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AULA
O PIB e os componentes da
demanda agregada
Meta da aula
Descrever a equação de composição do
Produto Interno Bruto (PIB) a partir da
renda e da demanda agregada.
objetivos
2
distinguir os elementos que compõem a
demanda agregada e identificar seu papel
e seu peso na economia de um país;
3 avaliar a importância do relacionamento das
empresas com mercados internos e externos
no cálculo do PIB.
Análise Macroeconômica | O PIB e os componentes da demanda agregada
INTRODUÇÃO
Sanja Gjenero
Figura 3.1: No espaçoso carrinho do PIB, cabem sua renda, tudo que você
compra e contrata, os investimentos que você faz em nome de seu negócio,
tudo que o governo gasta em nome do seu bem-estar, o que é vendido
para outros países e o que é comprado de fora.
Imagine-se comprando um sanduíche. Pense que você saiu de casa com cinco
reais na carteira e que os entregou ao balconista de uma lanchonete. Em um
primeiro momento, você pode pensar: eu tinha um dinheiro em mão, mas não
o tenho mais. Comi o sanduíche e estou cinco reais mais pobre.
No entanto, perceba: o balconista da lanchonete tinha um sanduíche à sua
espera. Depois que você abriu a carteira, o sanduíche passou a não mais
existir para ele. Ainda assim, no lugar do sanduíche, o balconista recebeu
cinco reais. Fica fácil notar que comprar um sanduíche é equivalente a vender
cinco reais.
Transponha agora essa compreensão para o campo da Macroeconomia, que lida
com o fator “sanduíche” de forma agregada (ou a partir de todos os sanduíches
produzidos em um país). Como vimos estudando desde a primeira aula deste
curso, o produto interno bruto (PIB) expressa o valor de tudo que um país
produz, em bens e serviços, em um determinado período. Todos os sanduíches,
todos os empregos de balconista, tudo o que o dono da lanchonete investe em
seu estabelecimento, os impostos pagos pela lanchonete ao governo etc.
Agora veja: assim como acontece em nosso exemplo da lanchonete, quem se
apropria desses bens e serviços produzidos pelo país? De que forma isso ocorre?
De onde partem os recursos que movimentam a economia? Que importância
tem para um país o nível de poupança de sua população? As respostas a essas
perguntas você terá ao longo desta aula.
OS COMPONENTES DO PIB
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Para início de conversa, podemos dizer que todo bem e todo serviço
3
produzido em determinado país é utilizado para consumo das famílias e
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investimento por parte das empresas, além de poder ser adquirido pelo
governo ou exportado (vendido a outro país).
Note que, quando falamos em exportação, assumimos que
exportamos uma fração do que produzimos. Pelo mesmo raciocínio,
podemos concordar que também adquirimos parte da produção de
outros países.
Consideremos então esse princípio e expressemo-lo em termos
matemáticos. Daí chegaremos à seguinte I D E N T I D A D E :
PIB = C + I + G + (X – M) (1)
Sendo:
IDENTIDADE
PIB, o produto interno bruto;
É a equação que é
C, o consumo agregado; sempre verdadeira,
quaisquer que sejam
I, o investimento agregado; as circunstâncias
ou as hipóteses
G, o consumo do governo; estabelecidas. Numa
X, as exportações; e identidade, os lados
das equações são
M, as importações. inequivocamente
iguais.
à despesa das famílias com a compra de bens e serviços, sejam eles São os investimentos
feitos pelas empresas
geladeiras ou técnicos especialistas em geladeiras, por exemplo. em equipamentos,
Os investimentos referem-se exclusivamente às empresas: são as bens de capital,
edificações etc. que
despesas com máquinas, equipamentos, plantas industriais (FORMAÇÃO visam a aumentar
sua capacidade
BRUTA DE CAPITAL FIXO) e estoques. Ou seja: são todas as despesas envolvidas produtiva.
O conjunto desses
no funcionamento de uma empresa, a não ser as relativas à remuneração
fatores é o que se
da força de trabalho e ao pagamento de impostos. Sobre os investimentos, costuma chamar
também planta
trataremos mais detalhadamente na próxima seção. industrial.
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Análise Macroeconômica | O PIB e os componentes da demanda agregada
partes do mundo.
E, por fim, as importações representam os valores
do que se compra do exterior, ou tudo que é produzido
em outros países e vai ser consumido aqui. Importações
e exportações trataremos mais à frente.
Figura 3.2: O café é tradi-
cionalmente nosso herói
de exportação. Ao longo OS INVESTIMENTOS
da história do Brasil,
intervenções do governo
visaram a manter o status
Já vimos, de forma geral, os componentes do cálculo do PIB.
do produto no mercado Vimos que um deles se refere aos investimentos por parte das empresas.
internacional. Após a crise
de 1929, foram a ação do Agora cabe fazer uma diferenciação sobre os tipos de investimentos
Estado e o desempenho do
café nos mercados inter- existentes.
nacionais que nos defen-
deram da recessão que se Quando você monta uma empresa, conta com seu capital inicial,
abateu sobre o mundo. com seu maquinário e com a mão-de-obra. No entanto, em um mercado
Você pode ver mais
sobre o assunto no site aberto e competitivo, é necessário que você destine regularmente
www.culturabrasil.pro.br/
vargas.htm. recursos que serão revertidos a esse negócio. Vale então ter claro que há
investimentos de dois tipos: realizados e desejados (ou planejados).
Pela C O N T A B I L I D A D E N A C I O N A L , os investimentos são a soma do
CONTABILIDADE
NACIONAL valor dos gastos das empresas com edificações e equipamentos (Formação
É a metodologia Bruta do Capital Fixo) mais os investimentos em estoques.
oficial de
classificação das Os investimentos em estoques representam todos os bens
variáveis econômicas
produzidos que não foram vendidos. Estes podem ser investimentos em
nacionais, as
chamadas contas estoque planejados, ou não planejados.
nacionais. O IBGE
(Instituto Brasileiro Os estoques não planejados (ou involuntários) são aqueles
de Geografia e
Estatística) faz
produtos destinados à venda mas que, por não terem sido vendidos,
o levantamento incorporaram-se ao estoque. Ou seja, o estoque involuntário é a variação
estatístico das contas
nacionais. involuntária do estoque por falta de compradores.
Os estoques voluntários são aqueles bens produzidos para compor
o estoque. A diferença entre investimento planejado e realizado é dada
justamente pela existência dos estoques involuntários.
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De forma mais simples: se toda a produção destinada à venda for
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efetivamente vendida, os estoques involuntários (variação de estoque)
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serão zero. Nessas condições, os investimentos planejados serão iguais
aos realizados.
Perceba:
Ir = Ip + ∆estoque
Ir – Ip = ∆estoque
Sendo:
Atividade 1
A Abragel e o mercado 1 2 3
A Associação
Brasileira dos
Fabricantes de
Geladeiras (Abragel)
divulgou ontem nota em
que declara a intenção
de investir 100 milhões
de reais em edificações
e equipamentos.
E m entrevista coletiva
à imprensa, na noite
de ontem, o consultor
da Abragel Nestor Antártico
lamentou o que qualificou como
nossas geladeiras no mercado
externo”. Segundo Antártico,
metade das geladeiras produzidas
neste trimestre encalhou nos
estoques.
“decepcionante desempenho de
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Análise Macroeconômica | O PIB e os componentes da demanda agregada
Agora, presumindo que todos os conselhos de Nestor foram seguidos pela entidade,
responda às perguntas a seguir:
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_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
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Respostas Comentadas
Se você articular as três notícias de jornal, verá que a Abragel investiu 100 milhões de reais em
planta industrial e 20 milhões em estoque. Você já aprendeu que os investimentos planejados
são a soma desses dois fatores. Portanto, o investimento planejado pela Abragel foi de 120
milhões de reais (a). Da segunda notícia, depreendemos que investiram-se 20 milhões de
reais nos estoques das empresas. Repare que se chegou a esse montante por decisão de
consultores. Logo, estamos falando sobre investimento planejado em estoque (b). Na terceira
notícia, lemos que o mercado não se comportou como a entidade esperava, o que resultou
no encalhe de metade do estoque. Como já definimos que o estoque era de 20 milhões de
reais, chegamos aos 10 milhões de reais encalhados (c). Ao longo da aula, você já viu que a
variação não-planejada do estoque se refere a quanto do estoque formado não conseguiu ser
vendido. Logo, neste caso, estamos falando de 10 milhões de reais (d). Por fim, como já vimos
que o investimento realizado é igual ao planejado acrescido da variação involuntária dos
estoques, chegamos ao número de 130 milhões de reais (e).
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AS IMPORTAÇÕES E AS EXPORTAÇÕES
3
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No cálculo do PIB, é de praxe considerar as exportações e as
importações de forma conjunta. Comumente, referimo-nos a essa dupla
de fatores sob o termo exportações líquidas (X-M), que representa as
compras dos produtos nacionais feitas pelos estrangeiros (exportações),
descontadas as compras de bens estrangeiros realizadas pelas famílias
nacionais (importações).
Sendo mais claro: a exportação líquida de geladeiras é igual à
soma de todos os aparelhos que se vendem para fora, descontados os
que se compram de fora.
Agora pense: qual a relevância das importações para a equação
que descreve os destinos do PIB?
A resposta é clara: as famílias, as empresas e o governo compram
produtos nacionais, mas também podem importar. Como o PIB diz
respeito aos bens e serviços produzidos em um país, é necessário descontar
desse cálculo o valor de tudo que foi importado. Se não houvesse o
desconto dessa despesa, não teríamos uma identidade. Veja como.
Imagine uma família comprando um automóvel Audi A8. Essa será
uma despesa com importações, pois esse carro não é fabricado no Brasil.
Supondo que esse veículo custe 50 mil dólares, essa despesa (convertida
em reais) estará associada a duas variáveis da equação 1: em um primeiro
momento, representa um item de consumo (C) das famílias, mas, como
tal valor também será descontado do item importações (M), a equação
do PIB estará representando adequadamente a igualdade entre o valor
da produção e o total das despesas.
Note: se nessa identidade não houvesse o item importações, o
item consumo traria consigo o valor do carro, que não é um produto
nacional.
Perceba:
PIB = C + I + G + (X – M) (1)
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Análise Macroeconômica | O PIB e os componentes da demanda agregada
Fonte:www.ibge.gov.br
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dos mercados externos? Há quem defenda que essa dependência é
3
maléfica, há quem diga que é o caminho inevitável e que o que importa
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é a maneira como a gerenciamos.
Na introdução desta aula, você viu que uma despesa que você
faça é igual à receita de outra pessoa. Perceba agora que tudo o que
você gasta provém do que ganha. Suas despesas, qualquer dona de casa
tem isso bastante claro, precisam “caber” no seu orçamento. Seguindo
o mesmo raciocínio e visto o PIB pela ótica dos gastos, veja que ele pode
ser descrito também pela ótica da renda.
Você já viu: o valor de tudo que é produzido com bens e serviços
tem como contrapartida a remuneração de quem os produziu (direta
e indiretamente). Logo, o valor do PIB é distribuído em renda para as
famílias. Ou seja, sua renda pode ter apenas três destinos: o consumo
(C), a poupança (S, do inglês savings) ou o pagamento de impostos (T,
do inglês taxes). Dessa maneira, tem-se outra identidade:
PIB = C + S + T (2)
Sendo:
C, o consumo agregado;
S, a poupança agregada;
T, a arrecadação de impostos do governo.
(1) PIB = C + I + G + (X – M)
(2) PIB = C + S + T
Logo,
C + S + T = C + G + I + (X – M) (3)
Para que você não se perca: assumimos aqui que os três destinos
da sua renda equivalem ao conjunto consumo das famílias + gastos do
governo + investimentos das empresas + exportações líquidas. Jamais
perca de vista que estamos tratando de um fenômeno cíclico. As riquezas
circulam dentro de uma economia.
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Análise Macroeconômica | O PIB e os componentes da demanda agregada
?
A poupança e as
exportações
Lidando com os fatores que compõem o cálculo
do PIB – equações (1) e (2) – chegamos à seguinte
equação:
C + S + T = PIB = C + G + I + (X – M) (3)
Observe: a partir dessa identidade, podemos chegar a ainda outra:
O
(S – I) + (T – G) = (X – M) (4)
Perceba que dividimos o setor privado (S e I) e o setor público (T e G). Esta
igualdade diz, entre outras coisas, que as exportações serão superiores às
importações quando:
• o nível de poupança for maior do que o que se gasta investindo
(S – I); e/ou
• o governo gastar menos do que arrecada (T - G).
A partir da mesma igualdade, perceba:
(S + T) – (I + G) = (X – M) (4a)
O DÉFICIT
PÚBLICO
Ou seja: se o nível de poupança da população e a receita advinda
dos impostos (mecanismos de financiamento) superarem
Ocorre quando os
gastos do governo os investimentos feitos pelas empresas e os gastos do
são superiores ao governo (gastos internos), teremos maior produção e, por
que ele arrecada com conseguinte, melhores condições para exportar. No caso
impostos. Ou seja,
quando o governo
contrário, teremos carência de recursos, o que nos
gasta mais do que levará a importá-los.
arrecada. Para que fique mais claro, um país será
exportador de recursos
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3
para o resto do mundo quando sua
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atividade econômica apresentar um bom nível
de poupança e/ou um governo sem déficits em seu “caixa”. De
outro modo, um país com D É F I C I T P Ú B L I C O e nível de poupança insuficiente
para contrabalançar os investimentos privados terá necessariamente um nível de
importações maior do que o de exportações. Como assim?
Pense: se um país está consumindo mais do que produz, é preciso que alguém
(o exterior) esteja fornecendo parte desse produto. Vale registrar
que tal situação ocorreu no Brasil durante a década
de 80 do século passado.
DA = C + I + G.
Y = DA = C + I + G (5).
A equação (5) é a forma simplificada da equação (1), que continha
as exportações líquidas.
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Análise Macroeconômica | O PIB e os componentes da demanda agregada
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Veja um exemplo: uma pessoa poupa dez reais. Quando poupa
3
(ou aplica) essa importância, a agência bancária, como intermediário
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financeiro, tenta emprestar os dez reais para alguém, que pode ser um
empresário que precise do dinheiro para investir. Nesse caso, o que a
pessoa deixou de consumir para poupar deverá ser gasto pelo empresário,
sob forma de investimentos. Daí o equilíbrio.
Atividade 2
Poupança, um negócio do Japão 1 2 3
Agora responda: que ligação você percebe entre o hábito de poupar e o crescimento
econômico?
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Resposta Comentada
A poupança (ou o que podemos chamar “taxa de poupança bruta”) é o resultado da conta
“renda menos consumo e impostos”. Quando uma pessoa poupa, ela deixa seu dinheiro
no banco. Este disponibiliza tal quantia para empréstimos. Parte desses empréstimos deve
se destinar a empresários que precisem investir para aumentar a produção, mas que não
disponham dos recursos. Assim, quanto maior a taxa de poupança de uma população maior a
possibilidade de financiamento dos investimentos. E quanto maior o investimento maiores serão
a produção e o emprego gerados no futuro. A partir daí, gera-se mais crescimento econômico.
O Japão, por exemplo, tem uma das maiores taxas de poupança do mundo.
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Análise Macroeconômica | O PIB e os componentes da demanda agregada
! Ir = Ip?
Atividade 3
Brasil, país do futuro 1 2 3
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3
De posse desses fatos “históricos”, analise esses dados “concretos”:
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O Estado brasileiro gasta 30 bilhões de neorreais ao ano.
O nível de poupança do Brasil está na casa dos 60 bilhões de neorreais.
Os impostos pagos ao Estado chegam à marca dos 80 bilhões de neorreais.
Agora responda: diante desse quadro, de quanto os empresários dispõem para investir
na potente indústria nacional?
Resposta Comentada
Antes de mais nada, vale comentar que o primeiro dado, sobre a auto-suficiência do Brasil
na produção de petróleo, é real. Agora vamos em frente: ao longo desta aula, você trabalhou
em cima da substituição dos fatores que compunham a seguinte equação: PIB = consumo +
investimentos + gastos do governo + exportações líquidas (PIB = C + I + G + (X – M) (1)).
Viu também que, em uma economia em equilíbrio, o PIB se iguala à renda e à demanda
agregada (PIB = Y = DA). Viu ainda que a renda das famílias se desdobra em consumo,
poupança e impostos. Logo,
PIB = Y = DA = C + I + G + (X – M)
Y=C+S+T
C + S + T = C + I + G + (X – M)
S + T = I + G + (X – M)
Mas como já definimos que o “novo Brasil” não importa nem exporta,
S+T=I+G
CONCLUSÃO
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Análise Macroeconômica | O PIB e os componentes da demanda agregada
Atividades Finais
1. Dados do IBGE informam que a participação do consumo no PIB brasileiro caiu de
58% em 2003 para 55,3% em 2004. A média histórica da participação do consumo é
de cerca de 65%. Considerando que o IBGE acusou, no período, um crescimento do
PIB de 4%, comente se essa redução do consumo representa uma perda de bem-estar
das famílias.
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Resposta Comentada
Não necessariamente. O consumo pode aumentar, ainda que em proporção ao PIB ele diminua
(dados mostram elevação de 4% do consumo em 2004). Se o consumo cai em proporção ao
PIB, a taxa de poupança pode ter aumentado. Se esta última foi maior que a taxa de investimento
(FBCF), então a taxa a mais de poupança foi destinada a financiar os gastos do governo (déficit
público) ou foi enviada ao exterior (por exemplo, para reduzir a dívida externa).
Sobre o panorama descrito, que se refere ao caso real brasileiro, saiba: segundo declarou o
economista Paulo Levy, diretor de Estudos Macroeconômicos do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (IPEA), em entrevista ao jornal Valor Econômico (5/4/2005), “a taxa de poupança é
muito importante porque mostra que o Brasil tem sido capaz de gerar domesticamente a poupança
necessária aos investimentos”.
Pelos dados do IBGE, a taxa de investimentos contabilizada (apenas) pelo FBCF foi 0de 19,6%, e
a da poupança, de 23,2%. Em termos de dados macroeconômicos, essa situação é confortável,
pois indica que o investimento privado não precisou de recursos externos e que a poupança
interna deve ter contribuído para melhorar as contas externas.
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Para ser uma situação negativa, o nível de consumo das famílias precisa estar abaixo de um patamar
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socialmente aceitável. Ainda assim, lembre-se de que níveis elevados de poupança e de investimento
são elementos favoráveis ao crescimento econômico, e que, no longo prazo, permitem elevar o
padrão de vida da população.
2. Reflita: o investimento em estoques pode assumir valor negativo? Em que caso isso
ocorre?
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Resposta Comentada
Sim, investimentos em estoques representam os produtos que foram produzidos porém não
vendidos ou utilizados em determinado período. Quando ocorrer o contrário disso, ou seja, bens
que sejam vendidos sem que tenham sido produzidos naquele período,
o tem-se o investimento
em estoque negativo. Para que isso ocorra, basta que a demanda seja maior do que a produção
planejada. Nesse caso, os empresários procurarão atender a esse excesso de demanda com
a venda de seus estoques.
RESUMO
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Análise Macroeconômica | O PIB e os componentes da demanda agregada
LEITURA RECOMENDADA
Nesta aula foi citado o FMI. Se você quiser saber um pouco mais sobre o
que faz o Fundo Monetário Internacional, bem como ter acesso a dados de
outros países, visite o site do fundo: www.imf.org (em inglês).
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