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BEIRA
2016
I
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
BEIRA
2016
II
DECLARAÇÃO
Eu, Stélio José Basílio declaro que esta Monografia é resultado do meu próprio trabalho e
está a ser submetida para a obtenção do grau de Licenciatura na Universidade Zambeze-
Beira.
Ela não foi submetida antes para obtenção de nenhum grau ou para avaliação em nenhuma
outra Universidade.
_________________________________________
III
DEDICATÓRIA
Primeiramente dedico a Deus por tudo o que ele me tem proporcionado, por ser a minha fonte
de energia e a única certeza da minha vida. Pela capacidade que ele me deu de permitir que
eu realizasse mais um sonho da minha vida, e também por ter colocado pessoas maravilhosas
nessa trajectória. Aos meus pais José Basílio e Feliquina Loiua e aos meus irmãos que sempre
me incentivaram e apoiaram para que eu atingisse este objectivo de vida, bem como pela
educação moral, poís sem o apoio deles seria impossível passar por essa etapa. Aos parentes e
amigos que contribuíram de forma directa e indirecta ao longo desta caminhada.
IV
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus por toda bênção recebida ao longo da minha vida, pelas
oportunidades surgidas, e pela força dada quando mais foi preciso.
Aos meus pastores que sempre acreditaram em mim e pelos grandes conselhos que eles tem
transmitido a mim, a cada dia para que possa seguir sempre em frente, independentemente
dos obstáculos e circunstâncias que possam surgir.
Aos meus pais que mesmo distante de mim conseguiram, me transmitir toda a coragem e
segurança necessária para transpor grande parte dos obstáculos que surgiram ao longo da
realização deste trabalho.
Ao meu irmão e a minha cunhada que tornaram possível a conclusão deste curso pelo apoio
moral e financeiro e que nunca deixaram que as derrotas me abatessem e também por terem
incentivado o meu desenvolvimento profissional.
Agradeço também a todos os meus irmãos da igreja e a toda a minha família em especial a
minha irmã, as minhas sobrinhas e primas por terem estado ao meu lado todo esse tempo me
dando força, apoio e confiança. Agradeço a todos os meus docentes, em especial a Engª
Nereyda Pupo Sintras e ao meu tutor Eng°. Francisco Araújo que me ajudaram muito, e
estiveram sempre pronto para colaborar.
E por fim agradeço ao meu amigo e colega Frank Pagocho que das muitas vezes perdeu
noites para me ajudar a esclarecer algumas dúvidas e a todos os meus amigos e colegas em
que de uma forma directa ou indirecta contribuíram para que esta monografia se realizasse e
por confiarem e acreditarem que eu seria capaz.
V
Índice
RESUMO ......................................................................................................................................... IX
ABSTRAT ........................................................................................................................................ X
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................................... XI
LISTA DE TABELAS..................................................................................................................... XII
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS................................................................................ XIII
Introdução ......................................................................................................................................... 1
CAPITULO I− REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................... 4
MARCO TEORICO CONCEITUAL ................................................................................................. 4
Introdução ......................................................................................................................................... 4
1.1 Contextualização ......................................................................................................................... 4
1.2 Conceito de alvenaria................................................................................................................... 5
1.2.1 Classificação das alvenarias .................................................................................................. 5
1.2.2 Elementos usados em alvenarias............................................................................................ 6
1.2.3 Blocos de betão ..................................................................................................................... 7
1.2.4 Características básicas ........................................................................................................... 7
1.2.5 Blocos de gesso..................................................................................................................... 7
1.2.6 Características básicas ........................................................................................................... 8
1.2.7 Tijolos cerâmicos maciços .................................................................................................... 8
1.2.8 Características básicas ........................................................................................................... 8
1.2.9 Blocos de betão celular autoclavado ...................................................................................... 9
1.2.10 Características básicas ......................................................................................................... 9
1.2.11 Tijolo de solo-cimento ........................................................................................................ 9
1.2.12 Características básicas ....................................................................................................... 10
1.3 Humidade como lesão................................................................................................................ 10
1.3.1 A água como composto ....................................................................................................... 12
1.3.2 Propriedades da água .......................................................................................................... 12
1.3.3 A acção da água nos edifícios .............................................................................................. 13
1.4 Mecanismos de transporte da humidade em alvenarias dos edifícios ........................................... 14
1.4.1 Introdução........................................................................................................................... 14
1.4.2 Absorção capilar ................................................................................................................. 15
1.4.3 Absorção de água de infiltração ou de fluxo superficial ....................................................... 15
1.4.4 Absorção higroscópica de água e condensação capilar ......................................................... 16
1.5 Tipos de humidade..................................................................................................................... 17
VI
1.5.1 Introdução........................................................................................................................... 17
1.5.2 Humidade de precipitação ................................................................................................... 17
1.5.3 Humidade por capilaridade.................................................................................................. 18
1.5.4 Humidade presente nos materiais de construção .................................................................. 19
1.5.5 Humidade de condensação .................................................................................................. 20
1.5.6 Humidade decorrente da higroscopicidade........................................................................... 21
1.5.7 Humidade acidental ............................................................................................................ 21
1.6 Principais patologias em alvenarias originadas pela humidade .................................................... 22
1.6.1 Introdução........................................................................................................................... 22
1.6.2 Goteiras e manchas ............................................................................................................. 23
1.6.3 Mofo e apodrecimento ........................................................................................................ 23
1.6.4 Eflorescência ...................................................................................................................... 24
1.6.5 Criptoflorescência ............................................................................................................... 25
1.6.6 Fissuras e trincas ................................................................................................................. 26
1.6.7 Gelividade .......................................................................................................................... 27
1.7 Soluções de impermeabilização ................................................................................................. 28
1.7.1 Introdução........................................................................................................................... 28
1.7.2 Conceito de Impermeabilização........................................................................................... 28
1.7.3 Sistemas impermeabilizantes ............................................................................................... 30
1.7.3.1 Tipos de sistemas impermeabilizantes .............................................................................. 31
1.7.3.2 Impermeabilização Rígida ................................................................................................ 31
1.7.3.2.1 Argamassa impermeável com aditivo hidrófugo ............................................................ 31
1.7.3.2.2 Cristalizantes ................................................................................................................. 32
1.7.3.2.3 Cimento impermeabilizante de pega ultra-rápida ........................................................... 34
1.7.3.2.4 Argamassa polimérica ................................................................................................... 35
1.7.3.3 Impermeabilização Flexível.............................................................................................. 37
1.7.3.3.1 Membrana de polímero modificado com cimento .......................................................... 37
1.7.3.3.2 Membranas asfálticas .................................................................................................... 37
1.7.3.3.3 Membrana acrílica......................................................................................................... 39
1.7.3.3.4 Mantas asfálticas ........................................................................................................... 40
CAPITULO II: ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 41
2.1 Introdução ............................................................................................................................. 41
2.2 Descrição Geral do edifício .................................................................................................... 41
2.3 Síntese da evolução histórico- arquitectónica do edifício ........................................................ 42
VII
2.4 Apresentação dos procedimentos utilizados ............................................................................ 43
2.5 Inspecção preliminar .............................................................................................................. 43
2.6 Diagnóstico............................................................................................................................ 43
2.7 Diagnostico das patologias em alvenarias do caso de estudo ................................................... 43
2.8 Principais patologias detectadas sobre a alvenaria .................................................................. 44
2.8.1 No exterior do Edifício:....................................................................................................... 44
2.8.1.1 Manchas de humidade, perda da pintura e desprendimento do reboco ............................... 45
2.8.1.1.1 Manifestações patológicas mais frequentes: ................................................................... 45
2.8.1.1.2 Diagnóstico das possíveis causas: .................................................................................. 46
2.8.1.2 Fissuras verticais, horizontais, inclinadas, de variadas direcções ....................................... 46
2.8.1.2.1 Manifestações patológicas mais frequentes: ................................................................... 47
2.8.1.2.2 Diagnóstico das possíveis causas: .................................................................................. 48
2.8.1.3 Manchas de humidade, eflorescência e presença de bolor sobre a parede. ......................... 48
2.8.1.3.1 Manifestações patológicas mais frequentes .................................................................... 49
2.8.1.3.2 Diagnóstico das possíveis causas: .................................................................................. 49
2.8.2 No interior do Edifício: ....................................................................................................... 50
2.8.2.1 Eflorescência e descasque da pintura ................................................................................ 50
2.8.2.2 Manifestações patológicas mais frequentes: ...................................................................... 51
2.8.2.3 Possíveis causas: .............................................................................................................. 51
2.9 POSSÍVEIS SOLUÇÕES DAS DETERIORAÇÕES ................................................................. 52
2.9.1 No exterior do edifício ........................................................................................................ 52
2.9.1.1 Fissuras verticais, horizontais, inclinadas, e de variadas direcções .................................... 52
2.9.1.2 Manchas de humidade, eflorescência e presença de bolor sobre a parede .......................... 52
2.9.1.3 Perda da pintura e desprendimento do reboco ................................................................... 53
2.9.2 No interior do edifício ......................................................................................................... 53
2.9.2.1 Descasque da pintura, eflorescência e manchas de humidade ............................................ 53
Conclusão ....................................................................................................................................... 55
Sugestões e recomendações ............................................................................................................. 57
Bibliografia ..................................................................................................................................... 58
ANEXOS ........................................................................................................................................ 61
Anexo I: Especificações técnicas de outras soluções de impermeabilização .................................. 62
Anexo II: Entrevista exploratória aos moradores do edifício ......................................................... 65
VIII
RESUMO
Nesta monografia, partindo de uma revisão bibliográfica se expõe sobre a deficiência da
impermeabilização nas alvenarias do edifício residencial localizado na Rua Ernesto de
Vilhena, no 5° Bairro dos Pioneiros na Cidade da Beira, e a sua influência no surgimento das
diferentes patologias. Assim sendo, este estudo apresenta uma análise de múltiplos casos de
patologias decorrentes da deficiente impermeabilização de alvenarias, com sugestões de
correcções e indicações de como prevenir as tais patologias. No entanto, de forma a elucidar
melhor sobre o tema, primeiramente foi realizado um levantamento sobre os diferentes tipos
de sistemas impermeabilizantes, dos principais tipos de materiais usados no processo de
impermeabilização, assim como as técnicas de uso e os principais cuidados que se deve ter na
execução de acordo com cada tipo de material usado nas alvenarias. Com vista a efectuar a
escolha adequada do material ou técnica de impermeabilização a ser usada para a correcção
das patologias encontradas no edifício caso de estudo, houve a necessidade de se fazer um
diagnóstico de cada patologia, e também de acordo com a problemática envolvida no
diagnóstico e tendo em vista os objectivos fixados no trabalho estudaram-se as diferentes
causas que geram os problemas nas alvenarias e as consequências que o aparecimento de
cada patologia traz para o edifício, fazendo com que não cumpram com as funções para as
quais foram idealizadas.
IX
ABSTRAT
In this monograph based on a bibliographic revision if expose the sealing deficiency in
masonry residential building located at street Ernesto the Vilhena, number 5º Pioneer
neighborhood in the city of Beira, and his influence on the emergence of different
pathologies. Therefore, this study presents an analysis of multiple cases of pathology
resulting from the sealing deficiency of masonry, with suggestions for corrections and
indications of how to prevent such diseases. Used in the process of sealing, as well as the
techniques to use and the main precautions that must be taken in execution in accordance
with each type of material used in masonry. In order to make the proper choice of material or
sealing technique to be used for the correction of diseases found in building case study, there
is a need to make a diagnosis and have a view to the objectives set in the work studied the
different causes that generate problems in the masonry and the consequences that the
appearance of each pathology brings to the building, causing it to fail to meet with the
functions for which were conceived.
X
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1: Alvenaria de blocos de betão……………………………………………………..7
Figura 1.2: Alvenaria de tijolos de solo-cimento…………………………………………….10
Figura 1.3: Ascensão da água pelas juntas de argamassa………………………………….....19
Figura 1.4: Presença da vegetação parasita e manchas de humidade originada por degradação
dos sistemas de abastecimento de água……………………………………………………....22
Figura 1.5: Manifestação de eflorescências na base de uma parede………………………....25
Figura 1.6: Presença de fissuras e trinca vertical na caixa de escada do edifício em
estudo………………………………………………………………………………………...27
Figura 1.7: Percentagem de investimentos nas edificações………………………………….29
Figura 1.8: Custo da impermeabilização X Quando é executado…………………………...30
Figura 1.9: Preparação da argamassa com o aditivo hidrófugo……………………………...32
Figura 1.10: Aplicação de cristalizante na forma de pintura…………………………………33
Figura 1.11: Injecção de cristalizantes em parede com humidade ascendente………………33
Figura 1.12: Cimento impermeabilizante de pega ultra-rápida………………………………35
Figura 1.13: Aplicação de argamassa polimérica na forma de pintura………………………36
Figura 1.14: Aplicação de argamassa polimérica na forma de revestimento………………...36
Figura 1.15: Execução de membrana de asfalto a frio…………………………………….....38
Figura 1.16: Execução de membrana de asfalto a quente……………………………………38
Figura 1.17: Execução de membrana acrílica………………………………………………..39
Figura 1.18: Imprimação da superfície……………………………………………………....40
Figura 2.1: Fachada Posterior………………………………………………………………..45
Figura 2.2: Fachada Posterior………………………………………………………………..45
Figura 2.3: Fachada frontal………………………………………………………………….45
Figura 2.4: Fachada frontal………………………………………………………………….45
Figura 2.5: Fachada lateral direito…………………………………………………………..46
Figura 2.6: Fachada lateral esquerdo………………………………………………………..46
Figura 2.7: Fachada lateral direito…………………………………………………………..47
Figura 2.8: Manchas de humidade e presença de bolor sobre a parede……………………..48
Figura 2.9: Manifestação da eflorescência sobre a parede………………………………….50
Figura 2.10: Descasque da pintura sobre a parede………………………………………….50
Figura 2.11: Descasque da pintura na parte inferior da parede……………………………..51
XI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.1: Classificação das alvenarias……………………………………………………6
Tabela 1.2: Dimensões nominais…………………………………………………………...8
Tabela 2.1: Descrição geral do imóvel……………………………………………………..42
XII
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
USA- United States of América.
mm- Milímetro.
% - Percentagem.
Cm- Centímetros.
H O- Água.
Km - Quilómetros cúbicos.
Nm- Nanómetro.
μm- Micrómetro.
XIII
Introdução
A prática de impermeabilizar edifícios é algo que já vem desde o surgimento da humanidade,
visto que o homem sempre teve uma preocupação com a humidade que provinha da
infiltração atingindo as paredes, tornando assim insalubre viver dentro daquelas condições,
poís a impermeabilização sempre foi um meio de protecção contra a humidade desde a
evolução do homem, visto que desde os primórdios das civilizações o homem já utilizava na
construção, produtos como óleos e betumes naturais, já que forneciam características
impermeabilizantes. Como por exemplo, segundo o livro bíblico do antigo testamento
(Genesis 6:14), cita-se que Noé impermeabilizou o casco da arca com óleo e betumes
naturais, e além disso estes produtos impermeabilizantes também foram utilizados pelas
grandes civilizações, como na construção da muralha da China, nas piscinas das termas
romanas, nos jardins da Babilonia, e também foi utilizado pelos Egípcios para proteger os
sarcófagos.
Entretanto, resulta muito importante que no acto da construção de um edifício, este seja
acompanhado de um projecto de impermeabilização e também após o seu término este tenha
um acompanhamento rotineiro de manutenção por parte dos usuários por forma a permitir
que o edifício possa apresentar um bom desempenho funcional e estrutural e também possa
permitir que ele atinja o tempo de vida útil para o qual foi concebido.
Ainda é considerada como sendo um desafio para a construção civil, o uso correcto da
impermeabilização por parte dos construtores para combater as patologias associadas a
humidade e também visto que a vida útil de uma edificação depende directamente de uma
eficiente realização da impermeabilização, facto esse que não se tem verificado com
frequência visto que a maior parte dos edifícios estão condenados a varias patologias devido
aos efeitos negativos da má impermeabilização. E também o facto de que na maioria das
vezes estar fora do alcance visual após a edificação estar concluída, geralmente a
impermeabilização é negligenciada não sendo tratada com a necessária importância ou, até
mesmo, não sendo utilizada.
A falta de conscientização, inexperiência e resistência por parte dos construtores e
proprietários dos edifícios a respeito do uso das técnicas e materiais de impermeabilização,
são os principais responsáveis por diversos problemas, que muitas vezes geram insucessos no
processo. Na maioria dos casos os construtores só dedicam atenção a impermeabilização e
seus problemas no final da obra, quando pode ser muito tarde.
1
A Cidade da Beira é constituída por um grande número de edifícios residenciais, quase na sua
maioria construídos há já muitos anos atrás e tendo alguns de construção recente. Estes
mesmos, apresentam inúmeros problemas patológicos, muitos dos quais decorrentes da
deficiência de impermeabilização, o que de certo modo afecta a sua funcionalidade, estrutura
e arquitectura perigando a segurança dos seus utentes. Sendo assim, apresenta-se o seguinte
problema de investigação: Carência de sistemas de impermeabilização adequados que dão
origem a problemas patológicos em alvenarias de edifícios.
Dada esta problemática, esta monografia centra-se no estudo de soluções de
impermeabilização em alvenarias de edifícios residenciais com problemas patológicos. E
desta forma estabelece-se como objectivo geral:
· Propor soluções adequadas de impermeabilização com vista a minimizar os problemas
patológicos decorrentes da humidade em alvenaria do edifício residencial, localizado
na Rua Ernesto de Vilhena no 5° Bairro dos Pioneiros.
Objectivos específicos
Como forma de alcançar o objectivo geral proposto, definiu-se os seguintes objectivos
específicos:
· Realizar a revisão bibliográfica dos conceitos que sustentam a investigação do objecto
de estudo;
· Identificar a origem e as causas da humidade na alvenaria do edifício em estudo;
· Diagnosticar os problemas patológicos decorrentes da humidade;
· Escolher de acordo com as condições do ambiente a solução de impermeabilização
que melhor se adequa a cada tipo de patologia.
Hipótese de estudo
Se se efectuar um diagnóstico detalhado das patologias decorrentes da humidade na alvenaria
do edifício, em estudo com ênfase nos defeitos causados pela falta de impermeabilização,
sustentado em uma revisão bibliográfica e reforçado pelas técnicas investigativas tais como,
entrevistas, observação visual, entre outros, poderá se estabelecer soluções adequadas a esta
problemática com materiais e técnicas existentes no mercado que permitem estender a vida
útil deste edifício.
2
Metodologia
Para a realização desta pesquisa irei usar a seguinte metodologia:
3
CAPITULO I− REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Introdução
Neste capítulo faz-se uma revisão bibliográfica, de diferentes estudos realizados por vários
autores sobre o uso da impermeabilização e a sua influência no surgimento das patologias em
alvenarias dos edifícios residenciais com carência de impermeabilização e dos diferentes
conceitos que sustentam a investigação.
1.1 Contextualização
Todavia, se tem informações complementares de que as primeiras impermeabilizações,
datadas do século XX, foram executadas com Coaltar pitch (piche de alcatrão, asfalto de
hulha), com asfaltos naturais armados com tecidos grosseiros (junta, papelão, entre outros),
materiais estáveis e impermeáveis, pouco plásticos, que porém, satisfaziam as exigências da
época, em função da baixa movimentação estrutural dos edifícios, já que os mesmos eram de
pequeno porte e de grande rigidez (SIKA INFORMATION, 1991).
RESENDE (1987), refere que o começo da utilização de impermeabilizantes na era moderna
coincide com as primeiras obras efectuadas em betão armado no inicio do seculo XX,
especialmente após a introdução de novos conceitos arquitectónicos de le Corbusier (1914),
que resultaram em estruturas mais esbeltas, trabalhando mais a flexão e menos a compressão,
sendo exigidas novas técnicas de impermeabilização, com o intuito de absorver maiores
movimentações estruturais. Por volta de 1930, foram formuladas as primeiras emulsões
asfálticas dirigidas para impermeabilização, ainda utilizadas actualmente.
Até a década de 60 os sistemas impermeabilizantes eram aplicados com bastante frequência,
sobretudo em razão dos altos custos de mão-de-obra, principalmente nos países do hemisfério
norte, foram desenvolvidos os sistemas pré-fabricados em monocamada, com o surgimento
em sequência das mantas butílicas de PVC e finalmente a manta asfáltica, (RESENDE,1987).
No entanto, torna-se notório que desde as primeiras impermeabilizações conhecidas até aos
dias de hoje, há que referir que um longo caminho entre erros e acertos foi percorrido.
É conhecido que os sistemas de impermeabilização tem como uma das funções essenciais
impedir a penetração da humidade sobre as alvenarias, facto esse que faz com que tanto as
alvenarias, como a humidade sejam os elementos essenciais e imprescindíveis para o estudo
4
do problema em questão, e também devido sobretudo, ao facto da alvenaria ser o principal
material responsável pela habitabilidade dos abrigos construídos pelo homem e de ser o
principal material estrutural dos edifícios ao longo dos 4000 anos de civilização.
5
Outras formas de classificação:
6
1.2.3 Blocos de betão
São blocos obtidos por prensagem e vibração de betão com consistência seca, dentro de
formas de aço com dimensões regulares, devendo ser curados em ambiente com alta
humidade por pelo menos 7 dias. Normalmente são assentados na posição em que os furos
estejam na vertical, contribuindo para que pequenas áreas de argamassa entrem em contacto
para a colagem entre os blocos. Utilizados há muitos anos para alvenaria autoportante e de
vedação, deve-se evitar o uso quando se apresentarem ainda com humidade elevada, devido
ao alto índice de retracção e variação dimensional.
7
pessoas (restaurantes, cinemas, lojas, shopping), e os blocos de maior espessura, são
recomendados para áreas de exigências especiais como corredores de edifícios comerciais,
Escolas e Universidades, que exigem condições acústicas melhoradas.
8
1.2.9 Blocos de betão celular autoclavado
São blocos fabricados a partir de uma mistura de cimento, cal, areia e pó de alumínio,
autoclavado, permitindo a formação de um produto de elevada porosidade, leve, resistente e
estável.
O produto é apresentado em blocos ou painéis, com dimensões e espessuras variadas, que
permitem a execução de paredes de vedação e lajes.
São produtos totalmente industrializados, produzidos em poucas fábricas específicas, e
apresentam precisão nas dimensões e são facilmente serrados, eliminando o desperdício por
quebras. Devido ao processo de fabricação com agente expansor e utilização de autoclave,
torna-se um produto com baixa densidade. Não devem ser utilizados quando húmidos devido
a variação dimensional na secagem. Exibem propriedades de isolamento térmico acústico
superior aos blocos de betão e tijolo furado. Pode-se considerar uma vedação com bloco
celular como sendo alvenaria semi-industrializada, devido a produtividade e modelagem
adoptadas para o sistema.
9
1.2.12 Características básicas
· Capacidade térmica e acústica;
· Alvenaria de tijolos a vista;
· Regularidade de dimensões, resultando em revestimentos de pequena espessura.
· Dispensa o uso de chapisco;
· Quando forem utilizados blocos vazados, as instalações hidráulica e eléctrica podem
ser feitas por dentro dos furos;
· Tijolos assentados com argamassa colante.
Entretanto, verifica-se que muitos dos edifícios da Cidade da Beira, as suas alvenarias
apresentam deficiência de impermeabilização, culminando no surgimento de diversas
patologias, muito dos quais decorrentes da presença da humidade. E em consequência desta
humidade, estes mesmos edifícios acabam perdendo a sua estética e até acabando por tornar-
se inabitáveis.
10
frequência estas lesões obrigando aos especialistas a realizar um estudo detalhado dela e dos
danos que provoca.
Portanto o comportamento deste tipo de lesão não se pode generalizar, poís são vários os
factores que motivam a sua aparição. Por isso cada região do mundo e cada país em
particular, necessita de um certo estudo específico.
O estudo das lesões nas edificações e construções em geral, reveste-se de uma grande
importância na conservação e reabilitação dos patrimónios edificados. Dentro do universo de
deteriorações e imperfeições, a humidade possui um papel principal por sua repercussão na
funcionalidade e o conforto das edificações, daí a necessidade de se estudar detalhadamente
os sintomas de deteriorações que estão associados a ela, as causas que lhe dão origem e as
possíveis soluções que se podem aplicar.
Por isso se fará uma revisão geral dos tipos de humidade presentes na alvenaria do edifício
residencial em estudo, os factores que influem na aparição deste tipo de lesão e seu
comportamento em estudos realizados internacionalmente, e nas causas principais que
contribuem para o seu surgimento.
Portanto, a humidade constitui-se num dos mais frequentes problemas que acontecem nas
alvenarias das edificações, ocasionando condições de insalubridade e o consequente
desconforto dos seus ocupantes, além de contribuir para uma acelerada deterioração dos
respectivos materiais.
Conforme PEREZ, A. R. (1988), a humidade nas construções representa um dos problemas
mais difíceis de serem corrigidos dentro da construção civil, poís na grande maioria das
vezes, os trabalhos de recuperação estão baseados em diagnósticos distorcidos,
proporcionando soluções incompletas ou não eliminando as reais causas, provocando muitas
vezes, o retorno do problema.
Ainda assim, o conhecimento das formas de manifestação das lesões devido a presença da
humidade é um dado essencial que permite identificar claramente as respectivas causas e
propor as soluções adequadas.
Para a elaboração de um bom estudo sobre o problema da humidade é importante que
inicialmente se produza um diagnóstico correcto, o qual permitirá identificar claramente as
respectivas causas e propor as soluções mais adequadas.
Porém, a água é considerada como sendo o principal causador da humidade nas alvenarias
dos edifícios, que para muitos é visto como sendo somente um composto insípido, incolor e
inodoro, além de lhe atribuir o bem ganho qualificativo de dissolvente universal.
11
Por mais de 2000 anos ainda pensou-se que a água era um elemento, somente no século
XVIII experimentos evidenciaram que a água era um composto, formado por hidrogénio e
oxigénio.
12
metais e materiais pétreos, assim como veículo de gases e líquidos. Esta propriedade é
fundamentalmente a que lhe dá o carácter de dissolvente universal;
· Pela tensão superficial a água pode molhar grandes superfícies e deslocar-se até
lugares não previstos. Modifica sua viscosidade, dissolve sais a determinada pressão e
temperatura, as transportando e as depositando em lugares com condições diferentes.
13
· Impulsionada pelo vento erode os tijolos e morteiros e é capaz de transportar os sais
do chão a estrutura vertical, originando a eflorescência, que destrói por sua vez os
revestimentos.
· Pode além disso, actuar sobre os alicerces de qualquer edificação ou ponte,
permitindo em alguns casos o colapso dos mesmos.
Entretanto, para que esta humidade chegue a materiais de construção de um edifício esta faz-
se por meio de transporte, onde para tal existem diferentes mecanismos.
Estes mecanismos podem actuar simultânea ou sucessivamente ao longo do tempo, de acordo
com as condições de exposição (temperatura, humidade, etc.)
1.4.1 Introdução
O mecanismo de transporte da humidade, por exemplo nas alvenarias, pode-se dizer que esta
se faz exclusivamente pela capilaridade, fenómeno que pode provocar conteúdos de água nos
materiais, iguais ou superiores aos 30 % de seu volume.
Esta retenção e propagação da humidade está em dependência de vários factores como por
exemplo:
· O diâmetro dos poros;
· Tipo de rede porosa;
· Características da superfície dos mesmos;
· Viscosidade, e temperatura do fluído que influi na tensão superficial e na densidade.
14
Nos fenómenos de absorção capilar e por infiltração ou por fluxo superficial de água, a
humidade chega aos materiais de construção na forma líquida, nos demais casos a humidade
é absorvida na fase gasosa. (BAUER, 2004).
A seguir são apresentados os mecanismos de transporte da humidade de acordo com Bauer
(2004).
16
1.5 Tipos de humidade
1.5.1 Introdução
Dentro da construção civil, os problemas patológicos originados a partir da humidade não
estão relacionados a um único factor, e por tais motivos podem se manifestar em diferentes
elementos de um edifício, tais como: paredes, pisos, fachadas, elementos de betão armado,
entre outros.
Sendo assim, no intuito de analisar de forma coerente a humidade nos edifícios e suas
respectivas causas, pode-se considerar várias formas diferentes (quanto a sua origem e forma
de acesso ao edifício), dentre as quais se destacam:
· Humidade de precipitação;
· Humidade por capilaridade;
· Humidade presente nos materiais de construção;
· Humidade de condensação;
· Humidade decorrente da higroscopicidade;
· Humidade acidental.
17
Porém, a infiltração da humidade nas paredes é decorrente do defeito da impermeabilização
ou da sua inexistência. Existindo a infiltração através de uma parede, deve-se inicialmente ter
a certeza se existe ou não sistema de impermeabilização. Conforme VERÇOZA (1991), caso
exista impermeabilização, deverão ser realizadas duas verificações, onde a primeira consiste
em verificar se paredes e platibanda adjacentes possuem rachaduras. Conforme o autor, na
maioria das vezes, a água entra pela rachadura da platibanda e vai para baixo do sistema de
impermeabilização, onde ocorrem e aparecem os sintomas idênticos a impermeabilização
perfurada.
18
Podemos perceber a acção da água pela capilaridade visualmente, poís ela provoca o
aparecimento de manchas nas regiões geralmente junto ao solo, acompanhadas de manchas
de bolor, criptoflorescências, eflorescências ou vegetação parasitária, principalmente nos
locais de pouca ventilação.
Entretanto, também verifica-se que os próprios materiais de construção apresentam uma certa
humidade onde através dos canais capilares permitem a passagem da humidade para o
interior das edificações.
19
De uma forma geral, anomalias devidas a este tipo de humidade cessam num período mais ou
menos curto de tempo, que depende das características e do tipo de utilização do edifício e da
região climática em que o mesmo está inserido.
Considera VERÇOZA (1991),que a humidade oriunda pela execução da construção é aquela
necessária para a obra, mas que desaparece com o tempo (cerca de seis meses). Elas se
encontram dentro dos poros dos materiais, como as águas utilizadas para betões e
argamassas, pinturas, etc.
Porém, além da humidade que se encontra presente no interior dos materiais, também
verifica-se que há um outro tipo de humidade que não é decorrente de água infiltrada, mas
sim de água que já se encontra no interior do ambiente e depositada nas superfícies dos
elementos do edifício que também merece seu estudo.
20
As condensações deste vapor, acontecem normalmente no interior das edificações junto aos
paramentos das paredes externas, poís estas faces, de modo geral, têm uma temperatura
inferior ao do ar ambiente. Este facto dá origem ao aumento da humidade relativa do ar na
camada de contacto com a parede, o que provoca estas condensações.
21
Figura 1.4: Presença da vegetação parasita e manchas de humidade originada por degradação
dos sistemas de abastecimento de água.
1.6.1 Introdução
Em um edifício, a falta de uma boa impermeabilização ou até mesmo a ausência de
manutenção desta pode permitir que a água penetre nas alvenarias das mais diversas formas,
como exposto anteriormente, trazendo humidade para dentro da edificação e causando alguns
problemas.
22
De acordo com Verçoza (1985), há vários problemas que podem ser provocados pela
humidade nas edificações, dentre eles, pode-se citar: goteira e manchas, mofo e
apodrecimento, eflorescências, criptoflorescências, fissuras, trincas e gelividade.
23
1.6.4 Eflorescência
Eflorescência são formações de sais nas superfícies das paredes, trazidos do seu interior pela
humidade, e são causadas pela presença de água nas paredes, gerando sais que se manifestam
na superfície da alvenaria através de manchas, descolamento ou descoloramento da pintura,
entre outros.
É válido observar que a eflorescência só ocorre se a água encontrar sais solúveis na alvenaria
que podem aparecer nos tijolos, na areia, no betão, no cimento, ou na argamassa.
A água dissolve estes sais que são trazidos para a superfície, neste lugar, a água evapora e os
sais sólidos ou em forma de pó são depositados sobre a alvenaria, deixando a parede com má
aparência.
Caso a eflorescência esteja localizada entre o reboco e a parede, uma rede de capilares
começa a se formar gerando mais passagens para humidade, o que aumenta a força de
repulsão ao reboco, aumentando a hipótese do mesmo soltar da parede.
Segundo Bauer (1994), podemos citar alguns sais causadores de eflorescências:
· Carbonatos, que podem ser de cálcio ou magnésio, provenientes da carbonatação da
cal lixiviada da argamassa e os carbonatos de potássio e sódio que se originam da
carbonatação dos hidróxidos alcalinos de cimentos com elevado teor de álcalis;
· Hidróxidos de cálcio provêm da cal liberada na hidratação do cimento;
· Sulfatos de cálcio desidratados provêm da hidratação do sulfato de cálcio do tijolo,
sulfatos de magnésio e cálcio originam-se do tijolo e água de amassamento, sulfatos
de potássio e sódio formam-se da reacção tijolo-cimento, agregados e água de
amassamento;
· Cloretos de cálcio e magnésio provêm da água de amassamento e cloretos de alumínio
e ferro da limpeza com ácido muriático;
· Nitratos de potássio, sódio e amónia originam-se do solo adubado ou contaminado.
Portanto, para evitar esse fenómeno, deve-se eliminar uma dessas três condições, que são os
factores externos que também contribuem para a formação da eflorescência:
· Quantidade de água;
· Tempo de contacto;
· Elevação da temperatura;
· Porosidade dos componentes (TAGUCHI, 2008).
O termo florescência pode ser dividido em subflorescências: eflorescências e
criptoflorescências.
24
Dias (2003) caracteriza as eflorescências com o aparecimento de manchas, depósitos
esbranquiçados e pulverulentos na superfície de argamassas, betão, alvenarias, materiais
cerâmicos e outros, sendo que esses depósitos esbranquiçados são sais cristalizados de metais
alcalinos e alcalinos terrosos. Já as criptoflorescências são formações salinas que ficam
ocultas, ou seja, a cristalização não é superficial. Wilson (1984), citado por Dias (2003),
afirma que a criptoflorescência não é tão fácil de ser detectada como a eflorescência. Em
contrapartida, provoca danos aos componentes, como é o caso de sais que, ao se
cristalizarem, aumentam de volume. Como resultado disso, geram tensões internas que
deterioram os revestimentos.
1.6.5 Criptoflorêscencia
Segundo Verçoza (1985), esta patologia também é causada pela reacção entre a água e os
sais, mas neste caso, os sais dissolvidos formam cristais, que ficam dentro da parede ou
estruturas.
O crescimento destes cristais, ou seja, o aumento de depósito de sais pode provocar
rachaduras ou até a quebra da parede.
Os sulfatos são os maiores causadores da criptoflorescência, poís em contacto com a água
aumentam muito de volume, provocando a desagregação dos materiais, principalmente na
superfície.
25
1.6.6 Fissuras e trincas
Entretanto a identificação das fissuras e de suas causas é de vital importância para a definição
do tratamento adequado para a recuperação da alvenaria, sendo que esses problemas são os
primeiros a serem observados na sintomatologia das alvenarias e vedações.
O diagnóstico da origem dessa patologia pode ser definido pela configuração da fissura, da
abertura, do espaçamento e, se possível, pela época de ocorrência (após anos, semanas, ou
mesmo algumas horas da execução), considerando as diferentes propriedades mecânicas e
elásticas dos constituintes da alvenaria e em função das solicitações actuantes.
A fissura, de uma forma geral, é uma patologia importante devido a três aspectos:
· O aviso de um eventual estado perigoso para a estrutura;
· O comprometimento do desempenho do edifício em serviço (estanqueidade à água,
durabilidade, isolamento acústico, entre outros);
· O constrangimento psicológico, que a fissuração do edifício exerce sobre os usuários
(THOMAZ, 1989).
A norma brasileira NBR 8802 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
1994b), que prescreve o método de ensaio para determinar a velocidade de propagação de
ondas longitudinais no interior de um componente de betão armado, determina a seguinte
distinção entre fissura e trinca (indicadas para o betão armado, podendo também ser
utilizadas para alvenarias):
· Fissura é a ruptura ocorrida no material sob acções mecânicas ou físico-químicas com
até 0,5 mm de abertura;
· Trinca é a ruptura ocorrida acima de 0,5 mm.
As fissuras podem ser classificadas segundo diferentes critérios: a abertura, a actividade, a
forma, a causa, a direcção, as tensões envolvidas, o tipo, entre outras. Consideram-se fissuras,
que podem provocar patologias, aquelas que são visíveis a olho nu, quando observadas a uma
distância maior que um metro, ou aquelas que, independentemente da sua abertura, estejam
provocando penetração de humidade para dentro das edificações (CEOTTO et al., 2005).
26
Figura 1.6: Presença de fissuras e trinca vertical e na caixa de escada do edifício em estudo.
1.6.7 Gelividade
Verçoza (1985) explica que esta patologia só pode ocorrer se existir penetração da água na
alvenaria.
Com base no comportamento da água e em suas características físicas, sabemos que no
ambiente ela congela a 0º, mas dentro de capilares, esta pode estar congelada a 6ºC,
temperatura que podemos ter no período de inverno, provocando, desta forma, o
congelamento da água, que desloca as camadas mais extensas, desagregando paulatinamente
o material. Então a superfície dos tijolos começa a se desgastar, parecendo lixada, e
geralmente toma a forma convexa. No entanto, não havendo a penetração da água, não haverá
gelividade.
Entretanto, muitas dessas patologias seriam evitadas se os edifícios fossem impermeáveis a
acção da humidade que é um dos principais factores de desgaste e depreciação dos edifícios.
Porém, para combater este mal que afecta a maior parte dos edifícios que neste caso são as
patologias decorrentes da humidade foram criados sistemas de impermeabilização para criar
maior poder de protecção e também para permitir que os edifícios atinjam o tempo de vida
útil para os quais foram concebidos e proporcionar maior conforto aos usuários.
27
1.7 Soluções de impermeabilização
1.7.1 Introdução
Na verdade, a impermeabilização é um processo que deve ser empregue em todas as
construções, no acto da sua execução, embora muitos dos edifícios existentes na Cidade da
Beira, tanto antigos como recentes, não apresentam tratamentos de impermeabilização contra
as várias patologias ou apresentam uma má aplicação deste produto, provocando mais tarde
problemas de habitabilidade, além de prejuízos ligados a funcionalidade do edifício e
degradação dos materiais constituintes. O tipo de material a utilizar para a impermeabilização
de cada edifício deve variar dependendo da superfície a aplicar, condições de ambiente,
durabilidade, aplicação e garantia. No entanto, estes aspectos devem tomar-se em conta de
modo a permitir a escolha de um material adequado e obtenção de resultados satisfatórios.
28
Figura 1.7: Percentagem de investimentos nas edificações, (VEDACIT, 2009, p.6)
29
Figura 1.8: Custo da impermeabilização X Quando é executado
(Adaptado de ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO, 2005).
A vida útil de uma construção é diretamente influenciada pela presença dos sistemas de
impermeabilização, que protegem as alvenarias como também as estruturas contra a acção
nociva da água. Eles cumprem a função de formar uma barreira física que contém a
propagação da humidade e evitam infiltrações. Consequentemente, previnem também o
aparecimento de manchas de bolor, surgimento de goteiras e corrosão de armaduras.
30
Qualquer parte de uma obra que se destine a receber uma impermeabilização deve receber
cuidados especiais para o sucesso da mesma, a preparação da superfície é muito importante
para o êxito da impermeabilização.
31
Os aditivos hidrófugos proporcionam a redução da permeabilidade e absorção capilar, através
do preenchimento de vazios nos capilares, na pasta de cimento hidratado, tornando o betão e
a argamassa impermeável a penetração de água e humidade. (SIKA, 2008)
Cunha e Neumann (1979) afirmam que o aditivo hidrófugo é aplicado em argamassas de
revestimento utilizadas para impermeabilizações de elementos que não estejam sujeitos a
movimentações estruturais, que ocasionariam a formação de trincas e fissuras.
Esse sistema não é indicado para locais com exposição ao sol que possa ocorrer algum tipo de
dilatação no substrato.
O aditivo deve ser dissolvido na água de amassamento a ser utilizada, conforme a figura 1.9.
A aplicação da argamassa aditivada deve ser feita em duas ou três camadas de
aproximadamente 1 cm de espessura, desempenando a última camada, cuidando para não
alisar com desempenadeira de aço ou colher de pedreiro (SIKA, 2008).
A principal vantagem desse sistema é a facilidade de aplicação e desvantagem é que deve ser
aplicado em conjunto com outro sistema impermeabilizante, assim garante-se a
estanqueidade, poís esse sistema é muito susceptível a movimentações dos elementos.
1.7.3.2.2 Cristalizantes
Cimentos cristalizantes são impermeabilizantes rígidos, a base de cimentos especiais e
aditivos minerais, que possuem a propriedade de penetração osmótica nos capilares da
estrutura, formando um gel que se cristaliza, incorporando ao betão compostos de cálcio
estáveis e insolúveis (DENVER, 2008).
Existem dois tipos de cristalizantes, no primeiro tipo, os cimentos cristalizantes, segundo
Silveira (2001) são materiais aplicados sob a forma de pintura sobre superfícies de betão,
argamassa ou alvenaria, previamente saturadas com água.
32
A figura 1.10 mostra esse tipo de aplicação, no caso aplicado com uma trincha, directo na
alvenaria, mas pode também ser aplicado sobre o revestimento argamassado.
O segundo tipo são os cristalizantes líquidos a base de silicatos e resinas que injectados e, por
efeito de cristalização, preenchem a porosidade das alvenarias de tijolos maciços, bloqueando
a humidade ascendente (VIAPOL, 2008).
+
Figura 1.10: Aplicação de cristalizante na forma de pintura
(NAKAMURA, 2006, p. 28)
A figura 1.11 apresenta o modo de aplicação dos agentes cristalizantes. Para a aplicação,
deve-se retirar todo o reboco da área a tratar, desde o piso até a altura de 1m, executam-se
duas linhas de furos intercaladas entre si, sendo a primeira a 10cm do piso e a segunda a
20cm. Os furos devem ser com uma inclinação de 45° e estar saturados com água para a
aplicação do produto. Aplica-se o produto por gravidade, sem necessidade de pressão e, sim
de saturação (ABATTE. 2003).
A aplicação sugerida pelo fabricante deve ocorrer até atingir o consumo sugerido em ambos
os tipos de cristalizantes. O sistema é utilizado em todas as áreas sujeitas a infiltração por
33
lençol freático e infiltrações de contrapressão, tais como: subsolos, lajes, poços de elevadores,
reservatórios enterrados, caixas de inspecção e outros. (VIAPOL, 2008).
O produto utiliza a própria água da estrutura para se cristalizar, isto elimina a necessidade de
rebaixamento do lençol freático e não altera a potabilidade da água (DENVER, 2008).
A desvantagem do sistema é que se deve tomar cuidado na aplicação do produto e o mesmo é
restrito a algumas situações particulares de infiltrações.
34
Figura 1.12: Cimento impermeabilizante de pega ultra-rápida.
(Adaptado de DENVER, 2008).
35
O produto pode ser aplicado sobre superfícies de betão, alvenaria ou argamassa, devendo-se
aplicar a primeira demão do produto sobre o substrato húmido, com o auxílio de uma trincha,
aguardando a completa secagem. Aplicar a segunda demão em sentido cruzado em relação a
primeira, incorporando uma tela industrial de poliéster resinada e aplicar as demãos
subsequentes, aguardando os intervalos de secagem entre demãos até atingir o consumo
necessário. Proceder a cura húmida por no mínimo, três dias (VIAPOL, 2008).
36
1.7.3.3 Impermeabilização Flexível
Impermeabilização flexível compreende o conjunto de materiais ou produtos aplicáveis nas
partes construtivas sujeitas a fissuração e podem ser de dois tipos, moldadas no local e
chamadas de membranas ou pré-fabricadas e chamadas de mantas.
As membranas podem ou não ser estruturadas. Como principais estruturantes podem-se
incluir a tela de poliéster termo estabilizada, o véu de fibra de vidro e o não tecido de
poliéster. O tipo de estruturante é definido conforme as solicitações de cada área e
dimensionamento de projecto. Devem-se aplicar sobre o estruturante outras camadas do
produto, até atingir a espessura ou consumo previsto no projecto.
A principal vantagem das membranas em relação as mantas é que as membranas não
apresentam emendas. Segundo Cichinelli (2004) as membranas exigem um rígido controlo da
espessura e, consequentemente, da quantidade de produto aplicado por metro quadrado,
sendo essa é uma falha que fica difícil de visualizar.
37
Podem ser aplicados a frio, como se fosse uma pintura, com trincha, rolo ou escova. Na
primeira demão, aplicar o produto sobre o substrato seco e, na segunda demão em sentido
cruzado em relação a primeira e, a seguir, aplicar as demãos subsequentes, aguardando os
intervalos de secagem entre demãos até atingir o consumo recomendado. A figura 1.15
mostra a aplicação a frio de uma membrana asfáltica com rolo de pintura.
Para serem aplicadas a quente (figura 1.16), as membranas asfálticas requerem mão-de-obra
especializada, pois é necessário o uso de caldeira.
Segundo Moraes (2002) em áreas de pouca ventilação deve-se tomar cuidado na utilização de
produtos a quente porque possuem restrições, tanto na manipulação quanto ao risco de fogo.
Estas membranas têm uso adequado em vigas e fundações de betão armado, além de serem
empregues como bloqueador de humidade quando aplicado em contra pisos que irão receber
pisos de madeira, primer para mantas asfálticas (DENVER, 2008).
38
Sabbatini (2006) cita que as membranas asfálticas podem ser divididas em relação ao tipo de
asfalto utilizado e apresentam-se três tipos mais utilizados:
· Emulsão asfáltica: É um produto resultante da dispersão de asfalto em água, através
de agentes emulsificantes. São produtos baratos e de fácil aplicação para áreas e
superfícies onde não haverá empoçamento ou retenção de água. É aplicado a frio e
geralmente sem a adição de estruturantes.
· Asfalto oxidado: É um produto obtido pela modificação do cimento asfáltico de
petróleo, que se funde gradualmente pelo calor, de modo a se obter determinadas
características físico-químicas. É executado devidamente estruturado, e é aplicado a
quente.
· Asfalto modificado com adição de polímero elastomérico: É um produto obtido pela
adição de polímeros elastoméricos, no cimento asfáltico de petróleo em temperatura
adequada. É executado devidamente estruturado, pode ser aplicado tanto a quente
quanto frio.
39
2008). É aplicado em demãos cruzadas, colocando uma tela industrial de poliéster como
reforço após a 1ª demão. Aplicar as demãos subsequentes, aguardando os intervalos de
secagem entre demãos até atingir o consumo recomendado (figura 1.17).
A principal vantagem desse sistema é que não necessita de uma camada de protecção
mecânica sobre a membrana, somente será necessário se o uso da laje for de tráfego muito
intenso de pessoas ou existir tráfego de automóveis. A desvantagem é que, por não ter
camada de protecção mecânica, necessita de reaplicação do produto periodicamente.
40
CAPITULO II: ESTUDO DE CASO
2.1 Introdução
No presente capítulo é apresentado a descrição geral do edifício em estudo, onde se faz
referência ao diagnóstico das patologias em alvenarias do edifício caso de estudo, onde
através deste procura-se solucionar os problemas encontrados com recurso a soluções de
impermeabilização usados a nível nacional e internacional.
Entretanto, a Cidade da Beira é constituída por um grande número de edifícios, onde a maior
parte deles foram construídos pelo regime colonial e outros no período pós-independência.
Assim, ao longo dos anos todos estes edifícios tanto antigos como os recentes foram sofrendo
a acção do tempo, e os seus elementos construtivos foram afectados por uma variedade de
agentes externos, como fungos, a própria atmosfera reactiva, mudanças climáticas, até
mesmo a acção do homem, associado sobretudo, a soluções inadequadas de projecto,
especificação e uso incorrecto dos materiais de construção, falta de controlo da qualidade dos
materiais, negligência na execução e falta de manutenção, contribuindo para o surgimento de
diversas patologias. Entretanto, muitas dessas patologias seriam evitadas se os edifícios
fossem impermeáveis a acção da humidade que é um dos principais factores de desgaste e
depreciação das construções.
Assim, para fazer o estudo de caso foi analisado o edifício que se localiza na Rua Ernesto de
Vilhena, no 5° Bairro dos Pioneiros, na Cidade da Beira, apresentando várias patologias na
área externa e tantas outras na área interna e para a solução das tais patologias aplicar-se-á
métodos e técnicas adequados de impermeabilização existentes no mercado, de fácil
aplicação e alta qualidade, usados a nível nacional e internacional.
41
· 1 Wc;
· 2 Varandas (frente-trás).
42
2.4 Apresentação dos procedimentos utilizados
Foram utilizados textos de apoio fornecidos durante as aulas e consultas de algumas
bibliografias, assim como entrevista a alguns utentes do prédio conforme especificado
abaixo, para realização da análise das manifestações patológicas do edifício.
2.6 Diagnóstico
É através da etapa do diagnóstico que todo dado colectado na inspecção preliminar deve ser
interpretado no sentido de compor progressivamente um quadro de entendimento das
prováveis causa-efeito, origens e mecanismos das patologias, obtendo desta forma, o
diagnóstico do problema.
O diagnóstico foi elaborado em forma de relatório detalhado com a descrição dos problemas
encontrados e alternativa de recuperação. Contudo o diagnóstico exprime a relação causa-
efeito.
No interior do edifício:
· Descasque de pintura;
· Manchas de humidade;
· Eflorescências;
44
2.8.1.1 Manchas de humidade, perda da pintura e desprendimento do reboco
45
2.8.1.1.2 Diagnóstico das possíveis causas:
· A presença de humidade pode ser constatada em praticamente toda a superfície das
paredes como ilustram as figuras (2.1, 2.2, 2.3 e 2.4), e a provável causa seria a
infiltração proveniente da água das chuvas que por não encontrarem um ponto de
escoamento, ou por encontrarem as caleiras obstruídas vão escorrendo pelas paredes
do edifício e também associado ao facto de o reboco que com o andar do tempo e pela
falta de manutenção vai tornando-se poroso, retendo a água que escorre ao longo da
superfície e este não encontrado uma boa impermeabilização vai tirando a estética do
edifício;
· Originados na maioria dos casos pela má selecção da tinta, que não foi adequado as
condições atmosféricas do meio em que se encontra o edifício, não descartando a
possibilidade da falta de manutenção do mesmo ter contribuindo para o estado actual
do edifício;
· Podem também em algum momento ser origem da má preparação do substrato que
recebeu a tinta.
Figura 2.5: Fachada lateral direito Figura 2.6: Fachada lateral esquerdo
46
Figura 2.7: Fachada lateral direito
47
2.8.1.2.2 Diagnóstico das possíveis causas:
· Humidade proveniente da fuga de água da tubagem de abastecimento e de águas
pluviais em alguns pontos da fachada lateral associada ao acúmulo de poeira vai
permitindo o crescimento da vegetação parasita sobre aquela área;
· Deficiente sistema de manutenção da pintura do edifício;
· A retracção por dissecação hidráulica (argamassa muito rica em cimento, água ou
elementos finos) que culmina com a perda de água causada pela aplicação do
revestimento em condições atmosféricas desfavoráveis (vento, sol em excesso).
· A água da chuva ajudada pelo vento e pela obstrução das caleiras encontra facilidade
nas fissuras já existente por retracção, e no processo de infiltração vai lavando o
morteiro, erodindo a camada impermeabilizante (revestimento) e os componentes da
argamassa aumentando desta forma a abertura.
48
As patologias que podem ser observadas nas figuras acima (figura 2.8), podem ser devidas as
condições de atmosfera, esta tem uma acção directa sobre a fachada. Dentre as lesões que
aparecem na fachada apresentada (2.8), destacam-se mais as manchas de humidade neste caso
manchas de cor verde e preta e embolorecimento.
49
2.8.2 No interior do Edifício:
50
Figura 2.11: Descasque da pintura na parte inferior da parede.
51
2.9 POSSÍVEIS SOLUÇÕES DAS DETERIORAÇÕES
Depois de feito o diagnóstico para se saber a origem das patologias encontradas no edifício
em estudo, a seguir se descreverão as soluções de impermeabilização com vista a eliminar as
causas e a encontrar meios de tratamento de modo a estancar o mal.
52
De seguida deve-se usar argamassa impermeável com aditivo hidrófugo como forma de
impermeabilizar a parede, com vista a saturar a parte inferior da parede a fim de criar uma
barreira contra a humidade ascendente.
Como forma de preparar o produto, o aditivo deve ser dissolvido na água de amassamento a
ser utilizada. A aplicação da argamassa aditivada deve ser feita em duas ou três camadas de
aproximadamente 1 cm de espessura, desempenando a última camada.
53
de impermeabilização em 2 componentes SikaTop® Seal-107. E sobre as anomalias
observadas na figura 2.9, no primeiro caso deve-se melhorar a ventilação sobre o
compartimento isto é, nos tempos mais frios deve-se deixar entrar e circular ar fresco, isto
porque este ar é mais seco e menos rico em vapor de água, substituindo assim o ar mais
condensado por ar mais seco. E também visto que esse local não apresenta janelas para
permitir o arejamento, deve-se optar em instalar ventiladores sobre as paredes com vista a
permitir a circulação do ar fresco. E por conseguinte proceder a impermeabilização da parede
com recurso a micro-argamassa de impermeabilização em 2 componentes SikaTop® Seal-
107.
54
Conclusão
Depois de efectuada a revisão bibliográfica dos conceitos que sustentam o objecto de estudo e
de sucessivas análises ao edifício foi possível verificar que o mesmo está repleto de
manifestações patológicas, muitos dos quais associados a falta de impermeabilização e de
manutenção do próprio edifício, facto esse que pode ser notada através da perda de pintura,
desprendimento do reboco, aparecimento de manchas, da obstrução dos tubos de canalização
de água potável, caleiras de escoamento de águas pluviais e tubagens de descargas de águas
negras. Entretanto, verificou-se que estas mesmas patologias seriam evitadas ou minimizadas
se depois da concessão do edifício houvesse um plano de manutenção periódica pelos
próprios usuários.
Porém, a edificação em estudo ao longo dos seus 51 anos, nitidamente não incluiu na sua
história adequadas manutenções a fim de prevenir os sintomas existentes e garantir o
prolongamento da sua vida útil. As únicas tentativas de reparar a estrutura foram feitas de
forma leiga, procurando apenas acabar com o desconforto visual.
No entanto, como forma de resgatar e trazer a estética do edifício de estudo, procurou-se em
primeiro lugar reunir informações a cerca dos diferentes sistemas de impermeabilização
existentes no mercado e fez-se um diagnóstico detalhado de cada patologia, onde procurou-se
eliminar a causa e de acordo com as condições de ambiente e grau de manifestação de cada
lesão escolheu-se uma solução de impermeabilização com vista a mitigar a sua aparição.
Como pode ser visto, a água foi o elemento responsável por maior parte das incidências
observadas, o que leva a perceber que uma impermeabilização bem executada influencia
bastante na durabilidade e qualidade da estrutura, pois isto diminuiria consideravelmente a
quantidade de falhas no local, facto bastante observado na edificação. Até hoje, na verdade,
não dão tanta importância a impermeabilização como deveriam, mesmo havendo inúmeras
pesquisas e estudos, que demonstram constantemente que reparos feitos durante a execução
da obra evitariam futuramente um gasto excessivo com manutenção, facto esse que pode ser
evidenciado no edifício em estudo.
Entretanto durante o diagnóstico percebeu-se que o reboco externo em sua maioria necessita
ser substituído, pois os rebocos antigos apesar de serem espessos são muito porosos, o que
facilita muitas vezes a passagem da água pela alvenaria para o interior da edificação trazendo
consigo inúmeros problemas.
Contudo das soluções cá apresentadas são apenas indicativas, não é determinado que este seja
a melhor ou a única solução para o problema a ser tratado, podendo-se optar ainda por outra
variedade de produtos de acordo com cada tipo de patologia diagnosticada.
55
Em suma, apesar das limitações desta monografia como de ensaios não feitos na edificação, é
possível concluir que o prédio está em condições ainda de abrigar pessoas, mais precisa de
uma reparação e uma constante manutenção. No entanto, a partir do que foi observado teve-
se a comprovação de que muitos problemas existem, mas há possibilidade de solução, que
deve ser executada o quanto antes, a fim de se evitar problemas maiores e mais graves
futuramente.
56
Sugestões e recomendações
Porém tem-se a clareza de que esta monografia não se constitui em algo terminado. Dessa
forma deseja-se que esta se constitua em uma experiencia que possa gerar novas pesquisas
sobre este tema, com vista a oferecer uma contribuição mais efectiva para esta área. Diante
do exposto, julga-se oportuno apresentar as seguintes recomendações:
· Deve-se efectuar ensaios inerentes aos elementos de alvenaria, para se saber até que
ponto a edificação foi afectada pelas patologias diagnosticadas;
· Visto que este trabalho focalizou-se no estudo de soluções de impermeabilização em
alvenarias, no estudo de caso, entretanto recomenda-se que nos próximos trabalhos se
façam estudos em outros elementos para se saber o seu nível de degradação;
· Elaborar um plano de manutenção para o edifício caso de estudo.
57
Bibliografia
58
Engenharia Civil, Lisboa, Portugal, 1ª edição, 1993.
JULIANA BORGES DE SENNA VALLE. Patologia das alvenarias. Belo Horizonte. 2008.
KLEIN, D. L. Apostila do Curso de Patologia das Construções. Porto Alegre,
1999 - 10° Congresso Brasileiro de Engenharia de Avaliações e Perícias.
LWART - Manual técnico de impermeabilização. Disponível em:
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MELLO, L. S. L. Impermeabilização – materiais, procedimentos e desempenho. 2005
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60
ANEXOS
61
Anexo I: Especificações técnicas de outras soluções de impermeabilização
Sikagard®-715 W
Características e vantagens
· Líquido de base aquosa com excelente capacidade de limpeza quer em bases lisas,
quer em bases porosas.
· Boa capacidade de penetração e elevado poder de dispersão.
· Não contém solventes orgânicos.
· Isento de fosfatos.
· Não liberta vapores nocivos ou irritantes (pode ser aplicado sem risco em interiores).
· Compatível com materiais de construção usuais: tijolo, pedra natural, betão, madeira,
alumínio, aço, plásticos, borracha e superfícies envernizadas.
· Não descolora nem mancha os referidos materiais de construção.
Especificações técnicas
· Aspecto ou Cor: Líquido com tom amarelado, transparente;
· Base química: Base aquosa, contendo surfactantes não iónicos e catiónicos, silicatos e
agentes de aderência;
· Temperatura ambiente Mínima: +5 °C.
Aplicação
Aplicar com trincha, esponja ou pulverização sobre a superfície a limpar. Deixar actuar
durante 5 a 10 minutos e de seguida lavar a superfície para eliminar a contaminação.
Se necessário, para a eliminação completa e persistente de contaminações e resíduos antigos,
deve repetir-se a operação de limpeza.
62
SikaTop® Seal-107
SikaTop® Seal-107 é uma argamassa impermeabilizante, bi-componente, à base de uma
mistura de cimentos, que incorpora polímeros modificados e aditivos especiais.
SikaTop® Seal-107 cumpre os requisitos da norma NP EN 1504-2 como revestimento de
protecção para betão.
Utilização
SikaTop® Seal 107 pode utilizar-se em:
· Impermeabilização no exterior e interior de estruturas de betão, argamassas de
cimento, alvenaria de tijolo e blocos de betão;
· Impermeabilização rígida de caves ou paredes enterradas em construção nova ou
Reabilitação;
· Selagem de poros;
· Impermeabilização de depósitos de água potável;
· Adequado para controlo da humidade.
Características e vantagens
· Fácil de aplicar com brocha ou com talocha;
· Não requer adição de água;
· Componentes pré-doseados;
· Aplicação manual ou por projecção mecânica;
· Mistura e aplicação fáceis;
· Excelente aderência sobre bases sãs;
· Impermeável à água, permeável ao vapor de água;
· Não é corrosivo, nem inflamável, nem tóxico;
· Repintável;
· Aprovado para contacto com água potável.
63
Sikagard®-550 W Elastic
SikagardR-550 W Elastic é um revestimento de protecção plasto-elástico, monocomponente,
a base de uma dispersão acrílica de cura.
Possui excelente capacidade de recobrir fissuras mesmo a temperaturas negativas.
SikagardR-550 W Elastic cumpre os requisitos da norma NP EN 1504-2 como revestimento
de protecção.
Utilização
SikagardR-550 W Elastic é utilizado para protecção e decoração de estruturas de betão
(incluindo betão leve) e reboco, alvenarias, especialmente superfícies exteriores expostas e
sujeitas a fissuração.
SikagardR-550 W Elastic é utilizado em trabalhos de reabilitação, como revestimento elástico
de protecção sobre barramentos, fibrocimento e revestimento de anteriores peliculas bem
aderentes.
Características e vantagens
· Ponte elástica de fissuras, mesmo a baixas temperaturas (-20 °C);
· Elevada resistência a difusão de CO , reduzindo o risco de carbonatação;
· Permeável ao vapor de água;
· Apresenta boa resistência a intempérie e ao envelhecimento;
· “Amigo do ambiente”. Não contém solventes;
· Pouco susceptível de fixar sujidade e poeiras.
64
Anexo II: Entrevista exploratória aos moradores do edifício
Nome______________________________________________________________________
Data____/____/_____
Objectivo da entrevista
Efectuar um primeiro contacto com os moradores do edifício, visando obter informações
acerca de eventuais reabilitações sobre o mesmo desde a sua existência, e também ter
informações sobre a influência de cada patologia no desempenho funcional e estrutural do
edifício.
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