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Produtos d e C e r â m i c a Vermelha
Claudio de Souza Kavnlerc1.llk
Universidade do Vale do R io ~ Sinos
18.1. Introdução
Quartzo
Quartzo
cauunita
llrta caulinita
O 10 20 30 40 50 60 70 80
2 THETA (GRAUS)
Figurn 1 - Exemplo do uso da técnica de difração de raios X: difratograma de uma argila da região do Vale do Rio
dos Sinos - RS , com identificação dos principais elementos constituintes.
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igura 2 · Exemplo de c~~as de ATD, TG ~ ~TG resulta~~es do ensaio de. uma argila utilizada pam a fabricação
de tlJolos e blocos ceramJcos. na reg1ao do Vale do Rio dos Sinos, RS.
A) Di~tribuição granulométric a
A, distribuição granulométrica, associ~da _à forma e ao estado de agregação das
P~iculas de argila, exerce grande infl_uenc1a no co~po~ment o da massa~ nas
P opnedades da cerâmica vermelha, tais como a distnbmçao de poros, res1stencia
tnec"aruca
· e te tura. .
A matéria- a utilizada para a produção de cerânuca vermelha é constituída,
1 1
570 e. de Sou za Kazmierczak
B) Plasticidade
A caracterização física da argila pressupõe a determinação de seus índices de
plasticidade. Plasticidade é a propriedade que um sistema rígido possui de se
deformar, sem se romper quando submetido a uma determinada força, e de manter
essa deformação após a retirada da força. A plasticidade é fundamental para as
argilas destinadas à produção de cerâmica vermelha, uma vez que elas,
normalmente, são moldadas por extrusão.
Em argilas úmidas, a plasticidade é resultante da ação da água retida entre as
partículas lamelares dos argilominerais (que age como um meio lubrificante e
permite o deslizamento entre elas, quando uma força tangencial for aplicada) e de
sua interação com as forças de atração existentes entre as partículas lamelares
(forças de van der Walls e eletrostáticas)2 •
Para que uma argila apresente plasticidade, é necessário que a quantidade de
água existente no sistema seja superior à necessária para cobrir a superlície dos
argilominerais: as moléculas de água adsorvidas à superlície dos argilominerais
formam uma película denominada "água rígida", que fica aderida à superfície por
pJ>ntes de hidrogênio e é "orientada" eletricamente; o restante da água age como
1 brificante, permitindo o deslizamento entre as partículas lamelares dos
gminerais.
(abri.cação da cerâmica vermelha, procura-se determinar a mínima
·* de água necessária para permitir uma moldagem adequada, uma vez
eessivos de água poderão gerar elevadas contrações durante as
~,! t9) , e queima (resultando em deformações e
fis uras) e um
•dage ela cerâmica, com conseqüente perda de re i tência
bmdade a água.
ge água rígida e a massa de argila bem como
·~ sã o denominados índices de ttemberg,
· ados limite de plasticldad limite
plM,tiçtdade;(I.J') o mínimo tear
(:QIJl a
determinação do limite de liquidez
u o de temperaturas muito acima de lOOOºC p~de lev~ a argila à fus~o. o q~e não
é desejado. Após a queima e O resfriame?tº: sa<: realizados os dem~1s en aio de
caracterização da argila cozida, que md1carao a temperatura ideal para a
fabricação da cerâmica.
]82.2.2.4 Porosidade
A P?r?sidade é função das características da argila utilizada e da umidade
necessana para a sua moldagem. As dimensões das partículas lamelares dos
argilominerais e as forças de atração existentes entre elas, associadas à quantidade
de água existente na argila no momento da conformação, são fatores
preponderantes para a definição da distribuição dos poros da cerâmica. Esses
fatores, associados à energia utilizada para a moldagem e às alterações
volumétricas decorrentes dos processos de secagem e queima da massa, definirão
a distribuição de poros dos componentes de cerâmica vermelha.
A porosidade e a distribuição de poros são fatores determinantes de diversas
propriedades da cerâmica; um aumento de porosidade resulta no acréscimo da
permeabilidade e na diminuição da resistência, da massa específica e da
condutibilidade térmica e elétrica. A porosidade é determinada, segundo
especificação da NBR 15270 (ABNT, 2005), pela diferença de ~assa entre um
corpo-de-prova saturado, após imersão em água, e suam.assa apos secage,~ em
estufa. A distribuição de poros da cerâmica pode ser r~ahza~a com o a~x_ilto de
porosímetros. o mais utilizado é o porosímetr~ P?r_mtrusao de merc~no, e o
resultado do ensaio consiste numa curva de distnbmçao de poros da argila.
Quadro 2 - Valores de rcsbtência à ílexão e de absorção de água especificados para argilas utilizauns nu fnbnc 11~ilo
de alguns produtos de cerâmica vennelha.
Tensão de ruptura à flexão após a 2: 5,5 MPa 2: 6,5 MPa 2: 2,0 MPa
queima
Resfriamento
1832 Moldagem
A moldagem ou conformação das peças pode ser realizada por extrusão ou por
prensagem. O processo de extrusão é o mais comum na fabricação de tijolos e
blocos, enquanto a prensagem é utilizada para telhas.
Na moldagem por extrusão (Figura 7), a massa deve ser moída por via úmida. O
valores usuais de umidade estão entre 20% e 30%. Nesse processo, o equipamento
usado é uma maromba a vácuo, que tem as funções de retirar o excesso de ar
existente na massa cerâmica e conformá-la por meio da passagem por uma
boquilha, que funciona como molde para a cerâmica. O bloco de argila extrudido é
contínuo e deve ser cortado nas dimensões previstas para o tipo de componente que
está sendo fabricado.
18.3.3 Secagem
18.3A Qu eim a
de deformações e ce sivas por con·--"-
~_rãnlica vermelha, a temperatura mâximi -~~ e tijôlóiilê
11 (ll'C. Ei_n outros componentes, pode su na ôtdêm de 80<Y'C" a
3 medida em que a temperatura se el •
d,1 argila. que e toma rósea e, posterior:i:~te : constante mudança de cor
01
arrom e podendo chegar até a cor preta , urece, P~ando por tons de
muito elevadas. A cor da cerâmica é mw·tas'quando submetida a temperaturas
d · '
pelo merca o. o 9ue exige que o fabricante sei . , vezes um req · ·
~sito especificado
e:pecial. a quantidade de óxidos de ferro) e O~~~~e a compas1ção da argila (em
·in1ultanean1ente. a cor e as propriedades fí . de ~u~ima de modo a obter,
~omponente cerâmico. Sicas e mecanicas necessárias para o
E:pecial atenção deve ser dada quando a ·1 .
de matéria orgânica (acima de o 1%) , 'dargi ª apresent~ ~~es quant1d,ad~s
. d .. _ ' e oxi os de ferro, pnnc1prus responsave1s
pelo apareclffiento o i.'.coraçao
b. negro" ' defeito de ç1 b · -
a ncaçao em que a parte
central do componente 1 a ncado apresenta uma cor escura, variando entre cinza
e preto.
Apó a queima, os componentes cerâmicos deverão ser submetidos a um
re friamento lento (variando, geralmente, entre 8 e 24 horas).
ºb bloCº
medida. A d1 mcn,ã o modul r tamb, •m co ns id era a es pessur
con-,1derandn-se. curno t.X rnplo. urna dimensão modular
múltiplos dessa
a da junta de argamassa existente entre os blocos. Portant
de 10 cm (largura) x 20 cm (altura)" -lO cm (comprimento
ª" d1me1h1 x., dl' fahm.a, d\) bloco. adotando-se urna junta com espessura de I cm. se
o.
).
rão de 9 cm " 19 cm x 39 \:f fi
580 C. d<' So11,:a Aa:.111it•n'";,<1J..
Quadro 5 - Resi tência à compressão mínima de bloco . segundo a NBR 15270 (ABNT. 2005).
'
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d acessónos, sao ut1hzados para a con.Stru~ d telhas cerâmicas são dos tipos ihta
As argilas mais utilizadas na fabncaçao e - 0 criteriosa da mistura de argilas
e rn . . ,, .a uma se1eça . d
ontmonlornta sendo necessari . de telha a ser fabrica a.
· compor a' massa em fu nçao
que irão ,., doIhtlpO ·
ns1·ste na extrusão da argila, numa
. '
A. pnmeira etapa da fabricaç ,., d s te as co di -
ao a m bastão que é cortado nas mensoes
umidade entre '.?0% e 25%, formando u
582 C. de Sou:.a Kavnierc;,ak
Figura 10 -Tipos de telhas, segundo a NBR 15310 (ABNT. 2009): plana de encaixe .
compos ta de encaixe . simples de sobreposição e plana de sobreposição.
Uma das principais exigências para um telhado é que não pennita a passagem de
água, quando submetido à ação concomitante de chuva e vento. As telhas devem ser
projetadas de modo a atenderem a essa exigência, quando montadas em um telhado
com uma declividade adequada às condições de exposição. Além de atenderem à
· ·a de impermeabilidade, as telhas devem apresentar retilineidade e
,. sem as quais ocorrerão problemas de encaixe, que podem comprometer
_do telhado (Figura 11). A absorção de água deve ser pequena, de
a passagem de água pelo corpo da telha após longos períodos de
~ propriedade é particularmente importante quando a telha é
P,l)is a água absorvida, durante a mudança do estado
volume e gera tensões de tração que prejudicarão
dadia é outro parâme&ro importante, poi
~ é dimtamente proporcional a
Produior de Cerdmlca V~rm,/ha
e Possue
resent--- lll
d "'J1do Figura 11 - Exemplo esquemático dos aparatos para detenninação da carga de ruptura à f1 - • 1 d
ad~ ªPoio; rifi - da · .. exao s1mp es. a
ve caçao unpenneabilidade e da detenninação da retilineidade em telhas cerâmicas.
· Pelos
mos, furos
de apoio); Quadro 7 - Cargas de ruptura a flexão para telhas cerâmicas, segundo a NBR 153 IO (ABNT, 2009).
omente se Tipo de telha Exemplo
apoio ou Carga de ruptura a flexão (N},
Plana de encaixe em ensaio de três oontos
telha francesa
Composta de encaixe 1000
telha romana
Simples de sobreposição 1300
telha capa e canal colonial
1000
telha plana
telha paulista
telha Piaur
Plana de sobreposição telha alemã
1000
telha e
estado
0
jca~
,poJS 6
8 0 comprimemo d;i P' rt fvcl de uma telha, após a montagem do telhado, é denominado comprimento útil
0 a1 (corresponde ao compnr
• 1
, de fabricação menos a largura da área onde há sobreposição entre duas telhas). A galga
média corresponde a 1T' 1 ri! ,1 maior e a menor dimensão possível de ser obtida somando-se o comprimento útil
de cinco telha!> em um f, galga pode variar em função das folgas existentes na montagem do telhado).
584 e. de Souza Kavnierczak
. • . d r b· - telhas cerâmicas, segundo a NBR 153 10 (ABNT, 2009).
Quadro 8 - Ex1genc1as e ,a ncaçao para
-~
r
Figura 12 - Corte transversal de um tubo cerâmico do tipo ponta e bolsa.
As dimensões dos tubos devem seguir o indicado na NBR 5645 (ABNT, 1991 ).
O diâmetro nominal varia entre 75 mm e 600 mm (conforme discriminado no
Quadro 9). O compri mento nominal pode ser de 600 mm, 800 mm. 1000 mm.
1250 mm, 1500 mm ou 2000 mm. As principais exigências de fabricação para
tubos cerâmicos são relacionadas nos Quadros 9 e 10.
Quadro 9 - Resistência mínima de tubos cerâmicos, em ensaio de compressão diametral. em função
do diâmetro nominal (segundo a NBR 5645 da ABNT. 199 l ).
Diâmetro nominal 75, 100,
(mm) 150 e 200 250 300 350 375 400 450 500 600
Resistência à
compressão 15 16 17 19 20 22 25 28 35
diametral {MPa)
Quadro 10 _ Exigências de fabricação para tubos cerâmicos, segundo a NBR 5645 (AB:--1. 1991).
- - - - - -- -- - - - - - . Capítulo 19 - · cenuru
Matenrus • ·cos para acabamentos e
7M . . d ser obtidas no
ais mfonnaço~, ohrc o assunto po em
aparelhos
C dt '011:a Ka:111ierr::ak
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