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DIREITO AGRÁRIO

Curso de Direito Agrário – Arnaldo Rizzardo – Revista dos Tribunais

I – antecedentes históricos

II – denominação

III – autonomia/especialidade

IV – conceito

V – elemento tipificador: agrariedade

VI – fontes

VII – institutos

1) Imóvel rural
2) Tamanho do imóvel
3) Propriedade familiar
4) Módulo rural
5) Módulo fiscal
6) Latifúndio
7) Minifúndio

VIII – empresa agrária

1) Elementos
1.1) Atividade agrária
1.2) Estabelecimento agrário
1.3) Sujeito: empresário rural

IX – Princípios

1) Incremento da produção
2) Defesa do meio ambiente
3) Proteção ao trabalhador e ao empresário rural
4) Proteção à propriedade produtiva e à pequena e média propriedade
5) Restrição à liberdade de contratar
6) Restrição ao fracionamento do imóvel rural
7) Restrição à aquisição de imóvel rural por estrangeiro

X – contratos agrários

1) Contratos típicos e atípicos


2) Características e restrições
XI – reforma agrária

XII – colonização

XIII – ITR – imposto territorial rural

XIV – justiça agrária

Antecedentes históricos

Nos termos em que é conhecido hoje, o direito agrário não existiu sempre e
nem foi conhecido na antiguidade, mas nenhuma sociedade viveu sem
depender em maior ou menor medida do aproveitamento do campo, todas as
sociedades se aproveitaram da terra e no direito de propriedade.

As primeiras famílias (Gens), eram nômades, não se fixavam em lugar


nenhum, porque tinham que buscar comida, entretanto, chegou num ponto que
não puderam fazer isso mais, porque as mulheres forçaram a mudança da
situação, porque elas normalmente tinham muitas crianças, o que dificultava a
locomoção, e começaram a se fixar nos lugares, tornando-se sedentários, e os
homens iam caçar e voltavam, com isso, foi possível iniciar a prática da
agricultura e da pecuária. A partir daí, começaram a lavrar a terra, etc.

O código de Hamurabi possuía normas referentes à agricultura em seus arts.


35 a 65, esculpido nas pedras, em caracteres cuneiformes. (Babilônia)

O código de Manu, era escrito em uma linguagem poética. (hindus)

Lei das XII tábuas, foi considerada a maior legislação jurídica daqueles tempos,
eram 10 tábuas inicialmente, depois fizeram mais 2.

Direito Mosaico – direito escrito por Moisés – Velho testamento

- Pentateuco: * Genesis

* Êxodo

* números

* leutico

* deuteronômio

Lei de talião – reflete até nos dias hoje, na proporcionalidade entre o ato e a
punição.
Os gregos, por exemplo, criaram as enfiteuses – a propriedade é dividida em
domínio direto e o domínio útil. (hoje em dia ainda se usa, principalmente em
ribeirão, que é a taxa que se paga para a Igreja quando se tem uma
propriedade, e quem compra essa propriedade, tem que pagar o que
chamamos de laudêmio, 2,5% do valor venal.)

Os romanos criaram os “ager vectigales” – venda o uso do bem


perpetuamente.

Imperador Justiniano - corpus júris civile – nomeou a posição de juristas


chamados de Triboniano, e eles passaram anos viajando o Império e anotaram
todas as legislações e todos os costumes de todas as terras do Reino,
juntaram e trouxeram para o imperador, e chamaram de Codex, e viu que cada
lugar havia uma legislação diferente, mandou organizar, unificar tudo, e
resumir, e chamaram de Digesto. Após, criaram as institutas de Justiniano para
atender a parte jurídica do império.

Locatio condictio

 rei - coisas: animais, residências, terras


 Operarum – serviço: contrato individual de trabalho (CLT), locação de
serviços (código civil)
 Operis – realização de uma obra: empreitada (código civil)

A sociedade era submetida ao ius utendi, ius fruendi e ius abutendi. Era um
direito absoluto. Instalou a república, e como não tinha presidente, instalaram o
sistema de consulado, um dos cônsules era Napoleão Bonaparte, que virou
imperador da França (marco fundamental para o direito).

Instalou-se uma assembleia, que decidiu os rumos da república francesa, e em


1791 institui o código rural.

Com os estudos do Giangastone Bolla, a propriedade agrária deixou de ser


direito absoluto e passou a ser propriedade que deve produzir, res frugifera.

Em 1941 foi editado o estatuto da lavoura canavieira foi um grande impulso


para o direito agrário, já tratava de contratos de trabalho assalariado,
arrendamento rural, parcerias..

Em 1963 criou-se o estatuto do trabalhador rural, revogando o estatuto anterior.

Em 1973 criou-se a lei 5.889/73 – importante porque até então as normas da


CLT não se aplicavam aos trabalhadores rurais, e essa lei foi a que determinou
a aplicação da CTL aos trabalhadores rurais.
Fernando Pereira Sodero começou a estudar levando em consideração os
estudos de Giagastone, mas também o que já havia no Brasil, que eram as
obras de:

Em 1914 Joaquim Luiz Osório escreveu o primeiro anteprojeto de Código Rural


Brasileiro

E então em 1937 Fernando escreveu o direito rural.

Em 1953 – Francisco Malta Cardoso – Tratado de Direito Rural Brasileiro

CF – 1934 tratava-se como direito rural

CF – 1937 e 1946 o assunto foi ignorado

Em 1964 – houve uma emenda n. 10 de 10/10/64 – tratando como direito


agrário

Em 1967 na constituição outorgada – tratava como direito agrário

Em 1988 – atual CF – trata com direito agrário em seu art. 22.

Legislação infraconstitucional

Lei 4.504 de 30/11/64 – Estatuto da terra

1º cuidava da reforma agrária

2º cuidava da política agrícola – todos os fatores que influenciam a produção,


desde o aprimoramento de sementes, transporte, armazenamento etc.

Disciplinou expressamente os contratos agrários:

- contrato de arrendamento rural

- parcerias agrícola, pecuária, extrativa, agroindustrial e mista.

Em 1966 criou-se uma lei federal n. 4.947/66, e essa lei complementou o


estatuto da terra referente aos contratos agrários.

Depois, cada capítulo da reforma agrária e da política agrícola foi


regulamentada por um decreto pelo presidente da república.

O decreto que regulamenta os contratos agrários é o n. 59.566/66.

Requisitos para que a propriedade rural cumpra sua função social (art. 188 da
CF):

1) Produção racional e adequada


2) Preservação do meio ambiente e dos recursos
3) Proteção à legislação trabalhista
4) Proteção ao trabalhador rural e ao proprietário

Os 4 requisitos tem que ser cumpridos simultaneamente, se não serão


passíveis de reforma agrária.

Lei 8.171/91 – política agrícola

Lei 8.629/93 – reforma agrária

Nos arts. 971 e seguintes do código civil estão as normas que se referem as
empresas rurais

Denominação – porque utiliza direito agrário e não rural

Rural vem do latim ruris, rus, ruralis, terreno distante da cidade, da urbe, o que
significa em última análise, campo.

Agrário vem do latim agri, ager, agrarius, que significa terra passível de
produção e em última análise, campo.

Mas as duas palavras, embora tenham o mesmo significado original, porque


rus é terreno distante da cidade pouco importando a sua destinação, já o termo
ager significa que tem um conceito de produção, uma organização dos fatores
de produção.

Elemento tipificador do direito agrário

O que diferencia uma empresa da outra é o elemento tipificador.

No caso da empresa agrária é a agrariedade.

Teoria biológica da agrariedade – prof. Antonio Carrozza

“A atividade produtiva agrícola consistente no desenvolvimento de um ciclo


biológico concernente à criação de animais e ao cultivo de vegetais, que resulta
ligado direta ou indiretamente ao desfrute das forças e dos recursos culturais e
que se resolve economicamente na obtenção de frutos (vegetais e animais)
destinados ao consumo, seja como tais, seja mediante uma ou múltiplas
transformações.”

Risco biológico

Resulta daquelas variáveis climáticas, naturais, sujeitam ou limitam os produtos


agrários, se faz muito frio ou muito calor, a planta e o animal não desenvolvem.
Os avanços das técnicas nas produções agrárias diminuem os riscos
biológicos.

Ciclo biológico - ciclo de vida (vegetais e animais). A atividade agrária nada


mais é do que a interrupção do ciclo biológico para o ciclo produtivo.

Fontes do direito agrário -

Imediatas – leis agrárias e os costumes rurais

Mediatas – jurisprudências e doutrinas

Desapropriação para interesse social – art. 186 da CF

Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende,


simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei,aos
seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

Não é toda propriedade rural que não cumpra sua função social que será
desapropriada porque o governo é quem decide se desapropriará ou não.

Art. 243 da CF - expropriação

Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem
localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho
escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a
programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem
prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no
art. 5º.

Art. 126 da CF – existência de juízes com competência exclusiva para


questões agrárias

Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de
varas especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias.

Art. 184 a 191 – tratam da política agrícola (tudo aquilo que diz respeito a
produção, desde a formação de sementes, mudas, embriões, adubação,
transporte, etc.) e fundiária e da reforma agrária (todo o resto)

Art. 184 – a desapropriação rural por interesse social, as benfeitorias serão


pagas em dinheiro, o valor da terra nua será emitido título da dívida agrária que
poderá ser recebido em até 20 anos.
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma
agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e
justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor
real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão,
e cuja utilização será definida em lei.
§ 1º - As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.

Art. 185 – pequena e média propriedades não podem ser desapropriadas pra
efeito de reforma agrária se o proprietário não tiver outra, e também se a
propriedade for produtiva.

Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:


I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu
proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará
normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.

Pequena propriedade – 0,1 até 4 módulos fiscais

Média propriedade - de 4,1 a 15 módulos fiscais

Art. 186 – requisitos para a propriedade cumprir sua função social e não ser
passível de desapropriação (tem que cumpri-los simultaneamente)

Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende,


simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos
seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

Art. 187 – política agrícola

Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a
participação efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores
rurais, bem como dos setores de comercialização, de armazenamento e de
transportes, levando em conta, especialmente:
I - os instrumentos creditícios e fiscais;
II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização;
III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
IV - a assistência técnica e extensão rural;
V - o seguro agrícola;
VI - o cooperativismo;
VII - a eletrificação rural e irrigação;
VIII - a habitação para o trabalhador rural.
§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agro-industriais,
agropecuárias, pesqueiras e florestais.
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária.

Art. 188 – destinação de terras públicas

Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a


política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária.
§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área
superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por
interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional.
§ 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as concessões
de terras públicas para fins de reforma agrária.

Art. 189 – títulos de domínio da reforma agrária

Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária


receberão títulos de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez
anos.
Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao
homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil, nos termos e
condições previstos em lei.

Art. 190 – limitação à aquisição de terras por estrangeiro – não proíbe, mas
estabelece algumas limitações para pessoas naturais estrangeiras, pessoas
jurídicas estrangeiras

Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural


por pessoa física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de
autorização do Congresso Nacional.

Art. 191 – usucapião de terras rurais (pro labore)

Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como
seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não
superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família,
tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

Art. 153 – Compete à União instituir impostos sobre propriedade territorial rural

Art. 153 – compete à União instituir impostos sobre a propriedade territorial rural;
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a
manutenção de propriedades improdutivas;
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o
proprietário que não possua outro imóvel;
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei,
desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia
fiscal.

Art. 92 até 96 do estatuto da terra – dispõe sobre os contratos agrários


Princípios do direito agrário – são valores superiores finalísticos que
normalmente já são inerentes à própria pessoa humana.

1) Monopólio legislativo da União


2) Sobreposição da utilização da terra à titulação dominial
3) A propriedade da terra é garantida, mas condicionada ao cumprimento
da sua função social
3.1) incremento da produção
3.2) defesa do meio ambiente
3.3) proteção ao trabalhador e ao empresário rural
4) prevalência do interesse público ao individual
5) combate ao latifúndio, ao minifúndio e a exploração predatória
6) proteção a pequena/média propriedades rurais e a propriedade
produtiva
7) fortalecimento da empresa rural/agrária
8) proteção ao hipossuficiente
9) restrição à liberdade de contratar
10) restrição ao fracionamento do imóvel rural (inferior ao módulo rural) –
impedir a constituição de minifúndio e parvifúndio
11) Restrição à aquisição de imóvel rural por estrangeiro - porque pode
interferir na segurança nacional (lei 5.709/71 e decreto 74.965/74) –
Pessoa física estrangeira residente no Brasil pode adquirir área de
até 50 módulos rurais seja em área contínua ou descontínua. Porém em
uma compra de até 3 módulos rurais, não precisa de licença prévia, se a
área possuir de 3 até 50, vai depender de autorização do INCRA, a não
ser que a gleba se situe em área de segurança nacional, aí vai depender
de autorização do conselho de defesa nacional.
Pessoas jurídicas estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil só
podem adquirir imóveis rurais para determinadas finalidades:
implantação de projetos agrícolas, pecuárias, industriais e de
colonização vinculados aos objetivos estatutários da empresa, enviando
um projeto para o ministério da agricultura ou ao ministério da indústria e
comércio. As empresas brasileiras, mesmo que em seu capital possuam
pessoas estrangeiras não tem restrição qualquer que seja o percentual
de participação.
Art. 12 da lei 5.709/71 – a área total de um município que pode
pertencer a um estrangeiro somando tudo só pode ter ¼ . Desses
¼, somente 40% podem pertencer aos estrangeiros da mesma
nacionalidade.
São excluídas dessas restrições áreas inferiores a 3 módulos, áreas
que tiverem sido adquiridas no INCRA anteriores a março de 1969,
quando o adquirente estrangeiro tiver filho estrangeiro ou for
casada com pessoa brasileira sobre o regime de comunhão
universal de bens.
- é nula toda aquisição de imóvel rural por estrangeiro que violar
essas disposições, e o tabelião irá responder civil e criminalmente.

Obs.: os portugueses não precisam dessas restrições por conta da


convenção internacional.
Imóvel rural

Conceito – lei 8.629/93


É o prédio rústico, que se destine ou possa se destinar a prática de
atividade rural, de área contínua, qualquer que seja sua localização.

Teoria da localização – antes, pelo CTN, para efeitos do ITR, era


cobrado em todos os imóveis que se situavam fora do perímetro urbano,
independente da atividade que se praticava.

Com o decreto lei 57/66 que foi recepcionado pela CF/88 e hoje é
reconhecido como lei complementar adotou a teoria da destinação ao
invés da teoria da localização, ou seja, pra saber se o imóvel é rural ou
não, leva-se em conta sua finalidade e não sua localização.

Agravo regimental no Agravo em Recurso Especial 8094/RS (STJ) –


2013/0096986-0 2ª turma. Rel. Min. Herman Benjamin

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