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Capítulo 40
40.1 Introdução
A maiori_a dos acidentes que ocon-em d• , :: 1te a~ construções tem como :ausas
falhas das fonnas ou dos escoramentos, p , ientes do projeto ou da execuçaodos
serviços. e surgem ~s~ente na ocasião da concretagem, pois é nesse m
que a estrutura prov1sóna começa a ser carregada. Nessa circunstância o concrelO
tem seu pe~o ~áximo adicionado à e11;rgia de lançamento e vibração. '
As pnnctpats causas de falhas em formas são oriundas de:
• ausência de projeto ou equívocos nos cálculos;
• desforma inapropriada e retirada prematura do escoramento-
• travamentos inadequados aos esforços laterais; '
• vibrações internas e externas não previstas;
• escoramentos não verticais ou apoiados em solos instáveis;
• controle inadequado no lançamento do concreto.
Por isso, há necessidade de serem observadas algumas recomendações para o
projeto estrutural de fôrmas. Não existe um só tipo de projeto, pois as fôrmas são
dimensionadas de acordo com seu sistema construtivo. Porém, seguem abaixo
algumas recomendações:
• atenção com os detalhes construtivos das fôrmas;
• elaboração de projetos seguros e econômicos;
• supervisão e inspeção dos trabalhos;
• previsão da plataforma e dos acessos para os operários;
• análise das práticas construtivas adotadas;
• estabilização e contenção para solos de apoio;
• projetos de escoramentos e reescoramentos;
• planejamento do transporte e demais operações com fôrma e desforma.
40.2 Materiais
no
11889 21
7,4
10904 71
8,0
13304 15
77
Legenda das propriedades lis.tadas n~ Quadro 1 •
(as propriedades de resistencrn e de ngidez estão refendas à umidade de 12%):
p 12% ) = massa específica aparente a 12% de umidade
f ª"'=resistência à compressão paralela às fibras
{º= resistência à tração paralela às fibras
f'°
190 = resistência à tração nonnal às fibras
f = res1·stenc1a
• · ao eis· aJhame nto
Ec0 = módulo de elasticidade longitudinal (no ensaio de compressão paralela às fibras)
n = número de corpos-de-prova ensaiados
3,0 X 15,0
2,5x23,0
Tábuas
-- 2,5x 15,0
---
1,9 X 10,0 até 1,9 X 30,0
2,5 X 11,5 2,5 X 10,0 até 2,5 X 30,Q
- -
- 1,0 X 5,0
r•
Ripas 1,2 X 5,0 1,5 X 5,0
1,5 X 10,0
- - 2,0x 5,0
a) Madeira Laminada
Colada b) Mudrim Laminada
Colnda
e) Compensado
e)Pnincl Sanduíce
Papelão Fnvo-dc-Mel
Pigun1 1. Compostos de rnudelrn
A industrialização da madeira compensada se iniciou nos BtfadU&
Alemanha, a partir algumas espécies de madeira de baixa densidade e.
formas _de arranj?s das lâminas. Atualmente, é utilizada a maioria das ~
comerc1~~en~e •~portantes, e uma grande variedade de tipos de composição,
pelos pn~c1pais paises do f!lUOdo.
Essencialmente, a maderra compensada é constituída de dois componentes: as
lâminas de madeira e o adesivo. As lâminas de madeira são obtidas por corte direto
da madeira bruta, por meio de facas. O corte pode ser executado por faqueamento,
forçando-se a faca contra o tronco, ou por corte rotatório, fazendo o tronco girar
em tomo de seu eixo contra uma faca fixa. Vários tipos de lâminas de madeira dura
para superfície de compensado decorativo são obtidos por faqueamento.
Entretanto, o compensado estrutural é sempre produzido a partir de lâminas
obtidas por corte rotatório, conforme ilustra a Figura 2.
aracteiístic
1 • Variação dos parâ metros Cc os das lâminas de madeira no plano LT.
[el
C. Calil Junior e F. A1110nio Rocco Lahr
1300
,
nnpar de I"arrunas,
· dispostas de tal forma que as direções das
d. fibras eda 1runmas
alternadas sejam paralelas e que as direç?e~ das fibras a Jacente ~. 1?11n~m. um
ângulo de 90º. A Figura 4 ilustra a "co~pos1ça? de uma chapa com cinco Irunmas.
destacando as lâminas de face e a larruna do nucleo (central) .
lâmina de face
lâmina do núcleo
lâminas transversais
lâmina de face
Figura 4 - Compensado com número ímpar de lâminas.
T
T
. Para
" metros característi cos da chapa.
Figura 6 -
1302 C. Calil Junior e F. Antonio Rocco Lahr
FIBRA DE FACE
CHAPA DE COMPENSADO
Figura 7 - Planos de simetria elástica e direções principa1·s d
o compensado.
19x39
23/h7
31/2x9
A,,A0 X 69 111111
>
3,30x90111111
•
: 1Ax21
1.4x27
2x 14
>
21/2xl.4 2,20.x62mm
2,20;.Almm
>
>
19x36 31/Ax9 3,90x8311'111 l.4x 18 1 1/2 X J;! 2,20 X AJ nvn
>
3,90x76fflll l
t lAx 15 J 11, x IA 2,20 x 3A nvn
1h33 3x9
1h30 23/Ax9
>
3.90x6911'111
~ 1.4x 11 1x 14 2,20x 25 nvn
• >
> aJ3x18 11/2x-1; 2,00x41 mm
19x'O 21/2x9 3,90x62nn
••
19x 15 11/Ax9 3,90x3Al:!ftl 1,80x3A mm
12x 12 l,80x28 mm
1h36 31/Ax 10 3.AOx83""'" 1 >
>
18x33 Jx 10 3.AOx76...., -==~=== ==:;:.:,.
llx 18 11/2x 16 l,60xAI mm
••
11xl2 11/óxló l,60x28mm
l)l;:;1::::1::::x=l=l==1:>x 16 1,60 x 25 mm
18x30
10x 12 11/6x17 1,50x28mm
•
18x'17 21/2•10 34Cz62an 1 =-~lc:,.x 17
x~l;::
~l~O= 1,50 x 25 mm
. . l8x2A 2 1/A" 10 3 .t0 ll 55
>
= 10x l0 7/8x17 1,50x23mm
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1h21 2x 10 J.AOxAS 1!11!1 10x9 3/4x17 1,50x21mm
>
Jh: ns>- 8x11
~====->- lx18 1,30x25mm
.',,,.,..
17x27 121/2x 11)
18:.. 27 (2 1/ 2 X 10)
fim&:·
-- e---
)8 X J0 (2 J 'Jx 10)
t;j1111w - :r
Madeiras para F8rmas e Escoramento& d e ~
40 .2 .3 .2 Tensores
Os tensores são utilizados para se conectarem fôrmas de paredes de pilares,
suportando as pressões do concreto fresco. Normalmente, são utilizados como
tensores vergalhões de aço com partes soldadas, roscas e porcas ou acessórios
especiais. Alguns tensores utilizados podem ser perdidos, sendo cortados junto à
superfície do pilar quando desformado; outros tensores podem ser removidos
completament e e reutilizados. Alguns exemplos de tensores são apresentados na
Figura 10.
As barras utilizadas têm diâmetros que podem variar de 6 mm a 18 mm. Nesses
casos, devem-se considerar a seção utilizada e a tensão admissível compatível
com o tipo de aço empregado, conforme as normas, ou a resistência do acessório
de fixação utilizado. Os esforços admissíveis para o uso de tensores variam
conforme o diâmetro do vergalhão. É interessante certificar-se dos valores a se
considerar, tal como carga admissível,jun to ao fabricante. Como orientação, para
cada diâmetro de vergalhão, tem-se:
0 6mm CA-50 - F = 8 kN
08mm CA-50 - F = 13,50 kN
010mm CA-50 - F = 16 kN
•'
~ 1, . -)
chave
especial porca
luva de trapezoidal
vedação com asa
Figura 10 - Acessórios de fixação de tirantes nas fôrmas dos pilares.
uip a mentos . ~ ~ 1d
atua l me nte, no mer cado nacional uma gama razoave e
' . .
eqL . d fôrmas de concre to . Entre tanto, a ma1on a se
s d est1na os a d ~ " Iobam as
des _1 • d " fo" rmas de g ran e are a , que eng ·
1 uenom1na as . . · · 'd · · ·
Ons truções c1v1 s (come rc 1a1s , res1 enc1a1s e
par 1.. JCS no caso d as c
e os blocos e maciços em construções pesadas, como é o caso
gens. . . , . . . ,.
~ àra as obras consideradas leves, como edific10s civ1~,. tem-se, no _uso
dq torres tubulares pré-fabricadas, nas escoras metahcas, nas_ vigas
metálicas e mistas e nas treliças extensíveis, algumas d~s opçoes. de
equipamentos disponíveis no mercado para a execuçao de laJes.
Consideram-se, nesses casos, as escoras e a torres como escoramentos,
que, por sua vez, complementam os serviços da fôrma. .
Para as fôrmas de pilares que geometricamente podem ser ~ons1d~rados
como parede, em que o comprimento de aproxima da altura, e poss1vel se
utilizar com sucesso os sistemas de fôrmas empregados na concretagem
de paredes. Existem ainda alguns tipos de painéis mistos ou ~e~álicos que
se destinam a fôrmas de colunas com seção retangular, especificamen te.
Quanto às vigas, a pré-fabricação de equipamentos tem encon!rado
sérios obstáculos, principalmente quando as vigas aparecem em conJunto
com as lajes que lhes interceptam, tornando difícil a con~ep~ão de
equipamentos versáteis o suficiente para englobar todas as poss1b1hdades.
É bom lembrar que todos esses equipamentos somente encontram sua
melhor performance quando aplicados por meio de um projeto
especificamente executado para a obra e, ainda, desde que a obra se adapte
às suas Iimi tações.
Neste item são aborda dos os painéis usualmente utilizados nos diversos
sistema s constru tivos de fôrmas e escoram entos de madeira para edifício s
de múltipl os andares .
Inicia-s e com o sistema ~io~eiro da Associação Brasileira de Cimento
Portlan d, que empreg ava pame1s formados por tábuas de Pinho do Paraná
(Arauc aria angusti folia) até os painéis atualmente em utilização na
Europa , constit uídos de placas EGP' , escorados por viga de seção
compo sta, totalme nte industr ializad os.
SISTEM A ABCP: em 1943, a ABCP (Associação Brasile ira de Ciment o
Portlan d) estabel eceu proced imento s básicos para a aplicação de fôrmas
de madeir a serrada em constru ções de estruturas de concreto. Esses
proced imento s faziam parte do Boletim Técnic o n. 50 da ABCP (6). O
sistema era formad o por tábuas de pinho do Paraná de 2,5 cm de
espessu ra por 30 cm de largura (a), apoiados sobre transver~inas (b) de
seção quadra da de 7 ,5 cm de lado. A Figura 11 ilustra esse sistema .
ESCORA OE
VIGA I GARFO 1
ES CORA
OE LAJE
.\
uês
largura
alma e
padron
de250
Fundo da laje
barrotes
longarina
Escora metálica
~
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para ~
super~o
lateral
apoio
ligado_
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Figum l(i - Arrnnjos dt: painfr de ,iga (ABCP. 1943). inferio
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s pameJS ,. SARRAFO
a 18).
CO.l\ifPHNSADO
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CUNHA
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~mi/1;1,;i11w111.,, <11,, painéi s é feito por ç. o ddosd ~aine1 ,. O
,,,~,h1w,,,1,,,, w~rtíc~JÍf,, travad os ao Jon o d:~10 ~ ois s .. r·•fos
,,,,m t1;11t,,,r,.Y, <Juc ( ãc e,., f. d dg ompnm ento d lar,
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sa Figura 22 - Painel de pilar (vista frontal).
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ílC\tC
GETHAL: vários tipos de painéis de pilar podem ser utilizados
cada um se adequando ao tipo de obra a ser considerado. São eles:
~ • de chapa de madeira compensada enrijecida: consiste em painéi8 de
~ de compensado enrijecido com caibros de 7 ,5 x 7 ,5 cm, ou com
sa'.trafos duplos de 2,5 cm(IO cm ou com perfil metálico. O painel é travado
ao longo da aJtura por meio de barras de "ferros redondos" (barras de
ancoragem) presos em gravatas de caibros duplos, conforme a Figura 23.
• Painéis com gravatas moduladas: como nos sistemas tradicionais, os painéi~
sio travados por meio de gravatas. A gravata é formada por um conjunto de
peças de madeira maciça ou de perfis metálicos. Cada peça tem, ná
extremidade, um encaixe metálico com um parafuso, que permite o apoio e a
fixação de outra peça. Essas gravatas são montadas ao longo da altura do
piJar, confonn e a Figura 24.
• Painé!s com placas moduladas: a placa é uma peça metálica revestid a com
madeira compensada. Cada conjunto de quatro placas forma um elemento
tubul~. Como a altura de cada placa é de 55 cm, o sistema só pode ser usad,,
em pJlares cujo pé-direito seja múltiplo de cinco centímetros, conform e a
Figura 24.
CAIBRO DUPLO
BARRA DE ANCORAOl!M
ELEVAÇÃO
CAIBRO DUPLO
CAIBRO J"X 3"
· BARRA DE ANCORAOhM
Jrt.1inéí J m
PLANTA
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Fígura 23 - Painéis de pilar enrijecidos com sarrafos simples ()ic,1trw1 nc1li;i!J / ,tcrn;_i ªI
''HnaJ e
1rr;:---- CHAPA DE MADEIRA
COMPENSADA
GRAVATA MODULAOA.GETHAL"
( SARRAFOS E CHAPA METÁLICA
~ t ESQUADROS OE FINAL
1
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COMPENSADA
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RETICULADO OE: NERVURAS EM
CHAPA COM DISPOSITIVO DE
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ENCAIXE
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Figura 24 - Painéis de pilar com gravatas moduladas e com placas moduladas (Sistema Gethal).
SISTEM..4. DOKA: as fôrmas dos pilares, vigas e paredes são formadas por
painéis mis JS modulares de compensado laminado enrijecido por uma grelha de
chapa de das de secção I ou C. As Figuras 25, 26 e 27 ilustram os painéis. O
siste1ra nta uma grande variedade de acessórios de montagem e fixação das
fôrm coramentos, conforme pode ser observado na Figura 26.
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1:
SISTE
com garfo
Figura 30 - Fônnas para reservatórios e silos. duas ou ma
da• distanci.e
Painéis lat(
função do
fundo da v
cobrejunt
e- as
:eoralllent
ªº
tr en ·
caixa
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SISTE MA TOSH IO UENO: os escora mentos das vigas são realiza dos
com garfos que corresp ondem a dois pontale tes paralel os, pregad os com
duas ou mais cobrej untas de madeir a maciça ou compe nsada, espaça das
da distanc ia corres ponden te a largura da viga acresci da da espess ura dos
painéis laterai s da viga. O espaça mento dos garfos é determ inado cm
função do limite de desloc amento de flexão dos painéis laterais e de
fundo da viga. Norma lmente , a madeir a dos pontal etes é pinus e das
cobrej untas é tabua de pinus ou sobras de chapas de compe nsado. O
escora mento dos painéi s das lajes é feito com pontale tes de pinus, que
são encaix ados entre os dois sarrafo s que compõ em a seção compo sta da
transve rsina/l ongari na. A Figura 33 ilustra esse elemen to.
LONOARINA
SUPERIOR
ESCORA DE
VIGA (GARFO)
Figura 33 - Detalhes dos pontaletes de escoramento das lajes e do garfo de escoramento da, 1ga-,.
SISTEMA GE!HAL: este sistema de escoramento utiliza escoras mefáltoli
tubulares reg~láveas para o escoramento dos painéis de lajes e de vigas. A Figura
34 ilustra o sistema.
Fundo da laje
barrotes
longanna
Escora metálica
Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILE[RA DE CIMENTO PORTLAND (ABC P). Pônna s de madeíra para concreto armad o em edificios