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Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciências e Engenharia de Materiais

Geraldo CecheUa Isaia (Organizador/Editor)


© 2010 IBRACON. Todos direitos reservados.

Capítulo 40

Madeiras para Fôrmas e Escoramentos


de Estruturas
Carlito Calil Junior e
Francisco Antonio Rocco Ltlhr
Universidade de São Paulo, São Carlos

40.1 Introdução

Denominam-se fôrmas a um conjunto de elementos cuja função é moldar as


estruturas de concreto, garantindo a obtenção das dimensões desejadas. Em
essência, fôrmas são estruturas temporárias destinadas a sustentar o concreto fresco
até que o mesmo atinja resistência suficiente para ser autoportantei.
As fôrmas de concreto devem apresentar resistência suficiente para suportar
esforços provenientes de seu peso próprio, do peso e empuxo lateral do concreto,
do adensamento, do trânsito de pessoas e equipamentos, com rigidez suficiente para
manter a forma e as dimensões previstas no projeto de estrutura para os elementos
de concreto. Deve-se garantir sua estabilidade utilizando-se suportes e
contraventamentos.
As fôrmas devem ser estanques para evitar perda de água e finos durante a
concretagem, exceto no caso de fôrmas absorventes, em que é feito o controle da
drenagem do excesso de água utilizada para aumentar a trabalhabilidade do
concreto. Necessitam, ainda, permitir o correto posicionamento da armadura. o
correto lançamento e adensamento do concreto, bem como garantir a segurança
tanto para os trabalhadores como para a estrutura de concreto.
Quanto ao acabamento, as fôrmas devem ter texturas conforme as exigências de
cada projeto, especiahnente nas estruturas de concreto aparente. E preciso
assegutar, sempre, que a aderência da fôrma/concreto deve ser suficientemente
baixa ~ara acilitar a desforma. Para tanto, as chapas de compensado são geralmente
trataoa · produto desmoldante, a fim de evitar danos para o concreto e para as
fônna
A- §lo estruturas provisórias que devem ser cuidadosamente projetadas e
·.,ando à simplicidade, pennitindo fácil desforma e reaproveitamento.
- -
1 ~ldiore-. ~;;a podem ser obtidos no Capítulo 14 do livro !SAIA, G. C. (ed .) Concreto: Ensino. Pesquisa e
0

Reah,..a õ. . lm~tituto Brasileiro do Concreto, 2005.


Embotá~
a ser moldada. p-'lt ·e do ca
. ar a supecuCI
proporc1on dquira capaci
fresco até que ele a
· todeFâ
40.1.l Planejamento e ProJe
fô busca deterinfuâ( ô .
O planejamento das ormas como faz.er. Assnn,
fazer. O projeto ~u.sca estabel:e~do dos desenhos ga,in
inicia-se pela análise ~ pel? . estimativa do que fazer, 1>9r
construir, resultando dru a pnmerrada caso
esquema mais econômico para ca "da ~o construtor por meio de P(O
Essa etapa é, muitas v~~· Jº~:,c• apresentados a idéia do método cm
projetista ou firma e~i:ecializa ª· ~~o, uma previsão do volume total dê
escolhido, uma prev1sao de custo ~u -o Isso permite compararem-se os
e uma t:8timativa de tempo P:i ex;e p1an~jamento a adotar. Em seguida, é feirar
propnbamas'
Como m caçao s~::~
alternativos e escol_her-se a . a a roveitamento.
programa9ãdi~ e1·cnate
, o .
r~teiro
• estudo e análise da estrutura proJetada,
.
de planejamento:
fun _
• divisão da obra em zonas de serviço, em planta e ~m corte, em çao deS\la\
características, quantidades semelhantes de serviços e os seus respectivos
volumes; - d fi'' -
• determinação dos prazos mínimos de ~xe~uçao a orma, armaçao,
concretaoem e desforma em função do quantitativo de c~da z~na;
• determin~ção dos tempos necessários à execução dos demais serviços de estrutura;
• estabelecimento do prazo ótimo para a execução total da estrutura;
• cronornuna e planos de reutilização das fôrmas em função dos dados anteriores:
• previsão das quantidades de materiais necessários para a execução do projeto
dos moldes, de acordo com as áreas totais de fôrmas;
• previsão das necessidades e da utilização de equipamentos pesados;
• especificação básica para os materiais a serem utilizados na execução do
projeto;
• estimativa do custo planejado para comparações com dados existentes;
• revisão das etapas do planejamento e reajustes requeridos.
C~nforme mencionado anteriormente, após o planejamento é necessária ª
definição de ?-ID plano que indique ao engenheiro do campo, o que, onde e quando
fazer. O pro3eto consiste no conjunto de elementos que permitam elucidar ao
pesso~ de obra todos os detalhes de como executar as fôrmas.
Mmto tempo e recursos podem ser economizados quando se otimiza o trabalho,
apresentando desenhos simples, claros e completos para serem utilizados pelo
pessoal de campo ?ª execução. Por exemplo: se somente fosse entregue um
de1senho da geometria da obra ("fôrma") com indicações das quantidades de açoª
co ocar na armação m - 1.e. • roo
, as nao osse fornecido qualquer desenho dos detalhes, e0 n
as dimensões de cada barra com um elucidativ .
se-ia e:cecutar a obra. Contudo, os custos e
08
? quadro_ de q~tida~, conaeguit-
a qualidade do serviço ficaria comprometida r;:s senam muito Dl8IS elevados, e
muitos projetos de fônnas. Poucas obras são · édasexatamente o que ocorre em
racionalizado de fônnas. executa com um projeto definido e
Até em termos administrativos um projeto tem · ... . .
constatado que, para se transmitir bem uma ro!ua lDlJX?rtãn~1a real~ pois é fato
definição são imprescindíveis. &se é um fator? m e até faze-la Cumprír, clareza e
que, mais do que uma simples proposta indicati== u~to ao~~ d e ~
de ordem de operações para O pessoa] operacional es ! uma onen~ definida
completar cada etapa e concluir uma tarefa sem . ' pecifi~do a maneua como
Assrm,
. na apresentaçao_ de um desenho, de fôrm
maiores necessidades de consulta.
. . d d .
as seguintes regras gerais: a racmna11za o, evem-se segurr
• incluir ordens de comando por escrito chamand , t - d ti ·
d taih difí · • o a a ençao, e onna sucmta
e es ceis de representar.
contra-flecha de 1,5 cm, etc.; Exemplo: canto chanfrado com 3 cm/45°:
'
• incluir notas breves e claras para evitar mal-entendidos;
• fazer todos os desenhos em uma única escala geral po l 1 50
· cli d d , r exemp o : ,
m can o, quan o necessário, detalhes em escalas como 1:25 ou 1:10·
• escrever semp:e de maneira legível, prevendo as difíceis condições d; campo
para o manuseio dos desenhos;
• incluir claras e elucidativas cotas, com dimensões em centímetros, sempre
cwdadosamente confirmadas;
• sempre que for_ ne~essário, usar símbolos padrões e abreviações para todos os
desenhos, mas md1car em tabela as convenções adotadas·
• padronizar o "lay-out" de todos os desenhos para facilid~de de leitura:
• indicar o título do desenho de modo a identificar perfeitamente a parte da
estrutura em que será utilizado, se possível numerar conforme ordem de uso:
• incluir ~is~ isométricas para esclarecer novos detalhes ou soluções não
convencionais;
• fornecer sempre uma planta com o arranjo geral da obra ou parte dela.
indicando o desenho executivo de cada uma das partes;
• em cada desenho, incluir o "lay-out" de montagem dos painéis, indicando a
locação de cada um, bem como identificando-o de forma conveniente.
confonne tipo e localização;
• detalhai- da melhor fonna possível cada um dos painéis ou das peças;
• apresentar, em desenhos padronizados, as dimensões de corte e a montagem
das peças mais comuns, como vigas e pilares;
• finalmente, os desenhos de fôrma devem permitir executar a estrutura sem
dificuldades sendo coerentes com os desenhos estruturais e de arquitetura,
com indica~ão dos valores adotados de tensões, cargas, velocidade de
concretagem, tipo de concreto, temperatura do c?ncreto, et~. ,,
Ot deccndo-se a essas regras, o projeto estará fx;m delrne~o. Entre~to, e
necc < proceder a uma revisão dos desenhos atraves da segumte listagem.
C Calil Junior ~ F. Antonio Rocco Lahr
1294 · n·,n~1~
, locação e detalhes de todas as
bediência ao numero, .
•o d cretagem, to-
de escoramen ' , ulo das estruturas-
• seqüência e c~n
• adaptaçã~ aos s1s:tr os adotados no :1:
NBR 15696 (AB
• verificaçao dos:Ou em vigor ª. nova noexecutivos de fonnas e
Recentement~ en ento e procedimentos obtidos maiores de
projeto. dirnens10nam to onde podem ser
turas de concre , .
para estru.
alguns tópicos e d lineados neste item.

40J 2 Utilkação das ft}nnos - mo sistema


. - dos
fi Ne.,te irem são cillldos os pnn:O.t ituem subsídio s ~
. . ais elementos que compoe
a definiçao .
" e escoramentos, que se . tar os procedimentos COnstrutivO§:
onnas bém para onen
. J • • cintas; vigas paredes;
tún · . m.r.-..
eJS, - ~ ,
utiliz.ar no projeto como. tam . .
sapatas para fundaça-o-' pilares, VIgas, aJes,

. de materia l empreg ado


40J .3 Classificação por tipo

Os diferentes compon enles dosd . temas


s1~mo de fônnas
principa são fabricad os a l)al1ir
l compon ente a madeira,
0~ande variedade de matenrus, te? o 1- etc
a1 , ·0 plástico pape ao, ·
outros, Uilllill. :s e, .de te~nada em função de uma série de fatores:
aço, matenru
comodesses
A escolha
• número de utilizações previstas;
• textura requerida da superfície do concreto ;
• cargas atuantes ;
• tipo estrutura a ser moldadai, .
• custo dos componentes e mao-de-obra,
• equipamentos para transporte;
• cronograma das obras;
• investimento inicial.

40.J.4 Sistema de Jôrmas de madeira

Fônnas de madeira são as fÕlmas tradicionais comumente utilizadas para


moldagem de elementos estruturais de concreto. São compostas por peças de
madeira usualmente encontradas no mercado: tábuas, chapas de madeua
compensada, Sarrafos, pontaletes e vigas, além de acessórios como pregos,
grampos , etc. Os sistemas racionalizados, em geral, suprimem o uso de pregosJIJll
uniões das peças, desenvolvendo-se sistemas específicos de fixação.
40J.5 Patologia e recomendações de projeto

A maiori_a dos acidentes que ocon-em d• , :: 1te a~ construções tem como :ausas
falhas das fonnas ou dos escoramentos, p , ientes do projeto ou da execuçaodos
serviços. e surgem ~s~ente na ocasião da concretagem, pois é nesse m
que a estrutura prov1sóna começa a ser carregada. Nessa circunstância o concrelO
tem seu pe~o ~áximo adicionado à e11;rgia de lançamento e vibração. '
As pnnctpats causas de falhas em formas são oriundas de:
• ausência de projeto ou equívocos nos cálculos;
• desforma inapropriada e retirada prematura do escoramento-
• travamentos inadequados aos esforços laterais; '
• vibrações internas e externas não previstas;
• escoramentos não verticais ou apoiados em solos instáveis;
• controle inadequado no lançamento do concreto.
Por isso, há necessidade de serem observadas algumas recomendações para o
projeto estrutural de fôrmas. Não existe um só tipo de projeto, pois as fôrmas são
dimensionadas de acordo com seu sistema construtivo. Porém, seguem abaixo
algumas recomendações:
• atenção com os detalhes construtivos das fôrmas;
• elaboração de projetos seguros e econômicos;
• supervisão e inspeção dos trabalhos;
• previsão da plataforma e dos acessos para os operários;
• análise das práticas construtivas adotadas;
• estabilização e contenção para solos de apoio;
• projetos de escoramentos e reescoramentos;
• planejamento do transporte e demais operações com fôrma e desforma.

40.2 Materiais

Os materiais mais usuais na construção de fôrmas de madeira para concreto são:


madeira serrada, chapas de madeira compensada, painéis compostos, escoramentos
e acessórios. Neste tópico, é abordado o emprego da madeira e das chapas de
compensado, que ainda representam a alternativa mais freqüente de uso em obras
no país. Também são comentados os acessórios auxiliares, tais como pregos.
tirantes, ancoragem, etc.
As propriedades mais importantes dos materiais de moldes são:
• resistência;
• rigidez;
• acabamento;
• economia, em função do custo inicial e sua durabilidade para reutilizações.

40 2 J Madeiras serradas comerciais


5errada de Pinho do Paraná, até alguns anos atrás, era a mais utilizada
j1a
na e ~ das fôimas . Sua disponibilidade, entretanto, diminuiu rapidamente, o
que 1 0 aumento do seu custo, encarecendo o custo das fôrmas. Esse
aurr _ ,.1 os construtores a pesquisarem novos sistemas que utilizassem
dife: de madeira. V árias espécies tropicais têm tido aceitação crescente
e. Calil Junior e F. Antonio Rocco [.ahr
i,ese
(!JS P:
psp(I
fc0::::
ft0::::
Ít90:
f~::::
Bc<> :
o:::: •

no

0,3 2,6 7,8 9868 99

11889 21
7,4
10904 71
8,0
13304 15
77
Legenda das propriedades lis.tadas n~ Quadro 1 •
(as propriedades de resistencrn e de ngidez estão refendas à umidade de 12%):
p 12% ) = massa específica aparente a 12% de umidade
f ª"'=resistência à compressão paralela às fibras
{º= resistência à tração paralela às fibras
f'°
190 = resistência à tração nonnal às fibras
f = res1·stenc1a
• · ao eis· aJhame nto
Ec0 = módulo de elasticidade longitudinal (no ensaio de compressão paralela às fibras)
n = número de corpos-de-prova ensaiados

No Quadro 2, estão indicadas as dimensões comerciais das peças mais comuns


no mercado nacional. São apresentadas as propriedades geométricas de peças de
madeira serrada retangulares, com dimensões nominais em centímetro, e
nomenclatura correspondente ao documento normativo NBR 7203 (ABNT, 1982).
Quadro 2 - Dimensões padronizadas e comerciais de peças madeira serrada.
Dimensões de madeiras serradas cm) '
Tipos PB-5 Comerciais
Pranchões
3,0x30,0
- 15,0 x23,0 4,0 X 20,0 até 4,0 X 40,0
- 10,0 X 20,0 6,0 X 20,0 até 6,0 X 30,0
7,5x23,0 9,0x30,0
5,0 X 16,0
- - - - 6,0 X 12,0
-
- 15,0 X 15,0 6,0 X 15,0
-- 7,5 X 15,0
Vigas - 7,5x 11,5
6,0 X 16,0
-- 10,0 X 10,0
- - - 5,0x20,0 12,0 X 12,0
. 5,0 X 15,0 20,0 x20,0
-
- - 25,0 x25,0
25,0 X 30,0
-·- 7,5 x7,5 5,0 X 5,0
Caibros 7,5x 5,0 5,0 x6,0
- - - 5,0x7,0 6,0 x6,0
5,0 x6,0 7,0x7,0
3,8 X 7,5 2,0 X 10,0
Sarrafos 2,2 X 7,5 2,5 X 10,0
- ~

3,0 X 15,0
2,5x23,0
Tábuas
-- 2,5x 15,0
---
1,9 X 10,0 até 1,9 X 30,0
2,5 X 11,5 2,5 X 10,0 até 2,5 X 30,Q
- -
- 1,0 X 5,0
r•
Ripas 1,2 X 5,0 1,5 X 5,0
1,5 X 10,0
- - 2,0x 5,0

4022 ~h ç de madeira compensada,


40.2.2 1 '1aJ1dades t s
O e. o ) eada vez m <:11or de materiais de construção e as crescen e
UJ.
ll98 e. Calil Junior e F. Antonio Rorco l.ahr

dificuldades para obtenção de m~dcira m.ac1ça, com dimens~e~ e quali.c · ..:


adequadas às diversas neccs idades foram fatores dec1~1vos pru a >
desenvolvimento da indústria d produtos derivados da .ma~etra. De~tT ,.;
produtos, os com~ostos la1ninados const~ucm .uma cons1der~ve~ porç~o 11 s
derivados de madeira usados atualn1entc. ao obtidos pela assoc1a~ao de 1~1 •as
de madeira, em sua forma original ou modificada, coladas com adesivos ou ligadas
mecanicamente por elementos discr tos, tais como pregos e pa~afusos.
Dependendo da disposição das lâminas. e~ses painéis podem ser classificados
como paralelos ou transversais.
A madeira laminada colada, c01nposta por lâminas de espessura entre 1,5 e 3
cm, podendo excepcionalmente chegar a 5 cm, é um exemplo típico de laminação
paralela. Os eixos longitudinai das lâminas coincidem com a direção de suas
fibras e são paralelos ao eixo longitudinal da peça (Figuras la e lb).
Atualmente, esses painéis estão sendo produzidos com lâminas de menor
espessura, sendo conhecidos como microlaminados. O custo adicional de adesivo
necessário, devido ao grande número de linhas de cola, é compensado pelo
. acréscimo de resistência e rigidez.
A madeira compensada, ou simplesmente compensado, é o composto laminado
transversal mais utilizado em aplicações estruturais. As lâminas adjacentes, com
espessura entre 1 ~ e 5 mm, são propositadamente orientadas com direções de
fibras, fonnando dif~~nte,s ângulos. em função das características desejadas para
a chapa final. Na pratica~ e comum. defasm· es as lâminas de 90º, conforme Figura
lc. üut:i:os produtos lammados de mtcresse são os painéis sanduíches compostos
?e
par l~as face de alta resistência e rigidez e por um núcleo de c~acterísticas
infenores (Figuras ld ele).

a) Madeira Laminada
Colada b) Mudrim Laminada
Colnda

e) Compensado

e)Pnincl Sanduíce
Papelão Fnvo-dc-Mel
Pigun1 1. Compostos de rnudelrn
A industrialização da madeira compensada se iniciou nos BtfadU&
Alemanha, a partir algumas espécies de madeira de baixa densidade e.
formas _de arranj?s das lâminas. Atualmente, é utilizada a maioria das ~
comerc1~~en~e •~portantes, e uma grande variedade de tipos de composição,
pelos pn~c1pais paises do f!lUOdo.
Essencialmente, a maderra compensada é constituída de dois componentes: as
lâminas de madeira e o adesivo. As lâminas de madeira são obtidas por corte direto
da madeira bruta, por meio de facas. O corte pode ser executado por faqueamento,
forçando-se a faca contra o tronco, ou por corte rotatório, fazendo o tronco girar
em tomo de seu eixo contra uma faca fixa. Vários tipos de lâminas de madeira dura
para superfície de compensado decorativo são obtidos por faqueamento.
Entretanto, o compensado estrutural é sempre produzido a partir de lâminas
obtidas por corte rotatório, conforme ilustra a Figura 2.

Figura 2 - Obtenção de lâminas de madeira por corte rotatório

Como conseqüência do corte rotatório,_ o plano _d~ lâminas ,_coincide ~º'? o


plano longitudinal-tangencial (LT) da madeira. A vanaçao dos parametro~ elast1cos
e de resistência de uma lâmina de madeira neste plano LT, segundo Bod1g e Jayne
(1982), pode ser representada por um gráfico de c~o~denadas polares, confoi:me a
Figura 3 ilustra, para o caso de módul? d~ elastic!d.ade. Ob~erv~-se o m~ulo
atingindo valor máximo na direção longitudinal e rrurumo na dtreçao tangencial.
L

aracteiístic
1 • Variação dos parâ metros Cc os das lâminas de madeira no plano LT.

[el
C. Calil Junior e F. A1110nio Rocco Lahr
1300

. , dominantemente de origem sintética (fenolf onnaldc


O adesivo e pre d fun ão de interligar as lâminas. Segundo Bol
resorcinol-formaldeído), tedn o da ·v~ utilizado no compensado é qtmsc sen
J (1982) o volume e a es1 "d d .
. ayn~ ' lume total do composto. Assim, para finah a e pmti~a~. a
mfen~r ~ ~ % do vo
ontnbmçao nas propne a es . d d deste é mínima. Entretanto, deve ser enfat11a
, . u
~ " cia· da 9~alidade do adesivo ' fundamental para a camctensttL'as ~
nnportan
resistência e elast1c1dade da chapa. , . .. ,.d d d
· - d final do compensado é função da espec1e e quru1 n e as
I" ~ desd1gnarra
O naçao,ioe : ~ como do tipo de adesivo usado na fabricação da chapa . . As
ammas
chapas de madeira compensada, normalmente, sao
:J , - 'd · 1únero
constitm a p01 um •... 1 •

,
nnpar de I"arrunas,
· dispostas de tal forma que as direções das
d. fibras eda 1runmas
alternadas sejam paralelas e que as direç?e~ das fibras a Jacente ~. 1?11n~m. um
ângulo de 90º. A Figura 4 ilustra a "co~pos1ça? de uma chapa com cinco Irunmas.
destacando as lâminas de face e a larruna do nucleo (central) .

lâmina de face

lâmina do núcleo

lâminas transversais

lâmina de face
Figura 4 - Compensado com número ímpar de lâminas.

Em geral, todas as chapas de madeira compensada devem ser e tmttmtlmente


balanceadas, isto é, devem ser simétricas em relação ao seu plano central. Assim. as
lâminas de cada lado do plano. eqüidistantes dele, devem ter as mesmas
propriedades físicas, espessuras e orientação de fibras. O plano de simetria na
lâmina do núcleo requer um número ímpar de lâminas.
Na fabricação das chapas compensadas, o balanceamento deve ser rigorosamente
seguido, para garantir que elas permaneçam planas quando sujeitas a condições de
temperatura e umidade diferentes daquelas de fabricação. Outros tipos de chapas
balanceadas podem ser obtidos utilizando-se, por exemplo, lâminas de diferentes
es~ies de madeira. Entretanto, os riscos de empenamentos das chapas são bem
mru.ores.
A opção de fabricar os compensados com um número par de lâminas, embora
não viole suas condições de balanceamento, devido à colocação de duas li.1minas
centrais com mesma orientação de fibras, não tem sido bem aceita comercialmente,
visto que o ganho de eficiência do produto obtido não corresponde ao custo
adicional de uma lâmina e adesivo. A Figura 5 mostra a composição de uma chapa
com seis lâminas, destacando as duas lâminas centrais, com direções de fibras paralelas.
LAMINAS
TRANSVERSAIS

Figura 5 - Compensado com número par de lâminas.

De uma maneira geral, pode-se dizer que o compensado possui duas


características peculiares:
a) as lâminas de madeira são ligadas umas às outras por adesivo sintético,
tal como ocorre na madeira laminada;
b) a orientação do eixo de simetria dessas lâminas, contrastando com a
madeira laminada, é ajustada transversalmente, de acordo com uma disposição
pré-determinada, de forma a se obter uma equivalência das propriedades
elásticas e de resistência, nas direções principais da chapa.
A eficiência dessa composição transversal pode ser visualizada pela análise
o dos parâmetros característicos da chapa, em função dos parâmetros das
lâminas .
A Figura 6a expõe, em linha cheia, a variação do módulo de elasticidade
médio da composição de duas lâminas de madeira de mesma espécie e
espessura, baseada na variação do módulo de elasticidade dessas lâminas,
apresentadas na Figura 3. Observa-se que os valores mínimos de E ocorrem
nas direçõe s de 45º com os eixos longitudinal e transversal. Na Figura 6b. é
apresentado, também em linha cheia, o diagrama para uma composição de
lâminas, em que a direção das fibras nas lâminas é desalinhada de u~ ângulo
de 30º. Nesse caso, consegue-se um valor de E quase constante, aproximando-
se assim a isotropia do material.
L L

T
T

b) Composição de lâminas defasadas de 30º


a)(\ d" dua,; lâminas rransversais

. Para
" metros característi cos da chapa.
Figura 6 -
1302 C. Calil Junior e F. Antonio Rocco Lahr

40.2.2. 2 Parâme tros elástic os e de resistê ncia da madei ra compe ns,


Em decorrê ncia da aplicaç ão estrutu ral das c.hapas de f!lª? a
compensada, a determinação de seus parâme tros elástic os e de resiste , ,l
tem merecido especia l atenção dos pesquisadore s . F undam entaJm entc, , o~
trabalhos se dirigem a dois objetiv os específ icos:
• formulação de equações teóricas para avaliaç ão dos parâme tros, a
partir das propriedades das lâminas individ uais;
• determinação experimental dos parâme tros, a partir da propos ição de
métodos de ensaios compatíveis com a teoria e específ icos para o
produto.
O compe nsado normal , isto é, de númer o ímpar de lâmin as,
balanc eado, com lâmina s alterna das paralel as e adjace ntes
perpendiculares, pode ser considerado , para análise estrutu ral , como um
material plano ortotrópico. Apresenta simetri a elástica , em relação a doi s
planos perpendiculares, como todo material ortotró pico , e é caracte ri zado
por propriedades direcionais. As lâminas de madeira são consideradas
perf~it amente elástic as em seus planos , e o efeito da co la é
negligenciado .
. As direções. principais de elasticidade (x e y) são identif icadas como na
Figura 7. A dueção x é paralela à direção das fibras da lâmina de face
sendo a direção y perpendicular às fibras. '

FIBRA DE FACE

CHAPA DE COMPENSADO
Figura 7 - Planos de simetria elástica e direções principa1·s d
o compensado.

O Quadro 3 apresen ta proprie dades de cha a


encontradas no mercado da Indústria Madeirit p s d~ compe nsa.d o
representa a propriedade na direção longitudinal ~
transversal da chapa.
~UJ~ero supen_?r
a rn 1 enor na d1reçao
º.
Quadro 3 - Características mecinicas das chapas Madeirit (Catálogo Madeirlt).
--= t: .~, ,;"
ura Nom inal fmm V Nllmero da Llmlnas
12/09 11'11 18'11 21/11
Módulo de Resistência na Flexão- MPa
65 82 52 51
40 44 44 47
Resistência de cálculo na flexão - MPa
18 18 14 14
10 12 12 12
Módulo de elasticidade na flexão - e (kgf/cm2)
8716 8349 6595 6718
4108 5066 4689 5015
Bitola Média para efeito de cálculo <mm)
12.00 14,80 17.60 20.40
Tolerância (mm) 0.50 0.50 o.so o.so
Módulo de Resistência em 1 cm2- w (cm3) 0.240 o.365 o.s1s 0.694
Módulo de Inércia em 0.144 0.210 0.454 0,707
1 cm2 - 1(cm4)
Dimensões padrão das Chapas: 2,44 x 1,22 mm ou 2,50 x 1,25 m.
Espessura (mm): 4, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27, 30.

40 .2 .3 Ace ssó rio s

40. 2.3 .1 Pre gos


Os pre gos disp oní vei s no mercado apresentam dim ens ões var iad as
(Fig ura 8). Há, no ent ant o, um a séri e de vantagens na esc olh a de um
único tipo de pre go, que per mit a exe cut ar todas as liga çõe s. Ent re elas
esta ria o con trol e do con sum o e a rapidez do serv iço . O des per díc io, em
geral cau sad o por des vio s diá rios , em peq uen as qua ntid ade s, e por
perdas dev ida s à má util izaç ão e neg ligê nci a, pod e aum ent ar o cus to das
fôrmas .
Den tre as bito las ind ica das , rec om end a-se que seja m util izad as as de
número s 18 x 24 e 18 x 30, cor resp ond ent es a diâ met ros de 3 ,4 mm e
compriment o de 50 e 60 mm , par a liga ção de tábuas ou sarr afo s com 25
mm de esp ess ura . O prim eiro par a um a liga ção mai s pro lon gad a. e o
seg undo qua ndo se pre vê um des pre gam ent o pró xim o, poi s o pre go 18 x
30 fica com sua pon ta sali ent e na em end a de dua s táb uas sup erp osta s.
Ass im, ess a pon ta, que não dev e ser dob rad a, per mit e, med ian te um a
o.
simple s pan cad a no ma rtel o, o arra nca men to do pre ~o. Um a outr~
solu ção seri a a util izaç ão de pre gos c?m d~~s cab eça s (Fi gur a?) . Isso e
de gra ~de val ia, poi s não som ent e s1mphf1ca e aceler.a a ret1rada das
fôrm as , e( n O per mit e me lho r apr ove itam ent o do mat eria l.
16x21 2x 12 2,70>1A8 mm
49Cb76am
>
A 1/Aa7
>
4,,,Gx110111111
I 16x 18 1 1/2 x 12 2,11)x ,1 mm
>
33/Ax7 4,Al)x96nm
> • 15x27 2 1/h 13 2,A() X 62 mm
~

20x39 31/2x7 4,ADx90nn


> • 15x21 2x 13 2,AO.xA8 mm
>
20x33 3x7 A,,AOx76mm
> • 15x 18 11/2x 13 2,A()xAl mm
'>,
•-15x 15 11/.4x 13 2,A0x3Amm
;...
20x30

19x39
23/h7

31/2x9
A,,A0 X 69 111111
>
3,30x90111111

: 1Ax21
1.4x27
2x 14
>
21/2xl.4 2,20.x62mm

2,20;.Almm
>
>
19x36 31/Ax9 3,90x8311'111 l.4x 18 1 1/2 X J;! 2,20 X AJ nvn
>
3,90x76fflll l
t lAx 15 J 11, x IA 2,20 x 3A nvn
1h33 3x9

1h30 23/Ax9
>
3.90x6911'111
~ 1.4x 11 1x 14 2,20x 25 nvn
• >
> aJ3x18 11/2x-1; 2,00x41 mm
19x'O 21/2x9 3,90x62nn

•• 1h21 2x9 390xA81m1 I


13 X 15
13x11
:=:;;;=::;.>,>
t,::t
12x 15
1 1/4 X 15 2,00x 3A mm
lxrs 2,00x25mm

••
19x 15 11/Ax9 3,90x3Al:!ftl 1,80x3A mm
12x 12 l,80x28 mm
1h36 31/Ax 10 3.AOx83""'" 1 >
>
18x33 Jx 10 3.AOx76...., -==~=== ==:;:.:,.
llx 18 11/2x 16 l,60xAI mm

••
11xl2 11/óxló l,60x28mm
l)l;:;1::::1::::x=l=l==1:>x 16 1,60 x 25 mm
18x30
10x 12 11/6x17 1,50x28mm


18x'17 21/2•10 34Cz62an 1 =-~lc:,.x 17
x~l;::
~l~O= 1,50 x 25 mm
. . l8x2A 2 1/A" 10 3 .t0 ll 55
>
= 10x l0 7/8x17 1,50x23mm

•tt
1h21 2x 10 J.AOxAS 1!11!1 10x9 3/4x17 1,50x21mm
>
Jh: ns>- 8x11
~====->- lx18 1,30x25mm

JZ,30 23 :115 11 300:,r69~ 8x10 7/8x18 1,30x23mm


17 x27 21/lxll
>
J~z62 n=
sa;;;a;;;= ->
8X 8 1,JO X 18 mn,
t >
t JZa 2~ 8x7 5/Bx 18 1,30x 16 mm

2x J} 7x9 1,20 x21 mm


JZ121
••
3 00 a 48 r:,n
ÓX 7 5/8 X 19 1, 10 X 16 m.r,,
)h27 2 l ,'2x'2 2~a62'"ffl
~ 1/2 X 19 1, 10 X l.& ffY'\

• 10, ,, 2 J'f 112>2..70a..SSl!"ffl


~

Figur.i <'- Tabe!J de dimen-.õt:~ de prego, wm cabcr;u úu Gcrdau


l/2x20 0,90,. 14mm

.',,,.,..
17x27 121/2x 11)

18:.. 27 (2 1/ 2 X 10)

fim&:·
-- e---

)8 X J0 (2 J 'Jx 10)

t;j1111w - :r
Madeiras para F8rmas e Escoramento& d e ~

Por outro lado, os pregos número 17 x 24 e 17 x 27 também podem set


recomendados em ~nção da madeira utilizada, uma vez que possuem menor
diâmetro (3 mm), evitando o fendilhamento das peças. Quando se trata de pregar
chapas compensadas em tábuas, devem-se usar pregos de bitola menor, como, por
exemplo, 14 x 18 e 15 x 18, que possuem diâmetro de 2;2 mm e 2,4 mm
respectivamente e comprimento de 36 mm. Nesse caso, as pontas normalmente
não devem ficar aparentes.

40 .2 .3 .2 Tensores
Os tensores são utilizados para se conectarem fôrmas de paredes de pilares,
suportando as pressões do concreto fresco. Normalmente, são utilizados como
tensores vergalhões de aço com partes soldadas, roscas e porcas ou acessórios
especiais. Alguns tensores utilizados podem ser perdidos, sendo cortados junto à
superfície do pilar quando desformado; outros tensores podem ser removidos
completament e e reutilizados. Alguns exemplos de tensores são apresentados na
Figura 10.
As barras utilizadas têm diâmetros que podem variar de 6 mm a 18 mm. Nesses
casos, devem-se considerar a seção utilizada e a tensão admissível compatível
com o tipo de aço empregado, conforme as normas, ou a resistência do acessório
de fixação utilizado. Os esforços admissíveis para o uso de tensores variam
conforme o diâmetro do vergalhão. É interessante certificar-se dos valores a se
considerar, tal como carga admissível,jun to ao fabricante. Como orientação, para
cada diâmetro de vergalhão, tem-se:
0 6mm CA-50 - F = 8 kN
08mm CA-50 - F = 13,50 kN
010mm CA-50 - F = 16 kN

revestimento chanfro de PVC


fenólico .....
/ barra
1ampão ~ trapezoidal
11de PVC
tubo' - .
de PVC" '&o

•'
~ 1, . -)
chave
especial porca
luva de trapezoidal
vedação com asa
Figura 10 - Acessórios de fixação de tirantes nas fôrmas dos pilares.

uip a mentos . ~ ~ 1d
atua l me nte, no mer cado nacional uma gama razoave e
' . .
eqL . d fôrmas de concre to . Entre tanto, a ma1on a se
s d est1na os a d ~ " Iobam as
des _1 • d " fo" rmas de g ran e are a , que eng ·
1 uenom1na as . . · · 'd · · ·
Ons truções c1v1 s (come rc 1a1s , res1 enc1a1s e
par 1.. JCS no caso d as c
e os blocos e maciços em construções pesadas, como é o caso
gens. . . , . . . ,.
~ àra as obras consideradas leves, como edific10s civ1~,. tem-se, no _uso
dq torres tubulares pré-fabricadas, nas escoras metahcas, nas_ vigas
metálicas e mistas e nas treliças extensíveis, algumas d~s opçoes. de
equipamentos disponíveis no mercado para a execuçao de laJes.
Consideram-se, nesses casos, as escoras e a torres como escoramentos,
que, por sua vez, complementam os serviços da fôrma. .
Para as fôrmas de pilares que geometricamente podem ser ~ons1d~rados
como parede, em que o comprimento de aproxima da altura, e poss1vel se
utilizar com sucesso os sistemas de fôrmas empregados na concretagem
de paredes. Existem ainda alguns tipos de painéis mistos ou ~e~álicos que
se destinam a fôrmas de colunas com seção retangular, especificamen te.
Quanto às vigas, a pré-fabricação de equipamentos tem encon!rado
sérios obstáculos, principalmente quando as vigas aparecem em conJunto
com as lajes que lhes interceptam, tornando difícil a con~ep~ão de
equipamentos versáteis o suficiente para englobar todas as poss1b1hdades.
É bom lembrar que todos esses equipamentos somente encontram sua
melhor performance quando aplicados por meio de um projeto
especificamente executado para a obra e, ainda, desde que a obra se adapte
às suas Iimi tações.

40.3 Materiais de painéis e escoramentos de sistemas construtivos


de formas para concreto
Em decorrência do crescimento da construção de estruturas de concreto ,
surgiu a necessidade de otimizar a utilização das fôrmas , visando diminuir
custos e melhorar a qualidade final das estruturas. No início , quando a
indústria de compensados ainda era pouco desenvolvida no país, as
fôrmas eram confeccionad as exclusivamen te em madeira maciça,
utilizando tábuas como painéis. Como não existia nenhuma indicação
técnica a respeito, em 1943, a ABCP (Associação Brasileira de Cimento
Portland) lançou um Boletim Técnico em que apresentava um sistema de
fôrrnas de madeira maciça.
Assinala Calil Jr (1995) que , duas décadas depois, com o advento da
indústria de madeira compensada, foi desenvolvido por Toshio Ueno 0
primeiro sistema otimizado de fôrmas do país, utilizando a madeira
c~I?pen~ada onde se' tem contato direto com o concreto . A partir de então ,
vano~ s1st~mas foram desenvolvidos por outras empresas, ou traziC J!-, do
exterior, visando sempre à diminuição do custo , simplicidade e a2.11id .1de
na montagem e na desforma e à melhoria do acabamento final do c~nc o.
A ~eguir, é. ªfresenta~ a evolução dos materiais de painéis de laje!;. ,~
de vigas , pame1s de pilares e escoramentos que estão sendo utili1i. ia
construção de edifícios de múltiplos andares.
40.3.J Materi ais de painéi s de lajes

Neste item são aborda dos os painéis usualmente utilizados nos diversos
sistema s constru tivos de fôrmas e escoram entos de madeira para edifício s
de múltipl os andares .
Inicia-s e com o sistema ~io~eiro da Associação Brasileira de Cimento
Portlan d, que empreg ava pame1s formados por tábuas de Pinho do Paraná
(Arauc aria angusti folia) até os painéis atualmente em utilização na
Europa , constit uídos de placas EGP' , escorados por viga de seção
compo sta, totalme nte industr ializad os.
SISTEM A ABCP: em 1943, a ABCP (Associação Brasile ira de Ciment o
Portlan d) estabel eceu proced imento s básicos para a aplicação de fôrmas
de madeir a serrada em constru ções de estruturas de concreto. Esses
proced imento s faziam parte do Boletim Técnic o n. 50 da ABCP (6). O
sistema era formad o por tábuas de pinho do Paraná de 2,5 cm de
espessu ra por 30 cm de largura (a), apoiados sobre transver~inas (b) de
seção quadra da de 7 ,5 cm de lado. A Figura 11 ilustra esse sistema .

Fig ura 11 - Arranjo típico de fôrmas de laje (ABCP, 1943).

O· na década de 60 , surgiu o sistema Toshio


SISTEMA TOSHIO UEN d
t'mizaç ão das fôrmas de madeira para
Ueno, consid erado o pr~c,u~sor P=I~ I rimeira vez, elaboro u-se um projeto
concre to armad o em _ediftcios ·. ,. . ~e lajes substituindo as tábuas de
de fôrmas de madei ra de parneis d . co~pe nsada na confecção dos
madei ra serr_ad a por c ~ , . se a oiavam sobre vigas de madeu a serra a
h pas de ma eira . d
painé.~ de laJe . Esses pame1s doif sarrafo s justapo stos, de 2,5 cm x 10,0
t
(tran ·ve srnas) compo S asdde <leira (Figuras 12 e 13) .
J m escora s e ma
Cm
~ p' a ( as e
- -
:urafos, --
tabmém -~;:-::: é"
:-;.
chamados de pam is de madeira coladas latera Imenl e ou, na língua inglesa. conhecidos como

Edge <! r P).


LONGARINA
SUPERIOR

ESCORA OE
VIGA I GARFO 1

ES CORA
OE LAJE

.\

Figura J2 - Arranjo dos painéis de lajes.

uês
largura
alma e
padron
de250

Pígura J3 Por.os de arranjos de painéis de lajes

SISTEMA GETHAL: o sistema Gethal de lajes é formado por chapas de 18


mm de espessura, utilizando chapas mais finas para a execução de peças c.un, as.
Definidas as características dos painéis, como, por exemplo, espessura e• apa, 1
..

número de reutilizações, etc., é feita a determinação do arranjo adequado .. a o


Madeiras para F{Jrmas e Escoramento8 de Estru/Uras

escoramento, ou seja, os eq~ipamentos Gethal. Esses painéis são constituídos de


cha~~s de compensa?º• apo!adas sobre transversinas mistas, compostas de perfis
me~1cos e de ma~erra r_naciça ou, dependendo do vão a ser vencido sobre vigas
trebçadas de madeira (Figura 14). '

Fundo da laje

barrotes
longarina

Escora metálica

Figura 14 - Painéis de laje sustentado por vigas treliçadas.

SISTEMA DOKA: O sistema Doka é de origem alemã, sendo um sistema misto


madeira-metálico em que as fôrmas das lajes são constituídas por painéis EGP de
três camadas, modulares com comprimentos padronizados de 150, 200 e 250 cm e
largura padronizada de 50 cm. Esses painéis são apoiados em vigas de seção I, com
alma de OSB e mesas de madeira maciça ou LVL, com comprimentos
padronizados de 265 cm e 390 cm, e escoradas por pontaletes metálicos tubulares
de 250 cm, 300 cm, 350 cm, 400 cm e 550 cm. A Figura 15 ilustra esse sistema.

Figura J5 _ Fôrrnas de lajes Doka.


UMa.allAUitA..&• o
pain i de viga do istema tradicional (ABCP) também
formados por tábuas de Pinho do Paraná de 2.S cm de espessura por 30,0
cm de Jar,uro, ligadas por sarrafo de 2.5 cm x 10,0 cm ou por caibros de 7,5 cm
x 7,5 cm, fixados por gmvntns (m). que ão os elementos de travamer_itos dos
pnfndls das vigas, destinados a resi tir aos esforços atuantes devidos ao
lançamento do concreto fresco na fôrma (Figural6).

~
cotll eh
para ~
super~o
lateral
apoio
ligado_
são fe
Figum l(i - Arrnnjos dt: painfr de ,iga (ABCP. 1943). inferio

SISTEMA rosmo UENO: neste i tema. os painéis são de chapas de madeira


compcn~ada, com as bordas enrijecidas por arrafos pregados em suas partes em
conformidade com a altura da viga (Figura 17). O escoramento dos painéis de viga
emprega o "garfo de perna dupla", caracterí tico do sistema (Figura 18).

Fi~11111 17 Paint'i:- de \ iga.


Figura 18 - Fonnas de vigas e de pilares.

SISTEMA GETHAL: os painéis de viga Gethal são confeccionados


com chapas de madeir a compensada, tanto para os painéis laterais quanto
para os de fundo. Os painéis laterais são reforçados, em sua parte
superior, por um sarrafo fixado ao longo da borda superior. Os painéis
laterais são apoiad os, por meio do sarrafo, nos gastalh os. O conjun to de
apoio é constit uído por dois braços verticais de madeir a (gastalho),
ligados por uma haste metálic a em forma de "U". Os ajustes dos painéis
são feitos por meio de cunhas de madeira coloca das entre a travess a
inferio r e a peça metáli ca, confor me a Figura 19 .

.;
n suas
. ,.
s pameJS ,. SARRAFO

a 18).
CO.l\ifPHNSADO
,
~ GASTALHO

lt
(
•.

' TRAVESSA

CUNHA

CRUZETA

PONTALETE (ESCORA METÁLlCA)

Figura 19 _ Painéis de viga. Sistema Gethal.


os painéis de pilares do sistema tradicio nal
~MMlil r&.a~t. 11.l~:
CAB P) tumbdm eram formad os por tábuas de pinho do Paraná de
2,5 cm de c1pessura por 30,0 cm de largura (m), por sarrafo s fixados
por aravatoH (b) de surrafo s de 2,5 cm x 10,0 cm ou por caibros de
7,5 cm " 7 ,5 cm, que silo os elemen tos de travam entos dos painéis
do11 pJJareH, dcHlinados a resistir aos esforço s atuante s devido s ao
lonçnm cnto do concre to fresco na fôrma. No caso de formas de
arnndcH dimcnHõcs, utilizav a-se um montan te (i) de reforço entre as
grovnfoH (Piguru 20).

l 'tJ{flra 2(1 Arrunj<> de pilar com gravatas e montante s (ABCP).

1
!f,~ 'l~'*;tpt~~!ii~Ni~r~es~e ~~~~:ca,ãempregam-se _c_hapas
,J,,S ~1
~mi/1;1,;i11w111.,, <11,, painéi s é feito por ç. o ddosd ~aine1 ,. O
,,,~,h1w,,,1,,,, w~rtíc~JÍf,, travad os ao Jon o d:~10 ~ ois s .. r·•fos
,,,,m t1;11t,,,r,.Y, <Juc ( ãc e,., f. d dg ompnm ento d lar,
,,, .,, d, , , . . ' ' ,: erros re on os parafu sados ou dob no
t ' '' JMJné,i, d,,,._, pdarcs (Fjgur as 21 e 22).
S1Sl)
neste sis
42
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e 4 60 4 8
84

Figura 21 - Painel de pilar (planta).

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25

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-V COMPENSADO

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a1ne
sa Figura 22 - Painel de pilar (vista frontal).
do
-
SIS
ílC\tC
GETHAL: vários tipos de painéis de pilar podem ser utilizados
cada um se adequando ao tipo de obra a ser considerado. São eles:
~ • de chapa de madeira compensada enrijecida: consiste em painéi8 de
~ de compensado enrijecido com caibros de 7 ,5 x 7 ,5 cm, ou com
sa'.trafos duplos de 2,5 cm(IO cm ou com perfil metálico. O painel é travado
ao longo da aJtura por meio de barras de "ferros redondos" (barras de
ancoragem) presos em gravatas de caibros duplos, conforme a Figura 23.
• Painéis com gravatas moduladas: como nos sistemas tradicionais, os painéi~
sio travados por meio de gravatas. A gravata é formada por um conjunto de
peças de madeira maciça ou de perfis metálicos. Cada peça tem, ná
extremidade, um encaixe metálico com um parafuso, que permite o apoio e a
fixação de outra peça. Essas gravatas são montadas ao longo da altura do
piJar, confonn e a Figura 24.
• Painé!s com placas moduladas: a placa é uma peça metálica revestid a com
madeira compensada. Cada conjunto de quatro placas forma um elemento
tubul~. Como a altura de cada placa é de 55 cm, o sistema só pode ser usad,,
em pJlares cujo pé-direito seja múltiplo de cinco centímetros, conform e a
Figura 24.

CAIBRO DUPLO

BARRA DE ANCORAOl!M

ELEVAÇÃO

CAIBRO DUPLO
CAIBRO J"X 3"

· BARRA DE ANCORAOhM

Jrt.1inéí J m
PLANTA
rJ1a1,a) d
Fígura 23 - Painéis de pilar enrijecidos com sarrafos simples ()ic,1trw1 nc1li;i!J / ,tcrn;_i ªI
''HnaJ e
1rr;:---- CHAPA DE MADEIRA
COMPENSADA

GRAVATA MODULAOA.GETHAL"
( SARRAFOS E CHAPA METÁLICA

~ t ESQUADROS OE FINAL

1
-
-... CHAPA OE MADEIRA
COMPENSADA

'
,l\
~,,
-
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- ,,
'7
F l'I 1

ir-
~

1~
- ;

'~
RETICULADO OE: NERVURAS EM
CHAPA COM DISPOSITIVO DE
~
ENCAIXE
" '
~

Figura 24 - Painéis de pilar com gravatas moduladas e com placas moduladas (Sistema Gethal).

SISTEM..4. DOKA: as fôrmas dos pilares, vigas e paredes são formadas por
painéis mis JS modulares de compensado laminado enrijecido por uma grelha de
chapa de das de secção I ou C. As Figuras 25, 26 e 27 ilustram os painéis. O
siste1ra nta uma grande variedade de acessórios de montagem e fixação das
fôrm coramentos, conforme pode ser observado na Figura 26.
).
.. r a ...... 90..,. -
~ ...
... -
... Klll.... •

'

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ft

Figura 25 - (a) Painéis mistos modulares.

1:

Figura 25 - (b) Painéis mistos modulares.

Figura 26 -Acessórios para montagem e fixação das formas e escoramentos.


1 Figura 27 - Acessórios para montagem e fixação das fôrmas e escoramentos.
!

É um sistema bastante industrializado que pode ser comprado ou alugado e é


usado para fôrmas e escoramentos de edifícios residenciais e comerciais de grandes
áreas construídas. As Figuras 28, 29, 30 e 31 mostram exemplos de fôrmas e
escoramentos usados em várias construções.

Figura 28 - Fôrrnas para colunas.


Figura 29 - Fônnas para pilares.

SISTE
com garfo
Figura 30 - Fônnas para reservatórios e silos. duas ou ma
da• distanci.e
Painéis lat(
função do
fundo da v
cobrejunt
e- as
:eoralllent
ªº
tr en ·
caixa
ansversiné

Figura 31 - Detalhes de montagem das fônnas para reservatórios e silos


40.3.4 Materiais de escoramentos de '4;es e vigas

SISTE MA ABCP : os escoram entos do · é· d · · •


de viga do sistem a tradici onal (ABCP s pam is as laJes e do~ pa1n61s
inho do Paraná de 7 5 cm x 10 fi ) eram formad os por caibros de
P . ' . cm, 1xos nas longari nas (d) de apoio das
transve rsrnas (e) de apoio das .lajes por cobr · t d ( ) f'
eJun as prega as o e 1xos
nas travess as d e suporte d o pamel de fundo da (Figura 32).

Figura 32 - Escoramentos ABCP.

SISTE MA TOSH IO UENO: os escora mentos das vigas são realiza dos
com garfos que corresp ondem a dois pontale tes paralel os, pregad os com
duas ou mais cobrej untas de madeir a maciça ou compe nsada, espaça das
da distanc ia corres ponden te a largura da viga acresci da da espess ura dos
painéis laterai s da viga. O espaça mento dos garfos é determ inado cm
função do limite de desloc amento de flexão dos painéis laterais e de
fundo da viga. Norma lmente , a madeir a dos pontal etes é pinus e das
cobrej untas é tabua de pinus ou sobras de chapas de compe nsado. O
escora mento dos painéi s das lajes é feito com pontale tes de pinus, que
são encaix ados entre os dois sarrafo s que compõ em a seção compo sta da
transve rsina/l ongari na. A Figura 33 ilustra esse elemen to.
LONOARINA
SUPERIOR

ESCORA DE
VIGA (GARFO)

Figura 33 - Detalhes dos pontaletes de escoramento das lajes e do garfo de escoramento da, 1ga-,.
SISTEMA GE!HAL: este sistema de escoramento utiliza escoras mefáltoli
tubulares reg~láveas para o escoramento dos painéis de lajes e de vigas. A Figura
34 ilustra o sistema.

Fundo da laje

barrotes
longanna

Escora metálica

Figura 34 - Escoramentos GethaJ.

SISTEMA DOKA : neste sistema, o e coramento também é realizado com


escoras metálicas tubulare s reguláveis, conforme pode ser observado na Figura
35.

Figura 35 _ Escoramento Doka.


advento das lajes protendidas de concreto sem v~gas? obser_va~se a
:0
ciência generalizada da utilização de painéis de mad eua md~s~alizada
~ia dos em vigas de seção I e estas sendo suportadas por escoras metálicas. Este
sistema construtivo é simples, de fácil montagem e desm onta gem ,
proporcionando maior número de reutilizações e reduzindo o volume de resíduos
no canteiro de obra.

Referências Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILE[RA DE CIMENTO PORTLAND (ABC P). Pônna s de madeíra para concreto armad o em edificios

comuns. Boletim técnico n° 50,AB CP, Siío Paulo, 1943.


ASSOCIAÇÃO BRASILErRA DE NORMAS TÉCNICAS . NDR 7190: Projet o de Estru turas de Made ira. Rio de Janeiro:

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artificia·
Sugestões par a estudo complementar Exist
mais e
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