Vous êtes sur la page 1sur 5

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE BRASÍLIA/DF

COMARCA DE BRASÍLIA

7ª VARA CRIMINAL DE BRASÍLIA

Autos nº 123/2013
Protocolo nº 201312345678
Ação Penal Pública
Autor: KLM
Réu: XYZ

– SENTENÇA –

Vistos etc.

I- RELATÓRIO

O representante do Ministério público, com atribuições na comarca de


Brasília/DF, ofereceu denúncia em desfavor de KLM, brasileiro, dentista,
nascido em 29/09/1990, natural de Brasília/DF. Narra a peça acusatória:

“No dia 2 de agosto de 2013, por volta das 19h, na clínica X, localizada no
SCN, Brasília Shopping, torre E, na sala 54321, Brasília/DF, o denunciado,
de forma livre e meios que dificultaram a sua livre manifestação de vontade.

O denunciado é odontólogo e estava atendendo a vítima em seu consultório.


Sob pretexto de examiná-la, em face da inflamação no dente siso, o
denunciado determinou que a vítima abrisse a sua blusa e apalpou-lhe os
seios, dizendo que estava à procura de “ínguas axilares” decorrentes
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE BRASÍLIA/DF

COMARCA DE BRASÍLIA

7ª VARA CRIMINAL DE BRASÍLIA

do processo inflamatório. Após isso, abriu a calça da vítima e apalpou-lhe a


virilha, dizendo que continuava a procura de ínguas.

Depois, o denunciado passou um lubrificante na vagina da vítima e ficou


apalpando-lhe a região genital, mentindo que isso fazia parte do exame. A
vítima não esboçou reação, pois estava com medo do denunciado e também
porque estava sozinha, trancada com ele no consultório.

Ato contínuo, a vítima pediu que ele parasse, tendo ele continuado com suas
ações, dizendo que estava sozinhos no local e ninguém os ouviria. O
denunciado chegou a tirar fotos da vítima parcialmente nua, utilizando-se do
celular dela.

Nas mesmas condições de tempo e lugar acima descritas, o réu apossou-se


do aparelho celular da vítima, um smartphone de última geração.

O aparelho celular estava nas mãos da vítima durante o atendimento. O réu


pegou para si, tirando fotos da vítima seminua, apesar dos protestos verbais
desta. Quando a vítima retirou-se do consultório, ele disse que não iria
devolver o celular, pois tinha gostado muito daquele aparelho e iria ficar com
ele...”

A denúncia foi recebida em 6 de maio de 2014, fl.86.

O réu foi citado, fl.98, e apresentou resposta às fls. 105/110.

Não estava presente as hipótese de absolvição sumária, de maneira que a


MM. Juíza determinou o regular processamento do feito, designando data
para audiência, fl.112.

A audiência de instrução e julgamento foi realizada em 18 de setembro de


2014. Primeiro foi ouvida a vítima onde narrou o que aconteceu no dia 2 de
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE BRASÍLIA/DF

COMARCA DE BRASÍLIA

7ª VARA CRIMINAL DE BRASÍLIA

Agosto de 2013, na sala do consultório do dentista, esclareceu ainda que no


mesmo dia do crime ela foi até uma delegacia e também realizou o exame de
corpo de delito, vide as fls. 4/5 da instrução.

Logo após a oitiva da vítima foi ouvida duas testemunha arroladas pela
acusação, o noivo da vítima o senhor LMN e a amiga de faculdade da vítima,
sendo está a primeira pessoa a saber do fato narrado pela vítima (no mesmo
dia do crime).

Depois foi ouvida mais duas testemunhas arroladas pela defesa, a

recepcionista do consultório médico, onde informou que só trabalhou no


consultório por 6 meses e que nunca viu ou soube de qualquer conduta como
essa durante o seu período de trabalho, a outra testemunha foi uma paciente
(a senhora WV) do Dr. XYZ a mais de 5 (anos), onde narrou que esteve no
consultório no dia da fatalidade e que lembra-se de uma moça, mas esta saiu
do consultório normalmente até a cumprimentou.

Após a oitiva da testemunha WV, a defesa formulou pedido de designação


de uma nova data para interrogatório do réu, após a juntada da carta
precatória, expedida há quase um ano, para oitiva da testemunha FEG,
arrolada tempestivamente pela defesa quando da resposta à acusação, o que
foi indeferido pelo juízo, com fundamento no decurso de prazo para a
devolução da mesma.

Em seguida o réu foi interrogado negando a existência do estupro, haja vista


que, as caricias foram realizadas com o consentimento da vítima, entretanto
este confirmou ter tirado foto da vítima, alegou também que a vítima
esqueceu o seu celular.

Não houve pedido de diligências pelas partes, fl.183.


PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE BRASÍLIA/DF

COMARCA DE BRASÍLIA

7ª VARA CRIMINAL DE BRASÍLIA

Nos autos consta: boletim de ocorrência policial, laudo de avaliação


econômica indireta do aparelho celular da vítima e laudo pericial desse
objeto. O laudo atesta que as fotos foram realizadas na data 02/08/2013,
fotos nas quais aparece roupas intimas da vítima.

Em seguida, a acusação ofereceu memorias escritos, o Ministério Público


requer a condenação do acusado nos moldes iniciais formulados, fls.
204/2013.

A defesa suscitou preliminar de nulidade, sob o argumento de que não


foi juntado aos autos o laudo de exame de corpo de delito realizado na vítima.
Arguiu, ainda, preliminar de nulidade por cerceamento de defesa, uma vez
que não consta do processo termo formal de representação da vítima. No
mérito, pugnou pela absolvição do réu, com base no inciso III, do art.386, do
CPP, argumentando, em resumo, que a prática de atos libidinosos ocorreu
de forma consensual, pois não se comprovou a utilização de qualquer meio
que impedisse ou dificultasse a manifestação de vontade da vítima, nem
tampouco qualquer ameaça. Em relação ao crime de apropriação indébita,
também pugnou pela absolvição do réu, aduzindo que a vítima esqueceu seu
aparelho celular, o qual foi restituído prontamente pelo réu ao delegado de
polícia, fls.222/231.

É o relatório.

Decido.
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE BRASÍLIA/DF

COMARCA DE BRASÍLIA

7ª VARA CRIMINAL DE BRASÍLIA

Vous aimerez peut-être aussi