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UNIVERSIDADE UNISOCIESC

ROSÂNGELA DOS SANTOS ALBUQUERQUE RAMOS


FABIOLA SCHULLER DINIZ

PROJETO INTERDISCIPLINAR 2A

JOINVILLE
2018
ROSÂNGELA DOS SANTOS ALBUQUERQUE RAMOS
FABIOLA SCHULLER DINIZ

EMPRESA DE CONTABILIDADE
AUDITORIA CONTÁBIL

Trabalho elaborado para a disciplina


De Projeto Interdisciplinar 2A
Do Curso de Ciências Contábeis
Da faculdade UNISOCIESC de Joinville
Professor, Juliano Will.

JOINVILLE
2018
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RESUMO

Este trabalho tem por objetivos justificar a necessidade da contabilidade gerencial para
uma organização. Foram conceituadas neste a contabilidade e seus ramos, também a
contabilidade de auditoria. Demonstrou-se através da pesquisa a relevância da informação
alicerçada na contabilidade com a finalidade de orientar os gestores em suas decisões.
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INTRODUÇÃO

A Contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões.


Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente,
registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem
sobremaneira para a tomada de decisões.
Oferece maior controle financeiro e econômico à entidade; facilita acesso às linhas de
crédito com bancos e fornecedores; Prova aos sócios a verdadeira situação patrimonial.
Demonstração do Resultado do Exercício; Demonstração de Lucros ou Prejuízos
Acumulados; Demonstração de Origens e Aplicação de Recursos. Balanço Patrimonial, seu
objetivo é fornecer informações econômicas para fornecedores, bancos, investidores,
funcionários, sindicatos. Auxilia também as entidades na tomada de decisões, já que ela reúne
as informações contábeis da organização em seu diário e razão, balancete de verificação, além
dos demonstrativos acima citados. Com a contabilidade de uma empresa você também
consegue extrair informações que nos mostrará números, e através deles, podermos analisar
como a empresa está (uma boa situação financeira ou não).
Analisando um balanço tem condições de tomar conhecimento de praticamente toda a
informação contábil e ter um parecer das informações financeiras. Não só os administradores
utilizam os relatórios que a contabilidade fornece, mas pessoas, órgãos e empresas também a
utilizam como ferramenta, tais como: Os donos da empresa que não participam de sua
administração, com o objetivo de saber quanto à empresa está conseguindo lucrar. Os
administradores da empresa, para saber a sua saúde financeira e como melhorá-la. Os Bancos
e Financeiras, a fim de concederem um empréstimo a uma empresa, ela terá condições de
pagar. Os sindicatos de empregados com o intuito de pedir um percentual de aumento maior
para os funcionários.
O Governo em geral, para verificar a possibilidade de aumentos de tributos, ou sua
redução. Portanto, a contabilidade é um instrumento necessário para todas as entidades e
também para as pessoas físicas ajudando no processo de toda de decisões de pequenos e
grandes negócios.
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SUMÁRIO
PROJETO INTERDISCIPLINAR 2A ........................................................................................................... 1
EMPRESA DE CONTABILIDADE .............................................................................................................. 2
AUDITORIA CONTÁBIL ............................................................................................................................. 2
RESUMO .......................................................................................................................................................... 3
2. ÁREA CONTÁBIL – CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS .................................................................................. 7
2.1 CONCILIAÇÃO BANCÁRIA .............................................................................................................................. 8
2.2 PLANILHA DE CONCILIAÇÃO .......................................................................................................................... 8
2.3 LIVRO DIÁRIO ................................................................................................................................................ 8
2.4 LIVRO RAZÃO ............................................................................................................................................... 10
2.5 LIVRO CAIXA ................................................................................................................................................ 11
2.6 BALANCETE DE VERIFICAÇÃO ...................................................................................................................... 12
2.7 CONTROLE DE ATIVOS ................................................................................................................................. 13
2.8 BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................................................. 14
2.9 DEMOSTRAÇÃO DE RESULTADOS................................................................................................................ 17
2.10 DFC – DEMONSTRATIVO DO FLUXO DE CAIXA ........................................................................................... 18
2.11 DEMONSRTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) .................................................................................. 22
3.ÁREA FISCAL – ESTRUTURAÇÃO E APURAÇÃO DO ISS ..................................................................................30
3.1 APURAÇÃO DO ISS ....................................................................................................................................... 30
3.3 ESTRUTURAÇÃO E APURAÇÃO DE ENTRADAS E SAÍDAS DO ICMS ............................................................... 35
3.3.1 QUEM É O CONTRIBUINTE DO ICMS? ............................................................................................................... 36
3.4 LALUR – LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL .......................................................................................... 40
3.5 APURAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL ............................................................................................................ 47
3.6 APURAÇÃO DO LUCRO PRESUMIDO............................................................................................................ 52
3.7 APURAÇÃO LUCRO REAL ............................................................................................................................. 56
3.8 TRIBUTOS .................................................................................................................................................... 60
3.9 DECLARAÇÕES ............................................................................................................................................. 65
4.ÁREA DE DEPARTAMENTO DE PESSOAL – RH ...............................................................................................73
4.2 FOLHA DE PAGAMENTO .............................................................................................................................. 76
4.3 CONTABILIZAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO ........................................................................................... 78
4.4 PROVISÕES .................................................................................................................................................. 78
4.5 PLANO DE CONTAS CONTÁBEIS ................................................................................................................... 80
4.6 ADMISSÕES E DEMISSÕES ........................................................................................................................... 84
4.7 VALE TRANSPORTE ...................................................................................................................................... 87
4.8 BENEFÍCIOS ................................................................................................................................................. 89
4.9 CONECTIVIDADE SOCIAL – E-SOCIAL ........................................................................................................... 92
5.0 INFORMAÇÃO DA GFIP / SEFIP .................................................................................................................... 97
5.2 GRRF – GUIAS DE RECOLHIMENTO DO FGTS ............................................................................................. 104
5.3 GUIA DE RECOLHIMENTO DO INSS ............................................................................................................ 107
5.4 CÁLCULOS TRABALHISTAS ......................................................................................................................... 110
5.5 HOMOLOGAÇÕES NOS SINDICATOS ......................................................................................................... 113
6.ÁREA SOCIETÁRIA ......................................................................................................................................116
6.1 BUSCA PRÉVIA DO NOME EMPRESARIAL .................................................................................................. 116
6.2 BUSCA PRÉVIA DO LOCAL .......................................................................................................................... 116
6.3 INSCRIÇÃO NO CNPJ .................................................................................................................................. 119
6.4 ENQUADRAMENTO NO SIMPLES NACIONAL ............................................................................................. 126
6

6.5 ENQUADRAMENTO NO LUCRO PRESUMIDO ............................................................................................ 129


6.6 ENQUADRAMENTO LUCRO REAL .............................................................................................................. 132
6.7 INSCRIÇÃO ESTADUAL ............................................................................................................................... 134
6.8 INSCRIÇÃO NO ISS ..................................................................................................................................... 135
6.9 ÁLVARÁ DE LICENCIAMENTO .................................................................................................................... 135
7.BAIXA EMPRESARIAL .................................................................................................................................138
7.2 CERTIDÕES EM GERAL ............................................................................................................................... 142
7.3 PARCELAMENTO ....................................................................................................................................... 144
8.AUDITORIA ................................................................................................................................................145
9.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................................155
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2. ÁREA CONTÁBIL – CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS

A escrituração é técnica em que os documentos são lançados nos livros contábeis


(é um sistema), é maneira de registrar todos os atos e fatos contábeis da empresa, ou
seja, todas as informações comerciais e financeiras. A escrituração deve ser realizada
respeitando o Princípio da Oportunidade, que é um princípio da contabilidade que
orienta que todas as informações devem ser corretas e seu registro deve ser feito
imediatamente, dentro do prazo que a originou. Devendo ser feito sempre pelo valor
original. Todos os documentos referentes às operações que a empresa realiz ou em certo
período devem ser guardados e enviados para contabilidade, para comprovar e justificar
tais informações.

Exemplos:

 Recibos de Pagamentos diversos


 Notas fiscais de compra e venda de matéria prima e serviços
 Documentos referentes à Folha de Pagamento
 Pró-labore
 Documentos expedidos por tabelionatos e cartórios
 Extratos de movimentação bancária
 Documentação referente a empréstimos e financiamentos e etc.

Os documentos acima listados são apenas alguns exemplos, existem muitos


outros que deverão ser guardados e enviados ao serviço de contabilidade. Toda
escrituração contábil é feita nos chamados livros contábeis.

 O Código Comercial Brasileiro define que todos os comerciantes estão


obrigados a ter uma contabilidade e seguir de maneira padronizada sua
escrituração e guardar com zelo os livros necessários para esse fim enquanto
não for prescrito o prazo validade estabelecido.
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2.1 CONCILIAÇÃO BANCÁRIA

A conciliação consiste na comparação do saldo de uma conta bancária de movimento


com uma informação externa à contabilidade (extrato bancário), de maneira que se possa ter
certeza quanto à exatidão do saldo em análise, em determinada data. Realiza-se a composição
do saldo, analisando-se os lançamentos não realizados (tato pelo banco, no extrato, quando
pela contabilidade interna, no livro razão) ou divergentes (valores diferentes) e cheques não
compensados. Com base nesta primeira conciliação bancária, realiza-se (caso for) os
lançamentos complementares, estornos ou reclassificações.

2.2 PLANILHA DE CONCILIAÇÃO

Habitualmente, e para facilitar a apuração e registro das diferenças entre os saldos


contábeis e bancários, elaboram-se planilhas de conciliação, demonstrando, linha a linha, as
diferenças e os ajustes necessários, partindo-se do saldo contábil e somando-se/diminuindo-se
os valores apontados até chegar ao saldo do extrato. Ao lado de cada valor especifica-se, em
coluna própria, se houve regularização do lançamento, posteriormente à referida conciliação.

2.3 LIVRO DIÁRIO

É um livro contábil de preenchimento obrigatório (exigido por lei) e de maior


importância, onde são lançadas as operações DIÁRIAS de uma empresa.

2.3.1 Exemplo de livro diário;

Nele, são registrados os fatos contábeis em partidas dobradas, ou seja, os totais débito
e crédito deverão ser sempre iguais, sendo a conta débito lançada SEMPRE antes da conta
crédito. Suas principais características são: Obrigatório, Cronológico e Fundamental ao
processo contábil. O livro Diário tradicional pode ser substituído por fichas (contínuas, em
forma de sanfona, soltas ou avulsas). Porém, a adoção desse sistema não exclui a empresa de
obediência aos requisitos intrínsecos, previstos na lei fiscal e comercial para o livro Diário.
As empresas que utilizam fichas são obrigadas a adotar o livro próprio para a inscrição das
demonstrações financeiras.
9

Em resumo, o Diário registra oficialmente todas as transações de uma empresa. Sendo


assim, é necessário que ele atenda determinadas exigências e preencha certas formalidades.
Estas formalidades têm a ver com sua apresentação exterior (formalidades extrínsecas) ou
com a escrituração (formalidades intrínsecas).

2.3.2 Formalidades extrínsecas;

O livro Diário deve:

 Ser encadernado;
 Ter suas folhas numeradas tipograficamente;
 Se for empresa, deverá ser autenticada pelas Juntas Comerciais ou repartições
encarregadas do Registro do Comércio;
 Se for Sociedade Simples ou entidade sem fins lucrativos, deverá ser autenticado no
cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas;
 Conter termo de abertura e de encerramento (na primeira e última página,
respectivamente) devidamente preenchidos e autenticados.

Termo de abertura: finalidade a que se destina o livro, o número de ordem, o número de


folhas, a firma individual ou o nome da sociedade a que pertença, o local da sede ou
estabelecimento, o número e data do arquivamento dos atos constitutivos no órgão de registro
estipulado e o número de registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ).

Termo de encerramento: indica o fim a que se destinou o livro, o número de ordem, o


número de folhas e a respectiva firma individual ou sociedade mercantil.

OBS.: Estes termos serão datados e assinados pelo comerciante ou por seu procurador e por
um contabilista legalmente habilitado. Na localidade em que não haja profissional habilitado,
os termos de abertura e encerramento serão assinados, apenas, pelo comerciante ou seu
procurador.

Se estas formalidades não forem respeitadas, o Diário acaba sendo completamente


invalidado, passando a fazer prova apenas contra o contribuinte.
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2.3.3 Formalidades Intrínsecas;

 Utilização do idioma nacional e da moeda corrente do país;


 Uso da linguagem mercantil;
 Individualização e clareza dos lançamentos nele feitos;
 O registro dos fatos em rigorosa ordem cronológica de dia, mês e ano;
 A inexistência, na escrituração, de intervalos em branco, entrelinhas, borrões,
rasuras, emendas, ou transportes para as margens.

Se estas formalidades não forem respeitadas, serão invalidados apenas os registros onde
ocorrerem.

2.3.4 Escritura Manual;

É necessário que o Livro Diário contenha:

 Data da operação (transação);


 Título da conta débito e da conta crédito;
 Valor do débito e do crédito;
 Histórico (alguns dados fundamentais sobre a operação em registro: número da nota
fiscal, cheque, terceiros envolvidos, etc. O histórico deve ser o mais breve possível,
escrito de forma reduzida).·.

Todas as empresas, independentemente do seu porte ou tipo societário, são obrigadas a


efetuar escrituração contábil. Cabe destacar ainda que o regime tributário que a empresa
venha a utilizar também não pode interferir quanto ao assunto escrituração contábil, pois
quem tem autoridade para emanar sobre este tema é tão somente o CFC (Conselho Federal de
Contabilidade), para o qual os profissionais de contabilidade são obrigados a prestar contas.

2.4 LIVRO RAZÃO

Através do Livro Razão são registradas as movimentações de crédito e débito sobre


todos os itens que compõem o patrimônio da sua empresa. Ele registra os fatos que afetam o
patrimônio da empresa, com o foco nas contas que constituem este patrimônio. Assim como o
Diário, este livro também pode ser escriturado de maneira manuscrita, mecânica ou
informatizada. Porém, o Livro Razão dispensa a autenticação e o registro na Junta Comercial.
Para utilizar este livro na prática, o mesmo deve conter o nome da empresa, CNPJ, contas dos
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débitos e créditos, datas e todo o histórico da operação, bem como o saldo. Como algumas
empresas possuem muitas contas que devem ser registradas, este costuma ser o maior livro,
mais pesado e volumoso. O Livro Razão é diferente do Livro Diário. Embora possam ter o
mesmo propósito, a função do Livro Razão é manter o sistema da empresa organizado desde o
começo. Ele complementa o Livro Diário e vice-versa, sendo que um não é mais importante
que o outro. Desde 2007, ambos podem ser enviados através do SPED Fiscal.

2.5 LIVRO CAIXA

Um livro caixa é um documento que pode ser utilizado nas atividades de uma
empresa, de qualquer porte, em que se efetuam os registros de entradas e saídas de dinheiro, e
que proporciona um auxílio na escrituração contábil. Com o livro caixa ficam registrados os
recebimentos e pagamentos de um período diário, mensal ou anual, como os pagamentos a
fornecedores, por exemplo. As empresas optantes pelo Simples Nacional são obrigadas por lei
a declararem os valores do fluxo de caixa. Por isso, é importante que os fluxos de entrada e
saída estejam bem organizados. Este documento contribui para o controle do fluxo monetário
de um negócio, mas também pode ser utilizado em finanças pessoais ou familiares.

2.5.1 Como fazer um livro caixa;

Para montar um livro de registro de caixa, é possível utilizar planilhas em papel ou em


Excel, exibindo as informações que identificam este documento. Podemos criar um livro
caixa que contenham as colunas:

 Data: É preciso identificar as datas para o melhor controle do fluxo de caixa da


empresa. Além disso, é possível separar em diferentes planilhas diárias caso o fluxo
diário seja muito intenso.
 Histórico: O histórico é um espaço reservado para que sejam identificados os motivos
da transação, como exemplos: "Pagamento ao fornecedor A" ou "Recebimento do
cliente B".
 Entradas: Os fluxos de entradas identificam os recebimentos que a empresa possui no
período, em dinheiro ou a débito em conta.
 Saídas: Os fluxos de saídas identificam os valores que são pagos por parte da empresa
no período indicado, em dinheiro ou a crédito em conta.
 Saldo final: É importante identificar o saldo que indica a diferença entre as entradas e
as saídas. Este resultado é o quanto a empresa tem em caixa no momento.
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 O saldo do período anterior deve ser considerado no primeiro registro. Este valor pode
ser do dia, mês ou ano anterior, conforme utilizado pela empresa e a quantidade de
fluxo que o negócio apresenta.

2.5.2 Como preencher o livro caixa;

Com o livro caixa montado, o preenchimento é feito de forma cronológica por cada
transação, e para que este documento possa ser utilizado para acompanhar os valores em
caixa. Ao indicar no livro uma entrada de dinheiro, não se deve indicar, ao mesmo tempo,
uma saída. Cada operação segue uma linha, mesmo que sejam de mesmos clientes ou
fornecedores. Além disso, um livro caixa apenas representa fluxos monetários, e não devem
indicar compras pagas com cheques pré-datados, ou vendas a clientes que devem pagar depois
de um tempo. Estes registros se efetivam na data em que ocorrerem as entradas e saídas de
dinheiro do negócio.

2.6 BALANCETE DE VERIFICAÇÃO

O balancete de verificação é um demonstrativo contábil que reúne todas as contas em


movimento na empresa e seus respectivos saldos (saldos de débito/saldos devedores e saldos
de crédito/saldos credores). Através do balancete é possível chegar a vários resultados
importantes para a contabilidade de uma empresa num dado período de tempo, bem como
elaborar outros demonstrativos contábeis importantes, como por exemplo, Demonstração do
Resultado do Exercício (DRE) e Balanço Patrimonial (BP). É a relação de Contas extraídas do
livro Razão (razonetes) da empresa, ou seja, é o conjunto de todas as contas (patrimonias e de
resultado) dos razonetes com seus respectivos saldos finais. O saldo de cada conta é
representado de acordo com sua natureza (devedora ou credora), e não apenas de acordo com
o grupo a que pertence. Ou seja, para elaborar um balancete, cada Conta será transferida do
razonete para ele, com seu respectivo saldo. Assim, se a Conta no razonete apontar saldo final
devedor (lado esquerdo), este saldo será transportado para a coluna do saldo devedor do
balancete. Se a Conta apresentar no razonete saldo final credor (lado direito), este saldo será
transportado para a coluna do saldo credor do balancete.

Importante: a soma dos saldos devedores deve ser igual à soma dos saldos credores. Se
houver desigualdade, é sinal de que há erros na Contabilidade da empresa.
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Há várias maneiras de se apresentar um Balancete de Verificação. Em todos eles deve


existir o cabeçalho onde se indica o nome da empresa e a data do balancete. É possível
representá-lo com os saldos iniciais de cada conta (devedor ou credor) e com os respectivos
movimentos no período (débitos e créditos), ou simplesmente com os saldos finais das contas
(devedor ou credor). Este último caso é o mais comum e também o mais prático.

2.7 CONTROLE DE ATIVOS

O ativo imobilizado é formado pelo conjunto de bens necessários à manutenção das


atividades da empresa, caracterizados por apresentar-se na forma tangível (edifícios,
máquinas, etc.).
Contudo, o imobilizado abrange também os custos das benfeitorias realizadas em bens
locados ou arrendados e os recursos aplicados ou já destinados à aquisição de bens de
natureza tangível, mesmo que ainda não em operação. São vários os exemplos como
construções em andamento, adiantamentos para aquisição de bens em consórcio, importações
em andamento, entre outros.

A grosso modo, esses compreendem os ativos tangíveis que:

 São mantidos por uma entidade para uso na produção ou na comercialização de


mercadorias ou serviços, para locação ou para finalidades administrativas;
 Têm a expectativa de serem utilizados por mais de doze meses;
 Haja a expectativa de auferir benefícios econômicos em decorrência da sua utilização;
 Possa o custo de o ativo ser mensurado com segurança.

2.7.1 Necessidade de controle;

Como podem observar, esses ativos têm uma importância muito grande. Em uma
realidade na qual as empresas – de todos os portes – estão melhorando a sua governança e
implantando procedimentos em busca das melhores práticas administrativas, se torna
imprescindível que os administradores voltem os olhos para os ativos de suas organizações. É
fundamental que na administração do negócio realmente se administre os bens patrimoniais
ao invés de atuar apenas quando suas empresas são auditadas, fiscalizadas, estão em processos
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judiciais ou por solicitação de instituições financeiras. Além disso, os ganhos em se ter


procedimentos de controle dos ativos são inúmeros, tanto em termos de fortalecimento da
imagem de sua empresa, como melhorias no retorno de seu investimento.

Veja alguns motivos que mostram a importância de controlar o seu ativo imobilizado:

Evitar perdas por furtos ou desvios de bens, adotando procedimentos de revisão


periódicos, definindo papéis e responsabilidades. Controlar o ciclo de vida útil dos ativos,
otimizando os gastos com novos investimentos, com manutenção e até gerando receitas com
ativos obsoletos para a sua operação. Avaliar com segurança o patrimônio de sua empresa,
realizando os ajustes contábeis conforme a legislação, Normas Brasileiras de Contabilidade e
o CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis). Evitar pagamentos excessivos ou sonegação
de impostos, assim como evitar autuações fornecendo dados precisos para o atendimento às
fiscalizações. Atrair investimentos e conseguir aprovação de crédito em instituições
financeiras, apresentando maior transparência na publicação de seus balanços e tendo
segurança para ofertar bens em garantia.

2.8 BALANÇO PATRIMONIAL

O Balanço é uma expressão de origem latina “Bis Lanx” que quer dizer dos dois lados,
onde podemos verificar do lado esquerdo as aplicações dos esforços e recursos (ATIVO) e do
lado direito às origens destes recursos (PASSIVO), buscando o equilíbrio do balanço.

Dentro do Passivo há o grupo Patrimônio Líquido que compreende os recursos


próprios da Entidade, ou seja, a diferença do ativo sobre o passivo.

Encontramos informações contidas no Balanço de forma estática e não dinâmica, ou


seja, numa determinada data. Apesar das limitações como instrumento de informações,
assume o importante papel de comunicar aos administradores a avaliação da evolução da
atividade através da análise dos dados.
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2.8.1 Conteúdo e Estrutura

O Balanço é divido em dois Lados: o da aplicação de recursos que fica no lado


esquerdo, chamado ATIVO e o lado direito que demonstra as origens chamado de PASSIVO.

2.8.2 Ativo

No ativo é demonstrado onde os capitais obtidos (seja de terceiros ou próprio) foram


aplicados. São apresentadas em primeiro lugar as contas em ordem decrescente de grau de
liquidez, ou seja, são mais rapidamente conversíveis em disponibilidades, iniciando com o
disponível (caixa e bancos), contas a receber, estoques e assim sucessivamente. As contas que
compõem o ativo são agrupadas em:

2.8.3 Circulante

Representa as disponibilidades financeiras e outros bens e direitos que se espera que


sejam transformados em disponibilidades, vendidos ou usados dentro de um ano ou no
decorrer de um ciclo operacional. O circulante compõe-se de:

 Disponível - São os recursos financeiros que se encontram à disposição Imediata da


entidade, compreendendo os meios de pagamento em moeda e em outras espécies, os
depósitos bancários a vista e os títulos de liquidez imediata.

 Outros Créditos - São os títulos de crédito, quaisquer valores mobiliários e os outros


direitos.

 Estoques - São os valores referentes às existências de produtos acabados, produtos em


elaboração, matérias-primas, mercadorias, materiais de consumo, serviços em
andamento e outros valores relacionados às atividades-fins da entidade.

 Despesas Antecipadas - São as aplicações em gastos que tenham realização no curso


do período subsequente à data do balanço patrimonial.
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2.8.4 Não circulante

Representam os bens e direitos de permanência duradoura, destinados ao


funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, superiores há um ano ou no
decorrer de um ciclo operacional. Tem os seguintes subgrupos:

2.8.5 Realizável em Longo Prazo

São os direitos realizáveis após o término do exercício subsequente. Longo Prazo -


São os bens, os direitos e as obrigações com prazo de vencimento ou realização, após o
término do exercício social seguinte; como por exemplo, as contas do Ativo Realizável em
Longo Prazo e do Passivo Exigível em Longo Prazo.

2.8.6 Investimentos

São as participações permanentes em outras sociedades que não se destinem à


manutenção das atividades-fim da entidade.

2.8.7 Imobilizado

São os bens corpóreos utilizados na consecução e manutenção das atividades-fins da


entidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios,
riscos e controle desses bens (leasing);

2.8.8 Intangível

Os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da


companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.
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2.9 DEMOSTRAÇÃO DE RESULTADOS

A DRE é um documento, geralmente feito uma vez por mês, que tem como objetivo
medir o resultado das operações de uma companhia. Por meio dos cálculos das receitas de
vendas, custos, despesa, impostos entre outras, obtêm-se o resultado líquido do exercício da
empresa. Ou seja, o lucro ou o prejuízo resultante das operações da companhia em
determinado período de tempo.

Uma característica bastante importante da DRE, e que permite que até mesmo os
gestores que não possuem formação na área financeira interpretem de maneira fácil as
informações contidas no documento, é que ela é elaborada de maneira sequencial e lógica.

Ademais, a DRE pode ser utilizada tanto em uma avaliação do desempenho geral da
empresa no ano, como na análise de segmentos, setores e departamentos. Em última análise,
isso facilita sobremaneira a detecção de falhas operacionais e pontos específicos a serem
repensados e reestruturados. Como esse documento está estruturado e quais informações ele
traz?

Como já mencionamos, a DRE é elaborada de uma maneira lógica, sendo estruturada


em etapas que compreendem o resultado bruto, o resultado operacional, o resultado não
operacional e o resultado líquido. Em uma análise ampla, esse documento é um resumo
econômico de uma empresa em um período de tempo previamente estabelecido.

E para que a estrutura da DRE fique ainda mais clara para você, confira abaixo um
formato bastante resumido de sua estrutura:

(+) Receita de Vendas


(-) Dedução de Impostos
(=) Receita Líquida
(-) Custo Variável (Custos de Produtos Vendidos ou Custos de Mercadorias Vendidas)
(=) Margem Bruta
(-) Gastos com Pessoal
(-) Despesas Operacionais
(=) EBITDA (Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização)
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(-) Depreciação, Amortização e Exaustão


(-) Outras Receitas e Despesas
(=) Resultado Operacional
(-) Tributos (IRPJ e CSLL)
(=) Resultado Líquido

A periodicidade da DRE não está definida por lei. Entretanto, embora a maioria das
empresas opte por realizar essa análise ao fim de cada ano, esse documento pode ser
elaborado na frequência desejada pela diretoria da companhia. Especialmente se a finalidade
for comprovar a eficácia de determinada decisão ou os impactos positivos ou negativos de um
novo processo, por exemplo.
Como você já deve ter percebido, um fator essencial para a criação de uma DRE que
contenha dados confiáveis e que possam guiar corretamente os rumos da companhia, é que os
gestores saibam diferenciar com exatidão o que é Custo e o que é Despesa, bem como ter
todos os valores das receitas bem especificados.

Do contrário, a DRE pode mostrar um cenário empresarial que não condiz com a
realidade da companhia e levar à tomada de decisões estratégicas equivocadas. Por isso,
apesar de não ser complicada ou difícil de calcular, é necessário estar atento aos dados
inseridos.

2.10 DFC – DEMONSTRATIVO DO FLUXO DE CAIXA

A DFC (Demonstração de Fluxo de Caixa) é um relatório contábil responsável por


mostrar objetivamente as receitas, as despesas e também o lucro ou prejuízo de uma empresa
em um período determinado de tempo (geralmente 12 meses), utilizando-se necessariamente o
Regime de Caixa. Tanto a DFC como o DRE devem ser inseridos no relatório de Balanço
Patrimonial. Por ser um relatório baseado em Regime de Caixa, o DFC leva em consideração
apenas as movimentações financeiras que foram concluídas, ou seja, as receitas que caíram
em sua conta e as despesas que sua empresa realmente pagou, resultando é o fluxo de caixa
final daquele determinado período de tempo. Mais a baixo explicamos melhor sobre as
diferenças entre Regime de Caixa e Regime de Competência. Para manter a saúde financeira
de seu empreendimento em dia e evitar ser pego de surpresa, é recomendado acompanhar a
DFC (Demonstração de Fluxo de Caixa) mensalmente ou até mesmo semanalmente.
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Imprevistos sempre acontecem, seu cliente pode atrasar o pagamento de uma fatura, ou então,
você mesmo pode esquecer de pagar aquela conta importante, gerar juros e mais juros para
pagar no fim do mês. Quando o gestor ou dono da empresa acompanha frequentemente os
relatórios, ele pode agir com antecedência ajudando a evitar inadimplência de seus clientes e
economizando com o pagamento de multas desnecessárias por contas atrasadas. O dinheiro é
o que mantém o empreendimento funcionando, é o que sustenta os colaboradores e também o
que permite que o sonho do empreendedor continue adiante, por isto o controle financeiro
deve ser feito de forma consciente e adequada. Como funciona?

A DFC (Demonstração de Fluxo de Caixa) é relativamente simples e usa um conceito


fácil de entender, sendo seu objetivo principal mostrar o lucro ou prejuízo real da empresa
naquele dado espaço de tempo.
Podemos estruturá-lo com 3 categorias importantes como vistas a seguir:

 Pontos Importantes
 Atividades Operacionais
 Investimentos
 Financiamentos

Entrando mais a fundo nas categorias da DFC (Demonstração de Fluxo de Caixa),


temos em primeiro lugar as Atividades Operacionais que são relacionadas as despesas e
receitas advindas do funcionamento de sua empresa, estando relacionadas por exemplo, com
as contas fixas como de água, luz e salário dos funcionários, despesas com as prestações de
serviços, valor de custo dos produtos, aluguel, vendas, recolhimentos do governo e etc. Após
contabilizado as movimentações geradas na área operacional, passamos a segunda categoria
que é referente aos investimentos praticados com o dinheiro da empresa. O hábito do
investimento deve ser praticado não importando o tamanho do empreendimento, porém é mais
comum em médias e grandes empresas. Nesta categoria entram também recebimento de
dividendos, imóveis e compra e venda de ativos permanentes. Por fim devemos incluir na
DFC uma categoria referente aos financiamentos associados ao seu negócio, além do
pagamento de dividendos, divisões de lucro e também a amortização de juros e dívidas
referentes a empréstimos. Qual a importância?
20

A DFC (Demonstração de Fluxo de Caixa) permite ao gestor analisar e entender de


forma rápida e resumida se a empresa está atualmente operando com lucro ou prejuízo. Além
disto, pelo fato da DFC categorizada com as principais fontes de despesas e receitas, o gestor
da empresa poderá utilizar este relatório como ponto de partida para fazer os ajustes
necessários. De uma forma geral, você conseguirá saber se sua empresa está indo bem ou se
está tudo indo por água abaixo, e então poderá tomar as devidas providências. Devido a alta
relevância das informações contidas na Demonstração de Fluxo de Caixa, recomendados que
este relatório seja gerado e analisado pelo menos mensalmente. Caso sua empresa utilize
algum Sistema de Contas a Pagar e Receber que gere este relatório automatiza-te, você poderá
conferi-lo semanalmente ou até mesmo diariamente.

A DFC (Demonstração de Fluxo de Caixa) é um excelente termômetro de sua empresa


e vai servir como ponto de partida para direcionar seus gerentes e também o seu time para
afinar os processos de sua empresa. Além disto, ao se comparar o DFC com o DRE você
poderá detectar inadimplências e até averiguar se você não anda pagando juros devido ao
atraso de contas. Como montar um DFC para minha empresa?

A DFC (Demonstração de Fluxo de Caixa) tem o objetivo de mostrar todas as


despesas e as receitas da empresa de forma organizada e categorizada.

[ATIVIDADES OPERACIONAIS]
(+) RECEITAS
Venda de Produtos
Prestação de Serviços
Juros Recebidos
Doações Recebidas
(-) DESPESAS
Impostos
Aluguel
Folha Salarial
Fornecedores
Despesas de Escritório

[INVESTIMENTOS]
21

(+) RECEITAS
Venda de ativos
(-) DESPESAS
Compra de ativos

[FINANCIAMENTOS]
Captação de dívidas e empréstimos
(-) DESPESAS
Pagamento de dívidas e empréstimos
[FLUXO DE CAIXA]
(=) RESULTADO FINAL (LUCRO / PREJUÍZO)

Acima, demonstramos um exemplo que pode ser seguido como base para o relatório,
porém cada empresa pode escolher as categorias e subcategorias a serem adicionadas.
Algumas empresas podem optar por um vasto detalhamento das opções enquanto outras
podem optar por simplificar ao máximo. Tudo vai depender do objetivo a ser alcançado, para
uma reunião com um investidor ou consultor por exemplo, você irá querer muitos detalhes,
enquanto que para uma apresentação rápida dos resultados da empresa para sua equipe, um
relatório mais objetivo e com menos linhas pode ser mais indicado. Como devo analisar o
DFC?

Diferente da DRE, a DFC (Demonstração de Fluxo de Caixa) é bem mais simples de


ser interpretada e compreendida, e muito se deve ao fato da utilização do Regime de Caixa, ou
seja, todas as entradas contidas nos relatórios são referentes as movimentações (de entrada ou
saída) que realmente acontecerem (o dinheiro já foi com certeza pago ou recebido por sua
empresa). Estas informações são muito úteis principalmente quando comparamos as DFCs de
todos os meses de um ano, pois desta forma conseguiremos detectar sazonalidades que são
inerentes ao mercado, e você poderá identificar quais são os meses em que sua empresa
efetivamente recebe mais dinheiro, e quais são os meses de baixa. O mesmo serve para as
despesas e os gastos de seu negócio, você poderá identificar quais são os períodos mais
onerosos. Além disto, o ponto mais importante a ser notado, é o resultado final do Fluxo de
Caixa (receitas menos despesas). Um balanço negativo significa que vocês andam gastando
demais e as receitas não estão conseguindo cobrir as despesas de operação. O quanto antes
você conseguir detectar um fluxo de caixa negativo, maiores serão suas chances de achar a
22

raiz do problema e reverter a situação. Por isto, ter em mãos de forma fácil um relatório
detalhado e categorizado, vai permitir que vocês analisem as fontes de despesas e tentem
otimizar o processo e tomar decisões importantes para que sua empresa possa escapar de uma
falência. Montar um DFC consome tempo? A resposta para esta pergunta é: depende.

Para se fazer um DFC é necessário controlar as despesas e receitas de sua empresa


diariamente, e a dificuldade de se gerar este relatório estará diretamente vinculada ao método
que sua empresa utiliza para anotar as entradas e saídas. Um dos métodos mais comuns é
anotar tudo com papel e caneta, e se você ainda utiliza este método, pode ser que você tenha
um pouco de dificuldade para manter o DFC sempre preciso e atualizado. O papel, apesar de
barato, é difícil de ser mantido de forma organizada e segura, buscar os dados e tentar extrair
informação é uma tarefa muito trabalhosa e demorada. Agora, caso sua empresa utilize
planilhas, o processo é bem mais simples e o fluxo de caixa pode ser analisado de forma mais
dinâmica, desde que as fórmulas e os arquivos das planilhas estejam muito bem organizados e
preparados. Um dos pontos negativos das planilhas, é que elas, geralmente, impossibilitam
algumas coisas mais avançadas, como por exemplo: cruzar dados, fazer pesquisas, gerar
relatórios personalizados ou relatórios de longos períodos de tempo (diversos anos). A terceira
opção que é cada vez mais comum hoje em dia, é a utilização de um Sistema Online de
Controle de Fluxo de Caixa que além de manter seus dados sempre seguros e disponíveis, faz
a gestão dos relatórios de forma automática e economiza tempo. Ao contrário do papel,
geralmente os sistemas online possuem um custo mensal associado ao uso das funções
avançadas. Nossa equipe recomenda a utilização de nosso Sistema Soma, ele foi feito para
autônomos e pequenas empresas e consegue gerar diversos relatórios como este de forma fácil
e automática, comece gratuitamente e teste sem compromisso.

2.11 DEMONSRTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA)

A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é um demonstrativo contábil que tem


por finalidade evidenciar a riqueza que foi gerada pela companhia em um período de tempo e
a forma como ela foi distribuída entre diversos setores envolvidos no processo. O conceito de
riqueza que está na base da DVA corresponde à diferença de valores entre aquilo que empresa
produziu e os bens e serviços que ela utilizou nesse processo, que foram produzidos por
terceiros. Para exercer sua atividade, uma empresa compra matéria-prima, contrata
trabalhadores e pega financiamentos bancários, por exemplo. Tudo isso pode ser medido em
23

valores monetários. Quando a companhia coloca no mercado seu produto ou serviço, ele
valerá mais do que a soma dos fatores adquiridos para sua produção. Esse valor que a empresa
“adicionou” durante o processo é a riqueza gerada. O que a DVA faz é detalhar de que forma
essa riqueza foi distribuída entre funcionários, fornecedores, agentes financiadores, acionistas
e governo, ou seja, entre todos os setores que participaram, diretamente ou indiretamente, da
sua geração. É, portanto, uma forma de mostrar como a empresa contribuiu para o Produto
Interno Bruto (PIB) do país.

2.11.1 Obrigatoriedade da Demonstração do Valor Adicionado - DVA

Base Legal: A Lei 6.404/76 após a publicação da Lei 11.638/07 passou a ter nova
redação no Art. 176 o qual trata sobre as demonstrações financeiras a serem elaboradas com
base na escrituração contábil. Entre as demais alterações, houve a inclusão da Demonstração
do Valor Adicionado – DVA na relação de demonstrações financeiras de companhias abertas.
Obrigação da Elaboração: A legislação apresenta como obrigada a elaborar a DVA apenas as
Companhias Abertas (S/A). Contudo para as demais sociedades, seja sociedade de Capital
Fechado (S/A) e a sociedade LTDA (sociedade enquadrada como de grande porte ou não)
orienta-se que elaborem esta demonstração mesmo que apenas para fins gerenciais. Períodos
de Elaboração: A DVA deverá ser elaborada de forma anual ao final de cada período, junto
com as demais demonstrações contábeis. Publicação: As Companhias Abertas ou Fechadas
S/A são obrigadas a elaborar e publicar suas demonstrações, inclusive a DVA.
Fonte: Departamento de Consultoria Fiscoweb - Publicada em: 07/02/2012

2.11.2 Características das informações da DVA (CPC 09)

A DVA está fundamentada em conceitos macroeconômicos, buscando apresentar, a


parcela de contribuição que a entidade tem na formação do Produto Interno Bruto (PIB). Essa
demonstração apresenta o quanto a entidade agrega de valor aos insumos adquiridos de
terceiros e que são vendidos ou consumidos durante determinado período. Existem, todavia,
diferenças temporais entre os modelos contábil e econômico no cálculo do valor adicionado.
A ciência econômica, para cálculo do PIB, baseia-se na produção, enquanto a contabilidade
utiliza o conceito contábil da realização da receita, isto é, baseia-se no regime contábil de
competência. Como os momentos de realização da produção e das vendas são normalmente
24

diferentes, os valores calculados para o PIB por meio dos conceitos oriundos da Economia e
os da Contabilidade são naturalmente diferentes em cada período. Essas diferenças serão tanto
menores quanto menores forem as diferenças entre os estoques inicial e final para o período
considerado. Em outras palavras, admitindo-se a inexistência de estoques inicial e final, os
valores encontrados com a utilização de conceitos econômicos e contábeis convergirão. Para
os investidores e outros usuários, essa demonstração proporciona o conhecimento de
informações de natureza econômica e social e oferece a possibilidade de melhor avaliação das
atividades da entidade dentro da sociedade na qual está inserida. A decisão de recebimento
por uma comunidade (Município, Estado e a própria Federação) de investimento pode ter
nessa demonstração um instrumento de extrema utilidade e com informações que, por
exemplo, a demonstração de resultados por si só não é capaz de oferecer. A DVA elaborada
por segmento (tipo de clientes, atividades, produtos, área geográfica e outros) pode
representar informações ainda mais valiosas no auxílio da formulação de predições e,
enquanto não houver um pronunciamento específico do CPC sobre segmentos, sua divulgação
é incentivada. A DVA é formada em duas partes: Formação da riqueza e a Distribuição da
riqueza

Formação da riqueza
Riqueza criada pela própria entidade

A DVA, em sua primeira parte, deve apresentar de forma detalhada a riqueza criada
pela entidade.

Distribuição da riqueza
A segunda parte da DVA deve apresentar de forma detalhada como a riqueza obtida
pela entidade foi distribuída

Na demonstração da DVA, os valores são obtidos da demonstração do resultado e


controles internos. Nesta demonstração estão colocados os valores detalhados para melhor
entendimento, porém a demonstração deve ser apresentada de forma reduzida. Abaixo, a
descrição de cada item da DVA: (CPC-09)

 Receitas
25

 Venda de mercadorias, produtos e serviços - inclui os valores dos tributos incidentes


sobre essas receitas (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), ou seja, corresponde ao
ingresso bruto ou faturamento bruto, mesmo quando na demonstração do resultado tais
tributos estejam fora do cômputo dessas receitas.
 Outras receitas - da mesma forma que o item anterior, inclui os tributos incidentes
sobre essas receitas.
 Resultados não operacionais (ganho de capital) – inclui receita de juros sobre
investimentos.
 Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Constituição/Reversão - inclui os
valores relativos à constituição e reversão dessa provisão.
 Insumos adquiridos de terceiros
 Custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos - inclui os valores das
matérias-primas adquiridas junto a terceiros e contidas no custo do produto vendido,
das mercadorias e dos serviços vendidos adquiridos de terceiros; não inclui gastos com
pessoal próprio.
 Materiais, energia, serviços de terceiros e outros - inclui valores relativos às despesas
originadas da utilização desses bens, utilidades e serviços adquiridos junto a terceiros.

Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais, serviços,
energia etc. consumidos, devem ser considerados os tributos incluídos no momento das
compras (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), recuperáveis ou não. Esse procedimento é
diferente das práticas utilizadas na demonstração do resultado.

 Perda e recuperação de valores ativos - inclui valores relativos a ajustes por avaliação
a valor de mercado de estoques, imobilizados, investimentos, etc. Também devem ser
incluídos os valores reconhecidos no resultado do período, tanto na constituição
quanto na reversão de provisão para perdas por desvalorização de ativos.
 Outras (especificar)
 Valor adicionado recebido em transferência
 Resultado de equivalência patrimonial - o resultado da equivalência pode representar
receita ou despesa; se despesa, deve ser considerado como redução ou valor negativo.
 Receitas financeiras - inclui todas as receitas financeiras, inclusive as variações
cambiais ativas, independentemente de sua origem.
26

 Outras receitas - incluem os dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo,


Aluguéis, direitos de franquia, etc.
 Distribuições do Valor Adicionado

A segunda parte da DVA deve apresentar de forma detalhada como a riqueza obtida
pela entidade foi distribuída. Os principais componentes dessa distribuição estão apresentados
a seguir:

 Pessoal – valores apropriados ao custo e ao resultado do exercício na forma de:


 Remuneração direta - representada pelos valores relativos a salários, 13º salário,
honorários da administração (inclusive os pagamentos baseados em ações), férias,
comissões, horas extras, participação de empregados nos resultados, etc.
 Benefícios - representados pelos valores relativos a assistência médica, alimentação,
transporte, planos de aposentadoria etc.
 FGTS – representado pelos valores depositados em conta vinculada dos empregados.
Impostos, taxas e contribuições - Valores relativos ao imposto de renda, contribuição
social sobre o lucro, contribuições ao INSS (incluídos aqui os valores do Seguro de
Acidentes do Trabalho) que sejam ônus do empregador, bem como os demais
impostos e contribuições a que a empresa esteja sujeita. Para os impostos
compensáveis, tais como ICMS, IPI, PIS e COFINS, devem ser considerados apenas
os valores devidos ou já recolhidos, e representam a diferença entre os impostos e
contribuições incidentes sobre as receitas e os respectivos valores incidentes sobre os
itens considerados como "insumos adquiridos de terceiros".
 Impostos, taxas E contribuições - Valores relativos ao imposto de renda, contribuição
social sobre o lucro, contribuições ao INSS (incluídos aqui os valores do Seguro de
Acidentes do Trabalho) que sejam ônus do empregador, bem como os demais
impostos e contribuições a que a empresa esteja sujeita. Para os impostos
compensáveis, tais como ICMS, IPI, PIS e COFINS, devem ser considerados apenas
os valores devidos ou já recolhidos, e representam a diferença entre os impostos e
contribuições incidentes sobre as receitas e os respectivos valores incidentes sobre os
itens considerados como "insumos adquiridos de terceiros".
27

 Federais – inclui os tributos devidos à União, inclusive aqueles que são repassados no
todo ou em parte aos Estados, Municípios, Autarquias etc., tais como: IRPJ, CSSL,
IPI, CIDE, PIS, COFINS. Inclui também a contribuição sindical patronal.
 Estaduais – inclui os tributos devidos aos Estados, inclusive aqueles que são
repassados no todo ou em parte aos Municípios, Autarquias etc., tais como o ICMS e o
IPVA.
 Municipais – inclui os tributos devidos aos Municípios, inclusive aqueles que são
repassados no todo ou em parte às Autarquias, ou quaisquer outras entidades, tais
como o ISS e o IPTU.
 Remunerações de capitais de terceiros - valores pagos ou creditados aos financiadores
externos de capital.
 Juros - inclui as despesas financeiras, inclusive as variações cambiais passivas,
relativas a quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos junto a instituições
financeiras, empresas do grupo ou outras formas de obtenção de recursos. Inclui os
valores que tenham sido capitalizados no período.
 Aluguéis - incluem os aluguéis (inclusive as despesas com arrendamento operacional)
pagos ou creditados a terceiros, inclusive os acrescidos aos ativos.
 Outras - incluem outras remunerações que configurem transferência de riqueza a
terceiros, mesmo que originadas em capital intelectual, tais como royalties, franquia,
direitos autorais, etc.
 Remuneração de capitais próprios - valores relativos à remuneração atribuída aos
sócios e acionistas.
 Juros sobre o capital próprio (JCP) - inclui os valores pagos ou creditados aos sócios e
acionistas por conta do resultado do período, ressalvando-se os valores dos JCP
transferidos para conta de reserva de lucros. Devem ser incluídos apenas os valores
distribuídos com base no resultado do próprio exercício, desconsiderando-se os
dividendos distribuídos com base em lucros acumulados de exercícios anteriores, uma
vez que já foram tratados como "lucros retidos" no exercício em que foram gerados.
 Dividendos – Dividendos pagos ou creditados aos acionistas
 Lucros retidos e prejuízos do exercício - incluem os valores relativos ao lucro do
exercício destinados às reservas, inclusive os JCP quando tiverem esse tratamento; nos
casos de prejuízo, esse valor deve ser incluído com sinal negativo.
28

 As quantias destinadas aos sócios e acionistas na forma de Juros sobre o Capital


Próprio – JCP, independentemente de serem registrados como passivo (JCP a pagar)
ou como reserva de lucros, devem ter o mesmo tratamento dado aos dividendos no que
diz respeito ao exercício a que devem ser imputados.

2.11.3 A DVA Como Instrumento de Análise

Após se elaborar a DVA, algumas análises poderão ser feitas pelos agentes internos e
externos, ou seja, todos os que pretendam entender melhor a relação da empresa, por meio das
informações fornecidas.

2.11.4 Demonstração da mutação do patrimônio liquido

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) fornece a


movimentação nas diversas contas que compõe o Patrimônio Líquido. Faz indicação do fluxo
de uma conta para outra, a origem e o valor de cada acréscimo ou diminuição no Patrimônio
Líquido durante o período. São informações que complementam o Balanço Patrimonial e a
Demonstração de Resultados. Sua análise torna-se mais importante quando indica claramente
a formação e utilização de todas as reservas e não apenas das originadas pelos lucros, o que
serve para compreender melhor a movimentação do patrimônio para cálculo de dividendos
obrigatórios. A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) poderá ser
incluída na DMPL, desde que informada numa de suas colunas a conta de Lucros ou Prejuízos
Acumulados.

2.11.5 Conteúdo da demonstração

A preparação da DMPL é relativamente simples. Precisa representar de forma sumária


e coordenada a movimentação ocorrida nas diversas contas do Patrimônio Líquido,
demonstrando separadamente o montante total atribuível aos proprietários da empresa
controladora e a participação dos não controladores. Cada componente do Patrimônio Líquido
deve conter os efeitos da aplicação retrospectiva ou correção retrospectiva reconhecida de
acordo com as práticas contábeis; a mudança de estimativa e retificação de erro e a
conciliação entre o saldo no início e no final do período, evidenciando separadamente as
alterações decorrentes do resultado do período; cada item dos outros resultados abrangentes e
29

os valores de investimentos realizados pelos proprietários, dividendos e outras distribuições


para eles. Deve demonstrar separadamente ações ou quotas emitidas; transações com ações ou
quotas em tesouraria; dividendos e outras distribuições aos proprietários, e alterações nas
participações em controladas que não resultem em perda de controle.

2.11.6 Forma de preparação

A técnica é fazer a demonstração utilizando uma coluna para cada uma das contas do
patrimônio da empresa e uma coluna para o total, que representa a soma dos saldos ou
transações de todas as contas individuais. Transcrever o saldo de cada conta na data do
balanço do período anterior, adicionar ou subtrair os movimentos ocorridos nas respectivas
contas, no período, abrindo linhas para cada natureza de operação, como aumento de capital,
lucro do exercício, dividendos distribuídos etc. Totalizar, ao final, as colunas, cujos saldos
devem coincidir com os saldos do balanço do período e totalizar também as linhas.

2.11.7 A demonstração das mutações do patrimônio líquido discriminará:

1. a) os saldos no início do período; b) os ajustes de exercícios anteriores; c) as reversões


e transferências de reservas e lucros; d) os aumentos de capital discriminando sua
natureza; e) a redução de capital; f) as destinações do lucro líquido do período; g) as
reavaliações de ativos e sua realização, líquida do efeito dos impostos
correspondentes; h) o resultado líquido do período; i) as compensações de prejuízos; j)
os lucros distribuídos; l) os saldos no final do período.

2. As demonstrações contábeis são compostas de:

a) balanço patrimonial; b) demonstração do resultado do exercício; demonstrações de


Mutações do patrimônio Líquido (DMPL) e de Lucros ou Prejuízos Acumulados
(DLPA); c) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR); d)
Demonstração de fluxo de caixa (DFC); e) Demonstração do Valor Adicionado
(DVA); f) Demonstrações Comparativas; g) Consolidação das Demonstrações
Contábeis; h) Balanço Social. As contas que formam o Patrimônio Líquido podem
sofrer variações por inúmeros motivos, tais como:
30

 Itens que afetam o patrimônio total:


 Acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo líquido do exercício;
 Redução por dividendos;
 Acréscimo por reavaliação de ativos (quando o resultado for credor);
 Acréscimo por doações e subvenções para investimentos recebidos;
 Acréscimo por subscrição e integralização de capital;
 Acréscimo pelo recebimento de valor que exceda o valor nominal das ações
integralizadas ou o preço de emissão das ações sem valor nominal;
 Acréscimo pelo valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;
 Acréscimo por prêmio recebido na emissão de debêntures;
 Redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo por sua venda;
 Acréscimo ou redução por ajuste de exercícios anteriores. Itens que não afetam o total
do patrimônio:

 Aumento de capital com utilização de lucros e reservas;


 Apropriações do lucro líquido do exercício reduzindo a conta Lucros Acumulados
para formação de reservas, como Reserva Legal, Reserva de Lucros a Realizar,
Reservas para Contingências e outras;
 Reversões de reservas patrimoniais para a conta de Lucros ou Prejuízos acumulados;
 Compensação de Prejuízos com Reservas.

3. ÁREA FISCAL – ESTRUTURAÇÃO E APURAÇÃO DO ISS

3.1 APURAÇÃO DO ISS

Como o nome sugere, o Imposto sobre Serviços, ou ISS, incide sobre a prestação de
serviços. Sua competência é do Distrito Federal e dos municípios, sendo considerado uma das
principais fontes de receita das prefeituras. Desse modo, o ISS é recolhido no município em
que se encontra o prestador.
31

O ISS passou a ser regido em 01 de agosto de 2003 – pela Lei Complementar


116/2003 – e surgiu como substituição ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, ou
ISSQN.

3.1.1 Sobre quais atividades incide o ISS?

Contribuinte ISS Estão na lista de incidência do Imposto sobre Serviços as atividades


especializadas executadas por profissionais autônomos ou empresas. A lista sobre a qual
incide o ISS é grande, e inclui setores como telemarketing, de construção, da saúde, etc. O
importante é ter em mente que o contribuinte do ISS é o prestador de serviços. A incidência
do ISS também está nos serviços prestados do exterior ou que tenham iniciado em outro país.
Já para casos de exportação de serviço o imposto não é aplicado quando houver relação de:

 trabalhador avulso;
 diretor e membro do conselho de administração ou fiscal;
 sócio-gerente;
 gerente-delegado.

3.1.2 Como o Imposto sobre Serviços é gerado?

Imagine que seja executado um serviço, como o conserto de um aparelho laboratorial.


No caso, o prestador (ou seja, empresa ou profissional autônomo) fará a emissão de uma Nota
Fiscal de Serviços para o tomador (a pessoa ou empresa que solicitou o serviço).

Ao emitir a NF o ISS será gerado conforme a alíquota e o local de recolhimento. O Imposto


sobre Serviços pode ou não ser retido e isso dependerá de cada legislação municipal.

3.2.3 E o que significa Imposto sobre Serviços retido na fonte?

O Imposto sobre Serviços retido na fonte é aquele em que o responsável pelo


recolhimento é o tomador do serviço. Nesse caso, o tomador deduz a parcela correspondente
ao ISS do pagamento ao fornecedor e recolhe a parcela ao município.
32

Quando o ISS não é retido significa que o recolhimento normal do imposto é feito pelo
próprio prestador dos serviços. Observe que, conforme destacamos em seguida, a retenção ou
não do imposto dependerá da legislação municipal.

3.2.4 Alíquota do ISS

Para fins de ISS não existe um valor fixo de alíquota, pois a mesma dependerá de
alguns fatores, como o enquadramento tributário da prestadora de serviço e a legislação
municipal. Veja a seguir:

Empresas prestadoras optantes pelo Simples Nacional recolherão o Imposto sobre


Serviços conforme a faixa de faturamento em que se enquadram. Nesse caso a alíquota fica
entre 2% e 5%. Importante observar que ao tratar de microempresa (ME) ou empresa de
pequeno porte (EPP) optante pelo Simples, o Estado, o Município e o Distrito Federal
poderão tanto conceder isenção ou redução do ICMS e do ISS quanto estabelecer valores
fixos para recolhimento desses impostos. Prestadoras optantes pelo Lucro Presumido ou
Lucro Real devem fazer uma consulta na Legislação do Município. Assim como no caso
anterior, a alíquota varia entre 2% e 5%. A diferença é que neste caso ela é baseada no tipo de
serviço, não em seu faturamento.

3.2.5 Recolhimento do Imposto sobre Serviços

O Imposto sobre Serviços é recolhido a cada três meses, tendo como vencimento o dia
10 do mês subsequente a cada trimestre.

Observe que na hora de recolher o imposto é feita uma diferenciação de acordo com o
modelo de tributação adotado. Caso a empresa seja optante pelo Simples Nacional e o
tomador não fizer a retenção do ISS, ela terá que recolher o Imposto dentro do mesmo DAS a
ser recolhido para a Receita Federal. Nesse caso, será a Receita que fará o repasse ao
município em questão.

A ressalva que fazemos para empresas cujo regime de tributação é o Simples Nacional
é quanto ao descrito no item anterior: microempresa ou empresa de pequeno porte optante
33

pelo Simples poderão ter isenção ou redução de ISS de acordo com o Estado, o Município e o
Distrito Federal.

Se o modelo de tributação da empresa for Lucro Real ou Lucro Presumido, ela terá
que pagar o Imposto sobre Serviço ao município por uma guia própria (de acordo com a
legislação municipal).

3.2.6 Qual município recebe o pagamento do imposto?

Município, Imposto sobre serviços ok, entendemos que o ISS é um imposto municipal.
Então, vem a dúvida: o ISS deve ser pago ao município em que a empresa prestadora está
estabelecida ou ao município para o qual o serviço foi prestado?

Em linhas gerais, o valor devido do ISS será recebido pelo município no qual a
empresa está domiciliada. Essa regra vale inclusive para empresas optantes pelo Simples
Nacional que recolhem o ISS no DAS (lembrando que nos casos de MEs ou EPPs com o
regime de tributação Simples, o Estado, o Município e o Distrito Federal poderão conceder
isenção do imposto).

Mas se dizem que para toda regra temos uma exceção, isso se aplica ao ISS. No caso
do Imposto sobre Serviços, existem situações previstas pela legislação nas quais o imposto vai
para os cofres do município em que ocorreu a prestação de serviço (e não para o município de
domicílio da empresa). E quais situações são essas?

 Feira, exposição, congresso ou congênere;


 Serviços de edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres;
 Serviços de diversão, lazer, entretenimento e congêneres;
 Serviço executado por empresa estrangeira;
 Serviços de instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas;
 Serviços de demolição;
 Serviços de varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem, separação
e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer;
34

 Serviços de limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos,


imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres;
 Serviços de decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores;
 Serviços de controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e de agentes
físicos, químicos e biológicos;
 Serviços de execução de obra;
 Serviços de limpeza e dragagem;
 Serviços de florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação, reparação de solo,
plantio, silagem, colheita, corte, descascamento de árvores, silvicultura, exploração
florestal e congêneres;
 Serviços de escoramento, contenção de encostas e congêneres;
 Guarda e estacionamento de veículos terrestres automotores, de aeronaves e de
embarcações;
 Serviços de armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda do bem;
 Serviço de transporte de natureza municipal;
 Porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou metroviário;
 Vigilância, segurança ou monitoramento de bens, pessoas e semoventes e
 Fornecimento de mão-de-obra, mesmo em caráter temporário.

3.2.7 Ok, mas como calcular o ISS?

Calcular ISS o cálculo em si é fácil de entender e aplicar. O que é importante, antes de


qualquer outra coisa, é lembrar que o Imposto sobre Serviços é de responsabilidade de cada
município. E o que isso significa?

Bom, isso quer dizer que para aplicar a alíquota correta de acordo com o serviço
prestado é preciso consultar a legislação de cada município.

Então, de uma maneira simples, prática e direta, para calcular o ISS utiliza-se a
alíquota (ou seja, o percentual correspondente) sobre a Base de Cálculo, que é o valor cobrado
pelo serviço. Explicando um pouquinho melhor sobre Base de Cálculo: ela nada mais é do
que a receita bruta do serviço prestado (sendo assim, sem deduções, abatimentos ou
35

descontos). Assim, para calcular o ISS é preciso usar esta base e retirar dela a alíquota. Vamos
a um exemplo?

3.2.8 Exemplo de cálculo de ISS

Uma empresa X prestou um serviço no valor de R$ 15.000,00 de acordo com a


legislação municipal da prestadora, sobre o serviço incidirá a alíquota máxima, 5%. Sendo
assim, temos que:

ISS = R$ 15.000 x 5%

ISS = R$ 750,00

 ISS para MEI, Autônomos, Profissionais Liberais e Sociedade de Profissionais


 MEI: Microempreendedores Individuais têm a alíquota do ISS já inclusa no valor pago
mensalmente.
 Autônomos e Profissionais Liberais: Profissionais de ambas as categorias (autônomos
e liberais) têm tratamentos específicos de acordo com seus setores. Em alguns casos, é
obrigatório o recolhimento do ISS pelo tomador de serviço (contratante). Como isso
depende do município, a dica é consultar na prefeitura da sua cidade se a atividade
está dentro de alguma situação especial.
 Sociedade de Profissionais: Profissionais em sociedade e que sejam registrados como
pessoa jurídica devem, primeiro, consultar o código relacionado ao seu tipo de serviço.
Em seguida, é necessário aplicar a Base de Cálculo e alíquota. Por fim, multiplique o
valor pelo número de profissionais da sociedade (com o mesmo CNPJ).

3.3 ESTRUTURAÇÃO E APURAÇÃO DE ENTRADAS E SAÍDAS DO ICMS

O ICMS, ou Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, é instituído pelos


Estados e Distrito Federal e tem finalidade fiscal. Como o nome sugere, incide sobre
operações relacionadas à circulação de mercadorias de segmentos variados como
eletrodomésticos, alimentos, serviços de comunicação e transporte intermunicipal e
interestadual, além de serviços prestados no exterior.
36

Observe que mesmo que a venda de uma mercadoria não tenha sido efetivada, se
houve circulação do produto o ICMS será cobrado. Na maioria dos casos, o imposto é
repassado ao consumidor, pois o valor é embutido no preço final do produto.

A arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços é encaminhada


para os estados, os quais utilizam o valor arrecadado para os diversos fins. Do montante
recebido por eles, 25% são destinados aos municípios e 75% vai para o Governo Estadual. O
valor arrecadado com o imposto é dirigido à educação, à saúde, a melhorias dos serviços
públicos e ao atendimento de exigências sociais.

3.3.1 Quem é o contribuinte do ICMS?

Qualquer pessoa, seja física ou jurídica, que realize operações de circulação de


mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação com frequência, ou com um volume que identifique caráter comercial, é
caracterizado como contribuinte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.

Além disso, também se classificam como contribuintes do ICMS:

 Pessoa física ou jurídica que importe mercadorias ou bens do exterior mesmo sem uma
frequência definida ou intuito comercial;
 Pessoa física ou jurídica que receba serviço prestado no exterior ou cuja prestação
tenha iniciado no exterior;
 Pessoa física ou jurídica que adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou
abandonados;
 Pessoa física ou jurídica que adquira combustíveis líquidos e gasosos e lubrificantes
derivados de energia elétrica e petróleo provenientes de outro Estado, quando não
destinados à comercialização ou à industrialização.
 Então, se formos resumir, podemos dizer que: é contribuinte do ICMS a entidade
empresarial que, de forma rotineira, vende mercadoria ou presta serviço de transporte
interestadual ou intermunicipal e serviços de comunicação.
37

Para ser classificado como contribuinte é preciso que seja feito o cadastro de ICMS,
conforme a seguir.

3.3.2 Cadastro de Contribuintes do ICMS

Qualquer pessoa, física ou jurídica, que vá atuar em um segmento ligado ao Imposto


sobre Circulação de Mercadorias e Serviços deve fazer sua inscrição no Cadastro de
Contribuintes do ICMS.

A regra também se aplica aos que pretendem importar mercadorias de outro país,
mesmo sem uma frequência definida ou sem intuito comercial.

Importante destacar que qualquer estabelecimento deve fazer seu cadastro antes de
iniciar as atividades. Todos os dados são mantidos pela Secretaria de Estado da Fazenda,
portanto, também é de obrigatoriedade de o estabelecimento informar quaisquer alterações de
informações que venham a ocorrer.

3.3.3 Quem é isento do ICMS?

Quem é isento do ICMS? Atividades isentas do Imposto sobre Circulação de


Mercadorias e Serviços incluem:

 Transferência de propriedades ou bens móveis;


 Operações interestaduais relativas a transporte de petróleo e energia elétrica, quando
destinados à industrialização ou à comercialização;
 Operações destinadas ao exterior (mercadorias, inclusive produtos primários e
produtos industrializados semielaborados, ou serviços);
 Arrendamento mercantil;
 Alienação fiduciária;
 Operações com ouro (quando definido como ativo financeiro e instrumento cambial),
atividades destinadas como prestação de serviço para uso do próprio autor;
 Operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;
38

 Operações de que decorra a transferência de propriedade de estabelecimento


comercial, industrial, ou de outra espécie.
 Características do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

São duas as características principais do ICMS:

3.3.4 Não cumulatividade e Seletividade.

Sobre a não cumulatividade, o ICMS incide separadamente sobre cada etapa da


circulação de mercadorias. Isso significa dizer que em cada etapa deve ser emitido o cupom
ou nota fiscal, pois serão através desses documentos – os quais serão escriturados – que o
ICMS será calculado e arrecadado pelo governo.

Com relação à seletividade, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços é


cobrado em função da essencialidade das mercadorias e serviços. Produtos básicos, como
arroz e feijão, por exemplo, terão alíquotas menores do que aqueles artigos supérfluos, como
cigarros e perfumes.

3.3.5 Alíquota do ICMS

Como o ICMS é encaminhado aos estados, sua alíquota é variável, ou seja, depende
das alíquotas vigentes no estado em que o desembaraço aduaneiro foi procedido. Na maioria
dos estados o ICMS é de 17%. Em Minas Gerais, Paraná e São Paulo é de 18%, enquanto que
o estado do Rio de Janeiro tem o maior ICMS, 19%.
3.3.6 Como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços é calculado?

Conforme vimos, a alíquota do ICMS varia de estado para estado. Apesar disso, a
maioria deles utiliza a alíquota de 17% do preço da mercadoria. Que tal um exemplo?

Suponha que um produto custe R$ 10.000,00 e a sua alíquota seja de 17%. Vamos aplicar a
fórmula: ICMS = Preço x Alíquota
39

Lembra que falamos que o ICMS está embutido no preço final dos produtos? Então,
no nosso exemplo, se a mercadoria custa R$ 10.000,00 podemos dizer que seu valor sem o
imposto seria de R$ 8.547,01. Logo, temos que ICMS é igual R$ 1.452,99 (Preço x Alíquota
= R$ 8.547,01 x 17% = R$ 1.452,99).

3.3.7 Como calcular o ICMS? Como o ICMS é pago?

Por fim, se temos um cálculo é porque alguém geralmente paga esta conta, certo?
Como falamos, o ICMS é um imposto associado à venda, ou seja, ele é pago de maneira
indireta pelos consumidores, pois está incluído nos preços dos produtos. Lembra da conta de
luz? Pois é, só dar uma olhadinha que o ICMS estará lá.

3.3.8 Sistema de Crédito do ICMS

O sistema de crédito ou de não cumulatividade do ICMS permite que haja


compensação do imposto, isto é, garante ao sujeito passivo ou àquele que recebe as
mercadorias ou produtos o direito de se creditar do imposto que foi anteriormente cobrado em
operações envolvendo a entrada de mercadorias.

Dentro da contabilidade, este sistema funciona pelo raciocínio de débito e crédito e


permite que seja feita a compensação do imposto, já que os valores, ora contabilizados como a
recuperar, serão abatidos dos valores a recolher, gerando o montante líquido a pagar. Vamos
a um exemplo:

Uma empresa compra mercadorias para revenda por R$100. Vamos supor a mesma
alíquota na compra e na venda de 18%. Dessa forma, por não ser a consumidora final, essa
empresa terá o crédito de R$18 (18% * R$100). No momento da venda, ela é repassada por
R$150, tendo gerado a obrigação tributária de R$27 (18% * R$150). No momento do acerto
de contas junto ao fisco estadual, a empresa não recolherá os R$27, pois já tinha um direito
contabilizado de R$18, apenas tendo obrigação de desembolsar mais R$9 (R$27 – R$18).

Se formos analisar em relação aos valores efetivamente pagos, R$9 representam 18%
de R$50, que é o lucro bruto da operação. Dessa forma, pode-se definir que uma empresa
40

apenas pagará efetivamente os valores de ICMS sobre o valor agregado às mercadorias. Neste
caso hipotético, ela comprou por R$100 e vendeu por R$150, agregando R$50.

Esse confronto de valores é realizado ao fim de cada mês e, caso a empresa possua
mais créditos que obrigações, ela não receberá nada de volta. Ela terá apenas o crédito
permanecendo no Ativo Circulante para ser compensado nos meses seguintes. Mas, se ela
tiver valores a pagar, como foi o caso do exemplo mostrado, o recolhimento deve ser
realizado imediatamente.

3.4 LALUR – LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL

3.4.1 Finalidade

O livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) existe para assegurar a separação entre
a escrituração comercial e a fiscal, prevista no § 2° do art. 177 da Lei n°6.404/76 (Lei das
S/A). Outro detalhe muito importante é que, atualmente, o LALUR já se encontra em sua
versão eletrônica. Essa é uma forma de dinamizar todo o sistema de apuração do imposto. Por
fim, tome bastante cuidado: muitos empresários caem no erro de não autenticar o LALUR, já
que o seu registro em qualquer órgão ou repartição é dispensado; no entanto, ele deverá conter
os termos de abertura e de encerramento datados e assinados por algum representante legal da
empresa ou por um contabilista habilitado, assim como a maioria dos livros contábeis. No
LALUR, a pessoa jurídica deverá:

 lançar os ajustes do lucro líquido do período-base (apurado na escrituração comercial),


necessários para a determinação do lucro real (base de cálculo do Imposto de Renda);
 transcrever a demonstração do lucro real;
 manter os registros de controle dos prejuízos fiscais a compensar em períodos-base
subsequentes, do lucro inflacionário a realizar, da depreciação acelerada incentivada,
da exaustão mineral com base na receita bruta, bem como dos demais valores que
devam influenciar a determinação do lucro real de períodos-base futuros e não
constem da escrituração comercial;
41

3.4.2 Obrigatoriedade de escrituração

Estão obrigadas à escrituração do LALUR todas as pessoas jurídicas contribuintes do


Imposto de Renda com base no lucro real.

3.4.3 Época da Escrituração

O LALUR deverá ser escriturado:

I - Por ocasião do encerramento de cada período-base de apuração do lucro real, a saber (art.
1° da Lei n° 9.430/96):

a) em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário,


no caso de apuração trimestral do Imposto de Renda, como base no lucro real;

b) em 31 de dezembro, se a empresa optar pelo pagamento mensal do Imposto de Renda por


estimativa;

c) na data em que ocorrer incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividades de


empresa submetida à tributação com base no lucro real;

II - Por ocasião do levantamento de balanços ou balancetes de suspensão ou redução do


pagamento mensal do Imposto de Renda, se a pessoa jurídica, se utilizar dessa faculdade.

3.4.4 Características

Modelo

Conforme o modelo aprovado pela IN SRF n° 28/78, o LALUR, cujas folhas devem
ser numeradas tipograficamente, é dividido em duas partes distintas (cada uma delas contém
50% das folhas) reunidas em um só volume encadernado, a saber:
42

 Parte A, destinada aos lançamentos de ajustes do lucro líquido do período-base e à


transcrição da demonstração do lucro real;
 Parte B (cuja numeração é sequencial à da Parte A), destinada ao controle dos valores
que devam influenciar a determinação do lucro real de períodos-base futuros e não
constem da escrituração comercial.

Quando for completada a utilização das páginas destinadas a uma das partes do livro, a
outra parte deve ser encerrada, mediante cancelamento das páginas não utilizadas,
prosseguindo a escrituração, integralmente, no livro subsequente. Este livro não pode ser
substituído por fichas, mas pode ser escriturado mediante a utilização de sistema eletrônico de
processamento de dados.

3.4.5 Dispensa de autenticação

O LALUR não precisa ser autenticado por qualquer órgão oficial.


Escrituração mediante utilização de processamento eletrônico de dados.

O RIR (Regulamento do Imposto de Renda) autoriza escriturar o LALUR mediante


utilização de sistema de processamento eletrônico de dados, observadas as normas baixadas
pela Secretaria da Receita Federal.

3.4.6 Conceito de Lucro Real

Lucro real é o lucro líquido apurado na escrituração contábil, com observância das
normas da legislação comercial, ajustado no LALUR pelas adições, exclusões e
compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária, a saber:

Adições:

 custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros valores


deduzidos na apuração do lucro líquido e que, de acordo com a legislação do Imposto
de Renda, não sejam dedutíveis na determinação do lucro real;
43

 resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração


do lucro líquido e que, de acordo com a legislação do Imposto de renda, devam ser
computados na determinação do lucro real;

exclusões:

 resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração do


lucro líquido e que, de acordo com a legislação do Imposto de Renda, não sejam
computados no lucro real;
 valores cuja dedução seja autorizada pela legislação do Imposto de Renda e que, pela
sua natureza exclusivamente fiscal, não tenham sido computados na apuração do lucro
líquido.
 compensação de prejuízos fiscais de períodos-base anteriores, respeitados os limites e
demais normas pertinentes.

Obs. A Compensação está limitada a 30% do lucro líquido do exercício, ajustado pelas
adições e exclusões)

3.4.7 Escrituração da Parte A - Ajustes do lucro líquido

Os lançamentos de ajustes do lucro líquido do período-base, para determinação do


lucro real, devem ser efetuados com individualização e clareza, na Parte A do livro, no curso
do período-base ou na data do encerramento deste.

3.4.8 Escrituração da Parte B

Na parte B do livro de Apuração do Lucro Real, concomitantemente com os


lançamentos de ajustes efetuados na Parte A do livro ou no final de cada período-base, serão
efetuados os controles dos valores que devam influenciar a determinação do lucro real de
períodos-base subsequentes, utilizando-se uma folha para cada conta ou fato que requeira
controle individualizado.
44

3.4.9 Falta de escrituração do LALUR

A IN SRF n° 28/78 dispõe (subitem 1.3) que se considera não apoiada em escrituração
comercial e fiscal a apuração do lucro real, sem que estejam escriturados no LALUR os
ajustes ao lucro líquido, a Demonstração do Lucro Real e os registros correspondentes nas
contas do controle. Desse modo, a falta de escrituração do LALUR, no encerramento do
período-base de apuração do lucro real, poderá justificar o arbitramento do lucro pela
autoridade fiscal (art. 40, I, da IN SRF n° 93/97).

3.4.10 LALUR do livro registro de inventário

Estão obrigadas a escrituração do Livro Registro de Inventário, as pessoas jurídicas


tributadas com base no lucro real, presumido e optantes pelo Simples Nacional (arts. 260 e
527 do RIR/99 e art. 3º da Resolução CGSN nº 10/2007.

3.4.11 Época da escrituração

As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real deverão escriturar o Livro
Registro de Inventário ao final de cada período: trimestralmente ou anualmente quando
houver opção pelos recolhimentos mensais durante o curso do ano-calendário, com base na
estimativa (RIR/1999, art. 261).

No caso de utilização de balanço com vistas à suspensão ou redução do imposto


devido mensalmente, com base em estimativa, a pessoa jurídica que possuir registro
permanente de estoques integrado e coordenado com a contabilidade somente estará obrigada
a ajustar os saldos contábeis, pelo confronto da contagem física, ao final do ano-calendário ou
no encerramento do período de apuração, nos casos de incorporação, fusão, cisão ou extinção
de atividade (IN SRF nº 93/1997, art. 12, § 4º).

As demais pessoas jurídicas, optantes pelo lucro presumido ou Simples Nacional,


deverão escriturar o livro no final de cada ano calendário.
45

3.4.12 Bens que deverão ser arrolados no livro

De acordo com o art. 261 do RIR/1999, e com a IN SRF nº 93/1997, art. 12, § 4º, no
livro Registro de Inventário deverão ser arrolados, com especificações que facilitem sua
identificação, as mercadorias, os produtos manufaturados, as matérias-primas, os produtos em
fabricação e os bens em almoxarifado existentes na data do balanço patrimonial levantado ao
fim da cada período de apuração.

3.4.13 Legislação fiscal – ICMS e IPI

Pela legislação do ICMS e do IPI, o livro Registro de Inventário, Modelo 7, destina-se


a arrolar mercadorias, matérias-primas, produtos intermediários, materiais de embalagem,
produtos manufaturados e produtos em fabricação, existentes no estabelecimento na época do
balanço, inclusive os pertencentes ao estabelecimento em poder de terceiros e os pertencentes
a terceiros em poder do estabelecimento.

3.4.14 Adaptação – Legislação do IR, ICMS e IPI

A escrituração do inventário, no livro Registro de Inventário, Modelo 7, usualmente


utilizado pela da legislação do ICMS e do IPI, poderá ser adaptada para atender também a
legislação do Imposto de Renda, tornando assim viável a escrituração de um único livro, que
satisfaça concomitantemente os ditames de cada legislação específica.

Em função das peculiaridades de cada região, a escrituração do Livro Registro de


Inventário, para cumprimento da legislação do ICMS, de competência estadual, o contribuinte
deve observar na legislação da unidade da federação na qual está estabelecido.

3.4.15 Modelo do Livro

Não existe um modelo prescrito para o livro Registro de Inventário, exigido para fins
do Imposto de Renda, podendo a pessoa jurídica:
I – Criar modelo próprio que satisfaça as necessidades do seu negócio;
46

II – Adotar livro exigido pela legislação do ICMS/IPI – Modelo 7;

III – substituir o livro por série de fichas numeradas; ou

IV – Adotar sistema de escrituração por meio de processamento de dados.

3.4.16 Prazo para escrituração

A escrituração do Livro Registro de Inventário, deverá ser efetivada dentro de 60 dias,


contados da data do encerramento do balanço; ou, no caso de a empresa não manter escrita
contábil, do último dia do ano-calendário. Observe-se que, inexistindo estoque, o contribuinte
mencionará esse fato na primeira linha, após preencher o cabeçalho da página.

3.4.17 Registro

O Livro Registro de Inventário ou as fichas que os substituírem, serão registrados e


autenticados pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio, ou pelas Juntas
Comerciais ou repartições encarregadas do registro de comércio, e, quando se tratar de
sociedade simples, pelo Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou pelo Cartório de Registro de
Títulos e Documentos.

Se for utilizado, para efeito do Imposto de Renda, o mesmo livro Registro de


Inventário exigido pela legislação do IPI/ICMS, o ¨visto¨ do Fisco Estadual não supre a
exigência de autenticação pelos órgãos anteriormente mencionados (PN CST nº 5/86).

3.4.18 Falta de escrituração

A legislação determina que, além dos livros de contabilidade previstos em leis e


regulamentos, as pessoas jurídicas devem possuir um livro de registro de inventário das
matérias-primas, das mercadorias, dos produtos em fabricação, dos bens em almoxarifado e
dos produtos acabados existentes na época do balanço. Nessas condições estará a autoridade
tributária autorizada a arbitrar o lucro da pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro
47

real, quando esta não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais (RIR/1999,
art. 530).

A ausência de escrituração do Livro de Inventário implica também em infração,


perante a legislação do IPI e do ICMS de cada estado, sujeita às penalidades dos respectivos
regulamentos.

3.5 APURAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL

3.5.1 O que é o Simples Nacional?

O Simples Nacional é um regime tributário, que determina formas de arrecadação,


cobrança e fiscalização de tributos voltados para as micro e pequenas empresas. Ele foi criado
pela Lei Geral da Microempresa (LC 123/2006) que procurou oferecer um tratamento
diferenciado para as PMEs com benefícios tributários e não tributários. O seu objetivo foi
fomentar a atividade econômica dos pequenos negócios. A regulamentação da Lei é realizada
pelo Comitê Gestor do Simples Nacional CGSN.

No Regime, é unificado o pagamento de até oito impostos diferentes na Guia DAS


(Documento de Arrecadação do Simples), são eles; PIS, COFINS, IRPJ, CSLL, CPP
(Contribuição Previdenciária Patronal), ISS, ICMS e IPI.
O grande benefício do regime é também ter alíquotas menores de impostos,
progredindo de acordo com o faturamento. Segundo Guilherme Afif, no lucro presumido os
impostos podem ser até 54% maiores. Existem divisões no Simples, que facilitam a adoção de
benefícios particulares, como o MEI com faturamento até R$ 81 Mil, o ME até R$ 360 Mil e
o EPP até R$ 4,8 Milhões.

Saiba as diferenças entre essas divisões no texto: Quais as diferenças entre MEI, EI, ME, EPP,
EIRELI, LTDA e S.A.?
48

3.5.2 Como o Regime Tributário Simples Nacional funciona

O Simples Nacional é uma opção de enquadramento tributário assim como o Lucro


Presumido e o Lucro Real. Desta forma devem ser observadas todas as vantagens e também
as desvantagens para uma escolha consciente.

3.5.3 Vantagens do Simples Nacional

 Unificação da Guia de Impostos recolhendo até 8 tributos na Guia DAS;


 Tributação progressiva, reduzindo a carga para negócios iniciantes e aumentando de
acordo com a maturidade (faturamento) da empresa;
 Redução de custos trabalhistas sobre a folha de pagamentos, incluindo na DAS a
contribuição previdenciária patronal;
 Menos burocracia, com a redução de obrigações acessórias e simplificação na
contabilidade;
 Cálculo dos tributos através do portal da Receita Federal, reduzindo o risco de cálculo
errôneos;
 Benefícios não tributários em licitações e em exportação de produtos.

3.5.4 Desvantagens do Simples Nacional

 Tributação através de alíquota sobre a receita bruta e não sobre o lucro, não
permitindo a compensação de prejuízos e despesas;
 Suas vendas oferecem créditos limitados de ICMS e não oferecem créditos de IPI,
reduzindo a competitividade tributária em atividades indústrias;
 Desincentivo ao crescimento do faturamento, já que a mudança de regime pode
aumentar a carga tributária;
 Existem situações que aumentam a carga como o Diferencial de Alíquotas,
Substituição Tributária, e Tributação Monofásica;
 Existem impostos previstos que se pagam a parte como impostos sobre importações,
sem a recuperação de créditos.
 E por fim, tributos não previstos, como IOF, II, IE e ITR.
 DAS – O Boleto do Simples Nacional
49

 Retirando uma Segunda Via do DAS

3.5.5 Quais empresas podem aderir ao regime

Para optar pelo regime, existem regras que devem ser observadas e cumpridas. A
principal delas é o limite de faturamento de R$ 4,8 Milhões. No início de atividade, esse valor
limite é proporcional aos meses restantes dos calendários fiscais e ainda existem Estados que
possuem sublimites reduzindo este valor. Se o sublimite é ruim, para empresas exportadoras
há um limite adicional de R$ 4,8 Milhões para as receitas da atividade exportadora.

3.5.6 Fora a questão do faturamento, existem outras condições para o enquadramento:

1. Não pode ter uma empresa como sócia;


2. A empresa não pode participar do capital de outra empresa;
3. Não pode ser filial, sucursal e outras de empresas estrangeiras;
4. Os sócios que possuam outras empresas devem considerar o faturamento global para o
limite de R$ 4,8 Milhões;
5. O sócio deve ser residente no país;
6. Não podem ser organizadas como cooperativa;
7. Não podem possuir débitos com as esferas Federal, estadual ou Municipal;
8. Devem ter todas as inscrições ativas.
9. Recomendamos para você: O que é prejuízo fiscal?
10. Além destas regras, existem algumas vedações por atividade, onde qualquer uma
destas atividades no CNPJ, mesmo em conjunto com atividades permitidas irá vedar a
inscrição no Simples Nacional.

São essas atividades: relacionadas a energia elétrica, importação de combustíveis,


automóveis e motocicletas, transporte intermunicipal e interestadual de passageiros, crédito,
financiamento, corretagem, câmbio, investimento, cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para
cigarros, armas de fogo, munições e pólvoras, explosivos e detonantes, bebidas alcoólicas e
cervejas sem álcool, cessão ou locação de mão-de-obra, loteamento e incorporação de
imóveis, locação de imóveis próprios.
50

3.5.7 Como saber se eu estou no Simples Nacional

É possível saber se sua empresa está no Simples e acompanhar as situações de opção e


de cancelamento do regime. Basta fazer uma pesquisa no portal da RFB.

3.5.8 Entenda como funciona a tributação no Simples

A tributação no Simples Nacional se dá pela aplicação de uma alíquota sobre a Receita


auferida. Essa alíquota pode variar em função da atividade e pela faixa de faturamento.

3.5.9 Variação da Atividade

Com relação a atividade, existem 5 tabelas de alíquotas, sendo:

Tabela I – Para empresas de Comércio – Inicia a tributação em 4%.


Tabela II – Para empresas de Indústria – Inicia a tributação em 4,5%.
Tabelas III a V – Para empresas de Serviços – Inicia a tributação entre 6% e 15,5% de acordo
com a tabela.

Há ainda uma possibilidade de tributação entre as Tabelas V e III para algumas


atividades de serviços de acordo com o fator r que é um percentual de participação da folha de
pagamento sobre a receita. Participações acima de 28% para essas atividades são tributadas na
tabela III, mais vantajosa.
3.5.10 Variação do Faturamento

Além da atividade, cada tabela tem alíquotas diferentes para volumes de faturamento
nos últimos 12 meses. São 6 faixas de faturamento aplicáveis. Assim, conforme você eleva o
faturamento o seu imposto será progressivo. As faixas fazem referência ao faturamento dos 12
últimos meses.

Quando se é uma empresa nova, o histórico de faturamento até o 11º mês é anualizado
para fins de cálculo. A forma de anualizar é a multiplicação por 12 da média simples do
histórico da empresa.
51

3.5.11 Fórmula de cálculo

Encontrando a tabela correta pela atividade, e o faturamento dos últimos 12 meses,


podemos calcular a alíquota efetiva para o mês de cálculo. A formula será:

(RBT12 x Aliq – PD) / RBT12

Onde:

RBT12 = receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao período de apuração;

Aliq = alíquota nominal constante no anexo;

PD = parcela a deduzir constante no anexo.

Vamos utilizar como exemplo uma empresa que tribute no novo anexo V e que faturou nos
últimos 12 meses R$ 240 mil, ou seja, em média R$ 20 Mil ao mês. Teremos assim:

R$ 240.000 (RBT12) x 18% (Aliq) – R$ 4.500 (PD) = 38.700

Esse valor de 38.700 dividimos pela RBT12, ou seja, por 240.000 e teremos a alíquota efetiva
de 16,125%.

Calculando a DAS para o mês, temos um imposto de R$ 3.225 (Faturamento de R$ 20.000 X


Alíquota Efetiva de 16,125%).

Além do DAS com o cálculo acima, é importante observar os impostos que não estão no
Simples, como os que contamos na seção de desvantagens do Simples Nacional.
52

3.6 APURAÇÃO DO LUCRO PRESUMIDO

3.6.1 O que é Lucro Presumido?

O Lucro Presumido é um regime tributário disponível para quase todo tipo de


empresa: os requisitos são apenas que se fature abaixo de R$78 milhões anuais e que não se
opere em ramos específicos, como bancos e empresas públicas. Empresas do Lucro
Presumido têm alíquotas de imposto que podem variar de acordo com o tipo de atividade que
exercem - essa porcentagem pode variar de 1,6% até 32% sobre o faturamento. Explicamos
detalhadamente como fazer o cálculo na Tabela de Impostos do Lucro presumido. Diferente
do Simples Nacional, em que você paga apenas uma guia DAS com todos os impostos, no
Lucro Presumido, se pagam várias guias específicas e diversas obrigações acessórias mais
detalhadas e em maior número.

3.6.2 Os Impostos do Lucro Presumido

No Lucro Presumido, os impostos que incidem sobre o faturamento têm o recolhimento


mensal de acordo com as seguintes alíquotas:

 PIS: 0,65%;
 COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social): 3%;
 ISS (Imposto Sobre Serviço): de 2,5 a 5% conforme a cidade e serviço prestado;
 Já os impostos IRPJ (Imposto de Renda) e CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro
Líquido) vão incidir trimestralmente nas alíquotas de 15% e 9%, respectivamente,
apenas sobre as presunções de lucro:

Percentual de faturamento tributado – Atividade exercida


X

1,6% Revenda de combustíveis e gás natural

8% Transporte de cargas
53

8% Atividades imobiliárias

8% Industrialização para terceiros com recebimento do material

8% Demais atividades não especificadas que não sejam prestação de serviço

16% Transporte que não seja de cargas e serviços em geral

Serviços profissionais que exijam formação técnica ou acadêmica - como advocacia e


32%
engenharia

32% Intermediação de negócios

32% Administração de bens móveis ou imóveis, locação ou cessão desses mesmos bens

32% Construção civil e serviços em geral

 1,6% do faturamento para revenda de combustíveis e gás natural;


 8% do faturamento para vendas em geral, transporte de cargas, atividades de
imobiliárias, serviços hospitalares; industrialização para terceiros com recebimento do
material e demais atividades não especificadas que não sejam prestação de serviços;
 16% do faturamento para transporte que não seja de cargas e serviços em geral;
 32% do faturamento para serviços profissionais que exijam formação técnica ou
acadêmica — como advocacia e engenharia —, intermediação de negócios,
administração de bens móveis ou imóveis, locação ou cessão desses mesmos bens,
construção civil e serviços em geral.

Exemplo: uma empresa prestadora de serviços de engenharia, enquadrada no Lucro


Presumido, teve um faturamento de R$ 12.000,00 em janeiro. Digamos que o ISS da cidade
onde ela presta o serviço seja de 5%, teremos os seguintes impostos sobre o faturamento:

Imposto Alíquota Valor


PIS 0,65% R$ 78,00
COFINS 3% R$ 360,00
ISS 5% R$ 600,00
54

Para o cálculo do IR e CSLL é preciso aguardar o faturamento do trimestre, então


suponhamos que o faturamento de R$12 mil se repita em Fevereiro e Março, teremos um total
faturado no trimestre de R$ 36.000,00. A presunção para o serviço de engenharia é de 32%,
então aplicamos 32% sobre R$36 mil, e temos uma base de R$11.520,00 para o cálculo de IR
e CSLL, sendo:

Imposto Alíquota Valor


IRPJ 15% R$ 1.728,00
CSLL 9% R$ 1.036,80

Então, mesmo que o lucro seja maior que o percentual prefixado - no caso do exemplo
um lucro trimestral superior a R$ 11.520,00 - o imposto incidirá apenas sobre aquela margem
do faturamento. A lógica é a mesma em caso de lucro efetivo menor: o imposto a ser pago
será proporcional ao índice, ou seja, você pagará mais impostos do que deveria em caso de
prejuízo no período. Há ainda outros impostos a serem analisados, de acordo com as
características da atividade da empresa, como impostos sobre importações e exportações,
folha de pagamento etc.

3.6.3 Alíquota de impostos sobre atividades

No Lucro Presumido (para um faturamento de até R$ 187.500,00 por trimestre) os


tributos resumem-se em 11,33% da parte federal mais o ISS que pode variar de 2% a 5% de
acordo com suas atividades o que resulta em uma alíquota total de 13,33% a 16,33% - já no
Simples Nacional a variação é de 4,5% a 19,5% e esse cálculo depende da “faixa de
faturamento” que você se encontra e do anexo da sua atividade, que você conferiu lá o no
início, lembra? Confira de novo as atividades do seu CNPJ para o Simples Nacional clicando
aqui, e veja como funciona o pagamento de imposto aqui.

3.6.7 INSS sobre a folha de pagamento

Quem é optante pelo Lucro Presumido paga 20% de INSS sobre a folha de pagamento
mais outras entidades e um fator de risco. Exceto para quem está no anexo IV do Simples
Nacional, os demais já contemplam esses 20% no DAS. Exceto as empresas que estão no
55

anexo IV do Simples Nacional, as demais empresas passam a pagar o INSS com um cálculo
diferente quando entram no Lucro Presumido: 20% sobre a folha de pagamento. Por isso é
importante fazer o cálculo do INSS para se certificar que os impostos não ficarão muito mais
caros. O cálculo deve ser feito assim:

 Pegue a sua maior despesa com salários e aplique os 20%.

 O resultado, dívida pela média do seu faturamento. Isso te dará uma alíquota.

 Some ela a sua alíquota de Lucro Presumido e veja se ainda é menor que a alíquota do
Simples Nacional.

Muitas vezes o Lucro Presumido fica mais caro quando se aplica esta valoração em
cima da do cálculo da Folha de Pagamento.

3.6.8 Tabela Lucro Presumido

Para se ter uma ideia dos valores e percentuais, no caso de empresas de serviço que faturam
até R$ 187.500,00 por trimestre, a Tabela do Lucro presumido seria a seguinte:

IMPOSTO ALÍQUOTA APURAÇÃO

Mensal (3,65%) Trimestral


federais 11,33% (7,68%)

municipais De 2% a 5% Mensal

total 13,33% a 16,33% ----------


56

3.7 APURAÇÃO LUCRO REAL

O Lucro Real é um regime tributário em que as alíquotas do Imposto de Renda Pessoa


Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) incide sobre o
resultado financeiro efetivamente alcançado. Ou seja, o impacto da tributação só será
conhecido ao final do período de apuração.

Nessa modalidade, o empreendedor tem a garantia de que o recolhimento tributário


será compatível com o lucro auferido, nem mais nem menos. Por isso, o regime prevê
condições, inclusive, para empresas que registraram prejuízo fiscal, situação que a isenta do
pagamento do imposto de renda. Pelas suas características, o Lucro Real é considerado o
regime geral de tributação das empresas. Isso quer dizer que, em regra, todas as pessoas
jurídicas serão tributadas pelo Lucro Real. Entretanto, há outras modalidades, como o Simples
Nacional e o Lucro Presumido. Diante das três opções, é permitido às empresas aderir ao
regime mais adequado à sua realidade, seguindo critérios específicos, como faturamento, setor
de atuação, entre outros. Essa escolha é feita no início de cada ano fiscal.

3.7.1 Quais empresas são obrigadas a fazer a apuração pelo Lucro Real?

Nem todas as empresas podem optar por outros regimes tributários. Existem dois
casos em que a apuração deverá ser feita obrigatoriamente no Lucro Real. De acordo com a
IN RFB nº 1700, de 14 de março de 2017, essa obrigação atinge pessoas jurídicas:

 que obtiveram, no ano-calendário anterior, receita total superior a R$ 78 milhões no


ano ou superior a R$ 6,5 milhões multiplicado pelo número de meses de atividade no
período, quando inferior a 12 (doze) meses;
 cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de
desenvolvimento, agências de fomento, caixas econômicas, sociedades de crédito,
financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras
de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários,
empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros
privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;
57

 que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;


 que, autorizadas pela legislação tributária, usufruem de benefícios fiscais relativos à
isenção ou redução do imposto;
 que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime
de estimativa;
 que exploram atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria
creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas
a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a
prazo ou de prestação de serviços (factoring);
 que exploram as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do
agronegócio.

3.7.2 Qual é a escrituração básica para adesão ao Lucro Real?

Na modalidade Lucro Real, o imposto é determinado de acordo com informações da


escrituração contábil. No caso específico desse regime, os registros devem ser feitos,
obrigatoriamente, no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR). Fique atento, pois daremos
mais detalhes sobre esse procedimento.

3.7.3 Como apurar o Lucro Real trimestral?

Segundo o art. 247 do RIR/99, o Lucro Real é o lucro líquido do período de apuração
ajustado no e-LALUR pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas
pela legislação tributária. As pessoas jurídicas que apurarem o IRPJ e a CSLL pelas regras do
regime (obrigadas a ele ou não) poderão escolher entre a forma trimestral ou a anual.

Na apuração trimestral são quatro períodos de apuração: 31 de março, 30 de junho, 30


de setembro e 31 de dezembro. Nesse caso, também deverão ser escriturados e autenticados
os respectivos livros de inventário no local de registro de seus atos constitutivos (geralmente a
Junta Comercial). O imposto devido trimestralmente deverá ser pago em quota única, até o
último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do trimestre da sua apuração ou
opcionalmente em até três quotas mensais, iguais e sucessivas, respeitado o valor mínimo de
mil reais para cada uma (art. 856 do RIR/99), devendo ser pagas em período igual ao da cota
58

única. Observa-se que o valor de cada uma (exceto a primeira, se paga no prazo) será
acrescido de juros equivalentes à taxa SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, a
partir do primeiro dia do segundo mês subsequente ao do encerramento do trimestre de
apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês do pagamento.

3.7.4 Como apurar o Lucro Real anual?

Tratando-se da forma anual, o período de apuração se estende de janeiro a dezembro


de cada ano-calendário. A pessoa jurídica pode optar pelo pagamento mensal do imposto por
estimativa, ficando:

 Obrigada à apuração do Lucro Real anualmente, em 31 de dezembro, ou por ocasião


de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividades, para fins de
determinação do imposto efetivamente devido no período e ajuste de diferenças –
pagamento do saldo positivo apurado ou restituição ou compensação de saldo negativo
apurado (art. 221 do RIR/99);
 com a opção de apurar o Lucro Real no decorrer do ano, mediante levantamento de
balanços ou balancetes periódicos, com base nos quais poderá reduzir ou suspender os
pagamentos mensais do imposto.

A opção pelo pagamento mensal é considerada exercida com o pagamento do imposto


referente ao mês de janeiro ou do início de atividades, quando for o caso, com vencimento no
último dia útil do mês subsequente, observado que o exercício dessa opção implica a
obrigatoriedade de apuração anual do lucro real, em 31 de dezembro ou por ocasião de
incorporação, fusão, cisão ou encerramento de atividades. Ele será calculado mediante a
aplicação, sobre a base de cálculo determinada de acordo com os procedimentos previstos
(art. 228 do RIR/99), da alíquota normal de 15% sobre a totalidade da base de cálculo apurada
e da alíquota adicional de 10% sobre a parcela da base de cálculo que exceder ao limite de R$
20 mil por mês. O imposto devido em cada mês deverá ser pago até o último dia útil do mês
subsequente ao mês de apuração (art. 858 do RIR/99). A pessoa jurídica tributada pelas regras
do Lucro Real trimestral ou anual poderá compensar Prejuízos Fiscais e Base de Cálculo
Negativa da CSLL limitados a 30% da Base de Cálculo positiva apurada. Essa opção também
impõe o pagamento mensal da CSLL pelo mesmo regime. Em relação à Atividade Rural não
59

há a limitação dos 30%. Os valores registrados dessa forma precisam ser comprovados por
documentação idônea, que deverão estar disponíveis para fiscalização da Secretaria da
Receita Federal a qualquer momento.

3.7.5 Alíquotas do lucro real

As alíquotas dos tributos para cálculo do IRPJ e da CSLL nessa modalidade são:

 IRPJ: 15% para Lucro até R$ 20.000,00/mês;


 IRPJ: 25% para Lucro acima de R$ 20.000,00/mês;
 CSLL: 9% sobre qualquer Lucro apurado.

Em resumo, no Lucro Real os dois tributos variam de 24% (9% + 15%) a 34% (9% +
25%), aplicados sobre o Lucro e não sobre o faturamento.

3.7.6 A apuração pelo Lucro Real pode ser trimestral ou anual.

A apuração pelo Lucro Real trimestral só é recomendada quando a empresa apresenta


resultados relativamente uniformes durante o ano. Quando há sazonalidade em suas
operações, em que num mês ocorre Lucro e em outro Prejuízo, este Prejuízo só é compensado
no limite de 30% do lucro do período. Já na apuração pelo Lucro Real Anual a empresa pode
levantar balanços mensais acumulados, cujos resultados positivos (lucros) e negativos
(prejuízos) são compensados automaticamente no período de apuração, sem limitação.
Apurando-se o Lucro Real, aplicam-se as alíquotas do IRPJ e da CSLL acima descritas.
No caso de opção pelo Lucro Real, a alíquota do PIS muda: passa de 0,65% para
1,65%. Já a alíquota da COFINS passa de 3% para 7,6% da Receita. Só que, neste caso,
podem ser feitas deduções da base de cálculo da Receita sobre alguns pagamentos feitos a
outras pessoas jurídicas, diretamente ligados à produção dos serviços, com o que a alíquota
efetiva passa a ser inferior a 1,65% ou a 7,6%. Essas deduções ou recuperações do chamado
PIS não cumulativo e COFINS não cumulativa na área de prestação de serviços acabam
representando um percentual igual ou menor a 1,65% ou 7,6%, dependendo dos custos de
cada empresa.
60

3.7.7 Cálculo Imposto de Renda – Lucro Real

Supondo que a empresa Alfa teve um lucro líquido de R$50.000,00 no ano base, o cálculo do
valor que deverá ser tributado é o seguinte:

Sobre o lucro -> 15% x R$50.000,00 = R$7.500,00

Sobre o adicional -> 10% x R$30.000,00 = R$3.000,00

Valor total a ser tributado = R$10.500,00

Contribuição Social – Lucro Real


Supondo que a empresa Alfa teve um lucro líquido de R$50.000,00 no ano base, o cálculo do
valor que deverá ser tributado é o seguinte:

Valor a ser tributado = 9% x R$50.000,00 = R$4.500,00

3.8 TRIBUTOS

A contabilidade tributária é a prática que faz toda a diferença dentro de qualquer


empresa, ela é também conhecida como contabilidade fiscal, onde fica responsável pela
apuração e conciliação dos tributos. Gerando assim, uma melhor relação da empresa com o
fisco.

3.8.1 Estrutura do sistema tributário nacional

É importante ressaltar que o sistema tributário brasileiro considera a autonomia entre


os entes políticos, no caso a União, os Estados e os Municípios. Esse sistema tributário
reporta a uma legislação tributária. Portanto, todos, incluindo os cidadãos, devem obedecer às
leis, aos tratados, às convenções internacionais, aos decretos e normas complementares que
tratam dos tributos e também das relações jurídicas referentes a eles.

É essa estrutura o que permeia a relação entre Estado e contribuinte, seja ele pessoa
física ou jurídica. Isso significa que, para lidar com tributos, é preciso conhecer uma série de
61

elementos. Tais como: quais são eles, a quem são aplicados obrigatoriamente, por quem são
estabelecidos, entre outros. Saber lidar com essa série de dados de maneira competente é
fundamental para pagar corretamente os tributos.

3.8.2 A complexidade da contabilidade tributária

Até mesmo por essa estrutura complexa, que envolve mais de um ente federativo, no
Brasil, os tributos representam uma tarefa significativamente difícil para as empresas. E
também um desafio constante para os profissionais da área da contabilidade.

É preciso estar sempre em dia com a legislação tributária. Isso porque as


possibilidades de interpretação sobre os tributos que incidem sobre as diferentes atividades e
operações das empresas são muitas e estão em constantes mudanças.

Assim, o controle dos tributos incidentes sobre as atividades aparece como tarefa vital
para qualquer organização. É aí que a contabilidade tributária atua. Podemos afirmar que a
contabilidade tributária é o ramo da contabilidade que tem foco na apuração, controle e
planejamento dos tributos das empresas.

3.8.3 Introdução à contabilidade tributária

É importante saber diferenciar a contabilidade tributária do direito tributário. De


maneira geral, podemos dizer que o direito tributário é a base de sustentação da contabilidade
tributária. Trata-se do conjunto de leis que regula a arrecadação e a fiscalização dos tributos,
mediando a relação entre estado e contribuintes.

A contabilidade tributária, por sua vez, é a disciplina que associa contabilidade com
administração tributária e o próprio direito tributário. Por isso, ela representa muito mais do
que a simples contabilização de impostos. Isso porque contempla a aplicação do direito
tributário enquanto norma sobre os fatos ou atividades e operações das empresas.
62

3.8.4 O que são os tributos?

Diferentemente do que muitos imaginam, tributos e impostos não são sinônimos.


Tributo é gênero enquanto imposto é uma das espécies. Portanto, tributos são classificados
como a abrangência de impostos, taxas, contribuições sociais, contribuições de melhoria e
empréstimos compulsórios. Vejamos:

 Impostos: são contraprestações exigidas pelo Fisco sem indicação prévia sobre sua
destinação. Um exemplo é o IRPJ, o Imposto Sobre a Renda da Pessoa Jurídica, cuja
competência de cobrar é do Governo Federal. A utilização do valor arrecadado é de
livre aplicação, ou seja, não é vinculado a determinados gastos ou contrapartidas ao
contribuinte.
 Taxas: estão relacionadas à prestação de algum serviço público que, sem esse
pagamento, não acontece. Podemos citar como exemplo a taxa de coleta de lixo.
 Contribuições sociais: destinadas a financiar atividades do poder público especificadas
em lei, como é o caso da CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido). São
destinadas a custear políticas na área da saúde, aposentadoria e o desemprego.
 Contribuições de melhoria: é um tributo cobrado pela valorização de imóveis
particulares em decorrência de obras públicas realizadas.
 Empréstimos compulsórios: são qualificados pela promessa de restituição. São
cobrados em situações extraordinárias em decorrência de calamidade pública, guerras
ou sua eminência.

3.8.5 Por dentro da contabilidade tributária

A contabilidade tributária pode ser considerada de caráter interdisciplinar, o que


significa que ela envolve disciplinas diferentes, como Economia, Direito, Administração,
Psicologia, Sociologia e, evidentemente, Contabilidade, as quais aparecem da seguinte forma:

 Economia: contribui com a contabilidade tributária ao oferecer recursos para melhorar


o desempenho das organizações em relação aos tributos, por exemplo. É dela que a
63

contabilidade tributária busca ferramentas para analisar aspectos. Tais como: o


impacto do tributo nas decisões dos agentes econômicos, a análise sobre como os
impostos afetam o comportamento do contribuinte, entre outros.
 Direito: os aspectos legais, como a constitucionalidade de uma norma legal, a
legitimidade de uma exigência tributária, entre outros, norteiam o trabalho de
profissionais contábeis na otimização do relacionamento da empresa com os tributos.
 Administração: é preciso sempre ter atenção especial a questões como a gestão e as
finanças que envolvem questões tributárias. Nesse sentido, a Administração oferece
ferramentas significativas.
 Psicologia e Sociologia: são ciências que funcionam como ferramentas auxiliares para
a melhor compreensão da abordagem econômica. Entretanto, não deixam de ter grande
importância. Isso porque o estudo do indivíduo e sua maneira de pensar e se comportar
são significativos para o tema.

3.8.6 A Contabilidade

A contabilidade tributária pode ser considerada um campo ou disciplina da


Contabilidade. Se dedica aos princípios, conceitos, técnicas, métodos e procedimentos que
podem ser aplicados à apuração dos tributos devidos pelas empresas. Seu objetivo é encontrar
alternativas para reduzir a carga tributária e cumprir as obrigações acessórias exigidas pelo
Fisco.

A contabilidade tributária é a área de atuação do contador, que se dedica à gestão


tributária das organizações. Por isso, representa importante espaço no mercado de trabalho
para esse profissional.

3.8.7 Funções do profissional tributarista

O contador que trabalha com os tributos exerce as seguintes funções:

1. Análise das atividades e operações das empresas com o intuito de identificar os


tributos devidos por elas. Uma das atribuições do profissional é verificar quais são os
64

tributos devidos por uma indústria, por exemplo. Nesse caso, ele deve identificar
alguns dos tributos envolvidos nas atividades da organização, como IPI, IRPJ, CSLL,
entre outros. Da mesma forma, se a corporação também atua na prestação de serviços,
como instalação ou manutenção, é possível saber que o ISSQN estará envolvido nas
atividades.
2. Outra função importante que esse profissional realiza é identificar a legislação
aplicável a cada caso e necessidade das empresas. Portanto, ele precisa compreender
tudo o que está envolvido em termos legais com os tributos devidos.
3. Uma vez que a legislação foi identificada, é preciso analisá-la e interpretá-la. Ou seja,
conhecendo os termos que regulam o IPI, por exemplo, o profissional precisará avaliar
diferentes desdobramentos desses termos. Além de saber quais operações podem
conceder direito ao crédito, ou então em quais hipóteses existirá a isenção ou
imunidade para a companhia, entre outros.
4. Existe também o trabalho de orientação e assessoramento interno aos departamentos
da empresa. Estes podem solicitar diferentes tipos de questões ao departamento de
gestão tributária. Cabe ao contador tributarista prestar os devidos esclarecimentos até
mesmo para que a equipe funcione em sincronia.
5. Outra importante função é estabelecer as rotinas de apuração e de cumprimento das
obrigações tributárias. Nesse aspecto, o profissional tributarista precisa estruturar o
departamento e dividir as tarefas. Além de criar meios para fazer com que todos os
objetivos sejam alcançados por meio do gerenciamento eficaz dos recursos humanos e
dos materiais disponíveis.
6. Também existe a necessidade de identificar alternativas lícitas para reduzir o ônus
tributário a partir do desenvolvimento do planejamento tributário.
7. Por fim, cabe a esse profissional fazer a representação do contribuinte junto aos órgãos
fiscais competentes. Executando o trabalho de requerimentos administrativos,
consultas, impugnações, entre outros.

3.8.8 O planejamento tributário

É inevitável falar do planejamento tributário quando o assunto é contabilidade


tributária. Ele é de fundamental importância para a existência de uma gestão de tributos
eficiente. Com ele, é possível definir estratégias que possibilitem o gerenciamento de assuntos
65

relacionados a tributos. Sejam obrigações principais ou acessórias na relação entre o


contribuinte e o Fisco.

Para um planejamento tributário eficiente, existem dois conceitos extremamente importantes:


 Elisão fiscal: ocorre quando o contribuinte, seja pessoa física ou jurídica, utiliza de
meios que a lei permite para diminuir a carga tributária, sempre respeitando o
ordenamento jurídico.
 Evasão fiscal: ocorre quando, de forma consciente, o contribuinte realiza determinada
ação que diminui o pagamento de tributos de forma ilícita, ou seja, sem legalidade.

A contabilidade tributária é a base de um planejamento tributário. Encontrar


alternativas legais para reduzir a carga tributária de uma empresa, além de acompanhar com
atenção as legislações, bem como o controle dos relatórios contábeis, é simplesmente
imprescindível para a maximização dos lucros e a manutenção do negócio. Somente com uma
boa contabilidade tributária é possível estruturar uma empresa de modo a fazer com que sua
gestão de tributos seja eficiente. Desde a escolha do regime tributário mais adequado até o
estabelecimento de normas e padrões para o dia a dia, capazes de influenciar nos gastos de
maneira lícita. Sem correr riscos ou sonegar impostos.

3.8.9 Aplicações de contabilidade tributária

Assim, a definição do regime tributário mais adequado pode ser um bom exemplo de
aplicação da contabilidade tributária. Mediante um estudo aprofundado de suas características
e faturamento, observado os limites da lei, seu gestor pode optar pelo Lucro Presumido em
vez do Lucro Real. Isso reflete um bom planejamento tributário que foi feito em consequência
da contabilidade tributária bem executada. O que gera uma situação capaz de render uma
excelente economia de impostos para a organização.

3.9 DECLARAÇÕES

Saber quais são as obrigações acessórias e os prazos de entrega das declarações é


essencial para o profissional contador desenvolver um ótimo trabalho. Abaixo todas
informações de como se planejar para fazer tudo nas datas corretas.
66

3.9.1 MEI

Mensais

Relatório Mensal de Receitas Brutas: deve ser preenchido todo mês, até o dia 20,
referente ao mês anterior. Devem ser anexadas as notas fiscais de compras de produtos e de
serviços, assim como as notas fiscais emitidas.

SEFIP/GFIP/GPS: SEFIP é um programa que permite gerar a GFIP (Guia de Recolhimento


do FGTS e Informações à Previdência Social) e a GPS (Guia de Recolhimento da Previdência
Social). É obrigatório ao MEI que possui funcionário. A GFIP deve ser recolhida até o dia 7
do mês seguinte ao da competência. Já a GPS deve ser paga até o dia 20. Use a Conectividade
Social da Caixa Econômica Federal para fazer a transmissão.

Anuais

DASN-SIMEI: Declaração Anual de Faturamento do Simples Nacional. É obrigatória e deve


ser feita até 31 de maio, referente ao exercício do ano anterior.

3.9.2 SIMPLES NACIONAL

Mensais

PGDAS-D: é o ambiente da RFB que serve para o contribuinte apurar o imposto devido e
imprimir o documento de arrecadação (DAS) para pagamento. O DAS unifica o recolhimento
de impostos para as empresas e o prazo é até o vencimento do tributo.

SEFIP/GFIP/GPS: SEFIP é um programa que permite gerar a GFIP (Guia de Recolhimento


do FGTS e Informações à Previdência Social) e a GPS (Guia de Recolhimento da Previdência
Social). A GFIP deve ser recolhida até o dia 7 do mês seguinte ao da competência. Já a GPS
deve ser paga até o dia 20.
67

CAGED: é uma declaração eletrônica para informar admissões e demissões de empregados


registrados sob o regime CLT. O prazo de entrega é até o dia 7 do mês subsequente ao das
informações, desde que tenha havido movimentação de funcionários, com admissão ou
demissão.

DeSTDA: significa Declaração de Substituição Tributária, Diferencial de Alíquota e


Antecipação. É uma declaração estadual para as empresas sujeitas ao recolhimento do ICMS.
Consulte a legislação do seu Estado para conferir prazo e obrigatoriedade.

SINTEGRA: Sistema Integrado de Informações sobre Operações Interestaduais com


Mercadorias e Serviços. As empresas que emitem qualquer documento fiscal usando recursos
informatizados estão obrigadas a transmitir a declaração do Sintegra até o 15º dia do mês
seguinte à data da competência. Verifique a obrigatoriedade em seu Estado.

DCTF: Declaração de Débitos Tributários Federais. O envio é obrigatório apenas para as


empresas que estão sujeitas à Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB). A
DCTF deve ser apresentada até o 15º dia útil do 2º mês subsequente ao mês de ocorrência dos
fatos geradores.

EFD ICMS/IPI: a Escrituração Fiscal Digital é de uso obrigatório para todos os contribuintes
do ICMS ou do IPI. Trata-se de uma obrigação acessória estadual que compõe o Sistema
Público de Escrituração Digital – SPED e substitui a escrituração dos seguintes livros em
papel: Registro de Entradas, Registro de Saídas, Registro de Inventário, Registro de Apuração
do IPI, Registro de Apuração do ICMS, Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente –
CIAP e o de Controle de Produção e Estoque. ***Essa declaração só é obrigatória no Simples
Nacional em alguns Estados. Verifique data de entrega e obrigatoriedade.

Anuais

DIRF: Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte. O objetivo é informar as retenções


de impostos efetuadas nos pagamentos e recebimentos realizados pela empresa. O prazo para
a entrega da DIRF é até o último dia útil de fevereiro de cada ano.
68

RAIS: Relação Anual de Informações Sociais. É pelo envio dessa declaração que o governo
possui controle sobre a atividade trabalhista no País. O estabelecimento inscrito no CNPJ que
não manteve empregados ou que permaneceu inativo no ano-base é obrigado a entregar a Rais
Negativa. O prazo de entrega vai até março.

DEFIS: a Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais tem como objetivo


comunicar à Receita Federal os dados econômicos e fiscais da empresa. O prazo de entrega é
até 31 de março do ano subsequente.

3.9.3 LUCRO PRESUMIDO

Mensais

DES: significa Declaração Eletrônica de Serviços. É um programa disponibilizado pelas


prefeituras para a empresa declarar ao fisco o total de serviços prestados no mês. Na cidade de
São Paulo, a DES foi substituída pela Nota Fiscal Eletrônica do Tomador/Intermediário de
Serviços (NFTS). Verifique em seu município a obrigatoriedade e a data de entrega.
DAPI: a Declaração de Apuração e Informação do ICMS é de competência estadual. O
objetivo é apurar o valor a ser pago ou restituído de Imposto sobre Operações relativas à
Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). É obrigatória às empresas inscritas no cadastro de
contribuintes de Minas Gerais, enquadradas no regime de Débito e Crédito. O prazo de
entrega varia de acordo com a atividade que a empresa exerce.

GIA: significa Guia de Informação e Apuração do ICMS e da Substituição Tributária. É uma


declaração de competência estadual relativa às operações que se enquadrem. Em alguns
Estados, não é obrigatória, mas é em São Paulo, por exemplo. A data de entrega varia de
acordo com o último dígito do número de inscrição estadual do estabelecimento.

SINTEGRA: significa Sistema Integrado de Informações sobre Operações Interestaduais com


Mercadorias e Serviços. As empresas que emitem qualquer documento fiscal usando recursos
informatizados devem transmitir a declaração. Entretanto, com a implantação da EFD
ICMS/IPI, o SINTEGRA está caindo em desuso. Verifique se o seu Estado obriga o envio.
69

EFD ICMS/IPI: a Escrituração Fiscal Digital é de uso obrigatório para todos os contribuintes
do ICMS ou do IPI. Trata-se de uma obrigação acessória estadual que compõe o Sistema
Público de Escrituração Digital – SPED e substitui a escrituração dos seguintes livros em
papel: Registro de Entradas, Registro de Saídas, Registro de Inventário, Registro de Apuração
do IPI, Registro de Apuração do ICMS, Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente –
CIAP e o de Controle de Produção e Estoque. O prazo de entrega em São Paulo e no Rio de
Janeiro é até o dia 20 do mês subsequente. Já em Minas Gerais, a data de entrega é dia 25 do
mês subsequente. Verifique a data com o seu Estado.

DCTF: a Declaração de Débitos Tributários Federais possui informações relacionadas a


impostos federais, como IRPJ, IRRF, IPI, e CSLL, apurados pela pessoa jurídica. Deve ser
apresentada até o 15º dia útil do 2º mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores.

EFD Contribuições: é a Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep, da


Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição
Previdenciária sobre a Receita (CPRB). O prazo para o envio é até o 10º dia útil do segundo
mês subsequente ao de referência da escrituração.

SEFIP/GFIP/GPS: SEFIP é um aplicativo que permite gerar a GFIP (Guia de Recolhimento


do FGTS e Informações à Previdência Social) e a GPS (Guia de Recolhimento da Previdência
Social). A GFIP deve ser recolhida até o dia 7 do mês seguinte ao da competência. Já a GPS
deve ser paga até o dia 20.

CAGED: é uma declaração eletrônica para informar admissões e demissões de empregados


registrados sob o regime CLT. O prazo de entrega é até o dia 7 do mês posterior ao mês de
referência das informações, desde que tenha havido movimentação de funcionários, com
admissão ou demissão.

Anuais

VAF/DAMEF: o Valor Adicionado Fiscal (VAF) é um indicador econômico-contábil,


utilizado pelo Estado para calcular o índice de participação municipal no repasse de receita do
Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de
70

Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) e do


Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aos municípios de Minas Gerais. O prazo para
entrega é até 31 de maio de cada ano.
ECD: Escrituração Contábil Digital é uma obrigação federal que compõe o Sistema Público
de Escrituração Digital (SPED) e que tem como objetivo a substituição da escrituração via
papel pela escrituração transmitida por via digital do Livro Diário, Livro Razão e Livro
Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos assentamentos neles
transcritos. O prazo para o envio é até o último dia útil do mês de maio do ano seguinte ao
ano-calendário a que se refira a escrituração.

ECF: Escrituração Contábil Fiscal é uma declaração de competência federal que substituiu a
Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ). A ECF deve ser
transmitida anualmente ao Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) até o último dia
útil do mês de julho do ano seguinte ao ano-calendário a que se refira.

DIRF: a Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte tem como objetivo informar sobre
as retenções de impostos efetuadas nos pagamentos e recebimentos realizados pela empresa.
O prazo para entrega é até o último dia útil de fevereiro de cada ano.

RAIS: Relação Anual de Informações Sociais. É pelo envio dessa declaração que o governo
possui controle sobre a atividade trabalhista no País. O estabelecimento inscrito no CNPJ que
não manteve empregados ou que permaneceu inativo no ano-base é obrigado a entregar a Rais
Negativa. O prazo de entrega vai até março.

3.9.4 LUCRO REAL

Mensais

DES: significa Declaração Eletrônica de Serviços. É um programa disponibilizado pelas


prefeituras para a empresa declarar ao fisco o total de serviços prestados no mês. Na cidade de
São Paulo, a DES foi substituída pela Nota Fiscal Eletrônica do Tomador/Intermediário de
Serviços (NFTS). Verifique em seu município a obrigatoriedade e a data de entrega.
71

a Declaração de Apuração e Informação do ICMS é de competência estadual. O objetivo é


apurar o valor a ser pago ou restituído de Imposto sobre Operações relativas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação (ICMS). É obrigatória às empresas inscritas no cadastro de contribuintes de
Minas Gerais, enquadradas no regime de Débito e Crédito. O prazo de entrega varia de acordo
com a atividade que a empresa exerce.

GIA: significa Guia de Informação e Apuração do ICMS e da Substituição Tributária. É uma


declaração de competência estadual relativa às operações que se enquadrem. Em alguns
Estados, não é obrigatória, mas é em São Paulo, por exemplo. A data de entrega varia de
acordo com o último dígito do número de inscrição estadual do estabelecimento.

SINTEGRA: significa Sistema Integrado de Informações sobre Operações Interestaduais com


Mercadorias e Serviços. As empresas que emitem qualquer documento fiscal usando recursos
informatizados devem transmitir a declaração. Entretanto, com a implantação da EFD
ICMS/IPI, o SINTEGRA está caindo em desuso. Verifique se o seu Estado obriga o envio.

EFD ICMS/IPI: a Escrituração Fiscal Digital é de uso obrigatório para todos os contribuintes
do ICMS ou do IPI. Trata-se de uma obrigação acessória estadual que compõe o Sistema
Público de Escrituração Digital – SPED e substitui a escrituração dos seguintes livros em
papel: Registro de Entradas, Registro de Saídas, Registro de Inventário, Registro de Apuração
do IPI, Registro de Apuração do ICMS, Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente –
CIAP e o de Controle de Produção e Estoque. O prazo de entrega em São Paulo e no Rio de
Janeiro é até o dia 20 do mês subsequente. Já em Minas Gerais, a data de entrega é dia 25 do
mês subsequente. Verifique a data com o seu Estado.

DCTF: a Declaração de Débitos Tributários Federais possui informações relacionadas a


impostos federais, como IRPJ, IRRF, IPI, e CSLL, apurados pela pessoa jurídica. Deve ser
apresentada até o 15º dia útil do 2º mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores.

EFD Contribuições: é a Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep, da


Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição
Previdenciária sobre a Receita (CPRB). O prazo para o envio é até o 10º dia útil do segundo
mês subsequente ao de referência da escrituração.
72

SEFIP/GFIP/GPS: SEFIP é um aplicativo que permite gerar a GFIP (Guia de Recolhimento


do FGTS e Informações à Previdência Social) e a GPS (Guia de Recolhimento da Previdência
Social). A GFIP deve ser recolhida até o dia 7 do mês seguinte ao da competência. Já a GPS
deve ser paga até o dia 20.

CAGED: é uma declaração eletrônica para informar admissões e demissões de empregados


registrados sob o regime CLT. O prazo de entrega é até o dia 7 do mês posterior ao mês de
referência das informações, desde que tenha havido movimentação de funcionários, com
admissão ou demissão.

Anuais

VAF/DAMEF: o Valor Adicionado Fiscal (VAF) é um indicador econômico-contábil,


utilizado pelo Estado para calcular o índice de participação municipal no repasse de receita do
Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) e do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aos municípios de Minas Gerais. O prazo para
entrega é até 31 de maio de cada ano.

ECD: Escrituração Contábil Digital é uma obrigação federal que compõe o Sistema Público
de Escrituração Digital (SPED) e que tem como objetivo a substituição da escrituração via
papel pela escrituração transmitida por via digital do Livro Diário, Livro Razão e Livro
Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos assentamentos neles
transcritos. O prazo para o envio é até o último dia útil do mês de maio do ano seguinte ao
ano-calendário a que se refira a escrituração.

ECF: Escrituração Contábil Fiscal é uma declaração de competência federal que substituiu a
Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ). A ECF deve ser
transmitida anualmente ao Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) até o último dia
útil do mês de julho do ano seguinte ao ano-calendário a que se refira.
73

DIRF: a Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte tem como objetivo informar sobre
as retenções de impostos efetuadas nos pagamentos e recebimentos realizados pela empresa.
O prazo para entrega é até o último dia útil de fevereiro de cada ano.

RAIS: Relação Anual de Informações Sociais. É pelo envio dessa declaração que o governo
possui controle sobre a atividade trabalhista no País. O estabelecimento inscrito no CNPJ que
não manteve empregados ou que permaneceu inativo no ano-base é obrigado a entregar a Rais
Negativa. O prazo de entrega vai até março.

4.ÁREA DE DEPARTAMENTO DE PESSOAL – RH

4.1.1 Quais são as principais rotinas do departamento pessoal?

As rotinas do departamento pessoal são amplas, complexas e precisam ser conduzidas


com a máxima atenção. Afinal, elas congregam o cumprimento de exigências legais e
tributárias da área trabalhista.

Um erro simples — como o cálculo incorreto de pagamentos — pode prejudicar


diversos trabalhadores. Falhas quanto ao recolhimento de encargos sociais e tributos, por sua
vez, podem onerar a empresa com multas e passivos consideráveis. Além disso, há uma série
de exigências legais que podem gerar demandas judiciais. Confira, agora, algumas das
principais tarefas do setor:

4.1.2 Fazer admissão e demissão de funcionários

Entre os registros a serem feitos pelo departamento pessoal, a admissão e a demissão


dos colaboradores se destacam. Essas informações são imprescindíveis para que um novo
contratado possa realizar suas funções, assim como determinar as condições relativas ao
desligamento.

Para o funcionário, trata-se de dois dos eventos mais importantes na sua relação com a
empresa. No entanto, a importância da admissão e da demissão não se restringe ao lado do
trabalhador.
74

Para a empresa, essas informações são estratégicas em relação à configuração do


quadro funcional e têm efeito importante sobre o planejamento financeiro. Há, ainda, outro
fato importante relacionado à admissão e à demissão: as informações que precisam ser
repassadas a órgãos de controle e fiscalização do poder público.

Entre eles está o Ministério do Trabalho e Emprego, que organiza o Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged) com base em dados repassados pelas empresas sobre
contratações e desligamentos.

4.1.3 Administrar a folha de pagamento

A folha de pagamento exige apuração precisa de salários, benefícios, adicionais,


gratificações, descontos e recolhimentos de encargos sociais e trabalhistas. Todos os valores
relativos aos direitos e deveres dos funcionários precisam ser processados.

São verificações tão importantes e complexas que, muitas vezes, compensa para as
empresas contratar uma assessoria contábil para realizar esse processamento completo. Essa é
uma opção que facilita a gestão do pagamento dos colaborados e dos recolhimentos tributários
necessários — evitando, assim, erros e retrabalho.

4.1.4 Controlar a jornada de trabalho

A jornada de trabalho traz informações importantes que precisam ser controladas pelo
departamento pessoal. Esse gerenciamento é fundamental para identificar a necessidade de
pagamento de horas extras e adicional noturno.

Outro aspecto fundamental é a segurança jurídica da empresa em relação a possíveis


demandas trabalhistas ou quanto a irregularidades que possam ser alvo de autuações por parte
da Justiça do Trabalho.
75

Alguns cargos têm limitações na jornada — de acordo com acordo coletivo da


categoria ou com a modalidade da contratação (estagiário), por exemplo — e isso também
precisa ser controlado. Há, ainda, efeitos estratégicos decorrentes desse controle, como avaliar
a produtividade da equipe, verificar a assiduidade e organizar escalas de trabalho.

4.1.5 Gerenciar férias, licenças e afastamentos

Férias, licenças e afastamentos interferem diretamente no processamento da folha.


Sem o controle rigoroso dessas informações, o processamento fica comprometido.

No entanto, não é só isso. Acompanhar períodos de férias é uma exigência legal, além
de ser de extrema importância para o alinhamento das equipes de trabalho, de modo que a
saída de um trabalhador não comprometa tarefas ou sobrecarregue o time. O mesmo vale para
licenças e afastamentos.

4.1.6 Calcular e pagar encargos sociais e trabalhistas

É atribuição do departamento pessoal fazer o recolhimento de encargos sociais e


trabalhistas. O não cumprimento dessa obrigação pode gerar sanções pesadas para a empresa
ou prejuízo aos trabalhadores.

No caso dos encargos sociais, estamos tratando de recolhimentos vinculados


benefícios indiretos dos trabalhadores — como FGTS, INSS e outros. Os encargos
trabalhistas, ao contrário, são direcionados diretamente aos trabalhadores como valores extra-
salariais — 13º salário, adicionais e férias, por exemplo.

4.1.7 Prestar informações aos órgãos públicos

Todas as rotinas do departamento pessoal precisam ser realizadas com rigor, pois a
maior parte delas reúne informações que precisam ser prestadas aos órgãos do poder público.
Entram aí comunicados de acidente de trabalho, a Relação Anual de Informações Sociais
(RAIS), o Caged e a declaração de imposto de renda, por exemplo.
76

4.2 FOLHA DE PAGAMENTO

4.2.1 Conceito de Folha de Pagamento

Documento elaborado pela empresa, no qual se relaciona, além dos nomes dos
empregados, o montante das remunerações, dos descontos ou abatimentos e o valor líquido a
que faz jus cada um dos empregados.

4.2.2 Elementos da Folha de Pagamento

Por mais simples que seja a Folha de Pagamento, ela apresentará, pelo menos, os
seguintes elementos:
 Valor Bruto da remuneração (salário e demais vantagens);
 Deduções do valor bruto da remuneração (descontos e contribuições);
 Valor líquido que os empregados terão direito de receber
 Contabilização da Folha de Pagamento
 Regime de Competência

No último dia do mês, quando é elaborada a Folha de Pagamento, são efetuados os


lançamentos contábeis:

 Das despesas com salários;


 Dos encargos sociais incidentes sobre a Folha de Pagamento, quais sejam, a
Contribuição de Previdência Social e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
(FGTS).
 Quitação da Folha de Pagamentos e dos Encargos Sociais

No mês seguinte, são efetuados os lançamentos contábeis da liquidação da Folha,


correspondente ao valor líquido pago aos empregados, bem como do recolhimento da
Contribuição de Previdência Social, FGTS, IR e outros recolhimentos.
77

4.2.3 Eventos da Folha de Pagamento

 Rendimentos ou Vantagens

Os rendimentos ou vantagens mensais de um empregado podem ser compostos de


salário fixo, comissões, horas-extras, trabalho noturno, adicional de insalubridade, adicional
de periculosidade, salário-maternidade (no caso de gestantes), salário família, ajuda de custo,
descanso semanal remunerado, férias, 13º salário, etc.

 Descontos ou Abatimentos
 Recibo de Pagamento

Contribuição Previdenciária, faltas e atrasos, contribuição sindical, contribuição


confederativa, alimentação, vale-transporte, pensão alimentícia, Imposto de Renda Retido na
Fonte, adiantamentos de salários, (valores que a empresa antecipou aos funcionários, a título
de salários, para posterior desconto em folha de pagamento).

4.2.4 Parcelas Recuperáveis

 Salário Família

Valor pago ao funcionário que tenha filhos menores de 14 anos. A referida parcela é
descontada na GRPS - Guia de Recolhimento da Previdência Social.

4.2.5 Encargos Complementares Da Folha De Pagamento

 Provisão para Férias

Segundo o regime de Competência, as férias transcorridas e ainda não gozadas devem


ser provisionadas, de modo a se incluir o referido valor como custo ou despesa no período a
que competir. O valor da provisão deve ser determinado com base na remuneração mensal do
empregado e no número de dias de férias a que já tiver direito.
78

 Provisão para 13º Salário

Para que os custos ou despesas mensais sejam os mais reais possíveis, as empresas
deverão constituir a provisão mensal do 13º salário, que é constituída na base de 1/12 do valor
bruto da Folha de Pagamento.

4.3 CONTABILIZAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO

4.3.1 Regime de Competência:

No último dia do mês, quando é elaborada a Folha de Pagamento, são efetuados os


lançamentos contábeis:

4.3.2 Das despesas com salários;

Dos encargos sociais incidentes sobre a Folha de Pagamento, quais sejam, a


Contribuição de Previdência Social e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

4.3.3 Quitação da Folha de Pagamentos e dos Encargos Sociais

No mês seguinte, são efetuados os lançamentos contábeis da liquidação da Folha,


correspondente ao valor líquido pago aos empregados, bem como do recolhimento da
Contribuição de Previdência Social, FGTS, IR e outros recolhimentos.

4.4 PROVISÕES

Provisões representam estimativas de perda de ativos ou de obrigações para com


terceiros. Esses eventos, embora já tenham seu fato gerador contábil ocorrido, não podem ser
medidos com exatidão e têm, portanto, caráter estimativo.
79

4.4.1 Provisões Passivas:

 Provisão p/ Férias (dedutível);

 Provisão p/ 13º Salário (dedutível);

 Provisão p/ Gratificação a Administradores;

 Provisão p/ Riscos Fiscais ou Eventuais;

 Provisão p/ Contingências;

 Provisão p/ Resgate de Partes Beneficiárias.

Quanto ao Aspecto Fiscal, as provisões podem ser:

4.4.2 Dedutíveis:

São aquelas que a legislação do Imposto de Renda permite a sua dedutibilidade


quando da determinação do lucro real.

4.4.3 Indedutíveis:

São aquelas que a legislação do Imposto de Renda não permite a sua dedutibilidade
quando da determinação do lucro real.

Como regra geral as provisões têm como débitos elementos de despesas e, como
contrapartida, créditos em conta patrimoniais que, como vimos podem ser contas redutoras de
ativo ou contas de passivo exigível.

Exemplo: Despesas Férias x Provisões de Férias (passivos).


80

4.5 PLANO DE CONTAS CONTÁBEIS

ATIVO OBSERVAÇÕES

4 Adiantamento de Salários
5 Adiantamento de Férias
6 Adiantamento de 13° Salário
7 Adiantamento a Autônomos - Para RPAs calculados em Folha. Poderá ter como opção
o cadastramento da Conta no Grupo Passivo como Autônomos a Pagar.
8 Adiantamento Insuficiência de Saldo
9 Arredondamento de Saldo - Somente se utiliza arredondamento de líquidos na Folha de
Pagamento.
10 Adiantamento Rendimentos PIS/PASEP - Para pagamento dos Rendimentos de
PIS/PASEP em Folha por intermédio de convênio com o Banco CEF. Poderá ter como
opção o cadastramento da Conta no Grupo Passivo como Rendimentos PIS/PASEP a
Pagar.

PASSIVO OBSERVAÇÕES

 Salários a Pagar
 Pró-Labore a Pagar - Para Diretores pagos em Folha.
 Participação nos Resultados a Pagar
 Para distribuição dos lucros pagos em Folha.
 INSS a Recolher
 FGTS a Recolher
 IRRF a Recolher
 SENAI a Recolher - Para convênio com recolhimento de SENAI em guia separada.
 SESI a Recolher - Para convênio com recolhimento de SESI em guia separada.
 SENAI Adicional a Recolher - Para convênio com recolhimento de SENAI em guia
separada com adicional por nº de colaboradores.

 PIS a Recolher - Para recolhimento de PIS sobre Folha.


81

 Estimativa de INSS sobre Recibo de Férias


 Contribuição Sindical a Recolher
 Contribuição Confederativa a Recolher
 Contribuição de Dissídio a Recolher
 Mensalidade Sindical a Recolher
 Rescisões a Pagar
 Pensão Judicial a Pagar
 Cursos Incentivados - Para os clientes que recolhem SESI ou SENAI separados será
contabilizado nessa conta o % de desconto sobre a guia.
 Provisão de Férias
 INSS sobre Provisão de Férias - Para empresas não possuem 100% de isenção por
Filantropia.
 FGTS sobre Provisão de Férias
 PIS sobre Provisão de Férias - Para as empresas que recolhem PIS sobre Folha.
 Provisão sobre 13º Salário
 INSS sobre Provisão de 13º Salário - Para empresas não possuem 100% de isenção
por Filantropia.
 FGTS sobre Provisão de 13º Salário
 PIS sobre Provisão de 13º Salário - Para as empresas que recolhem PIS sobre Folha.

DESPESAS OBSERVAÇÕES

 Salários

 Adicionais

 Horas Extras

 Pró-Labore - Para Diretores pagos em Folha.

 Honorários do Conselho (SA) - Para as empresas que pagam Conselheiros em Folha.

 Ajuda de Custo

 Prêmios / Comissões
82

 PIS sobre Salários - Para as empresas que recolhem PIS sobre Folha.

 PIS sobre Férias - Para as empresas que recolhem PIS sobre Folha.

 PIS sobre 13º Salário - Para as empresas que recolhem PIS sobre Folha.

 INSS sobre Salários - Para empresas não possuem 100% de isenção por Filantropia.
Contabilizam nessa conta inclusive os encargos de SESI e SENAI sobre salários,
valores pagos a cooperativas, notas de Funrural e desconto de retenção sobre prestação
de serviços.

 INSS sobre Férias - Para empresas não possuem 100% de isenção por Filantropia.
Contabilizam nessa conta inclusive os encargos de SESI e SENAI sobre férias.

 INSS sobre 13° Salário - Para empresas não possuem 100% de isenção por
Filantropia. Contabilizam nessa conta inclusive os encargos de SESI e SENAI sobre
13º salário.
 INSS sobre Pró-Labore - Para empresas não possuem 100% de isenção por
Filantropia.
 INSS sobre Autônomos - Para empresas não possuem 100% de isenção por
Filantropia.
 FGTS sobre Salários
 FGTS sobre Férias
 FGTS sobre 13° Salário
 FGTS Indenizatório - FGTS Pago na Rescisão, Multa 40% e Contribuição Social
10% sobre o saldo de FGTS Rescisório.
 Férias
 Férias indenizadas
 Abono de Férias
 13° Salário
 13° Salário Indenizado
 Indenizações - Será creditado nessa despesa o Aviso Prévio retido do funcionário. Ou
para esse lançamento deverá ser criada uma nova conta no grupo de Receitas como
Outras Receitas.
 Aviso Prévio Indenizado

 Serviços Profissionais Pessoa Física - Para os clientes que tem RPA pagos em Folha.
83

 Participação nos Lucros


 Para os clientes que têm distribuição dos lucros.
 Saldo Negativo na Rescisão
 Assistência Médica Hospitalar - Se descontado em Folha, o valor será creditado da
despesa, porém deverá a empresa já ter lançado o valor total da nota fiscal nessa conta.
Ou deverá ser criado uma conta no Grupo de Passivo em nome do Fornecedor a Pagar.
 Refeições – PAT - Se descontado em Folha, o valor será creditado da despesa, porém
deverá a empresa já ter lançado o valor total da nota fiscal nessa conta. Ou deverá ser
criado uma conta no Grupo de Passivo em nome do Fornecedor a Pagar.

Exemplo:

R$ 1.000,00 - Salário

Débito – Despesas Salários (Conta de Resultados – Despesas).

Crédito – Salários a Pagar (Passivo).

R$ 80,00 INSS descontado do Trabalhador

Crédito – INSS a Recolher (Passivo)

Débito – Salário a Pagar (Passivo)

R$ 920,00 Líquido

Lançamento feito pelo Financeiro ou pela Integração com Contas a Pagar.

Débito – Salário a Pagar – Passivo

Crédito – Caixa ou Banco – Ativo


84

4.6 ADMISSÕES E DEMISSÕES

4.6.1 O processo de admissão

A CLT dispõe de uma série de normas que regulam os modelos de contratação de


novos funcionários em uma empresa. A seguir, descrevemos as particularidades de cada um:

4.6.2 Recrutamento

Durante as etapas de seleção de novos candidatos, é fundamental que o departamento


de RH ou responsável pela contratação nas empresas divulgue a descrição da vaga e
competências exigidas de forma detalhada.

4.6.3 Contratação

Após o processo seletivo, é hora de formalizar o novo colaborador. Nesse momento, é


necessário recolher uma série de documentos obrigatórios para a admissão do funcionário,
além de levar em conta as normas internas de cada empresa.

alguns casos, é obrigatória a realização de um exame médico admissional, que deve


ser feito em uma empresa especializada em medicina do trabalho. Dependendo do segmento,
também é comum que empresas solicitem exames mais detalhados — como toxicológico — e
até mesmo atestado de antecedentes criminais.

4.6.4 Documentos necessários

São necessários os seguintes documentos para prosseguir com a contratação:

4 Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS);


5 carteira de inscrição no PIS/PASEP (caso exista);
6 título de eleitor;
7 certidão de nascimento;
8 certidão de casamento (caso exista);
85

9 Certificado de Reservista ou prova de alistamento ou dispensa do serviço militar (se


for do sexo masculino e de acordo com a idade da pessoa a ser admitida);
10 Cadastro de Pessoa Física (CPF);
11 Registro Geral (RG)/carteira de identidade;
12 carteiras profissionais expedidas pelos órgãos da classe em questão;

É importante ressaltar que, após o recolhimento dos documentos listados, a empresa


deve devolvê-los em até dois dias (48 horas), já que mantê-los por mais tempo pode
caracterizar crime de retenção de documentos. Depois de formalizada a inserção do novo
colaborador, ainda é necessário integrá-lo à organização. Isso inclui apresentar as normas e
regras, os departamentos e seus colegas de equipe e a cultura da empresa.

4.6.5 O processo de demissão

Um desligamento é sempre um momento delicado, tanto para a empresa quanto para o


colaborador. Logo, é crucial que o processo de demissão seja conduzido da forma mais
adequada possível, evitando aborrecimentos e problemas para ambas as partes.

Os procedimentos adotados e os direitos assegurados ao colaborador variam segundo o


tipo de desligamento. O afastamento de um funcionário pode acontecer por iniciativa da
empresa ou do empregado, com ou sem justa causa. Vamos às diferenças: Tipos de demissão:

4.6.6 Iniciativa do empregado sem justa causa

O rompimento do contrato de trabalho pode ser solicitado pelo empregado com ou


sem justa causa. Sem justa causa, o pedido de demissão garante ao colaborador os seguintes
direitos:

 aviso prévio: após o requerimento de afastamento, o funcionário tem direito a


continuar na empresa por um período para ter tempo de conseguir se reposicionar no
mercado de trabalho. Este período pode ser de 30 a 90 dias, dependendo do tempo de
serviço;
 saldo salarial: é garantido ao funcionário o valor proporcional de seu salário em
relação aos dias trabalhados no último mês na empresa;
86

 13º salário: se a rescisão acontecer antes do colaborador receber seu 13º salário, ele
tem direito ao valor proporcional em relação aos meses trabalhados naquele ano;
 férias proporcionais: o funcionário deve receber a remuneração proporcional a todos
os dias não usados de férias que ele tenha direito.
 Se um colaborador pedir demissão e estiver há menos de um ano empregado, ele não
terá direito ao 13º salário nem às férias proporcionais.

4.6.7 Iniciativa do empregado com justa causa

Quando o empregador pratica falta grave ao colaborador, é estabelecido que houve


uma demissão indireta por parte da empresa. Isso acarreta no pedido de demissão pelo
empregado com justa causa.

São descritos no Artigo 483 da CLT as razões que podem levar à anulação do contrato
por iniciativa do empregado com justa causa. Nesse caso, é garantido ao colaborador os
mesmos direitos que em uma demissão sem justa causa por iniciativa do empregador.

4.6.8 Iniciativa do empregador sem justa causa

Além dos direitos estabelecidos no pedido de demissão sem justa causa, nesse caso
ainda são assegurados os seguintes direitos ao colaborador:

 indenização de 40% do montante dos depósitos de FGTS;


 indenizações adicionais de acordo com as convenções e acordos coletivos de trabalho
de cada classe e categoria;
 saque de FGTS em conta vinculada;

4.6.9 Iniciativa do empregador com justa causa

No caso de o desligamento a pedido da empresa ser justificado com falta grave de


acordo com o Artigo 482 da CLT, é garantido ao funcionário apenas o saldo de salário e as
férias vencidas.
87

É essencial que esse tipo de demissão seja amparado por documentos que provem as
circunstâncias, como advertências escritas, controle de ponto (revelando faltas, por exemplo),
além do comunicado de notificação da demissão.

Independentemente do tipo de demissão, é necessário que o colaborador faça o exame


demissional e que seja registrado o desligamento em sua carteira de trabalho.

4.7 VALE TRANSPORTE

O direito ao vale-transporte é um importante benefício concedido ao trabalhador pela


legislação brasileira. Na verdade, trata-se de uma antecipação feita pelo empregador, uma vez
que o trabalhador pagará uma parte dos custos de seu transporte entre a residência e o local de
trabalho, e vice-versa.

Desse modo, o deslocamento do colaborador é considerado um custo social dos


processos produtivos e, por esse motivo, o pessoal de Recursos Humanos deve estar atento
para evitar falhas nesse quesito.

4.7.1 Normas da lei sobre o benefício

Até o ano de 1987, a concessão do vale-transporte era facultativa. Com a Lei No 7.619
daquele ano, o benefício passou a ser obrigatório para todos os trabalhadores que assim o
desejarem. Por outro lado, se a empresa providenciar o respectivo transporte, pode ser
dispensada da obrigatoriedade de fornecer o vale em questão.

O benefício só pode ser utilizado para o fim a que se destina. Portanto, é falta grave a
prática costumeira de alguns trabalhadores de receber o vale-transporte e negociá-lo com
terceiros — ato que pode motivar a demissão por justa causa. Atualmente, com a concessão
por meio do cartão magnético, essa prática fica bem mais limitada.
88

4.7.2 Quem tem direito ao vale transporte?

Todo e qualquer empregado de uma empresa, mesmo que atue em caráter temporário,
assim como os domésticos, tem direito a receber o benefício. Se for do desejo do funcionário,
a solicitação do vale-transporte deve ser feita com informações sobre o deslocamento que
necessita fazer.

Para esse fim, um formulário próprio para a solicitação deve ser preenchido pelo
trabalhador com informações fidedignas sobre seu trajeto de ida e volta. Quanto a esse
quesito, não pode haver informação falsa, como afirmar que mora em um bairro diferente.

4.7.3 O que precisa ser informado para a liberação do benefício?

Para receber o benefício do vale-transporte, é estritamente necessário que o


funcionário informe em sua solicitação:

 o seu endereço residencial completo;


 o meio de transporte utilizado para realizar o trajeto;
 o número de vezes que realiza o deslocamento da residência ao local de trabalho e
vice-versa.

4.7.4 Quando o benefício deve ser concedido ao trabalhador?

O objetivo da garantia do direito ao vale-transporte é viabilizar o deslocamento do


trabalhador de sua casa até o local de trabalho. Desse modo, sua concessão deve ser
antecipada, isto é, primeiro ele recebe o benefício e depois é descontado do seu pagamento.

4.7.5 Quanto deve ser descontado do salário?

Por determinação da legislação aplicável, o limite de desconto é de 6% do salário do


trabalhador — excluídos os adicionais e vantagens. O restante do custo do vale-transporte
deve ser pago pelo empregador.
89

Para esclarecer essa conta, vamos pegar como exemplo um salário de R$1.200,00. De
acordo com essa quantia, o valor a ser descontado para o benefício seria de R$72,00 (6% de
R$1.200,00).

4.7.6 A concessão pode ser em dinheiro?

Em princípio, por determinação da própria legislação, a empresa não deve fornecer o


valor em espécie(dinheiro).
No entanto, o valor correspondente ao benefício pode ser pago em dinheiro, como
situação de exceção, se for item vigente de acordo ou convenção coletiva de trabalho. Nesse
caso, deve constar nos lançamentos mensais da folha de pagamento.

4.7.7 Existe distância máxima para receber o benefício?

A legislação não limita o trecho para fins de concessão. Desse modo, o vale-transporte
deve ser fornecido para qualquer distância de deslocamento, desde que tenha sido declarada
pelo empregado no formulário em que solicitou o benefício.

4.8 BENEFÍCIOS

4.8.1 Pró-Labore – Retirada

O pró-labore é o salário que o dono ou sócios recebem por trabalhar no negócio.


Portanto, o pró-labore é pago apenas aos sócios/proprietários da empresa, diferente do salário
que é pago aos funcionários. Além do valor pago aos sócios a título de pró-labore, é
necessário calcular o INSS sobre a retirada.

A lei estabelece 20% sobre o valor das retiradas (não optantes pelo Simples Nacional)
lembrando que, dependendo do valor da retirada, também poderá incidir imposto de renda
sobre ele.
90

4.8.2 Outros Benefícios Concedidos aos Empregados

Estes benefícios merecem cuidado na hora da formatação do preço de venda. Devem


ser calculados de forma mensal e incluídos na formação do preço de venda de um produto ou
serviço caso sua empresa os concedam aos seus empregados.

4.8.3 Vale-Transporte

É um benefício concedido ao funcionário pela empresa. Seu valor varia de funcionário


para funcionário, dependendo do local onde ele reside. Engloba a passagem de ida e volta à
empresa. Esse benefício poderá descontar até 6% do salário do funcionário.

4.8.4 Uniformes

Deve-se verificar a atividade que o funcionário irá desempenhar para proceder ao


cálculo do custo dos uniformes. Por exemplo: se ele irá exercer a atividade de eletricista,
mecânico, lavador de carros, etc. O cálculo a ser utilizado será:

 Para um ano de serviço prestado, um número “x” de uniformes terá que ser fornecido
para cada funcionário.
 Normalmente, dependendo da atividade, chegam a fornecer até quatro uniformes por
ano. Lembre-se desta dica para embutir, no seu preço, o custo dos uniformes.
 Você deverá multiplicar:
 Número de funcionários x o número de uniformes a ser fornecido anualmente x custo
unitário.
 O resultado será o valor a ser incluído na formação do preço referente a uniformes.

4.8.5 EPIs - Equipamentos de Proteção Individual

Pela lei, em algumas atividades, você deverá fornecer equipamentos de segurança aos
seus funcionários. A linha de raciocínio é a mesma para os uniformes, mas com um agravante:
os EPIs devem ser trocados com certa periodicidade, em função de validade, e, em algumas
91

situações, por imposição da empresa que está terceirizando o serviço para você. Portanto, não
se esqueça desses detalhes, que são importantes na sua formação do preço de venda.

Antes de entrar em qualquer concorrência/licitação, observe o que estamos sugerindo


neste Curso para não ter prejuízo. Conhecer bem o serviço que será executado, obter
informações sobre os equipamentos de proteção individual e outras exigências da empresa
que irá terceirizar é de suma importância para a definição do preço do serviço.

Exemplo: Fornecimento de EPIs mensais (média por funcionário):


1 capacete + 1 uniforme + 1 botina + diversos = R$ 250,00 a cada 5 meses = R$
50,00/mensal/funcionário.

4.8.6 Alimentação

Em alguns casos, a empresa terá que conseguir uma outra firma para fornecer a
alimentação para seus funcionários. É importante que faça os cálculos corretos para embutir
no preço de venda.

Exemplo: Fornecimento de refeições mensais (média por funcionário): 25 almoços (R$ 4,50)
+ 25 cafés da manhã (R$ 1,50) = R$ 150,00 por mês/funcionário.

Em se tratando de tíquete-alimentação/restaurante, o cálculo deverá ser feito


multiplicando o valor unitário do tíquete pelo número de dias de concessão e, posteriormente,
multiplicando pelo número de funcionários.

4.8.7 Transporte de Pessoal

Caso sua empresa forneça serviço de transporte para seus funcionários, ela deverá
embutir os custos na hora de formar o preço de venda de produtos e serviços.
92

4.8.8 Plano de Saúde

Deverão ser incluídos na sua planilha de custos os valores desembolsados


mensalmente pela empresa para concessão desse benefício aos seus funcionários.

4.8.9 Seguro de Pessoal

O seguro de pessoal também poderá ser exigido pelo sindicato ou mesmo oferecido
pela empresa. Deverá fazer parte da composição de preço de custo de seu produto ou serviço.

4.8.10 Medicina do Trabalho

Por ser uma exigência legal, não se esqueça de incluir no seu preço de venda o custo
referente à medicina do trabalho.

Todo trabalhador regido pela CLT, sendo facultativo ao empregado doméstico, deve
submeter-se aos exames médicos ocupacionais, sendo estes obrigatórios na admissão, na
demissão e periodicamente no curso do vínculo empregatício. Os custos dos exames são
responsabilidade do empregador.

4.9 CONECTIVIDADE SOCIAL – E-SOCIAL

4.9.1 O que é E-Social?

O E-Social – Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e


Trabalhistas foi instituído pelo Decreto nº 8373/2014 e é uma ação conjunta de órgãos e
entidades do governo federal, tais como Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB, Caixa
Econômica Federal, Instituto Nacional do Seguro Social – INSS e Ministério do Trabalho –
MTB.

Por meio desse sistema, os empregadores passarão a comunicar digitalmente ao


Governo, de forma unificada, todas as informações relativas ao seu quadro de funcionários e
obrigações trabalhistas, como vínculos empregatícios, contribuições previdenciárias, dados da
93

folha de pagamento, comunicações de acidente de trabalho, aviso prévio, escriturações fiscais,


informações sobre o FGTS e outras informações relevantes.

O E-Social pretende substituir 15 obrigações acessórias relacionadas à contratação de


empregados atualmente existentes. São elas:

GFIP – Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social

CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados para controlar as admissões e


demissões de empregados sob o regime da CLT

RAIS – Relação Anual de Informações Sociais.

LRE – Livro de Registro de Empregados

CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho

CD – Comunicação de Dispensa

CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social

PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário

DIRF – Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte

DCTF – Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais

QHT – Quadro de Horário de Trabalho

MANAD – Manual Normativo de Arquivos Digitais

Folha de pagamento

GRF – Guia de Recolhimento do FGTS


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GPS – Guia da Previdência Social

Assim, com a implantação do E-Social, o Governo espera viabilizar a garantia aos


diretos previdenciários e trabalhistas dos empregados, racionalizar e simplificar o
cumprimento de obrigações acessórias, eliminar a redundância de informações prestadas pelas
pessoas físicas e jurídicas, aprimorar a qualidade das informações das relações de trabalho,
previdenciárias e tributárias, bem como facilitar o processo fiscalizatório e o combate a
sonegação.

A legislação prevê, ainda, tratamento diferenciado às micro e pequenas empresas no


que diz respeito ao tratamento e envio das informações ao E-Social.

4.9.2 Quem está obrigado ao envio do E-Social?

Todo aquele que contratar prestador de serviço, pessoa física ou jurídica, e/ou que
possua alguma obrigação trabalhista, previdenciária ou tributária por força da legislação
vigente está obrigado a enviar informações decorrentes desses fatos por meio do E-Social.
Dessa forma, estão obrigados ao envio do E-Social aqueles que figurarem nessa relação de
trabalho tanto como Empregador, nos termos definidos pelo art. 2º da CLT, quanto como
Contribuinte, conforme delineado pela Lei nº 5.172, de 1966 (Código Tributário Nacional–
CTN), na qualidade de empresa, inclusive órgão público, ou de pessoa física equiparada a
empresa, conforme prevê o art. 15 da Lei nº 8.212, de 1991.

4.9.3 Qual é o prazo para a implantação do E-Social?

A utilização do E-Social é obrigatória desde janeiro/2018, conforme cronograma


abaixo. Por isso, é importante que você tome ciência de como a sua empresa se encaixa no
cronograma de implantação do E-Social para que não haja surpresas.
95

4.9.4 Quais as melhorias do E-social para os trabalhadores?

Um dos primeiros benefícios que poderão ser identificados é a integração de dados dos
seus funcionários. Todas essas informações estarão cadastradas na mesma base de dados do
E-Social e dispensará a utilização de outros sistemas diferenciados.
Atualmente, as empresas utilizam um aplicativo para enviar uma informação x e outro
para transmitir um dado y. Com o E-Social esse tipo de coisa deixará de acontecer, pois todas
as obrigações serão realizadas na mesma plataforma utilizando uma base de dados única.

4.9.5 Controle de informações

Além disso, os dados dos funcionários como: data de admissão, limite para férias,
vencimento de contratos, entre outros, passarão a ser integrados na plataforma do E-Social.
Assim, você poderá ter controle de todas essas informações de forma mais fácil e ágil.

Isso implica afirmar que, se você precisar saber a data limite para conceder férias a um
colaborador, basta pesquisar no sistema do E-Social que ela estará disponível.

4.9.6 Atendimento a todas as questões legais

Não dá para falar em questões trabalhistas sem mencionar a legislação. O nosso


ordenamento jurídico é extremamente amplo e as Leis que regulamentam as normas entre o
relacionamento entre empregado e empregador são bastante complexas.

As varas do trabalho estão frequentemente lotadas de funcionários que reclamam


direitos trabalhistas que foram feridos, porém, muitos deles ocorrem por falta de
conhecimento do empregador que, obviamente, se não for uma pessoa da área do direito, não
deve conhecer todos os detalhes da lei trabalhista.

O empresário deve se preocupar com questões como: capital de giro, fluxo de caixa, a
execução da sua atividade fim, bem como, o controle financeiro empresarial. Assim, ele deve
deixar essas questões legais para serem resolvidas por quem tem conhecimento sobre elas.
96

O E-Social, portanto, surgiu para dirimir esse tipo de problema. Como as obrigações
serão geradas por ele, dificilmente um empregador cometerá algum tipo de erro na hora de
cumprir com elas. Isso porque, ele alimentará o sistema com os dados de cada colaborador e o
próprio aplicativo fará o cálculo e o envio das obrigações acessórias.

Isso, sem dúvidas, servirá para reduzir o número de passivos trabalhistas que chegam
na vara do trabalho, bem como, os transtornos que esse tipo de processo judicial causa para a
empresa e o funcionário.

4.9.7 Facilidade na admissão e demissão de colaboradores

O E-Social acompanhará o funcionário em toda a sua jornada na empresa, isso inclui a


admissão e a sua demissão. Os maiores problemas relacionados a área trabalhista de uma
empresa estão ligados a essas duas ações, principalmente, a rescisão.

Como o E-Social fará o cálculo e os demais trâmites, ficará mais fácil para os
colaboradores que atuam com essas questões, bem como, a sua contabilidade, realizar esse
procedimento, tornando-o mais correto e evitando problemas na justiça.

4.9.8 Facilidade de utilização da plataforma

Por fim, um dos grandes benefícios que você poderá obter com o E-Social é a
facilidade de utilização da plataforma. Os programas que algumas empresas utilizam e que
serviram a elas durante muitos anos, como: SEFIP, CAGED, Conectividade Social, entre
outros, apresentavam uma série de problemas de acesso.

Alguns exigiam programas específicos que, em sua grande maioria, ficaram para trás
com o avanço da tecnologia. Em muitos casos, era necessário inserir aplicativos
desatualizados para conseguir acessar ou enviar alguma informação trabalhista ao fisco.

Com o E-Social, esse problema simplesmente não existirá mais. O sistema foi
desenvolvido com o que há de mais moderno e avançado, proporcionado ao usuário mais
rapidez e facilidade de acesso em qualquer lugar que tenha internet à disposição.
97

5.0 INFORMAÇÃO DA GFIP / SEFIP

A Lei nº 9.528/97 introduziu a obrigatoriedade de apresentação da Guia de


Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social
- GFIP.

Desde a competência janeiro de 1999, todas as pessoas físicas ou jurídicas sujeitas ao


recolhimento do FGTS, conforme estabelece a lei nº 8.036/90 e legislação posterior, bem
como às contribuições e/ou informações à Previdência Social, conforme disposto nas leis nº
8.212/91 e 8.213/91 e legislação posterior, estão obrigadas ao cumprimento desta obrigação.

Deverão ser informados os dados da empresa e dos trabalhadores, os fatos geradores


de contribuições previdenciárias e valores devidos ao INSS, bem como as remunerações dos
trabalhadores e valor a ser recolhido ao FGTS.

A empresa está obrigada à entrega da GFIP ainda que não haja recolhimento para o
FGTS, caso em que esta GFIP será declaratória, contendo todas as informações cadastrais e
financeiras de interesse da Previdência Social.

Inexistindo recolhimento ao FGTS e informações à Previdência Social, o


empregador/contribuinte deve transmitir pelo Conectividade Social um arquivo
SEFIPCR.SFP com indicativo de ausência de fato gerador (sem movimento), que é assinalado
na tela de abertura do movimento, para o código 115.

O arquivo deve ser transmitido para a primeira competência da ausência de


informações, dispensando-se a transmissão para as competências subsequentes até a
ocorrência de fatos determinantes de recolhimento ao FGTS e/ou fato gerador de contribuição
previdenciária.

5.1.1 Entrega

A GFIP deverá ser entregue/recolhida até o dia 7 do mês seguinte àquele em que a
remuneração foi paga, creditada ou se tornou devida ao trabalhador e/ou tenha ocorrido outro
98

fato gerador de contribuição à Previdência Social. Caso não haja expediente bancário no dia
7, a entrega deverá ser antecipada para o dia de expediente bancário imediatamente anterior.

5.1.2 Orientações para preenchimento

As orientações para o correto preenchimento da GFIP - meio magnético (SEFIP) e


demais informações sobre o assunto estão minuciosamente detalhadas no Manual da GFIP.

 Desobrigados de entregar a GFIP

 Estão desobrigados de entregar a GFIP:

 - O contribuinte individual sem segurado que lhe preste serviço;

 - O segurado especial;

 - Os órgãos públicos em relação aos servidores estatutários filiados a regime próprio


de previdência social;

 - O empregador doméstico que não recolher o FGTS para o empregado doméstico;

 - O segurado facultativo.

5.1.3 Penalidades

O contribuinte que apresentar a GFIP fora do prazo, que deixar de apresentá-la ou que
a apresentar com incorreções ou omissões está sujeito às multas previstas na Lei nº
8.212/1991 e às sanções previstas na Lei nº 8.036/1990.

A multa por atraso na entrega da GFIP correspondente a 2% (dois por cento) ao mês-
calendário ou fração, incidente sobre o montante das contribuições informadas, ainda que
integralmente pagas, respeitados o percentual máximo de 20% (vinte por cento) e os valores
99

mínimos de R$ 200,00, no caso de declaração sem fato gerador, ou de R$ 500,00, nos demais
casos.

No caso de entrega de mais de uma GFIP em atraso com chaves distintas por
competência, a base de cálculo corresponde à soma dos montantes das contribuições
informadas nessas GFIP, abrangendo todos os números de inscrição do sujeito passivo, exceto
as GFIP com os códigos de recolhimento nº 130, 135, 608 e 650.

O contribuinte autuado com multa por atraso na entrega da GFIP deve recolher ou
impugnar o crédito tributário no prazo de trinta dias contados da ciência do Auto de Infração.
O pagamento deve ser efetuado por meio de DARF, utilizando o código de receita 1107.

O não pagamento da multa por atraso na entrega da GFIP até a data de vencimento do
débito resulta em impedimento para emissão da Certidão Conjunta de Débitos Relativos a
Tributos Federais e à Dívida Ativa da União.

5.1.4 Retificações

As informações prestadas incorretamente devem ser corrigidas por meio do próprio


SEFIP a partir de 01/12/2005, conforme estabelecido no Capítulo V do Manual da GFIP
aprovado pela IN RFB nº 880, de 16/10/2008 e pela Circular CAIXA nº 451, de 13/10/2008.
Os fatos geradores omitidos devem ser informados mediante a transmissão de novo
arquivo SEFIPCR.SFP, contendo todos os fatos geradores, inclusive os já informados, com as
respectivas correções e confirmações.

Para a retificação de informações, observar as orientações sobre chave de GFIP/SEFIP


e modalidades, nos subitens 7.1 e 7.2 no Capítulo I do Manual da GFIP.

5.1.5 O que é SEFIP?

O Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social


(SEFIP) foi criado pela Caixa Econômica Federal. É um programa disponibilizado
100

gratuitamente para o envio de informações referentes aos dados cadastrais e financeiros da


empresa e dos colaboradores.

5.1.6 Para que serve o SEFIP?

Este programa surgiu com o intuito de facilitar o envio de informações sobre o FGTS.
Por meio deste sistema, cumprir as devidas obrigações sociais com os trabalhadores se tornou
um processo mais ágil. Todas as informações enviadas pelo sistema são utilizadas pela
Previdência Social e pelo órgão que controla o FGTS.

5.1.7 Como obter o SEFIP?

Para baixar o SEFIP, basta acessar o site da Caixa Econômica Federal, entrar na área
de downloads e clicar nos links FGTS – SEFIP/GRF e FGTS – Conectividade social.

É necessário também ter um certificado digital para poder transmitir os arquivos. Esse
certificado é uma assinatura eletrônica que protege as transações e permite que as empresas
assinem e se identifiquem automaticamente.

5.1.8 Qual a diferença entre SEFIP e GFIP?

A diferença entre SEFIP e GFIP é a seguinte: SEFIP é o programa (aplicativo) que


permite que o empregador gere a GFIP, que é a Guia de Recolhimento do FGTS e de
Informações à Previdência Social. Essa guia deve conter informações de um cadastro eficiente
de vínculos e remunerações dos beneficiários da Previdência Social.

É por meio das informações contidas na GFIP que o INSS concede os benefícios aos
trabalhadores. Essas informações fornecidas pela empresa comprovam o tempo de
contribuição do empregado, bem como as remunerações recebidas. Dessa forma, a GFIP
disponibiliza informações importantes que permitem que o INSS avalie os pedidos de
aposentadoria, auxilio doença, etc.
101

Mesmo que não haja recolhimento referente ao FGTS, as empresas continuam


obrigadas a entregar a GFIP, que contém as informações cadastrais de interesse da
Previdência Social.

Depois das informações serem transmitidas por meio do arquivo SEFIP, é gerada a
guia de recolhimento do FGTS, por meio do E-Social. Como a guia é gerada com código de
barras, o pagamento pode ser realizado em agências bancárias conveniadas, casas lotéricas, ou
por meio de internet banking.

5.1.9 O que deve ser informado?

Devem ser informados os dados financeiros e cadastrais do empregador, do


contribuinte e dos trabalhadores, além dos valores das contribuições do FGTS e
previdenciárias, os afastamentos e retornos dos funcionários, o salário família e o salário
maternidade.

Essas informações ficam registradas na base de dados da Previdência Social. Dessa


forma, o colaborador tem acesso a todos os dados necessários, quando solicitar qualquer
benefício previdenciário e também as informações do seu Cadastro Nacional de Informações
Sociais (CNIS).

5.1.10 Quem pode usar o SEFIP?

Tanto pessoas físicas quanto pessoas jurídicas podem usar o Sistema Empresa de
Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social, desde que estejam empregando
trabalhadores, ou que possuam estabelecimentos ou obras sem movimento.

Os profissionais devem ser registrados em contrato — de pleno acordo com as normas


exigidas pela CLT e que estejam enquadradas no recolhimento do FGTS, de acordo com a Lei
nº. 8.036, de 11/5/1990.
102

5.1.11 Empregador doméstico é obrigado a usar o SEFIP?

Desde outubro de 2015, os empregados domésticos são contemplados pelo Sistema


Doméstico, não havendo mais recolhimento da GFIP gerada pelo SEFIP.

5.1.12 Como transmitir o arquivo SEFIP?

De acordo com as informações descritas na Circular CAIXA nº. 548/2011, os arquivos


gerados pelo SEFIP devem ser transmitidos pela internet, por meio do canal eletrônico de
relacionamento intitulado Conectividade Social.

Mensalmente, os critérios para transmissão do SEFIP são:

 Apenas recolhimentos ao FGTS.


 Recolhimentos e informações ao FGTS.
 Apenas informações à Previdência Social.

É importante ressaltar que, mesmo que a empresa recolha devidamente o FGTS ou os


encargos sociais, ela é obrigada a transmitir os arquivos SEFIP. Dessa forma, não adianta
realizar somente o pagamento, a empresa deve informar os dados que geraram esse
pagamento.

Para evitar o pagamento de multas, o FGTS deve ser recolhido até o sétimo dia do mês
seguinte referente à remuneração paga ao trabalhador. Se o pagamento foi realizado no dia 20
de março, por exemplo, o recolhimento deve acontecer até o dia 7 de abril. Caso o sétimo dia
caia em um final de semana, deve-se adiantar o pagamento.

Essa regra vale tanto para o recolhimento do FGTS quanto para as informações
geradas pelo SEFIP e enviadas por meio da Conectividade Social para a Caixa Econômica
Federal. Uma observação importante: de acordo com o calendário nacional, sábado e domingo
não são considerados dias úteis.
103

5.1.13 Qual o tempo de conservação dos documentos?

O prazo legal para que o empregador mantenha os documentos arquivados é de 30


anos — tanto para fins de controle quanto de possível fiscalização.

Os documentos que devem ser guardados são:

 Comprovante de pagamento das contribuições (a guia e o comprovante de


pagamento).
 Retificação/Protocolo de dados do FGTS.
 Comprovante de confissão de não recolhimento de valores de FGTS e de contribuição
social, além do arquivo NRA.SFP.
 Comprovante/Protocolo de solicitação de exclusão, conforme previsto em circular
CAIXA, que estabelece procedimentos pertinentes à retificação de informações,
transferência de contas FGTS e à devolução de valores recolhidos ao FGTS.

5.1.14 Quais são as penalidades?

O empregador é penalizado quando:

 Não transmite o arquivo SEFIP.


 Transmite, mas oculta ou informa dados que não condizem com a verdade.
 Transmite o arquivo da SEFIP com erros de preenchimento.
 Ao responsável, cabem sanções previstas na Lei nº. 8.036, de 11/5/1990, no que se
refere ao FGTS, e as multas, previstas na Lei nº. 8.212, de 24/7/1991, no que tange à
Previdência Social, conforme disposto na Portaria Interministerial MPS/MTE nº. 227,
de 25/2/2005.

Além disso, o empregador fica impedido de obter a certidão negativa de débito —


documento emitido pela Secretaria de Estado da Fazenda provando que não existem dívidas
referentes àquele CNPJ.
104

Para auxiliar o profissional responsável pela SEFIP, a Metadados possui o software


Folha de Pagamento que gera o arquivo de importação que deverá ser transmitido à
plataforma do E- Social. Além disso, o módulo emite relatórios automáticos que
possibilitam a identificação de possíveis inconsistências no preenchimento da SEFIP.
Conheça mais sobre o software Folha de Pagamento.

5.2 GRRF – GUIAS DE RECOLHIMENTO DO FGTS

5.2.1 O que é GRRF?

A GRRF é uma guia usada para a retirada do FGTS no momento da rescisão de


contrato em algumas condições específicas. Ela é feita pelo empregador a partir da integração
de informações da folha de pagamento na plataforma da caixa, Conectividade E-Social.

É um documento importante, que traz vantagens tanto para o gestor quanto para o
colaborador. Mas é preciso entender bem a GRRF para saber como elaborar, conferir e usar
esse documento. Ficou curioso? Acompanhe este artigo, produzido pela Metadados, empresa
especializada há mais de 32 anos em softwares para a gestão de RH.

GRRF é a sigla para Guia de Recolhimento Rescisório do FGTS. O FGTS, como você
já sabe, é o Fundo de Garantia de Tempo e Serviço, formado a partir de depósitos mensais que
podem ser de 8% ou 2% do salário do empregado, conforme o caso. Esse fundo busca ajudar
o profissional em casos de demissão sem justa causa e é uma obrigação do empregador
realizar estes depósitos.

Assim, a GRRF é o documento que vai permitir ao profissional retirar o dinheiro


armazenado no seu fundo de garantia e também os valores que são pagos em caso de
desligamento.

5.2.2 Para quem a GRRF se destina?

A GRRF é destinada para todos aqueles que têm direito à retirada do FGTS, ou
seja, que estão em processo de desligamento dentro das seguintes condições:
105

 Rescisão sem justa causa ou antecipada do contrato a termo por iniciativa do


empregador;
 Rescisão por término do contrato a termo;
 Rescisão por culpa recíproca (tanto do empregador quanto do empregado);
 Dispensa por força maior, como falência da organização, entre outros;
 Rescisão indireta, que é quando o empregador comete uma falta grave.
 Qual é a vigência da GRRF?
 Em agosto de 2007, a GRRF passou a valer para o mercado de trabalho. Ela veio para
substituir a Guia de Recolhimento Rescisório do FGTS e da Contribuição Social
(GRFC). Entretanto, a integração da Guia de Recolhimento do FGTS com o eSocial –
Empregador Doméstico só ocorreu a partir de 2015, com o lançamento de mais
recursos tecnológicos e a popularização dos aplicativos.

5.2.3 Como a GRRF pode ser gerada?

A Receita Federal, junto com o Ministério do Trabalho, a Caixa Econômica Federal e


o Instituto Nacional do Seguro Social, desenvolveu a E-Social, um instrumento para unificar
informações sobre previdência, direitos trabalhistas e deveres fiscais das empresas. Nesse site,
o empregador tem que registrar todas as informações que se referem aos seus colaboradores.

A intenção da medida é facilitar os processos para as organizações, integrando as


informações. Para os demais empregadores, a guia é gerada por meio do aplicativo GRRF
integrado com a Conectividade E-Social. O aplicativo calcula valores a serem pagos,
relacionando dados dos empregadores e dos colaboradores.

5.2.4 Quais são as vantagens da GRRF?

A Guia do Recolhimento do FGTS facilita muito a vida do empregador e do


profissional. Por ter um código de barras, ela permite o pagamento por vários canais e torna o
acesso mais fácil. O gestor pode realizar todo o processo do seu computador, por meio de um
aplicativo, sem precisar ir a um banco.
106

Com a automação do processo, há menos erros e a conferência dos dados fica mais fácil.

5.2.5 Quais são os locais de recolhimento?

Os valores podem ser recolhidos em unidades lotéricas (nelas, o valor é limitado a R$


2000); nas agências dos bancos conveniados ao sistema FGTS; no autoatendimento e nos
aplicativos de internet banking da Caixa. É bom lembrar que o código de barras ou sua
representação numérica deve estar dentro da validade impressa para efetuar a operação.
5.2.6 Como realizar a conferência?

Conferir a GRRF e ver se os valores registrados nela estão de acordo com a folha de
pagamento é fundamental. Isso porque falhas nesses documentos podem acabar levando a
prejuízos para o empregador ou para o profissional em desligamento. A justiça do trabalho
também pode punir o erro com multas.

O aplicativo da Caixa, por ser informatizado, tende a gerar números mais confiáveis,
mas é uma boa ideia olhar se está tudo certo, pois às vezes o gestor pode falhar ao transmitir
alguma informação. Mas como conferir a GRRF? Vamos explicar passo a passo:

No tópico “Mês da rescisão”, comece conferindo se o valor do FGTS está correto,


multiplicando 8% ou 2% pelo valor do salário ou remuneração. Esse será o FGTS
correspondente ao último mês de serviço, que deve ser proporcional aos dias de trabalho.

Quando há aviso prévio indenizado (ou seja, quando a empresa dispensa o profissional
sem notificá-lo com antecedência), ela paga uma quantia compensatória. Corresponde a 8%
ou 2% do valor ao aviso prévio indenizado. Caso haja multa rescisória, ela corresponde a 50%
do valor do FGTS que está armazenado no fundo, sendo que 40% de multa rescisória do
FGTS vai para o profissional e 10% da contribuição social vai para a união. O total que o
profissional recebe é a soma dos depósitos de rescisão do mês, do aviso prévio indenizado e
da multa rescisória. O gestor também deve pagar a contribuição social e outros tipos de multa.
107

5.2.7 Quais são os casos especiais com a GRRF?

O principal caso especial na GRRF é o trabalhador doméstico. Desde 2015, o


empregador deve informar o eSocial quando o doméstico se desliga e deve remunerá-lo com o
FGTS. É preciso gerar o Documento de Arrecadação Social (DAE). Além disso, a
contribuição de FGTS do doméstico é de 11,2% (8%, assim como a arrecadação de FGTS de
outras profissões, mais 3,2% para o recolhimento em caso de rescisão).

A Guia de Recolhimento Rescisório do FGTS registra os depósitos no fundo de


garantia e serve como documento para retirar os valores da conta.

A GRRF é destinada para alguns casos específicos de rescisão, como a demissão sem
justa causa ou antecipada, por falta do empregador, por encerramento de contrato, por força
maior, por culpa do empregador e do empregado.

Esse documento trouxe muitas vantagens porque automatizou o processo de emissão


da Guia Rescisória e aumentou a acessibilidade, trazendo mais facilidade para o gestor e para
o profissional. Mesmo assim, é bom conferir a GRRF para verificar se houve qualquer tipo de
falha na transmissão de informação. Dessa maneira, você evita prejuízos e problemas
trabalhistas.

Para conseguir conferir a GRRF com exatidão, o próprio sistema de folha de


pagamento da Metadados faz a averiguação e emissão. Dessa maneira, profissional e empresa
ficam resguardado de multas.

5.3 GUIA DE RECOLHIMENTO DO INSS

5.3.1 DCTF Web

No tocante à contribuição previdenciária teremos a substituição da GFIP pela DCTF


Web, e será por meio desta nova declaração que a empresa confessará os débitos de
contribuições previdenciárias e os valores devidos a outras entidades e fundos.
108

A DCTF Web é uma declaração online, gerada a partir das informações prestadas no
eSocial e na EFD-Reinf, escriturações digitais integrantes do projeto SPED. Assim, teremos
um novo fluxo no processo de apuração da contribuição previdenciária.

5.3.2 DARF Previdenciário

Teremos mudanças também no formato da guia de recolhimento desse tributo.


Atualmente as empresas utilizam a GPS, que é emitida pelo programa do SEFIP, e com a
entrada em vigor da DCTF Web, o empregador passará a utilizar o DARF Previdenciário.
Para que os valores de contribuição previdenciária sejam processados pela DCTF
Web, é necessário que a empresa tenha realizado o encerramento dos eventos periódicos, no
E-Social e na EFD-Reinf.

O encerramento da folha no E-Social será feito através do evento S-1299 até o dia 07
do mês seguinte, e não havendo expediente bancário, a entrega deve ser antecipada para o dia
útil imediatamente anterior.

A aceitação desse evento pelo eSocial conclui a totalização das bases de cálculo
relativas à remuneração dos trabalhadores e as demais informações de fatos geradores de
contribuições sociais previdenciárias e de outras entidades e fundos, possibilitando a
integração e o envio dos débitos apurados para a DCTF Web.

5.3.3 E se não conseguir enviar o fechamento da folha?

As empresas que por questões técnicas não conseguirem fazer o fechamento da folha
ou tiverem dificuldades no fechamento da EFD-Reinf, no período de apuração de setembro de
2018, poderão recolher as contribuições previdenciárias não incluídas na DCTF Web através
da emissão de DARF Avulso.

Mas para isso, a Receita Federal recomenda que a empresa faça a transmissão para o
E-Social do evento S-1295 (Totalização para Pagamento em Contingência). Este evento é
destinado a solicitar a totalização das contribuições sociais, quando houver o insucesso no
encerramento da competência (evento S-1299).
109

Essa totalização permite a geração da DCTF Web e de DARF numerado com os


valores das contribuições calculadas até o momento de envio do evento S-1295. Assim,
apenas as contribuições não incluídas nesta totalização para pagamento em contingência
devem ser recolhidas por meio do DARF Avulso.

Mas atenção! O evento S-1295 é capaz de comandar a geração da DCTF Web, mas ele
não realiza o fechamento da competência no E-Social, então após fazer os ajustes necessários,
você precisará transmitir o evento S-1299.

Depois do fechamento da folha no E-Social, o contribuinte deverá retificar a DCTF


Web para complementação da confissão da dívida e adotar os procedimentos de ajuste do
DARF Avulso ao DARF numerado por meio do sistema Sistad, a ser disponibilizado
brevemente no Centro Virtual de Atendimento da Secretaria da Receita Federal do Brasil (e-
CAC).

5.3.4 Como emitir o DARF Avulso?

A emissão do DARF Avulso será feita através do sistema SicalcWeb.

Veja abaixo as instruções para preencher o DARF Avulso:

 O contribuinte deverá calcular a parcela da contribuição não declarada para emissão


do DARF avulso;
 Deve ser informado o CNPJ da matriz da empresa;
 Deverá ser utilizado o código de receita 9410;
 O campo “Período de Apuração” deverá ser preenchido com o primeiro dia do mês de
apuração, por exemplo, 01/09/2018
 O campo “Número de Referência” não deverá ser preenchido;
 O campo “Data de Vencimento” deverá ser preenchido com o dia 20 do mês seguinte,
caso este não seja útil, a data de vencimento do DARF deve ser antecipada para o dia
útil imediatamente anterior, ou seja, 19/10/2018;
110

 O contribuinte deverá calcular o valor da multa e dos juros, caso o pagamento seja
feito após o vencimento.
 É importante observar que caso o Darf não seja preenchido em conformidade com as
instruções fornecidas, o documento não poderá ser recuperado para ajustes.

Além disso você precisa saber que em nenhuma hipótese a GPS – Guia da Previdência
Social poderá ser utilizada para o pagamento de contribuições sociais que deveriam estar
incluídas no E-Social e/ou EFD-Reinf.

5.3.5 Certidão Negativa de Débitos

Atenção! A correta prestação de informações no E-Social e de emissão do Darf pela


DCTF Web é fundamental! Os débitos confessados via DCTF Web terão impacto no sistema
de emissão da Certidão Negativa de Débitos (CND). Assim, no caso de recolhimento das
contribuições por meio Darf Avulso o contribuinte deverá efetuar os devidos ajustes no
sistema Sistad.

Por isso realize sempre as devidas conferências de seus tributos e não deixe para a
última hora o envio de suas informações. Os prazos são curtos!

5.4 CÁLCULOS TRABALHISTAS

Realizar os cálculos trabalhistas com exatidão assegura a empresa contra multas e


prejuízos diversos e ainda aumenta substancialmente seu poder de negociação nas ações e a
velocidade nos processos trabalhistas. Para realizar o cálculo trabalhista é preciso seguir um
passo a passo a fim de garantir o cumprimento dos direitos do trabalhador e que nenhuma
verba monetária foi esquecida, caso haja uma reclamação trabalhista.

5.4.1 Saldo de salário

O primeiro passo é calcular corretamente o saldo de salário, ou seja, a remuneração


correspondente ao número de dias que o funcionário efetivamente trabalhou no mês da
rescisão. Basta dividir o salário por 30 dias para saber quanto o empregado ganha por dia.
111

Suponhamos que um colaborador ganhe um salário de R$ 900. Dividido por 30 dias


fica R$ 30,00 por dia. Se no mês da rescisão ele trabalhou 8 dias, então 8 x R$ 30,00 = R$
240,00 de saldo de salário.

5.4.2 Aviso prévio

De acordo com os artigos 487 e 491 da CLT, é um comunicado que o empregador


deve fazer para o colaborador (ou vice-versa) informando a ruptura do contrato de trabalho
com antecedência de 30 dias, sob pena de indenizar esse período.
O valor correspondente ao aviso prévio será sempre referente ao valor do salário
mensal do funcionário. Neste exemplo, o valor é de R$ 900,00.

5.4.3 Férias Proporcionais

Nas férias proporcionais, o trabalhador receberá o valor correspondente ao período


aquisitivo incompleto de férias, na proporção de 1/12 por mês de serviço, ou fração superior a
15 dias de trabalho — 15 dias ou mais considera-se um mês — sempre observando as faltas
injustificadas no período aquisitivo.

Exemplo: se o empregado trabalhou cinco meses mais um mês integrado de aviso prévio,
então calcula-se 6/12 de férias proporcionais. Desta forma, divide-se o salário R$ 900,00/12
(meses do ano) e multiplica-se por 6 (5 meses de trabalho mais 1 mês de aviso prévio).

R$ 900,00/12 = R$ 75,00 x 6 = R$ 450,00.

5.4.4 1/3 de Férias

Além das férias proporcionais o trabalhador receberá 1/3 de férias conforme a


Constituição Federal. Para chegar a esse valor divide-se o valor das férias por 3: R$ 450,00/3
= R$ 150,00.
112

5.4.5 13º Salário Proporcional

Tal como as férias proporcionais, o trabalhador tem o direito ao 13º proporcional que
deve ser calculado igualmente: R$ 900,00/12 = R$ 75,00 x 6 = R$ 450,00.

5.4.6 FGTS

O FGTS será pago sobre o saldo de salário. Neste exemplo o empregado trabalhou 8
dias no mês da rescisão, tendo direito a R$ 240,00 de saldo de salário, assim: R$ 240,00 x 8%
= R$ 19,20.

Também incidirá sobre o 13º salário proporcional. R$ 450,00 x 8% = R$ 36,00.


Total: R$ 55,20.

Se empregador não tiver feito o recolhimento mensal do FGTS sobre o salário do


trabalhador, deverá por ocasião da rescisão fazer o cálculo da indenização substitutiva
referente à quantidade de meses mais o mês relativo ao aviso prévio.

5.4.7 INSS e IRPF

Sobre os valores rescisórios devem ser observados os descontos do INSS e do IRPF


que obedecem às tabelas de limites conforme o salário do trabalhador.

Segundo a tabela do IRRF 2017, os rendimentos são isentos até R$ 1.903,98. INSS sobre:

Saldo de salário: R$ 240,00 x 8% = R$ 19,20


Aviso prévio: R$ 900,00 x 8% = R$ 72,00
13º proporcional (trabalhado): R$ 375,00 x 8% = R$ 30,00
Total: R$ 121,20
113

5.4.8 Multas

Conforme o art. 18, § 1.º, da Lei 8.036/90 o empregador deverá pagar 40% de multa
sobre o montante do FGTS ao empregado demitido sem justa causa.

Logo: R$ 900,00 x 8% = R$ 72,00 x 6 = R$ 432,00 + R$ 55,20 = R$ 487,20 x 40% = R$


194,88.

Ainda sobre multas é importante observar os artigos 467 e 477 da CLT. No nosso exemplo, o
resultado do cálculo trabalhista é o seguinte:

Vencimentos: R$ 2.440,08

Descontos: R$ 121,20

Total líquido: R$ 2.318,88

5.5 HOMOLOGAÇÕES NOS SINDICATOS

Com a nova lei trabalhista, as rescisões contratuais não precisarão mais ser
homologadas nos sindicatos e podem ser feitas diretamente com os empregadores. Hoje o
procedimento é obrigatório no desligamento de funcionários com mais de um ano de trabalho.
A nova lei trabalhista entra em vigor em novembro.

A mudança foi feita para desburocratizar a rescisão dos contratos de trabalho e agilizar
o levantamento do FGTS e do seguro-desemprego pelo empregado, segundo o governo. Hoje
o trabalhador precisa aguardar até o agendamento da homologação para conseguir levantar os
valores, mas o processo pode levar dias ou até meses.

5.5.1 Com essa mudança, os sindicatos ficam proibidos de fazer a homologação ou


poderão manter a prática?

De acordo com Mayara Rodrigues, do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados, o


procedimento deixa de ser obrigatório com a nova lei trabalhista, mas não é proibido.
114

Roberto Hadid, associado do escritório Yamazaki, Calazans e Vieira Dias Advogados,


explica que a lei libera que a rescisão poderá ser feita entre empregado e empregador, com a
anotação na carteira de trabalho, que possibilitará a liberação das guias de saque do seguro-
desemprego e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no caso de demissão sem
justa causa.

Ele ressalta que o empregado poderá ter assistência de um advogado para orientá-lo no
momento da rescisão.

Segundo João Gabriel Lopes, do escritório Roberto Mauro, Mauro Menezes &
Advogados, os sindicatos poderão ainda prever, em acordos ou convenções coletivas, a
obrigatoriedade de homologação das rescisões contratuais.

5.5.2 O funcionário que assinou a rescisão poderá depois questionar os pagamentos


indevidos na Justiça?

Mayara diz que se o funcionário perceber irregularidade no pagamento das verbas


rescisórias, através de um contador ou advogado, poderá questionar tudo na Justiça, desde que
esteja dentro do prazo prescricional, ou seja, antes de completar dois anos da rescisão do
contrato de trabalho.

Para Danilo Pieri Pereira, do escritório Baraldi Mélega Advogados, embora o


funcionário possa reivindicar judicialmente os valores quitados, ele deverá comprovar as
irregularidades ocorridas no ato de homologação para poder recebê-los.

Segundo Lopes, as empresas poderão ser questionadas por meio de ações individuais
ou ações coletivas ajuizadas pelos sindicatos ou pelo Ministério Público do Trabalho.

5.5.3 É possível que acabem aumentando os casos de homologação com irregularidades


nos pagamentos?

Hadid diz que isso pode ocorrer. Por isso, ele aconselha os trabalhadores,
especialmente os menos instruídos, a levar um advogado ou representante do sindicato da
categoria na hora de fechar o acordo.
115

“O empregado que for assinar a homologação deverá ler o documento com bastante
atenção e ter muito conhecimento da convenção coletiva da categoria”, afirma.

Stuchi prevê que a falta de homologação nos sindicatos aumentará o número de


direitos trabalhistas violados pelas empresas.
Lopes reitera que as fraudes devem ser questionadas no Poder Judiciário.

5.5.4 Que tipo de irregularidades poderão ocorrer? O que o trabalhador deve observar
na hora de assinar a homologação?

 pagamento de férias vencidas e proporcionais acrescidas de 1/3


 13º salário proporcional
 aviso prévio trabalhado e indenizado
 saldo de salário
 motivo do término do contrato (dependendo do motivo, como pedido de demissão,
justa causa ou dispensa imotivada, os direitos trabalhistas são diferentes)
 adicionais de insalubridade e periculosidade
 pagamentos de horas extras
 pagamento da multa de 40% do FGTS

5.5.5 Caso o empregado entenda que há algo errado no documento, ele pode não assinar
e procurar um advogado para eventualmente cobrar a diferença?

Segundo Roberto Hadid, caso o empregado entenda que há algo errado nas verbas
rescisórias, poderá se opor a assinar e requerer uma análise mais detalhada de um advogado
ou chamar um assistente do seu sindicato, cobrando assim as diferenças. Ele sempre poderá
procurar seus direitos na Justiça.

Ricardo Pereira de Freitas Guimarães, professor da pós-graduação da PUC-SP,


pondera que deve ser levada em conta a situação financeira do empregado, pois ao não assinar
a homologação, não receberá nada e poderá ter dificuldades financeiras em caso de continuar
desempregado.
116

6.ÁREA SOCIETÁRIA

6.1 BUSCA PRÉVIA DO NOME EMPRESARIAL

A consulta prévia de nome empresarial deve ser realizada para a constituição de uma
empresa e alguns de alteração (que envolvam nome empresarial). Esta consulta deve ser
realizada na Junta Comercial. Hoje esta consulta é realizada através do REGIN que é um
sistema informatizado que integra os órgãos públicos envolvidos no registro de empresas
(Junta Comercial, Registro Civil das Pessoas Jurídicas, Receita Federal, Secretaria da fazenda
estadual e prefeituras). Quando você preenche o Regin para a abertura de uma empresa você
deverá informar lá 3 opções de nomes para a empresa a ser aberta.

6.2 BUSCA PRÉVIA DO LOCAL

A busca prévia de local deverá ser realizada pelo contador assim que o empresário
tiver definida a atividade que irá exercer e o local. Esta é uma consulta feita junto à prefeitura
do município para verificar se a atividade empresarial escolhida pode ter sede no local
escolhido. Este procedimento evita vários transtornos ao empresário e deve ser realizado antes
de começar a montar a parte física da empresa.

6.2.1 Legalização da empresa em geral

A legalização da empresa é o ato de existência jurídica a ela. Para legalizar uma


empresa é preciso registrá-la no órgão competente (a Junta Comercial ou Cartório de registro
Civil da Pessoas Jurídicas),solicitar a inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas-
CNPJ, solicitar todas as licenças necessárias, efetuar todas as inscrições exigidas e se tornar,
também, um contribuinte tributário de acordo com o regime adotado(Simples Nacional, Lucro
Real ou Lucro presumido).

A legalização da empresa é um processo que confere garantias ao negócio, dá direitos


e deveres, pois reveste o negócio das formalidades legais. O Microempreendedor Individual-
MEI criado em 2009 por meio da Lei 128/08 e inserido da Lei Geral da Micro e Pequena
117

Empresa (Lei Complementar 12/06). Para este tipo empresarial a Legalização se dá de forma
diferente por meio de ferramenta especifica que é o portal do empreendedor, observando a
legislação municipal conforme a atividade a ser exercida. Considerando esta distinção para
legalização segue o necessário para legalização dos outros tipos empresariais.

6.2.2 Consulta de viabilidade

A consulta de viabilidade é um serviço eletrônico de consulta geralmente integrado ao


Sistema da Junta Comercial. Para fazer a consulta deve ser informado qual o tipo jurídico, o
nome, o endereço e a atividade da empresa. Informar ainda o nome do proprietário e dos
sócios e o valor do capital a ser investido. O resultado sai em média dento de 48 horas.

6.2.3 Tipo jurídico

O tipo jurídico é a forma como a empresa exercerá a atividade econômica escolhida.


Alguns dos tipos jurídicos mais comuns são:

 Empresário: o empreendedor é o proprietário único da empresa, respondendo de forma


limitada por suas obrigações;
 Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI): o empreendedor é o único
proprietário também, mas suas obrigações são limitadas;
 Sociedade Limitada: alguns empreendedores se unem (sócios) e mantêm responsabilidade
limitada sobre as obrigações da empresa (pode ser empresária, quando executa atividade
industrial, comercial ou de prestação de serviços não intelectuais, e simples quando presta
serviços intelectuais, científicos ou artísticos).

6.2.4 Nome da empresa

O nome da empresa não pode ser igual ou semelhante ao de outra empresa registrada
na Junta Comercial do Estado ou registrado no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas
da cidade onde tem sede. O nome da empresa pode ser de dois tipos:
118

 Firma: obrigatório na forma jurídica do empresário e facultativo para na EIRELI e


Sociedade LTDA (formado pelo nome civil do empresário para que não seja confundido
com o de outo)
 Denominação: usado pela EIRELLI e Sociedade LTDA. (formado por palavras ou
expressões que identifiquem a atividade econômica principal e pelas expressões EIRELI e
LTDA).
 Quando são microempresas e empresas de pequeno porte, é permitido retirar a atividade
econômica do nome. Depois de registradas as empresas devem acrescentar o nome ME
(microempresa) ou EPP (empresa de pequeno porte).

6.2.5 Verificação de saneamento

O endereço da empresa deve seguir o Regulamento de Zoneamento Urbano e Código


de Posturas Municipais, considerando dados do IPTU.É preciso confirmar de a atividade da
empresa é permitida pela prefeitura no local escolhido.

6.2.6 Enquadramento de funcionamento

No ato da constituição da empesa, devem ser informadas as atividades em


conformidade com as que formam objeto de consulta de viabilidade, isto, para não gerar
conflito nos documentos e inviabilizar o registro da empresa. Uma empresa poderá realizar
mais de uma atividade econômica mais somente uma será a principal (as outras serão
secundárias). No Pedido de Viabilidade, as atividades são identificadas pelo CNAE
automatizado, ou seja, Código Nacional de Atividades Econômicas.

6.2.7 Alvará de funcionamento

O Alvará de Funcionamento é um documento essencial emitido pela prefeitura.


Alguns municípios já disponibilizam este documento por meio eletrônico, utilizando a base de
dados da junta comercial , outro ainda utilizam o processo presencial, para o qual deverão ser
apresentados basicamente os documentos que comprovem a admissibilidade da atividade no
local, de registro de empresa , de regularidade do imóvel e sua ocupação e outros exigidos
119

devido a particularidades da atividade da empresa. Em caso de imóvel alugado, solicite o


contrato de locação, por escrito e com prazo definido. Dependendo da atividade exercida
serão, necessárias inscrições estaduais, mas a municipal sempre existirá. O laudo do Corpo de
Bombeiros é outra exigência para se obter as licenças.

6.2.8 Retirada de licenças

Dependendo da atividade a empresa necessite de autorizações especiais (Anvisa,


Secretaria do Meio Ambiente, conselhos de classe como: CRO, CRM, CREA, entre outros.
Caso sejam fundamentais, será preciso averiguar se você satisfaz alguns requisitos
fundamentais, como a qualificação técnica dos sócios ou equivalentes para a atividade a ser
desempenhada, o layout do estabelecimento, projeto ambiental entre outros.

6.3 INSCRIÇÃO NO CNPJ

A inscrição do CNPJ pode ser solicitada pela internet no site da Receita Federal por
meio do aplicativo Coletor Nacional onde devem ser preenchidas as informações solicitadas.
Após preenchida a solicitação no site da receita devem ser reunidos os documentos solicitados
e apresentados a um órgão cadastrador autorizado pela RFB para conferência. O prazo de
envio da documentação é de até 90 dias após o preenchimento da solicitação no coletor
nacional. Documentos a serem enviados junto ao comprovante de inscrição:

 FCPJ (Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica) ela deve ser acompanhada do QSA, no caso de
sociedades;
 Quadro de Sócios e Administradores (QSA);
 Ficha Específica, de interesse do órgão convenente;
 Ficha de Beneficiários Finais- para os CNPJ de Natureza jurídica 321-2 ou do grupo
200(exceto 201-1, 219-4 e 227-5), quando estes informarem a existência de beneficiários
finais;
 Documento básico de Entrada do CNPJ (BDE) ou Protocolo de Transmissão, conforme
modelos constantes dos Anexos I E II da IN RF nº1634, de 06 de maio de 2016.
120

6.3.1 Constituição e alteração contratual

A sociedade empresária nasce do encontro de vontade de seus sócios. Daí para se


concretizar, de acordo com o tipo de societário, firmam em um contrato social ou es. E algum
desses dois modelos será o que definira as normas disciplinadoras da vida societária. As
sociedades contratuais serão sociedades em nome coletivo (N/C), em comandita simples (C/S)
e limitada (LTDA). Essas no seu processo dissolutivo estarão de acordo com o que o código
civil prevê sobre a matéria. O contrato social é uma espécie bastante peculiar de contrato e
pelas suas particularidades, não pode se submeter as regras atinentes à formação, inexecução
ou extinção dos contratos em geral.
Mas os autores costumam apontar o contrato de sociedade como uma espécie do
gênero "contrato plurilateral", este converge para o mesmo objetivo comum a vontade dos
contratantes. Ele é enquadrado nessa categoria pelo fato dos sócios celebrarem um contrato
social com o mesmo objetivo comum, visando a exploração de determinada atividade
comercial e unindo seus esforços para obtenção de lucro que será repartido entre eles cada
contratante assumirá uma determinada obrigação perante aos demais e surge também uma
nova obrigação perante o novo sujeito de direito que surge, a sociedade. Cada sócio tem a
obrigação de integralizar a quota parte que se dispôs a integralizar no contrato social, o credor
dessa obrigação é a sociedade, nascida do mesmo contrato social.

6.3.2 Requisitos de validade do contrato social

Para o contrato social ser válido ele tem que atender a determinados requisitos, sem a
observância destes poderá ser decretado a anulação ou declarada a nulidade da sociedade.
Apesar da invalidação e da extinção da sociedade culminem no mesmo resultado que é o
desaparecimento, em definitivo, dos efeitos do ato que constitui ou pretendeu constituir a
sociedade, essas duas coisas não se confundem. Elas se diferem em três aspectos:

Quanto aos sujeitos:

 A dissolução decorre da vontade dos sócios ou de decisão judicial.


 A invalidação decorre somente de ato do poder judiciário.
121

Quanto aos motivos:

 A dissolução decorre por diversos fatores como a impontualidade no cumprimento da


obrigação liquida (dissolução por falência), a inviabilidade do objeto social (CC, art.
1.034), a dissidência do sócio (CC, art. 1077) entre outros.
 A invalidação quando aos motivos funda-se em uma desconformidade desde com o
ordenamento jurídico em vigor.

Quanto aos efeitos:

 A dissolução opera irretroativamente;


 A invalidação opera retroativamente.

A invalidação da sociedade importará no exercício irregular da empresa, mesmo que o


contrato social tenha sido registrado. Para ser válido o contrato social deve obedecer a duas
ordens de requisitos. Em primeiro lugar os requisitos de validade de qualquer negócio
jurídico:

- Agente capaz; (Exceção: é importante ressaltar que a contratação de sociedade limitada por
menor, devidamente representado ou assistido, é admitida desde que ele não tenha poderes de
administração e o capital social esteja totalmente integralizado.)
- Objeto lícito, possível, determinado ou determinável - a validade do contrato social depende
da possibilidade e licitude da atividade econômica explorada, sendo inválida, por exemplo,
uma sociedade formada para a prática de crime;
- Forma prescrita e não defesa em lei - o contrato social deve ser escrito, por instrumento
particular ou público, mas pode ser, de acordo com regras a seguir estudadas,
excepcionalmente oral.

Em segundo, aqueles que o direito reservou especialmente para o ato constitutivo de


uma sociedade empresária, que são eles:

Requisitos específicos:
122

-Todos os sócios devem contribuir para a formação do capital social, seja com bens, créditos
ou dinheiro.
-Todos os sócios participarão dos resultados, positivos ou negativos, da sociedade.

6.3.3 Cláusulas contratuais

O contrato social pode dispor de qualquer tema e interesse para os sócios, desde que
esse não contemple nenhuma solução ilegal ou repudiada pelo direito. Algumas cláusulas
contratuais são necessárias para a completa regularidade da sociedade empresária. A lei exige
que o contrato social atenda a determinadas condições para seu registro na Junta Comercial
(LRE, art. 35, III Desatualizado)
Se o contrato for omisso quanto a isso essa sociedade empresária será irregular, sofrerá
as consequências dessa situação e se submeterá ao regime de "sociedade em comum"
(sociedades não personificadas. Estas sociedades se regem por normas próprias, e
subsidiariamente pelas normas que regem as sociedades simples, quando forem compatíveis.)
Existe outro grupo de cláusulas contratuais que não são indispensáveis ao registro do contrato
social, a sua inexistência não impede o registro da sociedade empresária, mas vinculam os
sócios e em certas vezes os sucessores dos sócios.

Então fala-se em duas espécies de cláusulas:

 Essenciais

- São as condições de registro do contrato e consequente regularidade da sociedade


empresária exigidas pelo art. 997, I a IV e VI do CC:

 Qualificação dos sócios - contrato deverá conter nome e a qualificação (para pessoas
naturais, a nacionalidade, o estado civil e a profissão; e para as jurídicas, a nacionalidade e
a sede) dos sócios + Número do CPF ou CNPJ se for o caso.
 Objeto social - A atividade explorada economicamente, de forma precisa e detalhada.
 Nome empresarial - Nome pelo qual girará a sociedade.
 Sede - Qual é o município da sede da sociedade, o local onde pode ser encontrado o seu
representante legal.
123

 Prazo de duração - Esse prazo pode ser determinado ou indeterminado, de acordo com a
vontade dos sócios.
 Capital social e quotas dos sócios - Deverá especificar o capital social da sociedade, bem
como o modo e prazo de sua integralização e as cotas pertencentes a cada um dos sócios.
 Nomeação do administrador - Estabelecer o administrador ou administradores que serão
representantes legais da sociedade. As sociedades em nome coletivo (N/C) e comandita
simples (C/S) não podem ser representadas por pessoa estranha do quadro de sócios; mas
a limitada (LDTA) pode ser representada por não sócio, nomeado no contrato social ou
em ato separado.

Além dessas cláusulas essenciais, o contrato social deve atender a mais uma
formalidade para fins de obtenção do registro na Junta Comercial, o visto de um advogado,
exigido para validade de todos os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas. (EOAB
art. 1º, §2º)

 Acidentais

- Essas cláusulas visam disciplinar melhor a vida da sociedade, mas cuja sua ausência não
implica na irregularidade da mesma. Alguns exemplos:

 Cláusula arbitral - Disciplina o modo de escolha de arbítrio para decisão das pendências
entre os sócios
 Cláusula sobre reembolso - Fixa prazos e procedimentos para pagamento ao sócio dissente
de alteração contratual
 Cláusula reguladora dos efeitos da morte de sócio

6.3.4 Forma de contrato social

O Contrato social deve ser escrito, mas existe uma exceção onde o direito admite a
forma oral. Cabe a prova da existência da sociedade entre certas pessoas (sócio "de fato") por
qualquer modo, inclusive testemunhas, cartas, pericia em contas bancárias (CC, art. 987). Mas
esta é considerada irregular, faltando o instrumento escrito, o registro do ato não é possível. A
prova da existência de sociedade contratada oralmente só pode beneficiar terceiros não sócios.
124

6.3.5 Alteração contratual

O alinhamento do tipo de alteração é a base do processo. Aparenta ser uma informação


óbvia, mas nesse primeiro contato é estimado um prazo de finalização, pois é neste momento
que são entendidas as particularidades do respectivo tipo de alteração, são solicitados dados,
informados os custos das taxas processuais e finaliza-se um acordo dos tópicos de alteração.
Para processos do tipo jurídico Sociedade Limitada e Eireli, é necessária a elaboração do
contrato com as alterações desejadas, seguindo os padrões de aprovação da legislação e
Normativas da Junta Comercial de cada estado.
Com as informações alinhadas e rascunho prévio (Contrato Social / Requerimento de
Empresário) aprovado para o processo, seguimos para etapa de preenchimento de informações
nos órgãos.

Observação: dependendo do município e do tipo da alteração, existe um procedimento


chamado viabilidade, que resumidamente significa consulta prévia da prefeitura. Isso é para
saber se pode ou não realizar a alteração desejada no local. Embora a empresa seja
constituída, se alterar uma atividade, por exemplo, a prefeitura solicita essa consulta e, sendo
aprovada, é iniciado o processo na Receita Federal e Junta Comercial.

6.3.6 Cadastro nos órgãos

6.3.7 Receita federal

O cadastro na Receita Federal do Brasil é realizado (em alguns casos) após a


viabilidade informando o tipo de alteração a ser realizada. Este preenchimento é analisado
pelos órgãos competentes para liberar um documento chamado DBE (Documento Básico de
Entrada do CNPJ), que é o principal formulário de alteração do CNPJ.

6.3.8 Junta Comercial

Aprovado o documento DBE, as tratativas da alteração seguem para Junta Comercial


correspondente do estado. Nesse momento realiza-se um novo preenchimento informando a
125

alteração para geração dos formulários, bem como as taxas (estadual e municipal), pontuando
que variam de acordo com o estado.

6.3.9 Assinatura dos formulários

Gerados os formulários, inicia-se o procedimento de assinatura, via física ou eletrônica


(dependendo do estado). Caso seja feita a opção pelo meio eletrônico é necessário certificação
digital. Formulários prontos e assinados, é dada entrada na Junta Comercial, que seguirá para
análise do processo. Este procedimento é realizado por um dos analistas do órgão.
No momento em que o processo é deferido (aprovado), temos CNPJ e Contrato Social (ou
Requerimento de Empresário) alterados. Mas ainda não significa que o processo esteja
finalizado. É preciso cumprir a etapa de alteração na prefeitura. Caso o processo seja
indeferido (rejeitado), segue-se com a orientação de correção, feita no sistema da junta
comercial para nova assinatura e reapresentação do processo, aguardando a análise e
aprovação.

6.3.10 Prefeitura

Nessa etapa estamos a um passo de finalizar o processo, que seria a alteração no


cadastro tributário municipal. Mas lidamos com a peculiaridade de procedimentos de cada
município. As prefeituras podem exigir formulários e regras distintas, com prazo de
finalização variável.

6.3.11 Órgão de classe

Para as empresas com atividades regulamentadas, que tem um órgão fiscalizador, é


necessário alterar os dados em cada procedimento de alteração. Esta também exige pagamento
de taxa específica do órgão, e o não cumprimento gera multa. Com o entendimento das
nuances do processo de alteração, é possível fazer um planejamento e ter a tranquilidade de
passar por ele até sua finalização. Lembrando que a contratação de uma empresa experiente
conta muito para o bom andamento de conclusão desse processo.
126

6.4 ENQUADRAMENTO NO SIMPLES NACIONAL

O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e


fiscalização de tributos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na
Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Abrange a participação de todos os
entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). É administrado por um
Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da Receita Federal do
Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios. Para o ingresso no
Simples Nacional é necessário o cumprimento das seguintes condições: Podem optar pelo
Simples Nacional as microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) que não
incorram em nenhuma das vedações previstas na Lei Complementar 123, de 2006.

6.4.1 Empresas em atividade

Para as empresas já em atividade, a solicitação de opção poderá ser feita em


janeiro/2018, até o último dia útil (31/01/2018). A opção, se deferida (aceita), retroagirá a
01/01/2018.

6.4.2 Empresas em início de atividade

Para empresas em início de atividade, o prazo para solicitação de opção é de 30 dias


contados do último deferimento de inscrição (municipal ou estadual, caso exigíveis), desde
que não tenham decorridos 180 dias da data de abertura constante do CNPJ. Quando deferida,
a opção produz efeitos a partir da data da abertura do CNPJ. Após esse prazo, a opção
somente será possível no mês de janeiro do ano-calendário seguinte.

6.4.3 Solicitação de opção e cancelamento pela internet

A solicitação é feita somente na internet, por meio do Portal do Simples Nacional (em
Simples - Serviços > Opção > Solicitação de Opção pelo Simples Nacional), sendo
irretratável para todo o ano-calendário. Durante o período da opção, é permitido o
cancelamento da solicitação da Opção pelo Simples Nacional, salvo se o pedido já houver
sido deferido. O cancelamento não é permitido para empresas em início de atividade.
127

6.4.4 Regularização de pendencias dentro do prazo de opção

Enquanto não vencido o prazo para a solicitação da opção, o contribuinte poderá


regularizar eventuais pendências impeditivas ao ingresso no Simples Nacional.

6.4.5 Parcelamento de débitos do Simples Nacional

O pedido de parcelamento pode ser feito no Portal do Simples Nacional ou no Portal


e-CAC da RFB, no serviço “Parcelamento – Simples Nacional”. O acesso ao Portal do
Simples Nacional é feito com certificado digital ou código de acesso gerado no portal do
Simples. O acesso ao e-CAC é realizado por certificado digital ou código de acesso gerado no
e-CAC.

O código de acesso gerado pelo Portal do Simples Nacional não é válido para acesso ao e-
CAC da RFB, e vice-versa.

6.4.6 Empresa já optante não precisa fazer solicitação

A ME/EPP regularmente optante pelo Simples Nacional não precisa fazer nova opção
a cada ano. Uma vez optante, a empresa somente sairá do regime quando excluída, seja por
comunicação do optante ou de ofício.

6.4.7 Inscrições municipais e estaduais

Todas as empresas que desejarem optar pelo Simples Nacional deverão ter a inscrição
no CNPJ, a inscrição Municipal e, quando exigível, a inscrição Estadual. A inscrição
municipal é sempre exigível. A inscrição estadual é exigida para a empresa que exerça
atividades sujeitas ao ICMS.

6.4.8 Resultado da solicitação de opção

A solicitação da opção será analisada, podendo ser deferida (aceita) ou não. Não
podem optar pelo Simples Nacional as empresas que incorram em alguma das vedações
128

previstas na Lei Complementar nº 123/2006. A análise da solicitação é feita por União (RFB),
Estados e Municípios, em conjunto. Portanto, a empresa não pode possuir pendências
cadastrais e/ou fiscais, inclusive débitos, com nenhum ente federado.

6.4.9 Acompanhamento e resultados parciais

O contribuinte pode acompanhar o andamento, os processamentos parciais e o


resultado final da solicitação no serviço “Acompanhamento da Formalização da Opção pelo
Simples Nacional”.

6.4.10 Indeferimento da opção

Na hipótese da opção pelo Simples Nacional ser indeferida, será expedido termo de
indeferimento da opção pelo ente federado responsável pelo indeferimento. O indeferimento
submete-se ao rito processual definido em legislação específica do respectivo ente que o
emitiu.

6.4.11 Termo de Indeferimento

Caso as pendências que motivaram o indeferimento da opção sejam originadas de mais


de um ente federado, serão expedidos tantos termos de indeferimento quantos forem os entes
que impediram o ingresso no regime.

A RFB utilizará o aplicativo Domícilio Tributário Eletrônico (DTE-SN) - disponível


no Portal do Simples Nacional - para enviar ao contribuinte o Termo de Indeferimento da
solicitação de opção pelo Simples Nacional.

A consulta ao Termo no DTE-SN deverá ser feita em até 45 dias contados da data da
disponibilização da comunicação no portal. Na data do término desse prazo a consulta será
considerada automaticamente realizada.

Os termos de indeferimento dos demais entes observarão as formas de notificação previstas na


respectiva legislação.
129

6.4.12 Contestação

A contestação à opção indeferida deverá ser protocolada diretamente na administração


tributária (RFB, Estado, Distrito Federal ou Município) na qual foram apontadas as
irregularidades que vedaram o ingresso ao regime. E deverá ser protocolada no Ente Federado
(originário da pendência), após a ciência do indeferimento.

6.5 ENQUADRAMENTO NO LUCRO PRESUMIDO

O Lucro Presumido é a forma de tributação simplificada do Imposto de Renda das


Pessoas Jurídicas (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL). A sistemática de
tributação pelo Lucro Presumido é regulamentada pelos artigos 516 a 528 do Regulamento do
Imposto de Renda (Decreto 3.000/1999).

6.5.1 Pessoas jurídicas obrigadas a optar

A pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, tenha sido igual
ou inferior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou a R$ 4.000.000,00
(quatro milhões de reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário
anterior, quando inferior a 12 (doze) meses, poderá optar pelo regime de tributação com base
no lucro presumido. Observe-se que o primeiro requisito é não estar obrigada ao regime de
tributação pelo lucro real. Assim, por exemplo as empresas de factoring e as que usufruam de
benefícios fiscais, não poderão optar pelo lucro presumido.

6.5.2 A partir de 2014

Mantidas as demais vedações, a partir de 01.01.2014, o limite de receita bruta total


será de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais), ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões
e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário
anterior, quando inferior a 12 (doze) meses, poderá optar pelo regime de tributação com base
no lucro presumido (Lei 12.814/2013).
130

6.5.3 Ocorrência de Situação de obrigatoriedade ao lucro real durante o ano calendário

A pessoa jurídica que houver pago o imposto com base no lucro presumido e que, em
relação ao mesmo ano calendário, incorrer em situação de obrigatoriedade de apuração pelo
lucro real por ter auferido lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior,
deverá apurar o IRPJ e CSLL sob o regime de apuração do lucro real trimestral, a partir
inclusive, do trimestre da ocorrência do fato.

6.5.4 Alíquotas e Adicional

A pessoa jurídica, seja comercial ou civil o seu objeto, pagará o imposto à alíquota de
15% (quinze por cento) sobre o lucro presumido, apurado de conformidade com o
Regulamento.O disposto neste item aplica-se, inclusive, à pessoa jurídica que explore
atividade rural.

6.5.5 Adicional

A parcela do lucro presumido que exceder ao valor resultante da multiplicação de R$


20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração, sujeita-
se à incidência de adicional de imposto à alíquota de 10% (dez por cento). O adicional aplica-
se, inclusive, nos casos de incorporação, fusão ou cisão e de extinção da pessoa jurídica pelo
encerramento da liquidação. O disposto neste item aplica-se, igualmente, à pessoa jurídica que
explore atividade rural. O adicional de que trata este item será pago juntamente com o
imposto de renda apurado pela aplicação da alíquota geral de 15%.

6.5.6 Momento da opção

A opção pela tributação com base no lucro presumido será aplicada em relação a todo
o período de atividade da empresa em cada ano-calendário (Lei 9.430/1996, artigo 26). A
opção será manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido
correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-calendário (Lei 9.430/1996,
artigo 26, § 1°). A partir do ano-base de 1997, a empresa que houver iniciado atividade a
partir do segundo trimestre manifestará a opção com o pagamento da primeira ou única quota
131

do imposto devido relativa ao período de apuração do início de atividade (Lei 9.430/1996,


artigo 26, § 2°).

6.5.7 Mudança de opção

Desde 1999 a opção pela tributação com base no lucro presumido é definitiva em
relação a todo o ano-calendário (Lei 9.718/1998, artigo 13, § 1°). Portanto, a empresa que
efetuar o recolhimento do primeiro trimestre nesta opção, deverá manter esta forma de
tributação durante todo o ano.

6.5.8 Período de apuração

O imposto com base no lucro presumido será determinado por períodos de apuração
trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro
de cada ano-calendário (Lei 9.430/1996, artigos 1° e 25).

6.5.9 Prazo e forma de pagamento

O IRPJ e a CSLL devidos com base no Lucro Presumido deverão ser pagos até o
último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de apuração trimestral.
Assim, o IR devido no 1º trimestre/2.XX1 deverá ser pago até 30.04.2XX1 (se neste dia não
houver expediente bancário, então o vencimento deve ser antecipado).

Códigos de Recolhimento:
2089 - IRPJ
2372 – CSLL

Na hipótese do IR ou CSLL ser superior a R$ 2.000,00, poderá ser pago em até 3 quotas
iguais, mensais e sucessivas, observado o seguinte:

a) as quotas deverão ser pagas até o último dia útil dos meses subsequentes ao do
encerramento do período de apuração;
b) nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00;
132

c) o valor de cada quota (excluída a primeira, se paga no prazo) será acrescido de juros
SELIC, acumulada mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do segundo mês
subsequente ao do enceramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do
pagamento, e de 1% no mês de pagamento.

6.6 ENQUADRAMENTO LUCRO REAL

Lucro Real é a regra geral para a apuração do Imposto de Renda (IRPJ) e da


Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) da pessoa jurídica. Ao mesmo tempo em
que é o “regime geral” também é o mais complexo.

Neste regime, o imposto de renda é determinado a partir do lucro contábil, apurado


pela pessoa jurídica, acrescido de ajustes (positivos e negativos) requeridos pela legislação
fiscal, conforme esquema a seguir:

 Lucro (Prejuízo) Contábil


 (+) Ajustes fiscais positivos (adições)
 (-) Ajustes fiscais negativos (exclusões)
 (=) Lucro Real ou Prejuízo Fiscal do período

Quando se trata do regime de Lucro Real pode haver, inclusive, situações de Prejuízo
Fiscal, hipótese em que não haverá imposto de imposto de renda a pagar. Olhando somente
pelo lado do imposto de renda, para uma empresa que opera com prejuízo, ou margem
mínima de lucro, normalmente optar pelo regime de Lucro Real é vantajoso. Porém, sempre é
prudente que a análise seja estendida também para a Contribuição Social sobre o Lucro e para
as contribuições ao PIS e a COFINS, pois a escolha do regime afeta todos estes tributos.

6.1.1 Pessoas Jurídicas Obrigadas ao Lucro Real

Estão automaticamente obrigadas à apuração pelo Lucro Real as pessoas jurídicas:

a) cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de


desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e
133

investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos,


valores mobiliários e câmbio, distribuidora de títulos e valores mobiliários,
empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros
privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;

b) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;


Não confundir rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior com receitas de
exportação.

As exportadoras podem optar pelo Lucro Presumido normalmente, desde que não
estejam nas hipóteses de vedação. A restrição deste item alcança aquelas empresas que
tenham lucros gerados no exterior (como empresas Offshore, filiais controladas e coligadas no
exterior, etc.).

A prestação direta de serviços no exterior (sem a utilização de filiais, sucursais,


agências, representações, coligadas, controladas e outras unidades descentralizadas da pessoa
jurídica que lhes sejam assemelhadas) não obriga á tributação do Lucro Real.

Vide Ato Declaratório Interpretativo 5/2001 SRF

c) que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos


à isenção ou redução do imposto;
Como exemplo de benefícios fiscais: o programa BEFIEX (isenção do lucro de exportação),
redução do IR pelo Programa de Alimentação do Trabalhador, projetos incentivados pela
SUDENE e SUDAM, etc.

d) que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo


regime de estimativa, na forma do artigo 2º da Lei 9.430/1996.

A opção pelo regime de tributação (Real, Presumido ou Arbitrado) se dá com o


primeiro recolhimento, normalmente em janeiro.

e) que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de


assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração
134

de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas


mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

f) que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e


do agronegócio (incluído pela Lei 12.249/2010).
g) também estão obrigadas ao Lucro Real as empresas imobiliárias, enquanto não
concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado (IN
SRF 25/1999). O custo orçado é a modalidade de tratamento contábil dos custos
futuros de conclusão de obras.

h) as Sociedades de Propósito Específico (SPE) constituídas por optantes pelo Simples


Nacional deverão apurar o imposto de renda das pessoas jurídicas com base no Lucro
Real, conforme estipulado no artigo 56, § 2, IV da Lei Complementar 123/2006.

Além das obrigatoriedades acima, observar o limite de receita bruta anual, para fins de
opção obrigatória pelo lucro real.

6.7 INSCRIÇÃO ESTADUAL

É um número liberado pela Secretaria de Fazenda de cada estado no cadastro do ICMS


(Imposto sobre Circulação de Mercadorias e prestação de Serviços) da empresa. Digamos que
é o registro formal do negócio junto à Receita Estadual. Só podem comercializar produtos
dentro do território nacional empresas que pagam o imposto e, para pagar o ICMS, é
necessário antes fazer a Inscrição Estadual. Isso porque, no cadastro, você calcula quanto de
imposto pagará sobre toda venda que fizer.

Toda empresa que for de comércio, indústria, transportes ou prestadora de serviços de


comunicação e energia, você é obrigado a fazer a inscrição. As demais prestadoras de serviços
estão isentas, mas deverão contribuir com outro imposto: o ISS (Imposto Sobre Serviços).
Bancos, hospitais e laboratórios são alguns exemplos de tipos de empresas que são isentas da
inscrição. Mas se a empresa prestar serviços e também vender produtos, por exemplo, terá que
pagar ambos os impostos. Na maioria dos estados, consegue-se emitir a Inscrição Estadual
junto com o CNPJ, pela internet mesmo, em um cadastro único. Mas, como há variações
135

dependendo de onde você vai abrir a empresa, consulte sempre a Secretaria de Fazendo do
seu estado.

6.8 INSCRIÇÃO NO ISS

Depois de formalizada a abertura da empresa e com o CNPJ em mãos, é preciso


procurar a prefeitura no município no qual ela está instalada. O contato objetiva o
cadastramento para obtenção da Inscrição Municipal. Em alguns municípios ela já é fornecida
durante o registro da empresa na Junta Comercial. A etapa é necessária para a liberação do
alvará de localização e funcionamento. É também a partir daí que o empreendedor se torna
um contribuinte do município, o que se materializa no recolhimento do ISS.
Como se trata de uma situação regulada pelos municípios, os procedimentos variam em cada
cidade.

E isso já começa no órgão a ser procurado, que geralmente é a Secretaria Municipal da


Fazenda ou das Finanças. Mas pode ser a da Indústria, Comércio e Serviços, entre outras. Eles
também variam conforme o município no qual o prestador atue.

6.8.1 Os documentos exigidos de forma geral, são:

 Cópia do CNPJ da empresa,


 Cópia do CPF e identidade do empresário e sócios (se houver);
 Contrato social;
 Estatuto;
 Declaração de empresário ou CMEI, o Certificado da Condição de Microempreendedor
Individual.

6.9 ÁLVARÁ DE LICENCIAMENTO

O alvará de funcionamento é um documento que funciona como uma autorização para


que a empresa possa exercer suas atividades. Todos os tipos de empresas, como
estabelecimentos comerciais, industrias ou prestadores de serviços, necessitam de um alvará
para atuar. Até mesmo um e-commerce, pois depende de uma sede física para estoque. Para
136

ter a certeza se a atividade é permitida na localização escolhida, é necessário verificar o plano


de zoneamento urbano e o plano do diretor da cidade.
Se em uma vistoria é constatado que o estabelecimento não tem alvará, o dono do
negócio tem 30 dias para providencia-lo. Caso contrário, é cobrada uma multa. Nessas
circunstâncias, o negócio pode até ser fechado definitivamente. Pode também haver a
apreensão de bens, mercadorias e cancelamento do registro profissional do empresário,
dependendo da atividade exercida.

6.9.1 Variações do Alvará

Existem quatro variações específicas de alvará de funcionamento. São elas:

 Auto de Licença de Funcionamento (ALF): vale para imóveis não residenciais, com
instalação de atividades comerciais, industriais ou de serviços;
 Auto de Licença de Funcionamento Condicionado (ALF-C): em casos de edificações
ainda irregulares ou inscritas no Cadastro Informativo Municipal. Vale para imóveis com
área total construída de 1500 m2 a 5000 m2;
 Alvará de Funcionamento de Local de Reunião (ALF): solicitado para todos os locais que
tenham reunião de público. Ou seja, bares, restaurantes, cinemas e similares, que tenham
capacidade de lotação igual ou superior a 250 pessoas;
 Alvará de Autorização para Eventos Públicos e Temporários: para locais onde haja
eventos públicos e temporários para mais de 250 pessoas, seja em imóveis públicos ou
privados.

6.9.2 Licenças de funcionamento

Primeiramente, para validar o alvará de funcionamento, é necessário obter uma série


de licenças. Essas licenças, podem envolver a Prefeitura, Corpo de bombeiros, Vigilância
Sanitária entre outras. Tudo depende do grau de complexidade do seu negócio.
137

6.9.3 Tipos de Licenças

 Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB;


 Licença Ambiental;
 Licença Sanitária;
 Registro de produtos químicos controlados;

6.9.4 Documentos Necessários

Para obter o alvará de funcionamento, você deve ter os seguintes documentos:

 Planta do imóvel onde você pretende abrir seu negócio


 Cópia do recibo do IPTU pago
 CPF e RG, originais ou cópias, da pessoa responsável pelo negócio
 Cadastro do Contribuinte Mobiliário, ou CCM, obtido na Secretaria das Finanças
 O Setor, Quadra e Lote – também chamado de SQL – do imóvel
 Declaração de atividade: para que você usará o imóvel e qual área será destinada aos
consumidores
 Certificado de conclusão de imóvel recém-construído.

O alvará de funcionamento é emitido pela Prefeitura Municipal ou outro órgão


governamental municipal. É preciso comprovar que a sua empresa reúne todas as condições
exigidas por lei. Cada Prefeitura tem suas condições específicas, algumas possibilitam fazer o
pedido do alvará pela internet. Outras exigem o comparecimento até a que prefeitura ou uma
divisão específica dela. Cada atividade demanda certo tipo de alvará, por isso é necessário
verificar se a atividade escolhida, está representada no registro por um código CNAE de
atividades econômicas, e é permitida no endereço escolhido.

Saiba que, caso o imóvel seja alugado, é possível que ele já tenha um alvará. Nessas
circunstâncias, é preciso prestar atenção às mudanças que serão feitas no local, para a
renovação do documento. Tudo isso, para que o novo alvará esteja de acordo com o seu
negócio, e não com o negócio que antes funcionava ali. Não é permitido registrar dois CNPJs
138

em um mesmo endereço. Então, caso sua empresa tiver um sócio, certifique-se de que ele
ainda não solicitou o alvará.

7.BAIXA EMPRESARIAL

Para encerrar as atividades de uma empresa, é preciso realizar vários procedimentos


legais, contábeis e tributários, além de, é claro, uma enorme dose de paciência, já que no
Brasil a burocracia anda acima da racionalidade.

Os dois grandes obstáculos para a baixa de uma empresa, na maioria dos casos, são as
dívidas fiscais e falta de cumprimento de obrigações acessórias (como entrega da DIPJ,
DCTF, DACON, DIRF, etc.) acumuladas ao longo do tempo.

Através do acesso à internet obtêm-se determinadas certidões, sem haver necessidade de ir


a uma repartição pública. Porém, na prática, constata-se que as certidões precisam de trâmites
anteriores, como baixa de débitos na repartição fiscal, o que acaba complicando todo o
processo, e exigindo o comparecimento pessoal ao órgão para esclarecimento.

Para iniciar o encerramento devem-se seguir certos passos, observando uma sequência lógica
para se evitar perda de tempo.

7.1.1 Elaborar o distrato social

Os membros da sociedade devem se reunir e assinar a ata de encerramento da empresa.


Nesta ata devem constar a nomeação de um liquidante, podendo ser até um dos sócios, que
servirá para eliminar as pendências, como pagamentos ou recebimentos não realizados. Tais
contas devem ser aprovadas em assembleias dos sócios.

7.1.2 Elabora-se então o Distrato Social

Documento que informa por que a sociedade se desfez e divide os bens da empresa
entre os sócios. O Distrato deverá conter a importância repartida entre os sócios, o (s) motivo
(s) de dissolução e a referência à pessoa ou pessoas que assumirem o ativo e guarda dos livros
e documentos contábeis e fiscais.
139

Com a assinatura do Distrato Social, os sócios concordam com o fim da sociedade.


Caso os sócios estejam em conflitos, será necessário encontrar um mediador, que pode ser um
advogado ou o contador da empresa, para buscar um acordo.

Caso não consiga chegar a um acordo sobre o Distrato, será preciso entrar com uma
ação de dissolução da sociedade na justiça comum, o que torna o fechamento da empresa
caro, desgastante e demorado.

7.1.3 Verificar se s débitos previdenciários mesmo que a empresa não tenha funcionários

caso a empresa tenha efetuado corretamente o recolhimento de todas as contribuições


previdenciárias, poderá obter pela internet a Certidão Negativa de Débito, no
sitewww.previdenciasocial.gov.br. A certidão é expedida gratuitamente, com validade de 180
dias.

Caso existam divergências entre a Guia da Previdência Social (GPS) e a de


Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social
(GFIP), será necessário agendamento via internet no site da Receita Federal
www.receita.fazenda.gov.br para o contribuinte comparecer ao órgão local da RFB e obter os
detalhamentos da (s) pendência (s).

7.1.4 Obter o certificado de regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço


(crf)

O CRF é um documento obrigatório para o encerramento das operações, tanto para as


empresas com trabalhadores como para as sem trabalhadores registrados. A empresa que
efetuou os depósitos do FGTS e está quite pode imprimir o certificado no site da Caixa
(www.caixa.gov.br). O comprovante tem validade por 30 dias. Se houver pendências em
recolhimentos, os valores deverão ser quitados em uma agência da Caixa Econômica Federal.
140

7.1.5 Efetuar baixa na prefeitura e no estado

Para a empresa que paga impostos municipais, como o Imposto sobre Serviços de
Qualquer Natureza (ISS), será necessário pedir a baixa da empresa do banco de dados da
prefeitura. Cada município estabelece a lista de documentos necessários, o tempo e as taxas
devidas. Para obter essas informações, é necessário contatar a secretaria de finanças do
município onde a empresa ou filial está instalada.

Para o estabelecimento contribuinte do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e


Serviços (ICMS), é necessário procurar uma unidade da Secretaria da Fazenda, para dar baixa
na inscrição estadual.

7.1.6 Obter certidões no ministério da fazenda

A Receita Federal do Brasil verifica se a empresa recolheu corretamente todos os


tributos de âmbito federal, como o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, o PIS, a COFINS e a
CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.

Para atestar a regularidade com o governo federal, é preciso que o contribuinte solicite
a Certidão Negativa Conjunta, que une a Certidão Negativa de Inscrição de Dívida Ativa da
União, emitida pela Procuradoria da Fazenda Nacional, e a Certidão de Quitação de Tributos
e Contribuições Federais, concedida pela Receita Federal.

As certidões podem ser obtidas pela internet, pelas empresas que estiverem em dia,
nos sites da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e da Receita Federal. A certidão
conjunta da RFB e da PGFN é emitida gratuitamente e tem validade de 180 dias.

7.1.7 Microempresa (ME) E empresa de pequeno porte (EPP) dispensa obrigações

O registro da baixa de ME e EPP, referentes a empresários e pessoas jurídicas em


qualquer órgão envolvido no registro empresarial, dos três níveis de governo, ocorrerão
independentemente da regularidade de obrigações tributárias, previdenciárias ou trabalhistas,
principais ou acessórias, do empresário, da sociedade, dos sócios, dos administradores ou de
141

empresas de que participem, sem prejuízo das responsabilidades do empresário, dos sócios ou
dos administradores por tais obrigações, apuradas antes ou após o ato de extinção.

7.1.8 Arquivar documentos na junta Comercial

Os pedidos de arquivamento de atos de extinção de empresário ou de sociedade


empresária, devem ser protocolados na Junta Comercial com os seguintes comprovantes de
quitação de tributos e contribuições sociais federais:

I - Certidão Conjunta Negativa de Débitos relativos a Tributos Federais e à Dívida Ativa da


União, emitida pela Secretaria da Receita Federal e Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional;

II- Certidão Negativa de Débito - CND, fornecida pela Secretaria da Receita Previdenciária;

III- Certificado de Regularidade do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS,


fornecido pela Caixa Econômica Federal.

Após o pagamento de taxa respectiva à Junta Comercial, o Distrato será arquivado. Cada
estado estipula o valor da guia e o prazo para arquivamento.

São dispensadas da apresentação dos documentos de quitação, regularidade ou inexistência de


débito a que se referem os itens I a III:

1 - O empresário ou a sociedade empresária, enquadrada como microempresa ou empresa de


pequeno porte;

2 - Os pedidos de arquivamento de atos relativos ao encerramento de atividade de filiais,


sucursais e outras dependências de sociedades empresárias nacionais e de empresários.

Os detalhes sobre o arquivamento na Junta Comercial foram estipulados pela Instrução


Normativa DNRC 105/2007, do Departamento Nacional de Registro do Comércio.
142

7.1.9 Proceder baixa no CNPJ

O último passo a ser dado para o encerramento final da empresa, é a baixa no CNPJ -
Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas. Para realizar esse procedimento, deve-se baixar da
internet o programa chamado PGD-CNPJ. O programa gera a solicitação de cancelamento do
CNPJ e o Documento Básico de Entrada. O DBE deve ser assinado com firma reconhecida
em cartório.

Por fim, basta apresentar na Receita o Documento Básico de Entrada do CNPJ - DBE,
em duas vias, emitidas pelo Programa Gerador de Documentos do CNPJ (PGD CNPJ), ou
protocolo de transmissão da FCPJ, no caso de DBE assinado por procurador, cópia da
procuração, autenticada ou acompanhada do original. Neste caso a FCPJ deverá ser
preenchida com o CPF do responsável; original ou cópia autenticada do ato de extinção
registrado no órgão competente e a cópia do recibo de entrega da declaração de encerramento,
se for o caso. A baixa do CNPJ será dada em três dias, caso não haja nenhuma pendência.

Para calcular o IRPJ - Imposto de Renda e a CSLL - Contribuição Social sobre o


Lucro Líquido do ano do encerramento, a Receita Federal considera a data do Distrato.

7.2 CERTIDÕES EM GERAL

7.2.1 Emissão de certidões negativas

Certidão de Débitos Relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da


União Emitida pela Receita Federal, essa certidão negativa será liberada quando for verificada
a regularidade fiscal do contribuinte quanto aos créditos tributários federais administrados
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB e quanto à Dívida Ativa da União
administrada pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional - PGFN. Para isso, a empresa não
pode possuir pendências relativas a débitos, a dados cadastrais e à apresentação de
declarações. Vale lembrar que, desde setembro de 2014, essa certidão inclui também as
pendências relativas às contribuições previdenciárias. Assim, o documento que era conhecido
como certidão do INSS ou certidão previdenciária deixou de existir. A certidão negativa é
143

válida por 180 dias, a partir da data de emissão. Para emitir a certidão, basta acessar o portal
da Receita Federal e informar o número do CNPJ.

7.2.2 Certificado de regularidade do FGTS

Emitida pela Caixa Econômica Federal, essa certidão é condição para que o
empresário possa relacionar-se com os órgãos da Administração Pública e com instituições
oficiais de crédito, como indica a própria página de emissão. O empresário deve ter cumprido
todas as obrigações legais junto ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, tanto no
que diz respeito às contribuições quanto a empréstimos com recursos originários do FGTS.
Para emitir o Certificado de regularidade do FGTS, basta acessar o portal da Caixa
Econômica Federal e informar o número do CNPJ.

7.2.3 Certidão Negativa de Débito Estadual

Esta certidão será emitida quando for verificada a regularidade fiscal do contribuinte
quanto aos créditos tributários estaduais administrados pela Secretaria Estadual da Fazenda.
Por isso, cada estado possui critérios próprios para permitir a emissão do documento.

7.2.4 Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas

A Lei das Licitações exige do interessado em participar da concorrência a


comprovação de sua regularidade trabalhista por meio da apresentação da Certidão Negativa
de Débitos Trabalhistas. Emitida pelo Tribunal Superior do Trabalho, essa certidão é baseada
nas informações remetidas por todos os 24 Tribunais Regionais do Trabalho do país. A
certidão será negativa se a pessoa física ou jurídica não estiver inscrita como devedora no
Banco Nacional de Devedores Trabalhistas - BNDT. De acordo com o TST, esse banco
registra “dívidas relativas a obrigações trabalhistas, acordos trabalhistas não cumpridos,
acordos realizados perante as Comissões de Conciliação Prévia e não cumpridos, termos de
ajuste de conduta firmados com o Ministério Público do Trabalho e não cumpridos, custas
processuais, emolumentos, multas, honorários de perito e demais despesas oriundas dos
processos trabalhistas e não adimplidas”. A Certidão é nacional e tem validade de 180 dias.
Para emitir, basta acessar oportal do Tribunal Superior do Trabalho e informar o CNPJ.
144

7.2.5 Certidão Negativa de Tributos Mobiliários e Imobiliários

Essa certidão é um documento expedido pela Prefeitura de cada município, mas não
são todas as cidades brasileiras que oferecem a funcionalidade pela internet. É baseada em
dados constantes no Cadastro de Contribuinte Mobiliários, que inclui Pessoas Físicas e
Jurídicas que exercem atividades em determinado município. O documento Mobiliário atesta
a inexistência de débitos referentes ao Imposto sobre Serviços e a taxas relacionadas à
prestação de serviços, enquanto o documento Imobiliário comprova que não existem dívidas
relacionadas ao IPTU ou a outras taxas imobiliárias (como taxa de asfalto, taxa de
conservação e coleta de lixo). Para emitir a certidão, a recomendação é acessar o portal da
prefeitura da cidade onde a sua empresa está instalada e descobrir se a emissão pode ser feita
pela internet. (Procedimentos para encerrar um empresa-Portal da Contabilidade)

7.3 PARCELAMENTO

7.3.1 Parcelamento de débitos de Pessoa Jurídica em Recuperação Judicial

É o serviço que possibilita o Parcelamento, em até 84 (oitenta e quatro) parcelas, de


débitos inscritos em Dívida Ativa da União, cujo titular tenha pleiteado a recuperação judicial,
nos termos dos artigos 51, 52 e 70 da Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005.

7.3.2 Parcelamento e Reparcelamento do Simples Nacional inscrito em DAU

O parcelamento das inscrições da dívida ativa de débitos apurados na forma do


Simples Nacional, de que trata o artigo 130-A da Resolução CGSN nº 94, de 29 de novembro
de 2011, e disciplinado na Portaria PGFN nº 802, de 9 de novembro de 2012, pode ser
realizado em até 60 (sessenta) parcelas, condicionada a que o valor mínimo da prestação não
seja inferior a R$ 300,00 (trezentos reais). O Reparcelamento do Simples Nacional é o serviço
que possibilita que os débitos do simples nacional que foram objeto do parcelamento previsto
no artigo 130-A da Resolução CGSN nº 94, de 29 de novembro de 2011 e que foram
rescindidos, sejam reparcelados nos termos do artigo 13 da Portaria PGFN nº 802, de 9 de
novembro de 2012.
145

7.3.3 Parcelamento da Arrematação

É o serviço que permite, ao arrematante, solicitar a formalização do parcelamento da


arrematação ocorrida em leilão judicial de bens penhorados em ações promovidas pela
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

8.AUDITORIA

8.1.1 Auditoria Externa

Uma auditoria externa é um exame independente das demonstrações financeiras


preparadas pela organização. Geralmente é realizado para fins estatutários (porque a lei o
exige), mas realizar a contratação de uma empresa de auditoria externa pode apoiar na
governança corporativa com diagnósticos, temas contábeis, tributários, controles internos e
inúmeros temas correlatos.

Uma auditoria resulta em um parecer de auditoria sobre se as demonstrações financeiras dão


uma imagem "verdadeira e apropriada" da:

 posição financeira e econômica da organização e


 operações do período

Uma auditoria externa pode ser conduzida como parte da revisão anual de contas ou
como uma revisão especial para períodos e áreas específicas. É realizada por uma empresa
registrada de contadores com qualificações profissionais reconhecidos, como o CRC, CVM,
IBRACON, CPA, ACA ou ACCA.

A auditoria externa é da organização, o que significa que o auditor não deve ter sido
envolvido em manter os registros contábeis e não estar pessoalmente ligado de alguma forma
com a organização a ser auditada. O auditor e a empresa de auditoria devem cumprir normas e
146

documentar os procedimentos que garantem essa independência, o que é objeto de


fiscalizações de entidades reguladoras como CRCs e CVM.
O objetivo da auditoria externa é verificar que as contas anuais fornecem uma imagem
verdadeira e apropriada das finanças da organização; e que a utilização dos fundos está em
conformidade com os objetivos e objetos formais das entidades. Não é o papel primordial da
auditoria detectar fraudes, embora isso possa, obviamente, vir à luz durante as verificações
que ocorrem. O auditor só tem um tempo limitado para planejar, executar e concluir o seu
trabalho. Assim, o auditor se concentra em testar a validade de uma amostra de operações e
resultados, em vez de se vigorosamente verificar tudo. A auditoria deve ser uma experiência
positiva e não um para ser temido; é uma oportunidade de receber feedback sobre pontos
fortes e fracos dos sistemas.

8.1.2 Auditoria Interna

Auditoria Interna tem por finalidade desenvolver um plano de ação que auxilie a
organização a alcançar seus objetivos adotando uma abordagem sistêmica e disciplinada para
a avaliação, melhora da eficácia dos processos de gerenciamento de riscos com o objetivo de
adicionar valor e melhorar as operações e resultados de uma organização.

O objetivo geral da Auditoria Interna é avaliar e prestar ajuda a alta Administração e


desenvolver adequadamente suas atribuições, proporcionando-lhes análises, recomendações e
comentários objetivos, acerca das atividades examinadas. O auditor interno deve, portanto,
preocupar-se com qualquer fase das atividades da empresa na qual possa ser de utilidade à
Administração. Para conseguir o cumprimento deste objetivo geral de serviços à
administração, há necessidades de desempenhar atividades tais como:

 Revisar e avaliar a eficácia, suficiência e aplicação dos controles contábeis, financeiros e


operacionais.
 Determinar a extensão do cumprimento das normas, dos planos e procedimentos vigentes.
 Determinar a extensão dos controles sobre a existência dos ativos da empresa e da sua
proteção contra todo tipo de perda.
 Determinar o grau de confiança, das informações e dados contábeis e de outra natureza,
preparados dentro da empresa.
147

 Avaliar a qualidade alcançada na execução de tarefas determinadas para o cumprimento


das respectivas responsabilidades.
 Avaliar os riscos estratégicos e de negócio da organização. Em relação à organização do
departamento, um ponto de maior relevância é a autonomia e independência com que
conta o departamento de Auditoria Interna da empresa.

Nesse sentido, o nível ao qual o departamento se reporta pode desde logo indicar o
grau de independência e autonomia dos auditores internos. Para que esta autonomia e
independência possam ser consideradas adequadas, torna-se necessário que a auditoria interna
se reporte ao conselho da Direção ou a Diretoria Máxima da empresa, de modo a poder
realmente escapar das ingerências e pressões, bem como manter a liberdade de agir sobre
todas as áreas da organização, sem restrições.

Por outro lado, uma subordinação a grau menor pode criar situações, impossibilitando
a execução de seus trabalhos de forma independente. Seria útil, entretanto, lembrar que o
mero posicionamento hierárquico, diretamente sob a direção maior da empresa, não é em si,
apenas, uma adequada resposta à existência de independência e autonomia através do suporte
da direção.

A extensão em que esse suporte de fato existe somente pode ser apurada da discussão
franca com a direção de modo a verificar em que grau a direção considera sua auditoria
interna realmente autorizada a examinar vertical e horizontalmente a ações empresariais. A
Auditoria Interna, colocada dessa forma, em nível recomendável para efeito do bom controle
Interno.

8.1.3 Auditoria de Sistemas

A auditoria de sistemas de informação visa verificar a conformidade não dos aspectos


contábeis da organização, mas sim do próprio ambiente informatizado, garantindo a
integridade dos dados manipulados pelo computador. Assim, ela estabelece e mantém
procedimentos documentados para planejamento e utilização dos recursos computacionais da
empresa, verificando aspectos de segurança e qualidade. O trabalho da auditoria de sistemas
acontece com o estabelecimento de metodologias, objetivos de controle e procedimentos a
148

serem adotados por todos aqueles que operam ou são responsáveis por equipamentos de TI
e/ou sistemas dentro da organização.

8.1.4 Auditoria de Processos

A causa da evolução da Auditoria foi o desenvolvimento econômico dos países,


gerando crescente complexidade na administração dos negócios. A velocidade e dinamismo
das mudanças no mercado fizeram com que o auditor convencional emitisse, além do parecer
sobre as demonstrações Contábeis-Financeiras, um relatório de sugestões sobre problemas
operacionais – nascia aí a Auditoria de Processos.

O posicionamento da Auditoria Interna de Processos centra a sua atenção, não na


Auditoria aos órgãos ou áreas da organização, mas às atividades e processos que estas
executam. Não se trata de uma atividade puramente de fiscalização, mas também de
assessoria e auxiliar à promoção da melhoria. Tem como função principal avaliar o trabalho
de gestão, que é o responsável pela melhoria contínua, apontando eventuais desvios e
vulnerabilidade às quais a organização está sujeita.

Auditoria Interna de processo é:

 Um mecanismo de verificação de conformidade entre a maneira como a organização está


executando os seus processos de negócio, e os objetivos, metas, estratégias e
procedimentos definidos.
 Um trabalho sistemático realizado, para avaliar o grau de cumprimento da forma de
execução dos processos em relação a padrões pré-estabelecidos e normas administrativas /
sistêmicas, para assegurar que os controles e procedimentos internos adotados nos
processos executados estão propícios para garantir eficiência e eficácia, bem como para
que possam fornecer informações precisas e no tempo hábil, visando subsidiar os gestores
da organização nas tomadas de decisões em prol do cumprimento de missões, objetivos e
metas.
 Um procedimento de confrontação entre uma situação encontrada contra um determinado
critério, ou seja, a comparação entre um fato ocorrido com o que deveria ocorrer. É um
exame imparcial e objetivo, cuja finalidade é assessorar à alta administração, através da
149

avaliação contínua e/ou periódica da eficiência e eficácia dos processos de negócio e


controles introduzidos nestes, com a finalidade de assegurar informações precisas e
sugestões efetivas para o adequado gerenciamento corporativo. Trata-se de uma
ferramenta de apoio à gestão.
 Um reflexo da necessidade que os administradores têm em assegurar que os controles e
procedimentos internos adotados nos processos executados sejam suficientes para garantir
eficiência e eficácia, visando subsidiar os gestores nas tomadas de decisões em prol do
cumprimento de missões, objetivos e metas, assegurando a melhoria das operações e
controles, o gerenciamento de riscos e a aplicação da governança corporativa.

A Escola de Auditoria e Governança Corporativa disponibiliza treinamentos nas


modalidades: presencial, incompany, online ao vivo, sobre auditoria em processos de Contas a
Pagar, Contas a receber, Estoques, Logística Interna, Controle de Bens Patrimoniais dentre
outros.

8.1.5 Auditoria Contábil

Origem da Auditoria Contábil

A auditoria surgiu como consequência da necessidade de confirmação dos registros


contábeis, em virtude do aparecimento das grandes empresas, baseado no lucro expresso nas
demonstrações contábeis. Sua evolução ocorreu em paralelo ao desenvolvimento econômico e
com as grandes empresas formadas por capital de muitas pessoas. A auditoria contábil surgiu
primeiramente na Inglaterra, primeira nação a possuir grandes empresas de comércio e
primeira a instituir imposto sobre a renda. Além disso, na Inglaterra já se praticava desde
1.314 a auditoria nas contas públicas.

8.1.6 Objetivo da auditoria contábil

A auditoria contábil compreende o exame de documentos, livros contábeis, registros,


além de realização de inspeções e obtenção de informações de fontes internas e externas, tudo
relacionado com o controle do patrimônio da entidade auditada. A auditoria tem por objetivo
averiguar a exatidão dos registros contábeis e das demonstrações contábeis no que se refere
150

aos eventos que alteram o patrimônio e a representação desse patrimônio. O objeto da


auditoria se resume no conjunto dos elementos de controle do patrimônio, quais sejam os
registros contábeis, documentos que comprovem esses registros e os atos administrativos.
Fatos não registrados documentalmente também são objeto da auditoria uma vez que tais fatos
podem ser relatados por indivíduos que executam atividades relacionadas ao patrimônio
auditado.

8.1.7 Aspectos de cada área

 Aspecto administrativo
Contribui para a redução da ineficiência, negligência, incapacidade e improbidade.
 Aspecto patrimonial
Possibilita melhor controle de bens, direitos e obrigações.
 Aspecto fiscal
Auxilia no rigoroso cumprimento das obrigações fiscais, resguardando o patrimônio contra
possíveis penalidades.
 Aspecto técnico
Contribui para a eficiência dos serviços contábeis.
 Aspecto financeiro
Resguarda créditos de terceiros contra fraudes e dilapidações.
 Aspecto econômico
Possibilita maior exatidão no resultado.
 Aspecto ético
Examina a moralidade do ato praticado.
 Aspecto social
Examina a correta aplicação dos recursos para fins sociais e ambientais e certifica a
confiabilidade destes dados.

8.1.8 Vantagens da auditoria contábil

Para a administração da empresa:

 Fiscaliza a eficiência dos controles internos;


151

 Assegura maior correção dos registros contábeis;


 Opina sobre a adequação das demonstrações contábeis;
 Dificulta desvios de bens patrimoniais e pagamentos indevidos de despesas;
 Possibilita a apuração de omissões no registro das receitas, na realização oportuna de
créditos ou na liquidação oportuna de débitos;
 Contribui para obtenção de melhores informações sobre a real situação econômica,
patrimonial e financeira da empresa auditada;
 Aponta falhas na organização administrativa da empresa e nos controles internos.
 Para os investidores e titulares do capital (sócios):
 Contribui para maior exatidão das demonstrações contábeis;
 Possibilita melhores informações sobre a real situação econômica, patrimonial e financeira
da empresa auditada;
 Assegura maior exatidão dos resultados apurados.

Para o fisco:

 Permite maior exatidão das demonstrações contábeis;


 Assegura maior exatidão dos resultados apurados;
 Contribui para maior observância das leis fiscais.

Para a sociedade como um todo:

 Maior credibilidade das demonstrações contábeis da entidade auditada;


 Assegura a veracidade das informações, das quais dependerá a tranquilidade quanto à
sanidade das empresas e garantias de empregos;
 Informa o grau de solidez e a evolução da economia nacional (através das demonstrações
contábeis).

8.1.9 Limitações da Auditoria Contábil

Embora a auditoria contábil seja um instrumento indispensável para o controle


organizacional, esta não deve ser considerada como imune a imperfeições ou a falhas. A
auditoria contábil encontra suas limitações no momento em que as inconsistências detectadas
152

assumem um caráter não contábil, ou seja, abrangem, além dos controles patrimoniais, outros
aspectos, tais como engenharia de produção ou pesquisa operacional. Assim, a auditoria na
área de custos pode detectar anomalias através do confronto dos custos-padrão com os custos
reais, porém, ela não é capaz de detectar se essa anomalia é fruto de um desenho de projeto de
baixa qualidade ou de regulagem das máquinas deficiente. Tais investigações escapam da
auditoria contábil e partem para a auditoria operacional, para a auditoria administrativa e
ainda para a auditoria de projetos.

8.1.10 Normas de auditoria

Normas de auditoria são as regras ditadas pelos órgãos reguladores da profissão


contábil e tem por objetivo a regulação da profissão e atividades bem como estabelecer
diretrizes a serem seguidas pelos profissionais no desenvolver de seus trabalhos.

As normas atualmente em vigor no Brasil são emitidas em conjunto pelo CFC,


IBRACON, Banco Central do Brasil, a CVM e a Superintendência de Seguros Privados.

8.1.11 Planejamento da Auditoria Contábil

O planejamento da auditoria contábil envolve a definição de estratégia global para o


trabalho e o desenvolvimento de plano de auditoria, sendo devidamente documentado e
discutido pela equipe de auditoria. No Brasil, a responsabilidade do auditor no planejamento
da auditoria das demonstrações contábeis é tratada na NBC TA 300. A estratégia global
estabelecida pelo auditor define o alcance, a época e a direção da auditoria, para orientar o
desenvolvimento do plano de auditoria. Tanto a estratégia global, quanto o plano de auditoria,
devem ser alterados e atualizados pelo auditor sempre que necessário.

8.1.12 Risco de Auditoria

Risco de auditoria é a possibilidade de o auditor vir a emitir uma opinião tecnicamente


inadequada sobre demonstrações contábeis significativamente incorretas. O risco de auditoria
é uma função dos riscos de distorção relevante e do risco de detecção, a seguir discriminados:
153

 Risco de detecção: é o risco de que os procedimentos executados pelo auditor não


detectem uma distorção potencialmente relevante, individualmente ou em conjunto com
outras distorções.
 Risco de distorção relevante: é o risco de que as demonstrações contábeis contenham
distorção relevante antes da auditoria. Consiste em dois componentes, o risco inerente e o
risco de controle:

 Risco inerente: é a suscetibilidade de uma afirmação a respeito de uma transação, saldo


contábil ou divulgação, a uma distorção que possa ser relevante, individualmente ou em
conjunto com outras distorções, antes de se considerar qualquer controle preexistente;

 Risco de controle: é o risco de que uma distorção não seja prevenida, detectada e corrigida
tempestivamente pelo controle interno da entidade.

8.1.13 SUMÁRIO DAS NORMAS DE AUDITORIA

– Resolução CFC nº 1.019, de 18-02-05. Dispõe sobre o Cadastro Nacional


de Auditores Independentes (CNAI) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), e dá outras
providências;
– Resolução CFC nº 1.202, de 27-11-09. Aprova a NBC TA ESTRUTURA
CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Trabalhos de Asseguração;
– Resolução CFC nº 1.203, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 200 – Objetivos
Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em
Conformidade com as Normas de Auditoria;
– Resolução CFC nº 1.207, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 240 – Responsabilidade do
Auditor em relação à Fraude, no Contexto da Auditoria
das Demonstrações Contábeis;
– Resolução CFC nº 1.208, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 250 – Consideração de Leis e
Regulamentos na Auditoria de Demonstrações
Contábeis;
– Resolução CFC nº 1.209, de 27-11-09. Norma Brasileira de Contabilidade.
NBC TA 260 (R1), de 24-01-14. Altera a NBC TA 260 que dispõe sobre comunicação com os
responsáveis pela governança;
154

– Resolução CFC nº 1.210, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 265 – Comunicação de


Deficiência de Controle Interno;
– Resolução CFC nº 1.211, de 27-11-09. Aprova a NBC TA 300 – Planejamento de Auditoria
de Demonstrações Contábeis;
– Norma Brasileira de Contabilidade. NBC TA 315, de 24-01-14. Dá
nova redação à NBC TA 315 que dispõe sobre a identificação e a avaliação dos riscos de
distorção relevante por meio do entendimento
da entidade e do seu ambiente;
155

9.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://atitudeenegocios.com/funcao-da-contabilidade/
http://www.portaldecontabilidade.com.br/modelos/conciliacao.htm
https://www.socontabilidade.com.br/conteudo/diario.php
https://blog.sigecloud.com.br/livro-diario-razao-caixa-identificando/
https://www.dicionariofinanceiro.com/livro-caixa/
https://www.socontabilidade.com.br/conteudo/balancete.php
http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/imobilizado.htm
http://www.confirp.com.br/controlar-ativo-imobilizado/
http://www.grupoalliance.com.br/ativo-imobilizado/
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/contabilidade/balanco-
patrimonial-ativo/62196
https://www.blbbrasil.com.br/blog/demonstracao-do-resultado-do-exercicio/
https://sistemasoma.com.br/blog/gestao-financeira/o-que-e-dfc-demonstracao-de-fluxo-
de-caixa
http://www.essenciasobreaforma.com.br/colunistas_base.php?id=4
https://www.treasy.com.br/blog/iss-imposto-sobre-servicos/
https://www.jornalcontabil.com.br/o-que-e-iss-como-calcular-o-imposto-sobre-servicos-
e-quando-ele-e-aplicado/#.W_8_D2hKjIU
https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/o-que-e-iss-e-como-calcular/
https://www.treasy.com.br/blog/icms-imposto-sobre-circulacao-de-mercadorias-e-
servicos/
https://asseinfo.com.br/blog/entenda-como-funciona-o-icms-e-seu-sistema-de-credito/
http://www.berbel.pro.br/lalur.htm
http://professorclaudiorufino.blogspot.com/2011/01/lucro-real-uma-abordagem-na-
teoria-e-na.html
http://www.coad.com.br/files/trib/html/pesquisa/ir/em21099.htm
https://capitalsocial.cnt.br/simples-nacional/
https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/lucro-presumido/
https://blog.grupostudio.com.br/studio-fiscal/entenda-a-apuracao-pelo-lucro-real-
trimestral-e-anual/
https://www.jornalcontabil.com.br/tabela-comparativa-dos-impostos-nas-modalidades-
lucro-real-e-lucro-presumido/#.W_9C0GhKjIU
https://www.contabeis.com.br/noticias/35245/entenda-a-contabilidade-tributaria-e-
saiba-suas-aplicacoes/
https://asseinfo.com.br/blog/tributos-impostos-taxas-contribuicoes/
http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-
demonstrativos/gfip-sefip-guia-do-fgts-e-informacoes-a-previdencia-social-1/orientacoes-
gerais
https://blogcontabilidadefacil.wordpress.com/2016/07/11/obrigacoes-acessorias-simples-
nacional/
https://blog.sage.com.br/qual-e-a-relacao-entre-a-dirf-e-o-esocial/
https://blog.contabilrio.com.br/rotinas-do-departamento-pessoal/
https://www.algosobre.com.br/contabilidade-geral/folha-de-pagamento-conceitos-e-
elementos.html
https://www.algosobre.com.br/contabilidade-geral/operacoes-com-pessoal.html
156

https://www.delphin.com.br/orientacao/66-encargos-sociais-sobre-a-folha-de-pagamento
https://suporte.metadados.com.br/hc/pt-br/articles/360004722312-Confira-um-Modelo-
das-Principais-Contas-Cont%C3%A1beis-para-Folha-de-Pagamento
https://suportecont.com.br/como-funciona-o-processo-de-admissao-e-demissao-de-
funcionarios-pela-clt/
https://www.xerpa.com.br/blog/admissao-e-demissao/
https://www.jornalcontabil.com.br/vale-transporte-tire-suas-duvidas-sobre-o-assunto/
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