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Janeiro - 2008
Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo,
não precisa temer o resultado de cem batalhas.
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O cenário de violência instalado e vivenciado pela sociedade brasileira nos últimos anos, tem
comprovado a necessidade cada vez maior do aprimoramento das instituições policiais e em
especial dos seus profissionais. Com essa convicção formada, partimos do pressuposto de que,
combater a criminalidade de forma empírica, como já fora vivenciado no passado, já não possui
mais espaço em uma sociedade tão exigente, consciente e ao mesmo tempo necessitada de
respostas policiais eficientes e eficazes.
Outro entendimento digno de registro mostra que não basta tão somente aumentar o número de
policiais nas ruas para que as pessoas se sintam seguras e tranqüilas, é necessário sim, aumentar
nas ruas a quantidade de policiais com preparo técnico profissional. Essa é, com toda certeza, a
contextualização mais evidente de que para o policial, no exercício da sua função, desempenhar seu
mister com tranqüilidade e autoconfiança, buscando a maior probabilidade de acerto, necessário se
faz capacitá-lo de tal forma que ele tenha um leque, o mais amplo possível, de alternativas táticas
para a resolução das ocorrências com as quais irá se deparar.
Nas situações que a intervenção do aparato policial se faz essencialmente necessário, o surgimento
de uma crise é bastante provável, principalmente se ele surpreende um crime em andamento, tendo
como reflexos imediatos, situações onde pessoas são tomadas como reféns, criando um verdadeiro
impasse e colocando em risco o mais valioso bem que um ser humano pode ter, a vida.
Uma vez observados e pontuados tais situações críticas, o Sistema de Defesa Social Norte-
Americano, nas últimas quatro décadas, têm catalogado e estudado milhares de crises ocorridas nos
Estados Unidos e, a partir desses estudos, estabelecendo condutas e noções de ação planejada para
a Polícia no gerenciamento de eventos cruciais. Para a Academia Nacional do FBI (Federal Bureau
of Investigation), os fundamentos teóricos servem de suporte para o atendimento de eventos
cruciais, capacitando o policial na identificação, na classificação e na tomada de decisões durante o
processo. Por outro lado, no Brasil a doutrina sobre gerenciamento de crises é um tema recente,
tendo o Delegado da Polícia Federal Roberto das Chagas Monteiro como sendo o primeiro
profissional e estudioso a publicar uma apostila relacionada ao assunto na década de 1990.
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O atendimento de ocorrências de alto risco exige das instituições policiais muito mais que boa
vontade, rusticidade e experiências acumuladas. Não se pode admitir neste ramo de atuação, uma
polícia amadorística, empírica, sobretudo porque as ações como essas, ganham destaque nacional e
porque não afirmar internacional e certamente os seus possíveis erros tenderão a serem submetidos
à divulgação, expondo as fragilidades encontradas nas instituições policiais.
ÍNDICE
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Origem do Gerenciamento de Crises 06
A Crise 06
O Gerenciamento de Crises 09
Características das Crises 11
Objetivo do Gerenciamento de Crises 12
Critérios de ação 12
Classificação dos graus de risco 13
Níveis de resposta 14
Fases do processo de Gerenciamento de Crises 15
FASE DA PRÉ-CONFRONTAÇÃO 15
FASE DA CONFRONTAÇÃO (RESPOSTA IMEDIATA ou AÇÃO) 17
FASE DA PÓS-CONFRONTAÇÃO DE UM EVENTO CRÍTICO 21
Alternativas táticas 21
NEGOCIAÇÃO 22
CARACTERÍSTICAS QUE DEVE TER O NEGOCIADOR 22
OBJETIVOS DA NEGOCIAÇÃO 23
TÁTICAS DE NEGOCIAÇÃO - Regras Básicas 23
TÉCNICAS NÃO-LETAIS 23
O TIRO DE COMPROMETIMENTO (SNIPER) 24
A INVASÃO TÁTICA 25
Elementos de informações 25
Fontes de informação 26
BIBLIOGRAFIA 27
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A doutrina estudada e aplicada sobre Gerenciamento de Crises no Brasil, já vem sendo
consolidada a praticamente duas décadas recebendo um tratamento de caráter científico nos EUA,
estando atualmente o assunto consolidado em bases doutrinárias consistentes.
Nas Academias de Polícia dos EUA, e em especial na Academia Nacional do FBI (Federal
Bureau of Investigation), o Gerenciamento de Crises tornou-se matéria de tão grande importância,
que é ministrada tanto nos cursos de formação, como também, nos cursos de especialização e
aperfeiçoamento de policiais. Podemos até afirmar que tal disciplina se apresenta como sendo
essencialmente necessária na cartilha dos executivos de polícia daquele país, fazendo com o que, o
resultado de tal conscientização sobre sua importância, têm proporcionado uma padronização no
atendimento de ocorrências em eventos cruciais.
A Crise
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processo do qual deve emergir uma solução. Há uma crise quando a
tranqüilidade social está em dissonância com a realidade percebida.
Por outro lado, o fato que leva à crise é o que se denomina situação
crítica. Parte-se da situação crítica para a crise, ou seja, o evento grave, difícil
e perigoso aponta a crise.
No contexto policial, a crise é também conhecida como evento ou situação crucial e se mal
administrada, pode macular a credibilidade e a imagem da instituição policial. Uma verdadeira
manifestação violenta e imprevisível do rompimento do equilíbrio, da normalidade, enfim, da paz
social.
O Delegado da Polícia Federal Roberto das Chagas Monteiro, em uma de suas obras
(1994), cita o conceito de crise adotada pela Academia Nacional do FBI, como sendo:
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conjuntural, inclusive com risco de vida para as pessoas envolvidas, e
que possa manifestar-se através de motins em presídios, assaltos a
bancos com reféns, seqüestros, atos de terrorismo, tentativas de suicídio,
ocupação ilegal de terras, bloqueios de estradas, dentre outras
ocorrências de vulto, surpreendendo as autoridades e exigindo uma
postura imediata das mesmas, com emprego de técnicas especializadas”.
GCRISES da PMCE
O conceito de crise desenvolvido e aplicado pela Polícia Militar do Estado da Bahia, nos
mostra o balizamento oriundo do conceito formulado pelo FBI, então vejamos:
Uma crise é um problema de certa gravidade e urgência que os órgãos que compõem o
Sistema de Defesa Social, devem identificá-lo, entendê-lo e juntos buscarem soluções aceitáveis
objetivando sempre preservar vidas humanas e aplicar a Lei.
Definido o que seja crise no contexto policial, torna-se conveniente e importante registrar
alguns exemplos de crises, em que os órgãos que compõem o Sistema de Defesa Social do Estado
terão que dar uma resposta especial:
- Assalto com tomada de reféns.
- Seqüestro de pessoas.
- Rebelião em Estabelecimentos Prisionais.
- Assalto a bancos com reféns.
- Atos de terrorismo.
- Ameaça de bombas.
- Tentativas de suicídio.
- Invasão de terras.
- Capturas de fugitivos.
O Gerenciamento de Crises
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A crise, uma vez instaurada, exigirá dos órgãos que compõem o Sistema de Defesa Social
do Estado, uma resposta imediata que acontecerá através do gerenciamento. Como nos ensina o
Ten PMES Irio Doria Junior (SENASP 2007), “o Gerenciamento de Crises por sua vez pode ser
descrito, como uma metodologia, que se utiliza, muitas vezes, de uma seqüência lógica para
resolver problemas que são fundamentados em possibilidades. Devemos observar que o
Gerenciamento de Crises não é uma ciência exata, pois cada crise apresenta características
exclusivas, exigindo, soluções particulares, que exigem uma cuidadosa análise e reflexão”.
O Gerenciamento de Crises pode ser descrito como um processo racional e analítico de
resolver problemas baseados em probabilidades.
A Academia Nacional do FBI conceitua o Gerenciamento de Crises, da seguinte forma:
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prevenção e/ou resolução, a fim de assegurar o completo
restabelecimento da ordem pública e da normalidade da situação”.
GCRISES da PMCE
Não obstante o conceito de Gerenciamento de Crises formulado pelo FBI, a Polícia Militar
do Estado da Bahia, em consonância com a doutrina norte-americana, define Gerenciamento de
Crises sendo:
Conforme menciona Ten PMES Doria (SENASP 2007), as ocorrências que envolvem
crises policiais, por suas características, geram e criam, no cenário da Segurança Pública, sempre
situações decisivas, onde o Gerente da crise deve estar preparado para ser o administrador de todo
um cenário.
Assim sendo, podemos afirmar que a capacidade de gerenciar crises torna-se necessária
para todas as organizações policiais, pelas seguintes razões:
1. Os órgãos encarregados de gerenciar e resolver a crise agem em nome do Estado, de
onde podemos afirmar que, se o processo for mal conduzido, poderá gerar problemas de
responsabilidade civil para o Estado, especialmente nos casos em que houver mortes de reféns ou
pessoas inocentes.
2. A crise é não-seletiva e é inesperada, ou seja, ninguém está imune à ocorrência de uma
crise em sua área de atuação e tampouco poderá prever quando esse evento vai ocorrer.
3. A veiculação dos fatos pela mídia durante o desencadear de um evento crucial, faz com
que os erros que porventura possam ser cometidos pelas instituições policiais no processo de
gerenciamento de crises sejam vistos sob uma lente de aumento. Além do que, a ampla divulgação
de tais erros causa um desgaste da confiança e por sua vez um descrédito da sociedade nas
instituições policiais e um constrangimento natural dentro da própria comunidade policial.
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Características das Crises
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Considerações legais especiais:
Com relação às considerações legais especiais exigidas pelos eventos críticos, cabe
ressaltar que, além de reflexões sobre temas como estado de necessidade, legítima defesa, estrito
cumprimento do dever legal, responsabilidade civil, etc., o aspecto da competência para atuar é
aquele que primeiro vem à baila, ao se ter notícia do desencadeamento de uma crise. “Quem ficará
encarregado do gerenciamento?” - é o primeiro e mais urgente questionamento a ser feito, sendo
muito importante na sua solução um perfeito entrosamento entre as autoridades responsáveis pelas
organizações policiais envolvidas.
Critérios de ação
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A aceitabilidade, implica em que toda ação deve ter respaldo legal, moral e ético.
ACEITABILIDADE LEGAL – Toda decisão deve ser tomada com base nos princípios
ditados pelas leis.
ACEITABILIDADE MORAL – Toda decisão para ser tomada deve levar em consideração
aspectos de moralidade e bons costumes.
ACEITABILIDADE ÉTICA – O responsável pelo gerenciamento da crise, ao tomar uma
decisão, deve fazê-lo lembrando que, o resultado da mesma não pode exigir de seus comandados a
prática de ações que causem constrangimentos à corporação policial.
Resumindo, o GERENTE DA CRISE, no momento das suas tomadas de decisões, deve
estar a todo o momento se questionando sobre as suas determinações ou decisões:
É necessário correr este risco ou existe uma outra forma de se resolver? Vale a pena correr
este risco? A minha decisão possui um respaldo legal, esta dentro dos princípios morais e éticos da
sociedade?
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oitenta reféns a bordo de uma aeronave.
Um indivíduo de posse de um recipiente,
afirmando que seu conteúdo é radioativo e
4º GRAU AMEAÇA EXÓTICA
de alto poder destrutivo ou letal, por um
motivo qualquer, ameaça uma população.
Níveis de resposta
Uma correta avaliação do grau de risco ou ameaça, representado por uma crise, concorre
favoravelmente, para a solução do evento, possibilitando, desde o início, o oferecimento de um
nível de resposta adequado à situação, evitando-se, destarte, perdas de tempo desnecessárias
(MONTEIRO, 1994).
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Fases do processo de Gerenciamento de Crises
NORMATIZAÇÃO
A normatização serve antes de tudo como o embasamento legal de atuação dos órgãos
envolvidos. Apesar de constar na Constituição Federal de 1988, no seu Art. 144, a competência dos
órgãos do Sistema de Defesa Social (SDF), atribuindo às Policiais Civis a repressão mediata, ou
seja, através da investigação policial, elucidar delitos, além de subsidiar o Poder Judiciário através
do Inquérito Policial dos elementos para o início da ação penal, cabendo às Policiais Militares o
Policiamento Ostensivo, ou seja, a repressão imediata (instantânea), mesmo com a existência do
policiamento preventivo, ocorrendo o delito o PM deverá de imediato agir em defesa da sociedade.
Em alguns estados membros da União existe norma específica sobre a matéria, evitando assim, o
conflito de atribuições. Muito embora, no Estado da Bahia as instituições de um modo geral têm
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trabalhado numa constante harmônica cooperação, proporcionando a sociedade baiana, bons
resultados na resolução de conflitos críticos.
FORMAÇÃO DE DOUTRINA
É de fundamental importância que os envolvidos em eventos críticos tenham o
conhecimento dos procedimentos a serem adotados quando na confrontação e através de um
programa contínuo e criterioso de divulgação, com cursos, estágios, palestras e oficinas, a
Secretaria de Segurança Pública tem transmitido aos integrantes do Sistema de Defesa Social
(SDF), a necessidade de padronização de posturas e de cooperação para resolução dos conflitos da
vida moderna, tendo o devido cuidado com referencia ao nível de informação, para não reduzir ou
até mesmo anular, as técnicas de respostas, utilizadas pelo Sistema de defesa Social do Estado,
contra a escalada da violência que vitima a nossa sociedade.
ESTRUTURAÇÃO
Com aumento de ocorrência desta natureza, ficou irreversível a necessidade de criação de
uma estrutura específica para tratar do assunto, com pessoal treinado, espaço definido e
principalmente equipamentos eficientes para fazer frente aos eventos críticos.
TREINAMENTO
Como já entendemos que crise é um fenômeno social, e como fenômeno social está sempre
num processo de mudanças, os profissionais que atuam nesta área não podem se permitir parar no
tempo, pois, esta estagnação poderá custar uma preciosa vida, logo, o aprimoramento técnico-
profissional deve ser contínuo, avaliando através de estudo de casos os procedimentos adotados em
todas as ocorrências, formando um banco de dados eficiente.
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da doutrina sobre gerenciamento de situações cruciais, são de extrema importância, pois, na
maioria dos casos são eles que serão os primeiros a se depararem com tais ocorrências.
Segundo Monteiro (1994) “(...) de uma resposta imediata eficiente depende quase que 60%
do êxito da missão policial no gerenciamento de uma crise”. (grifo nosso)
É a fase do conflito propriamente dito, onde ocorre a resposta imediata da Polícia através
de ações urgentes de controle da área crítica, dividida nas seguintes etapas:
CONTENÇÃO
Como menciona Ten PMES Doria (SENASP 2007), “a contenção de uma crise consiste em
evitar que ela se alastre, isto é, impedindo que os seqüestradores aumentem o número de reféns,
ampliem a área sob seu controle, conquistem posições mais seguras, ou melhor, guarnecidas,
tenham acesso a mais armamento, vias de escape, ou seja, a contenção é o impedimento do
deslocamento do ponto crítico”. Completa ainda, exemplificando a contenção que fora realizada na
manutenção do perpetrador dentro do ônibus no caso do Ônibus 174, acontecido no Rio de Janeiro,
em 2001.
Enfim, é a ação policial que visa evitar o agravamento da situação ou que ela se alastre,
impedindo que o causador:
Aumente o número de reféns;
Amplie a área de controle;
Conquiste posições mais seguras;
Tenham acesso a recursos que facilitem ou ampliem o seu potencial ofensivo.
ISOLAMENTO
É a ação policial que visa cortar todos os meios de contato, visual, audiovisual e ou
material dos envolvidos diretamente no conflito. É o “congelamento” do objetivo (local), visando
interromper o contato da vítima ou refém e principalmente do causador com o exterior.
Recomenda-se o corte de energia elétrica, linha telefônica, sistema de abastecimento de
água, gás e qualquer outro meio de independência por parte dos causadores.
Permite que a Polícia assuma o controle como único veículo de interlocução. Quanto
melhor o isolamento melhor a possibilidade de negociação.
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INÍCIO DAS NEGOCIAÇÕES
Considerado o momento mais tenso, por não termos os elementos essenciais de
informações, como número de reféns ou vítimas, quantidade de causadores, armamento utilizado,
conhecimento do espaço físico. É o principal momento em que o policial pode encontrar uma certa
agressividade por parte dos causadores. A técnica recomenda que este contato inicial seja através
de instrumentos de comunicação como megafone, etc. Mesmo que a autoridade que primeiro tiver
contato com a crise não seja um negociador oficial, este deverá iniciar o processo de negociação
assim que as condições do terreno o permitam.
PERÍMETROS DE SEGURANÇA
São os anéis de controle, que propiciam a segurança da população, das autoridades
envolvidas, da imprensa, das vítimas ou reféns e dos protagonistas do evento. A sua forma e
tamanho podem variar de acordo com cada ocorrência, pois dependeremos de vários fatores como:
espaço físico onde esta ocorrendo a crise, poder de letalidade do armamento que está sendo
utilizado e a tipologia do causador do evento crítico, vale lembrar que quanto maior suas
dimensões, mais difícil sua manutenção. Os perímetros de segurança geralmente são divididos em
três etapas: EXTERNO, INTERMEDIÁRIO e INTERNO.
• PERÍMETRO EXTERNO
É o local onde deverão ficar todas as pessoas que não estão envolvidas diretamente com o
conflito, a exemplo de curiosos, policiais de folga ou de serviço em outra área de atuação, a
imprensa, etc.
• PERÍMETRO INTERMEDIÁRIO
É local onde é estabelecida toda estrutura operacional para resolução do conflito, neste
perímetro ficam instalados:
COMANDANTE DO TEATRO DE OPERAÇÕES (CTO)
A competência para gerir as atividades policiais é atribuída naturalmente aos Comandantes
de Unidade Operacional, a depender do grau de risco e proporcionalidade da ocorrência, através de
entendimento do escalão superior, são acionados outras autoridades para o local.
O Comandante do Teatro de Operações é:
Autoridade máxima para todas as ações no local;
Quem adota as medidas doutrinárias, observando os critérios de ação;
É quem determina à estratégica;
É quem autoriza todas as ações táticas (com exceção das abordagens emergenciais);
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É quem estabelece e supervisiona a cadeia de comando e assegura uma coordenação com o
seu substituto.
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Coleta, processa, analisa e difunde informações atuais e oportunas a todos os usuários (CTO,
CGT e Negociadores);
Desenvolve e assegura a consecução de diretrizes investigatórias, com vistas à coleta de
informações.
GRUPO DE LOGÍSTICA
Têm como missão:
Prover e coordenar o sistema de transporte entre o local da crise e a repartição policial;
Prover e coordenar os serviços de manutenção;
Prover e coordenar a distribuição de víveres e local de repouso da tropa;
Matem um completo inventário dos equipamentos e demais insumos utilizados no local da
crise.
ASSESSORIA DE IMPRENSA
Preferencialmente terá a frente dessa missão, alguém que conheça de Comunicação Social;
É o único elemento responsável pela divulgação dos fatos;
Deve estar se policiando para não passar, de forma alguma, técnicas ou táticas empregadas
na operação;
Antes de iniciar cada contato com a imprensa, falar antes com o CTO, para as devidas
orientações, sobre o que vai ser passado;
Utilizar a própria mídia como fator de sucesso no gerenciamento da crise.
• PERÍMETRO INTERNO
O perímetro tático interno é um cordão de isolamento que circula o ponto crítico, formando o
que se denomina de zona estéril. No seu interior, somente devem permanecer os perpetradores, os
reféns (se houver) e os policiais especialmente designados.
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Algumas pessoas acreditam que com a libertação dos reféns a ocorrência já está terminada,
vamos citar algumas dentre as varias medidas que o aparelho policial precisa adotar após a
confrontação:
Alternativas táticas
NEGOCIAÇÃO
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Considerado o momento mais tenso, por não termos os elementos essenciais de
informações, como número de reféns ou vítimas, quantidade de causadores, armamento utilizado,
conhecimento do espaço físico.
É o principal momento em que o policial pode encontrar uma certa agressividade por parte
dos causadores. A técnica recomenda que este contato inicial seja através de instrumentos de
comunicação como megafone, etc. Mesmo que a autoridade que primeiro tiver contato com a crise,
não seja um negociador oficial, ainda assim, este deverá iniciar o processo de negociação assim que
as condições do terreno permitir.
O negociador, pessoa com treinamento específico, tem um papel de grande
responsabilidade no processo de gerenciamento de crises, sendo muitas as suas atribuições. Assim
sendo, não pode a sua função ser desempenhada por qualquer outra pessoa, influente ou não, como
já ocorreram e ocorrem em diversas ocasiões.
Monteiro (1994) cita em uma de suas obras que:
“Faz parte da história policial recente, no Brasil, a utilização de religiosos, psicólogos,
políticos e até Secretários de Segurança Pública como negociadores. Tal prática tem-se revelado
inteiramente condenável, com resultados prejudiciais para um eficiente gerenciamento dos eventos
críticos, e a sua reincidência somente encontra explicação razoável no fato de a grande maioria das
organizações policiais do país não ser dotada de uma equipe de negociadores constantemente
treinada para essa missão”.
O papel mais específico do negociador é o de ser intermediário entre os causadores da crise
e o Comandante do Teatro de Operações. Ele é o canal de conversação que se desenvolve entre, as
exigências dos causadores do evento crítico e a postura das autoridades, na busca de uma solução
aceitável.
OBJETIVOS DA NEGOCIAÇÃO:
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• Ganhar tempo;
• Abrandar exigências;
• Colher informações;
• Prover um suporte tático.
TÉCNICAS NÃO-LETAIS
É o conjunto de métodos utilizados para resolver um determinado litígio ou realizar uma
diligência policial, de modo a preservar as vidas das pessoas envolvidas na situação. Segundo o
conceito adotado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, é: “Toda ação coroada de êxito, onde
o PM atua em uma ocorrência policial que, dependendo do desfecho, faça o correto emprego dos
meios auxiliares para contenção da ação ilícita, somente utilizando a arma de fogo após esgotarem
tais recursos”.
Essa alternativa tática, com o passar do tempo e seu emprego, têm mostrado que os
equipamentos tidos como não-letais, se forem mal empregados, podem ocasionar a morte, além de
Não produzir o efeito desejado.
Segundo De Souza e Riani (2007, p. 4),
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• Técnicas não-letais – conjunto de métodos utilizados para resolver um determinado litígio
ou realizar uma diligência policial, de modo a preservar as vidas das pessoas envolvidas na
situação (...) somente utilizando a arma de fogo após esgotarem tais recursos.
• Tecnologias não-letais – conjunto de conhecimentos e princípios científicos utilizados na
produção e emprego de equipamentos não-letais.
• Armas não-letais são as projetadas e empregadas especificamente para incapacitar pessoal
ou material, minimizando mortes, ferimentos permanentes no pessoal, danos indesejáveis à
propriedade e comprometimento do meio ambiente.
• Munições não letais – são as munições desenvolvidas com objetivo de causar a redução
da capacidade operativa e/ou combativa do agressor ou oponente. Podem ser empregadas
em armas convencionais ou específicas para atuações não-letais.
• Equipamentos não-letais – todos os artefatos – inclusive os não classificados como armas
– desenvolvidos com finalidade de preservar vidas, durante atuação policial ou militar,
inclusive os equipamentos de proteção individual (EPI’s).
Podemos, então, afirmar que as terminologias “não letal”, “menos letal” e “menos que
letal” podem ser usados, pois referem-se ao objetivo a ser alcançado, e não do resultado
incondicional do uso de tais tecnologias ou equipamentos.
As armas não-letais atuam através de ruído, irritação da pele, mucosas e sistema
respiratório, privação visual por ação de fumaça e luz, limitação de movimentos através de choque
elétrico, e impacto controlado. Essas armas objetivam inibir ou neutralizar temporariamente a
agressividade do indivíduo através de debilitação ou incapacitação. (DE SOUZA E RIANI, 2007,
p. 7).
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O atirador de elite só atua mediante autorização. Isso deve ser entendido no que diz
respeito somente ao seu posicionamento e também quando de ordens expressas que lhe autorizem o
emprego do armamento, quer preservando a vida do criminoso, quer atuando para a eliminação
total do risco (LUCCA, 2002, p. 109).
A INVASÃO TÁTICA
A invasão tática representa, em geral, a última alternativa a ser empregada em uma
ocorrência com reféns localizados. Isso ocorre porque o emprego da invasão tática acentua o risco
da operação, aumentando, como conseqüência, o risco de vida para o refém, para o policial e para o
transgressor da lei. Isso por si só, vai de encontro com um dos objetivos principais do
gerenciamento de crises que é a preservação da vida.
Dessa forma, só se admite a aplicação dessa alternativa tática quando, no momento da
ocorrência, o risco em relação aos reféns se torna um risco ameaçador à integridade física dos
mesmos ou ainda quando, na situação em andamento, houver uma grande possibilidade de sucesso
do time tático.
Elementos de informações
R REFÉM OU VÍTIMA
O OBJETIVO(local)
A ARMAS
Fontes de informação
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- Reféns liberados ou escapados;
- Negociadores;
- Atiradores de Elite;
- Vigilância Técnica;
- Investigação;
- Documentos;
- Mídia;
- Exploração Tática, etc.
Síndrome de Estocolmo
É uma ambiência psicológica desenvolvida a partir de momentos cruciais das vidas das
pessoas envolvidas nas crises (negociadores, reféns, causadores, etc.) de onde advêm os
sentimentos de proteção, zelo, amor e cumplicidade.
BIBLIOGRAFIA
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- Constituição da República Federativa do Brasil.
** BRITO, Carlos Eugênio Timo, Gestor Público Federal, atualmente com exercício no Gabinete
do Secretário-Executivo do Ministério da Justiça, Professor Mestre em Relações Internacionais
(Universidade de Brasília) e Justiça Criminal ("The London School of Economics), docente do
Núcleo de Estudos em Defesa, Segurança e Ordem Pública (NEDOP) do Centro Universitário do
Distrito Federal (UniDF) de Brasília, Distrito Federal e do curso de graduação em Relações
Internacionais do UniCEUB de Brasília, Distrito Federal.
*** MAGALHÃES, Luiz Carlos, Agente de Polícia Federal. Especialista (MBA) em Gestão da
Segurança Pública e Defesa Social e Bacharel em Direito. Pesquisador Associado do Núcleo de
Estudos em Defesa, Segurança e Ordem Pública (NEDOP) do Centro Universitário do Distrito
Federal (UniDF) de Brasília, Distrito Federal.
Sugestões de filmes:
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