Temos neste texto um relato que Jesus foi com seus
discípulos a um lugar isolado a fim de descansar. Ora, a oposição crescente por parte dos líderes políticos e religiosos também contribuiu para Jesus decidir afastar-se para formar um novo plano de ação. O assassinato de João Batista por Herodes foi uma clara definição que o "clima" estava mudando e Jesus com seus discípulos deveriam usar de cautela diante daquele momento desagradável e preocupante. Porém, as multidões não deixaram Jesus em paz. Elas o seguiram até perto de Betsaida na esperança de vê-lo realizar curas milagrosas (Lc 9:10, 11; Jo 6:1 ss). Apesar dessa interrupção no plano de Jesus, Ele recebeu o povo, ensinou-lhes a Palavra e curou os aflitos. Pergunto: Como você reagiria se alguém interrompesse seu plano de descanso? Jesus demonstrou graça e compaixão ao acolher aquela multidão aflita. Sabe qual é a boa noticia? Ele continua sendo gracioso, amoroso e compassivo a ponto de nos acolhermos em meio as nossas aflições. Quais são os recursos utilizados na ação de Jesus a favor do seu povo?
I Ele ensinou a responder as aflições do povo com
compaixão, v30-36 Ao avaliarmos nossas reações as interrupções que sofremos não têm como não se admirar da paciência e graça de Jesus aqueles que lhe interromperam. Que exemplo para nós! Jesus enviou doze apóstolos para ministrar porque tinha compaixão dos necessitados (Mt 9:36-38). Dessa vez, porém, os necessitados foram até eles, e os discípulos quiseram mandá-los embora! Eles fizeram isso por duas razões. Primeira: Ainda não haviam aprendido a olhar a vida com os olhos de seu Mestre. Segundo: Para eles, as multidões eram um problema, talvez até mesmo uma inconveniência, mas para Jesus, eram como ovelhas sem pastor. E nós? Será se já aprendemos olhar para vida com os olhos do Mestre? Olhar para vida com os olhos do mestre requer disciplina. Quando D. L. Moody estava formando sua grande Escola Bíblica Dominical em Chicago, recebia crianças de vários lugares. Com freqüência, os pequeninos deixavam de ir a outras igrejas ou Escolas Bíblicas Dominicais mais próximas de sua casa apenas para ir estudar a Palavra com o sr. Moody. Quando alguém perguntou a um menino por que caminhava tamanha distância para comparecer àquela Escola Bíblica Dominical, ele respondeu: "Porque lá eles amam as pessoas!" Os discípulos ofereceram duas sugestões para resolver o problema: Primeira: mandar as pessoas procurarem a própria comida ou juntar dinheiro suficiente para comprar um pedaço de pão para se alimentarem individualmente. Segundo: Para os discípulos, eles estavam no lugar errado, na hora errada, e nada havia que pudessem fazer! V36
II Ele ensinou a não medir os recursos, mas crer que pela
vontade de Deus Ele suprirá as necessidades. Vs37-42 Jesus não considerou aquela situação um problema, mas sim uma oportunidade de crer no Pai e de glorificar seu nome. Agindo com base na sabedoria humana, os discípulos viram o problema, mas não o potencial. É tão comum ouvir o povo de Deus queixar-se: "Se tivéssemos um pouco mais de dinheiro, poderíamos fazer alguma coisa!" Duzentos denários correspondiam ao salário anual de um trabalhador comum! A lição é: Não são os nossos recursos, mas sim os de Deus que tornam real a nossa vitória.
O Senhor orientou o povo a assentar-se em grupos sobre a
grama, v39. . Então, Jesus pegou o pão, abençoou, partiu e deu a seus discípulos para que distribuíssem aos famintos. O milagre realizou-se nas mãos do Mestre, não dos discípulos Não somos produtores, mas apenas distribuidores. Vejamos o que diz o salmo 78:18-25. III Ele ensinou que além dos milagres estava aquele que governa céu e terra o qual deveria ser glorificado como Deus agindo em favor dos homens, vs41-44.
João diz que Jesus usou esse milagre como ponto de
partida para o sermão sobre o "pão da vida" (Jo 6:22ss). Afinal, apesar de ser importante suprir as necessidades humanas, esse não foi o único motivo pelo qual Jesus realizou milagres. Seu desejo era que cada milagre revelasse algo sobre o Filho de Deus e fosse um "sermão prático". A maioria das pessoas maravilhou- se com os milagres, sentiu-se grata pela ajuda que recebeu do Senhor, mas não foi capaz de entender a mensagem espiritual (Jo 12:37). Essas pessoas queriam as dádivas, mas não o Doador, a alegria das bênçãos físicas, mas não as bênçãos do enriquecimento espiritual.
Conclusão: O verdadeiro sentido da vida espiritual consiste
em saber que Deus é gracioso e compassivo a ponto de nos socorrer em toda e quaisquer necessidades. Assim como ele ouviu os gemidos do seu povo no Egito e se sensibilizou com a causa deles, assim também em sua graça se compadecerá de nós independentemente das circunstâncias.