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Pró-Reitoria de Graduação

Curso de Engenharia Civil


Trabalho de Conclusão de Curso

UTILIZAÇÃO DE DRONE E TERMOGRAFIA NA DETECÇÃO DE


MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM EDIFICAÇÕES

Autor: Matheus Leoni Martins Nascimento


Orientador: MSc. Nielsen José Dias Alves

Brasília - DF
2014
MATHEUS LEONI MARTINS NASCIMENTO

UTILIZAÇÃO DE DRONE E TERMOGRAFIA NA DETECÇÃO DE MANIFESTAÇÕES


PATOLÓGICAS EM EDIFICAÇÕES

Artigo apresentado ao curso de graduação em


Engenharia Civil da Universidade Católica de
Brasília, como requisito parcial para a
obtenção de Título de Bacharel em Engenharia
Civil.

Orientador: MSc. Nielsen José Dias Alves

Brasília
2014
Artigo de autoria de Matheus Leoni Martins Nascimento, intitulado UTILIZAÇÃO DE
DRONE E TERMOGRAFIA NA DETECÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
EM EDIFICAÇÕES, apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel
em Engenharia Civil da Universidade Católica de Brasília, em 10 de junho de 2014,
defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada:

__________________________________________________

Prof. MSc. Nielsen José Dias Alves


Orientador
Curso de Engenharia Civil – UCB

__________________________________________________

Prof. MSc. Robson Donizeth Gonçalves da Costa


Examinador
Curso de Engenharia Civil – UCB

Brasília
2014
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus,


que me guia e protege sempre. E aos meus pais
pela dedicação e incentivo ao longo de toda
minha vida.
AGRADECIMENTOS

A Deus por me capacitar, dar sabedoria, e sempre estar presente em minha vida. Devo tudo à
Ele.
Aos meus pais Etevaldo e Lina, que são exemplos de determinação e fé. Pela dedicação e
amor incondicional aos três filhos.
Aos meus irmãos Samara e Saulo, que sempre me apoiaram e se mostraram verdadeiros
companheiros diante das alegrias e adversidades.
A todos aqueles que me ajudaram na realização deste trabalho: Lilian, Jullyana, Paulo,
Leandro e Harrison.
A todos os Mestres que conheci durante este curso no Brasil e em Portugal, que repassaram
conhecimentos e ajudaram em minha formação acadêmica. Em especial à Diretora Glauceny
por sempre estar à disposição e por toda sua ajuda
Ao meu orientador Nielsen, por se colocar a disposição e me ajudar. Por ter acreditado em
mim ao longo deste curso e por todo conhecimento repassado.
A todos os companheiros de curso que se mostraram verdadeiros amigos, e agora partilham
do mesmo sentimento de dever cumprido nesta etapa de nossas vidas.
O meu eterno obrigado a todos!
1

UTILIZAÇÃO DE DRONE E TERMOGRAFIA NA DETECÇÃO DE MANIFESTAÇÕES


PATOLÓGICAS EM EDIFICAÇÕES

MATHEUS LEONI MARTINS NASCIMENTO

RESUMO

Na construção de edificações o desejo é que a durabilidade seja estendida pelo maior


período possível, porém manifestações patológicas podem aparecer tanto na fase de
construção quanto na utilização de um edifício. Deste modo deve-se dar atenção especial a
estes acontecimentos, de forma a iniciar os cuidados desde o período de planejamento para
execução da edificação. Muitas têm sido as técnicas e estudos voltados para esta área, e entre
elas está a termografia que detecta a radiação infravermelha no objeto em estudo na forma de
imagem com diferentes temperaturas. Além disso, o presente artigo busca a associação desta
técnica com o drone ou veículo aéreo não tripulado (VANT) pilotado através de controle
remoto, com o intuito de verificar a viabilidade de sua utilização, visto que a mesma ainda é
pouco conhecida no Brasil. Foram feitas análises em quatro diferentes edificações
denominadas por A, B, C e D localizadas no Distrito Federal, de forma que seus nomes não
aparecessem e houvesse distinção apenas pelas características. O método mostrou-se eficiente
para identificação das manifestações patológicas aparentes e ocultas nas edificações
estudadas.

Palavras-chave: Manifestações patológicas. Termografia. Drone.

1. INTRODUÇÃO

O aparecimento de manifestações patológicas nas construções tem sido um dos


grandes problemas das construtoras e moradores. Esses problemas, antes mais comuns em
2

obras antigas, passaram a ser observados em construções recentes, e têm gerado um grande
prejuízo financeiro e na saúde, pois tem-se como um dos problemas mais comuns a infiltração
de água.
Quando uma obra de engenharia civil é realizada, o objetivo é que a estrutura
permaneça em boas condições e sem nenhum tipo de problema, porém os mesmos podem
acontecer por diversos fatores com o decorrer do tempo e acabarem por comprometer a
segurança social. Segundo Helene (2003) o ganho de durabilidade pode ser considerado como
uma resultante de ações coordenadas e realizadas durante todo o processo construtivo, que
envolve: planejamento, projeto, fabricação dos materiais e componentes, execução e também
no uso e operação da estrutura. Porém, além desses fatores deve-se atentar para a manutenção
a ser realizada periodicamente, que tem sua eficiência dependente da correta seleção e
execução das técnicas de conservação e recuperação (ARAÚJO, A. de.; PANOSSIAN, Z.;
2010).
Neste contexto observa-se a necessidade de aplicação de técnicas que detectem as
manifestações patológicas de forma rápida e precisa, para que se evitem maiores problemas
no futuro. Uma das técnicas que vem sendo aplicadas é a utilização da termografia
infravermelha. Assim, o presente trabalho objetiva analisar a utilização da mesma acoplada a
um drone, para detecção de problemas ocultos nas construções.

2. CONTEXTUALIZAÇÃO

Nos próximos itens serão descritos os assuntos pertinentes ao conhecimento detalhado


deste trabalho.

2.1 Manifestações patológicas em edificações

Manifestações Patológicas são anomalias indesejadas que estão relacionadas à perda


de desempenho da edificação, e podem ocorrer tanto na fase de construção quanto durante sua
utilização. Essas manifestações têm sua origem em diversas causas, com destaque para: falta
de planejamento, projetos inadequados, execução inadequada, tipo de material utilizado e
deterioração precoce proveniente da utilização ou interação com o meio ambiente.
3

De acordo com Cirne (et al., 2006, p.4 apud MARIO, 2011, p.13) nas edificações
urbanas podem-se destacar desplacamentos, fissuras, manchamentos e eflorescências como
sendo os principais problemas observados. Desta forma, torna-se necessária a utilização de
técnicas que venham auxiliar na manutenção preventiva e corretiva, dado que as interferências
adequadas garantem uma maior vida útil e durabilidade das estruturas.
A NBR 15575:2013- Edificações habitacionais- Desempenho, em suas partes de 1 à 6
estabelece que todos os componentes, elementos e sistemas devem manter sua capacidade
funcional durante a vida útil para o qual foram projetados, de forma a existirem manutenções
periódicas especificadas pelos fornecedores, sejam eles fabricantes, construtores,
incorporadoras públicas ou privadas (ABNT, 2013). Além disso, as manutenções corretivas
devem ser realizadas assim que as manifestações patológicas se manifestarem, de forma que
sejam evitados problemas futuros, e em casos extremos até colapsos.

Dada à importância da manutenção, a NBR 14037 (11) descreve que as edificações


devem disponibilizar um manual para orientar as atividades de manutenção da
edificação, além de contribuir para o aumento de sua durabilidade, prevenir a
ocorrência de falhas e acidentes e apresentar as documentações técnicas. Além de
disponibilização do manual, deve-se considerar à importância do envolvimento de
profissionais capacitados e experientes na necessária avaliação das estruturas de
concreto e na determinação das técnicas de proteção e de recuperação. (ABNT, 2011
apud ARAÚJO, A. de; PANOSSIAN, Z., 2010, p. 3).

Estas medidas mostram o aumento da preocupação com os problemas nos últimos


anos e fazem com que existam cada vez mais estudos relacionados a técnicas que solucionem
as falhas de maneira mais rápida e eficaz, de forma a favorecer a manutenabilidade, ou seja, a
facilidade de manutenção.

2.2 Raios Infravermelhos

A descoberta dos raios infravermelhos se deu em 1800 pelo astrônomo inglês Sir
William Herschel, e desde então com estudos mais aprofundados descobriu-se que todos os
corpos absorvem e emitem radiações eletromagnéticas, que resultam de agitações internas da
matéria e com diferentes comprimentos de onda. De acordo com Barreira (2004) essas
agitações ocorrem devido à oscilação dos átomos em torno de suas respectivas posições de
equilíbrio, de forma a gerar troca de cargas elétricas entre os mesmos e emissão de ondas
4

eletromagnéticas. As mesmas são classificadas de acordo com o comprimento de onda (λ),


segundo a Figura 1.

Figura 1- Espectro de radiação eletromagnética

Fonte: NASA (2013)

A região do espectro sensível ao olho humano vai do violeta (0,35 µm) ao vermelho
(0,75 µm). E os raios infravermelhos variam 0,75 µm a 1000 µm (MARIO, 2011). Sendo que
cada corpo possui uma capacidade de emitir radiação infravermelha denominada por
emissividade.

2.3 Termografia por Infravermelho

A termografia é um ensaio não destrutivo que capta através de uma câmera


termográfica (Figura 2) a radiação infravermelha emitida pelo objeto analisado, e segundo
Mateus (2013) a radiação varia de acordo com a emissividade e temperatura a que o corpo
está sujeito, de forma que o aumento da mesma é diretamente proporcional à temperatura. Na
câmera irá ocorrer a conversão para sinal elétrico, e transformação dos comprimentos de onda
infravermelhos para comprimentos do espectro visível ao olho humano, de forma que em
seguida serão produzidas as imagens com valores de temperatura. O ensaio é descrito pela
norma europeia EN 13187:1998- Desempenho térmico de edificações- detecção qualitativa de
irregularidades térmicas em edifícios- Método Infravermelho.
5

Figura 2- Exemplos de câmeras termográficas

Fonte: FLIR

Através da análise da imagem podem-se identificar anomalias presentes no meio em


estudo, pois não haverá um fluxo de calor uniforme nessas regiões, de forma a causar
diferenças nítidas na temperatura. Segundo Holst (2000, apud CORTIZO, 2007, p. 38) deve
haver um diferencial térmico entre o alvo e o meio, para que seja constatada a diferença entre
ambos. Na Figura 3 é possível observar o fluxo de calor chegando à superfície (parte a),
entrando no material e no defeito (parte b), além da reflexão e transmissão parcial do pulso de
calor pelo defeito (parte c). Desta maneira quando o ensaio termográfico é realizado pode-se
observar uma diferença de temperatura no ponto da anomalia.

Figura 3: Esquema de reflexão e transmissão de calor por um defeito de uma edificação

Fonte: Holst (2000, p. 292, apud CORTIZO, 2007, p. 39)

A Figura 4 mostra duas regiões com infiltração evidenciadas pela mancha mais escura,
que indica temperatura mais baixa e presença de água. Porém a análise dos termogramas
exige certo cuidado, e segundo Barreira (2004, p. 42) existem três pontos essenciais para
realização de um ensaio com resultados confiáveis:
6

 As condições térmicas do objeto e do ambiente, antes e durante o ensaio;


 Presença de fontes externas (superfícies com diferentes acabamentos, sombras e
outros);
 Condições de medição (emissividade adotada, distância entre a câmera e o objeto e
etc.).

Figura 4- Comparativo entre imagens convencionais e termográficas

2.4 Drones ou VANT´s

Os veículos aéreos não tripulados (VANT´s) ou Drones referem-se a uma classe de


aeronaves pilotadas remotamente ou de forma automática através da utilização de
coordenadas pré-definidas. Trata-se de uma tecnologia ainda pouco conhecida, mas que a
cada dia tem sua utilização disseminada em várias áreas.
Suas primeiras utilizações datam de meados do século passado para fins militares,
sobretudo pelos Estados Unidos como forma de vigilância para poupar vidas. Em seguida,
passou a ser utilizado aliado a armamentos bélicos, como forma de economizar recursos em
zonas de conflito e na vigilância de fronteiras entre países. Com o desenvolvimento das
pesquisas, a tecnologia passou a ser utilizada por outros países, e sua primeira utilização para
um fim não militar ocorreu em 1986, para monitorar incêndios florestais em Montana nos
Estados Unidos (RAGO et al., 2009, p. 68, apud AGOSTINHO, 2013, p. 50).
7

Resumidamente, de acordo com Abreu (2014) os Drones podem ser classificados por
cinco principais tipos (Figura 5):
 HALE (a) - High Altitude Long Endurance ou Altas atitudes de longa autonomia são
utilizados para fins militares com autonomia maior que 24 horas, e possuem mais de
1000 Kg;
 Grande porte (b) - com autonomia de até 24 horas e com mais de 150 Kg;
 Médio Porte (c) - pesa de 20 à 150 Kg e é utilizado para fins militares e civis
relacionados a vigilância;
 Pequeno Porte (d) - com utilização comercial, civil e militar com autonomia de 45
minutos a 4 horas, e peso de 2 à 20 Kg;
 Microdrones (e) - que são empregados principalmente para captação de imagens e
recreação, com autonomia de no máximo 2h, e peso inferior a 2 Kg.

Figura 5- Principais tipos de Drone

Fonte: Abreu (2014).

Atualmente suas aplicações não militares são para diversas finalidades, como por
exemplo: fotogrametria, monitoramento de reservas ambientais, do clima, no jornalismo,
fazer entregas rápidas, e outros. No Brasil, o destaque esta na agricultura, com utilizações
para verificação de irrigação de plantações, aplicação de fertilizantes e até mesmo no controle
de formação de formigueiros em plantações de eucaliptos.
8

Na Engenharia, o mesmo vem sendo utilizado na inspeção de barragens, plataformas


de petróleo, gasodutos, obras de arte especial em geral e outros, sobretudo na Europa e
Estados Unidos. Desta forma, observa-se que o mesmo pode ser utilizado de diversas
maneiras, e com o desenvolvimento cada vez maior da tecnologia aliada a outros tipos de
câmeras e sensores, permite o acesso a locais antes inacessíveis ao ser humano e a outras
tecnologias.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Para o desenvolvimento do presente trabalho foram utilizados os seguintes materiais:


 Drone modelo Phantom 2 Vision quadicopter com gimbal acoplado (Figura 6);
 Câmera Gopro Hero 3+ Black Edition (Figura 7);
 Câmera termográfica TAU 2 160-FLIR (Figura 8);
 Software FLIR Tools.

Figura 6- Drone modelo Phantom 2 Vision quadicopter com gimbal acoplado

Figura 7- Câmera Gopro Hero 3+ Black Edition

Fonte: GoPro.
9

Figura 8- Câmera TAU 2 160-FLIR

Fonte: FLIR

A metodologia utilizada baseou-se no estudo de imagens aéreas obtidas através da


câmera termográfica e a câmera Gopro (ambas acopladas ao drone), sendo que o primeiro
caso possibilita a observação de manifestações patológicas já existentes, bem como as ocultas.
Já a câmera Gopro possibilita apenas à observação de anomalias já existentes, tendo em vista
que as fotos são tiradas em alta resolução.
Através da análise posterior das imagens de ambas as câmeras procurou-se
especificamente identificar e avaliar os seguintes casos:
 Identificar pontos de infiltração não visíveis a olho nu;
 Identificar fissuras e suas causas, bem como manifestações patológicas de modo geral;
Segundo Barreira (2004) a emissividade de materiais não compostos por metais
diminui com o aumento da temperatura, e para comprovar este fato os ensaios foram feitos em
horários distintos nas Edificações denominadas por A, B, C e D na região de Brasília e
cidades satélite do Distrito Federal. As mesmas possuem as seguintes características:
 Edificação A: comercial, 21 pavimentos, 40 anos de idade, estrutura de concreto
armado, fck desconhecido, cobrimento médio de 1 cm e fachada em elementos de
concreto com acabamento rugoso.
 Edificação B: residencial, 17 pavimentos, ainda em fase de construção, estrutura com
paredes de concreto, fck de 30 MPa e cobrimento médio de 3 cm.
 Edificação C: residencial, 4 pavimentos, ainda em fase de construção, estrutura com
paredes de concreto, fck de 30 MPa e cobrimento médio de 3 cm.
 Edificação D: comercial, galpão com 8 metros de pé direito, 10 anos de idade,
estrutura pré-moldada, fck desconhecido, cobrimento médio de 2,5 cm e fachada de
concreto com blocos de concreto.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme metodologia descrita neste artigo os resultados aqui obtidos referem-se a


imagens convencionais (GoPro) e termográficas (TAU 2 160) com o auxílio do drone, de
forma a basear-se na análise qualitativa e identificação dos problemas observados nas
edificações A, B, C e D. A Figura 9 mostra o Drone no momento da inspeção.

Figura 9- Inspeção com drone

4.1 Edificação A

Na edificação A, foram feitas visitas em dois horários diferentes, sendo uma no início
da manhã e outra no período da tarde de um dia ensolarado. No primeiro horário os resultados
das imagens mostraram-se mais nítidas quanto ao reconhecimento de regiões com fissuras e
infiltrações presentes, pois o clima estava mais ameno e possibilitou uma maior diferença no
gradiente de temperatura da imagem, conforme Figuras 10 e 11.
11

Figura 10- Presença de umidade na região com mancha de corrosão no 20º andar

Figura 11- Região com infiltração de água no 3º andar

Já na parte da tarde, as imagens termográficas não foram capazes de identificar pontos


preferencialmente infiltráveis (Figura 12), pois a estrutura apresentava-se praticamente em
equilíbrio térmico e com temperatura elevada em algumas regiões devido à incidência direta
de raios solares. Sendo possível notar armaduras expostas de acordo com a Figura 13.

Figura 12- Região com alta temperatura devido à incidência direta de raios solares
12

Figura 13- Regiões com armadura exposta apresentando temperatura mais elevada

Ademais, notou-se a presença de vários outros pontos com presença de diversas


manifestações patológicas, tais como: eflorescências pela lixiviação de Hidróxido de Cálcio
( ), manchas de corrosão e armaduras expostas, de acordo com a Figura 14. No canto
superior direito da mesma figura é possível observar furos devido à fixação de enfeites
natalinos que foram deixados na estrutura. Desta forma, houve o favorecimento do efeito da
carbonatação, que foi o principal agente causador da corrosão das ferragens, e gerou o
desplacamento de partes do concreto. A carbonatação foi evidenciada após a aplicação do
indicador químico fenolftaleína que indicou o pH abaixo de 9,5.

Figura 14- Manifestações patológicas encontradas


13

4.2 Edificação B

Na Edificação B, que ainda esta em construção, foi feita uma visita apenas no período
da tarde de um dia quente, e também não houve grande diferença na variação de temperatura,
conforme Figura 15.
De acordo com Sousa (2014), para o clima de Brasília em paredes de concreto deve-se
adicionar água para verificação de regiões com infiltração. Desta forma, o ensaio foi repetido
com adição de água e em alguns pontos foram notadas regiões com problemas de acordo com
a Figura 16, devido a falhas executivas. Através do software Flir Tools foi possível detectar as
temperaturas destes pontos e evidenciar que a água percorria um caminho preferencial pelos
mesmos.

Figura 15- Fachada Edificação B

Figura 16- Pontos com infiltração


14

Com a análise de outros pontos, notou-se que há causas de infiltração devido a


problemas na região de interface entre as formas de execução das paredes de concreto. Além
disso, a junção conta com a utilização de espaçadores (Figura 17), que são retirados
posteriormente e deixam uma fresta na estrutura (Figura 18) que deve ser colmatada com
pasta de cimento ou argamassa colante AC II (própria para fachadas). A imagem da câmera
termográfica vista na Figura 19 mostra que a vedação foi feita de forma correta e não
apresenta entrada de água.

Figura 17- Espaçadores utilizados nas formas Figura 18- Frestas deixadas pelos espaçadores

Fonte: Figuerola (2013)

Figura 19- Pontos colmatados na fachada


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4.3 Edificação C

Os ensaios foram realizados às 10 horas da manhã de um dia ensolarado, e por este


motivo foi repetida a metodologia da edificação B com presença de água. Desta forma, as
infiltrações ficaram evidentes, tanto em fissuras maiores quanto em fissuras menores,
conforme figuras abaixo que mostram duas regiões onde foram identificadas manifestações
patológicas.

Figura 20- Região 1: Ensaio sem a presença de água Figura 21- Região 1:Ensaio com presença de água

Figura 22- Região 1: Imagem obtida com GoPro


16

Figura 23- Região 2: Ensaio sem a presença de água Figura 24- Região 2:Ensaio com presença de água

Figura 25- Região 2: Imagem obtida com GoPro

Nestes casos as anomalias ocorreram nas regiões de interface de forma no arranque


para o próximo pavimento. Esses tipos de fissura indicam falta de adensamento do concreto e
limpeza nas formas. Assim, o concreto tem dificuldades em penetrar nas zonas entre as
formas e a ferragem, e isso resulta em regiões com falta de preenchimento e consequente
aparência de fissuras.

4.4 Edificação D

Para este caso os ensaios foram realizados às 7 horas da manhã, em uma região da
edificação sem incidência direta de raios solares. As fissuras podem ser identificadas
17

claramente, e através da comparação das imagens com e sem presença de água nota-se que as
ferragens estão aparentes (Figura 26), já na Figura 27 a presença de água é indicada pelas
manchas mais escuras que revelam infiltrações nessas regiões.

Figura 26- Ensaio sem a presença de água Figura 27- Ensaio com presença de água

De acordo com a Figura 28 ocorreram três tipos de fissuras para esta edificação. No
caso 1, as trincas ocorreram por retração térmica, enquanto que para o caso 2, ela se deu na
região de interface entre viga e blocos de concreto que trabalham de forma diferente
(caracterizado pela trinca rente a viga de concreto), e no caso 3 às fissuras ocorreram pela
corrosão da ferragem, que gerou o desplacamento de partes da estrutura.

Figura 28- Fissuras encontradas na edificação D


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5. CONCLUSÕES

A termografia associada ao drone mostrou-se como uma técnica efetiva de estudo em


edificações, principalmente pela possibilidade de acesso a diferentes locais de forma rápida,
análise de áreas maiores ao invés de pontos específicos, e sem necessitar de muito espaço para
locação do equipamento, tendo em vista que os drones possuem tamanho relativamente
pequeno.
Além disso, é importante salientar que a técnica foi capaz de identificar patologias
constatadas visualmente (fissuras, eflorescências, manchas e desplacamentos), e também
patologias ocultas.
No período da manhã e sem a incidência de raios solares foi possível identificar
regiões de infiltração, conforme foi observado nas edificações 1 e 4. Entretanto no clima de
umidade baixa do Distrito Federal observou-se a necessidade de presença de água no ensaio,
para que fossem identificados os problemas de infiltração de forma mais efetiva, sobretudo no
período da tarde. Desta forma, a indicação é que o ensaio seja feito no período da manhã logo
após o nascer do sol.

6. RECOMENDAÇÕES

Recomenda-se que os mesmos ensaios realizados neste trabalho sejam feitos no


período noturno, e também em regiões de clima úmido, para que possam ser comparados com
os resultados aqui obtidos.
19

Use of drone and termography in detection of pathological manifestations in buildings

Abstract: In the construction of buildings the desire is that the durability be extended by the
largest possible period, but pathological manifestations can appear during construction and in
use of a building . Thus should give special attention to these events, in order to initiate care
since the planning period for execution of the building . There are a lot of techniques and
studies turned for this area, and among them thermography detects infrared radiation on the
object under study as an image with different temperatures. Moreover , the present article
seeks the association of this technique with the drone or unmanned aerial vehicle (UAV)
controlled by remote control, in order to verify the feasibility of their use , because the
technique is still little known in Brazil . Analyzes were performed in four different buildings
called A, B , C and D localized in Federal District, and their names did not appear and had
only the distinct features. The method proved to be efficient for the identification of
pathological manifestations, and It was able to identify apparent and hidden pathologies in the
studied buildings.

Keywords: Pathologial manifestations. Termography. Drone.

REFERÊNCIAS

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