Vous êtes sur la page 1sur 44

Programa de Educação

Continuada a Distância

Curso de
Paisagismo

Aluno:

EAD - Educação a Distância


Parceria entre Portal Educação e Sites Associados
Curso de
Paisagismo

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na bibliografia consultada.

2
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
MÓDULO I

1 – Solos
1.1 – Tipos de sol
1.1.1 - Solo argiloso
1.1.2 - Solo franco
1.1.3 - Solo arenoso
1.1.4 - Solo orgânico ou humoso
1.2 – Análise e correção do solo
1.2.1 - Técnica de coleta
1.2.2 – Acidez
1.2.2.1 – Causas da acidez
1.2.2.2 – Efeitos maléficos da acidez
1.3 – Manejo do solo
1.3.1 – Argiloso
1.3.2 – Arenoso
1.3.3 – Orgânico ou humoso
1.4 – Irrigação e drenagem
1.4.1 – Irrigação
1.4.1.1 – Tipos de irrigação
1.4.1.2 – Controle e manejo da irrigação
1.4.1.3 – Avaliação dos sistemas de irrigação
1.4.2 – Drenagem
1.5 – Preparação do solo
1.5.1 – Nutrientes do solo
1.5.1.1 – Macronutrientes
1.5.1.2 – Micronutrientes
1.5.2 – Adubação
1.5.2.1 – Adubação química
1.5.2.2 - Adubação verde
1.5.3 – Calagem

3
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
1.5.4 – Aeração do solo
1.6 – Substratos
1.6.1 – Aspectos físicos
1.6.2 – Substratos para cultivo

4
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Solos

Solo, do ponto de vista agrícola, é uma mistura de materiais minerais e orgânicos


da superfície da terra que serve de ambiente para o crescimento das plantas.
O solo, como um fator da produção agrícola, possui duas características básicas
que revelam o seu valor agronômico: fertilidade e produtividade.
O termo fertilidade refere-se à capacidade de um solo para fornecer nutrientes às
plantas em quantidades adequadas e proporções convenientes.
Assim, a fertilidade de um solo pode ser conduzida a condições ideais pela
intervenção do homem, através das práticas de calagem e adubação fundamentada em
bases científicas.
A produtividade está relacionada com a capacidade de um solo em proporcionar
rendimento às culturas, podendo apenas ser melhorada pela intervenção do homem,
como por exemplo, pela incorporação de matéria orgânica em solo pobre nesse
componente. A matéria orgânica, melhorando a estrutura do solo, facilita as condições de
desenvolvimento das raízes das plantas, permitindo, portanto, a exploração de maior
volume de solo.
Há fatores que caracterizam um solo de alta produtividade, como:
• Riqueza em nutrientes essenciais às plantas;
• Boas propriedades físicas;
• Água disponível suficiente para o bom crescimento dos vegetais;
• Quantidade adequada de matéria orgânica decomposta;
• pH adequado;
• Escassez de pragas e moléstias.

Os solos possuem quatro componentes principais: matéria mineral, matéria


orgânica, água e ar.
Da proporção entre eles extremamente variável, depende da produtividade do
solo. O gráfico abaixo representa a composição em volume de um solo que apresenta
boas condições para crescimento das plantas.

5
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
ORGÂNICA AR
5% 25%

ÁGUA
AR
25%
ÁGUA
MINERAL
ORGÂNICA

MINERAL
45%

Tipos de solo
Diferentes tipos de rochas originam diversos tipos de solos, pode-se então dizer
que temos como solo os seguintes:
Solo argiloso: é um solo cujo maior constituinte é a argila e que, ao ser moldada,
forma um aglomerado elástico que, mesmo jogado ao chão, não se desfaz.
Solo franco: é aquele tipo de solo em que existe equilíbrio entre os
componentes.
Solo arenoso: predomina a areia em sua constituição e, quando amassado com
a mão, não se aglomera.
Solo orgânico ou humoso: é aquele com alto teor de matéria orgânica (MO),
escuro esponjoso e cheio de restos vegetais.

Análise e correção do solo

Em agricultura, muitos fatores influenciam a produção obtida (clima, cultura, solo,


nível de manejo, etc.), porém safras maiores somente podem ser obtidas quando as
plantas são bem supridas de nutrientes. O aumento da fertilidade do solo é geralmente
alcançado pelo emprego de fertilizantes apropriados. Naturalmente, boas sementes e

6
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
boas práticas de manejo são indispensáveis na obtenção de maior aproveitamento da
fertilização.
As análises de solo são capazes de fornecer dados úteis e dão uma boa
orientação para a aplicação de fertilizante e calcário. Alguns dos objetivos mais
importantes da análise do solo são:
Agrupar os solos em classes com a finalidade de sugerir a aplicação de
fertilizantes e calagem;
Predizer à probabilidade de obter uma reação lucrativa a aplicação de nutrientes
para a planta;
Ajudar a avaliar a produtividade do solo;
Determinar condições específicas de solos que passam a ser melhoradas com a
adição de corretivos ou práticas culturais.
Atualmente, a maior utilização das análises de solo é no sentido da orientação no
emprego de fertilizantes e calagens. Pela análise do solo ficamos conhecendo o estado
atual da fertilidade de um solo e, auxiliados pelos conhecimentos da experimentação
agronômica, podemos diagnosticar e recomendar as práticas de fertilização e calagem
que visem o aumento da produção por unidade de área.
A análise química de solo tem grande valor, notadamente quando os métodos se
combinam com as respostas das culturas à adição de nutrientes, ou seja, a fidedignidade
de qualquer análise química para fins de fertilidade depende dos dados obtidos, que
mostram a relação entre os resultados de análise e os resultados dos experimentos no
campo.
As culturas, para produzir boas colheitas, retiram do solo grandes quantidades de
N, P2O5, K2O e outros nutrientes.
Após sucessivos cultivos, o rendimento (produtividade) das culturas diminuiu
muito devido a modificação na fertilidade do solo, ou seja, houve decréscimo nos teores
de matéria orgânica, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, etc. A análise de
amostras de solo pode ser feita para determinar a quantidade total de um elemento no
solo ou para obter a quantidade de um elemento que é solúvel em algum reagente, como
soluções ácidas fracas ou soluções salinas.

7
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
As análises de solo são comumente e amplamente usadas com o objetivo de
estimar as necessidades de calagem e dos três macronutrientes essenciais: nitrogênio
fósforo e potássio.

Técnica de coleta
A tomada de amostras de solo deve ser feita com bastante antecedência da
época do preparo do solo e plantio, pois, assim, haverá suficiente tempo para o
laboratório analisar as amostras e para que as recomendações de fertilização cheguem
ao lavrador com tempo para fazer suas compras de calcário e fertilizante sem os
atropelos que lhe podem acarretar prejuízos.
A retirada de amostras de terra de uma área deve obedecer a certo critério, a fim
de que os resultados analíticos obtidos representem valores médios da área analisada. A
interpretação dos resultados analíticos e a recomendação de fertilização e calagem serão
muito mais eficazes quando a amostragem for efetuada por um sistema conveniente e
consciente.
Na retirada de amostras de solo, com vistas à fertilidade, o interesse é pela
camada que normalmente é alterada pela aração e adição de fertilizantes representada
pelos 20 cm mais superficiais do solo, em profundidade.
Solos diferentes na aparência, no desenvolvimento que propiciam às plantas ou
no seu histórico, isto é, se anteriormente sofreram calagens, se foram fertilizados e com
que plantas foram cultivadas, devem ser amostrados separadamente, desde que suas
áreas sejam de ordem tal que possam ser fertilizadas separadamente. Ao amostrar solos
fertilizados anteriormente, deve-se tomar cuidado para não retirar amostras sobre as
linhas onde foram aplicados os fertilizantes.
Não se devem retirar amostras de antigos caminhos e de locais próximos a
residências, galpões, estradas, formigueiros e depósitos de fertilizantes, nem retirá-las
quando o terreno estiver encharcado.
No ponto (local) a ser amostrado, deve-se limpar bem a superfície do solo,
eliminando-se folhas caídas, detritos e restos de cultura.
A maneira mais conveniente de retirar amostras de solo é pelo sistema de
amostras compostas, isto é, aquelas resultantes da mistura de amostras simples. Numa

8
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
gleba de cinco a sete hectares, sendo o solo uniforme quanto à topografia, cor, textura
(arenosa, argilosa, barrenta etc.), manejo, a área deve ser percorrida em ziguezague é,
de 25 a 30 pontos diferentes, retirada uma amostra simples. Essas amostras são reunidas
e bem misturadas, obtendo-se a amostra composta.
Todas as amostras simples ou compostas, devem ser recebidas e
acondicionadas em embalagens bem limpas como sacos de pano, latas ou sacos
plásticos. Evitar recipientes que foram usados com fertilizante, calcário e inseticidas, para
que não haja contaminação da amostra.
Da amostra composta, uma vez homogeneizada, retira-se cerca de 400 gramas
de terra a fim de remeter ao laboratório para análise, evitando-se mandar amostras
menores. Essa amostra deve ser acondicionada em embalagens que resista bem ao
transporte e identificada por meio de etiqueta que contenha seu número e nome do
remetente, do proprietário, da propriedade e do município. Juntamente com as amostras,
o agricultor deve remeter devidamente preenchido, um formulário informativo, constante
dos itens abaixo, sobre certas características do solo e que auxiliará o técnico na
interpretação dos resultados de análise e permitirá uma recomendação de fertilização
mais precisa:
• Nome do proprietário;
• Endereço do remetente;
• Número dado à amostra;
• Textura da terra;
• Cultura feita no ano anteriormente (se for cultura permanente, indicar a
idade, produção média obtida);
• Cultura a ser feita;
• Posição da área (baixada, meia encosta, parte alta).

Acidez
A acidez é medida pelo pH (potencial Hidrogênico), sua escala varia de 0 a 7
sendo a acidez crescente, enquanto que de 7 a 14 é a alcalinidade que aumenta. No Rio

9
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Grande do Sul os solos são, em sua maioria, ácidos, com pH de 4,5 a 5,0. Essa
característica química do solo, representada pelo índice pH, é denominada reação do
solo, popularmente conhecida como acidez do solo. A figura abaixo mostra as faixas de
pH com as respectivas denominações para reação do solo.

3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0


Forte Moderada Fraca Neutro Fraca Moderada Forte
ACIDEZ ALCALINIDADE

Para corrigir a acidez, são recomendadas doses de calcário dolomítica, calcítica,


cal apagada, conchas moídas, etc. que devem ser incorporadas ao solo três meses antes
do plantio. O cálcio é pouco móvel no solo (um cm por ano); por isto, é preciso misturá-lo
com a terra em toda a profundidade das raízes das plantas.

Causas da acidez
As principais causas da acidez do solo são:
Em climas úmidos, as águas das chuvas que percorrem através do solo que
contém ácido carbônico resultante da dissolução do gás carbônico em água, removem
íons do complexo coloidal do solo, principalmente de cálcio e magnésio, deixando em seu
lugar quantidade equivalente de íon hidrogênio. Com isso, a quantidade de hidrogênio no
solo vai aumentando gradativamente, resultando em abaixamento progressivo do pH.
Pelo cultivo intensivo, as plantas retiram do solo, nutrientes essenciais de que
necessitam para seu desenvolvimento e produção, e como as adubações são geralmente
deficientes em cálcio e magnésio, o solo vai-se empobrecendo nessas bases trocáveis,
ficando em seu lugar íons de hidrogênio.
A erosão, removendo a camada superficial do solo, que possui maiores teores de
bases (cálcio e magnésio), favorecendo a acidificação do solo, expondo camadas mais
ácidas ao subsolo.

10
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
A adubação continua com sulfato de amônio ou nitrato de amônio pode
determinar a acidificação do solo, pela formação de ácidos minerais que removem cálcio
e magnésio trocáveis das suas partículas coloidais, deixando em seu lugar íons de
hidrogênio.

Efeitos maléficos da acidez


A acidez exerce grande influência sobre as características do solo e no
desenvolvimento das plantas, mas em excesso pode trazer grandes danos como:
Em condições de acidez severa, pH inferior a 5,5 os compostos de alumínio, ferro
e manganês tornam-se bastante solúveis, sendo responsáveis pela fixação de fósforo e
pela formação de compostos de fósforo insolúveis na solução do solo, reduzindo
sensivelmente a disponibilidade deste nutriente às plantas e prejudicando a eficiência da
adubação fosfatada.
O molibdênio tem a sua disponibilidade reduzida pela formação de compostos
insolúveis com ferro, alumínio e titânio.
Os íons de hidrogênio deslocam o cálcio e o magnésio dos colóides do solo que,
uma vez transferidos para a solução do solo em formas solúveis, são perdidos por
lixiviação.
Diminui a população e atividade de bactérias fixadoras de nitrogênio no ar que
vive nas raízes das leguminosas. O mesmo acontece com as bactérias responsáveis pela
decomposição da matéria orgânica, afetando a disponibilidade de nitrogênio, fósforo e
enxofre contidos nesse componente do solo.

Manejo do solo
O manejo do solo consiste num conjunto de operações realizadas com objetivos
de propiciar condições favoráveis à semeadura, ao desenvolvimento e à produção das
plantas cultivadas, por tempo ilimitado. Para que esses objetivos sejam atingidos, é

11
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
imprescindível a adoção de diversas práticas, dando-se prioridade ao uso do Sistema
Plantio Direto visto que envolve, simultaneamente, todas as boas práticas
conservacionistas. Alternativamente justificado, poderão ser utilizadas práticas racionais
de preparo do solo.

Sistema de plantio direto


Trata-se de sistema de produção conservacionista, que se contrapõe ao sistema
tradicional de manejo. Envolve o uso de técnicas para produzir, preservando a qualidade
ambiental. Fundamenta-se na ausência de preparo do solo e na cobertura permanente do
terreno através de rotação de culturas.
Para a implantação do Sistema Plantio Direto (SPD) é necessário que sejam
atendidos alguns requisitos relativos aos recursos humanos, técnicos e de infra-estrutura,
como os listados a seguir.

Levantamento dos recursos


O conhecimento detalhado da propriedade agrícola é essencial para obtenção de
sucesso. Para tanto, é necessário o levantamento dos seguintes recursos:
Solos: Coletar e organizar informações referentes ao tipo de solo, à fertilidade, à
presença de camadas compactadas, à distribuição e espécies de plantas daninhas, à
topografia, à ocorrência de erosão, às práticas conservacionistas existentes, às vias de
acesso, à drenagem, aos córregos, aos açudes, etc.
Plantas daninhas: O levantamento e o mapeamento da ocorrência de plantas
daninhas serão úteis, para definir o herbicida a ser utilizado e a programação das
aplicações dos mesmos.
Máquinas e equipamentos: É essencial a existência de pulverizador de herbicidas
devidamente equipados com bicos adequados para as diferentes condições e
controladores de pressão. O uso de equipamentos de avaliação das condições climáticas
é também muito útil nesse caso. Quanto às semeadoras, existem disponíveis no mercado
vários modelos específicos. No entanto, na fase inicial de implantação do sistema,
podem-se utilizar semeadoras tradicionais com adaptações, fazendo com que os
agricultores reduzam as despesas.

12
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Humanos: Para a execução, a mão-de-obra deverá estar conscientizada dos
princípios do sistema e adequadamente informada quanto ao uso das tecnologias que o
compõem. São necessários treinamentos, especialmente para os operadores de
máquinas, quanto ao uso de semeadoras e pulverizadores e tecnologia de aplicação
(características de bicos, horário de aplicação, etc.) de defensivos, além de
conhecimentos sobre plantas daninhas e herbicidas. O treinamento da mão-de-obra deve
ser planejado de forma que, no momento de realizar as operações, haja conhecimento
suficiente para realizar as ações de forma adequada. O manuseio de tais informações
deve gerar mapas e/ou planilhas de uso e da situação atual da propriedade, a serem
utilizados como base, para o planejamento das atividades a serem implementadas.

Cobertura do solo
O Sistema de Plantio Direto pressupõe a cobertura permanente do solo que,
preferencialmente, deve ser de culturas comerciais ou, quando não for possível, culturas
de cobertura do solo. Tal cobertura deverá resultar do cultivo de espécies que disponham
de certos atributos, como: produzir grande quantidade de massa seca, possuir elevada
taxa de crescimento, ter certa resistência à seca e ao frio, não infestar áreas, ser de fácil
manejo, ter sistema radicular vigoroso e profundo, ter elevada capacidade de reciclar
nutrientes, ser de fácil produção de sementes.
A pequena produção de palha pela soja, principal cultura dos Cerrados, aliada à
rápida decomposição dos seus resíduos, pode tornar-se grande à viabilização do SPD,
especialmente quando essa leguminosa é cultivada como monocultura. Para contornar
essa dificuldade, a soja deve compor sistemas de rotação de culturas adequadamente
planejados. Com isso haverá permanente cobertura e suficiente reposição de palha sobre
a superfície do solo.
Argilosos: devem ser afofados no início da primavera, podendo receber calcário
se necessário, a matéria orgânica e os adubos. O calcário só será usado se a análise de
pH indicar acidez. A calagem só será realizada de três a cinco anos.
Arenosos: é importante que sejam enriquecidos com bastante matéria orgânica.
Nestes solos, a cautela com o uso de calcário é indispensável. Como são solos muito
permeáveis, adubações suplementares de N e K são recomendáveis, pois estes

13
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
elementos são facilmente carregados pelas águas. Os solos arenosos são muito
suscetíveis à deficiência de micronutrientes.
Orgânicos ou humosos: estes solos são mais exigentes em calcário, pois sua
acidez é geralmente excessiva. Quanto à adubação, deve-se usar mais fósforo que os
demais adubos e, em alguns casos, até potássio.

Irrigação e drenagem
A irrigação não é apenas molhar o solo, mas sim quando calculamos a água que
precisamos para uma cultura e a colocamos no solo conforme o planejado e o mais
regularmente possível. Ela veio com o objetivo de ajudar as plantas a oferecerem o seu
melhor. Compondo o tripé da planta (solo, água e ar) a irrigação veio para fornecer meios
mais viáveis de se lidar com a falta de recursos hídricos disponíveis.
Mas não é possível falar de irrigação sem citar a drenagem, que vem como apoio
a irrigação com o objetivo de retirar do solo o excesso de água, pois assim como o feijão,
algumas plantas não toleram solos encharcados e a saída é usar a drenagem.

Irrigação
Uma irrigação não pode e não deve ser entendida, única e exclusivamente, como
um procedimento artificial para atender às condições de umidade de solo visando à
melhoria da produção agrícola, tanto em quantidade como em qualidade ou oportunidade.
Na realidade, ela constitui um conjunto de operações (compondo em si um
sistema) necessário ao atendimento das necessidades de água para as plantas, bem
como eliminar seus excessos, que transcendem à relação solo – água - planta, pura e
simplesmente. Agrega-se, aí, o clima, o homem, além de outros campos do conhecimento
da humanidade com tamanha abrangência, que hoje se têm intitulado conhecimentos
básicos das ciências ambientais.
A ciência é a arte da irrigação, como definidas desde seus primórdios são
complexas, interdisciplinares, passando pelo campo das ciências agrárias e exatas
(engenharia hidráulica, civil, elétrica, etc.) nenhuma delas é mais importante que a outra,

14
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
pois quando da decisão final, quanto ao uso da água, todos esses fatores conjuntamente
têm que ser levados em conta.
Sistema deve ser entendido como um conjunto de elementos que se integram e
que atuam agrupadamente para o objetivo geral do todo. Não pode ser um especialista
em generalidades, não podendo, no entanto, prescindir de uma sólida formação
generalista nessas áreas.
É consenso que o irrigante está de posse da mais moderna tecnologia de
produção agrícola disponível, pois juntamente com um programa de adubação
equilibrado, ele reúne todas as condições para que seu material genético em campo
expresse todo seu potencial produtivo, o que certamente não seria obtido sem esses
insumos acima.
Ainda, atualmente estes dois insumos, água e nutrientes, passam a andar juntos,
sendo possível disponibilizá-los ao solo ao mesmo tempo, através da fertilidade mais a
irrigação com inúmeras vantagens.
Assim, a escolha de variedades adaptadas a uma região bem como
espaçamentos de plantio adequados, adubação que satisfaça as condições de altas
produtividades, controle fitossanitário, combate à erosão, aplicação correta da água de
irrigação, devem fazer parte de um só sistema de produção e não serem consideradas
atividades isoladas. Todas as técnicas envolvidas nestes processos devem ser
dominadas pelo irrigante.
Grande fonte de preocupação dos irrigantes são os questionamentos de quando
e quanto irrigar. Saber o momento certo de iniciar as irrigações e quanto de água devem
aplicar é o objetivo do manejo racional de irrigação. Nos dias atuais tem se verificado não
somente uma elevação dos custos de energia, mas também escassez do recurso água,
obrigando o irrigante a assumir posturas diferenciadas a cerca deste assunto. Portanto, o
manejo racional de irrigação passa necessariamente pelos aspectos econômicos
envolvidos no processo.
Nesse sentido, aparece outro componente nem sempre diagnosticado pelo
irrigante: tanto o excesso quanto a falta de água pode ter reflexos expressivos na
produtividade de uma cultura. Por exemplo, sabemos que o feijão não é muito tolerante

15
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
ao excesso de água, enquanto por outro lado, o abacaxizeiro suporta períodos maiores de
déficits hídricos.
Assim, antes de se iniciar um programa de manejo da irrigação, torna-se
fundamental o conhecimento da fisiologia da planta a qual pretendemos irrigar.

Tipos de irrigação
Uma irrigação pode ser feita por distintos métodos e sistemas, cada um com
características próprias. Os principais métodos de irrigação são os por superfície,
aspersão e irrigação localizada. Na irrigação por superfície, os sistemas de inundação e
sulcos são mais comuns. Estes sistemas têm limitações em relação a terrenos muito
acidentados e também arenosos, onde a taxa de infiltração é alta. São os sistemas que
mais consomem água.

Irrigação por superfície Irrigação por sulcos

O método de irrigação por aspersão é composto pelos sistemas de aspersão


convencional (podendo ser tanto sobre, como subcopa), pelos autopropelidos e pelos
pivôs centrais, principalmente. Estes sistemas normalmente gastam menos água que o

16
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
método anterior, mas necessitam de investimentos na aquisição de equipamentos e têm
um custo de operação tido como alto, uma vez que trabalham a altas pressões,
necessitando de motores maiores.

Autopropelido Pivô central

Aspersão convencional (subcopa) Aspersão convencional

Os principais sistemas que compõem o método de irrigação localizada são


microaspersão, o gotejamento e recentemente as fitas gotejadoras. São os sistemas que
consomem menos energia e água, pois se caracterizam pela baixa pressão de serviço e
também por molhar apenas na parte da superfície do solo. Seu uso tem sido bastante

17
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
incrementado nos últimos anos, porém requerem investimentos iniciais maiores. A prática
de fertirrigação neste sistema é quase que obrigatória levando a uma maior economia e
eficiência dos fertilizantes.

Gotejamento
Microaspersão

Controle e manejo da irrigação


No manejo da irrigação surge a palavra freqüência de irrigação ou turno de rega,
que nada mais é do que o número de dias decorridos entre uma irrigação e outra. A
freqüência de irrigação pode ser fixa ou variável, dependendo da postura assumida pelo
irrigante. A freqüência de irrigação fixa traz consigo a vantagem da possibilidade da
programação das atividades ligadas à irrigação das culturas, uma vez que se sabe por
antecipação o quanto irrigar, ficando apenas a definição de quando irrigar.
Por outro lado, com uma freqüência de irrigação variável, não se sabe
exatamente quando se praticará a irrigação, mas é possível ter em mãos uma
aproximação bastante boa de quanto de água aplicar.

18
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Assim, passamos então a estudar quais os fatores envolvidos no processo de
controle da irrigação, e quais os mecanismos usados para tal fim. Mas antes de se iniciar
um processo de irrigação é necessário um conhecimento da cultura que será irrigada.
Assim, as fases da cultura ou ciclo fenológico, as exigências de água e seus períodos
críticos devem ser conhecidos.
Existem três processos básicos de se controlar a irrigação: processos baseados
nas condições atmosféricas, nas condições de água do solo e nas condições de água nas
plantas. Pode ser feita também à conjunção do controle da irrigação via atmosfera e via
solo.
Antes de se conhecer ou definir qual tipo de controle a ser adotado, o irrigante
deve ter em mente, que quando maior a profundidade efetiva do sistema radicular, melhor
para a cultura. O aumento do sistema radicular da planta é proporcional à umidade do
solo, onde este aumento está diretamente relacionado com a produtividade. Assim,
práticas culturais devem ser realizadas de modo a garantirem esse objetivo.

Processo baseado nas condições do solo


O controle da irrigação via solo passa necessariamente pelo conhecimento de
suas características. Assim densidade aparente, granulometria, declividade, velocidade
de infiltração básica (VIB), capacidade de água disponível (CAD), unidade de saturação,
capacidade de campo, ponto de murcha permanente e curva característica do solo, são
propriedades que devem fazer parte do conhecimento do irrigante.
A saturação é o ponto em que todos os poros do solo são preenchidos pela água,
não restando oxigênio para serem usados pelas plantas, causando problemas. Já o PMP
é o limite de absorção de água pelas plantas. Assim, se a umidade do solo chegar a esse
ponto, a planta não terá condições de se recuperar. A CAD é uma característica do solo,
portanto varia de solo para solo, dependendo da sua granulometria, compactação e teor
de matéria orgânica.

Processo baseado nas condições atmosféricas


O conhecimento dos fatores climáticos é de fundamental importância para o
manejo racional da irrigação. Estes fatores permitem com uma aproximação bastante boa

19
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
estimar a evapotranspiração, que é o consumo de água de um determinado local, através
da evaporação da água do solo e pela transpiração das plantas, ocorridos durante o
processo de fotossíntese. Chamamos de evapotranspiração de referência (ETo), a
evapotranspiração estimada através das diferentes fórmulas empíricas obtidas por
diferentes autores. Essas fórmulas baseiam-se em dados meteorológicos e apresentam-
se em grandes variações, necessitando desde poucos dados, até modelos complexos,
que exigem um grande número de elementos climáticos.

Avaliação dos sistemas de irrigação


A prática da irrigação deve ser entendida não somente como um seguro contra
secas ou veranicos, mas como uma técnica que pode dar condições para que o material
genético em campo expresse todo o seu potencial produtivo. Além disso, se bem usada, a
irrigação é um instrumento muito eficaz no aumento da rentabilidade dos
empreendimentos, permitindo a racionalização dos insumos, por exemplo, através da
fertirrigação.
No entanto, para que o processo seja eficiente, é imperativo que o sistema de
irrigação tenha uma alta uniformidade de aplicação de água, isto conseguido através de
bons projetos, que são feitos a partir de materiais idôneos e cálculos hidráulicos precisos.
Uma vez instalado um projeto de irrigação, é interessante verificar se as
condições previstas inicialmente se confirmam em campo. Para tanto, é necessário fazer
uma avaliação de campo, onde se levanta as condições de pressão, vazão e lâminas
aplicadas.
Em relação a lâminas de irrigação aplicadas, o CUC, ou Coeficiente de
Uniformidade Christiansen, é o índice mais usado para se verificar como está a
distribuição de água na área irrigada.

Drenagem
É a prática da retirada do excesso de água do solo, evitando-se prejuízos às
plantas pela falta de aeração das raízes e, solo, evitando-se prejuízos à morte por
deficiência de oxigênio.

20
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Através da drenagem, que deve ser efetuada antes de qualquer outro trabalho
com o solo, canalizam-se as águas das chuvas e irrigação, quando em excesso.
Os solos argilosos são os que mais retêm a água e necessitam de sistemas de
drenagem, principalmente se forem planos.
Depois do levantamento topográfico, a instalação de uma rede de drenagem
pode constituir-se de tubos perfurados (cimento, cerâmica, plástico, etc.), que conduzirão
à água recolhida a um lugar determinado. Os tubos devem ser enterrados, cobertos com
brita ou cascalho e ainda areia. Então, cobre-se com o solo original.
Os solos não-drenados prejudicam as plantas, tanto nos excessos como na falta
de água.
Normalmente, quando foram construídas as obras civis, já se procedeu com o
solo original.
Entre os benefícios da drenagem, aponta:
1 – aumentar o volume de solo explorado pelas raízes;
2 – aumentar a temperatura do solo;
3 – aumentar o arejamento (decomposição da matéria orgânica)
4 – remover o excesso de sais;
5 – aumentar a disponibilidade de nutrientes.

21
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
22
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Preparação do solo
No manejo do solo, a primeira e talvez a mais importante a ser realizada seja o
seu preparo. Longe de ser uma tecnologia simples, o preparo do solo compreende um
conjunto de práticas que, quando usadas racionalmente, pode permitir um alto
desenvolvimento das plantas a baixo custo. Entretanto, quando usadas de maneira
incorreta, tais práticas podem levar rapidamente o solo às degradações físicas, químicas
e biológicas.
É necessário que cada operação seja planejada conscientemente com objetivos
definidos e com implementos adequados à sua realização. O solo deve ser preparado
com o mínimo de movimentação, não implicando isso numa diminuição de profundidade
de trabalho, mas sim numa redução do número de operações, deixando rugosa a
superfície do solo e mantendo os resíduos culturais totalmente ou parcialmente sobre a
superfície.
Alguns pontos devem ser observados para que o preparo do solo seja conduzido
de maneira satisfatória. Em áreas onde o solo sempre foi preparado superficialmente, o
preparo profundo poderá trazer para a superfície a camada de solo não corrigida,
contendo alumínio, manganês e ferro, e com baixa disponibilidade de fósforo, podendo
prejudicar o desenvolvimento das plantas. Neste caso, é necessário conhecer a
distribuição dos nutrientes, o pH no perfil do solo e a calagem feita.
O preparo primário do solo (aração, escarificação ou gradagem pesada), deve
atingir profundidade suficiente para romper a camada superficial compactada e permitir a
infiltração de água.
Em substituição à gradagem pesada no preparo primário do solo, deve-se utilizar
a aração ou escarificação. A escarificação como alternativa de preparo substitui com
vantagem a aração e a gradagem pesada, desde que se reduza o número de gradagens
niveladoras.
Além disso, possibilita a permanência do máximo possível de resíduos culturais
na superfície, o que é desejável.
O preparo do solo, portanto, não é só revolvimento, mas o seu manejo correto,
considerando o implemento, a profundidade de trabalho, a umidade adequada e as
condições de fertilidade.

23
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Manejo dos resíduos das culturas destinadas à proteção, recuperação do solo e
adubação verde.
O manejo mais eficaz destas culturas é alcançado através do uso da roçadeira,
da segadeira, do tarup, do rolo-faca ou de herbicidas, durante a fase de floração. Os
resíduos das culturas são deixados na superfície do solo, quando da semeadura direta,
ou incorporados, quando do preparo do solo.

Compactação do solo
A compactação do solo é provocada pela ação dos implementos de preparo do
solo, especialmente quando estas operações são feitas em condições de solo úmido e
continuamente na mesma profundidade. Solos com presença de camada compactada
apresentam baixa infiltração de água, ocorrência de enxurrada, raízes deformadas,
estrutura degradada e resistente à penetração dos implementos de preparo. Além disso,
solos compactados favorecem o aparecimento de sintomas de deficiência de água na
planta, mesmo sob pequenos períodos de estiagens.
Após a identificação do problema, a utilização de pequenas trincheiras possibilita
a determinação da profundidade de ocorrência de compactação, através da observação
do aspecto morfológico da estrutura do solo, ou da verificação da resistência oferecida
pelo solo ao toque com um instrumento pontiagudo qualquer. Normalmente, o limite
inferior da camada compactada não ultrapassa a 30 cm de profundidade.

O rompimento da camada compactada


O rompimento da camada compactada deve ser feito com um implemento que
alcance profundidade imediatamente abaixo do seu limite inferior. Podem ser
empregados, com eficiência, arado, subsolador ou escarificador, desde que sejam
utilizados na profundidade adequada. O sucesso do rompimento da camada compactada
está na dependência de alguns fatores:
Profundidade de trabalho: o implemento deve ser regulado para operar na
profundidade imediatamente abaixo da camada compactada;
Umidade do solo: no caso do arado, seja de disco ou aiveca, a condição de
umidade apropriada é aquela em que o solo está na faixa friável; em solos úmidos há

24
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
dificuldade maior de penetração (arado de discos). Para escarificador ou subsolador, a
condição de umidade apropriada é aquela em que o solo esteja seco. Quando úmido, o
solo não sofre descompactação, mas amassamento entre as hastes do implemento e
selamento dos poros no fundo e nas laterais do sulco;
Espaçamento entre as hastes: quando for usado o escarificador ou subsolador, o
espaçamento entre as hastes determina o grau de rompimento da camada compactada
pelo implemento. O espaçamento entre as hastes deverá ser de 1,2 a 1,3 vezes a
profundidade de trabalho pretendida.
A efetividade desta prática está condicionada ao manejo do solo adotado após a
descompactação.

Nutrientes do solo
São elementos químicos que se encontram nos solos formando compostos dos
quais as plantas se alimentam através das raízes.
Os macronutrientes são os elementos mais usados pelas plantas durante o seu
desenvolvimento, sendo estes divididos em macronutrientes primários (N, P e K) e
macronutrientes secundários (Ca, Mg e S)

Macronutrientes
Nitrogênio
A camada arável da maioria dos solos cultivados contém entre 0,02 e 0,40% de
nitrogênio, 99% do qual se encontra na forma orgânica e é responsável pela coloração
escura da camada superficial do solo.
A quantidade de nitrogênio no solo é muito influenciada pelo clima, pois influencia
a temperatura e o suprimento de água sobre as plantas e microrganismos do solo, tipos
de vegetação (pois a quantidade retirada de nitrogênio por cultura pode ser maior ou
menor), atividade do homem e tempo que os diferentes fatores atuam.
O nitrogênio além de ser removido pelas culturas, é perdido do solo também por
erosão, lixiviação e volatilização. Porém existem alguns métodos naturais para compensar
as grandes perdas de nitrogênio no solo, aumentando-o. Além de aplicações de materiais
que contém nitrogênio, para manter massa verde, resultado de um bom suprimento de

25
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
nitrogênio às plantas e para compensar-lhe as perdas, principalmente por lixiviação,
existem quatro processos de aumento do seu conteúdo: retorno do nitrogênio contido nos
restos culturais, fixação simbiótica de nitrogênio, fixação não-simbiótica de nitrogênio e
adição em águas de chuva.

Função nas plantas Sintomas de deficiência


Nitrogênio (N) Estimula o crescimento Plantas deficientes de N são
vegetativo, é responsável fracas, com folhas verde-
pela cor verde-escura das claras ou amarelas. O
folhas, é o principal excesso de N diminui a
componente das proteínas, resistência e se perde na
controlam a absorção de lixiviação. Na natureza o N
potássio, fósforo e outros faz parte da massa orgânica.
nutrientes pelas plantas.

Fósforo
O problema do fósforo no solo deve ser visto sob dois aspectos: 1º em geral, o
conteúdo de fósforo no solo é baixo; 2º a maioria dos compostos de fósforo no solo não é
assimilável pelas plantas. Por causa da baixa solubilidade dos compostos de fósforo na
solução do solo, o fósforo não se perde por lixiviação. Assim, o conteúdo de fósforo é
maior nas camadas superficiais. Outro fator que facilita sua concentração na cama
superficial é que o fósforo absorvido das camadas mais inferiores pelas raízes das plantas
é parcialmente incorporado na camada arável através dos restos culturais. A maioria dos
solos contém entre 0,02 e 0,08% de fósforo.
O fósforo no solo ocorre em duas classes principais: orgânico na forma de ácidos
nucléicos, fitina e fosfolipídios, e na forma inorgânica ligados quase sempre ao cálcio,
ferro e alumínio.

26
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Função na planta Sintomas de deficiência
Fósforo Principal agente da Provoca grão chocho; as
(P) polinização frutificação das folhas ficam verde-escuras,
plantas, grande efeito no com tons arroxeados, a planta
desenvolvimento radicular, fica raquítica e maturação
em quantidades certas tardia dos frutos. Grande parte
acelera a formação e a do P aplicado na forma de
maturação de frutos, contribui solúvel se fixa no solo e não é
na constituição das células, mais disponível para as
ajuda no desenvolvimento. plantas.

Potássio
A quantidade de potássio no solo varia muito, mas em média é
consideravelmente maior que a de fósforo e nitrogênio. Solos de regiões áridas e semi-
áridas contêm geralmente mais potássio do que aqueles de textura semelhante em
regiões úmidas, principalmente porque nas regiões áridas e semi-áridas não chove
suficiente e, logo, não há água para provocar a lixiviação de materiais solúveis, no caso o
potássio. Os solos mais ricos em potássio são os barrentos e os argilosos, enquanto os
arenosos são os mais pobres. Assim como os outros macronutrientes, o potássio também
se perde por remoção pelas culturas e por lixiviação, mas existem meios práticos de
conservá-lo no solo, como:
- Fazer calagem (conforme a exigência da cultura) resulta em maior retenção do
potássio contra a lixiviação e, portanto, em menor gasto com reposição de fertilizantes
potássicos no solo;
- A calagem, além de suas múltiplas vantagens, é muito menos dispendiosa do
que a aplicação de fertilizantes potássicos no solo.
- Os vegetais exigem quantidades mais ou menos constantes de cátions. Assim,
havendo baixo teor de cálcio no solo, a planta pode absorver muito mais potássio do que
faria num solo com elevado nível de cálcio, pois, neste caso, o cálcio satisfaria à maior

27
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
parte da necessidade da planta em cátions, o que, resultaria em economia de cátions
potássicos.

Função nas plantas Sintomas de deficiência


Potássio (K) É importante para a saúde das A deficiência provoca pouca
células; fundamental para o resistência, folhas amarelas e
aproveitamento dos outros queimaduras marginais.
nutrientes. Aumenta a resistência Potássio faz parte das plantas
das plantas. estercosas também é
resultante da rocha na
formação do solo.

Cálcio
O cálcio do solo, excluindo a adição através de calagem e adubação, provém das
rochas minerais de que o solo foi formado. Ele é encontrado em grande número de
minerais, após cuja desintegração e decomposições são liberadas.
Os íons de cálcio (Ca++) na solução do solo podem:
Ser perdidos na água de percolação;
Ser absorvidos pelas plantas e microrganismos;
Ser absorvidos ao redor das partículas que constituem o complexo coloidal do
solo, como no caso do potássio, e tornarem-se insolúveis, como um composto secundário
de cálcio.
De maneira geral, os solos de textura grossa, como os arenosos, são formados
de rochas pobres em minerais que contém cálcio, portanto, possuem baixo conteúdo
desse nutriente. Solos de textura fina e formada de rochas ricas em minerais de cálcio
possuem, geralmente, elevados teor de cálcio. É o caso da terra rocha legítima. Contudo,
a camada superficial dos nossos solos é freqüentemente ácida, em decorrência da
excessiva lixiviação pelas águas de chuva. Estas, contendo gás carbônico percorrem
através do solo, e o ácido carbônico formado desloca o cálcio, assim com outros cátions,
do complexo coloidal do solo. É grande a percolação de água através do solo, carregando

28
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
o cálcio para as camadas mais profundas e tornando cada vez mais ácida a camada
superficial.
O conteúdo de cálcio trocável do solo, excluindo a riqueza em cálcio do material
que deu origem ao solo, é influenciado, principalmente, pelos seguintes fatores: textura do
solo, matéria orgânica, lixiviação e remoção pelas culturas.
Os fatores de maior importância que afetam a disponibilidade de cálcio às plantas
são:
Quantidade de cálcio trocável no solo;
Grau de saturação do complexo de troca do solo;
Natureza dos outros íons que se encontram retidos no complexo coloidal.

Função nas plantas Sintomas de deficiência


Cálcio Importante na nutrição das Crescimento irregular das
(Ca) plantas, no desenvolvimento e folhas, morte de tecidos do caule
funcionamento das raízes, e pecíolo das folhas, queda
necessário na formação das folhas, prematura de flores, morte dos
ajuda na formação das células, dá a óvulos e pobre desenvolvimento
resistência às plantas. das sementes.

Magnésio
O magnésio aparece no solo em muito menor quantidade do que o cálcio e, como
este, ocorre com o íon adsorvido, ou seja, retido no complexo coloidal do solo, na forma
de magnésio trocável (Mg++). Resumindo, tem um comportamento muito similar ao do
cálcio no solo, sendo que tudo o que foi dito com relação ao cálcio, serve para ele. A
maioria dos nossos solos é deficiente neste nutriente, embora seja necessário bom
suprimento para a maioria das culturas.

Função nas plantas Sintomas de deficiência


Magnésio É importante para a formação A deficiência faz com que as folhas
(Mg) da clorofila, ajuda no velhas fiquem amarelas, sendo que as

29
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
crescimento da planta. novas permanecem verdes.

Enxofre
O enxofre nos solos da quase totalidade das áreas cultivadas encontra-se na
matéria orgânica e, em pequenas quantidades, na forma de sulfatos (SO4-2) solúveis na
solução do solo. Outra fonte de enxofre é o da atmosfera, o qual é arrastado pelas águas
de chuva para o solo. Esse enxofre é proveniente da queima de carvão e outros produtos
que o contém, nas indústrias, tornando-se importante próximo aos grandes centros
industriais. A quantidade de enxofre trazido nas águas de chuva é muito variada.

Função nas plantas Sintomas de deficiência


Enxofre Importante no desenvolvimento de A deficiência faz com que as
(S) raízes e no número de nódulos que se folhas novas sejam verde-claras;
formam nas raízes das leguminosas. manchas e até necroses nos
caules.

Micronutrientes
Cobre
Nos solos, o cobre pode ocorrer principalmente nas seguintes formas:
Solúvel em água;
Adsorvido pelas argilas;
Fazendo parte de compostos orgânicos.

Os solos orgânicos contêm aproximadamente a mesma quantidade de cobre total


que os minerais. O conteúdo de cobre nos solos, usualmente, varia de 2 a 100 ppm, com
média de 25 a 60 ppm, e solos arenosos podem conter de 1 a 30 ppm. A quantidade de
cobre disponível depende, de certo modo, do pH do solo. A solubilidade do cobre é
aumentada com o aumento da acidez.

30
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Função nas plantas Sintomas de deficiência
Cobre Ajuda no metabolismo da raiz e na A falta gera manchas e o
(Cu) formação da clorofila. Aumenta a caule não fica ereto.
resistência da planta às moléstias e à
seca.

Ferro
No solo, o ferro existe fazendo parte dos seguintes materiais: silicatos primários,
argilas, óxidos e hidróxidos de ferro e sais fosfatados. Em tais formas, ele é insolúvel,
ocorrendo em soluções apenas traços desse elemento.
Quando se adicionam sais solúveis de ferro ao solo para corrigir deficiências, não
se obtém sucesso porque os sais solúveis se convertem rapidamente na forma insolúvel
de hidróxidos, óxidos e fosfatos.

Função nas plantas Sintomas de deficiência


Ferro É importante na formação de clorofila, As folhas novas ficam verde-
(Fé) potencializa o aproveitamento dos outros pálida e depois aparece clorose nas
nutrientes e ajuda na fixação do nitrogênio. folhas perto da nervura.

Manganês
O manganês, um dos mais abundantes micronutrientes existentes no solo, pode,
em certos solos tropicais, alcançar concentrações da ordem de 10%. O manganês ocorre
no solo na forma de óxidos e hidróxidos, de solubilidades variáveis. É encontrado também
nos materiais orgânicos não decompostos incorporados ao solo, tornando-se,
possivelmente, disponíveis às plantas mediante decomposição desses materiais pelos
microrganismos do solo. Deficiências de manganês ocorrem geralmente em solos
orgânicos minerais neutros e alcalinos.

31
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Função na planta Sintomas de deficiência
Manganês Acelera a germinação, melhora o Em excesso reduz o
(Mn) aroma dos frutos, aumenta a crescimento e o
resistência das plantas à seca, florescimento, clorose nas
melhora o desenvolvimento da raiz e o folhas mais jovens.
aproveitamento dos demais
nutrientes.

Zinco
A maioria dos minerais em que o zinco ocorre é facilmente decomposta. A
deficiência de zinco no solo está associada mais ao pH do que ao teor de zinco total, que,
no solo, é de 10 a 300 ppm. A fixação de zinco pelas argilas pode ocorrer em solos
argilosos a pH da ordem de 6 ou maior. É comum a deficiência em solos arenosos ácidos
e lixiviados, em solos neutros e alcalinos e naqueles que contenham teores elevados
anormais de fósforo total, talvez pela formação de fosfatos insolúveis com o zinco.

Função nas plantas Sintomas de deficiência


Zinco Compõe o sistema enzimático, é Diminuição do crescimento do broto
(Zn) necessário na formação de terminal, as folhas ficam menores
hormônios de crescimento. aparecendo manchas amarelas.

Boro
Em regiões úmidas, a turmalina é a principal fonte de suprimento de boro total em
muitos solos, nelas, cerca de 95% do boro total nos solos é encontrado no mineral

32
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
turmalina, que é um borossilicato muito pouco solúvel. Com o intemperismo, o boro desse
mineral é vagarosamente liberado. Outra fonte de boro pode ser a água das chuvas, e os
fertilizantes também podem contê-lo em pequenas quantidades. O boro disponível ocorre
em duas formas no solo: inorgânica (boratos de cálcio, magnésio e sódio) e orgânica
(resíduos de microrganismos e plantas).

Função nas plantas Sintomas de deficiência


Boro Facilita o aproveitamento de outros nutrientes. Morte do broto terminal do
(B) Influencia na produção de sementes e aumenta a ramo principal, A deficiência
resistência das plantas na falta. pode causar podridão.

Cloro
A maior parte do cloro no solo é encontrada na forma de sais solúveis, como o
cloreto de potássio. O cloro no solo não é adsorvido pelas argilas de carga negativa e, por
isso está sujeito a ser facilmente lavado pelas águas das chuvas ou das irrigações. Assim,
em regiões úmidas, há pequenas quantidades de cloro.

Função nas plantas Sintomas de deficiência


Cloro Indispensável para o bom Ainda não foi verificado
(Cl) aproveitamento dos macronutrientes e na nenhum sintoma de
decomposição da água na fotossíntese. deficiência do cloro.

Molibdênio
O molibdênio existe em pequenas frações nos solos. Seu teor total em solos
férteis varia geralmente de 0,1 a 2,0 ppm, embora existam solos com teores bem mais
elevados. O molibdênio dos solos apresenta-se em quatro frações:

33
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Molibdênio disponível, fazendo parte dos minerais de argila;
Molibdênio condicionalmente disponível, ligado aos minerais de argila;
Molibdênio presente na matéria orgânica;
Molibdênio solúvel em água.

Função nas plantas Sintomas de deficiência


Molibdênio Importante na fixação de Sem verificação de
(Mo) nitrogênio e no desenvolvimento das sintomas de deficiência.
raízes.

Adubação
Uma vez instalado o jardim, à medida que as plantas se desenvolvem, vão
retirando do solo os nutrientes para o crescimento, floração, frutificação e multiplicação,
que devem ser repostos.
Se o solo foi bem provido na instalação do jardim e não sofreu processos de
erosão e lixiviação por chuva ou irrigação, pouco se tem a repor.
Caso o jardim seja de um produtor que retira flores, folhagens, frutos, etc. além
de ser sujeito à erosão e lixiviação, terão sua fertilidade bastante diminuída, precisando
ser adubado.
As adubações deverão ser feitas, de preferência, a partir da primavera, quando a
vegetação é mais intensa e necessita de mais nutrientes. Aquelas realizadas com adubos
orgânicos são mais volumosas e normalmente mais onerosas, mas estão sujeitas a
menos erros do que as adubações minerais e químicas. Já o uso de adubos com matéria
orgânica poderá ser feito de três em três meses, os minerais, de dois em dois meses.

Adubação química
O modelo da agricultura baseado na química fez com que os agricultores
ficassem fascinados pelos resultados imediatos e abandonassem a prática natural da
fertilidade dos solos. A adubação química veio como uma alternativa de resultados

34
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
rápidos. Os agricultores querendo obter mais lucro investiram. Tem-se que atentar para o
fato de que o adubo químico aumenta a produção, mas não aumenta a fertilidade do solo.
Lembretes:
Atentar para os adubos solúveis, se o solo tiver característica arenosa e pobre
em matéria orgânica e não receber nível de umidade suficiente pode haver queima das
plantas pela concentração salina.
Aplicar os adubos minerais e químicos sempre com as plantas secas e antes de
regar ou chover.
É interessante usar, após a adubação mineral ou química, uma cobertura morta
com palhas, cascas de pinus picadas, etc.
Quando forem efetuadas adubações minerais e orgânicas complementares,
procurar fazer a mineral antes da orgânica.
O coeficiente de aproveitamento dos elementos, para os fertilizantes solúveis em
água, é de aproximadamente:
70% para o nitrogênio;
20% para o fósforo em solos argilosos;
40% para o fósforo em solos leves;
50% para o potássio.

Na tabela abaixo são apresentadas composições químicas de alguns adubos.

Adubos N P2O5 K2O CaCO3


Farinha de ossos 5-6 20 4
Sulfato de amônio 21
Uréia 45
Superfosfato simples 20
Superfosfato triplo 46
Sulfato de potássio 50
Cloreto de potássio 60

35
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Adubos formulados: estes adubos são mais facilmente encontrados no mercado,
pois são formulados para uso agrícola.
As fórmulas do tipo 15-5-20 representam um adubo composto que contêm 15%
de Não, 5% de P2O5 e 20% de K2O, sempre na ordem N, P e K.

Adubação verde
Adubação verde é a incorporação ao solo de qualquer matéria vegetal ainda não
decomposta, com a finalidade de manter ou melhorar sua fertilidade e produtividade. As
plantas leguminosas são mais usadas, pois fixam nitrogênio no ar, e por isso à adubação
verde é justificada pela melhoria do solo pelos produtos de sua decomposição como
descrito anteriormente e pela redução na erosão do solo e perdas de nutrientes por
lixiviação. Das plantas leguminosas para adubação verde, deve-se selecionar uma que
tenha um crescimento vigoroso sob as condições climáticas e de solo da região.
Sempre que possível, deverá ser selecionada uma leguminosa que tenha um
volumoso sistema radicular e que encha a superfície do solo com raízes fibrosas.
Bem utilizada, a adubação verde é uma opção econômica não só em relação aos
adubos químicos, de custo elevado, mas também aos demais adubos orgânicos. Ela
promove uma “aração biológica” no solo e leva microrganismos que ajudam a estruturar a
terra à profundidade de cerca de 80 cm.
O efeito é semelhante a uma subsolagem que exige máquinas potentes e muito
gasto. As raízes das leguminosas transformam-se, ao morrer, em mais adubo orgânico.
Já a aplicação de adubos orgânicos além de 30 cm de profundidade e em áreas extensas
é de difícil operação.
Com a adubação verde recuperam-se solos de estruturas decaídas, reduz-se o
ataque de pragas e doenças e controlam-se as ervas invasoras e nematóides. Aumenta-
se a capacidade do solo de armazenar água, são trazidos nutrientes das camadas mais
profundas dos solos e, em médio prazo, reduz a erosão.
São necessárias algumas condições para que a espécie a ser usada seja
eficiente como adubo verde:
Deve-se optar por leguminosas que sejam boas fixadoras de micorrizas (fungos
que se unem às raízes);

36
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
É importante escolher leguminosas de rápido crescimento vegetativo para cobrir
o terreno e que tenham sistema radicular volumoso, vigoroso e profundo;
Convém evitar leguminosas que tragam problemas de manejo a culturas
econômicas. As trepadeiras plantadas em cultura perene (pomar, cafezal, vinhedo), por
exemplo, sobem nas plantas e dão trabalho para serem retiradas.

Planta Característica
Planta de clima tropical que se desenvolve em
Mucuna preta qualquer solo. É uma planta anual, herbácea, de
(feijão-mascate) crescimento vigoroso e rasteiro, com ramos trepadores,
sendo seu ciclo longo.
Leguminosa herbácea, anual, de crescimento
Feijão de porco ereto, com tendência à trepadora, tolera a seca por ter um
(feijão-bravo) sistema radicular longo, ciclo curto e boa capacidade de
produção de massa verde.
Leguminosa herbácea, anual, de sistema radicular
Ervilha de vaca profundo, capaz de vegetar a sombra de outros vegetais,
(feijão-miúdo) ciclo vegetativo longo, produção de massa verde depende
da espécie.
Apresenta boa rusticidade, resistente à seca,
Guandu sistema radicular profundo, planta perene arbustiva
(falso-café) atingindo até 4,5 metros de altura, e sua haste principal e
ramos tornam-se lenhosos.

Calagem
O empobrecimento do solo em bases trocáveis, principalmente cálcio e
magnésio, e sua conseqüente acidificação é, como se viu, conseqüência da absorção
desses nutrientes pelas plantas, da lixiviação pelo excesso de água que percola, da
aplicação contínua de fertilizantes acidificantes e da erosão. Uma vez o complexo coloidal

37
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
saturado em íons de hidrogênio, há a solubilização dos óxidos hidratados de alumínio,
ferro e manganês.
As etapas de solubilização do hidróxido de alumínio ocorrem gradualmente a
partir de pH 5,50 para baixo. No final, temos um solo com complexo rico em alumínio
trocável, nocivo às plantas, com elevada acidez e cujos aspectos negativos são:
Baixo teor em bases trocáveis (cálcio, magnésio).
Alto poder de fixação de fósforo;
Deficiência em molibdênio disponível;
Concentrações tóxicas de alumínio e manganês;
Pequena atividade microbiana.
A adição de calcário e fertilizante recupera o solo. A reação do calcário com o
solo depende da velocidade de solubilização de suas partículas, intervindo vários fatores
no processo, sendo decisiva a pressão de gás carbônico. Assim, após a solubilização do
calcário, o alumínio é substituído pelo cálcio no complexo de troca do solo, havendo
insolubilização do alumínio pela elevação do pH, em forma de hidróxido de alumínio.
Com base nos conhecimentos de acidez do solo, os efeitos principais da calagem
são:
Suprimento das deficiências de cálcio e magnésio;
Melhoria das características físicas do solo, devido ao fornecimento de condições
adequadas de pH para a atividade microbiana, produzindo maior quantidade de matéria
orgânica decomposta, que, como agente estabilizador dos agregados, proporciona melhor
estrutura ao solo;
Eliminação dos efeitos tóxicos do alumínio e manganês;
Maior disponibilidade de molibdênio, fósforo e enxofre;
A necessidade de calagem é função das plantas e das características do solo. No
que diz respeito às plantas, temos que considerar dois aspectos:
Exigências nutricionais;
Tolerância a pH e alumínio.
As exigências quantitativas das plantas em relação a cálcio e magnésio são
extremamente variáveis de espécie para espécie.

38
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
O conjunto de características do solo fornece informações úteis sobre a
necessidade de calagem e indica os efeitos esperados pela adoção dessa técnica sobre
as características físico-químicas do solo.
Depois de constatada a necessidade de calagem pelas características do solo e
da planta a ser cultivada, os aspectos a serem estudados são:
Tipo de corretivo a ser usado;
- óxido de cálcio (cal virgem);
- hidróxido de cálcio (cal extinta);
- escórias de siderurgia;
- calcários;

Quantidade de calcário
- a partir do conteúdo de alumínio trocável;
- a partir dos teores de cálcio e magnésio;
- método baseado no pH e matéria orgânica.
Sistema e época de incorporação.

Aeração do solo
Os gases do solo
Os processos respiratórios das raízes das plantas, da flora e da fauna do solo
exigem um adequado suprimento de O2. O CO2 liberado nesses processos, por sua vez,
deve ser removido do solo para a atmosfera. Esses importantes processos de troca, por
outro lado, ocorre no mesmo sistema poroso que também deve assegurar um adequado
suprimento de água, nutrientes e calor para todos os processos fisiológicos. A fase
gasosa, também chamada de ar do solo ou atmosfera do solo, é composta principalmente
de N2, O2, vapor de água e CO2, com traços de outros gases.
O ar do solo pode variar em composição e concentração, tanto no tempo quanto
no espaço, dependendo da presença de matéria orgânica, das atividades microbianas, da
concentração de raízes, da aeração do solo e das reações químicas. A aeração do solo é
a troca de gases entre o solo e a atmosfera. Mesmo em solo bem aerado, a fase gasosa
apresenta uma maior concentração de CO2 e umidade relativa do que o ar atmosférico.

39
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Na ausência de aeração, a redução química toma lugar produzindo gases como o
metano, gás sulfídrico, óxidos nitrosos e outros. Desprezando os gases traços, pode-se
dizer que a fração volumétrica de N2 é cerca de 80% (a mesma da atmosfera) e que as
do CO2 e O2 perfazem cerca de 20%.

Situações críticas
Com o aumento na profundidade do solo, a concentração de CO2 aumenta e a
de O2 decresce, devido às atividades biológicas (respiração das raízes, das plantas, dos
microrganismos e da fauna do solo). A fração volumétrica de CO2 no ar do solo é maior
do que os 0,03% da atmosfera. O crescimento, tanto das raízes quanto da parte aérea de
muitas plantas, é prejudicado se a fração volumétrica de CO2 for maior do que 5% (ou
O2<15 %), aproximadamente, enquanto que o limite superior crítico é cerca de 10% de
CO2. A aeração do solo ocorre pelo espaço poroso não ocupado pela fase líquida e
geralmente decresce em profundidade no perfil de solo. A fração volumétrica gasosa
(porosidade de aeração) adequada para as raízes das plantas varia de espécie para
espécie. Para as culturas agrícolas, entretanto, admite-se que a porosidade de aeração
não deve ser menor do que 10-12% (em volume), dentro de dois ou três dias após ocorrer
chuva ou irrigação.
Solo aerado produz mais e melhor
Desde que a aeração ocorra pelo espaço poroso não ocupado pela fase líquida e
geralmente decresce em profundidade no perfil de solo, pelo decréscimo da porosidade.
Aumento da umidade ou pelo decréscimo das atividades biológicas, é fácil poder-se
admitir que haja a possibilidade de produzir mais e com melhor qualidade tendo atenção
com a qualidade física dos solos.
Promovendo-se condições para uma adequada aeração do sistema radicular das
plantas (até por injeção forçada de ar diretamente na zona das raízes), já que dos cinco
fatores essenciais à produção de qualquer espécie vegetal a aeração está nitidamente se
tornando, nas condições paranaenses, o mais limitante.

Substrato

40
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Entende-se como “substrato para plantas” o meio em que se desenvolvem as
raízes das plantas cultivadas fora do solo. Considera-se, como sua função primordial,
prover suporte às plantas nele cultivadas podendo ainda regular a disponibilidade de
nutrientes.
O solo mineral foi o primeiro material utilizado no cultivo em recipientes.
Atualmente, a maior parte dos substratos é uma combinação de dois ou mais
componentes, realizada para alcançar propriedades químicas e físicas adequadas às
necessidades específicas de cada cultivo.
O substrato como meio poroso.
As propriedades físicas de um substrato estão centradas em dois aspectos: 1 - as
propriedades das partículas que compõem a fração sólida, em especial sua forma e
tamanho, sua superfície específica e sua característica de interação com a água
(molhabilidade) e 2 - a geometria do espaço poroso formado entre essas partículas, que é
dependente das propriedades das partículas e da forma de manuseio do material, em
especial da densidade de empacotamento do substrato no recipiente, que determina a
porosidade total e o tamanho dos poros. A dimensão dos poros é importante para
estabelecer o quanto um substrato é capaz de regular o fornecimento de água e ar às
plantas.
Os substratos atuais são na sua grande maioria, misturas de dois ou mais
componentes. As propriedades físicas e químicas resultantes destas misturas,
normalmente não são equivalentes à soma das partes. Por analogia, pode-se dizer que
produzir um substrato é como preparar uma sopa. Quando os primeiros ingredientes são
adicionados, todos os aromas podem ser distinguidos. Todavia após cozinhar por algum
tempo, os aromas combinam-se entre sim, criando uma nova fragrância. Da mesma
maneira, quando se produz um substrato para utilização em viveiros, e para isto
misturam-se diversos componentes, as propriedades físicas e químicas destes
componentes se combinam, gerando novas propriedades que são distintas de seus
componentes isoladamente.
Podemos resumir em quatro as funções básicas de um substrato:
Propiciar suporte ou ancoragem para a planta;

41
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Proporcionar suficiente porosidade de modo a permitir o ingresso de oxigênio e o
escape de gás carbônico e etileno produzidos durante a respiração das raízes;
Propiciar alguma reserva de água para as plantas;
Suprir a planta com nutrientes.
Infelizmente há um grande mal entendido destas funções, como se
automaticamente elas fizessem parte do substrato após a mistura de seus componentes.
A única função que está assegurada, após a mistura dos diferentes componentes de um
substrato, é a ancoragem. As outras três funções serão controladas pelo viveirista.

Aspectos físicos
Os aspectos físicos de qualquer substrato estão relacionados ao balanço ar/água
na mistura, o total de partículas sólidas e o arranjamento entre estas partículas.
As questões mais freqüentes que surgem quanto a um novo substrato, são: “Qual
é a aeração (porosidade preenchida com ar) deste substrato?” ou “Quanta água ele pode
reter?” Estas questões não podem ser respondidas sem que uma série de premissas seja
estabelecida.
As capacidades de aeração e de retenção de água dependerão, além dos
componentes e da maneira como o substrato é preparado, de pelo menos três outros
fatores: o container que a planta será cultivada, como o substrato será manuseado
(compactação, umidade, maneira de enchimento dos vasos e/ou bandejas) antes do
plantio ou semeadura, e as práticas de irrigação a serem adotadas.

Substratos para cultivo


Uma regra válida para a maioria das plantas a serem cultivadas é, simplesmente,
imitar ou reproduzir o meio onde elas vivem. Os cactos (xerófitas), por exemplo, estão em
regiões áridas, num solo bastante arenoso e com pouca quantidade de água; as
samambaias em um substrato rico em matéria orgânica, com bastante umidade
(hidrófitas); as orquídeas preferem condições de epitismo (normalmente sobre outras
plantas e caules ou mesmo no solo). O êxito é alcançado se a espécie escolhida for
instalada em um substrato compatível com suas características.

42
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
De uma maneira geral, pode-se pensar em uma “mistura básica” que atenda às
suas necessidades essenciais das plantas. Porém, é conveniente obter informações
quanto a formulações específicas para cada espécie, tais como: orquídeas, violetas,
bromélias e outras mais exigentes.
Assim, poderiam ser usadas as seguintes proporções em volume:
Uma parte de areia grossa;
Uma parte de terra preta com teores de argila;
Uma parte de terra vegetal (obtida através da compostagem).

É possível enriquecer ainda mais esta formulação adicionando em cinco litros da


mistura:
1 colher (sopa) de carvão vegetal em pedaços;
1 colher (sopa) de cinzas de madeira
1 colher (sopa) de esterco de bovinos ou eqüinos, bem curtida;
1 colher (chá) de farinha de ossos;
1 colher (chá) de farinha de peixes ou de sangue;
1 colher (chá) de nitrato de potássio (KNO3).

43
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
---------------------FIM DO MÓDULO I------------------

44
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

Vous aimerez peut-être aussi