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unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”


Faculdade de Ciências e Letras
Campus de Araraquara – SP

Programa de Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa

MARINA UEDA SAI

UMA ANÁLISE PERCEPTIVA DO ACENTO


ESTRANGEIRO EM ESPANHOL DOS
PROFESSORES DA FCLAR

ARARAQUARA – S.P.
2017
Una identidad segura de sí no teme la diversidad, sino que la cultiva.
(Carlos Fuentes)
Projeto de Mestrado

Linha de pesquisa: Análise dos procedimentos linguísticos desenvolvidos pelos falantes no

ensino/aquisição de línguas.

UMA ANÁLISE PERCEPTIVA DO ACENTO ESTRANGEIRO EM ESPANHOL DOS

PROFESSORES DA FCLAR

Projeto de Mestrado apresentado ao


Conselho de Curso de Letras, da Faculdade
de Ciências e Letras – Unesp/Araraquara,
como requisito para obtenção do título de
Bacharel em Letras.

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Silveira


Campos

Autora: Marina Ueda Sai


RESUMO

A pluralidade de acentos em espanhol presentes na Faculdade de Ciências e Letras da

Unesp de Araraquara ecoa nas salas de aula devido à presença de um número significativo de

professores de línguas, o que trouxe a necessidade de uma maior compreensão das variáveis

determinantes das características específicas do falar de alguns deles – neste caso, dos

professores de língua espanhola desta instituição, tendo como foco os falantes não-nativos.

No ano de 2015, dentro da disciplina de Língua Espanhola II, houve uma tentativa

de realizar esse estudo, porém, por questões estruturais e falta de aprofundamento teórico, os

resultados não foram tão satisfatórios não se deu continuidade ao projeto. O presente projeto

de pesquisa propõe realizar um levantamento de dados mais aprofundado com os sujeitos,

esperando obter resultados mais sólidos e consistentes, que possam contribuir para futuras

pesquisas na área de fonética experimental, além das discussões sobre a formação de

professores de Espanhol como Língua Estrangeira no Brasil e os impactos dessa formação na

aprendizagem e escolha de variantes do espanhol por parte dos educandos.

Palavras-chave: acento estrangeiro, fonética experimental, ensino-aprendizagem de

Espanhol/LE
1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

A Língua Espanhola é uma das línguas mais estudadas na atualidade. De acordo

com dados do Instituto Cervantes (2010), é a segunda língua com maior número de falantes

nativos e o segundo idioma de comunicação internacional. É a língua oficial de 21 países e,

aproximadamente, 450 milhões de pessoas a têm como língua materna, segunda ou

estrangeira. Nesse contexto, quando falamos das variedades linguísticas do Espanhol, em

nenhum momento podemos pensar em uma unidade linguística, pois toda língua abriga uma

gama enorme de variantes nos níveis fonético-fonológico, morfossintático, semântico-lexical

e pragmático-discursivo que constituem as mais diversas variedades peninsulares e

americanas. Segundo Moreno Fernández (2010), a Língua Espanhola é língua oficial da ONU

e de todos os organismos ligados às Nações Unidas. A implantação do Mercosul proporcionou

uma considerável expansão no uso do Espanhol em nosso país: aumentou a demanda para a

aprendizagem desta língua e, como consequência, fomentou a necessidade de professores para

atender a esse novo mercado. O campus da UNESP de Araraquara é um desses polos de

ensino de espanhol/LE e de formação de professores no estado de São Paulo.

Segundo Vazquez (2001), os que escolhem a profissão de professores de E/LE têm

tem a obrigação de informar sobre as características da língua ensinada, diversa em suas

manifestações e culturas, além de eleger modelos de acordo com as motivações e interesses

dos estudantes, especialmente a nível léxico e fonético. Os professores também temOs

professores também têm direito de manter a identidade linguística nas aulas a partir de suas

vivências e escolhas.

Professores são indivíduos que possuem peculiaridades e especificidades, e ao

lecionar, acabam por promover uma determinada marca ou variante linguística que são

reproduzidas posteriormente pelos alunos. As experiências linguísticas formam o indivíduo, e

o saber nesse sentido está ligado ao que se atribui ao conhecimento adquirido pela troca, que
levará ao amadurecimento individual. Experiências vividas não podem ser transmitidas a

outra pessoa, porém o processo de mediação é capaz de influenciar outros sujeitos a buscar

suas experiências diante de uma determinada maneira de falar, de um acento específico.

Assim, a experiência se constitui individual, mas pode ser resultado de uma mediação. Num

contexto de aprendizagem e aquisição de língua natural, fatores sociais e do ambiente devem

ser considerados ao analisarmos as variantes faladas. Porém, num contexto de aprendizagem

de língua estrangeira, a análise deve tomar uma perspectiva mais ampla, abrangendo não

somente as variáveis da materialidade que se somam e compõe o sujeito, mas também as

escolhas e preferências, ainda mais num contexto acadêmico de formação.

A figura do professor como alguém de detémque detém o conhecimento e a

técnica derivados de sua experiência com a língua gera influências nos estudantes como

sujeitos que absorvaem e aprendem. Isto cria uma ampla gama de possibilidades de como

falar, pois diferentes tipos em contato podem acabar por fundirem-se minimamente e se

influenciar mutuamente, especialmente em relação ao aluno, já que é mais provável que este

se adapte e mude. É claro que o dever do professor é expor e deixar em aberto a maneira

correta de falar espanhol, a partir das variantes existentes e aprovadas, mas é fato que as

variantes usadas por eles acabam influenciando os alunos. É por isso que é importante que,

nas aulas, os alunos conheçam não só uma, mas também outras variedades e acentos da língua

espanhola, portanto, tanto na vida acadêmica como na vida pessoal, e em muitos outros casos,

os alunos podem encontrar falantes de língua espanhola com uma variedade linguística

diferente da enfatizada pelo professor, como também encontramos nas variedades linguísticas

do português.

Acredita-se que para que o ensino seja totalmente eficaz, é necessário estimular as

habilidades de percepção entre as variedades linguísticas do espanhol e demonstrar o valor

social atribuído a cada um, o que permite ao aluno a capacidade de selecionar uma variedade

que o contemple. Desta forma, os alunos terão uma educação de maior qualidade e expandirão
sua bagagem cultural, pois é importante que o professor leve aos alunos uma nova percepção

da natureza da linguagem, isto é, a combinação de cultura e linguagem em seu contexto para

que eles possam desenvolver um maior conhecimento do funcionamento das variedades

linguísticas e suas variantes, que inclui não apenas a variedade que o professor usa, mas todas

as demais.

A pluralidade de acentos do espanhol presentes na Faculdade de Ciências e Letras

da Unesp de Araraquara faz eco nas salas de aula e departamentos de línguas devido àa

presença de um número significativo de professores de línguas, o que trouxe a necessidade de

uma maior compreensão das variáveis determinantes das características específicas de falar

deles – neste caso, dos professores de Língua Espanhola, centrando-se nos não-nativos. No

ano de 2015 foi realizado um trabalho de pesquisa simples para a disciplina de Língua

Espanhola II, com a proposta de investigar o acento em espanhol dos professores não-nativos

da FCLar. Os resultados primários obtidos não trouxeram insumos suficientes para reflexões

aprofundadas acerca da proposta de estudo e análise. O presente projeto sugere aprofundar o

trabalho iniciado, agora de modo mais formal, buscando um contexto em que a questão possa

se desenvolver e trazer resultados mais completos, dando continuidade a esse entendimento,

ampliando para como o ensino de LE influência na escolha consciente, ou não, da

aprendizagem das variantes do Espanhol por parte dos docentes do curso de Letras da Unesp

de Araraquara. Tendo em conta que todos os que hoje são professores já estivem na posição

de estudantes um dia - portanto, sujeitos em formação -, abertos à aprendizagem e àa absorção

de conhecimento, esta investigação busca entender por quais variáveis estes sujeitos passaram

e o que os levou a falar como falam na atualidade – dado que, o ensino aplicado por eles influi

na fala dos alunos estudantes de espanhol como língua estrangeira na FCLar.

Desta maneira, a pesquisa se propõe a responder a pergunta: "As experiências que

os falantes tem com o espanhol como língua estrangeira nível avançado com os distintos

acentos afetam seu próprio acento em espanhol?" Como formula Vazquez (2004): "¿Que
ocurre fuera de las fronteras nacionales? Aquí la cosa se complica: el profesorado de ELE

puede ser nativo o no nativo. El profesorado no nativo, según donde haya estudiado español,

usará una norma u otra."

A importância desse estudo é a de verificar quais variantes se fazem presentes em

um dos polos de formação de professores do estado de SP, numa das instituições de mais

prestigio na área como a UNESP Araraquara, e consequentemente, quais são disseminadas a

partir da formação e trajetória dos professores, e como isso influencia os alunos. Vázquez

(2004) discute que muitas vezes, em situações em que os estudantes temos estudantes têm

uma professora de determinada nacionalidade ou que reproduz um determinado acento, e no

outro semestre têm tem um professor de outra nacionalidade ou acento, isto pode ser visto

como um problema, e não como valor agregado. A pesquisa toma como ponto de vista este

valor agregado através do contato do alunado com diversos acentos e formas de falar o

espanhol, pois o discente poderá decidir qual é seu modelo de preferência de variante

(buscando a fidelidade e coerência com esta variante), lexical, fonética e fonologicamente,

visto que falamos diferente mas entendemo-nos igualmente.

Em outras palavras: para estudantes de Espanhol/LE, produzir uma variante

significa identificar-se e ser identificados como pertencentes a uma determinada comunidade

ou esfera de fala. Conhecer os professores e os alunos que futuramente serão formadores de

outros alunos consiste numa tarefa amparada no conceito de que a experiência de

aprendizagem é única e não pode ser transferida. Verificar as vivências que foram marcantes

na trajetória dos sujeitos significa reafirmar que essas experiências não se repetem, mas são

capazes de estimular outras pessoas a viver suas próprias experiências.

A área de inserção da pesquisa permeia os estudos de Fonética Experimental,

dentro da temática de sotaque estrangeiro, contribuindo para as pesquisas no campo de ensino

e aprendizagem de Língua Estrangeira, com foco nas variantes que influenciaram a formação

dos professores do contexto do curso de Letras da UNESP Araraquara. A pesquisa propõe


realizar levantamento de dados tendo como participantes da pesquisa os professores de

Espanhol/LE não-nativos, procurando compreender os processos de formação destes

indivíduos que resultam no sotaque e variante do espanhol, e que reflete diretamente no

ensino e aprendizagem do idioma por parte dos alunos em formação do curso de Letras desta

instituição.

2. OBJETIVOS

A pesquisa se propõe a movimentar-se em três níveis: realizar um estudo sobre a

política linguística, a ideologia linguística e, por fim, a análise linguística. Dando

continuidade e aprofundamento a pesquisa iniciada em 2015 que se centrou em compreender

a trajetória que consolidou o espanhol falado pelos professores da FCL, mas que, por motivos

maiores não obteve resultados significativos, pretende-se mobilizar os professores a

realizarem uma retrospectiva acerca de sua trajetória até o dado momento em que se

encontram em sala de aula, ampliando para como o ensino de LE por professores que

possuem diversos acentos do Espanhol influenciam na escolha consciente, ou não, dos

acentos dos estudantes do curso de Letras da Unesp de Araraquara. A análise dessas

variedades deverá ser realizada pelo maior número de nativos possíveis, buscando uma

perspectiva endógena de percepção dos acentos.

A proposta visa contribuir aos estudos sobre as variantes da Língua Espanhola no

contexto universitário e nas licenciaturas e as variáveis que influenciam na formação do

professor de Espanhol/LE, além de compreender em a nível local, no caso da FCLar como

polo de formação de professores do Estado de São Paulo, quais são as variantes que circulam

pelas salas de aula e corredores dos departamentos. A pesquisa tem grande potencial de

aprofundamento, garantindo que novos estudos sejam feitos em cima dos dados obtidos,

direcionando pesquisadores tanto na esfera linguística quanto na esfera social e cultural,

ampliando e ramificando as possibilidades de caminhos a serem tomados nessas áreas.


Propõe-se realizar levantamento bibliográfico a fim de aprofundar a

fundamentação teórica no que concerne ao estudo das variantes e o ensino de Espanhol como

língua estrangeira no Brasil, além das especificidades fonéticas e as variáveis que moldam e

consolidam o sotaque. Pretende-se, por fim, identificar quais são as variantes de Espanhol

faladas pelos professores e passadas adiante no ensino, entender os processos de formação

desses indivíduos e discutir as causas e consequências destas variáveis, linguística e

socialmente.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para falar do ensino de espanhol no Brasil necessário é, sem dúvida, revisitar o

tema da política linguística, resgatando toda a história do processo de ensino de idiomas, em

especial o espanhol. Além disso, como fundamentação teórica para compreender os conceitos

básicos da linguística aplicada ao ensino do espanhol como segunda língua, a utilização

correta de termos subjetivos e objetivos, situações linguísticas, diferenciação entre

aprendizagem e aquisição e teorias acerca dessas diferenças, pretende-se aprofundar-se no

livro "Linguística aplicada a la enseñanza del español como 2/L", de Kim Griffin (2011). A

autora também contribui nos estudos da aquisição de línguas dentro e fora da sala de aula, a

variabilidade na aquisição e os fatores que a afetam, incluindo a influência da instrução

formal sobre a aquisição de uma segunda língua.

A pesquisa terá como foco a fonética e a fonologia aplicada aos estudos das

variantes do espanhol na contemporaneidade, demandando um levantamento bibliográfico

inicial para aprofundar os conhecimentos na área, tendo em conta que essas teorias aplicadas

ao ensino de língua estrangeira foram de pouco acesso da autora durante sua graduação. Os

quesitos gramaticais e lexicais não serão foco da pesquisa, mas não se excluem como

possibilidade de análise caso surja a necessidade e a demanda de maior minuciosidade na


investigação, a fim de buscar resultados realmente satisfatórios e que contribuam para esses

estudos na atualidade.

As análises das variantes da fala dos sujeitos da pesquisa serão analisadas sob a

ótica das "variedades geoletais do espanhol", caracterizadas por FERNANDEZ (2007),

considerando que "Para una interpretación adecuada, hay que tener en cuenta que los usos

linguísticos de cada zona se dan de un modo predominante, esto es, ni tienen por qué ser los

únicos, ni tienen por qué ser exclusivos de cada una de ellas." (FERNANDEZ, 2000, p.39). O

autor descreve como variedades gerais o espanhol castelhano, espanhol de andalucía,

espanhol de canarias, espanhol do caribe, espanhol do méxico e centro-america, espanhol dos

andes, espanhol "de la plata y el chaco" e espanhol do chile, as quais utilizaremos como

referência para definição.

O termo "acento" foi escolhido para o estudo pois, segundo Fernandez (2007,

p.68): "(...) cuando se consideran de forma conjunta los hábitos fonéticos que permiten

identificar la procedencia geográfica o social de una persona, hablamos de 'acento' (acento

andaluz, acento mexicano, acento chileno; también, acento extranjero).

A proposta da análise dos acentos, através de fragmentos de áudios de fala dos

indivíduos sujeitos da pesquisa, que deve ser realizada por nativos (pelo menos um, mas

preferencialmente o maior número de pessoas possível de cada região) se justifica na ideia de

que o acento é um fenômeno percebido de forma relativa e sempre existe a possibilidade de

que os demais reconheçam nossa origem através dele (Fernandez, 2000, p. 68). Embora os

sujeitos sejam não-nativos, essa metodologia pode ser eficaz para descobrir qual o acento que

mais se expressa na fala através da ótica de indivíduos nativos com maior sensibilidade na

percepção.

Fernandez chama a atenção para o fato de que o que possibilita uma tomada de

decisão coerente sobre qual modalidade de espanhol deve ser ensinada é uma formação

adequada e o acesso a informações o mais abrangentes possíveisos mais abrangentes possíveis


sobre o tema; a cadeia de aprendizagem deve ser compreendida para que se estabeleça um

conhecimento acerca das causas e consequências do atual cenário de ensino-aprendizado do

espanhol. Sobre a formação que delineia a realidade linguística dos professores e alunos, o

autor afirma que:

"A proposito de la realidad, baste recordar algo que ya hemos


comentado por extenso: que hay muchas realidades posibles,
realidades geolinguisticas, sociolinguisticas y estilistas. Si
distinguimos entre una "realidad objetiva" y una "realidad
subjetiva", la primera vendría delimitada por los hechos reales
tal y como se manifestan en todas sus posibilidades de
variación, mientras que la segunda realidad estaría formada por
aquellos hechos que aparecen en torno a unas coordenadas
temporales espaciales, sociales y situacionales concretas: por
ejemplo, la realidad linguistica subjetiva, conocida y
experimentada por cada uno de nosostrosnosotros."
(FERNANDEZ, 2007, p. 69)

Sendo assim, os professores fizeram escolhas conscientes ou inconscientes?

Foram influenciados mais pelo ambiente do que pelas escolhas derivadas de estudos, ou vice

versa? A pesquisa buscará aprofundar-se nesses aspectos da formação dos professores de

espanhol LE, pretendendo identificar o poder de influência do professor como figura

inspiradora para que o aluno escolha um determinado acento ou variante.

4. METODOLOGIA

Para compreender melhor a lógica da aquisição de variantes e acentos espanhóis

utilizados por professores da FCLar não-nativos, a pesquisa inicial realizada em 2015

consistiu em quatro etapas: o primeiro passo foi propor aos professores que respondessem um

questionário com perguntas sobre o primeiro contato com a língua, o local de aquisição, a

origem dos professores com quem aprenderam espanhol, os países onde viveram e que,

consequentemente, tiveram contato com nativos locais, o tempo de residência e as impressões

pessoais da variedade e o sotaque espanhol usado por eles.


No segundo passo, foi proposto para esses professores gravarem um áudio na Sala

de Vídeo Conferência da FCLAr, para análise posterior. As gravações foram feitas

diretamente no programa Praat, com um microfone dinâmico Shure 8900 e conversor de sinal

analógico para digital, com amostras em mono e freqüência de amostragem 44100 Hz e

resolução de 16 bits. Cada um leu individualmente o poema "La Lluvia" de Jorge Luis

Borges. O poema foi escolhido porque contém palavras que são escritas com 'll' (elle) e 'y' (i

Grega), onde pudemos analisar a presença ou ausência de yeismo; e também as letras 'c' (ce) e

's' (ese) que podem ser pronunciadas como o mesmo som ou como sons distintos, o que traria

as diferenças entre [θ] e [s], e o que evidenciaria as diferenças entre as variantes espanholas

da América Latina.

Fez parte da terceira etapa escolher um trecho em comum dos três arquivos de

áudio gravados, para colocar sob a análise dos nativos de língua espanhola, a fim de obter a

impressão do que o modo de falar dos professores causa, bem como o nível de acento e se foi

possível distinguir os falantes entre brasileiros e nativos. O programa "Praat" foi usado para

escutar as gravações dos áudios, selecionar e cortar a parte que foi usada na prova de

percepção. A seção escolhida foi a leitura da primeira estrofe do poema "La Lluvia":

“Bruscamente la tarde se ha aclarado


porque ya cae la lluvia minuciosa.
Cae o cayó. La lluvia es una cosa
que sin duda sucede en el pasado.” (BORGES, 2006)

O site SurveyGizmo foi usado como uma plataforma on-line para coleta de dados,

onde foi possível administrar o questionário de forma acessível a nativos de diferentes

nacionalidades e países. Neste questionário, os nativos avaliaram o grau de acento, tentaram

identificar a nacionalidade dos sujeitos, o local de aquisição da língua espanhola e a variante

utilizada por eles. A análise perceptiva deste passo pretendeu ter uma perspectiva dos nativos
em relação ao nível e características dos acentos dos professores brasileiros. O quarto passo

foi a análise de todos os dados coletados.

Pela pouca informação recolhida e a ausência de dados que contribuíssem para

resultados significativos à pesquisa, a presente proposta de estudo visa aprofundar-se e dar

continuidade ao que já foi iniciado empreendendo uma pesquisa de campo qualitativa

investigativa, que deverá ocorrer mediante a aplicação de questionários semiestruturados a

dois grupos distintos: os professores de Espanhol/LE não-nativos e também aos alunos de

último ano do curso de Letras da Unesp Araraquara. A metodologia propõe a análise das

variedades através da perspectiva de um maior número de nativos possíveis, e os dados

deverão ser analisados com base estatística e interpretativista. O método de investigação

qualitativo foi elegido pois é o que melhor se encaixa para a realização do levantamento de

dados e análise das particularidades e experiências individuais dos sujeitos em questão, a fim

de compreender o sotaque espanhol dos professores da FCLar.

5. CRONOGRAMA

5.1 Plano de trabalho

1. Levantamento bibliográfico (bibliotecas, bases de dados de periódicos, internet);

2. Leitura dos resultados do levantamento bibliográfico;

3. Análise e seleção dos resultados do levantamento bibliográfico;

4. Envio de questionários e entrevistas com os indivíduos da investigação;

5. Gravações de áudio para análise fonética, análise por parte dos nativos e avaliação dos

resultados;
6. Reuniões de orientação;

7. Participação em eventos acadêmicos (previsão);

8. Redação do relatório de qualificação;

9. Exame de qualificação;

10. Redação da versão final da dissertação;

11. Exame de defesa.

SEMESTRE ATIVIDADES
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1º X X
2º X X X X X X
3º X X X X X X
4º X X X X X X X X
5.2 Cronograma de execução
BIBLIOGRAFIA CITADA E INICIAL

BARALO, Marta. La adquisición del español como lengua extranjera. Madrid:

Arco/Libros, 2011.

BORGES, Jorge Luis. El Hacedor. Buenos Aires: Alianza Editorial, 2006.

FONTANA, R. A. C. Como nos tornamos professoras? Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo (organizadoras). Métodos de

Pesquisa. 1ª Ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009

GIL. F., Juana. Fonética para profesores de español: de la teoría a la práctica. Madrid:

ARCO/LIBROS, 2007.

GRIFFIN, Kim. Lingüística aplicada a la enseñanza del español como 2/L. Madrid:

Arco/libros, 2011.

HERRERO, Andión; ANTONIETA, María; BURMANN, María. Las Variedades del

Español como parte de la Competencia Docente: Qué Debemos Saber y Enseñar en

ELE/L2. Universidad Nacional de Educación a Distancia e Instituto Cervantes. Madrid, 2007.

Disponível em:

<http://cvc.cervantes.es/ensenanza/biblioteca_ele/publicaciones_centros/PDF/budapest_2013/

06_andion-gil.pdf>. Acesso em 23 de outubro de 2017.

INSTITUTO CERVANTES. Español una lengua viva. Madrid: Biblioteca Nueva, 2010.

LARROSA, Jorge. La experiencia de la lectura: estudios sobre literatura y formación.

México: FCE, 2003.

MORENO, Francisco Fernández. ¿Qué español enseñar?. Madrid: Arco/Libros, 2007.

_______________. Las variedades de la lengua española y su enseñanza. Madrid:

Arco/Libros, 2010.

VAZQUEZ, Graciela. La enseñanza del español con fines académicos. Madrid: SGEL,

2004.

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