõem o patrimônio diz respeito ao seu aspecto
qualitativo, enquanto a mensuração desses elementos, a identificação em valores
monetários, diz respeito ao aspecto quantitativo. A Contabilidade se ocupa dos dois
aspectos: da identificação dos elementos patrimoniais (aspecto qualitativo) e da mensuração,
da indicação do valor em moeda, desses itens (aspecto quantitativo).

Origens ou fontes de recursos

Quanto às origens ou fontes, os recursos podem ser próprios ou de


terceiros.

Os recursos ou capitais próprios são representados pelo patrimônio


líquido, traduzindo, basicamente, o excesso do ativo sobre as
obrigações com terceiros.

Representam o acervo líquido patrimonial na hipótese de liquidação da sociedade (capital


social) e dos resultados gerados pela atividade empresarial.

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Os recursos ou capitais de terceiros indicam as dívidas ou obrigações com terceiros.

As dívidas decorrentes das atividades normais da indústria são denominadas débitos de


funcionamento, como é o caso das obrigações junto a fornecedores de matérias-primas, dos
salários não pagos, das contribuições previdenciárias, dos impostos.

Já as obrigações contraídas para a obtenção de recursos a serem utilizados nas atividades


usuais são denominadas débitos de financiamento, normalmente representados por
empréstimos e financiamentos bancários e por dívidas contraídas na emissão de debêntures.

Os investimentos na indústria

O ativo é igual à soma dos recursos próprios com os recursos de terceiros, representando as
aplicações de recursos.

As aplicações, ou ativo, podem ser divididas em: bens fixos, material de uso ou consumo,
bens de venda, bens numerários e de renda, créditos de funcionamento e créditos de
financiamento.

Bens fixos: representam as aplicações em bens de uso permanente (tempo de vida útil
acima de um ano), necessários à manutenção das atividades da empresa. Podem ser
tangíveis ou intangíveis.

Entre os tangíveis, temos: edificações de uso, terrenos de uso, máquinas, equipamentos,


ferramentas, móveis e utensílios. São intangíveis: marcas, patentes, despesas diferidas,
concessões de serviços públicos. As indústrias têm como característica um elevado nível de
imobilização.

Materiais de uso ou consumo: são os bens de consumo não durável (vida útil de até um
ano) ou de valor pouco representativo, como é o caso do material de escritório, de limpeza,
de manutenção e conservação (parafusos, pregos, peças de reposição que não sejam
incorporáveis ao imobilizado, etc.). Apesar de serem destinados ao uso, não são bem fixos,
por não preencherem os requisitos de tempo de vida útil e valor.

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Bens de venda: são aqueles que a indústria mantém em constante rotatividade no
desempenho de suas atividades de produção e comercialização. É o caso das matérias-
primas, embalagens, produtos em fabricação, produtos acabados. Há quem entenda que as
matérias-primas e embalagens não são bens de venda, preferindo classificá-las como bens
circulantes.

Bens numerários: são as disponibilidades financeiras, como o dinheiro em caixa, em conta


corrente bancária de livre movimentação, aplicações de liquidez imediata, cheques em
cobrança.

Bens de renda: são aplicações estranhas às atividades normais da empresa, mas que
podem gerar rendas. É o caso de imóveis para aluguel e participações no capital de outras
companhias.

Créditos de funcionamento: são as contas a receber, os adiantamentos concedidos e


valores a compensar decorrentes das atividades normais da empresa. É o caso das
duplicatas a receber por vendas a prazo de mercadorias, dos adiantamentos aos
fornecedores de mercadorias, do ICMS e IPI a recuperar.

Créditos de financiamento: são as contas a receber, adiantamentos concedidos e valores a


compensar decorrentes das operações estranhas às atividades da empresa. É o caso de
empréstimos a diretores e adiantamentos a acionistas.

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U NIDADE 14
Objetivo: Apresentar um painel geral dos principais conceitos que norteiam o ferramental
técnico à disposição da contabilidade de custos, controle e tomada de decisão.

TERMINOLOGIA UTILIZADA NA CONTABILIDADE DE CUSTOS

A falta de uma linguagem-padrão provoca grandes dificuldades no estudo da Contabilidade,


inclusive da Contabilidade de Custos. Podemos encontrar diversas palavras e expressões
novas ou os mesmos termos com significados diferentes.

Como forma de amenizar esse problema, alguns autores propõem uma terminologia-padrão.
Abaixo, temos, de acordo com a doutrina predominante, a definição de algumas palavras e
expressões empregadas na Contabilidade de Custos.

Gasto: é a entrega de um ativo ou o aumento do passivo necessário à obtenção de um bem


ou serviço. Significa o sacrifício financeiro ou econômico correspondente ao pagamento ou à
dívida assumida na obtenção de um bem ou serviço.

Na compra à vista de bens, o gasto corresponde à redução do caixa pelo pagamento. Na


compra a prazo de bens, o gasto representa o aumento do passivo. Os salários de um
determinado período representam um gasto (pago ou a pagar). Um gasto pode se revestir da
forma de INVESTIMENTO, CUSTO ou DESPESA.

Investimento: é o gasto que tem como contrapartida um ativo. Representa os bens ou


serviços que se incorporam ao patrimônio. Exemplos: na aquisição de matéria-prima, temos
um investimento circulante, que envolve um gasto correspondente ao valor pago ou a pagar
na compra; na aquisição de equipamentos, temos um investimento permanente.

Custo: corresponde a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços. É


o gasto necessário à obtenção de bens ou serviços. Exemplo: a matéria-prima, a

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depreciação, os salários, o aluguel, etc., consumidos na produção de um bem, representam
custos.

Em sentido estrito, o custo só existe durante o processo de produção do bem ou serviço.


Assim, enquanto o produto está em fase de fabricação, os valores agregados em sua
produção são tratados como custos. Uma vez concluído o produto, deixamos de ter custos e
passamos a considerar o bem resultante da produção como um novo investimento.

A aquisição de matéria-prima é um investimento. Durante a sua aplicação na fabricação de


um produto, temos a matéria-prima como um custo de produção.

O produto obtido com a transformação da matéria-prima é um novo investimento. Durante a


fase de produção, a matéria-prima não deixa de ser um ativo. É um "investimento em
transformação".

A aquisição de um equipamento industrial representa um investimento. À medida que a


máquina é utilizada na produção, converte-se, proporcionalmente, em um custo, pela
depreciação. O produto obtido é um novo investimento, que conta com a depreciação no seu
valor de produção.

Despesa: é a redução patrimonial intencional com o objetivo de realização de receitas.


Representa o sacrifício patrimonial voluntário para a geração de receitas.

Os salários dos funcionários dos departamentos, tanto administrativo, quanto de vendas


representam despesas que não transitam por investimento ou custo, sendo transferidos
diretamente para o resultado do exercício (não são estocados). A depreciação das máquinas
do setor industrial representa custo durante o processo de produção.

Concluído o produto, ela se transforma em novo investimento. Nesse caso, o custo de


depreciação é estocado e permanece no estoque até a venda do produto.

Com a venda do produto e realização da receita, essa depreciação se transforma em uma


despesa, como parte integrante do custo dos produtos vendidos. A despesa, nesse caso,

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decorre da transmissão da propriedade do bem ao cliente, em virtude da venda (o correto é
despesa dos produtos vendidos e não custo dos produtos vendidos).

A depreciação dos móveis e utensílios do departamento de vendas representa uma despesa


que é apropriada diretamente ao resultado, sem transitar por investimento ou custo.

Quando da sua aquisição, a matéria-prima é tratada como um investimento. A parte da


matéria-prima aplicada à produção é custo de fabricação necessário à obtenção de um novo
ativo ou investimento - o produto acabado.

Quando o produto é vendido, o seu valor de custo deve ser apropriado ao resultado como
uma despesa. Como a transferência da propriedade do produto fabricado é um sacrifício
necessário à realização da receita de venda, o correto é denominar o gasto correspondente
como despesa do produto vendido. A prática, entretanto, já consagrou a expressão "custo
dos produtos vendidos".

Perda anormal: é o sacrifício patrimonial involuntário e anormal. Representa a redução do


patrimônio por fatores alheios à vontade do empresário. Não se confunde com a despesa,
que é um sacrifício patrimonial intencional.

Como exemplos de perdas anormais, temos: matérias-primas roubadas, consumidas em


incêndios, ou que se tornaram obsoletas; matérias-primas inutilizadas por falha anormal das
máquinas; a remuneração da mão-de-obra durante um período de greve.

As perdas anormais são apropriadas diretamente ao resultado, da mesma forma que as


despesas. Porém, apesar de contar com o entendimento pacífico da doutrina, esse
tratamento não é aceito pela legislação do imposto de renda, fato que abordaremos mais
adiante.

Encargo: representa um ônus, normalmente estabelecido pela legislação, como é o caso


dos encargos trabalhistas e previdenciários. Se forem necessários à produção, os encargos
são tratados como custos.

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Desembolso: é o pagamento correspondente à aquisição de um bem ou serviço. O gasto
decorrente da aquisição de máquinas e equipamentos pode ser desembolsado
antecipadamente, no ato do recebimento do bem (à vista), ou após o seu recebimento (a
prazo).

Importação: é a utilização de sistemas de custos que já são adotados em outras indústrias.

Coloque os números nos espaços em branco, para as definições apropriadas:

Definições:

1. Representa um ônus, normalmente estabelecido pela legislação


2. É o gasto necessário à obtenção de bens ou serviços
3. É o pagamento correspondente à aquisição de um bem ou serviço
4. É a utilização de sistemas de custos já utilizados em outras indústrias

5. É a redução patrimonial com a intenção de realização de receitas


6. É o sacrifício patrimonial involuntário
7. É o gasto que tem como contrapartida um ativo
8. É a entrega de um ativo ou o aumento do passivo necessário à obtenção de um bem ou
serviço
Conceitos:

( ) Importação ( ) Perda Anormal


( ) Despesa ( ) Desembolso
( ) Gasto ( ) Encargo
( ) Investimento ( ) Custo

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U NIDADE 15
Objetivo: Destacar algumas classificações da atividade industrial observadas no mercado e,
enquanto fluxo industrial, dar ênfase ao processo de transformação da matéria prima em
produtos finais.

ELEMENTOS INDUSTRIAIS: CLASSIFICAÇÃO E FLUXO DE PRODUÇÃO

Classificação da atividade industrial

Quanto ao ritmo ou fluxo da produção, as indústrias podem ser perenes (contínuas) e


intermitentes (sazonais estacionais ou cíclicas). São perenes as que podem operar durante
todo o ano, sem que precisem suspender suas atividades em determinados períodos.

As indústrias intermitentes têm sua produção associada a determinadas estações, a


determinados fenômenos que se repetem em intervalos mais ou menos regulares, ou porque
dependem de matéria-prima só existente em determinada época. Outra característica pode
ser observada quando o consumo de seus produtos se restringe a uma estação do ano, ou a
festividades religiosas ou populares (carnaval, páscoa, natal).

Quanto às fases de elaboração pelas quais passam os produtos, as indústrias podem ser
classificadas como simples e complexas. São simples aquelas em que a matéria-prima, no
processo de elaboração, passa por uma única fase, ou seja, aquelas em que não se observa
qualquer produto intermediário entre os insumos aplicados à produção e o produto definitivo,
como, por exemplo, a fabricação de tecidos.

São complexas as indústrias em que o produto final é obtido mediante a utilização de


produtos intermediários, também por elas fabricados, como, por exemplo, a fabricação de
roupas em que a própria indústria fabrica o tecido a partir do algodão.

Há indústrias que produzem artigos de acordo com os tipos por elas mesmas escolhidas,
sendo chamadas indústrias de produção uniforme, e aquelas cujos produtos obedecem a

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tipos especiais exigidos pelos clientes. São as de produção multiforme, que não possuem
tipo próprio de produto e por isso são também denominadas atípicas, como, por exemplo, a
indústria gráfica.

As indústrias de produção uniforme são geralmente politípicas, isto é, produzem artigos de


vários tipos, conservando para cada tipo forma e modelo constantes.

Aquelas, porém, que só produzem artigos de um único tipo denominam-se monotípicas.

Quanto ao modo como os produtos são obtidos, algumas indústrias os fabricam sem que
entre eles haja necessária dependência, como é o caso da indústria de cerveja. Nesse caso,
a produção é dita desconjunta.

Há, porém, indústrias em que o esforço empregado gera produtos diversificados,


simultaneamente ou sucessivamente: são indústrias de produção conjunta.

Se os produtos são obtidos simultaneamente, podemos dizer que se trata de concomitante,


como é o caso das indústrias de plástico que fabrica diversos utensílios; se os produtos
diferenciados vão surgindo em determinada ordem, enquanto o processo produtivo avança,
temos a produção sucessiva, como é o caso da indústria petrolífera, à medida que o refino se
desenvolve.

Processo Industrial

A fabricação dos produtos é um processo de transformação de matéria-prima e materiais em


produtos finais ou acabados.

Os materiais requisitados diretamente dos fornecedores ou de estoques de materiais já


internados na empresa são encaminhados para a fábrica para processamento.

O processamento se dá pela manipulação dos materiais utilizando mão-de-obra, instalações


e equipamentos, consumindo outros recursos necessários à produção e ao seu controle.

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Depois de produzidos, os produtos finais são despachados diretamente aos clientes ou
mantidos temporariamente em estoques até sua posterior venda.

Insumos Industriais

Os elementos formadores dos estoques industriais são:

a) Materiais consumidos para o produto e o processo industrial;

b) Mão-de-obra industrial;

c) Gastos gerais de fabricação;

d) Depreciação das instalações e equipamentos industriais.

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U NIDADE 16
Objetivo: Aprender prioritariamente que os custos são classificados em diretos e indiretos.
Porém, devemos relacioná-los a alguma atividade operacional ou segmento da organização,
para que possamos materializar seus verdadeiros significados.

CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

Custos diretos:

São os custos apropriados diretamente a cada produto fabricado sem a necessidade de


rateios ou estimativas. Podem perfeitamente ser identificados na composição do custo do
produto.

Observe-se que todo custo se relaciona com a produção, mas o custo é classificado como
direto ou indireto de acordo com a sua relação com determinado produto fabricado, e não
com a produção como um todo.

São exemplos de custos diretos: as matérias-primas consumidas, as embalagens aplicadas


durante o processo de produção, a mão-de-obra diretamente aplicada a determinado
produto.

Quando um único produto é fabricado, todos os custos são considerados como diretos, uma
vez que todos eles se relacionam com um único produto, sem necessidade de rateios ou
estimativas.

Custos indiretos:

São aqueles alocados aos produtos fabricados através de estimativas, distribuição ou


alocação, já que não podem ser relacionados diretamente com cada um dos produtos. São
também denominados custos comuns. Podem ser fixos ou variáveis.

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Normalmente, são considerados como custos indiretos: o aluguel e o seguro da fábrica ou de
equipamentos, os salários dos supervisores e dos chefes do pessoal de produção, a energia
elétrica consumida na fábrica, a depreciação dos equipamentos de produção, o salário dos
funcionários da manutenção, segurança e limpeza.

Um custo pode ser indireto por sua natureza (não pode de fato ser apropriado ao produto,
senão através de rateio) ou por sua irrelevância, dificuldade de identificação, medição, ou por
conveniência da empresa na avaliação do custo e benefício.

A classificação dos custos em diretos e indiretos diz respeito à relação dos custos com os
produtos fabricados, isto é, se eles podem ou não ser identificados na composição do custo
do produto.

Uma indústria fabrica dois produtos, A e B:

Alguns custos podem ser identificados com o produto A; outros, com B. Mas existem custos
que dizem respeito tanto ao produto A, quanto ao produto B, sem que seja possível (às
vezes é possível, mas não é conveniente a identificação) se identificar a parcela efetiva de
custo correspondente a cada um dos produtos. Nesse caso, a apropriação é feita através de
rateio.

Custos fixos:

São os custos cujos valores totais independem da quantidade produzida (dentro do limite da
capacidade instalada). O valor total desses custos não sofre alterações em razão do volume
de produção.

De um modo geral são custos e despesas necessárias para manter um nível mínimo de
atividade operacional, por isso são também denominados custos de capacidade. Exemplos:
seguro, aluguel, imposto predial.

Os custos fixos podem ser divididos em repetitivos (quando o seu valor se repete em vários
períodos, como é o caso do aluguel da fábrica, da depreciação dos equipamentos) e não

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repetitivos (quando o seu valor é diferente em cada período, como os gastos de
manutenção). Logo, dizer que um custo é fixo não significa dizer que o seu valor se repete a
cada período.

Custos variáveis:

São aqueles cujos valores totais variam de acordo com a quantidade produzida. Exemplos:
matéria-prima, embalagem, mão-de-obra direta.

Enquanto os custos variáveis (totais) acompanham diretamente o ritmo da produção, os


custos fixos (totais) permanecem estáveis, independentemente da quantidade produzida.
Porém, a relação a cada unidade produzida, os custos variáveis (unitários) permanecem
constantes e os custos fixos (unitários) variam inversamente com a quantidade produzida,
isto é, quanto maior o volume de produção, menor o custo fixo unitário; quanto menor o
volume de produção, maior o custo fixo unitário.

Unidades Custo Fixo Custo Fixo Custo Custo Custo


Produzidas Total Unitário Variável Variável Unitário total
Unitário Total

1 300,00 300,00 20,00 20,00 320,00

10 300,00 30,00 20,00 200,00 50,00

100 300,00 3,00 20,00 2.000,00 23,00

1.000 300,00 0,30 20,00 20.000,00 20,30

Com base na tabela acima, podemos concluir que:

1. Os custos variáveis totais de produção aumentam proporcionalmente à quantidade


produzida, em razão direta;

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2. Os custos variáveis unitários permanecem estáveis;

3. Os custos fixos totais mantêm-se estáveis, qualquer que seja a quantidade produzida;

4. Os custos fixos unitários variam na razão inversa da quantidade produzida;

5. O custo industrial unitário, pela diluição dos custos fixos, aproxima-se do custo
variável unitário à medida que o volume de produção aumenta;

A classificação dos custos em fixos e variáveis leva em consideração a relação dos custos
com o volume de produção, e não com os produtos propriamente.

Custos semifixos ou semivariáveis:

Há muitos casos em que um enquadramento de um item como custo fixo ou custo variável é
tarefa subjetiva, já que, por suas características, alguns desses componentes se situam entre
as duas classes: una mantêm-se quase fixos, mas reagem de algum modo, ao ritmo da
produção; outros se aproximam dos variáveis, mas em suas variações em relação à
produção não conservam a mesma proporcionalidade.

São custos semifixos ou semivariáveis. Um exemplo é a energia elétrica, onde parcela


consumida diz respeito à capacidade instalada e a outra ao volume de produção. Se uma
pequena parcela da energia consumida é relativa à capacidade instalada, e a parcela mais
significativa decorre da produção, a energia elétrica é, mais precisamente, um custo
semivariável.

No caso da manutenção da fábrica, se a parcela mais significativa é fixa, havendo pequena


variação em razão da quantidade produzida, ela será um custo semifixo.

A classificação em diretos e indiretos é exclusiva dos custos, mas a classificação em fixos e


variáveis também é feita em relação às despesas. Assim, a comissão dos vendedores é uma
despesa variável.

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Com base nos números apresentados abaixo, identifique os custos apontados a seguir:

Unidades Custo Fixo Custo Variável Unitário


Produzidas Total

15 1.500, 150,

150 1.500, 150,

1500 1.500, 150,

15000 1.500, 150,

Dando continuidade ao quadro apresentado, calcule o Custo Fixo Unitário, o Custo Variável
Total e o Custo Unitário Total, para cada unidade produzida. Em seguida, analise os
seguintes comportamentos:

1. Dos custos variáveis totais de produção em relação à quantidade produzida;

2. Dos custos variáveis unitários;

3. Dos custos fixos totais com relação à quantidade produzida;

4. Dos custos fixos unitários com relação à quantidade produzida;

5. Do custo industrial unitário, quando o volume de produção aumenta;

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U NIDADE 17
Objetivo: Apresentar alguns outros conceitos importantes relativos a custos, a composição
dos estoques e movimentação da matéria prima utilizada no processo de produção industrial.

O ESTOQUE E A MATÉRIA PRIMA NO PROCESSO INDUSTRIAL

Alguns custos afetos a estoques:

Custo de produção do período - é o total de custos incorridos com a produção do período,


independentemente do que foi ou não acabado.

Custo da produção acabada - é o total dos custos acumulados na produção acabada no


período, independentemente de ter sido iniciada no período ou em outro anterior.

Custo dos produtos vendidos - é o total dos custos dos produtos fabricados que foram
vendidos.

Custo primário - é a soma do custo do material direto com a mão-de-obra direta (alguns
autores o definem como a soma da matéria-prima com a mão-de-obra direta).

Custo de transformação ou de conversão - é a soma da mão-de-obra direta com os


gastos gerais de fabricação.

Digamos que uma indústria apresentasse os seguintes valores para sua produção em um
determinado período:

ESTOQUES ESTOQUES INICIAIS ESTOQUES FINAIS

Matérias-primas 100 200

Produtos em elaboração 150 50

Produtos acabados 500 700

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 Compras de matérias-primas = 700;

 Mão-de-obra direta aplicada à produção do período = 300;

 Gastos gerais de fabricação (custos indiretos) aplicados à produção = 400.

As contas de estoques teriam a seguinte movimentação:

Estoques de
produtos em
elaboração  EI 1
50 1400
Estoques de (PA)  MAT 600  Estoques de
matérias- MOD 300  GCF 4 produtos
primas  EI 100 600  00  EF 50  acabados  EI 500 1
C 700  EF 200  200
(CPV)  PA 1400  EF
 700 

Legenda:

EI = ESTOQUES INICIAIS

C = COMPRAS

EF = ESTOQUES FINAIS

MAT = MATÉRIAS-PRIMAS REQUISITADAS NO PERÍODO

MOD = MÃO-DE-OBRA APLICADA À PRODUÇÃO DO PERÍODO

PA = PRODUÇÃO OU PRODUTOS ACABADOS NO PERÍODO

CPV = CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS

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O custo da produção do período foi de 1.300, representando a soma dos seguintes itens:
matéria-prima consumida no período (600); mão-de-obra direta aplicada à produção do
período (300); e gastos gerais de fabricação aplicados à produção do período (400). O
estoque inicial de produtos em elaboração não é computado como parte do custo da
produção do período, por ser custo realizado no período anterior, ou em períodos anteriores.

O custo da produção acabada no período foi de 1.400, representando os valores transferidos


dos estoques de produtos em elaboração para os estoques de produtos acabados durante o
período.

O custo dos produtos vendidos (CPV) foi de 1.200, representando as saídas dos estoques de
produtos acabados para entrega aos clientes.

O custo primário foi de 900, representando a soma da matéria-prima (ou material direto)
consumida no período com a mão-de-obra direta aplicada à produção do período.

O custo de transformação ou de conversão foi de 700, representando a soma da mão-de-


obra direta aplicada à produção do período (300) com os gastos gerais de fabricação
aplicados à produção do período (400).

Matérias-primas

As matérias-primas e todo o material utilizado na atividade industrial são normalmente


controlados por um setor que recebe o nome de almoxarifado, cabendo-lhe também a
verificação dos documentos que comprovam as entradas e saídas de materiais.

A origem das entradas pode ser externa ou interna. As entradas de origem externa são as
compras, e as de origem interna podem ser devoluções do setor de produção, transferências
internas de outros setores, produtos acabados pela produção que se destinam às novas
operações de industrialização (produtos intermediários), ou a uso na própria indústria, etc.

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As saídas do almoxarifado podem ser destinadas ao setor de produção, ou a transferências
para outros setores da fábrica, baixas por deterioração, obsolescência, devoluções aos
fornecedores, etc.

As compras de matérias-primas e demais materiais devem ser comprovadas pelas notas


fiscais emitidas pelos fornecedores. As outras operações de entrada e saída devem ser
comprovadas por documentos internos, que podem ser requisições, boletins de
transferências, boletins de sobras, boletins de produção, etc.

As requisições são utilizadas para o fornecimento de materiais ao setor de produção,


enquanto os boletins costumam ser utilizados nas operações com os outros departamentos.

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U NIDADE 18
Objetivo: Identificar e demonstrar a mão-de-obra direta enquanto custo vinculado ao produto
em análise e medir o tempo dispêndio por cada operário, para que a mão-de-obra seja
apropriada ao produto e não à produção global.

MÃO DE OBRA-DIRETA

Denomina-se mão de obra direta aquela que pode ser apropriada ao produto
sem a necessidade de estimativas ou rateios. Para isso, é preciso que se
identifique o operário que executou a tarefa, a fim de se medir o tempo por ele
despendido (apontamento da mão-de-obra).

Caso contrário, a mão-de-obra deve ser tratada como custo indireto. É necessário, portanto,
que a mão-de-obra seja precisamente identificada com o produto em questão (e não com a
produção como um todo) para ser tratada como direta.

Quando temos um único produto em fabricação, todos os custos são diretos, inclusive a
mão-de-obra.

A mão-de-obra pode ser tratada como indireta por sua natureza (quando é impossível
identificá-la com o produto), ou por conveniência, em razão da dificuldade, ou alto custo para
sua identificação, ou mesmo do pequeno valor do custo envolvido e sua consequente
insignificância.

Normalmente, é mão-de-obra direta a relativa ao trabalhador que opera máquinas (como um


frisador ou torneiro), ao pintor, soldador. Como regra, a mão-de-obra dos chefes de setores,
supervisores, ajudantes e do pessoal de manutenção é indireta.

É tratado como mão-de-obra direta apenas o tempo apontado que o operário destinou
especificamente ao produto. A parcela restante de sua remuneração (e encargos

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correspondentes) é tratada como custo indireto, despesa, ou mesmo como perda anormal
(horas remuneradas de uma greve, por exemplo).

Os encargos e contribuições previdenciárias, trabalhistas, etc., relativas à mão-de-obra


recebem o mesmo tratamento desta: se a mão-de-obra é direta, os encargos e contribuições
são custos diretos; se a mão-de-obra é indireta, os encargos e contribuições são custos
indiretos.

Como regra, a mão-de-obra direta é custo variável. Exceção à regra é o caso da máquina ou
o equipamento operado poder produzir, dentro do mesmo tempo, as diversas quantidades
envolvidas, por meio de regulagem. Nesta hipótese, a mão-de-obra direta é custo fixo.

Os gastos com alimentação, transporte, plano de saúde, hospitais, uniformes, etc., não
devem ser computados como parte da mão-de-obra (há quem não concorde com isso). Por
suas características de custos mais ou menos fixos, são registrados como gastos gerais de
fabricação e apropriados aos produtos por estimativas.

A título de ilustração, verifique o caso abaixo:

Num determinado mês, uma indústria teve a folha de pagamento da fábrica com o total de
1.000, sendo 300 identificados como mão-de-obra direta e o restante como indireta. De
forma simplificada, o registro contábil seria:

Apropriação da folha de pagamento ao final do mês:

D - Mão de obra direta 300


D - Mão de obra indireta 700
C - Salários a pagar 1.000

E a apropriação à produção do mês:

D - Produtos em elaboração 1.000


C - Mão de obra direta 300
C - Mão de obra indireta 700

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Cálculo do valor da hora da mão-de-obra direta

Uma indústria contrata certo empregado para trabalhar de segunda a sexta-feira, 44 horas
por semana, ganhando $ 10,00 por hora. Foram obtidas as seguintes informações:

Total de dias por ano 365 dias


Férias do empregado 30 dias
Repousos semanais remunerados (sab. dom.) 96 dias
Feriados 12 dias
Contribuições e encargos trabalhistas calculados sobre a 40 %
remuneração (INSS, FGTS, etc.)

O adicional de férias corresponde a 1/3 da remuneração dos 30 dias de férias; e o décimo


terceiro é equivalente a 30 dias.

A jornada máxima permitida pela Constituição é de 44 horas semanais. Trabalhando de


segunda a sexta feira (5 dias), o empregado estará à disposição da empresa, a cada dia, no
máximo:

44 horas por semana


 8,8 horas à disposição em cada dia de trabalho.
5 dias por semana
8,8 horas equivalem a 8 horas e 48 minutos.

Cálculo do número de dias por ano em que o operário trabalha:

365 Dias do ano


(30) Dias de férias
(96) Sábados e domingos (repousos
remunerados)
(12) Feriados
227 Dias à disposição da empresa por ano
Estando à disposição da empresa 227 dias por ano, 8,8 horas por dia de trabalho, o número
de horas à disposição da empresa por ano seria:

227 dias por ano X 8,8 horas por dia = 1.997,6 horas à disposição da empresa por ano.

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Apesar de o operário trabalhar 227 dias por ano, a empresa é obrigada a remunerá-lo
também pelos dias de férias, repousos semanais e feriados. Temos, ainda, o 13º salário e o
adicional de férias.

- dias remunerados 365 dias X 8,8 horas X 10,00 $


32.120,00
- 13º salário 30 dias X 8,8 horas X 10,00 $ 2.640,00
- adicional 1/3 de 1/3 X 30 dias X 8,8 horas X 10,00 $ 880,00
férias
- remuneração do empregado $ 35.640,00
- encargos e contribuições (40% da $ 14.256,00
remuneração)
- total gasto por ano com o empregado $ 49.896,00

Os dias correspondentes a férias, repousos e feriados estão incluídos nos 365 dias
remunerados.

O cálculo da hora de mão-de-obra seria:

49.896,00
 24,98
1.997,60
Cada hora apontada desse operário, aplicada à fabricação de um determinado produto, será
lançada como mão-de-obra direta; as demais horas destinadas à produção serão lançadas
como mão-de-obra indireta.

Atenção para o seguinte conceito: Quando temos um único produto em fabricação, todos os
custos são diretos, inclusive a mão-de-obra.

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Calcule o valor da hora da mão-de-obra direta para o seguinte caso:

Um Banco contrata um empregado para trabalhar de segunda à sexta-feira, 40 horas por


semana, ganhando $ 15,00 por hora. Para o caso, estão disponibilizadas as seguintes
informações:

Total de dias por ano 365 dias

Férias do empregado 30 dias

Repousos semanais remunerados (sab. dom.) 96 dias

Feriados 15 dias

Contribuições e encargos trabalhistas calculados sobre a 40 %


remuneração (INSS, FGTS, etc.)

O adicional de férias corresponde a 1/3 da remuneração dos 30 dias de férias; e o décimo


terceiro é equivalente a 30 dias.

A jornada de trabalho da categoria é de 40 horas semanais, de segunda a sexta-feira.

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U NIDADE 19
Objetivo: Apresentar as duas metodologias consideradas clássicas na apuração de custos
dos produtos, tomando por base os conceitos de custos com comportamentos diferentes em
relação à quantidade produzida, ou seja, nos custos fixos e variáveis.

SISTEMAS DE CUSTEAMENTO

Custeio por absorção

No sistema de custeio por absorção, apropriam-se como custos de produção os custos fixos
e variáveis, tanto os diretos, quanto os indiretos. Assim, os custos fixos e variáveis são
"estocados" e lançados ao resultado apenas quando da venda dos produtos
correspondentes.

Os grandes inconvenientes na adoção do custeio por absorção dizem respeito aos custos
fixos. Esses custos são necessários para que a indústria esteja em condições de produzir.
Dessa forma, o aluguel, o imposto predial e o seguro da fábrica são gastos realizados para
que a indústria adquira capacidade de produção, mas são custos incorridos
independentemente da quantidade que venha a ser produzida (até certo limite), já que não
sofrem variações em razão do volume de produção.

Como regra, os custos fixos são indiretos, sendo apropriados por estimativas mais ou menos
arbitrárias. Isto faz com que o custo de fabricação de um produto possa variar de acordo com
critérios adotados para a apropriação dos custos fixos. Por consequência, o resultado
apurado na venda de um produto pode variar de acordo com a parcela de custos fixos que a
ele se decida apropriar.

Outro inconveniente é o fato de os custos fixos unitários variarem de acordo com as


quantidades produzidas (em razão inversa). Com o aumento do volume de produção, temos
a redução do custo fixo unitário. Dados dois produtos, se considerarmos o aumento no
volume de produção de um deles, enquanto a quantidade produzida do outro permanece

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constante, observaremos que a quantidade fabricada do primeiro produto reduzirá o custo
unitário do segundo. Isto porque esse receberá uma parcela menor de custos fixos, em
função da maior parcela atribuída àquele por seu maior número de unidades. Quer dizer, a
variação no custo do segundo produto decorreu da alteração da quantidade produzida do
primeiro.

Custeio variável

Em razão dos problemas existentes no uso do sistema de custeio por absorção no que diz
respeito aos custos fixos, surge o sistema de custeio variável. Por esse sistema são
apropriados aos produtos apenas os custos variáveis de produção, sendo os custos fixos
lançados diretamente ao resultado, como se fossem despesas, sem transitar pelos estoques.

O sistema de custeio variável também é conhecido como sistema de custeio direto, em


virtude de os custos variáveis serem, como regra, diretos. Mas, em razão de, nesse método,
serem apropriados tanto os custos variáveis diretos, quanto os variáveis indiretos, parece ser
mais correta a expressão sistema de custeio variável.

Se toda a produção iniciada e acabada num determinado período for vendida, o lucro bruto
pelo custeio variável será maior que o apurado pelo custeio por absorção, pela não-
apropriação dos custos fixos à produção naquele sistema e a consequente redução do custo
dos produtos vendidos.

Nessa mesma hipótese, o lucro líquido será igual nos dois métodos, pois os custos fixos
integrarão o custo dos produtos vendidos no custeio por absorção e estarão entre as
despesas operacionais no custeio variável.

Se parte da produção permanecer em estoque, o lucro bruto nesse período será maior pelo
custeio variável, (pelo mesmo motivo anterior), mas o lucro líquido será maior pelo custeio
por absorção, em razão de os custos fixos, no custeio variável, serem deduzidos
integralmente como se fossem despesas operacionais e permanecerem, proporcionalmente,
em estoque como parte da produção não vendida no custeio por absorção.

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Os princípios contábeis e a legislação do imposto de renda determinam a utilização do
custeio por absorção, sendo o custeio variável adotado para uso gerencial (principalmente no
processo administrativo de tomada de decisão).

Considerando apenas as informações abaixo:

Custos fixos totais 300,00


Custos variáveis 700,00
Receita da venda de 60 % da 2.000,00
produção

CUSTEIO POR ABSORÇÃO


Produção
300,00
700,00 600,00
400,00

O valor lançado a crédito representa os 60 % da produção que foram vendidos.

Vendas 2.000,00
CPV (600,00)
Lucro Bruto 1.400,00
Lucro Líquido 1.400,00
CUSTEIO VARIÁVEL
Produção
700,00
420,00
280,00

O valor lançado a crédito representa os 60 % da produção que foram vendidos.

Vendas 2.000,00
CPV (420,00)
Lucro Bruto 1.580,00
Custos Fixos (300,00)
Lucro Líquido 1.280,00

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Custeio Variável (Direto) ou por Absorção? Qual o melhor?

Por dezenas de anos, os teóricos têm se debruçado sobre essa dúvida. De modo geral, as
vantagens teóricas do custeio direto parecem mais claras e evidentes, pois tendem a não
enviesar a apropriação dos custos com rateios dos custos indiretos sem bases científicas.

Por outro lado o Custeio por Absorção, por ser mais conservador, tende a deixar os
empresários mais tranquilos, sabendo que todos os custos foram apropriados e, com isso, os
parâmetros para formação de preços de vendas estariam mais embasados.

McLean, inclusive, chega a sugerir novas pesquisas sobre o custo por absorção, pois, apesar
das vantagens teóricas claras do custeio direto, é inexplicável até o porquê da continuidade
do uso do custeio por absorção.

A opção por um ou outro critério de custeio aparecerá quando da necessidade de tomada de


decisão para produção ou venda fora do programa de produção da empresa, ou quando
houver necessidade de mudança do mix de produção.

Assim, quando uma empresa opera em condições normais de produção ou venda, fica
irrelevante qual o melhor critério a ser adotado. De qualquer forma apresentamos abaixo um
sumário dos argumentos que indicam as vantagens e desvantagens dos dois métodos.

Vantagens do Custeamento Variável (Direto)

a) O custo dos produtos é mensurável objetivamente, pois não sofrerão processos


arbitrários ou subjetivos de distribuição dos custos comuns;
b) O lucro líquido não é afetado por mudanças de incremento ou diminuição de
inventários;

c) Os dados necessários para a análise das relações custo-volume-lucro são


rapidamente obtidos do sistema de informação contábil.
d) É mais fácil para os gerentes industriais entenderem o custeamento dos produtos sob
o custeio direto. Pois os dados são próximos da fabrica e de sua responsabilidade,
possibilitando a correta avaliação de desempenho setorial;

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e) O custeamento direto é totalmente integrado com o custo-padrão e orçamento flexível,
possibilitando o correto controle de custos;
f) O custeamento direto constitui um conceito de custeamento de inventário que
corresponde diretamente com os dispêndios necessários para manufaturar os
produtos;
g) O custeamento direto possibilita mais clareza no planejamento do lucro e na tomada
de decisões.

Desvantagens do Custeamento Direto

a) A exclusão dos custos fixos indiretos para valoração dos estoques causa sua
subavaliação, fere os princípios contábeis e altera o resultado do período;
b) Na prática, a separação de custos e variáveis não é tão clara como parece, pois
existem custos semi-variáveis e semi-fixos, podendo o custeamento direto incorrer em
problemas semelhantes de identificação dos elementos de custeio;

c) O custeamento direto é um conceito de custeamento a análise de custos para


decisões de curto prazo, mas subestima os custos fixos, que são ligados à capacidade
de produção e de planejamento de longo prazo, podendo trazer problemas de
continuidade para a empresa.

O ponto importante na comparação dos dois custeios

Quando se quer determinar o custo de um produto, tem-se em vista primariamente saber


quais as necessidades de gastos para executar sua produção, e que tipo de gastos, e
indicações para formação do preço de venda ao consumidor.

Em termos de apuração dos custos reais, é praticamente irrelevante saber se o custo dos
produtos foi elaborado pelo critério direto ou pelo critério de absorção.

Quando se elabora o custo dos produtos produzidos por uma empresa, utilizamos os dados
obtidos pela contabilidade dos gastos efetuados num determinado período. Assim, não há
nenhuma diferença dos gastos já ocorridos, que serão utilizados para colaboração dos
custos pelos dois critérios.

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Diante disso, mais importante do que o conceito de custo do produto é o conceito de gasto
ocorrido. Os gastos serão sempre iguais e financeiramente serão efetivados de qualquer
forma, independentemente dos critérios de elaboração dos custos dos produtos.

Entendemos este ponto fundamental, pois é muito possível que se tomem decisões
incorretas se for esquecido que os gastos são sempre os mesmos.

Questões e exercícios

1) Conceitue Custeio Direto e Custeio por Absorção;

2) Discorra sobre as vantagens e desvantagens dos dois métodos;

3)Qual o ponto importante na comparação entre Custeio Direto e Custeio por Absorção.

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U NIDADE 20
Objetivo: Apresentar os conceitos da margem de contribuição como a diferença entre a
receita e os custos variáveis de uma unidade, buscando destacar o valor do indicador, por
considerar apenas os custos envolvidos no processo de produção.

CONCEITO DE MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

A forma mais ou menos arbitrária como os custos fixos são apropriados faz com que o valor
dos custos de produção no custeio por absorção não seja um bom indicador para o processo
administrativo de tomada de decisões.

Quando os custos fixos são apropriados aos produtos, o custo de produção destes varia de
acordo como critério de rateio dos custos.

Como o custo fixo unitário é reduzido com o aumento da quantidade produzida, o aumento
da produção de um determinado produto pode provocar a redução do custo de fabricação
dos outros produtos. Isto porque, apesar de os custos fixos totais serem independentes da
quantidade produzida, os custos fixos unitários variam de acordo com o volume de produção,
em razão inversa.

Por outro lado, os custos fixos são provocados para dotar a indústria de capacidade de
produção e não em razão do volume de produção. Os custos efetivamente incorridos com
cada unidade adicional produzida são os custos variáveis.

Assim, o critério mais útil para se avaliar a rentabilidade de um produto é aquele em que os
custos fixos não são alocados como parte dos custos de produção (custeio variável).

Com base neste raciocínio, foi elaborado o conceito de margem de contribuição unitária.

Considerando-se apenas os custos envolvidos, a margem de contribuição unitária é a


diferença entre a receita e os custos variáveis de uma unidade. Ao incluirmos as despesas,
esse conceito deve ser ampliado.

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Margem de Contribuição Unitária = Receita Unitária - Custos e Despesas Variáveis Unitário

Analisando as informações abaixo, relativas a dois produtos:

Custos diretos Custos indiretos Custos variáveis Preço de Margem de


variáveis variáveis unitários unitários totais venda contribuição
unitários unitário unitária

Produto A 800 200 1.000 1.900 900

Produto B 1.00 500 1.500 2.200 700

O produto A é o que apresenta melhores resultados para a empresa, em função de sua


maior margem de contribuição (considerando-se a existência de capacidade ociosa de
produção).

Deduzindo os custos fixos da margem de contribuição dos dois produtos, chegamos ao lucro.
O custo fixo deve ser deduzido da margem de contribuição de todos os produtos e não
apropriado a cada um deles.

Em relação às despesas, os problemas identificados são basicamente os mesmos dos


custos fixos. Desse modo, o conceito de margem de contribuição unitária é ampliado para a
diferença entre a receita unitária e os custos e despesas variáveis por unidade.

MCU = Receita Unitária - Custos e Despesas Variáveis Unitários

Exemplo da aplicação do conceito de margem de contribuição

Uma indústria apresentava as seguintes projeções para um determinado período:

Capacidade produtiva 1.000 unidades


Demanda atual 700 unidades
Custos fixos totais de produção 28.000,00
Despesas fixas totais de produção 3.500,00
Custos variáveis de produção 30,00 / unidade
Despesas variáveis de produção 10,00 / unidade
Preço de venda 100,00 / unidade

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O resultado apurado com a produção e venda de 700 unidades seria:

Vendas: 700 unidades X 100,00 = 70.000,00

CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS


- Fixos 28.000,00
- Variáveis: 700 unidades X 30,00 21.000,00 (49.000,00)
- Lucro Bruto 21.000,00
DESPESAS
- Fixas 3.500,00
- Variáveis: 700 unidades X 10,00 7.000,00 (10.500,00)
- Lucro Líquido 10.500,00

Um determinado cliente deseja adquirir 200 unidades (produção adicional, acima da


demanda atual de 700 unidades), mas só aceita pagar 70,00 por unidade. A indústria deve
aceitar a encomenda?

Se adotar o custeio por absorção, considerando a produção e venda de 900 unidades, a


indústria irá apurar o custo unitário de produção da seguinte forma:

Custos

 Fixos unitários: 28.000,00 / 900 unidades = 31,11

 Variáveis unitárias: 30,00

Despesas

 Fixas unitárias: 3.500,00 / 900 unidades = 3,89

 Variáveis unitárias: 10,00

Total por unidade

31,11 + 30,00 + 3,89 + 10,00 = 75,00

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Como o cliente se propõe a pagar 70,00 por unidade, baseando-se no custeio por absorção,
a indústria não aceitaria a encomenda.

Entretanto, caso considere a existência de capacidade ociosa e que os custos e despesas


fixos existem, independentemente de ser ou não aceita a encomenda, a indústria decidirá
com base no conceito de margem de contribuição: para cada unidade, a receita adicional
será de 70,00; cada unidade gera custos variáveis de 30,00 e despesas variáveis de 10,00; a
margem de contribuição unitária (MCU) é positiva em 30, 00, e a encomenda deve ser aceita.

MCU = 70,00 - custos e despesas variáveis unitários


MCU = 70,00 - (30,00 + 10,00) = 30,00

Caso aceite produzir as 200 unidades adicionais, a indústria irá apurar o seguinte resultado:

Vendas

700 unidades X 100,00 = 70.000,00


200 unidades X 70,00 = 14.000,00
84.000,00
Custos dos produtos vendidos

 Fixos: 28.000,00

 Variáveis: 900 unidades X 30,00 = 27.000,00

 Total: 28.000,00 + 27.000,00 = 55.000,00

 Lucro Bruto = 84.000,00 - 55.000,00 = 29.000,00


Despesas

 Fixas: 3.500,00

 Variáveis: 900 unidades X 10,00 = 9.000,00

 Total: 3.500,00 + 9.000,00 = 12.500,00

 Lucro Líquido = 29.000,00 - 12.500,00 = 16.500,00


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Como o lucro líquido na produção e venda de 700 unidades seria de 10.500,00, o resultado
será maior em 6.000,00 se a encomenda das 200 unidades adicionais for aceita. A diferença
no resultado corresponde à margem de contribuição das 200 unidades adicionais:

200 unidades adicionais x 30,00 = 6.000,00

A margem de contribuição e a limitação na capacidade produtiva

Se não houver limitação na capacidade de produção, o produto mais rentável é o que


apresenta maior margem de contribuição por unidade.

Se uma indústria fabrica os produtos A e B e opera com a capacidade ociosa:

Custos diretos Custos Custos Preço de Margem de


variáveis indiretos variáveis venda unitário contribuição
unitários variáveis unitários totais unitária
unitários
Produto A 800,00 200,00 1.000,00 1.900,00 900,00
Produto B 1.000,00 500,00 1.500,00 2.200,00 700,00

O produto mais rentável é o A, pois apresenta maior margem de contribuição.

Havendo limitação na capacidade produtiva, mais rentável é o produto que apresentar maior
margem de contribuição pelo fator que limita a capacidade de produção.

Se uma indústria fabrica os produtos A e B e sofre limitação das horas de que pode dispor
em sua linha de produção:

Margem de Tempo de produção Margem de


contribuição unitária por unidade (horas) contribuição unitária
dividida pelo tempo
de produção
Produto A 900,00 1,5 600,00
Produto B 700,00 1,0 700,00

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Isto significa que, enquanto a margem de contribuição unitária de A é de 600,00 por hora, a
de B é de 700,00.

Podemos também raciocinar no sentido de que, enquanto se produz uma unidade de A


(900,00 de margem unitária), produz-se 1,5 unidades de B (700,00 x 1,5 = 1.050,00 de
margem unitária). O B é o mais rentável.

O conceito de Margem de Contribuição permite verificar quais produtos/serviços são mais ou


menos lucrativos, sem lançar mão de formas de rateio complexas. Através do seu cálculo, é
muito comum que um pequeno empresário (por exemplo, uma pastelaria) reavalie seu
negócio a cada mês apenas tomando o valor das vendas e deduzindo os custos do produto,
as despesas variáveis e, se a margem apurada cobre as despesas fixas e ainda sobra uma
receita, o negócio continua.

Aproveite o exemplo inicial e considere que um determinado cliente deseja adquirir 200
unidades (produção adicional, acima da demanda atual de 700 unidades), mas só aceita
pagar 60,00 por unidade. Leve em conta a existência de capacidade ociosa e que os custos
e despesas fixas existem, independentemente de ser ou não aceita a encomenda. Sabendo-
se que a indústria decidirá com base no conceito de margem de contribuição, ela deve ou
não aceitar a encomenda?

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Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua SALA DE
AULA e faça a Atividade 2 no “link” ATIVIDADES.

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U NIDADE 21
Objetivo: Apresentar o Sistema RKW, destacando sua utilidade como base para fixação de
preço de venda de um produto, já que funciona mais como um sistema de alocação de
custos e despesas do que um sistema de custeio convencional.

SISTEMA RKW

O RKW (do alemão, reichskuratorium für wirtschaftlichtkeit) é um sistema de alocação em


que, além da alocação dos custos, é considerada também a apropriação das despesas aos
produtos.

Distribuem-se a todos os produtos os custos diretos e indiretos, pelo custeio por absorção, e
as despesas de vendas administrativas, financeiras, etc., chegando-se, assim, ao valor de
fabricação e venda dos produtos, já considerados os gastos posteriores à produção. Em
razão disso, o RKW não é estritamente um sistema de custeio (que significa apropriação de
custos), mas de alocação de custos e despesas.

Primeiramente, os custos e despesas são distribuídos entre os diversos setores ou


departamentos e, posteriormente, alocados aos produtos.

Esse critério pode ser utilizado como base para a fixação de preço de venda de um produto,
uma vez que, calculado os gastos de produção e venda, basta se acrescentar a margem de
lucro para se chegar ao preço de venda.

O problema é que, numa economia de mercado, normalmente, o preço de venda não pode
ser fixado sem se considerar fatores como a concorrência e a procura pelos consumidores.
Isso faz com que o RKW possa ter apenas aplicação em regime de monopólio ou de
economia centralizada com rígido controle da produção e fixação de preços.

Ao invés de fixar o preço de venda com base no custo de produção, acrescido das despesas
e da margem de lucro, algumas empresas seguem o caminho inverso. Primeiro verifica que

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valor o mercado aceita pagar pelo produto e a quantidade procurada, para buscar
alternativas de produção e venda em valores compatíveis com o mercado.

É o target cost (custo meta), em que, ao invés de se fixar o preço de venda com base nos
custos e despesas, fixam-se os custos e despesas a partir do preço de venda de mercado.

Os procedimentos adotados no RKW podem ser usados para a fixação de tarifas na


prestação de serviços públicos mediante concessão.

Exemplo simplificado da aplicação do RKW

Uma indústria apresentava as seguintes projeções para um determinado produto:

Demanda atual 700 unidades


Custos fixos totais de produção 28.000,00
Despesas fixas totais de produção 3.500,00
Custos variáveis de produção 30,00 / unidade
Despesas variáveis de produção 10,00 / unidade

A indústria deseja obter lucro de 20 % adotando o sistema RKW na apuração do preço de


venda.

Custos

 Fixos unitários: 28.000,00 / 700 unidades = 40,00


 Variáveis unitárias: 30,00

Despesas

 Fixas unitárias: 3.500,00 / 700 unidades = 5,00


 Variáveis unitárias: 10,00
 Total unitário: 40,00 + 30,00 + 5,00 + 10,00 = 85,00

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Total unitário de produção e venda 85,00

20 % de margem de lucro 17,00

Preço de venda unitário 102,00

Atenção: Numa economia de mercado, as empresas modernas só lançam um produto no


mercado após avaliar o comportamento da concorrência e, acima de tudo, o comportamento
do consumidor e aquilo que ele se dispõe a pagar.

Portanto, é este valor aceito pelo mercado que se constitui referência para formação de
preço. Definido o preço de venda, o empresário dimensiona seus custos, despesas e
margem de lucro segundo o limite identificado no mercado.

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U NIDADE 22
Objetivo: Introduzir conceitos de Ponto de Equilíbrio, destacando sua importância na
identificação do momento em que a empresa começa a definir seus lucros, ou alcançar o
ponto onde não há lucro nem prejuízo.

PONTO DE EQUILÍBRIO

Ponto de equilíbrio contábil é aquele em que, produzindo e vendendo um determinado


número de unidades, a indústria tem resultado zero, isto é, não há lucro ou prejuízo.

Ponto de equilíbrio contábil em unidades:

CFT  DFT
PE 
MCU

Onde:

PE = ponto de equilíbrio em unidades

CFT = custos fixos totais

DFT = despesas fixas totais

MCU = margem de contribuição unitária

Uma indústria apresenta os seguintes dados:

Custos variáveis unitários 40,00


Despesas variáveis unitárias 35,00
Custos fixos totais 15.000,00
Despesas fixas totais 10.000,00
Venda unitária 100,00

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Seu ponto de equilíbrio em unidades será:

CFT  DFT
PE 
MCU

15.000,00  10.000,00
PE 
100,00 - (40,00  35,00)

PE  1.000 unidades

Ponto de equilíbrio em receitas:

1.000 unidades do PE x 100,00 venda unitária = 100.000,00 PE em receitas

DEMONSTRAÇÃO
Vendas
1.000 unidades X 100,00 100.000,00
Custo dos Produtos Vendidos
Fixos 15.000,00
Variáveis: 1.000 unidades X 40.000,00 55.000,00
40,00
Lucro Bruto 45.000,00
Despesas
Fixas 10.000,00
Variáveis: 1.000 unidades X 35.000,00 45.000,00
35,00
Resultado Líquido -0-

Produzindo e vendendo acima do ponto de equilíbrio, a indústria terá lucro; abaixo, prejuízo.
Para calcular o resultado, verificamos a diferença entre a quantidade de produção e venda e
a quantidade do ponto de equilíbrio, multiplicando-a pela margem de contribuição.

1.200 unidades produzidas e vendidas - (1.000) unidades do PE = 200 diferença

x 25,00 margem de contribuição unitária = 5.000,00 lucro líquido

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Como no ponto de equilíbrio a indústria já cobriu seus custos e despesas fixas, para cada
unidade adicional acima deste ponto, só haverá custos e despesas variáveis, e o resultado
será a margem de contribuição das unidades que ultrapassam o ponto de equilíbrio.

Se a indústria produzir e vender 900 unidades:

900 unidades produzidas e vendidas - (1.000) unidades do PE = (100) diferença


x 25,00 margem de contribuição unitária = (2.500,00) prejuízo líquido

Gráfico do ponto de equilíbrio

Traça-se um sistema de eixos cartesianos, cujas ordenadas (y) representam valores em


reais e as abscissas (x) representam percentagem, meses do ano e dias do mês ou ainda a
produção em unidades físicas.

Determinamos então o ponto A tendo como coordenadas:

X = Prod. Total (PT)


Y = Receita Total (RT)

Unindo o ponto A à origem, teremos a reta das receitas.

Traça-se em seguida uma paralela a eixo dos x (abscissas), no ponto correspondente em


reais aos custos fixos, denominado ponto B. A seguir, define-se C que corresponderá aos
custos totais (CT = CF + CV).

As coordenadas desse ponto são:

X = PT
Y = CT

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Uma vez determinado o ponto C, ele será unido ao ponto B, obtendo-se uma reta dos custos.
A intercessão das retas de receitas e custos determina o Ponto de Equilíbrio.

As coordenadas desse ponto nos fornecerão:

X = Produção de Equilíbrio
Y = Receita de Equilíbrio

Conclusão: A empresa atinge o Ponto de Equilíbrio quando as vendas se igualam ao total


dos custos e despesas. Recomenda-se apurar o Ponto de Equilíbrio antes (como uma
previsão), durante (acompanhamento) e após (como avaliação).

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Antes de dar continuidades aos seus estudos é fundamental que você acesse sua
SALA DE AULA e faça a Atividade 2 no “link” ATIVIDADES.

Com o estudo do Ponto de Equilíbrio, considere uma indústria apresenta os seguintes dados:

Custos variáveis unitários 60,00

Despesas variáveis unitárias 55,00

Custos fixos totais 33.000,00

Despesas fixas totais 20.000,00

Venda unitária 300,00

Pede-se:

1. Qual a quantidade a ser vendida no Ponto de Equilíbrio?

2. Identificada a quantidade de equilíbrio, qual a receita neste ponto?

3. Se a empresa produzir e vender 500 unidades acima do Ponto de Equilíbrio,


qual será seu Lucro Líquido?

4. Se a empresa vender 200 unidades abaixo do Ponto de Equilíbrio, qual será


seu Prejuízo Líquido?

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U NIDADE 23
Objetivo: Apresentar os conceitos vigentes para formação de preços de venda dos produtos,
partindo dos dados de custos contidos no sistema de informações contábeis.

CONCEITOS DE FORMAÇÃO DE PREÇOS DE VENDA

Formação de preços a partir do custo e sua validade


O pressuposto básico para tal técnica é que o mercado está disposto a absorver os preços
de venda determinados pela empresa, que, por sua vez, são calculados em cima de seus
custos reais ou orçados. Sabemos que, na verdade, isso nem sempre pode acontecer,
ficando, então, eventualmente, invalidado tal procedimento.

De qualquer forma, é necessário um cálculo sobre os custos, tendo em vista que, através
dele, podemos pelo menos ter um parâmetro inicial ou padrão de referência para análises
comparativas.

Além disso, diversas outras situações podem exigir a utilização dos procedimentos de
formação de preços de venda a partir do custo, como:

a) Estudos de engenharia e mercadologia para introdução de novos produtos;

b) Acompanhamento dos preços e custos dos produtos atuais;


c) Novas oportunidades de negócios;
d) Negócios ou pedidos especiais;
e) Faturamento de produtos por encomenda;
f) Análise de preços de produtos de concorrentes etc.

Diante disso, vamos estudar as principais variantes da formação de preços de venda, dentro
do sistema de informação contábil.

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Formação de preços a partir do custeio por absorção

É a técnica mais utilizada. Tomam-se como base os custos industriais por produto, e
adicionam-se as taxas gerais de despesas administrativas e comerciais, despesas
financeiras e margem desejada.

Apesar de várias desvantagens teóricas conhecidas sobre a utilização do Custeio por


Absorção, tanto KAPLAN & ATKINSON quanto LERE admitem que na prática este ainda é o
critério mais utilizado para a formação de preços de venda, basicamente porque o método é
simples de se usar.

Formação de preços a partir do custeio direto/variável

Em vez de se tomar como base o custo por absorção (equivalente ao custo da fábrica, que
inclui tanto os custos diretos como os indiretos), o valor básico de referência para formar o
preço de venda neste critério são os custos diretos ou variáveis, mais as despesas variáveis
do produto que possam ser identificadas. Após isso, a margem a ser aplicada deverá cobrir,
além da rentabilidade mínima almejada, também os custos e despesas fixas, que não foram
alocados aos produtos.

Este critério é coerente com análise de custo/volume/lucro, ao determinar, na formação de


preço de venda, a margem de contribuição de cada produto.

Formação de preços a partir dos custos de transformação

Dependendo dos valores dos itens comprados de terceiros, algumas empresas não
requisitam, no preço de venda, absorção das despesas operacionais e margem de lucro dos
valores desses materiais ou serviços adquiridos de terceiros. Neste caso, tomam como base
para formação dos preços de venda apenas os valores gastos a título de transformação do
produto.

A utilização dessa técnica tende a ser eventual, principalmente para pedidos especiais.

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Formação de preços a partir do mercado

A teoria econômica indica que quem faz o preço de venda dos produtos é o mercado,
basicamente através da oferta e procura, fazendo as devidas considerações para situações
de monopólio, oligopólio, mercados cativos e situações similares.

Assumindo essa condição, praticamente seria desnecessário o cálculo dos custos e


subsequente formação de preços a partir dele.

O que a empresa teria que fazer seria abalizar corretamente o preço de mercado do produto
através dos preços dos concorrentes existentes, ou através de pesquisas de mercado (no
caso de produtos inéditos), e fazer considerações específicas de gastos de comissões,
canais de distribuição, publicidade, localização da fábrica etc.

O preço de mercado possibilita na realidade a situação inversa da formação de preços de


venda. Assumindo a condição de que o preço que o mercado está pagando é o máximo que
a empresa pode atribuir ao seu produto, o preço de mercado passa a ser o elemento
fundamental para a formação dos custos e despesas.

Diante disso, parte-se do preço de venda, deduz-se a margem mínima que a empresa quer
obter, bem como os custos financeiros de financiamento da produção e os efeitos monetários
sobre o capital de giro, e obtém-se o máximo que pode custar internamente tal produto para
a empresa.

A partir da obtenção desse dado, se a empresa se vê em condições de produzir e vender tal


produto com o lucro desejado, o custo obtido passa a ser o custo-padrão ideal, ou segundo
NAKAGAWA o custo meta.

Exemplo:

Preço de venda de mercado $ 100,00

(-) margem de lucro, desejada ou necessária $ (10,00)

Custo Meta $ 90,00

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Vamos refletir sobre pontos a serem considerados na “análise da viabilidade de um
determinado negócio”.

É da natureza do homem identificar sempre como “potencialidade ociosa”, algo que


transformado poderia gerar novos valores na sua relação com o mercado. Refiro-me à
capacidade do ser humano em gerar novas riquezas econômicas, sem as quais, uma nação
não sobreviveria.

Entretanto, o índice de “suicídio empresarial” é demasiadamente grande. Isto por falta de


preparo ou erros de avaliação, gerando enormes prejuízos aos investidores. Sendo assim,
como minimizar o risco de um empreendimento?

1. No plano financeiro como devemos abordar o fenômeno da “Lucratividade” (preço-


custo) em relação aos produtos/serviços concorrentes – será que o produto/serviço é
realmente lucrativo?

2. É importante identificar as necessidades de capitais (fixo e giro) e adicioná-los para o


novo negócio ou produto?

3. Como um gestor contábil poderia colaborar com o empreendedor no lançamento de


um novo produto/serviço?

Emita a sua opinião e conheça a dos demais participantes no ícone “Apoio


Pedagógico”...”Fórum”..

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Atenção: Numa economia de mercado, afastadas as mazelas do monopólio ou do oligopólio,
as empresas modernas só lançam um produto após avaliar o comportamento da
concorrência e, acima de tudo, o comportamento do consumidor naquilo que ele se dispõe a
pagar. Portanto, se é este valor aceito pelo mercado, ele acaba por se constituir a referência
máxima para formação do preço.

Definido o preço de venda, o empresário dimensiona seus custos, despesas e margem de


lucro segundo o limite identificado no mercado. Essa visão, dependendo da estrutura
produtiva de cada empresa, é fator de decisões múltiplas: da desistência de um determinado
projeto até a revisão total da estrutura interna de custos.

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U NIDADE 24
Objetivo: Apresentar os conceitos e as características fundamentais da produção por ordem,
da produção contínua e do equivalente produção com exemplos objetivos.

PRODUÇÃO POR ORDEM E PRODUÇÃO CONTÍNUA

Conceitos

Na produção por ordem, a indústria fabrica produtos com características


estabelecidas pelos clientes, como é o caso das gráficas, que imprimem
uma série de cartões, formulários, blocos, etc., de acordo com os tipos
exigidos pelos clientes.

Também é produção por ordem aquela em que os produtos são fabricados com
especificações estabelecidas pela própria indústria, como cores, modelos, acessórios ou
tamanhos diferentes. É o caso de veículos não fabricados em série e que, apesar de não
serem produzidos através de especificações dos clientes, apresentam características
particulares.

Na produção contínua, a indústria fabrica os produtos por ela estabelecidos e de igual


formato, para oferta aos clientes, como é o caso de uma fábrica de cervejas.

Algumas indústrias produzem apenas por ordem; outras de forma contínua; e há as que
produzem por ordem e continuamente. Certas indústrias fabricam alguns dos componentes
de seus produtos de forma contínua e outros componentes por ordem. É o caso de uma
indústria de máquinas que produz continuamente as peças mecânicas e elabora por ordem a
carcaça, pintura, o acabamento, etc.

Na produção por ordem, os custos são acumulados para cada ordem de produção ou
encomenda, sendo encerrados apenas quando da conclusão do produto.

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Na produção contínua, o encerramento dos custos é feito no final de um período determinado
(semana, quinzena, mês, etc.). As contas de custos são encerradas ao final desse período, e
não à medida que os produtos vão sendo acabados. É dividido o custo total de produção do
período pelo número de unidades fabricadas no mesmo período, chegando-se ao custo
unitário médio de produção.

Equivalente de produção

O equivalente de produção diz respeito à produção contínua e será ilustrado com os


exemplos apresentados em seguida:

Em determinado período, uma indústria efetua custos de produção de 10.000,00, para iniciar
e acabar 1.000 unidades. O custo unitário de produção seria:

10.000,00 / 1.000 unidades = 10,00 por unidade acabada

Se a indústria, porém, realizasse custos de produção de 10.000,00 para iniciar 1.000


unidades, mas, no final do período, ainda tivesse 200 unidades em elaboração, no estágio de
90 % acabadas (já foram aplicados 90 % de matéria-prima, mão-de-obra direta e dos gastos
gerais de fabricação), o custo unitário de produção seria:

 Unidades iniciadas e acabadas no período: 800 unidades

 Unidades iniciadas no período e ainda em elaboração no final do período


(consideradas como proporcionalmente acabadas) - 200 unidades X 90 % = 180

Custos de produção do período 10.000,00


  10,20 por unidade acabada
Equivalente total de produção 980 unidades
unidades

 Equivalente total de produção = 800 unidades + 180 unidades = 980 unidades

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Apesar de não terem sido de fato concluídas, as 200 unidades em elaboração foram
computadas como proporcionalmente acabadas (200 unidades 90 % acabadas equivalem a
180 unidades 100 % acabadas).

No cálculo do custo médio unitário, levamos em consideração, portanto, as unidades


proporcionalmente acabadas. Caso contrário, os custos realizados com as unidades ainda
em elaboração seriam tratados como parte do custo das unidades efetivamente acabadas.
Os custos incorridos no período foram aplicados tanto às unidades acabadas, quanto às
unidades ainda em elaboração.

O estoque de produtos acabados seria:

800 unidades
x 10,20
8.160,00

E o estoque de produtos em elaboração:

200 unidades em elaboração


x 90 %
180 unidades acabadas (proporcionalmente)
x 10,20
1.836,00

O custo de cada unidade em elaboração corresponde a 90 % do custo de uma unidade


acabada. Logo, o cálculo poderia ser feito da seguinte forma:

10,20 por unidade 100 % acabada


x 90 %
9,18 por unidade 90 % acabada
x 200 unidades 90 % acabadas
1.836,00

Digamos que fossem consideradas apenas as unidades de fato acabadas nesse cálculo:

10.000,00 / 800 unidades = 12,50 por unidade acabada

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O custo de 12,50 por unidade seria referente às 800 unidades acabadas, mas embutiria os
custos aplicados também nas 200 unidades ainda em elaboração.

Por esse raciocínio, teríamos o estoque de produtos em elaboração igual a 10.000,00 (800
unidades X 12,50) e o estoque de produtos em elaboração com valor igual a zero.

Imaginemos que uma indústria começasse a produção em determinado período com 200
unidades vindas do período anterior, no estágio de 90 % acabadas. No atual período, os
custos de produção foram 9.300,00, sendo iniciadas 1.000 unidades. Destas unidades, 300
estavam em elaboração no final do período, no estágio de 70 % acabadas.

O custo unitário de produção seria:

 Unidades iniciadas no período anterior e acabadas no período, proporcionalmente:


200 unidades X 10 % = 20 unidades.
 Unidades iniciadas e acabadas no período: 1.000 unidades - 300 unidades em
elaboração = 700 unidades
 Unidades iniciadas no período e, ainda, em elaboração, proporcionalmente acabadas:
300 unidades X 70 % = 210 unidades.
 Equivalente total de produção = 20 + 700 + 210 = 930 unidades

Custos de produção do período 9.300,00


  10,00 por unidade acabada
Equivalente total de produção 930 unidades

As unidades iniciadas no período anterior e acabadas no período (200 unidades) foram


transferidas do período anterior no estágio de 90 % acabadas. Os custos aplicados no
período a estas unidades representaram o equivalente a apenas 10 %.

Digamos que uma indústria iniciasse 1.000 unidades e que tivesse apurado os seguintes
custos para o período:

Matérias-primas 4.500,00
Mão-de-obra direta 2.800,00
Gastos gerais de fabricação 4.200,00
Total 11.500,00

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Cada uma das 1.000 unidades se encontrava nos estágios abaixo:

Matérias-primas 90 %
Mão-de-obra direta 70 %
Gastos gerais de fabricação 60 %

As unidades proporcionalmente acabadas, em relação a cada um dos itens de custos acima,


seriam:

Matérias-primas Estágio de elaboração Equivalente em unidades


1.000 unidades 90 % 900 unidades
Mão-de-obra direta
1.000 unidades 70 % 700 unidades
Gastos gerais de fabricação
1.000 unidades 60 % 600 unidades

E o custo unitário de produção seria:

 Matérias-primas: 4.500,00 / 900 unidades = 5,00

 Mão-de-obra direta: 2.800,00 / 700 unidades = 4,00

 Gastos gerais de fabricação: 4.200,00 / 600 unidades = 7,00

 Custo unitário total = 16,00

Para sua informação

Importante: O controle interno reduz os riscos cotidianos na empresa.

Para evitar riscos com fraudes, erros e perda de controles, empresas implantam áreas de
controles internos preventivos, focando nelas a atuação de seus gestores:

 Controles internos a serem utilizados pelas empresas para as operações envolvendo


o ciclo de pagamentos: autorizações, solicitações de compras, ordens de compras,

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recebimentos das mercadorias, funções das contas a pagar e pagamentos (emissão
de cheques, segregações de funções, conferências, etc.).

 Controles internos a serem utilizados pelas empresas para as operações envolvendo o


ciclo de recebimento: pedido do cliente, faturamento, crédito e cobrança, expedição,
contas a pagar, recebimento, contabilidade e auditoria.

 Controles internos envolvendo o ciclo de produção da empresa.

 Controles internos gerais de Contabilidade, Reconciliações bancárias, Segurança,


Seguros Serviços administrativos e Sistemas.

 Controles e segurança de informação, medidas a serem tomadas objetivando evitar


ataques de vírus, códigos hostis, ameaças físicas, tornando seguros os dados de
informação, bem como medidas de segurança de rede, da WEB e de e-mails.

 Controles internos na área tributária, DCTF, Declaração de Renda, Lucro Real e


retenções de IRRF, INSS, ISS, PIS e COFINS.

 Controles internos na área de Recursos Humanos: Admissão, documentação, cartão


ponto, horas extras, folha de pagamento, INSS, FGTS, IRRF, Férias, 13º salário,
Rescisões, Segurança e Medicina do Trabalho, Laudos Técnicos e outros.

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U NIDADE 25
Objetivo: Identificar os conceitos, as características e os elementos básicos do planejamento,
enquanto ato de decidir antecipadamente o que fazer, quando fazer e quem deve fazer.

PLANEJAMENTO – CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Definição

É o passo original na tomada de decisão da ação administrativa. Planejar é decidir


antecipadamente o que fazer, quando fazer e quem deve fazer.

Características

 Definição de objetivo

 Estabelecimento dos recursos

 Redução da incerteza do futuro pela preparação

Elementos básicos

 Base informativa (avaliação de condições)

 Definição de objetivos (resultados esperados)

 Elasticidade (previsão de alternativas) - flexibilidade

 Facilitar a tomada de decisões (escolha entre alternativas)

Plano

É o resultado do planejamento. É o produto final que torna operacional o planejamento.

Projeto - É o aperfeiçoamento do Plano é a técnica especial de feitura do Planejamento.

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Tipos de planejamento administrativo

 Especial ou Parcial:

É aquele que atingido o seu objetivo, deixa de ser utilizado. É específico.

Exemplo: tornar conhecido um produto novo que vai ser lançado no mercado.

 Geral ou Estratégico:

Seus objetivos são permanentes.

Exemplo: programação de vendas de todos os produtos de sua linha de produção

Planejamento operacional

Aspecto setorial de um Plano. É um desdobramento do Plano. É a sua execução.

Projeto

Significa a expansão de um plano, o seu aperfeiçoamento.

ELEMENTOS BÁSICOS CARACTERÍSTICAS

Informação Definição de objetivos

Resultados esperados Estabelecimento de recursos

Flexibilidade Projeção futura

Decisões sobre fins e meios

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Objetivos

 Determina o que o grupo de pessoas deve fazer.

 É o passo original na tomada de decisão.

 É decidir antecipadamente o que fazer, quando fazer e quem deve fazer.

Importante: Antes de fazer as provas online ou presenciais faça os exercícios das atividades
propostas. Elas irão “facilitar” seu desempenho durante as referidas provas.

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U NIDADE 26
Objetivo: Essencialmente, nesta unidade vamos definir com objetivamente planejamento,
plano e tomada de decisão, procurando distinguir as etapas nas suas particularidades
enquanto ações gerenciais.

PLANEJAMENTO, PLANO E TOMADA DE DECISÃO

Para melhor entender a natureza do planejamento, deve-se conceituar três termos -


planejamento, plano e tomada de decisão - importantes do processo administrativo.

Planejamento:

A função de Planejar é definida como a análise de informações relevantes do presente e do


passado e a avaliação dos prováveis desenvolvimentos futuros de forma que um curso de
ação seja determinado e que torne possível à organização atingir seus objetivos já
determinados.

Segundo Ackoff, planejamento pode ser definido como: "O Projeto de um estado futuro
desejado e de meios efetivos para torná-lo realidade".

O autor ainda completa dizendo que o planejamento é um típico processo de tomada de


decisão, embora nem toda a tomada de decisão seja planejamento.

Plano:

A recomendação de um curso de ação estabelecida no planejamento é o plano. É através


do plano que o planejamento se torna operacional.

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Tomada de Decisão:

Tomada de decisão é uma atividade inerente ao processo de planejamento como um todo.


Tomar uma decisão é fazer uma escolha entre duas ou mais alternativas.

A alternativa escolhida é a decisão.

O Processo de tomada de decisão é uma tentativa racional, por parte do administrador, de


atingir os objetivos propostos pela organização. Ele obedece ao seguinte roteiro básico:

1. Determinação do problema;
2. Desenvolvimento de alternativas possíveis para melhor solucionar o problema;
3. Análise das alternativas. Essa análise será feita em função de pontos fracos e
fortes de cada alternativa;

4. Seleção da melhor alternativa.

O CONTEXTO DO PLANEJAMENTO
LONGO PRAZO - ESTRATÉGICO
MÉDIO PRAZO - TÁTICO
CURTO PRAZO – OPERACIONAL

O entendimento comum sugere a existência de um processo em curso, e o objetivo


precípuo é permitir que o gestor possa orientar ou tomar uma decisão. Sendo assim,
nunca é demais fixar que tomar uma decisão é fazer uma escolha entre duas ou mais
alternativas, o que acontece dentro de um processo, obedecendo a um roteiro específico.

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U NIDADE 27
Objetivo: Apresentar as fases que orientam o planejamento no seu contexto de estratégia e
dinâmica operacional, observando limites e revisões possíveis ao longo de sua eficácia e
geração de resultados.

ASPECTOS OPERACIONAIS DO PLANEJAMENTO

Principais Fases do Planejamento

O resultado do processo de planejamento é um plano a ser colocado em execução.


Devemos ter sempre em mente que qualquer plano está sujeito à revisão. É, portanto,
considerado um processo contínuo e dinâmico.

As principais fases necessárias para a geração de um planejamento são:

 Obtenção de informações
 Análise dos dados e informações obtidos
 Previsão dos acontecimentos futuros
 Decisões sobre:
 Fins - especificações dos objetivos e metas
 Meios - seleção das políticas, programas e procedimentos

Planejamento Estratégico é: Planejamento Estratégico não é:

 PROSPECÇÃO  PROJEÇÃO

 ANTECIPAÇÃO  IMPROVISAÇÃO

 CRIAÇÃO  ADIVINHAÇÃO

 ANTEVISÃO  CASUÍSMO

 ADAPTAÇÃO

 SIMULAÇÃO

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Importante, também destacar, as diferenças fundamentais que justificam a utilização do
Planejamento Estratégico em substituição ao planejamento tradicional, conforme indicado
abaixo:

Planejamento Tradicional X Estratégico

PLANEJAMENTO TRADICIONAL PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO


Centralizador Participativo
Formulação demorada Formulação rápida
Projetivo Prospectivo
Passado e presente Passado-Presente-Futuro

Prepara para o futuro Constrói o futuro


Espera acontecer Faz acontecer
Reativo Proativo-Interativo
Intramuros Ambiente
Arquipélago Continente (sistêmico)
Rotina Novidade

Rígido Flexível
Estático Dinâmico
Estrito Abrangente (multi-disciplinado)
Eficiente Eficiente e eficaz
Quantitativo Quantitativo e Qualitativo

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Eficácia do Planejamento

Uma das dimensões consideradas significantes no planejamento é até que ponto o ato de
planejar contribui mais ou menos para a eficácia organizacional. Em recente pesquisa foi
possível mostrar alguns fatores que tornam o planejamento eficaz.

1. Quando o planejamento é bem elaborado, contribui para reduzir ambiguidade e


conflito de posições, dentro da estrutura organizacional.

2. Relacionado com o que dissemos acima, o planejamento limita ações arbitrárias.

3. O planejamento reduz o grau de incerteza dentro da organização.

4. O planejamento permite à organização ter maior capacidade de tratar com as


incertezas tanto do ambiente externo como do interno.

5. O planejamento força o administrador a considerar fatores, para efeito de tomada de


decisão, que dificilmente seriam considerados sem um planejamento.

6. O planejamento é importante, pois contribui para o desempenho das demais funções


do processo administrativo. Sem a definição de um caminho como referência, todas as
funções administrativas teriam dificuldades em dirigir suas atividades em torno de um
objetivo.

Os Limites do Planejamento

Existem vários fatores que limitam a execução e implantação do planejamento. Uma das
limitações é inerente à previsão.

Estabelecer um modelo para a definição de políticas e premissas básicas baseadas em


previsão não traz muitos benefícios à empresa, uma vez que essa previsão é limitada pela
ação do tempo, ou seja, o que foi previsto pode não ocorrer ou pode modificar-se com o
tempo.

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Avaliação de um Planejamento

Um processo de planejamento deve ser avaliado sob dois aspectos: sob o aspecto de
procedimento ou processual e sob o aspecto econômico. No tocante ao procedimento do
planejamento analisamos e revisamos os procedimentos seguidos e as características
resultantes que diferenciam os planos com sucesso dos planos com fracasso. Os critérios
utilizados são descritivos, e as dimensões utilizadas para essa análise são:

 Complexidade do plano

 Grau de compreensão

 Tempo de duração

 Grau de especificidade

 Flexibilidade

 Frequência

 Natureza confidencial

 Formalidade

 Facilidade de implantação

 Facilidade de controle

O segundo aspecto da avaliação do planejamento é a determinação do grau de


economicidade do plano. Para poder determinar o valor econômico do planejamento é
necessário usar uma técnica que permita descrever qualquer plano em termos econômicos.

Cada planejamento tem suas próprias características, em função do tipo de empresa para a
qual o plano está sendo executado. Entretanto, é possível um planejamento ser executado
com grande sucesso, porém não ser o mais apropriado para aquela situação específica.

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Há um conceito amplamente utilizado no campo da economia que pode ser usado para
determinar se um planejamento dá a máxima contribuição aos objetivos empresariais:

“A eficácia econômica em planejamento resulta em planos que maximizam o


atendimento dos objetivos organizacionais através da utilização mais eficiente
dos recursos disponíveis”.

Os planos fins deverão dispor sobre as rotinas e Procedimentos que detalharão as normas.

Os planos meios na A P O a direção ou gerêcia superior define as metas e os subordinados,


as executam, sob constante supervisão.

Na cadeia escalar tem que se observar a capacidade do alto escalão em planejar em longo
prazo (enxergar em longo prazo).

A EFICÁCIA DO PLANEJAMENTO

ESTÁ LIGADA AO PRODUTO FINAL

*Boa elaboração

*Normalização

*Reduz a incerteza

*Referência

*Tomada de decisão

*Integra as demais funções

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U NIDADE 28
Objetivo: Apresentar o processo administrativo, como parte integrante daquilo que foi
previamente planejado, destacando os tipos de organizações mais presentes nos contextos
organizacionais.

ORGANIZAÇÃO

Definições:

É o processo administrativo que visa a estruturação da empresa, reunindo pessoas de


acordo com o planejamento efetuado (Idalberto Chiavenato).

É a “PARTE VIVA" da empresa.

É a função administrativa que vem depois do planejamento e que antecede à direção e ao


controle.

Tipos de Organizações:

 Organização formal: é a organização planejada e que está no papel, isto é, a estrutura


organizacional definida pela direção da empresa e expressa formalmente através do
organograma e do manual de organização da empresa.

A organização formal é constituída de órgãos (Diretorias, Departamentos, Divisões,


Seções etc.) e de cargos (Diretores, Gerentes, Chefes, Supervisores, funcionários em
geral).

 Organização informal: é a organização que surge espontânea e naturalmente entre as


pessoas que ocupam posições na organização formal. As pessoas formam entre si
relações de amizades ou de antagonismos, formando grupos sociais que não
aparecem no organograma nem no manual de organização.

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 Organização como função administrativa do processo administrativo: neste caso,
organização significa o ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e os órgãos,
estabelecendo as relações entre eles e as suas respectivas atribuições. Aqui, a
organização vem depois do planejamento e se antecipa à direção e ao controle.

ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS FORMAIS

São representadas pela pirâmide hierárquica

Princípios Fundamentais da Organização

Os Cinco Princípios Fundamentais da Organização (segundo Idalberto Chiavenato).

O Princípio da Especialização
R
G Princípio da Definição Funcional
A
N Princípio de Autoridade e
I Responsabilidade
Z
A Princípio Escalar
Ç
à Princípio das Funções de Linha de
O Staff

Classificação das Organizações

Serviço: organizações que existem para servir pessoas que necessitam das atividades
desenvolvidas por essas organizações sem pagamento pelas assistências recebidas.

Econômica: organização que produz e distribui mercadorias e serviços através de alguma


forma de pagamento.

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Religião: grupos que servem às necessidades espirituais de seus membros.

Proteção: organização que tem como objetivo proteger a população.

Governamental: que tem a finalidade específica de governar uma unidade da população.

Social: organização que serve para atender às necessidades de seus membros de manter
uma atividade social ou pertencer a um grupo social.

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U NIDADE 29
Objetivo: Analisar o Processo Decisório sob a ótica da Contabilidade Gerencial, buscando
destacar fatores como: qual a decisão deve ser tomada diante das alternativas disponíveis;
tomando por base as variáveis envolvidas na decisão, sempre com o objetivo de tornar a
informação um instrumento pleno de gestão.

PROCESSO DECISÓRIO

Generalidades

Qual decisão tomar?

A gerência enfrenta alguns problemas na hora de tomar decisões, como por exemplo:
fabricar ou comprar? Para respondê-los, algumas informações contábeis são necessárias.

Variáveis envolvidas na decisão:

Comparação entre custos;

Grau de ocupação da capacidade da fábrica antes de se tomar a decisão;

Problemas de mercado, tempo de espera e qualidade das partes;

Segurança em longo prazo.

Um exemplo: a empresa Alfa S.A. solicitou a opinião do contador a fim de decidir se valia a
pena continuar fabricando uma peça de um produto ou se seria melhor adquiri-la de um
fornecedor externo.

O preço de venda dessa peça é de $ 469,12. A empresa precisa, atualmente, de 5.009


unidades de tais peças. Os custos diferenciais para produzi-las estão discriminados abaixo:

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Custos Diferenciais da Peça X Quantidade: 5.009

Materiais $ 1.026.200,00

Mão de obra Direta $ 1.641.920,00

Mão de obra Indireta $ 351.840,00

Consumo de Força $ 17.592,00

Outros Custos $ 37.530,00

Adquirindo de um fornecedor, teríamos os seguintes custos adicionais:

 Fretes: $ 1,00 por unidade;

 Mão de obra indireta adicional para Recepção, Inspeção, Manuseio dos Materiais,
etc.: $ 293.200,00 (inclusive encargos sociais).

O quadro abaixo permite visualizar qual decisão deve ser tomada.

Quadro de Comparação de Alternativas

Discriminação Custos

Fabricando a Peça ($) Comprando a Peça ($)

Matéria-prima 1.026.200,00 2.349.822,00

Valor das peças --- 293.200,00

Fretes --- 5.009,00

Mão de obra Indireta 351.840,00 ---

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Mão-de-obra Direta 1.641.920,00 ---

Força e Outros Custos 55.122,00 ---

Total 3.075.082,00 2.648.031,00

Com a opção de compra da peça, é preciso que se considere como custo da fabricação, o
que se economizaria deixando de utilizar as máquinas como a redução na depreciação e no
seguro que daria um total de $ 87.960,00. Esse valor é somado ao valor de se continuar
fabricando, como custo alternativo, passando para $ 3.163.042,00.

A partir desses valores, optaríamos por comprar a peça, ao invés de fabricá-la.

Numa decisão desse tipo é mais fácil verificar os custos da compra, pois, no que diz respeito
aos custos de fabricar, é preciso tomar muito cuidado em selecionar apenas os custos que
não seriam incorridos caso as peças não fossem fabricadas.

Os custos variáveis são diferenciais, isto é, se optarmos por não fabricar e as despesas com
a mão-de-obra indireta somarem $ 100.000,00, e se essas despesas não se alterarem com a
fabricação, esse valor não pode ser considerado como custo de alternativa de fabricar. Pois
se utilizou o mesmo volume de supervisão antes e após a fabricação.

Já se os custos com mão-de-obra indireta antes da fabricação forem de $100.000,00 e, após


a fabricação, subirem para $ 120.000,00, somente a diferença de $ 20.000,00 poderá ser
apropriada como custo de fabricar.

Entretanto, apesar do exposto acima, é sempre muito arriscado tomarmos uma decisão de
adquirir ao invés de fabricar. Se a diferença entre as opções for pequena, geralmente, os
gerentes optam por fabricar na própria empresa. E, na opção de adquirir, é preciso que
alguns aspectos sejam avaliados, como:

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1. Se a qualidade da peça adquirida é similar à fabricada;

2. Comparação entre os prazos de entrega e o período necessário para a fabricação da


mesma;

3. Se a peça é de fácil abastecimento, etc.

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U NIDADE 30
Objetivo Destacar os tipos de relatórios que irão sedimentar a decisão, considerando que
eles devem permitir o entendimento recíproco entre os vários níveis da organização.

Relatórios importantes para a tomada de decisões

O resultado do trabalho desenvolvido pela Contabilidade Gerencial deve ser apresentado sob
a forma de relatórios para os vários níveis de gerência.

Nível alto de gerência

Este nível é representado pelo Presidente, Diretores, acionistas ou o Conselho de


Administração. Estão interessados nas informações do tipo estratégico.

Por exemplo:

Presidente: Interessa-se por questões do tipo:

Estamos conseguindo a fatia de mercado estabelecida em nossas metas e políticas?

A política de endividamento da empresa foi bem sucedida?

Diretores:

De Marketing  como foram as vendas mensais após a última campanha de promoção e


propaganda?

Financeiro  interessa-se nas questões similares às do Presidente, só que com maior


detalhamento sobre as fontes e aplicações de recursos;

Técnico  interessa-se por maiores detalhes sobre a produção.

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Nível intermediário de administração

É nesse nível que o contador gerencial (controller) encontrará maior receptividade para seus
relatórios e análises. Se os gerentes tiverem controle e responsabilidade por receitas e
despesas, o melhor para esse nível será um relatório comparativo de receitas e despesas
realizadas com os valores orçados.

Um bom controller é aquele que procurará, dentro do possível, penetrar nos departamentos
para colher informações e até fazer retornar relatórios de desempenho aos setores, sempre
com a finalidade de motivar a organização para um desempenho melhor. Isso exige
paciência e um bom conhecimento da empresa.

Nível inferior de administração

Estão neste nível os supervisores de processos, linhas de montagem, etc. Os relatórios


devem conter informações detalhadas e restritas quanto à amplitude. Deve focalizar
aspectos como comparação entre o padrão e o real, com a análise de variações:
comparações entre programação da produção para o dia e unidade efetivamente produzida,
e assim por diante.

Embora muitos relatórios sejam gerados pelos próprios setores, o controller deve ter perfeito
domínio do seu conteúdo e formato, pois devem servir de base para os relatórios gerenciais
dos outros níveis.

Periodicidade dos relatórios

Relatórios diários (exemplos): posição de bancos, de duplicatas, de produção, de posição


de itens estratégicos de estoque, etc.;

Relatórios semanais (exemplos): produção da semana comparada com a previsão,


faturamento comparado com o previsto, etc.;

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Relatórios quinzenais: vários do tipo acima;

Relatórios mensais (exemplos): balancetes resumidos para a administração, comparando


o orçado com o realizado e o com o realizado no mesmo mês do ano anterior; balanço e
demonstrativo de resultados mensais, etc.;

Relatórios trimestrais, quadrimestrais e semestrais

Relatórios anuais (exemplos): balanço, variações patrimoniais, análise financeira e de


custos, etc.

Sistema de informação gerencial

Premissas a serem observadas:

1. A função da empresa deve ser bem estudada.

2. O subsistema contábil deve ser perfeitamente situado dentro do sistema global de


informações.

3. O subsistema contábil-financeiro, como o maior e mais importante, deve estar se


antecipando às informações necessárias aos diversos setores, através de conversas
com os seus dirigentes, sistematizando a coleta, o tratamento e a apresentação das
informações.

4. É preciso que haja uma adaptação do controller ao estilo da empresa, no sentido de


adequar a periodicidade e o grau de complexidade dos relatórios para que os gerentes
entendam.

5. Os relatórios devem ser apresentados da forma mais simples possível.

6. Se os gerentes não entendem contabilidade, é preciso que alguns termos contábeis


sejam trocados para que possa haver entendimento.

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7. As limitações existem, pois tanto o sistema de informação quando o controller precisa
estar ciente disso, isto é, muitos fatores e eventos importantes para a empresa não
são mensuráveis em moeda.

Um dos profissionais mais procurados e valorizados no mercado mundial das organizações é


denominado Controller. Ele incorpora tanto a capacidade técnica, quanto a visão estratégica
exigida pelas grandes corporações.

É o Contador Gerente que se utiliza da Contabilidade Gerencial nas tarefas de


planejamento, organização, coordenação, controle, direção dos assuntos financeiros,
contábeis e de crédito, imprimindo uma dinâmica de agilidade nas decisões e, acima de
proporcionando resultados no “time” exigido pelo mercado global.

Antes de dar início à sua Prova Online é fundamental que você acesse sua SALA DE AULA e
faça a Atividade 3 no “link” ATIVIDADES.

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G lossário

Acionistas - Título de conta destinado a registrar movimentos financeiros em relação a


sócios de sociedades por ações. Geralmente, esta conta é debitada quando há subscrições
de ações.

A descoberto - Expressão que indica geralmente um valor fora de sua finalidade, ou ainda
que não encontra contraposição real ou concreta para sua existência; assim, dizemos:
passivo a descoberto quando há prejuízo, ou, ainda, quando os valores do passivo
superavam aqueles do ativo investido; diz-se que uma conta está a descoberto quando a sua
natureza, devendo ser credora, apresenta um saldo devedor; geralmente esta designação
procura evidenciar uma anormalidade nas transações.

Amortização - Eliminação gradual e periódica do ativo de uma empresa, como encargos de


exercício, das imobilizações financeiras ou imateriais. É habitual confundir-se amortização
com depreciação; a depreciação atinge a perda de valor de coisas materiais, como
máquinas, móveis, etc., e a amortização destina-se apenas a significar perda de valor de
coisas imateriais ou de imobilizações financeiras; são objeto de amortização: despesas gerai
de instalação, aviamentos, dívidas a longo prazo, etc.

Amortização acumulada - Valor de amortização que se refere a diversos exercícios, em


razão da acumulação ou soma; soma de amortizações de diversos exercícios; na legislação
brasileira, as amortizações alcançam os direitos de propriedade comercial e industrial, assim
como os encargos diferidos, que devem ser "deduzidos" dos valores do Ativo e realizados
em um prazo máximo de 10 anos.

Análise contábil - Análise que se fundamenta em normas, métodos e procedimentos


indicados pela técnica e ciência da Contabilidade. Estudo de um ou vários fenômenos por
suas partes, em um patrimônio. Existem vários sistemas de análise contábil: perícias,
demonstrações, verificações de balanços por análises próprias, etc.

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Ativo corrente - O mesmo que ativo circulante; expressão que representa a tradução do
termo inglês current asset.

Ativo de giro - O mesmo que ativo circulante.

Ativo disponível - Grupo ou parte do ativo que reúne os valores que representam a forma
mais líquida do capital, ou seja, o dinheiro.

Azienda - É o sistema de elementos material e pessoal que busca a realização de um fim e


que em sentido dinâmico origina uma série de fatos que concorrem para a formação e o
desenvolvimento da sociedade.

Balanço anual - Balanço realizado no fim de um ano ou exercício.

Capacidade produtiva - Competência que tem um imobilizado para produzir certo número
de unidades.

Contador gerente ou Controller - Aquele que exerce as funções da Contabilidade


Gerencial. São confiadas ao Contador Gerente as tarefas de planejamento, organização,
coordenação, controle, relações e direção dos assuntos financeiros, contábeis e de crédito.

Patrimonial - Relativo a patrimônio.

Perda de fabricação - São os investimentos que não produzem resultado positivo,


constituindo um fator contrário ao lucro na fabricação.

Produção - Fenômeno patrimonial oriundo da ação da mão-de-obra sobre materiais para a


obtenção de um produto.

Retorno de investimento - Medida percentual obtida através de cálculos que evidencia a


recuperação dos investimentos realizados por uma azienda.

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B ibliografia

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 1999.

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Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1989.

McLEAN, Tom. Management accounting education: is theory related to pratice?


Management accounting, jun 1988.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 1998.

NAKAGAWA, Masayuki. Gestão Estratégica de Custos. São Paulo: Atlas. 1991.

PIZZOLATO, Nélio Domingues. Introdução à Contabilidade Gerencial.São Paulo:Makron


Books, 2000.

RIBEIRO, Osni Moura. Estrutura e Análise de Balanços. Saraiva, 1997.

CREPALDI, Sílvio Aparecido. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas.

RIBEIRO, Osni Moura. Análise de Balanço. São Paulo: Saraiva.

TEIXEIRA, Paulo Henrique. Controladoria Empresarial. Portal Tributário Editora.

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