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ANÁLISE DAS ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS DOS PCN DE

CIÊNCIAS: ENFOQUE SOBRE A PROBLEMATIZAÇÃO


Vera Mattos Machado1

RESUMO ANALYSIS OF THE


O presente artigo tem por objetivo GUIDELINES OF TEACHING
analisar a orientação didática Problema- SCIENCE PCN: FOCUS ON
tização, apresentada pelos Parâmetros PROBLEMS
Curriculares Nacionais de Ciências,
dos anos finais do ensino fundamental,
à luz de referenciais teóricos inerentes
ABSTRACTY
à Didática, à Didática das Ciências e à This article aims to analyse the di-
Antropologia Didática. Na análise fo- dactic orientation “problem situation”,
ram utilizados os princípios do método presented by the National Curriculum
fenomenológico, a partir de uma leitura Parameters (NCP) of Sciences, of the fi-
hermenêutica do discurso presente no nal years of primary school, in the light
documento. Foram elencadas as unida- of theoretical references inherent in the
des de significado presentes no texto dos Didactics, the Didactics of Science and
PCN de Ciências, que posteriormente Didactics Anthropology. In the analysis
foram transformadas em discurso arti- we used the principles of phenomeno-
culado. Conforme a análise realizada, logical method, from a hermeneutic
percebeu-se que no contexto da Proble- reading of speech present in the docu-
matização existe a necessidade do profes- ment. Were listed the units of meaning
sor construir (ou reconstruir) a proposta present in the text of the NCP of Scien-
educativa, estabelecendo um modelo ces, which were later transformed into
científico da realidade vivencial que se articulated speech. According to the
queira estudar junto com o aluno, de analysis conducted, it was realized that
forma que este possa encontrar soluções in the context of “problem situation”
para as situações-problema apresentadas. there is the need for the teacher to build
(or rebuild) the educational proposal,
Palavras-chave: PCN de Ciências;
establishing a scientific model of expe-
Orientações Didáticas; Problematização.
riential reality that if you want to study
together with the student, so that it can
find solutions to problem situations.
1
Doutora em Educação pela UFMS, Licenciada e Bacharel
em Ciências Biológicas. Professora Adjunta do Curso Keywords: Curriculum of Sciences; Di-
de Licenciatura em Ciências Biológicas CCBS/UFMS e dactic Orientation; Problem Situation
Professora do Mestrado em Ensino de Ciências CCET/
UFMS. E-mail: veramattosmachado1@gmail.com.

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INTRODUÇÃO do trabalho. Tal demanda impõe uma


revisão dos currículos, que orientam o
Os Parâmetros Curriculares Na- trabalho cotidianamente realizado pe-
cionais (PCN) de Ciências, utilizados los professores e especialistas em edu-
como fonte curricular pelas escolas do cação do nosso país (BRASIL, 1998).
ensino fundamental (anos iniciais e fi-
nais) brasileiras, faz parte do circuito E enfatiza, de forma clara, a im-
educacional há pelo menos dezessete portância de se criar condições, nas
anos, e proporcionou o desenvolvi- escolas, que permitam ao jovem o aces-
mento de inúmeras pesquisas e estudos so aos saberes construídos socialmen-
que contextualizaram suas influências e te e reconhecidos como fundamentais
marcas no processo de ensino e apren- para o exercício da cidadania. Isso, por
dizagem escolar na área do ensino de meio de orientações didáticas (teórico-
Ciências (NANTES, 2006; PINO et -metodológicas), que possibilitem esse
al., 2005; COSTA, 2005; RICARDO, ingresso. As orientações didáticas em
2005; OLIVEIRA, 2003. pauta no documento de Ciências são:
Planejamento, unidades e projetos; Te-
Ressalta-se que a proposta do Mi- mas de trabalho e integração de conte-
nistério da Educação (MEC) surgiu no údos; Problematização; Busca de infor-
momento em que a educação brasileira mação em fontes variadas (observação,
encontrava-se em crise, reflexo das déca- experimentação, trabalho de campo,
das de 1980 e1990, em que a qualidade do
textos e informática).
ensino passou a ser questionada dentro do
cenário nacional e mundial. Foi preciso a Diante do exposto, cabem aqui
elaboração de um plano, o Plano Decenal algumas considerações a respeito dos
da Educação (2001-2010), como recurso pressupostos teórico-metodológicos
para situar a educação brasileira no cami- contidos nos PCN de Ciências. O do-
nho da qualidade e, consequentemente,
cumento não apresenta, de forma clara,
enquadrar o Brasil no rol dos países pro-
missores economicamente e em via de de-
os conteúdos específicos da área que de-
senvolvimento (FNE, 2011). vem ser desenvolvidos em sala de aula
(lista de conteúdos), conforme presente
É pertinente destacar que os PCN de nos livros didáticos (dividido por temas
Ciências, em seu texto introdutório, por e conteúdos). São sugeridas temáticas
intermédio de carta de apresentação ao amplas, com enfoque para os conteúdos
professor observam:
conceituais, atitudinais e procedimen-
O papel fundamental da educação no tais, dispostas em eixos orientadores
desenvolvimento das pessoas e das so- denominados blocos temáticos, a saber:
ciedades amplia-se ainda mais no des-
Terra e Universo, Vida e Ambiente, Ser
pertar do novo milênio e aponta para
a necessidade de se construir uma es- Humano e Saúde, e Tecnologia e So-
cola voltada para a formação de cida- ciedade. Estes blocos devem ser desen-
dãos. Vivemos numa era marcada pela volvidos em dois ciclos de ensino, que
competição e pela excelência, em que correspondem, atualmente, aos 6º e 7º
progressos científicos e avanços tecno- anos (3º ciclo) e aos8º e 9º anos (4º ci-
lógicos definem exigências novas para
os jovens que ingressarão no mundo
clo), possuindo, ainda, a discussão so-

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bre noções e conceitos como forma de o objeto analisado- orientações didáticas


abstração de conhecimentos. dos PCN de Ciências/Problematização;
segundo, porque, atualmente, as pesqui-
O documento sugere, ainda, refle-
sas sobre o ensino de Ciências apontam
xões e discussões amplas, envolvendo
para a necessidade de sua abordagem,
temáticas de grande interesse e relevân-
mediante a proposta de uma didática
cia social, por meio dos Temas Trans-
específica da área, que favoreça a resolu-
versais (Saúde, Ética, Meio Ambiente,
ção de situações-problema no processo
Orientação Sexual e Pluralidades Cul-
de ensino e aprendizagem escolar e no
turais), discussões dos conteúdos da
cotidiano dos alunos. Dentre os aportes
área, dentro de uma abordagem signifi-
teóricos utilizados, podemos citar Can-
cativa, contextualizada, de enfoque in-
dau(1991), que aborda sobre esse as-
terdisciplinar e situada em um contexto
sunto âmbito da Didática; Cachapuzet
histórico e social.
al(2005) eAstolfy e Develay(1991), que
Os PCN de Ciências estabelecem, discutem questões referentes à Didáti-
então, que o processo de ensino e de ca das Ciências e;Chevallardet al(1999,
aprendizagem escolar devem objetivar 2001, 2005), que trazem à tona discus-
uma metodologia participativa, através sões sobre a Teoria Antropológica do
da qual os conhecimentos prévios dos Didático (TAD)2.
alunos precisam ser levados em consi-
deração, sendo o ambiente escolar (sala
RELAÇÕES TEÓRICAS
de aula, entorno da escola, dentre outros
locais) visto como um laboratório para o INERENTES ÀS ORIENTAÇÕES
desenvolvimento de situações didáticas. DIDÁTICAS DO PCN DE
CIÊNCIAS
No que diz respeito a este artigo,
objetivou-se analisar, direcionadamen- O pensamento didático, na Educa-
te, a proposta de orientação didática ção, firma-se no propósito de encontrar
denominada “Problematização”. Essa maneiras para melhorar a aprendizagem
proposta metodológica defendida pe- do aluno, levando-se em conta as rela-
los PCN de Ciências, sendo também ções entre a especificidade da área de
amplamente pesquisada nos meios
educacionais atuais, sobretudo na área
2
Justifica-se a utilização da Antropologia Didática,
proposta de Yves Chevallard, teórico francês da área da
do ensino de Ciências (MALHEI- Matemática, diante da similaridade com o pensamento
RO e DINIZ, 2008; HONORATO e referente à Didática das Ciências, que considera que “[...]
as didáticas nascem dominadas pela parte do mundo que
MION, 2009; GEHLEN TORMÖH- ‘estudam’, aceitando sem outra forma de processos as
LEN e MATTOS, 2009; FREITAS e descrições que partem do mundo [...]”, no caso das áreas
de conhecimento, “[...] as matemáticas, a biologia, a física,
WACHOLZ, 2009). a química, a literatura, etc.”. (CHEVALLARD, 2005).
Para o referido autor, a Didática, não pode manter-se
Para a realização da análise ante- inerte às modificações e transformações que ocorrem nesse
riormente citada, foram considerados mesmo mundo, e propõe a TAD como uma reação à “[...]
inércia cultural pesada sobre a didática [...]”, a partir da
referenciais teóricos da Didática e da qual se originou a noção de praxeologia, que, segundo o
Didática das Ciências; primeiro porque teórico, é a tentativa de encontrar uma ou mais formas
de resolver situações problemáticas, regularmente e com
suas teorias possuem relação direta com sucesso, que surgem no seio da sociedade/escola.

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conhecimento com a totalidade pedagó- específica (problematização), e para


gica. Segundo Candau (1991, p.32), as aquele grupo específico?
propostas didáticas devem levar em con-
No que diz respeito aos PCN de
sideração “[...] o sujeito, os conteúdos, o
Ciências, notamos que as orientações
contexto e sua organização lógica [...]”,
didáticas são pertinentes à essência des-
ou seja, “[...] os seus estruturantes”.
ses pensamentos, conforme discurso
Esse pensamento se coaduna com encontrado no documento:
as discussões sobre a elaboração de [...] a intenção é que os alunos se apro-
uma Didática das Ciências, que, da priem do conhecimento científico e
mesma forma, aponta a necessidade de desenvolvam uma autonomia no pen-
uma associação epistemológica entre sar e no agir, [...] é importante con-
a Didática e os conhecimentos espe- ceber a relação de ensino e aprendiza-
gem como uma relação entre sujeitos,
cíficos da área de conhecimento, em
em que cada um, a seu modo e com
situação de ensino e de aprendizagem determinado papel, está envolvido na
(CACHAPUZ, et al., 2005; ASTOLFI construção de uma compreensão dos
e DEVELAY, 1991). Astolfi e Develay fenômenos naturais e suas transforma-
(1991, p. 36), revelam que “[...] uma ções, na formação de atitudes e valores
verdadeira aprendizagem científica se humanos (BRASIL, 1998, p. 28).
define, no mínimo, tanto pelas trans-
formações conceituais que produz no A citação acima evidencia afinida-
indivíduo quanto pelo produto de sa- des com as ideias da corrente que de-
ber que lhe é dispensado [...]”. fende uma Didática das Ciências, além
de conter traços das tendências didáti-
Para Chevallard (2005), mentor co-pedagógicas Construtivistas e Sócio-
da Teoria Antropológica do Didático -históricas, também defendidas pelos
(TAD), o que menos importa é o con- teóricos citados. Portanto, atualmente,
ceito do objeto em estudo, mas sim os existe uma unanimidade sobre o fato de
meios, ou metodologias (que ele chama que ensinar não é transmitir conceitos
depraxeologias) pelas quais se chegará fechados, neutros e descontextualiza-
ao conceito. Na base teórica da TAD, dos, conforme pressupostos da tendên-
a Didática visa ao estudo das condições cia didático-pedagógica Tradicional,
e dificuldades sobre as quais as “[...] sendo este um processo que vai muito
praxeologias existem, vivem, migram, além desta perspectiva, conforme apon-
alteram-se, operam, desaparecem, re- tam Candau (1991), Astolfi e Develay
aparecem, etc., nos grupos humanos” (1991) e Chevallard (2005).
(CHEVALLARD, 2005, p. 4). Por
isso, a questão central da TAD é: “para Convém salientar que, no início
que grupo humano e social situa-se do texto dos PCN de Ciências, existe
essa praxeologia?”. De certa forma, isso uma breve referência sobre os objetivos
significa questionar: como encaminha- didáticos da proposta, indicando pos-
remos didaticamente um processo de suir um caráter didático geral, que serve
estudo (elo entre o ensino e a aprendi- de subsídio ao educador tanto para o
zagem) para aquela situação problema planejamento como para a condução

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do processo de ensino e aprendizagem problematizando situações que permi-


escolar, que deve ser feito de forma a in- tam ao aluno encontrar a solução. Tra-
tegrar os conteúdos e temas da área, de duzindo com os termos da TAD: o pro-
forma “problematizadora”, contando fessor organizará o meio didático, diante
com a participação ativa dos estudantes de uma situação problema (problema-
(BRASIL, 1998). tização), apresentada no contexto de
estudo (processo de ensino e de apren-
Apesar dos PCN não se referirem a
dizagem), a partir de praxeologias deter-
uma Didática específica, ou à Didática
minadas por ele, ou pelo próprio aluno,
das Ciências, claramente, subentende-
para que se compreenda e solucione a
mos que as orientações didáticas apon-
situação-problema apresentada, relativa
tam nesse sentido, conforme observado
aos conteúdos científicos abordados.
nos PCN de Ciências:
A seleção de qual fenômeno proble-
Assim sendo, podemos pensar, em
matizar é, geralmente, de iniciativa do termos da TAD, que as orientações di-
professor, tendo em vista os conceitos dáticas que os PCN de Ciências apre-
científicos que deseja desenvolver jun- sentam propiciam ao professor criar
to a seus estudantes. No processo da metodologias a serem desenvolvidas
problematização os estudantes farão
no processo de ensino e aprendizagem,
tentativas de explicação segundo suas
vivências [...] (BRASIL, 1998, p. 119). em sala de aula, de modo a tornar esse
processo um momento de estudo e de-
Conforme estudos de Pozo e Cres- senvolvimento intelectual do aluno.
po (1998), inserir o aluno no contexto Interpreta-se que o docente, ao sugerir
de resolução de problemas cotidianos, sua organização didática, deva dominar
requer que se utilizem estratégias bem e levar em consideração uma gama de
próximas dos métodos científicos, a fatores que compõem o meio didático,
partir da construção de modelos e pro- para que haja o encontro entre o sujeito
cedimentos científicos que expliquem, que conhece e o objeto de conhecimen-
ou solucionem aquela situação analisa- to, conforme descrito por Chevallard
da. A resolução de problemas nunca de- (1999, 2005). A organização do meio
veria ser apresentada com uma conota- didático traz a possibilidade de imagi-
ção aplicacionista (imitação/aplicação), nar a complexidade das situações que
conforme aponta Barqueroet al. (2007, podem ocorrer no processo de ensino e
p. 2), simplesmente, porque “[...] apli- aprendizagem, além da sua origem.
cação e modelização são processos in- No caso da problematização, apre-
dependentes quando, na realidade, são sentada como uma orientação didática
processos inversos que se condicionam pelos PCN de Ciências, coloca-se a se-
e dão sentido mutuamente”. guinte questão: como essa metodologia
Neste sentido, o professor deverá poderá evoluir no processo de ensino e
criar questões específicas às temáticas, aprendizagem escolar?

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ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS: texto informativo acompanhando ma-


quete ou cartaz) são procedimentos
ENFOQUE SOBRE A adequados para trabalhar em conjunto
PROBLEMATIZAÇÃO com esses conceitos. (BRASIL, 1998,
p. 117, grifo nosso).
Com base no que pudemos verifi-
car até o momento, o alvo das orien- Com base nos pressupostos da
tações didáticas dos PCN de Ciências TAD, a citação demonstra claramente
é o subsidio ao professor na confecção a presença das tecnologias e teorias espe-
de planejamentos para sua interven- cíficas das áreas das ciências biológicas
ção direta no processo de ensino e de e físicas, e do nível de ensino (anos fi-
aprendizagem. Não guarda indicações nais do ensino fundamental), além da
imperativas de atividades a serem de- indicação das técnicas (hipotetizar, ex-
senvolvidas, contudo, ao longo de seu perimentar, ler, entrevistar e registrar),
texto, existem exemplificações que su- para o desenvolvimento dos temas de
gerem tais indicações, conforme o ex- trabalho e integração de conteúdos.
certo abaixo:
Com relação à problematização, a
Em relação ao tema Como o ser hu-
mano percebe e se relaciona com o orientação é a seguinte:
meio em que se encontra? propõem- As perguntas do professor levarão os
-se, por exemplo, investigações sobre estudantes a responderem conforme
os órgãos dos sentidos e a sensibiliza- seus conhecimentos, muitas vezes tá-
ção dos receptores pelo meio externo, citos e de senso comum, outras vezes
seu funcionamento interno, sua inte- mais elaborados e refletidos [...] Por
gração por meio do sistema nervoso, exemplo, o professor poderá perguntar
os desvios ou mau funcionamento e a à classe: Se as plantas retiram alimen-
correção por meios tecnológicos (len- to da terra, por que a terra dos vasos
tes, aparelhos para surdez), as condi- não diminui? Como explicar o fato
ções para manutenção da saúde. São de algumas plantas sobreviverem em
próprias da Física as investigações das vasos apenas com água? Como algu-
formas de energia e sua intensidade, mas plantas vivem sobre outras plan-
que chegam aos órgãos externos para tas, com as raízes expostas (algumas
sensibilizá-los, dos tipos de ondas de samambaias, orquídeas)? [...] Nesse
energia (mecânica e eletromagnética), processo, o professor, os estudan-
a propagação das ondas no meio, suas tes e outras fontes de informações,
propriedades (cores, timbres e alturas como experimentações e observa-
sonoras), as transformações tecnoló- ções, trazem para o contexto outros
gicas de energia e sua aplicação em conhecimentos elaborados pela Ci-
receptores de ondas de rádio, TV, tele- ência. Esses conhecimentos tornam-se
fone e outras formas de comunicação significativos à medida que permitem
humana e com o meio. São conteúdos explicar sob um novo ponto de vista
pertinentes a Ser Humano e Saúde, e, a situação problematizada. (BRASIL,
Tecnologia e Sociedade, podendo in- 1998, p. 117, grifo nosso).
tegrar também com o tema transversal
Saúde. Experimentações acompanha-
das de hipotetização, leituras informa- Nesse caso, a citação revela, tam-
tivas, entrevista com agentes de saúde bém, as tecnologias e teorias da área das
e registros (tabelas, gráficos, relatórios, ciências biológicas e químicas, e do ní-

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vel de ensino trabalhado (anos finais conteúdos do ensino”. Os pesquisado-


do ensino fundamental), e a indicação res referidos denominam de situação-
das praxeologias a serem empregadas -problema o que os PCN de Ciências
(experimentar e observar) para a solu- nominam de problematização. Ambas
ção das questões-problema apresenta- as denominações, possuem a mesma
das pelo professor. essência, ou seja, “[...] podem ser orga-
nizadas tanto para resolver sistemas ex-
De acordo com essa premissa, pro- plicativos contraditórios, co-presentes
curamos a base para a discussão sobre a na mesma classe, quanto para procurar
problematização em Freire (1975), que limites de validade de uma representa-
apresentou a proposta de codificação- ção funcional num quadro limitado”
-problematização-descodificação dos (ASTOLFI e DEVELAY, 1991, p. 88).
temas (conteúdos) estudados, por meio
de um processo de interação a ser esta- Sobre essa questão, os PCN de Ci-
belecido em sala de aula, ou seja, por ências orientam o professor a mostrar
intermédio do diálogo entre o conheci- ao aluno que seus modelos de conheci-
mento dos educandos e dos educadores mentos, muitas vezes, são insuficientes
como uma das características funda- para explicar o que de fato realmen-
mentais do ato educativo, que visa às te acontece na natureza. Para tanto,
transformações. Freire (1996) enfati- é necessário desestabilizá-los cogniti-
za a importância desse diálogo, pois o vamente, problematizando situações,
educando chega à escola com uma ba- gerando conflitos de ideias necessários
gagem de conhecimentos socialmente à sua re-elaboração (BRASIL, 1998).
construídos na prática comunitária. Nesse sentido, questiona-se: como
Sobre essa questão, concordamos fazer que o aluno perceba a coerência
com o pensamento de Freire (1975) ou a incoerência de suas explicações
quando afirma ser o problema, e seus (modelos) sobre os temas do ensino de
enfrentamentos, a origem dos conheci- Ciências relacionados à sua vivência?
mentos. O aluno só poderá perceber a E ainda, como contribuir para que ele
coerência ou não dos seus saberes sobre modifique as suas concepções prévias
determinado tema (conteúdo) diante quando se fizer necessário? Ressalta-
de uma profunda reflexão, utilizando- -se que a re-elaboração de conceitos ou
-se de uma dialogicidade, que propicie modelos pré-concebidos em conceitos
a ele compreender os processos envolvi- científicos pelo aluno devem ser alme-
dos na apreensão de novos conceitos e jados ao final do processo de ensino e
de suas relações com o mundo vivido. de aprendizagem. Processo esse que
deve percorrer caminho muito bem
A ideia sobre a Problematização planejado e articulado pelo professor,
também aparece nas considerações de tendo como
Astolfi e Develay (1991, p. 88), quando
[...] ponto de partida os temas e as si-
indicam ser “[...] o caráter central em tuações significativas que a originaram,
didática das ciências, as pré-concepções de um lado, a seleção e a organização
feitas pelos alunos com respeito aos do rol de conteúdos, ao serem articu-

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lados com a estrutura do conhecimen- Os professores de ciências imaginam


to científico, e, de outro, o início do que o espírito começa como uma aula,
processo de diálogo problematizador que é sempre possível reconstruir uma
(DELIZOICOV, 2002, p. 194). cultura falha pela repetição da lição,
que pode fazer entender uma demons-
Endossando esse pensamento, o tração repetindo-a ponto por ponto.
Não levam em conta que o adolescente
professor, quando propuser as ações
entra na aula [...] com conhecimentos
educativas ou técnicas didáticas (ques- empíricos já construídos: não se trata
tionar, experimentar, ler, observar, pes- de adquirir cultura experimental, mas
quisar, etc.), deverá ter em mente uma sim mudar de cultura experimental, de
forma de contribuir, efetivamente, para derrubar obstáculos já sedimentados
que o aluno consiga compreender e ex- pela vida cotidiana.
plicar o objeto de estudo, pois, muitas
vezes, as questões apresentadas são in- Todavia, é necessário observar,
suficientes para essa mudança concei- segundo os PCN de Ciências, que o
tual, o que leva o aluno a permanecer professor reveja seus próprios limites
com suas explicações alternativas. quanto à aprendizagem de Ciências
para poder inferir e atribuir sentido ao
Embora não pretendamos nos aprendizado e ao desenvolvimento cog-
aprofundar acerca da discussão sobre nitivo de seus alunos. Por isso, é funda-
concepções alternativas, convém aqui mental a maneira pela qual as questões
uma breve referência à origem do sen- problematizadoras serão abordadas,
tido das explicações alternativas, que pois deve sugerir mudanças de mode-
geralmente o aluno possui. Inicial- los e conceitos pelo aluno, propiciando
mente, as explicações exibidas sobre os novas técnicas de explicar os fenômenos
fenômenos da natureza, foco do ensi- naturais e produtos tecnológicos.
no das Ciências da Natureza, são origi-
nárias de nossas observações primeiras, Nesse mesmo sentido, Delizoicov
transformadas em opinião, termos uti- (2002, p. 196) é partidário de uma prá-
lizados por GastónBachelard (1996, p. tica educativa que se desenvolva a par-
18) em suas pesquisas sobre a forma- tir de um modelo didático-pedagógico,
ção do espírito científico. Em relação a calcado “numa interação que propicie
essa questão, o autor afirma que “[...] a ruptura para a apreensão do conhe-
o espírito científico proíbe que tenha- cimento científico”. Ou seja, o autor
mos uma opinião sobre questões que observa que é necessário ocorrer uma
não compreendemos, sobre questões ruptura do conhecimento do aluno
que não sabemos formular com cla- (quando necessário) para que ele possa
reza [...]”, e considera esse o primeiro então perceber o processo–produto dos
obstáculo ao desenvolvimento do pen- conhecimentos científicos que expli-
samento científico. cam os temas estudados.

Transpondo essa afirmação para a Como no cotidiano o aluno depa-


educação formal, no processo de ensi- ra-se com inúmeros fenômenos da na-
no e aprendizagem, Bachelard (1996, tureza e com o desenvolvimento tecno-
p. 23) expõe que, lógico, é indispensável que o professor

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saiba formular problemas utilizando ANÁLISE E


mecanismos que possam dar sentido ao INTERPRETAÇÃO SOBRE A
processo de transformação do conheci- PROBLEMATIZAÇÃO
mento empírico para o conhecimento
científico. Sendo assim, não podemos Em decorrência do exposto, bus-
nos furtar do pensamento de Bache- cou-se fazer uma análise cuidadosa e
lard (1996, p. 18) quando aponta que: esclarecedora sobre o sentido da “pro-
“Para o espírito científico, todo o co- blematização” colocada pelos PCN de
nhecimento é resposta a uma pergunta. Ciências. Para tanto, a opção foi pela
Se não há pergunta, não pode haver co- utilização dos princípios do método
nhecimento científico. Nada é eviden- fenomenológico, pela compreensão de
te. Nada é gratuito. Tudo é construído”. que contribuiriam de maneira mais
consistente e aguçada com a descrição
Por meio das reflexões apresentadas e a análise do objeto de estudo. Nesse
até o momento, podemos verificar que sentido, foram extraídas do texto as
a orientação didática Problematização unidades de significado, sendo estas
está na raiz do pensamento científico e transformadas em discurso articulado,
esse pensamento deve ocorrer não só no por meio da análise e interpretação her-
seio das instituições de pesquisa cien- menêutica do texto, ou seja, de forma
tífica, mas também, e principalmente, fiel, tal qual está relatado no discurso
nas instituições de Educação formal, da do documento citado, conforme apre-
escola infantil, básica à superior. sentado no quadro a seguir:

Quadro1: Análise de significados das Orientações Didáticas dos PCN deCiências Naturais: Problematização
UNIDADES DE SIGNIFICADO DISCURSO ARTICULADO
1- Os estudantes desenvolvem fora da escola uma sé-
rie de explicações acerca dos fenômenos naturais e dos Ao propor ações pedagógicas, o professor deve partir
produtos tecnológicos (p. 117) das explicações que os alunos trazem de fora da esco-
2- Essas explicações satisfazem as curiosidades dos alu- la sobre fenômenos naturais e produtos tecnológicos,
nos e fornecem respostas às suas indagações. (p. 117) pois até então eles se satisfazem com o que sabem em
3- Esse deve ser o ponto de partida para o trabalho que relação a esses conhecimentos.
na escola se desenvolve. (p. 117)
4- Modelos trazidos pelos alunos se mostram insuficien-
tes para explicar um dado fenômeno. (p. 117) Para mostrar ao aluno que seus modelos de conheci-
5- Os conteúdos a serem trabalhados se apresentem mentos muitas vezes são insuficientes para explicar
como um problema a ser resolvido. (p. 117) o que de fato realmente acontece na natureza, é ne-
6- Promover a desestabilização dos conhecimentos pré- cessário desestabilizá-los cognitivamente, problemati-
vios dos alunos. (p. 117) zando situações, gerando conflitos de ideias necessá-
7- Situações em que se estabeleçam os conflitos neces- rios à sua reelaboração.
sários para a aprendizagem. (p. 117)
8- Retomar seu modelo e verificar o limite dele. (p. 117)
9- o professor deve distinguir quais questões são pro- Porém, é necessário que o professor reveja seus pró-
blemas para si próprio, que têm sentido em seu proces- prios limites quanto à aprendizagem de Ciências, para
so de aprendizagem das Ciências. (p. 117) poder inferir e atribuir sentido ao aprendizado e ao de-
10- Quais questões terão sentido para os alunos, estan- senvolvimento cognitivo de seu aluno.
do, portanto adequadas às suas possibilidades cogniti-
vas (p. 117-118)

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11- Que questões de fato mobilizam para a aprendi-


zagem. (p.118) É fundamental a forma como as questões desestabiliza-
doras serão colocadas, pois deve evocar mudanças de
12- Modelos explicativos pertinentes à lógica do aluno.
modelos e conceitos pelo aluno, propiciando novas for-
(p.118)
mas de explicar os fenômenos naturais e produtos tec-
13- Modelos explicativos fornecidos pela Ciência. (p.118) nológicos, por meio de uma aprendizagem significativa.
14- O problema deve ser colocado para o aluno de modo
favorável à reformulação de seus modelos. (p.118)
15- Questões, experimentos, observações propostos
pelo professor. (p. 118)
16- Problemas exigem dos alunos explicações novas. (p. 118)
17- Movimento de busca de informações — por meio da
experimentação, da leitura ou de outras formas. (p. 118) Para ajudar o aluno a reelaborar seus conhecimentos/
modelos, em explicações científicas, o professor deve
18- Elementos para reelaborarem os modelos anterio-
apresentar ações (questões, experimentos, leituras, ob-
res. (p. 118)
servações, busca de informações, etc.), que contribuam
19- Questões não se configuram sempre em problemas. para essa finalidade, pois muitas vezes as questões pro-
(p. 119) postas não são suficientes para essa mudança conceitu-
20- Uma questão só é um problema quando os alunos al, o que leva o aluno a permanecer com suas explica-
podem ganhar consciência de que seu modelo não é ções alternativas.
suficiente para explicá-lo. (p. 119)
21- A problematização busca promover mudança con-
ceitual. (p. 119)
22- Frequentemente concepções alternativas se preser-
vam. (p. 119)
23- Pode haver aprendizagem significativa dos concei-
tos científicos. (p. 119) Para que os alunos compreendam quais são as ideias
24- Os alunos compreendem quais são as idéias científi- científicas necessárias para a compreensão dos fenôme-
cas necessárias para sua solução. (p. 119) nos da natureza e dos produtos tecnológicos precisam
25- Os alunos podem se apropriar de conceitos científi- se apropriar de conceitos científicos, mesmo conser-
cos, mesmo conservando conceitos alternativos. (p. 119) vando conceitos alternativos, sendo capazes de utilizar
26- Poderão ser capazes de utilizar diferentes domínios diferentes domínios de ideias em diferentes situações.
de ideias em diferentes situações. (p. 119)
Fonte: Elaborado pela pesquisadora em 2008.

As unidades de significado analisa- adequada de modelos, com o intuito


das, agrupadas, e transformadas em dis- de se encontrar a solução de situações-
curso articulado, permite perceber, que -problema propostas pelo professor,
no contexto da Problematização, pro- necessita: 1) “[...] da utilização roti-
posta pelos PCN de Ciências, existe a neira de modelos já conhecidos [...],
necessidade de se construir (ou recons- 2) da aprendizagem (e o eventual en-
truir) um modelo científico da realida- sino) de novos modelos, e da maneira
de que se queira estudar. como utilizá-los [...] e 3) da criação de
conhecimentos, de novas maneiras de
Nessa direção, os pressupostos da
modelar os sistemas estudados (CHE-
TAD apontam que explicar cientifi-
VALLARD, et al., 2001, p. 57).
camente um problema, relativo a um
conhecimento, requer um trabalho Por meio do discurso, da orienta-
de modelagem (CHEVALLARD, et ção didática Problematização, interpre-
al., 2001). No pensamento de Che- tamos que o PCN de Ciências sugere
vallardet al. (2001, p. 56), a utilização um trabalho com a modelagem no en-

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Universidade Federal da Grande Dourados

sino de Ciências, em consonância com cotidiana do aluno, a construção de um


a proposta da TAD. Dessa forma, para currículo a ser desenvolvido em sala de
que ocorram mudanças nos modelos e aula. Os PCN de Ciências direcionam
conceitos prévios do aluno, é preciso a discussão nesse sentido.
um trabalho de modelagem que o ajude
a reelaborar seus conhecimentos/mode- Contudo, não se pode esquecer
los, resultando-os em explicações cien- que os PCN de Ciências representam
tíficas, as mais corretamente possíveis. o pensamento de um grupo de pesqui-
sadores contratados pelo Ministério da
Educação na década de 1990, sendo o
CONSIDERAÇÕES FINAIS próprio documento uma instituição de
Tendo em vista o exposto no tex- ensino, a partir do momento que insti-
to, o professor deve apresentar praxeo- tucionaliza as orientações didáticas.
logias (perguntas, experimentos, leitu-
ras, observações, busca de informações, REFERÊNCIAS
etc.), que contribuam para a criação de
modelos explicativos para determina- ASTOLFI, Jean-Pierre e DEVELAY,
das ideias científicas, necessárias para Michel. A didática das ciências. 2ª ed.
a compreensão dos fenômenos da na- Tradução Magda S. S. Fonseca. Campi-
tureza e dos produtos tecnológicos. Po- nas, SP: Papirus, 1991.
rém, há que se ter muito cuidado, pois BACHELARD, Gaston. A formação
muitas vezes as questões propostas não do espírito científico: contribuição para
são suficientes para uma mudança con- uma psicanálise do conhecimento.Tra-
ceitual, o que leva o aluno a permane- duçãoEstela dos Santos Abreu. Rio de
cer com suas explicações alternativas. Janeiro, RJ: Contraponto, 1996.
Um ponto importante, a ser des- BARQUERO, Berta; BOSCH, Ma-
tacado aqui, é que os PCN de Ciências rianna e GÁSCON, Josep. Ecología de
apontam a possibilidade do professor la modelización matemática: restriccio-
escolher os conhecimentos e concei- nes transpositivas em La sinstituciones
tos científicos, conforme o contexto. universitárias. Communication au 2º
De preferência, o documento propõe Congrés TAD, Uzès, 2007.
que devam ser escolhidos temas que
tenham significados pessoais e sociais BRASIL. SECRETARIA DE EDUCA-
para o aluno (BRASIL, 1998). ÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros
curriculares nacionais: ciências naturais.
Isso vem ao encontro das discus- Brasília, DF: MEC/SEF, 1998.
sões contemporâneas sobre currícu-
CACHAPUZ, Antônio et al. A necessá-
lo (CHERVEL, 1990; JULIÁ, 1995;
ria renovação do ensino de ciências. São
CHEVALLARD; 1999), que expõem o
Paulo, SP: Cortez, 2005.
papel dos professores no sentido de pôr
em funcionamento os dispositivos esco- CANDAU, Vera Maria. Rumo a uma
lares. Nessa direção, os docentes podem nova didática. 4ª Edição. Petrópolis/RJ:
e devem buscar, na realidade vivencial Vozes, 1991.

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