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Direito Tributário para RFB-2015

Curso de Jurisprudência
Prof. Fábio Dutra- Aula 03

AULA 03: COMPETÊNCIA TRIBUTARIA E


IMPOSTOS PREVISTOS NA CF/88
SUMÁRIO PÁGINA
Observações sobre a aula 01
Competência Tributária 02
Impostos Previstos na Constituição Federal de 1988 04
Lista das Questões Comentadas em Aula 43
Gabarito das Questões Comentadas em Aula 50

Observações sobre a aula

Olá, prezado candidato (a)!

Nessa aula, daremos continuidade ao estudo da jurisprudência relativa


ao tema Competência Tributária bem como os impostos previstos na CF/88.
Trata-se de um tema um pouco extenso, motivo pelo qual nossa ficou um
pouco maior do que as demais.

O esforço foi grande para resumir um assunto que podia ser escrito em
mais de 100 páginas! Sempre vamos prezar pela objetividade, para que o
seu tempo gasto nesse curso seja muito produtivo!

Alguns alunos podem estar questionando o fato de eu inserir questões


inéditas com praticamente a mesma redação dos julgados. Pra que isso?
Caros candidatos, a mera leitura de tantos julgados não é suficiente para que
você memorize todos eles, ou pelo menos os mais importantes.

É nesse sentido que eu elaboro algumas questões, instigando a revisão


do assunto, o que com certeza contribuirá para a fixação do conteúdo.
Também não é possível alterar a redação das questões significativamente,
tendo em vista que é assim que o assunto é cobrado em provas!

E aí? Pronto para começar a aula? Então, vamos em frente!

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1 - COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

"AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IPVA. LEI


ESTADUAL. ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS EM RAZÃO DO TIPO DO
VEÍCULO.

1. Os Estados-membros estão legitimados a ditar as normas gerais


referentes ao IPVA, no exercício da competência concorrente prevista
no artigo 24, § 3°, da Constituição do Brasil.

2. O Supremo possui orientação no sentido de que não há tributo


progressivo quando as alíquotas são diferenciadas segundo critérios que não
levam em consideração a capacidade contributiva.

Agravo regimental a que se nega provimento".

(STF, RE 466.480-AgR/MG, Rel. Min. Eros Grau, 24/06/2008)

Para entender melhor o julgado, faz-se necessário saber que o


CTN foi editado sob a égide da CF/46. Nessa CF, não havia previsão
para IPVA, de forma que o CTN não contemplou o referido imposto.

Como hoje existe tal previsão constitucional, não havendo, contudo,


normas gerais editadas pela União sobre o IPVA, o STF entendeu que se aplica
o disposto no art. 24, § 3°, da CF/88, que diz o seguinte:

§ 3° - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão


a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

A ESAF não hesitou em cobrar esse julgado. Veja:

Questão 01 - ESAF/ISS-RJ/2010

Lei estadual pode estabelecer alíquotas diferenciadas em razão do tipo do


veículo, já que os estados-membros estão legitimados a editar normas gerais
referentes ao IPVA, no exercício da competência concorrente prevista no art.
24, § 3°, da Constituição.

Comentário: Seguindo a linha de entendimento do STF, os Estados-membros


estão legitimados a editar normas gerais referentes ao IPVA. Nesse sentido, lei
estadual pode estabelecer alíquotas diferenciadas em razão do tipo do veículo.
Questão correta.

Trecho do voto do Min. Carlos Velloso: " É que a técnica da competência


residual da União é para o legislador ordinário (C.F., art. 154, I) e não

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para o constituinte derivado."

(STF, ADI 939/DF, Pleno, Rel. Min Sydney Sanches, Julgamento em


15/12/1993)

Para o STF, a competência residual prevista na CF/88 é para o legislador


ordinário e não para o constituinte derivado. O que isso quer dizer? Ora,
quando o legislador for instituir um imposto novo (uso da competência
residual), deverá obedecer a regra prevista no art. 154, I (que diz respeito a
não cumulatividade e o não bis in idem).

No entanto, quando uma emenda constitucional acrescenta um novo


imposto na CF/88, o constituinte derivado não está sujeito ao art. 154, I.
Entendido?

Questão 02 - ESAF/SUSEP-Analista/2010

O exercício da competência residual é reservado ao legislador ordinário, e não


ao constituinte derivado.

Comentário: Perceba que a ESAF retirou a literalidade do trecho de um voto


do Min. Carlos Velloso. Questão correta.

Questão 03 - ESAF/SUSEP-Analista/2010

Consoante entendimento firmado no âmbito do Supremo Tribunal Federal, a


não-cumulatividade e o não bis-in-idem não precisam ser observados quando
da criação de um novo imposto por meio de emenda constitucional.

Comentário: A resposta dessa questão é decorrência da assertiva anterior,


conforme acabamos de estudar. Na realidade, a emenda constitucional não cria
impostos, mas sim confere a um ente federado a competência tributária para
os instituir. Não obstante esse detalhe, a questão está correta.

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2- IMPOSTOS PREVISTOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Vamos tratar agora dos principais julgados referentes a todos os


impostos previstos na CF/88, separando-os conforme a competência tributária
de cada ente.

2.1- Impostos de Competência da União

2.1.1 - Imposto de Importação

De acordo com o art. 19 do CTN, o fato gerador do II ocorre com a


entrada dos produtos estrangeiros no território nacional. Para o Decreto-lei
37/1966, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro da
declaração de importação de mercadoria submetida a despacho para consumo.
Para o STJ, não há incompatibilidade entre as normas:

"Ementa: (...) Não obstante o fato gerador do imposto de importação se dê


com a entrada da mercadoria estrangeira em território nacional, torna-se
necessária a fixação de um critério temporal a que se atribua a
exatidão e certeza para se completar o inteiro desenho do fato
gerador. Assim, embora o fato gerador do tributo se dê com a entrada
da mercadoria em território nacional, ele apenas se aperfeiçoa com o
registro da Declaração de Importação no caso de regime comum e, nos
termos precisos do parágrafo único, do artigo 1°, do Decreto-Lei n° 37/66,
"com a entrada no território nacional a mercadoria que contar como tendo
sido importada e cuja a falta seja apurada pela autoridade aduaneira".

(STJ, REsp 362.910/PR, Primeira Turma, Rel. Min. José Delgado, Julgamento
em 16/04/2002)

Questão 04 - ESAF/AFRFB/2009

A simples entrada em território nacional de um quadro para exposição


temporária num museu ou de uma máquina para exposição em feira,
destinados a retornar ao país de origem, não configuram importação, e, por
conseguinte, não constituem fato gerador.

Comentário: Essa questão foi aplicada em prova de Direito Tributário da


ESAF, e você precisa decorar o entendimento da banca nesse caso. Trata-se de
bens que entram no regime aduaneiro especial de admissão temporária, com
suspensão do pagamento de tributos. Questão correta.

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Para a ESAF, não ocorre fato gerador quando o bem


entra no território nacional, amparado por regime
^ffi^têricão suspensivo de tributação (regime aduaneiro especial de
admissão temporária).

" Recurso extraordinário em que se argumento a não incidência do II e


do IPI sobre operação de importação de sistema de tomografia
computadorizada, amparada por contrato de arrendamento mercantil.
Alegada insubmissão do arrendamento mercantil, quer seria um serviço, ao
fato gerador do imposto de importação (art. 153, I, da Constituição).
Inconsistência. Por se tratar de tributos diferentes, com hipóteses de
incidência específicas (prestação de serviços e importação, entendida como
a entrada de bem em território nacional - art. 19 do CTN), a incidência
concomitante do II e do ISS não implica bitributação ou de violação
de pretensa exclusividade e preferência de cobrança do ISS.

(STF, RE 429.306, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Julgamento


em 01/02/2011)

Não ocorre bitributação no caso apresentado pelo STF, pois há dois fatos
geradores distintos: importação e prestação de serviços.

2.1.2 - Imposto de Exportação

"Não é qualquer registro no SISCOMEX que corresponde à expedição do


documento equivalente à guia de exportação prevista no § 1°, in fine, do art.
1° do DL 1.578/1977, como determinante da ocorrência do fato gerador do
tributo. Somente o Registro de Exportação corresponde e se equipara à
Guia de Exportação. Editada a Resolução 2.112/1994 do Banco Central do
Brasil depois dos registros de venda, mas antes dos registros de exportação,
submetem-se as operações respectivas às alíquotas nelas fixadas, visto que
tal fixação se dera antes da ocorrência do fato gerador."

(STF, AI 578.372-AgR,Segunda Turma, Rel. Min. Ellen Gracie, Julgamento em


09/02/2010)

Para efeito de cálculo do IE, considera-se ocorrido o fato gerador na


data do Registro de Exportação, ainda que a saída da mercadoria
ocorra em momento posterior.

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No que se refere à atribuição para alteração de alíquotas do Imposto de


Exportação, o STF se posicionou da seguinte maneira:

EMENTA: (...)I - É compatível com a Carta Magna a norma


infraconstitucional que atribui a órgão integrante do Poder Executivo
da União a faculdade de estabelecer as alíquotas do Imposto de
Exportação. II - Competência que não é privativa do Presidente da
República. III - Inocorrência de ofensa aos arts. 84, caput, IV e parágrafo
único, e 153, § 1°, da Constituição Federal ou ao princípio de reserva legal.
Precedentes. IV - Faculdade discricionária atribuída à Câmara de
Comércio Exterior - CAMEX, que se circunscreve ao disposto no
Decreto-Lei 1.578/1977 e às demais normas regulamentares. V -
Recurso extraordinário conhecido e desprovido.

(STF, Pleno, RE 570.680/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Julgamento em


28/10/2009)

Questão 05 - INÉDITA/2014

De acordo com a Constituição Federal de 1988, as alíquotas do Imposto de


Exportação não se submetem ao princípio da legalidade. Dessa forma, a
jurisprudência do STF é no sentido de que somente o Presidente da República
pode alterá-las.

Comentário: De acordo com o STF, a competência não é privativa do


Presidente da República, podendo, tais alíquotas, serem alteradas pela CAMEX.
Questão errada.

2.1.3 - Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza:

"O valor pago a título de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) não
perde a característica de corresponder a parte dos lucros ou da renda do
contribuinte pela circunstância dE ser utilizado para solver obrigação
tributária. É constitucional o art. 1° e parágrafo único da Lei
9.316/1996, que proíbe a dedução do valor da CSLL para fins de
apuração do lucro real, base de cálculo do Imposto sobre a Renda das
Pessoas Jurídicas."

(STF, RE 582.525,Plenário, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em


09/05/2013)

Apesar de ser um tema específico, é importante que você guarde isso,


pois a ESAF já cobrou questão específica sobre a CSLL, na prova de AFRFB-
2009.

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"Conforme jurisprudência reiterada deste STF, não cabe ao Poder


Judiciário autorizar a correção monetária da tabela progressiva do
Imposto de Renda na ausência de previsão legal nesse sentido.
Entendimento cujo fundamento é o uso regular do poder estatal de organizar
a vida econômica e financeira do país no espaço próprio das competências dos
Poderes Executivo e Legislativo."

(STF,RE 388.312, Plenário, Rel. p/ac. Min. Cármen Lúcia, Julgamento em


01/08/2011)

É necessário edição de lei para correção da tabela progressiva do


Imposto de Renda.

Questão 06 - INÉDITA/2014

Conforme jurisprudência pacífica do STF, é facultado ao Poder Judiciário


autorizar a correção monetária da tabela progressiva do Imposto de Renda,
caso não haja previsão legal.

Comentário: De acordo com o STF, o Judiciário não tem essa autonomia para
corrigir tabela do IR. Trata-se de matéria sujeita ao princípio da legalidade, ou
seja, deve ser corrigida pelo Legislativo. Questão errada.

Saber se indenização é, ou não, renda, para o efeito do artigo 153, III,


da Constituição, é questão constitucional, como entendeu o acórdão
recorrido, até porque não pode a Lei infraconstitucional definir como
renda o que insitamente não o seja.

(STF, RE 188.684/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Moreira Alves, Julgamento em


16/04/2002)

Questão 07 - ESAF/PGFN/2012

Pode-se afirmar, a partir de alguns julgados do Supremo Tribunal Federal, que


o conceito legalista/fiscalista de renda, assim considerado aquilo que a
legislação do imposto de renda estabelecer que é, está ultrapassado.

Comentário: Conforme a jurisprudência do STF, o conceito de renda é


definido no texto constitucional, não podendo lei infraconstitucional definir
como renda o que não o é. Questão correta.

Cabe ressaltar que não vamos abordar as súmulas que tratam de temas
específicos do IR, pois esse estudo provavelmente será feito por você, na
disciplina Legislação Tributária.

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2.1.4 - Imposto sobre Produtos Industrializados

"Imposto sobre Produtos Industrializados - Direito a crédito - Correção


monetária - Resistência do Fisco - Possibilidade - Precedentes. A
jurisprudência do Tribunal está pacificada no sentido de ser devida a
correção monetária de créditos tributários quando, por óbice do Fisco,
a compensação não ocorre no momento adequado."

(STF, AI 619.664-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Marco Aurélio, Julgamento


em 16/12/2008)

Seguindo a mesma linha, o STJ sumulou o seguinte entendimento em


2009:

Súmula STJ 411 - É devida a correção monetária ao creditamento do IPI


quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima
do Fisco.

Sobre o princípio da não cumulatividade, obrigatório ao IPI, o STF já


decidiu que não há o aproveitamento de crédito quando os insumos sejam
desonerados (isento, sujeitos à alíquota zero ou não tributáveis), na fabricação
de bens tributados:

"Ementa: (...) 2. O princípio da não-cumulatividade é alicerçado


especialmente sobre o direito à compensação, o que significa que o valor a ser
pago na operação posterior sofre a diminuição do que pago anteriormente,
pressupondo, portanto, dupla incidência tributária. Assim, se nada foi pago
na entrada do produto, nada há a ser compensado. 3. O
aproveitamento dos créditos do IPI não se caracteriza quando a
matéria-prima utilizada na fabricação de produtos tributados reste
desonerada, sejam os insumos isentos, sujeitos à alíquota zero ou não
tributáveis. Isso porque a compensação com o montante devido na operação
subsequente pressupõe, necessariam ente, a existência de crédito gerado na
operação anterior, o que não ocorre nas hipóteses exoneratórias."

(STF, 592.917-AgR/RJ, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, Julgamento em


31/05/2011)

Questão 08 - INÉDITA/2014

O STF entende que, no que se refere ao princípio da não cumulatividade


aplicável ao IPI, ainda que a aquisição de matéria-prima seja desonerada do
imposto, subsiste o direito de creditamento por parte do estabelecimento
industrial.

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Comentário: O STF decidiu exatamente o contrário, ou seja, se nada foi pago


na entrada do produto, não há nada a ser compensado, no momento da saída
do produto industrializado. Questão errada.

Se nada foi cobrado a título de IPI na entrada dos


insumos, não há direito a crédito de IPI, relativo a essa
aquisição. Guarde isso!

"Mas e quando as saídas que forem desoneradas, professor?" Excelente


pergunta!

"CREDITAMENTO DO IPI. PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE. AQUISIÇÃO


DE MATÉRIA-PRIMA, PRODUTO INTERMEDIÁRIO E MATERIAL DE EMBALAGEM
DESTINADOS À INDUSTRIALIZAÇÃO DE PRODUTOS ISENTOS OU SUJEITOS
AO REGIME DE ALÍQUOTA ZERO. LEI 9.779/99. NOVEL JURISPRUDÊNCIA
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. O direito ao crédito de IPI, fundado
no princípio da não-cumulatividade, decorrente da aquisição de matéria-
prima, produto intermediário e material de embalagem utilizados na
fabricação de produtos isentos ou sujeitos ao regime de alíquota zero,
exsurgiu apenas com a vigência da Lei 9.779/99 (...)"

(STJ, REsp 860.369/PE, Primeira Seção, Min. Rel. Luiz Fux, Julgamento em
25/11/2009)

O direito ao crédito do IPI quando da industrialização de produtos


isentos ou sujeitos a alíquota zero somente passou a existir após a
vigência da Lei 9.779/99. Perceba que o STJ se posicionou na mesma linha da
jurisprudência do STF, de forma que podemos considerar que o STF também
entende dessa maneira.

Ainda de acordo com o STJ (AgRg no REsp 1.213.196/RS), a


interpretação da Lei 9.779/99 deve ser estrita (você já deve saber que,
de acordo com o art. 111 do CTN, as isenções são interpretadas de forma
literal), não abrangendo, por exemplo, saídas de produtos não
tributados.

No que se refere à aquisição de bens integrantes do ativo permanente da


empresa, também não haverá direito a creditamento, conforme súmula do
STJ:

Súmula STJ 495 - A aquisição de bens integrantes do ativo permanente da


empresa não gera direito a creditamento de IPI.

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Sobre o IPI, é válido destacar um posicionamento recente do STF acerca


da importação realizada por sociedade civil prestadora de serviços:

EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinário. Incidência do IPI na


importação de produtos por sociedade civil prestadora de serviços.
Impossibilidade. Operação dissociada da base econômica
constitucionalmente definida. 1. A jurisprudência vem evoluindo para
entender que o critério material de incidência na importação não pode
decorrer da mera entrada de um produto no país, na medida em que o
IPI não é um imposto próprio do comércio exterior. 2. A base econômica
do IPI é única, devendo ser analisada à luz do art. 153, inciso IV e § 3°, inciso
II, da Constituição Federal. 3. Não há previsão constitucional expressa que
ampare a incidência do IPI na importação, diferentemente do que ocorre com
o ICMS, a que se refere o art. 155, § 2°, inciso IX, alínea a, da Constituição
Federal, com a redação da EC n° 33/01. 4. Agravo regimental não provido.”

(STF, RE 643.525-AgR/RS, Primeira Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, Julgamento


em 26/02/2013)

Seguindo na mesma direção, no mesmo ano (2013), o STJ também


demonstrou entendimento semelhante:

TRIBUTÁRIO. ACÓRDÃO COM FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL. ODIFICAÇÃO.

COMPETÊNCIA DO STF. IMPORTAÇÃO DE VEÍCULO POR PESSOA FÍSICA


PARA USO PRÓPRIO. NÃO INCIDÊNCIA DE IPI. PRECEDENTES. SÚMULA
83/STJ.

1. É firme a orientação no sentido de que não incide IPI sobre a importação de


veículo por pessoa física, para uso próprio, haja vista que o fato gerador
constitui operação de natureza mercantil ou assemelhada.

(AgRg no AREsp 357.532/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins,


Julgamento em 10/09/2013)

Perceba então que tanto na importação realizada por sociedade civil


prestadora de serviços como na que for feita por pessoa física não haverá
incidência do IPI.

2.1.5- Imposto sobre Operações Financeiras

De início, destaque-se que não há incidência do IOF sobre saques


efetuados em caderneta de poupança:

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Súmula STF 664 - É inconstitucional o inciso V do art. 1° da Lei 8.033/90,


que instituiu a incidência do imposto nas operações de crédito, câmbio e
seguros - IOF sobre saques efetuados em caderneta de poupança.

Vejamos mais uma jurisprudência sobre o IOF:

"A alienação de salvados configura atividade integrante das operações


de seguros e não tem natureza de circulação de mercadoria para fins
de incidência do ICMS. Inconstitucionalidade da expressão 'e as
seguradoras', do inciso IV do art. 15 da Lei 6.763, com redação dada pelo art.
1° da Lei 9.758/1989 do Estado de Minas Gerais. Violação dos arts. 22, VII, e
153, V, da CF."

(ADI 1.648, Plenário, Rel. Min. Gilmar Mendes, Julgamento em 16/02/2011)

Os bens salvados pelas seguradoras são aqueles objetos resgatados do


sinistro do bem principal, e que ainda possuem algum valor econômico. Sobre
estes, há incidência de IOF, mas não de ICMS, como veremos ao estudar
tal imposto.

Questão 09 - CESPE/JUIZ-TJ-MA/2013

Segundo entendimento do STF, a alienação de salvados não integra a própria


operação de seguro, constituindo, por conseguinte, fato gerador autônomo do
ICMS.

Comentário: De acordo com o posicionamento do STF, sobre a alienação de


salvados há incidência de IOF (por se tratar de atividade integrante das
operações de seguro), mas não de ICMS. Questão errada.

EMENTA: IOF: incidência sobre operações de factoring (L. 9.532/97, art. 58):
aparente constitucionalidade que desautoriza a medida cautelar. O âmbito
constitucional de incidência possível do IOF sobre operações de
crédito não se restringe às praticadas por instituições financeiras, de
tal modo que, à primeira vista, a lei questionada poderia estendê-la às
operações de factoring, quando impliquem financiamento (factoring com
direito de regresso ou com adiantamento do valor do crédito vincendo -
conventional factoring); quando, ao contrário, não contenha operação de
crédito, o factoring, de qualquer modo, parece substantivar negócio relativo a
títulos e valores mobiliários, igualmente susceptível de ser submetido por
lei à incidência tributária questionada.

(ADI 1.763-MC/DF, Plenário, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Julgamento em


20/08/1998)

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Ante o exposto, as operações de factoring estão sujeitas ao IOF.

TRIBUTÁRIO - IOF - INCIDÊNCIA SOBRE MÚTUO NÃO MERCANTIL -


LEGALIDADE DA LEI 9.779/99.

1. A lei 9.779/99, dentro do absoluto contexto do art. 66 CTN,


estabeleceu, como hipótese de incidência do IOF, o resultado de
mútuo.

(STJ, REsp 522.294/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, Julgamento
em 09/12/2003)

Contrato de mútuo significa empréstimo de coisa fungível e consumível,


como, por exemplo, dinheiro. Sobre o resultado dessa operação, haverá
incidência do IOF, conforme jurisprudência do STJ.

2.1.6- Imposto sobre propriedade Territorial Rural

De acordo com o art. 31 do CTN, o contribuinte do ITR é o proprietário


do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.
De acordo com o STF, se o imóvel é invadido, não se faz possível a cobrança
do ITR, tendo em vista que o há perda do domínio e dos direitos inerentes à
propriedade:

TRIBUTÁRIO. ITR. INCIDÊNCIA SOBRE IMÓVEL. INVASÃO DO MOVIMENTO


"SEM TERRA". PERDA DO DOMÍNIO E DOS DIREITOS INERENTES À
PROPRIEDADE. IMPOSSIBILIDADE DA SUBSISTÊNCIA DA EXAÇÃO
TRIBUTÁRIA. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. RECURSO ESPECIAL
NÃO PROVIDO. 3. Ofende os princípios básicos da razoabilidade e da
justiça o fato do Estado violar o direito de garantia de propriedade e,
concomitantemente, exercer a sua prerrogativa de constituir ônus
tributário sobre imóvel exproprift do por particulares (proibição do venire
contra factum proprium).

4. A propriedade plena pressupõe o domínio, que se subdivide nos poderes de


usar, gozar, dispor e reinvidicar a coisa. Em que pese ser a propriedade um
dos fatos geradores do ITR, essa propriedade não é plena quando o imóvel
encontra-se invadido, pois o proprietário é tolhido das faculdades inerentes ao
domínio sobre o imóvel.

(STJ, REsp 1.144.982/PR, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell


Marques, Julgamento em 13/10/2009)

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Questão 10 - INÉDITA/2014

O senhor José Antônio possui uma fazenda, sendo, pois, contribuinte do ITR.
Num dado momento, sua fazenda é invadida pelo movimento "sem terra".
Neste caso, o rico fazendeiro deve continuar arcando com o ônus tributário,
mesmo perdendo o domínio sobre suas terras.

Comentário: De acordo com o STF, não subsiste a exação tributária, caso


haja perda do domínio e dos direitos inerentes à propriedade. Portanto, o
fazendeiro não terá que arcar com o ITR, e a questão está errada.

2.1.7 Imposto sobre Grandes Fortunas

Não há jurisprudência relevante sobre esse imposto que nem mesmo foi
instituído pela União.

2.2- Impostos de Competência dos Estados e do Distrito Federal

2.2.1 - Imposto sobre Transmissão "causa mortis" e doação, de


quaisquer bens ou direitos

No que se refere ao ITCMD, é importante conhecermos algumas súmulas


do STF:

Súmula STF 331 - É legítima a incidência do imposto de transmissão causa


mortis no inventário por morte presumida.

Questão 11 - CESPE/PROCURADOR-PE/2009

O ITCMD estabelecido pela legislação pernambucana sobre a morte presumida


é legítimo.

Comentário: De acordo com a Súmrn la n° 331 do STF, É legítima a incidência


do ITCMD no inventário por morte presumida. Questão correta.

Ainda que não se encontre o cadáver, sendo este o caso de morte


presumida, incidirá o ITCMD.

Seguem abaixo algumas súmulas referentes ao ITCMD (você apenas


precisa saber que elas existem):

Súmula STF 115 - Sobre os honorários do advogado contratado pelo


inventariante, com a homologação do juiz, não incide o Imposto de
Transmissão Causa Mortis.

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Súmula STF 114 - O Imposto de Transmissão Causa Mortis não é exigível


antes da homologação do cálculo.

Súmula STF 113 - O Imposto de Transmissão Causa Mortis é calculado sobre


o valor dos bens na data da avaliação.

Questão 12 - ESAF/AFRFB/2009

Ainda sobre o imposto de transmissão causa mortis, o cálculo do referido


imposto deve operar-se sobre o valor dos bens na data da avaliação.

Comentário: O cálculo do ITCMD deve levar em consideração o valor dos bens


na data da avaliação, conforme Súmula n° 113 do STF. Questão correta.

Súmula STF 112 - O imposto de transmissão "causa mortis" é devido pela


alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão.

Sobre a Súmula 112, é importante que você saiba que a abertura da


sucessão ocorre no momento da morte! Esse é o momento em que se
considera ocorrido o fato gerador do ITCMD, em caso de morte, é claro.

Questão 13 - CESPE/PROCURADOR-MP-TCE-BA/2010

Considere a seguinte situação hipotética: Certa pessoa faleceu em 2/12/2009,


deixando bens móveis e imóveis a partilhar entre os herdeiros. Ocorre que o
ITCMD só passou a ser cobrado, efetivamente, em maio de 2010, quando sua
alíquota já havia sido majorada, em abril de 2010. Nessa situação, o ITCMD
será devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão.

Comentário: É importante que você grave que o ITCMD é devido pela alíquota
vigente ao tempo da abertura da sugessão. Contudo, não se esqueça de que é
calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação. Questão correta.

Questão 14 - ESAF/AFRFB/2009

Consoante entendimento do STF, o imposto de transmissão causa mortis é


devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão e não ao
tempo do início do processo de inventário e partilha.

Comentário: Exatamente o que diz a questão, consoante Súmula 112 do STF.


Questão correta.

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Destaque-se ainda que se duas pessoas realizaram um contrato de


compra e venda de imóvel, a prazo, e que o promitente vendedor falece antes
da quitação da dívida. Incide ITCMD sobre o saldo restante a receber? Para o
STF, incide:

Súmula STF 590 - Calcula-se o imposto de transmissão "causa mortis" sobre


o saldo credor da promessa de compra e venda de imóvel, no momento da
abertura da sucessão do promitente vendedor.

Por fim, não é possível aos Estados fixar suas alíquotas, de forma a criar
vinculação ao teto estabelecido por Resolução do Senado Federal:

TRIBUTA - FIXAÇÃO DE ALÍQUOTA X TETO - IMPOSTO DE TRANSMISSÃO


CAUSA MORTIS - LEI N° 10.260/89, DO ESTADO DE PERNAMBUCO. Não se
coaduna com o sistema constitucional norma reveladora de
automaticidade quanto à alíquota do imposto de transmissão causa
mortis, a evidenciar a correspondência com o limite máximo fixado
em resolução do Senado Federal.

(STF, RE 213.266/PE, Plenário, Rel. Min. Marco Aurélio, Julgamento em


20/10/1999)

2.2.2 - Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e prestação de


Serviços

De início, é de se destacar a incidência do ICMS sobre a entrada de bem


ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que
não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade,
assim como sobre o serviço prestado no exterior. Nesse caso, considera-se
ocorrido o fato gerador com o desembaraço aduaneiro:

Súmula STF 661 - Na entrada de mercadoria importada do exterior, é


legítima a cobrança do ICMS por oc| sião do desembaraço aduaneiro.

Questão 15 - ESAF/ACE-MDIC/2012

O fato gerador do ICMS não ocorre com a entrada no estabelecimento do


importador, mas, sim, quando do recebimento da mercadoria, ao ensejo do
respectivo desembaraço aduaneiro.

Comentário: De acordo com a Súmula n° 661 do STF, considera-se ocorrido o


fato gerador do ICMS no momento do desembaraço aduaneiro, em se tratando
de mercadoria procedente do exterior. Questão correta.

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De acordo com o STJ, não havendo a circulação jurídica (transferência de


propriedade) das mercadorias, não há que se falar em cobrança de ICMS. Por
exemplo, no deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento
do mesmo contribuinte ocorre apenas trânsito físico.

Súmula STJ 166 - Não constitui fato gerador do ICMS o simples


deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo
contribuinte.

Observação: O STF (RE 596.983) já decidiu na mesma linha da Súmula 166


do STJ.

Questão 16 - CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011

O ICMS tem como fato gerador o deslocamento de mercadorias, inclusive de


um estabelecimento para outro do mesmo contribuinte.

Comentário: De acordo com a Súmula n° 166 do STJm não ocorre fato


gerador do ICMS o mero deslocamento de mercadoria de um para outro
estabelecimento do mesmo contribuinte. Questão errada.

Súmula STF 573 - Não constitui fato gerador do imposto de circulação de


mercadorias a saída física de máquinas, utensílios e implementos a título de
comodato.

Questão 17 - FGV/ICMS-RJ/2010

De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal não constitui fato


gerador do ICMS a saída física de máquinas e utensílio a título de comodato.

Comentário: De acordo com a Súmula n° 573 do STF, não ocorre fato gerador
do ICMS saída de bens a título de comí odato. Questão correta.

No entender da Corte Suprema, não há direito à correção monetária


dos créditos escriturais do ICMS, se não houver lei estadual
autorizadora:

"Conforme orientação firmada pelo STF, depende de lei autorizadora a


correção monetária de créditos escriturais do ICMS. Orientação que
também se aplica aos casos de créditos acumulados, transpostos de um
período de apuração aos sucessivos."

(STF, AI 388.888-AgR,Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa,


Julgamento em 31/08/2010)

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Questão 18 - ESAF/ICMS-CE/2006

Em relação aos créditos escriturais do Imposto sobre a Circulação de


Mercadorias e Serviços, de competência estadual e do Distrito Federal, é
correto afirmar-se que sobre eles não incide a correção monetária quando a
legislação estadual não contiver tal previsão.

Comentário: Conforme estudamos, a correção monetária dos créditos


escriturais do ICMS só se faz possível mediante lei estadual autorizadora.
Questão correta.

Também não há incidência do ICMS sobre operação de venda pela


agência de automóveis de veículo usado, consignado pelo proprietário.

TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. NÃO


OCORRÊNCIA. ICMS. OPERAÇÃO DE VENDA PELA AGÊNCIA DE
AUTOMÓVEIS DE VEÍCULO USADO CONSIGNADO PELO
PROPRIETÁRIO. NÃO INCIDÊNCIA. 1. Recurso especial pelo qual se
discute se a operação de venda promovida por agência de automóveis de
veículo usado consignado pelo proprietário está sujeita, ou não, à incidência
de ICMS a ser pago pelo estabelecimento comercial. (...) 4. Ponderado esse
entendimento jurisprudencial, constata-se que a mera consignação do
veículo cuja venda deverá ser promovida por agência de automóveis
não representa circulação jurídica da mercadoria, porquanto não
induz à transferência da propriedade ou da posse da coisa,
inexistindo, dessa forma, troca de titularidade a ensejar o fato
gerador do ICMS.

(STJ, REsp 1.321.681/DF, Primeira Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves,


Julgamento em 26/02/2013)

Súmula Vinculante 32 - O ICMS não incide sobre a alienação de salvados de


sinistro pelas seguradoras.

Conforme já estudamos (ADI 1.648), sobre essa operação há a


incidência do IOF, mas não de ICMS (na dúvida, volte lá e confira a
questão já cobrada sobre o tema).

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E importante saber também que o fornecimento de mercadorias com a


simultânea prestação de serviço em bares, restaurantes e estabelecimentos
similares está sujeito à tributação unicamente pelo ICMS, nos termos do art.
155, § 2°, IX, "b":

Súmula STJ 163 - O fornecimento de mercadorias com a simultânea


prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares
constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da operação.

Questão 19 - CESPE/JUIZ-TJ-AC/2012

A prestação de serviço simultaneamente à venda de mercadorias em


restaurantes constitui fato gerador do ISS.

Comentário: Como acabamos de ver, a Súmula 163 do STJ afirma que só


incide ICMS sobre esta operação. Questão errada.

Por outro lado, o serviço de composição gráfica foi previsto na LC


116/2003, o que o faz sujeito unicamente ao ISS:

Súmula STJ 156 - A prestação de serviço de composição gráfica,


personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de
mercadorias, está sujeita, apenas, ao ISS.

Devido ao fato de a venda de bens do ativo fixo da empresa não se


enquadrar no conceito de mercadoria e essa operação não ser realizada com
habitualidade, não ocorre fato gerador do ICMS:

EMENTA: ICMS. VENDA DE BENS NO ATIVO FIXO DA EMPRESA. NÃO


INCIDÊNCIA DO TRIBUTO. A venda de bens do ativo fixo da empresa não
se enquadra na hipótese de incidência determinada pelo art. 155, I, b,
da Carta Federal, tendo em vista que, em tal situação, inexiste circulação
no inexiste circulação no sentido jurídico-tributário: os bens não se
ajustam ao conceito de mercadorias e as operações não são efetuadas
com habitualidade. Recurso extraordinário não conhecido.

(STF, RE 194.300/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Ilmar Galvão, Julgamento em


24/04/1997)

Súmula STJ 237 - Nas operações com cartão de crédito, os encargos


relativos ao financiamento não são considerados no cálculo do ICMS.

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Vale ressaltar que as operações de transformação de sociedades


não estão sujeitas ao ICMS, tendo em vista que não ocorre qualquer
operação comercial, de acordo com o posicionamento do STJ:

TRIBUTÁRIO - ICMS - COMERCIAL - SOCIEDADE COMERCIAL -


TRANSFORMAÇÃO - INCORPORAÇÃO - FUSÃO - CISÃO - FATO GERADOR -
INEXISTÊNCIA. I - Transformação, incorporação, fusão e cisão
constituem várias facetas de um só instituto: a transformação das
sociedades. Todos eles são fenômenos de natureza civil, envolvendo apenas
as sociedades objeto da metamorfose e os respectivos donos de cotas ou
ações. Em todo o encadeamento da transformação não ocorre qualquer
operação comercial. (...) IV - A transformação em qualquer de suas
facetas das sociedades não é fato gerador de ICMS.

(STJ, REsp 242.721/SC, Primeira Turma, Rel. Min. Humberto Gomes de


Barros, Julgamento em 19/06/2001)

Sobre a incidência do ICMS sobre operações de leasing internacional,


embora o assunto se encontre pendente de julgamento no RE 540.829, ao qual
o STF reconheceu repercussão geral, o que você deve levar para a prova hoje
é o seguinte:

"1. A importação de aeronaves e/ou peças ou equipamentos que as


componham em regime de leasing não admite posterior transferência
ao domínio do arrendatário. 2. A circulação de mercadoria é
pressuposto de incidência do ICMS. O imposto --- diz o artigo 155, II da
Constituição do Brasil --- é sobre "operações relativas à circulação de
mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se
iniciem no exterior". 3. Não há operação relativa à circulação de
mercadoria sujeita à incidência do ICMS em operação de
arrendamento mercantil contratado pela indústria aeronáutica de
grande porte para viabilizar o uso, pelas companhias de navegação
aérea, de aeronaves por ela congtruídas."

(STF, RE 461.968/SP, Plenário, Rel. Min. Eros Grau, Julgamento em


30/05/2007)

Questão 20 - ESAF/ACE-MDIC/2012

Na entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou


jurídica, pode-se afirmar que há operação relativa à circulação de mercadoria
sujeita à incidência do ICMS em operação de arrendamento mercantil
contratado pela indústria aeronáutica de grande porte para viabilizar o uso,
pelas companhias de navegação aérea, de aeronaves por ela construídas.

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Comentário: De acordo com o STF, não há operação relativa à circulação de


mercadoria sujeita à incidência do ICMS em operação de arrendamento
mercantil contratado pela indústria aeronáutica de grande porte para viabilizar
o uso, pelas companhias de navegação aérea, de aeronaves por ela
construídas. Questão Errada.

A respeito das operações de leasing, vamos guardar o seguinte


esquema:

Leasing realizado dentro do país (sem importação) ^ não há incidência


de ICMS. Só há incidência quando ocorrer a venda, ao final do contrato de
leasing.

Leasing internacional ^ incide o ICMS, salvo quando não houver opção de


compra e existir a possibilidade de devolução do bem para o arrendador.

Leasing internacional de aeronaves ^ não há incidência do ICMS (porque,


na prática, não ocorre a transferência do bem)

A Suprema Corte também diferencia a circulação em massa de software


daqueles em que há o licenciamento ou cessão do direito de uso:

EMENTA: TRIBUTÁRIO. ESTADO DE SÃO PAULO. ICMS. PROGRAMAS DE


COMPUTADOR (SOFTWARE). COMERCIALIZAÇÃO. No julgamento do RE
176.626, Min. Sepúlveda Pertence, assentou a Primeira Turma do STF a
distinção, para efeitos tributários, entre um exemplar standard de
programa de computador, também chamado "de prateleira", e o
licenciamento ou cessão do direito de uso de software. A produção em
massa para comercialização e a revenda de exemplares do corpus
mechanicum da obra intelectual que nele se materializa não
caracterizam licenciamento ou cessão de direitos de uso da obra, mas
genuínas operações de circulação de mercadorias, sujeitas ao ICMS.
Recurso conhecido e provido.

(STF, RE 199.464/SP, Primeira Turna, Rel. Min. Ilmar Galvão, Julgamento em


02/03/1999)

Na mesma linha, segue a Súmula 662 do STF:

Súmula STF 662 - É legítima a incidência do ICMS na comercialização de


exemplares de obras cinematográficas, gravados em fitas de videocassete.

Perceba que, como no RE 199.464, acima citado, o texto da súmula se


refere à comercialização em massa de exemplares de obras cinematográficas.
Por outro lado, quando a gravação é feita mediante solicitação de outrem, mas
não destinada ao público em geral, ocorre a incidência do ISS (RE 183.190).

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Questão 21 - INÉDITA/2014

José Antônio, um rico fazendeiro, contrata uma empresa renomada em sua


cidade para realizar a filmagem do casamento de sua filha. Sobre essa
operação, incide ICMS.

Comentário: Quando não há comercialização de exemplares, em prateleiras


de supermercados, lojas etc., não há que se falar em operação sujeita ao
ICMS. Atente-se para o fato de que tanto o julgado referente às vendas de
programas de computador como o da comercialização de obras
cinematográficas seguem a mesma lógica. Questão errada.

Ainda no que se refere aos softwares, o STF já decidiu que incide ICMS,
mesmo que não haja bem corpóreo:

"Ementa: (...) 8. ICMS. Incidência sobre softwares adquiridos por meio


de transferência eletrônica de dados (art. 2°, § 1°, item 6, e art. 6°, §
6°, ambos da Lei impugnada). Possibilidade. Inexistência de bem
corpóreo ou mercadoria em sentido estrito. Irrelevância."

(STF, ADI 1.945-MC/MT, Plenário, Rel. p/ Acórdão Min. Gilmar Mendes,


Julgamento em 26/05/2010)

Questão 22 - CESPE/PROCURADOR-MP-TCDF/2013

Conforme o entendimento do STF, o ICMS incide sobre a aquisição de


software, ainda que a compra seja feita mediante transferência eletrônica de
dados, sem que haja uma base física que caracterize o corpus mechanicum da
criação intelectual.

Comentário: De acordo com o STF, não é necessário que haja transferência


física de mercadorias, para que haja incidência do ICMS. Sendo assim, há
incidência de ICMS sobre softwares adquiridos por meio de transferência
eletrônica de dados. Questão correta.

O entendimento do STJ é o de que só incide ICMS sobre o valor da tarifa


de energia elétrica correspondente à demanda de potência efetivamente
utilizada, não havendo, portanto incidência desse imposto sobre a demanda
contratada pelo adquirente:

Súmula STJ 391 - O ICMS incide sobre o valor da tarifa de energia elétrica
correspondente à demanda de potência efetivamente utilizada.

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Questão 23 - CESPE/JUIZ-TJ-MA/2013

Não incide ICMS sobre o valor da tarifa de energia elétrica correspondente à


demanda de potência efetivamente utilizada.

Comentário: Conforme a Súmula n° 391 do STJ, há incidência de ICMS sobre


o valor de tarifa de energia elétrica correspondente à demanda de potência
efetivamente utilizada. Cuidado, pois pode vir em sua prova a palavra
"potencialmente", o que faz inverter a resposta. Questão errada.

Súmula STJ 457 - Os descontos incondicionais nas operações mercantis não


se incluem na base de cálculo do ICMS.

Acrescente-se que, para o STJ, não há fato gerador do ICMS sobre


prestação de serviço interestadual com a finalidade de exportação das
mercadorias:

TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


ESPECIAL. ICMS. EXPORTAÇÃO QUE DESTINE MERCADORIA AO EXTERIOR.
NÃO INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
INTERESTADUAL. AGRAVO NÃO PROVIDO.

1. "Os precedentes jurisprudenciais desta Corte Superior afirmam


pela não incidência do ICMS sobre serviço de transporte
interestadual de mercadorias destinadas ao exterior, pois o art. 3°, II,
da LC n. 87/96 tem por finalidade a desoneração do comércio exterior
como pressuposto para o desenvolvimento nacional com a
diminuição das desigualdades regionais pelo primado do trabalho"
(...)

(STJ, AgRg no REsp 1.292.197/SC, Primeira Turma, Rel. Min. Arnaldo


Esteves Lima, Julgamento em 03/09/2013)

Ainda sobre a imunidade do ICMS sobre operações de exportação de


mercadorias e serviços para o exterior, o STF proferiu uma importante decisão,
cuja ementa será parcialmente transcrita abaixo:

"O conceito de receita, acolhido pelo art. 195, I, b, da CF, não se confunde
com o conceito contábil."

"Sob o específico prisma constitucional, receita bruta pode ser definida


como o ingresso financeiro que se integra no patrimônio na condição
de elemento novo e positivo, sem reservas ou condições."

"O aproveitamento dos créditos de ICMS por ocasião da saída imune

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para o exterior não gera receita tributável. Cuida-se de mera


recuperação do ônus econômico advindo do ICMS, assegurada
expressamente pelo art. 155, § 2°, X, a, da CF."

"Adquirida a mercadoria, a empresa exportadora pode creditar-se do ICMS


anteriormente pago, mas somente poderá transferir a terceiros o saldo
credor acumulado após a saída da mercadoria com destino ao
exterior (art. 25, § 1°, da LC 87/1996)."

(STF, Plenário, RE 606.107/RS, Rel. Min. Rosa Weber, Julgamento em


22/05/2013, com repercussão geral)

Na realidade, este assunto é bastante específico do estudo do ICMS, não


sendo razoável entrar em detalhes sobre o tema, já que este assunto
normalmente é cobrado na disciplina de Legislação Tributária Estadual, nos
concursos da área fiscal estadual.

No entanto, é importante inseri-lo no curso, por conta de uma cobrança


da ESAF sobre esse Recurso Extraordinário, na prova de Auditor-Fiscal da
Receita Federal em 2014.

Além de prestar atenção nas principais frases retiradas da ementa deste


julgamento, o candidato deve saber que a imunidade do ICMS sobre
exportação permite o aproveitamento dos créditos de ICMS
decorrentes das operações e prestações que antecedem as
exportações.

O mecanismo é aplicável, por exemplo, àquelas mercadorias que são


frutos de uma cadeia de produção e comercialização, antes de serem
efetivamente destinadas ao exterior.

Outro benefício concedido aos exportadores é possibilidade de transferir


a outros contribuintes (terceiros) os créditos acumulados de exportações que
não foram compensados com os débitos de ICMS.

Decorar a literalidade dos principais julgamentos é


sempre o melhor caminho para enfrentar as questões
jurisprudenciais da ESAF.

Questão 24 - ESAF/AFRFB/2014

A desoneração do ICMS - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de


Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e

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Intermunicipal e de Comunicação - das exportações, cuja finalidade é o


incentivo a estas, desonerando as mercadorias nacionais do seu ônus
econômico, de modo a permitir que as empresas brasileiras exportem
produtos, e não tributos - imuniza as operações de exportação e assegura a
manutenção e o aproveitamento do montante do imposto (ICMS) cobrado nas
operações e prestações anteriores.
Consoante entendimento do STF sobre tal dispositivo, podemos afirmar,
exceto, que:
a) o aproveitamento dos créditos de ICMS, por ocasião da saída imune para o
exterior, gera receita tributável por parte da Cofins e da Contribuição para o
PIS.
b) adquirida a mercadoria, a empresa exportadora pode creditar-se do ICMS
anteriormente pago, mas somente poderá transferir a terceiros o saldo credor
acumulado após a saída da mercadoria com destino ao exterior.
c) sob o específico prisma constitucional, receita bruta pode ser definida como
o ingresso financeiro que se integra no patrimônio na condição de elemento
novo e positivo, sem reservas ou condições.
d) o aproveitamento de créditos de ICMS, por ocasião da saída imune para o
exterior, constitui mera recuperação do ônus econômico advindo do ICMS,
assegurada expressamente pela Constituição Federal.
e) o conceito de receita, acolhido pela Constituição Federal, não se confunde
com o conceito contábil.

Comentário:

Alternativa A: O STF foi claro, no sentido de que o aproveitamento dos


créditos de ICMS por ocasião da saída imune para o exterior não gera receita
tributável. Item errado.

Alternativa B: No momento da aquisição, a empresa exportadora pode


creditar-se do valor que já foi pago nas demais operações, a título de ICMS. No
entanto, a transferência dos créditos acumulados só pode ocorrer após a saída
da mercadoria com destino ao exterior. Item correto.

Alternativa C: Sob a ótica da Constituição Federal, receita bruta pode ser


definida como o ingresso financeiro que se integra no patrimônio na condição
de elemento novo e positivo, sem reservas ou condições. Item correto.

Alternativa D: O aproveitamento de créditos de ICMS constitui recuperação


do valor que já foi pago nas etapas anteriores, estando constitucionalmente
assegurado pelo art. 155, § 2°, X, a. Item correto.

Alternativa E: O conceito de receita, acolhido pelo art. 195, I, b, da CF/88,


não se confunde com o conceito contábil. Como vimos, sob o prisma
constitucional, receita bruta pode ser definida como o ingresso financeiro que
se integra no patrimônio na condição de elemento novo e positivo, sem
reservas ou condições. Item correto.

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Gabarito: Letra A

Não há incidência de ICMS sobre serviços acessórios, intermediários ou


suplementares à transmissão de informações de qualquer natureza:

1. A prestação de serviços conexos ao de comunicação (que são


preparatórios, acessórios ou intermediários da comunicação) não se
confunde com a prestação da atividade fim do processo de
transmissão (emissão ou recepção) de informações de qualquer
natureza, esta sim, passível de incidência pelo ICMS.

2. Desse modo, a despeito de alguns deles serem essenciais à efetiva


prestação do serviço de comunicação e admitirem a cobrança de tarifa pela
prestadora do serviço (concessionária de serviço público), por assumirem o
caráter de atividade meio, não constituem, efetivamente, serviços de
comunicação, razão pela qual não é possível a incidência do ICMS.

(STJ, AgRg no REsp 1.197.495/GO, Primeira Turma, Rel. Min. Napoleão Nunes
Maia Filho, Julgamento em 30/08/2013)

Súmula STJ 350 - O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de


telefone celular.

O mesmo raciocínio foi utilizado pelo STJ (AgRg no Ag 1.108.510/RJ)


para os serviços acessórios ou preparatórios de TV a cabo.

Marque incorreta qualquer assertiva que mencione a


incidência do ICMS sobre serviços de habilitação,
religação, conta detalhada, troca de usuário, instalação de
ponto (no caso de TV) ou outros serviços acessórios.

Também precisamos saber que a produção de programas televisivos


não se sujeita ao ICMS (AgRg no REsp 788.583/MG), entretanto, a
transmissão de sinais onerosa (a veículação dos programas na TV a cabo) está
sujeita ao imposto (AgRg no REsp 1.064.596/SP).

Outra jurisprudência relevante (não vou inseri-la aqui, pois sua ementa é
muito grande) diz respeito à incidência do ICMS sobre operações de roaming
de telefone celular (REsp 1.202.437/MT):

> Incide ICMS sobre operações de roaming;


> Sujeito passivo: operadora que viabilizou a chamada (aquela que possui
cobertura na área de onde partiu a ligação);

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> Sujeito ativo: Estado em que estiver instalada a estação que receber a
solicitação do serviço (onde se localiza a operadora que viabilizou a
chamada).

Súmula STJ 334 - O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à
Internet.
1. O acórdão embargado reconheceu a incidência do ICMS sobre os
valores cobrados a título de assinatura básica, pois abrangem uma
franquia de pulsos mínimos por mês e, portanto, remuneram, pelo
menos em parte, o próprio serviço de comunicação.

3. Tratando-se de simples assinatura - que não abrange franquia de


pulsos -, tal como prevista na cláusula 1° do Convênio ICMS 69/98, deve ser
reconhecida a ilegalidade da incidência do ICMS sobre valores
cobrados a esse título, por tratar-se de serviço preparatório e
atividade-meio, que não se confunde com o próprio serviço de
comunicação, este sim tributado pelo imposto. Precedentes de ambas as
Turmas de Direito Público.

(STJ, EDcl no REsp 1.022.257/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Castro Meira,
Julgamento em 09/12/2008)

No que se refere aos serviços meramente acessórios, o STJ já decidiu


que:

2. A jurisprudência do STJ encontra-se pacificada no sentido de que o disposto


no art. 2°, III, da LC 87/96, só contempla o ICMS sobre os serviços de
comunicação stricto sensu, não sendo possível, pela tipicidade
fechada do direito tributário, estender-se aos serviços meramente
acessórios ou preparatórios. Precedentes.

(STJ,REsp 848.490/RJ, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, Julgamento


em 16/09/2008)

No caso julgado, o STJ decidiu que não há incidência de ICMS sobre


locação de pagers, por se tratar de atividade acessória.

Destaque-se que, para o STF, o fornecimento de água tratada à


população não se caracteriza como operação de circulação de mercadoria, não
havendo, portanto, incidência de ICMS:

EMENTA Tributário. ICMS. Fornecimento de água tratada por concessionárias


de serviço público. Não incidência. Ausência de fato gerador. 1. O
fornecimento de água potável por empresas concessionárias desse
serviço público não é tributável por meio do ICMS. 2. As águas em

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estado natural são bens públicos e só podem ser exploradas por particulares
mediante concessão, permissão ou autorização. 3. O fornecimento de água
tratada à população por empresas concessionárias, permissionárias ou
autorizadas não caracteriza uma operação de circulação de
mercadoria. 4. Precedentes da Corte. Tema já analisado na liminar concedida
na ADI n° 567, de relatoria do Ministro Ilmar Galvão, e na ADI n° 2.224-5-DF,
Relator o Ministro Néri da Silveira. 5. Recurso extraordinário a que se nega
provimento.

(STF, RE 607.056/RJ, Plenário, Rel. Min. Dias Toffoli, Julgamento em


10/04/2013)

Note ainda que:

Súmula STJ 432 - As empresas de construção civil não estão obrigadas a


pagar ICMS sobre mercadorias adquiridas como insumos em operações
interestaduais.

O caso se refere à cobrança da alíquota diferencial de ICMS, quando


determinada empresa é consumidora final da mercadoria e contribuinte do
imposto. No entender do STJ, tais empresas não são contribuintes do ICMS, de
modo que não estão sujeitas ao pagamento do diferencial de alíquotas
(diferença entre alíquota estadual e a interna do estado do destinatário).

Não vamos nos aprofundar nisso, pois, como sempre digo e vale
relembrar, a banca cobrará o tema de forma literal, da mesma forma como o
CESPE o fez:

Questão 25 - CESPE/Procurador-TCE-ES/2009

Segundo o STJ, é legítima a cobrança de ICMS sobre operações interestaduais


realizadas por empresa de construção civil, quando da aquisição de bens
necessários ao desempenho de sua af ividade fim.

Comentário: Não sendo a empresa de construção civil considerada


contribuinte do ICMS, não há que se falar em pagamento de alíquota
diferencial. Questão errada.

Súmula STJ 431 - É ilegal a cobrança de ICMS com base no valor da


mercadoria submetido ao regime de pauta fiscal.

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A fim de que você entenda melhor qual é a real proibição do STJ,


acompanhe o seguinte raciocínio:

1 - Está consolidado na jurisprudência da 1a Seção, deste Superior Tribunal de


Justiça, que é impossível, segundo as regras do ordenamento jurídico
tributário, prestigiar-se a cobrança de ICMS com base no valor da
mercadoria apurado em pauta fiscal.
(...)
3 - "O art. 148, do CTN, somente pode ser invocado para estabelecimento de
bases de cálculo, que levam ao cálculo do tributo devido, quando a ocorrência
dos fatos geradores é comprovada, mas o valor ou preço de bens,
direitos, serviços ou atos jurídicos registrados pelo contribuinte não
mereçam fé, ficando a Fazenda Pública autorizada a arbitrar o preço, dentro
de processo regular. A invocação desse dispositivo somente é cabível, como
magistralmente comenta Aliomar Baleeiro, quando o sujeito passivo for
omisso, reticente ou mendaz em relação a valor ou preço de bens, direitos,
serviços (...)"

(STJ, AgRg no REsp 119337, Primeira Turma, Rel. Min. José Delgado,
Julgamento 22/06/1999)

Vejamos, então, que a ESAF cobrou o assunto:

Questão 26 - ESAF/APOF-SEFAZ-SP/2009

E ilegal a cobrança de ICMS com base em valores previstos em pauta fiscal.

Comentário: Veja que não é proibido arbitrar o preço de mercadorias. O que


se quer coibir é o uso de pauta fiscal para cobrança generalizada do tributo.
Questão correta.

Vejamos, a partir de agora, algumas decisões dos tribunais acerca do


princípio da não cumulatividade, aplicável ao ICMS:

1. O creditamento do ICMS somente é factível nas hipóteses restritas


constantes do § 1°, do artigo 20, da Lei Complementar n° 87/96, qual seja a
entrada de mercadorias que façam parte da atividade do
estabelecimento. Consectariamente, é de clareza hialina que o direito de
creditamento do ICMS pago anteriormente somente exsurge quando
se tratar de insumos que se incorporam ao produto final ou que são
consumidos no curso do processo de industrialização.

(STJ, REsp 889.414/RJ, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, Julgamento em
17/04/2008)

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Portanto, se o insumo não se incorpora ao produto final nem é


consumido no curso do processo de industrialização, não há que se falar em
creditamento de ICMS.

Ainda sobre a não cumulatividade do ICMS, o STJ publicou a seguinte


súmula:

Súmula STJ 509 - É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos de


ICMS decorrentes de nota fiscal posteriormente declarada inidônea, quando
demonstrada a veracidade da compra e venda.

O caso se refere ao comerciante de boa-fé que adquire mercadoria, cuja


nota fiscal só é declarada inidônea pelo fisco em momento posterior ao negócio
jurídico. Nesse caso, no entender do Superior Tribunal de Justiça, é lícito o
aproveitamento dos créditos, em face do princípio da não
cumulatividade.

O sujeito ativo da relação jurídico-tributária do ICMS é o Estado onde


estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário
jurídico da mercadoria (alínea "a" do inciso IX do § 2o do art. 155 da Carta
de Outubro); pouco importando se o desembaraço aduaneiro ocorreu
por meio de ente federativo diverso. Recurso extraordinário desprovido.

(STF, RE 299.079/RJ, Primeira Turma, Rel. Min. Carlos Britto, Julgamento em


30/06/2004)

Questão 27 - ESAF/ACE-MDIC/2012

O sujeito ativo da relação jurídico-tributária do ICMS é o Estado onde estiver


situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário jurídico da
mercadoria, pouco importando se o desembaraço aduaneiro ocorreu por meio
de ente federativo diverso.

Comentário: O que importa é saber o estado onde está localizado o


destinatário jurídico da mercadoria, ou seja, o legítimo importador, quem
promoveu o ingresso da mercadoria no território nacional. O caso em questão
tratava de uma empresa que importou mercadorias, enviando-as diretamente
ao estabelecimento adquirente delas em território nacional. Questão correta.

Outra jurisprudência já cobrada pela ESAF em 2012:

ICMS - MERCADORIA IMPORTADA - INTERMEDIAÇÃO - TITULARIDADE DO


TRIBUTO. O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços cabe
ao Estado em que localizado o porto de desembarque e o destinatário
da mercadoria, não prevalecendo a forma sobre o conteúdo, no que

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procedida a importação por terceiro consignatário situado em outro


Estado e beneficiário de sistema tributário mais favorável.

(STF, RE 268.586/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Marco Aurélio, Julgamento em


24/05/2005)

Questão 28 - ESAF/ACE-MDIC/2012

O ICMS cabe ao Estado em que estiver localizado o porto de desembarque e o


destinatário da mercadoria, não prevalecendo a forma sobre o conteúdo, no
que procedida a importação por terceiro consignatário situado em outro Estado
e beneficiário de sistema tributário mais favorável.

Comentário: Embora pareça que o posicionamento da Suprema Corte se


alterou nesse último julgado, saiba que este se refere a um caso em que a
importação era feita por uma empresa onde possuía benefícios fiscais para
depois alienar para a real adquirente das mercadorias. Ou seja, tratava-se de
operações simuladas. Nesse sentido, entendeu-se que a forma não pode
prevalecer sobre o conteúdo. Ou seja, cabe ICMS no Estado do real importador
das mercadorias. Questão correta.

Observação: No primeiro caso, houve, de fato, a compra da mercadoria. No


segundo, houve uma simulação. Essa é a diferença entre as duas situações
decididas pelo STF.

Quando há operações interestaduais em que se verifique algum tipo de

benefício fiscal no Estado de origem, o crédito de ICMS deve corresponder


ao que foi efetivamente recolhido, e não ao que seria presumidamente
pago em uma operação normal:

"A jurisprudência desta Corte possui entendimento firmado no sentido de que,


nas operações interestaduais, o preditamento do ICMS na operação
subsequente deve corresponder ao montante que foi efetivamente
recolhido na operação anterior."

(STF, RE 491.651-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,


Julgamento em 08/05/2012)

A jurisprudência do STF firmou-se no sentido da constitucionalidade da


inclusão, na base de cálculo do ICMS, do acréscimo correspondente
ao financiamento realizado pelo próprio alienante nas vendas a
prazo, sempre que integre o valor da operação.

(STF, AI 697.323-AgR/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Rosa Weber,

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Julgamento em 26/02/2013)

No mesmo sentido, "a jurisprudência do STF entende que não há


diferenciação entre operações de venda à vista e a prazo, para fins de
incidência de ICMS" (AI 559.807-AgR).

Questão 29 - INÉDITA/2014

De acordo com posicionamento firmado pelo STF, é constitucional a inclusão na


base de cálculo do ICMS do acréscimo correspondente ao financiamento
realizado pelo próprio alienante de vendas a prazo, desde que integre o valor
da operação.

Comentário: É exatamente esse o entendimento do STF. Leve-o para a prova.


Questão correta.

2.2.3 - Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores

No que diz respeito ao IPVA, é importante que você não se esqueça do


julgado que vimos no início dessa aula, que diz que "Os Estados-membros
estão legitimados a ditar as normas gerais referentes ao IPVA, no
exercício da competência concorrente prevista no artigo 24, § 3°, da
Constituição do Brasil."

"Ementa: (...) 1. Em arrendamento mercantil, a arrendante é responsável


solidária para o adimplemento da obrigação tributária concernente
ao IPVA, nos termos do art. 1°, § 7° da Lei Federal n. 7.431/85, por ser
ela possuidora indireta do bem arrendado e conservar a propriedade
até o final do pacto."

(STJ, REsp 897.205/DF, Segunda Turma, Rel. Min. HUmberto Martins,


Julgamento em 13/03/2007)

EMENTA: IPVA - Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (CF,


art. 155, III; CF 69, art. 23, III e § 13, cf. EC 27/85): campo de incidência
que não inclui embarcações e aeronaves.

(STF, RE 134.509/AM, Plenário, Rel. Min. Marco Aurélio, Julgamento em


29/05/2002)

Questão 30 - ESAF/ACE-MDIC/2012

Consoante entendimento do Supremo Tribunal Federal, o conceito de veículo


automotor alcança embarcações e aeronaves.

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Comentário: De acordo com o STF, o campo de incidência do Imposto sobre


Propriedade de Veículos Automotores não inclui embarcações e aeronaves.
Questão errada.

Questão 31 - CESPE/PROCURADOR-MP-TCDF/2013

Constitui fato gerador do imposto sobre propriedade de veículos automotores


(IPVA) a propriedade de veículos automotores, incluindo-se a de embarcações
e aeronaves.

Comentário: Agora foi a vez do CESPE cobrar o mesmo posicionamento do


STF. Para a Corte, o campo de incidência do Imposto sobre Propriedade de
Veículos Automotores não inclui embarcações e aeronaves. Questão errada.

2.3- Impostos de Competência dos Municípios

2.3.1 - Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana

" é inconstitucional a majoração do IPTU sem edição de lei em sentido formal,


vedada a atualização, por ato do Executivo, em percentual superior aos
índices oficiais."

(STF, RE 648.245, Plenário, Rel. Min. Gilmar Mendes, Julgamento em


01/08/2013, DJE de 24/02/2014, com repercussão geral)

Já estudamos esse assunto em aula anterior. Naquele momento,


apresentamos a Súmula 160 do STJ. De qualquer maneira, é sempre bom
frisar, sobretudo porque o tema foi objeto de repercussão geral no âmbito do
STF.

Questão 32 - CESPE/JUIZ FEDERAL-23 REGIÃO/2013

O município pode atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual não


superior ao índice oficial de correção monetária.

Comentário: É isso aí. Alterações superiores aos índices oficiais caracterizam


majoração de tributo, estando, portanto, sujeitas ao princípio da legalidade.
Questão correta.

No que se refere à tributação com base em alíquotas diversas em razão


da destinação do imóvel, há que se destacar o seguinte:

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.


CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IPTU. ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS. OFENSA
À CONSTITUIÇÃO FEDERAL. AUSÊNCIA I - A jurisprudência da Corte é no

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sentido de que não viola a Constituição Federal a fixação de alíquotas


diversas do IPTU em razão da destinação do imóvel. Precedentes II -
Agravo regimental improvido.

(STF, AI 470.555/RJ, Primeira Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,


Julgamento em 21/06/2007)

Outra jurisprudência importante do STF a respeito do IPTU diz respeito à


progressividade de alíquotas:

Súmula STF 668 - É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido,


antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU,
salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade
urbana.

A EC 29/00 acrescentou dois incisos ao § 1° do art. 156 da CF/88. O


primeiro diz respeito à possibilidade de se ter alíquotas progressivas em função
do valor do imóvel. O segundo menciona a permissão para se estabelecer
alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.

Questão 33 - INÉDITA/2014

A câmara de vereadores do município XY editou uma lei, em 2002, prevendo


alíquotas progressivas em função do valor do imóvel. Nesse sentido, conforme
jurisprudência do STF, a referida lei é inconstitucional.

Comentário: A lei foi editada depois da EC 29/2000. Por esse motivo, a lei é
considerada constitucional, conforme o posicionamento do STF. Questão
errada.

Questão 34 - ESAF/ISS-RJ/2010

A cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano em alíquotas diferenciadas


em razão da destinação dos imóveis não afronta a Constituição da República.

Comentário: De acordo com o art. 156, § 1°, II, da CF/88, permite-se


diferenciar as alíquotas do IPTU, conforme o uso do imóvel. Questão correta.

Guarde também que é inconstitucional a progressividade de alíquotas do


IPTU em função do número de imóveis do contribuinte. Sobre o assunto,
vejamos o que diz a Súmula 589 do STF:

Súmula STF 589 - É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do


Imposto Predial e Territorial Urbano em função do número de imóveis do
contribuinte.

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Questão 35 - CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012

E inconstitucional a fixação de adicional progressivo do IPTU em função do


número de imóveis do contribuinte.

Comentário: Conforme a Súmula 589 do STF, é iconstitucional a fixação de


adicional progressivo do Imposto Predial e Territorial Urbano em função do
número de imóveis do contribuinte.Questão correta.

Súmula STF 539 - É constitucional a lei do município que reduz o imposto


predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não
possua outro.

Questão 36 - ESAF/ISS-RJ/2010

É inconstitucional a lei do município que reduz o imposto predial urbano sobre


imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro.

Comentário: De acordo com a Súmula 539 do STF, é permitido reduzir o IPTU


sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro.
Questão errada.

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL.


TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE IMÓVEL TERRITORIAL E
URBANA. IPTU. PROGRESSIVIDADE. ALÍQUOTA ÚNICA. VARIAÇÃO DA BASE
DE CÁLCULO CONFORME A ESSENCIALIDADE OU A FRIVOLIDADE DO BEM
(TIPOS DE IMÓVEL PRECÁRIO, POPULAR, MÉDIO, FINO E LUXO). ÍNDICE
PRÓPRIO PARA MENSURAR A CAPACIDADE CONTRIBUTIVA E DAR DIMENSÃO
EXTRAFISCAL À EXAÇÃO. UTILIZAÇÃO ANTES DA EC 29/2000.
IMPOSSIBILIDADE. (...) 2. O efeito extrafiscal ou a calibração do valor
do tributo de acordo com a capacidade contributiva não são obtidos
apenas pela modulação da alíquota. O escalonamento da base de
cálculo pode ter o mesmo efeito. 3. Ao associar o tipo de construção
(precário, popular, médio, fino e luxo) ao escalonamento crescente da
avaliação do valor venal do imóvel, a Lei 3.326/1996 do Município de
Campo Grande passou a graduar o valor do tributo de acordo com
índice hábil à mensuração da frivolidade ou da essencialidade do bem,
além de lhe conferir mais matizes para definição da capacidade
contributiva. Impossibilidade, nos termos do texto constitucional anterior à
inovação trazida pela EC 29/2000. Agravo regimental ao qual se nega
provimento.

(STF, AI 583.636-AgR/MS, Segunda Turma, Min. Rel. Joaquim Barbosa,


Julgamento em 06/04/2010)

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A base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel. Contudo, para se


chegar ao valor venal, vários critérios são utilizados pelos municípios. Um dos
critérios poderia ser o tipo de construção (precário, popular, médio, fino e
luxo). Ou seja, à medida que o padrão da construção aumente, haverá
consequente escalonamento da base de cálculo. Como o tributo é calculado
multiplicando-se a base de cálculo pela alíquota, de acordo com a Suprema
Corte, é possível conferir progressividade ao tributo, variando a base de
cálculo e mantendo alíquota única.

"Será que isso algum dia vai cair em prova, professor?" Já caiu!!! Veja:

Questão 37 - ESAF/ISS-RJ/2010

O efeito extrafiscal ou a calibração do valor do tributo de acordo com a


capacidade contributiva não são obtidos apenas pela modulação da alíquota. O
escalonamento da base de cálculo pode ter o mesmo efeito. Ao associar o tipo
de construção (precário, popular, médio, fino e luxo) ao escalonamento
crescente da avaliação do valor venal do imóvel, pode-se graduar o valor do
tributo de acordo com índice hábil à mensuração da frivolidade ou da
essencialidade do bem, além de lhe conferir mais matizes para definição da
capacidade contributiva.

Comentário: Com base no que acabamos de explicar, a questão está


corretíssima!

Um detalhe muito relevante sobre o ITR é a questão da sua


incidência, em vez do IPTU, quando o imóvel for utilizado em
exploração vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial. Segue a
decisão do STJ:

TRIBUTÁRIO. IPTU. ITR. FATO GERADOR. IMÓVEL SITUADO NA ZONA


URBANA. LOCALIZAÇÃO. DESTINAÇÃO. CTN, ART. 32. DECRETO-LEI N.
57/66. VIGÊNCIA. 1. Ao ser promulgado, o Código Tributário Nacional
valeu-se do critério topográfico para delimitar o fato gerador do
Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e o
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR): se o imóvel
estivesse situado na zona urbana, incidiria o IPTU; se na zona rural, incidiria o
ITR. 2. Antes mesmo da entrada em vigor do CTN, o Decreto-Lei n° 57/66
alterou esse critério, estabelecendo estarem sujeitos à incidência do ITR os
imóveis situados na zona rural quando utilizados em exploração vegetal,
agrícola, pecuária ou agroindustrial. 3. A jurisprudência reconheceu validade
ao DL 57/66, o qual, assim como o CTN, passou a ter o status de lei
complementar em face da superveniente Constituição de 1967. Assim, o
critério topográfico previsto no art. 32 do CTN deve ser analisado em
face do comando do art. 15 do DL 57/66, de modo que não incide o
IPTU quando o imóvel situado na zona urbana receber quaisquer das

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destinações previstas nesse diploma legal.

(STJ, REsp 492.869/PR, Primeira Turma, Min. Rel. Teori Albino Zavascki,
Julgamento em 15/02/2005)

De acordo com o STJ, se o imóvel tiver as destinações


especificadas no Decreto-lei 57/1966, incide ITR, ainda
que localizado em zona urbana do município. Contudo, só
adote isso na prova, se a questão requisitar
expressamente o entendimento do STJ!!!

Repare que o CESPE requisitou a jurisprudência do STJ. Teve de fazer


isso expressamente, sob pena de a questão ficar sujeita a muitos recursos:

Questão 38 - CESPE/PROCURADOR-MP-TCDF/2013

Segundo o STJ, incide o imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR), e


não o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU), sobre
imóveis comprovadamente utilizados para exploração extrativa, vegetal,
agrícola, pecuária ou agroindustrial, ainda que localizados em áreas
consideradas urbanas por legislação municipal.

Comentário: Com base no entendimento do STJ, mesmo que o imóvel esteja


situado em zona urbana (segundo critérios do art. 32 do CTN), se receber
alguma das destinações previstas no DL 57/66, haverá incidência de ITR.
Questão correta.

TRIBUTÁRIO - IPTU - CONTRIBUINTE - POSSUIDOR - ART. 34 DO CTN. 1. O


IPTU é imposto que tem como contribuinte o proprietário ou o
possuidor por direito real que exerce a posse com animus definitivo -
art. 34 do CTN.

(STJ, REsp 325.489/SP, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, Julgamento
em 19/11/2002)

No sentido da decisão acima, o locatário não pode ser considerado


contribuinte de imóvel alugado (não exerce a posse com animus definitivo).

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2.3.2 - Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis

A respeito do ITBI, não há muito o que guardar. O mais relevante está


mencionado no nosso curso, a seguir:

"Imposto de transmissão de imóveis, inter vivos - ITBI: alíquotas


progressivas: a CF não autoriza a progressividade das alíquotas,
realizando-se o princípio da capacidade contributiva
proporcionalmente ao preço da venda."

(STF, RE 234.105, Plenário, Rel. Min. Carlos Velloso, Julgamento em


08/04/1999)

Na mesma direção, tome conhecimento da Súmula 656 do STF:

Súmula STF 656 - É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas


progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI
com base no valor venal do imóvel.

Questão 39 - FGV/ICMS-RJ/2010

é inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de


transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI, com base no valor venal do
imóvel.

Comentário: Questão retirada integralmente da Súmula 656 do STF, estando,


portanto, correta.

Ademais, o mero contrato de promessa não constitui fato gerador do


ITBI, sendo necessária a existência de registro do instrumento no cartório
competente:

"RECURSO EXTRAORDINÁRIO - IMPOSTO DE TRANSMISSÃO INTERVIVOS DE


BENS IMÓVEIS - FATO GERADOR - CESSÃO DE DIREITOS. A cobrança do
Imposto de Transmissão Intervivos de Bens Imóveis está vinculada à
existência de registro do instrumento no cartório competente."

(STF, AI 646.443-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Marco Aurélio, Julgamento


em 16/12/2008)

Questão 40 - CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012

Na doação de bem imóvel, há incidência do ITBI.

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Comentário: Na doação de bem imóvel incide ITCMD, e não ITBI. Questão


errada.

Cuidado! Embora exista a Súmula 328 do STF (editada


em 1963!), atualmente a competência para instituir
imposto sobre transferência de bens imóveis a título
gratuito é dos Estados (por meio do ITCMD). O ITBI, de
competência municipal, incide sobre transmissões
onerosas!

2.3.3 - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza

Vejamos, a partir de agora, o último assunto da nossa aula: o ISS! Sobre


o tema, temos as seguintes jurisprudências:

"(...) De igual maneira, é firme a orientação de que não incide o ISS


sobre a atividade-meio utilizada na prestação do serviço, como é o
caso da atividade de secretaria (anotação de recados e digitação de
mensagens) envolvida na prestação de serviços de "radiochamada"
por intermédio de pagers."

(STJ,REsp 848.490/RJ, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, Julgamento


em 16/09/2008)

Atividade-meio indispensável ao alcance da atividade-fim não sofre


incidência de ISS. Esse entendimento é pacífico no âmbito do STJ.

Além disso, destaque-se que não há incidência de ICMS, quando fica


clara a ausência de prestação de serviços a terceiros:

TRIBUTÁRIO. INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA. CONSTRUÇÃO FEITA PELO


INCORPORADOR EM TERRENO PRÓPRIO. ISS. NÃO INCIDÊNCIA. AUSÊNCIA
DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO A TERCEIRO. 1. Nos termos da jurisprudência
desta Corte, não incide ISS na hipótese de construção feita pelo próprio
incorporador, haja vista que, se a construção é realizada por ele
próprio, em terreno próprio, não há falar em prestação de serviços a
terceiros, mas a si próprio, o que descaracteriza o fato gerador.

(STJ, AgRg REsp 1.295.814/MS, Rel. Min. Sérgio Kukina, Julgamento em


03/10/2013)

Essa decisão se mantém no âmbito da Segunda Turma do STJ (REsp


1.166.039).

Ademais, o STF também já editou súmula vinculante, vedando a


incidência do ISS sobre operações de locação de bens móveis:

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Súmula Vinculante 31 - É inconstitucional a incidência do Imposto sobre


Serviços de Qualquer Natureza - ISS sobre operações de locação de bens
móveis dissociadas da prestação de serviços.

Ressalte-se que a referida súmula não exonera a incidência do ISS sobre


a prestação de serviços concomitante à locação de bens móveis:

"A Súmula Vinculante 31 não exonera a prestação de serviços


concomitante à locação de bens móveis do pagamento do ISS. Se
houver ao mesmo tempo locação de bem móvel e prestação de
serviços, o ISS incide sobre o segundo fato, sem atingir o primeiro."

(STF, ARE 656.709-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa,


Julgamento em 14/02/2012)

Questão 41 - CESPE/JUIZ-TJ-AC/2012

Ocorrendo contrato de locação de bens móveis, é possível a instituição de ISS,


uma vez que a locação de bens móveis equipara-se à locação de serviços,
dada a aplicação extensiva atribuída aos contratos pelo Código Civil brasileiro.

Comentário: Não era necessário nem terminar de ler a questão, para


perceber que ela contraria a redação da Súmula Vinculante 31 do STF. Questão
errada.

Questão 42 - CESPE/Procurador-TCE-BA/2010

A pessoa jurídica que atue no ramo de locação de automóveis utilitários e de


passeio não estará obrigada a recolher o ISSQN, uma vez que é
inconstitucional a incidência do referido imposto sobre operações de locação de
bens móveis.

Comentário: Não há incidência de ISS nas operações de locação de bens


móveis. Questão correta.

O ISS incide sobre serviços de qualquer natureza, definidos em lista, por


meio de lei complementar. Embora a Lista de Serviços seja taxativa, admite-se
a interpretação dos itens lá previstos de forma extensiva para serviços
congêneres.

TRIBUTÁRIO - SERVIÇOS BANCÁRIOS - ISS - LISTA DE SERVIÇOS -


TAXATIVIDADE - INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA. 1. A jurisprudência desta
Corte firmou entendimento de que é taxativa a Lista de Serviços anexa
ao Decreto-lei 406/68, para efeito de incidência de ISS, admitindo-se,
aos já existentes apresentados com outra nomenclatura, o emprego

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da interpretação extensiva para serviços congêneres.

(STJ, REsp 1.111.234/PR, Primeira Seção, Rel. Min. Eliana Calmon,


Julgamento em 23/09/2009)

Sobre as operações de arrendamento mercantil, o STF já se posicionou


no sentido de que há incidência de ISS sobre o leasing financeiro e o
lease-back.

Ressalto que o STJ também já se posicionou nesse sentido, por meio da


Súmula 138.

O arrendamento mercantil compreende três modalidades, [i] o leasing


operacional, [ii] o leasing financeiro e [iii] o chamado lease-back. No
primeiro caso há locação, nos outros dois, serviço. A lei complementar
não define o que é serviço, apenas o declara, para os fins do inciso III do
artigo 156 da Constituição. Não o inventa, simplesmente descobre o que é
serviço para os efeitos do inciso III do artigo 156 da Constituição. No
arrendamento mercantil (leasing financeiro), contrato autônomo que não é
misto, o núcleo é o financiamento, não uma prestação de dar. E
financiamento é serviço, sobre o qual o ISS pode incidir, resultando
irrelevante a existência de uma compra nas hipóteses do leasing
financeiro e do lease-back.

(STF, RE 547.245/SC, Plenário, Min. Rel. Eros Grau, Julgamento em


02/12/2009)

Sobre os serviços feitos sob encomenda, guarde o seguinte:

Súmula STJ 156 - A prestação de serviço de composição gráfica,


personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de
mercadorias, esta sujeita, apenas, ao ISS.

Na mesma linha, temos o julgado abaixo:

AGRAVO REGIMENTAL. PROCESSO CIVIL. TEMPESTIVIDADE DO RECURSO


ESPECIAL. OCORRÊNCIA. TRIBUTÁRIO. INDUSTRIALIZAÇÃO POR
ENCOMENDA. BENEFICIAMENTO DE MATÉRIA-PRIMA. INCIDÊNCIA DO
ISSQN. APLICAÇÃO DA SÚMULA 83/STJ. Verifica-se que, no caso dos
autos, deve incidir o ISS porquanto,trata-se de serviços
personalizados feitos em conformidade com o interesse exclusivo do
cliente, distintos dos serviços destinados ao público em geral.

(STJ, AgRg no AREsp 328.624/ES, Segunda Turma, Rel. Min. Humberto


Martins, Julgamento 17/09/2013)

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Vamos memorizar também uma importante súmula do STJ:

Súmula STJ 167 - O fornecimento de concreto, por empreitada, para


construção civil, preparado no trajeto até a obra em betoneiras acopladas a
caminhões, e prestação de serviço, sujeitando-se apenas a incidência do ISS.

No tocante à base imponível do ISS, acompanhe a decisão do STJ:

"(...) No que se refere à base de cálculo, mostra-se ilegítima a incidência


do ISS sobre o total das mensalidades pagas pelo titular do plano de
saúde à empresa gestora, pois, em relação aos serviços prestados pelos
profissionais credenciados, há a incidência do tributo, de modo que a nova
incidência sobre o valor destinado a remunerar tais serviços caracteriza-se
como dupla incidência de um mesmo tributo sobre uma mesma base
imponível. Por tal razão, o valor repassado aos profissionais
credenciados deve ser excluído da base de cálculo do tributo devido
pela empresa gestora."

(STJ, REsp 783.022/MG, Primeira Turma, Rel. Min. Denise Arruda, Julgamento
05/02/2009)

Questão 43 - CESPE/JUIZ-TJ-AC/2012

É lícito ao município tributar a receita bruta recebida pelos planos de saúde,


sempre que os respectivos contratos contiverem cláusula de prestação de
serviço e assistência médica ao contratado, ainda que o serviço e a assistência
não sejam efetivamente prestados.

Comentário: Conforme o entendimento do STJ, a empresa gestora de plano


de saúde deve excluir da base de cálculo do ISS os valores repassados aos
profissionais credenciados à rede. Questão errada.

No ano seguinte, o assunto se Repetiu nas provas do CESPE:

Questão 44 - CESPE/DPDF/2013

Nos serviços de plano de saúde, utiliza-se como base de cálculo do ISS o valor
total recebido, ou seja, a mensalidade paga pelo associado à empresa gestora
do plano e as quantias repassadas aos terceiros credenciados que prestam o
serviço médico.

Comentário: Conforme o entendimento do STJ, a empresa gestora de plano


de saúde deve excluir da base de cálculo do ISS os valores repassados aos
profissionais credenciados à rede. Questão errada.

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Por fim, no que diz respeito ao município competente para tributar o ISS,
uma vez ocorrido o fato gerador, o STF considera que é aquele onde tiver sido
prestado o serviço:

"ISS: competência para tributação: local da prestação do serviço."

(STF, AI 571.353-AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,


Julgamento em 21/06/2007)

Enfim, finalizamos mais uma aula! Já ultrapassamos mais da metade do


conteúdo a ser visto no nosso curso!

Sempre que possível, volte às aulas anteriores para revisão. Isso é


fundamental!

Um abraço e até nosso próximo encontro!

Prof. Fábio Dutra

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3 - LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS EM AULA

Questão 01 - ESAF/ISS-RJ/2010

Lei estadual pode estabelecer alíquotas diferenciadas em razão do tipo do


veículo, já que os estados-membros estão legitimados a editar normas gerais
referentes ao IPVA, no exercício da competência concorrente prevista no art.
24, § 3°, da Constituição.

Questão 02 - ESAF/SUSEP-Analista/2010

O exercício da competência residual é reservado ao legislador ordinário, e não


ao constituinte derivado.

Questão 03 - ESAF/SUSEP-Analista/2010

Consoante entendimento firmado no âmbito do Supremo Tribunal Federal, a


não-cumulatividade e o não bis-in-idem não precisam ser observados quando
da criação de um novo imposto por meio de emenda constitucional.

Questão 04 - ESAF/AFRFB/2009

A simples entrada em território nacional de um quadro para exposição


temporária num museu ou de uma máquina para exposição em feira,
destinados a retornar ao país de origem, não configuram importação, e, por
conseguinte, não constituem fato gerador.

Questão 05 - INÉDITA/2014

De acordo com a Constituição Federal de 1988, as alíquotas do Imposto de


Exportação não se submetem ao princípio da legalidade. Dessa forma, a
jurisprudência do STF é no sentido de que somente o Presidente da República
pode alterá-las.

Questão 06 - INÉDITA/2014

Conforme jurisprudência pacífica do STF, é facultado ao Poder Judiciário


autorizar a correção monetária da tabela progressiva do Imposto de Renda,
caso não haja previsão legal.

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Questão 07 - ESAF/PGFN/2012

Pode-se afirmar, a partir de alguns julgados do Supremo Tribunal Federal, que


o conceito legalista/fiscalista de renda, assim considerado aquilo que a
legislação do imposto de renda estabelecer que é, está ultrapassado.

Questão 08 - INÉDITA/2014

O STF entende que, no que se refere ao princípio da não cumulatividade


aplicável ao IPI, ainda que a aquisição de matéria-prima seja desonerada do
imposto, subsiste o direito de creditamento por parte do estabelecimento
industrial.

Questão 09 - CESPE/JUIZ-TJ-MA/2013

Segundo entendimento do STF, a alienação de salvados não integra a própria


operação de seguro, constituindo, por conseguinte, fato gerador autônomo do
ICMS.

Questão 10 - INÉDITA/2014

O senhor José Antônio possui uma fazenda, sendo, pois, contribuinte do ITR.
Num dado momento, sua fazenda é invadida pelo movimento "sem terra".
Neste caso, o rico fazendeiro deve continuar arcando com o ônus tributário,
mesmo perdendo o domínio sobre suas terras.

Questão 11 - CESPE/PROCURADOR-PE/2009

O ITCMD estabelecido pela legislação pernambucana sobre a morte presumida


é legítimo.

Questão 12 - ESAF/AFRFB/2009

Ainda sobre o imposto de transmissão causa mortis, o cálculo do referido


imposto deve operar-se sobre o valor dos bens na data da avaliação.

Questão 13 - CESPE/PROCURADOR-MP-TCE-BA/2010

Considere a seguinte situação hipotética: Certa pessoa faleceu em 2/12/2009,


deixando bens móveis e imóveis a partilhar entre os herdeiros. Ocorre que o
ITCMD só passou a ser cobrado, efetivamente, em maio de 2010, quando sua
alíquota já havia sido majorada, em abril de 2010. Nessa situação, o ITCMD
será devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão.

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Questão 14 - ESAF/AFRFB/2009

Consoante entendimento do STF, o imposto de transmissão causa mortis é


devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão e não ao
tempo do início do processo de inventário e partilha.

Questão 15 - ESAF/ACE-MDIC/2012

O fato gerador do ICMS não ocorre com a entrada no estabelecimento do


importador, mas, sim, quando do recebimento da mercadoria, ao ensejo do
respectivo desembaraço aduaneiro.

Questão 16 - CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011

O ICMS tem como fato gerador o deslocamento de mercadorias, inclusive de


um estabelecimento para outro do mesmo contribuinte.

Questão 17 - FGV/ICMS-RJ/2010

De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal não constitui fato


gerador do ICMS a saída física de máquinas e utensílio a título de comodato.

Questão 18 - ESAF/ICMS-CE/2006

Em relação aos créditos escriturais do Imposto sobre a Circulação de


Mercadorias e Serviços, de competência estadual e do Distrito Federal, é
correto afirmar-se que sobre eles não incide a correção monetária quando a
legislação estadual não contiver tal previsão.

Questão 19 - CESPE/JUIZ-TJ-AC/2012

A prestação de serviço simultaneamente à venda de mercadorias em


restaurantes constitui fato gerador do ISS.

Questão 20 - ESAF/ACE-MDIC/2012

Na entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou


jurídica, pode-se afirmar que há operação relativa à circulação de mercadoria
sujeita à incidência do ICMS em operação de arrendamento mercantil
contratado pela indústria aeronáutica de grande porte para viabilizar o uso,
pelas companhias de navegação aérea, de aeronaves por ela construídas.

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Questão 21 - INÉDITA/2014

José Antônio, um rico fazendeiro, contrata uma empresa renomada em sua


cidade para realizar a filmagem do casamento de sua filha. Sobre essa
operação, incide ICMS.

Questão 22 - CESPE/PROCURADOR-MP-TCDF/2013

Conforme o entendimento do STF, o ICMS incide sobre a aquisição de


software, ainda que a compra seja feita mediante transferência eletrônica de
dados, sem que haja uma base física que caracterize o corpus mechanicum da
criação intelectual.

Questão 23 - CESPE/JUIZ-TJ-MA/2013

Não incide ICMS sobre o valor da tarifa de energia elétrica correspondente à


demanda de potência efetivamente utilizada.

Questão 24 - ESAF/AFRFB/2014

A desoneração do ICMS - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de


Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação - das exportações, cuja finalidade é o
incentivo a estas, desonerando as mercadorias nacionais do seu ônus
econômico, de modo a permitir que as empresas brasileiras exportem
produtos, e não tributos - imuniza as operações de exportação e assegura a
manutenção e o aproveitamento do montante do imposto (ICMS) cobrado nas
operações e prestações anteriores.
Consoante entendimento do STF sobre tal dispositivo, podemos afirmar,
exceto, que:
a) o aproveitamento dos créditos de ICMS, por ocasião da saída imune para o
exterior, gera receita tributável por parte da Cofins e da Contribuição para o
PIS.
b) adquirida a mercadoria, a empresa exportadora pode creditar-se do ICMS
anteriormente pago, mas somente poderá transferir a terceiros o saldo credor
acumulado após a saída da mercadoria com destino ao exterior.
c) sob o específico prisma constitucional, receita bruta pode ser definida como
o ingresso financeiro que se integra no patrimônio na condição de elemento
novo e positivo, sem reservas ou condições.
d) o aproveitamento de créditos de ICMS, por ocasião da saída imune para o
exterior, constitui mera recuperação do ônus econômico advindo do ICMS,
assegurada expressamente pela Constituição Federal.
e) o conceito de receita, acolhido pela Constituição Federal, não se confunde
com o conceito contábil.

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Questão 25 - CESPE/Procurador-TCE-ES/2009

Segundo o STJ, é legítima a cobrança de ICMS sobre operações interestaduais


realizadas por empresa de construção civil, quando da aquisição de bens
necessários ao desempenho de sua atividade fim.

Questão 26 - ESAF/APOF-SEFAZ-SP/2009

é ilegal a cobrança de ICMS com base em valores previstos em pauta fiscal.

Questão 27 - ESAF/ACE-MDIC/2012

O sujeito ativo da relação jurídico-tributária do ICMS é o Estado onde estiver


situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário jurídico da
mercadoria, pouco importando se o desembaraço aduaneiro ocorreu por meio
de ente federativo diverso.

Questão 28 - ESAF/ACE-MDIC/2012

O ICMS cabe ao Estado em que estiver localizado o porto de desembarque e o


destinatário da mercadoria, não prevalecendo a forma sobre o conteúdo, no
que procedida a importação por terceiro consignatário situado em outro Estado
e beneficiário de sistema tributário mais favorável.

Questão 29 - INÉDITA/2014

De acordo com posicionamento firmado pelo STF, é constitucional a inclusão na


base de cálculo do ICMS do acréscimo correspondente ao financiamento
realizado pelo próprio alienante de vendas a prazo, desde que integre o valor
da operação.

Questão 30 - ESAF/ACE-MDIC/2012

Consoante entendimento do Supremo Tribunal Federal, o conceito de veículo


automotor alcança embarcações e aeronaves.

Questão 31 - CESPE/PROCURADOR-MP-TCDF/2013

Constitui fato gerador do imposto sobre propriedade de veículos automotores


(IPVA) a propriedade de veículos automotores, incluindo-se a de embarcações
e aeronaves.

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Questão 32 - CESPE/JUIZ FEDERAL-23 REGIÃO/2013

O município pode atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual não


superior ao índice oficial de correção monetária.

Questão 33 - INÉDITA/2014

A câmara de vereadores do município XY editou uma lei, em 2002, prevendo


alíquotas progressivas em função do valor do imóvel. Nesse sentido, conforme
jurisprudência do STF, a referida lei é inconstitucional.

Questão 34 - ESAF/ISS-RJ/2010

A cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano em alíquotas diferenciadas


em razão da destinação dos imóveis não afronta a Constituição da República.

Questão 35 - CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012

E inconstitucional a fixação de adicional progressivo do IPTU em função do


número de imóveis do contribuinte.

Questão 36 - ESAF/ISS-RJ/2010

É inconstitucional a lei do município que reduz o imposto predial urbano sobre


imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro.

Questão 37 - ESAF/ISS-RJ/2010

O efeito extrafiscal ou a calibração do valor do tributo de acordo com a


capacidade contributiva não são obtidos apenas pela modulação da alíquota. O
escalonamento da base de cálculo pode ter o mesmo efeito. Ao associar o tipo
de construção (precário, popular, médio, fino e luxo) ao escalonamento
crescente da avaliação do valor venal do imóvel, pode-se graduar o valor do
tributo de acordo com índice hábil à mensuração da frivolidade ou da
essencialidade do bem, além de lhe conferir mais matizes para definição da
capacidade contributiva.

Questão 38 - CESPE/PROCURADOR-MP-TCDF/2013

Segundo o STJ, incide o imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR), e


não o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU), sobre
imóveis comprovadamente utilizados para exploração extrativa, vegetal,

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agrícola, pecuária ou agroindustrial, ainda que localizados em áreas


consideradas urbanas por legislação municipal.

Questão 39 - FGV/ICMS-RJ/2010

É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de


transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI, com base no valor venal do
imóvel.

Questão 40 - CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012

Na doação de bem imóvel, há incidência do ITBI.

Questão 41 - CESPE/JUIZ-TJ-AC/2012

Ocorrendo contrato de locação de bens móveis, é possível a instituição de ISS,


uma vez que a locação de bens móveis equipara-se à locação de serviços,
dada a aplicação extensiva atribuída aos contratos pelo Código Civil brasileiro.

Questão 42 - CESPE/Procurador-TCE-BA/2010

A pessoa jurídica que atue no ramo de locação de automóveis utilitários e de


passeio não estará obrigada a recolher o ISSQN, uma vez que é
inconstitucional a incidência do referido imposto sobre operações de locação de
bens móveis.

Questão 43 - CESPE/JUIZ-TJ-AC/2012

é lícito ao município tributar a receita bruta recebida pelos planos de saúde,


sempre que os respectivos contratos contiverem cláusula de prestação de
serviço e assistência médica ao contratado, ainda que o serviço e a assistência
não sejam efetivamente prestados.

Questão 44 - CESPE/DPDF/2013

Nos serviços de plano de saúde, utiliza-se como base de cálculo do ISS o valor
total recebido, ou seja, a mensalidade paga pelo associado à empresa gestora
do plano e as quantias repassadas aos terceiros credenciados que prestam o
serviço médico.

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4 - GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS EM AULA

1 CORRETO 23 ERRADO
2 CORRETO 24 Letra A
3 CORRETO 25 ERRADO
4 CORRETO 26 CORRETO
5 ERRADO 27 CORRETO
6 ERRADO 28 CORRETO
7 CORRETO 29 CORRETO
8 ERRADO 30 ERRADO
9 ERRADO 31 ERRADO
10 ERRADO 32 CORRETO
11 CORRETO 33 ERRADO
12 CORRETO 34 CORRETO
13 CORRETO 35 CORRETO
14 CORRETO 36 ERRADO
15 CORRETO 37 CORRETO
16 ERRADO 38 CORRETO
17 CORRETO 39 CORRETO
18 CORRETO 40 ERRADO
19 ERRADO 41 ERRADO
20 ERRADO 42 CORRETO
21 ERRADO 43 ERRADO
22 CORRETO 44 ERRADO

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