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Vidros
Introdução
Aprendeu-se mais a respeito do vidro e de seu processamento nos últimos 30 anos que
durante toda a história precedente da tecnologia. Os vidros são hoje utilizados em quase todos
os aspectos das atividades humanas; em casa, na ciência, na indústria e mesmo em arte, pois
eles podem ser ajustados às suas finalidades.
O vidro é uma substância sólida e amorfa que apresenta temperatura de transição
vítrea(temperatura que separa o comportamento sólido do comportamento líquido em um
sólido amorfo). No dia a dia o termo se refere a um material cerâmico transparente geralmente
obtido com o resfriamento de uma massa líquida à base de sílica. De entre os vidros naturais, a
obsidiana, pela sua abundância relativa, terá sido o mais utilizado.
Alguns vidros podem ser utilizados em temperaturas extremas, enquanto outros só têm
utilidade porque se fundem a baixas temperaturas. Algumas peças conservam suas formas
mesmo submetidas a mudanças extremas de temperatura como entre o fogo e o gelo, outras
podem conduzir ou bloquear a luz. Os vidros podem ter diversos graus de finalidades, eles
podem filtrar, conter, transmitir ou resistir às radiações eletromagnéticas pertencentes a quase
todas as faixas do espectro.
Historia do vidro
O historiador Caio Plínio II (27-79 D.C.), em sua obra "Historia Natural", atribuiu o
descobrimento do vidro a mercadores fenícios que desembarcaram nas costas da Síria e,
necessitando de fogo, improvisaram fogões, usando blocos de salitre (trona) sobre a areia.
Passado algum tempo, notaram que do fogo escorria uma substância líquida e
brilhante, que se solidificava imediatamente: o vidro. Os Fenícios teriam, então, se dedicados
à reprodução daquele fenômeno, chegando à obtenção de materiais utilizáveis.
No Egito, o mais remoto exemplo de vidro é um fragmento também azul escuro, uma
espécie de amuleto, onde está escrito o nome de Antef II, faraó da 11ª Dinastia (2133 - 1991
A.C.).
No Egito, na Mesopotâmia, Síria ou Grécia, a produção de vidro na antiguidade exigia
grandes esforços dos artistas e operários, na sua maioria escravos. Os elementos básicos de
sua composição - cálcio, cal e a barrilha, potássio - eram basicamente os mesmos de hoje, mas
produziam vidro opaco e arenoso.
Os fornos pequenos, o vasilhame de barro, a dificuldade para conseguir altas
temperaturas e atingir o grau de fusão necessário dificultavam as tarefas. Com a técnica de
fole aplicada ao forno, introduzida no Egito, conseguiu-se aumentar o calor e assim tornar a
massa vítrea mais maleável - mas o vidro, até o séc. VI A.C., era produzido em escala
reduzida para uso e adorno exclusivo dos nobres.
A descoberta da técnica do sopro (fabricação de vidro oco - garrafas, potes, copos, bulbos,
etc.) na Síria e em Alexandria, quando Roma já estendia seu domínio sobre o Oriente Médio,
marca um grande momento na história do vidro.
Vidro no Brasil
Composição do Vidro
Os vidros são obtidos pela fusão a altas temperaturas de uma mistura de areia siliciosa,
soda(carbonato de sódio) e cal. Em seu processo de fabricação também podem entrar outras
substancias, tais como feldspato, boratos, barita, mínio, etc.
Se estes componentes estiverem livres de impurezas, o produto obtido é incolor.
A presença natural de óxidos metálicos como cobre, cromo, cobalto, ferro ou
manganês dá ao vidro uma cor própria.
A maior parte dos vidros encontrados no mercado pertence a uma das categorias abaixo:
Sodo-cálcico(Soda-lime glass)
Abrange quase 90% de todo o vidro produzido e é a mais barata das suas formas. Tem menor
resistência a bruscas variações de temperaturas e a compostos químicos corrosivos.
Aplicação: Embalagens em geral: garrafas, potes e frascos - Vidro plano: indústria
automobilística, construção civil e eletrodomésticos.
Vidro Boro-silicato
Contém pelo menos 5% de óxido de Boro em sua composição. Tem alta resistência a
variações de temperaturas e a compostos químicos corrosivos. Aplicação: Lâmpadas,
oleodutos (pipelines), vidro fotocromático, utensílios de laboratórios e utensílios domésticos
resistentes a choque térmico.
*85 % do vidro em placa é obtido por este processo com 800.000 ton./semana
A mistura de areia com os demais componentes do vidro é dirigida até o forno de fusão
através de correias transportadoras. Com temperatura de até 1.600ºC, a composição é fundida,
afinada e condicionada termicamente, transformando-se numa massa pronta para ser
conformada numa folha contínua.
- fusão
- prensagem
- resfriamento
- corte
- estocagem
-Extrusão: a massa é colocada numa extrusora, também conhecida como maromba, onde é
compactada e forçada por um pistão ou eixo helicoidal, através de bocal com determinado
formato. Como resultado obtém-se uma coluna extrudada, com seção transversal com o
formato e dimensões desejadas. Em seguida, essa coluna é cortada, obtendo-se desse modo
peças como tijolos vazados, blocos, tubos e outros produtos de formato regular. A extrusão
pode ser uma etapa intermediária do processo de formação, seguindo-se, após corte da coluna
extrudada, a prensagem como é o caso para a maioria das telhas, ou o torneamento, como para
os isoladores elétricos, xícaras e pratos, entre outros.
Propriedades do Vidro
Propriedades Mecânicas
Módulo de Young, E: E = 7 x 1010 Pa = 70 GPa: Este módulo exprime a força de tração que
seria teoricamente necessário aplicar a um corpo de prova de vidro para lhe produzir um
alongamento igual ao seu comprimento inicial.
Propriedades Físicas
Propriedades Térmicas
Outras Propriedades
Resistência à corrosão: *Exemplo: Ponte Neal, Rota 100, ao sul de Pittsfield, uma cidade no
centro do Maine, nos Estados Unidos. Em lugar de vigas de concreto ou aço, a estrutura
consiste de 23 arcos formados por um tecido de carbono e fibra de vidro. Trata-se de tubos
com o diâmetro de 30 cm que foram inflados, dobrados na forma necessária e reforçados com
uma resina plástica, e depois instalados lado a lado e recheados com concreto, como se
fossem gigantescos canelones.
Isolante: a lã de vidro é um dos melhores materiais para o tratamento acústico, podendo ser
usada na isolação acústica, a fim de evitar a transferência de uma onda sonora de um
ambiente para o outro ou na absorção acústica, que é um tratamento aplicado visando
melhorar a qualidade acústica dos ambientes. Quando uma onda sonora entra em contato com
a lã de vidro, ela é facilmente absorvida, devido à porosidade da lã. Além disso, ocorre uma
fricção entre a onda e a superfície das fibras. Essa fricção converte parte da energia sonora em
calor, ou seja, a lã de vidro faz com que a energia sonora perca intensidade, o que resulta em
um aumento de absorção ou da isolação sonora. Tal fenômeno de absorção e fricção em
conjunto não ocorre com outros materiais não fibrosos.
Essencialmente inerte: não reage, não participa efetivamente de uma reação química.
1-Quanto a Transparência
- Vidro Transparente: possibilita uma visualização com clareza, pela falta de barreiras
visuais através do mesmo.
- Vidro Translúcido: O processo de fabricação do vidro translúcido é composto da aplicação
de uma camada de tinta sobre a superfície do vidro que é incorporada ao mesmo no processo
de têmpera.
-Vidro Opaco: não permite a propagação da luz.
2-Quanto a Segurança
-Vidro Temperado: Tempera do vidro.
Processo que consiste em aquecer o material a uma temperatura crítica e depois
resfriá-lo rapidamente. Produz um sistema de tensões que aumenta a resistência, induzindo
tensões de compressão na superfície. Este vidro tem como característica partir-se em
pequenas partículas não apresentando, no entanto, ângulos cortantes. Assim, é
classificado de não estilhaçável e como tal é considerado um vidro de segurança.
Processos de Fabricação:
- Fabricação Por Fluxo de Ar: arrefecimento superficial por fluxo de ar, após aquecimento
próximo da temperatura de amaciamento (cerca de 680ºC para vidros de silicatos sodo-
cálcicos). Para que ocorra ruptura é agora necessário ultrapassar as tensões superficiais de
compressão que se opõem à tensão aplicada.
1. A placa de vidro entra num forno de aquecimento
2. Após o aquecimento a placa entra numa câmara onde fica sujeita a uma corrente de ar
que a arrefece a superfície rapidamente.
-Vidro Laminado
Vidro laminado é constituído por duas ou mais lâminas de vidros intemperadas por
uma ou mais películas de polivinil butiral (pvb).
Propriedades:
Em caso de quebra, os fragmentos ficarão presos ao butiral, reduzindo o risco de lacerações e
queda de vidros.
São excelentes filtros de raios ultravioletas.
Melhoram o desempenho acústico de um envidraçamento.
Aplicação:
Laminado simples: indicado para locais onde se queira evitar o risco de queda de lascas ou
lacerações e penetração de objetos.
Ex.: Automóveis, fachadas de edifícios, portas, etc.
Laminado múltiplo: indicado para casos de severas exigências de segurança.
Ex.: Aeronaves, torres de segurança, aeroportos, etc.
Recomendação:
O vidro deve chegar à obra com as dimensões exatas para aplicação no vão, a estocagem deve
ser feita em local apropriado. Deve-se remover toda saliência do rebaixo do caixilho, bem
como toda gordura. A vedação das placas deve ser feita com selante que não ataque o pvb.
Evita o uso de material de limpeza à base de cloro.
-Vidro Aramado
Estes vidros são, também, considerados de segurança, pois, no caso de
partirem, os pedaços ficam agarrados à malha de aço.
Processo de Fabricação
Passa-se o vidro em fusão, junto com uma malha metálica através de um par de rolos, ficando
a malha no centro do vidro.
Propriedades:
Sua característica principal é a resistência ao fogo. É resistente à corrosão, não se decompõe,
nem enferruja.
Aplicação:
Portas corta-fogo, janelas, dutos de ventilação vertical e passagens para saída de incêndios.
Locais sujeitos a impactos abusivos, bem como onde a queda de lascas de vidro representa
risco para os usuários.
Vidro Espelhado: constituído por um a base de vidro comum, à qual são adicionadas
camadas de prata refletiva, cobre protetor, pintura anticorrosiva e pintura cinzenta
de acabamento. O vidro apresenta elevadas reflexões luminosa e visual.
Aplicações: Controle Solar
Vidro Refratário
Vidro especial também chamado vidro borossilicato. Esse vidro refratário é resistente
a choques térmicos, suportando tanto altas quanto baixas temperaturas.
Vidro Antirreflexo
Composto por dois vidros extra claros, entre os quais são colocados dois ou
mais filmes de butiral de polivinilo ( P V B ) de 0. 38m m de espessura, cada um; nas
faces exteriores do vidro são depositadas por pulverização catódica sob vácuo
( sputtering), diversas capas transparentes de óxidos metálicos que diminuem
significativamente a reflexão luminosa do vidro para cerca de 10 vezes menos, em
relação a um vidro comum de espessura idêntica.
Aplicações: Janelas, Expositores de Museus, Montras.
Vidro Colorido
Vidros coloridos ou termo- absorvente são produzidos pela introdução de óxidos
metálicos na massa de vidro, que produzem as cores: verde, azul, cinza e bronze, e reduzem a
transmissão solar, aumentando a absorção do vidro.
Espelhos
Os espelhos comuns são formados por uma camada de prata, alumínio ou amálgama
de estanho, que é depositada quimicamente sobre a face posterior de uma lâmina de vidro, e
por trás coberta com uma substância protetora.
A arquitetura utiliza largamente, dois tipos de espelhos: o produzido a partir do float e os
chamados “vidros espiões”. Os vidros espiões são encontrados em estabelecimentos penais,
hospitais psiquiátricos, entre outros.
Vidros Técnicos
São compostos por matérias-primas diferentes e não são de fácil reciclagem.
Aplicações: lâmpadas incandescentes ou fluorescentes, tubos de TV, vidros para laboratório,
para ampolas, para garrafas térmicas, vidros oftálmicos e isoladores elétricos.
Vidros Domésticos
São aqueles usados em utensílios como louças de mesa, copos, xícaras, e objetos de
decoração como vasos.
Vidro Craquelado
Cristal
O cristal é o mais nobre dos tipos de vidro, por causa de sua pureza e qualidade. A
instalação do cristal deixa o ambiente "clean", além de proteger contra as ações nocivas dos
raios ultravioletas quando o cristal é colorido. A sua utilização mais comum é em portas,
janelas, divisórias e armários. Também há possibilidade de jateamento artístico.
Fibra de Vidro
É o material produzido basicamente a partir da aglomeração de finíssimos filamentos
flexíveis de vidro com resina poliéster (ou outro tipo de resina) e posterior aplicação de uma
substância catalisadora de polimerização.
- Leveza: partes de plástico reforçado ajudam a economizar peso comparado às partes de aço
(até 30% mais leves) com propriedades termomecânicas semelhantes.
- Resistência alta a agentes químicos: Quando combinada com resinas apropriadas, compostos
com esta característica podem ser feitos de filamento de vidro.
- Força mecânica: Filamento de vidro tem uma resistência específica mais alta (resistência à
tensão/massa volumétrica) do que a do aço. Esta característica é o ponto de partida para o
desenvolvimento de fibra de vidro para produzir compostos de alto desempenho.
- Características elétricas: Suas propriedades como um isolador elétrico excelente, até mesmo
a espessuras pequenas, combinadas com sua força mecânica e comportamento a temperaturas
diferentes, formou a base das primeiras aplicações para o filamento de vidro.
- Compatibilidade com matrizes orgânicas: A habilidade da fibra de vidro para aceitar tipos
diferentes de tamanho cria uma liga entre o vidro e a matriz, possibilitando que seja
combinada com muitas resinas sintéticas, como também, com certas matrizes minerais (gesso,
cimento).
- Integração de funções: Material composto de fibra de vidro pode ser usado para produzir
partes de uma peça que integram várias funções e substituir diversas partes montadas.
Tipos de Fibras
- Roving
São os filamentos de vidro. É o tipo mais econômico de fibra de vidro. É fornecido em
rolos de 20 kgs e deve ser usado desenrolando-o por dentro. O uso mais comum é em
um dispositivo que picota e espalha o fio sobre a superfície do molde. Desenvolvido
para ser aplicado à pistola (spray-up). É caracterizado pela facilidade de corte, baixo
nível de eletricidade estática, boa dispersão, rápida molhabilidade, boa retenção de
propriedades mecânicas em ambientes agressivos e ausência de fibras brancas no
laminado.
- Roving Moído
Cargas específicas para aplicações em pastilhas de freios, lonas e peças onde a carga de
vidro tem que ser do tipo E (resistência elétrica e química).
- Fibra Picada
São filamentos picotados em pedaços bem pequenos, de 2 a 6 mm, para serem usados
na fabricação de "flakes" de revestimentos especiais anticorrosivos, como carga funcional em
alguns laminados e em plástico injetado.
- Chopped Strand
Carga objetivando reforço de peças em poliéster e epóxi, onde a aplicação de fibras
mais longas impede a boa homogenização da mistura final.
- Mantas
Tem como objetivo dar resistência mecânica aos laminados com resinas poliéster e
epóxi em geral. A manta é constituída de fios picados, mais ou menos com 5 (cinco) cm,
distribuídos aleatoriamente e prensados com silano.
Aplicação:
Na indústria têxtil para produção de tecidos.
Na eletricidade como material isolante.
Na indústria química como filtro.
Na construção civil como isolante térmico e acústico.
Conforto Térmico:
- Inverno: efeito de parede fria. Solução: vidros duplos – evita a formação de condensação
sobre o vidro.
- Verão: usar palas fixas; estores exteriores, toldos; vidros com baixo fator solar.
Acústico: O isolamento aumenta se: for aumentada a espessura do vidro, vidro duplo de
diferentes espessuras. O caixilho deve separar os dois vidros, por materiais que sejam
amortecedores acústicos.
Segurança:
- Vidro recozido – obtido por fusão dos seus componentes e à saída do forno é recozido para
eliminar as tensões interiores – Frágil em caso de quebra perigoso; Parte rapidamente para
choque térmico.
- Vidro aramado – chapa de vidro que tem incorporada na sua massa uma malha metálica, ou
seja, retém os pedaços de vidro em caso de rotura e opõe-se à penetração do corpo que
provoca a quebra.
- Vidro temperado – obtido a partir do vidro recozido. Este é novamente aquecido e então
submetido a um arrefecimento brusco o que melhora as características mecânicas e
térmicas. Melhor resistência mecânica e ao choque térmico. Estilhaça-se em pequenos
fragmentos.
- Vidro estratificado – duas ou mais chapas de vidro colado entre si pela interposição de uma
película de plástico colada por pressão e calor. Em caso de quebra, a película plástica mantém
o vidro estilhaçado no respectivo lugar impedindo a dispersão dos fragmentos e absorvendo a
energia do corpo.
Disposições construtivas:
O caixilho que vai receber o vidro deve ser suficientemente rígido para não se
deformar;
Quando houver previsões de deformações estruturais na obra, deve-se tornar o
caixilho independente da estrutura;
Se o caixilho e as molduras forem metálicos, devem ser inoxidáveis ou protegidos
contra a oxidação, através de pinturas ou tratamentos adequados, compatíveis com os
materiais de calafetagem para cada caso;
Os caixilhos de madeira e de concreto devem receber pelo menos uma camada d
pintura de fundo em todo o rebaixo;
Os rebaixos devem estar isentos de umidade, gordura, oxidação, poeira ou outras
impurezas.
Envidraçamento:
As chapas de vidro devem ser colocadas de tal modo que não sofram tensões
suscetíveis de quebrá-las, tais como: dilatação, contração ou deformação do caixilho,
deformação ou recalque da obra;
Não é permitido o contato das bordas das chapas de vidro entre si, com alvenaria ou
peças metálicas;
A fixação das chapas de vidro deve ser tal que impeça o seu deslocamento em relação
aos elementos de fixação, excetuados os casos em que o projeto prevê movimentação;
Quando houver chapas de vidro com bordas livres acessíveis, estas devem ser
laboradas;
No caso de claraboias ou telhados para iluminação de passagem ou locais de trabalho,
a vidraça deve ser adequadamente protegida com telas metálicas ou outros dispositivos e
quando não o for, o vidro deve ser de segurança aramado ou laminado;
A massa deve ser aplicada de maneira a não formar vazios, e sua superfície aparente
deve ser lisa e regular;
Após o envidraçamento deve-se evitar a aplicação, na chapa de vidro, para assinalar a
sua presença, de pintura com materiais higroscópicos como, por exemplo, a cal, alvaiade
(que provocam ataques à sua superfície ), ou a marcação com outros processos que
redundem em danos à superfície da chapa;
Depois de muito sofrimento com casas gêmeas e sem condições de colocar aberturas
de ambas as laterais os engenheiros desenvolveram o tijolo de vidro vazado conhecido
também como “elemento vazado” que surgiu como opção de janela que ao mesmo tempo em
que permite que entre claridade dentro da casa também permite a ventilação de maneira que
não interfira na estrutura do prédio. Este tipo de tijolo vazado pode ser usado em escritórios,
casas, edifícios, escolas, lavanderia, edículas, área de serviço, ginásio de esportes, pavilhões
industriais, corredores de prédios, salas de espera e em qualquer lugar onde seja necessário o
seu uso.
Os elementos de vidro vazado são práticos de fácil limpeza, vedação total contra chuva e
pássaros, não requer manutenção tipo pintura ou acabamento e deixa sua obra mais bonita. As
características do tijolo de vidro vazado são:
Beleza e Leveza
Transparência
Ventilação
As películas podem ser empregadas nos vidros temperado, float, serigrafado, colorido,
refletivo, incolor, antibala e outros. A restrição é feita ao vidro impresso, devido a sua
superfície rugosa. O vidro laminado não deve estar em contato permanente com água, pois
poderá ocorrer delaminação, isto é, as lâminas de vidro e PVB começarão a se desprender.
As películas de poliéster, aplicadas na superfície do vidro, também são eficientes no
controle solar e na absorção dos raios ultravioleta. A essas características alia-se o quesito
segurança, pois, no caso da quebra do vidro, a película pode reter os estilhaços, evitando
danos. Todas as películas recebem camada anti-risco para proteger sua superfície.
Uma das principais características do vidro é a sua superfície perfeitamente lisa, livre
de porosidade e, portanto antiaderente, que o torna o melhor material para embalagem de
alimentos e utensílios domésticos. Esta característica, porém cria dificuldade quando
queremos pintar ou gravar algo em sua superfície.
Fluxo
O fluxo é um pó de vidro moído que vai se fundir e se soldar à peça de vidro. Ele é produzido
por um processo tradicional de fusão de vidro, apresentando uma composição que lhe confira
as propriedades dele exigidas (baixa temperatura de fusão, compatibilidade com o pigmento e
com o vidro onde será aplicado).
Pigmento
Os pigmentos, que são constituídos de óxidos metálicos, são os componentes que darão a cor
ao fluxo, que originalmente é incolor. Eles devem ser estáveis nas temperaturas de “queima”
do esmalte (até 700oC), isto é nas temperaturas que os esmaltes devem ser aquecidos para que
o fluxo se funda e passe a ser parte integrante da peça original de vidro.
Meio
O fluxo e o pigmento são pós, e, portanto difíceis de aplicar e fixar à superfície da peça.
Portanto se mistura ambos com produtos orgânicos, líquidos ou pastosos, com a finalidade de
possibilitar a aplicação dos esmaltes com os meios disponíveis (spray, pincel, silk screen, etc.)
e garantir que êles permanecerão na peça de vidro até a queima do esmalte, quando por efeito
do calor, se evaporam.
Os esmaltes são bastante empregados nos vidros automobilísticos, na “banda negra” que é
uma faixa que envolve a borda do vidro e serve para proteger a cola que o fixa à carroceria, da
radiação solar e também para gravar a marca e especificações.
Na construção civil são empregados não só com efeito decorativo, muito explorado
pelos arquitetos, mas também funcional quando se necessita diminuir ou mesmo eliminar a
transmissão de luz através do vidro.
Vantagens do Vidro
Material considerado extremamente nobre, o vidro possui inúmeras qualidades que auxiliam
ainda mais no desenvolvimento de novas formas de uso e aplicação. Veja abaixo alguns dos
seus principais atributos:
Reciclável
O vidro pode ser reciclado infinitamente, sem perda de qualidade ou pureza. Uma garrafa de
vidro gera outra exatamente igual, independente do número de vezes que o caco de vidro vai
ao forno para ser reciclado. Ao agregarmos o caco na fusão, diminuímos a retirada de matéria-
prima da natureza:
Retornável
Embalagens de vidro podem ser reaproveitadas diversas vezes, como é o caso, por exemplo,
das garrafas de cerveja e refrigerantes.
Reutilizável
Embalagens vazias de vidro podem ser utilizadas para armazenar qualquer outro alimento ou
até mesmo objetos.
Higiênico
O vidro é fabricado com elementos naturais, protegendo os produtos durante mais tempo e
dispensando a utilização de conservantes adicionais, atendendo a todos os requisitos exigidos
para o acondicionamento de líquidos e alimentos para o consumo humano.
Inerte
O vidro não reage quimicamente. Por ser neutro, o produto não sofre alteração de sabor, odor,
cor ou qualidade.
Impermeável
Por não ser poroso, funciona como uma barreira contra qualquer agente exterior, mantendo
assim os produtos mais frescos, aumentando o “shelf-life” em relação a outros tipos de
embalagens.
Resistente
Mudanças bruscas de temperatura, cargas verticais e umidade não representam um problema
para as embalagens de vidro.
Transparente
O consumidor visualiza o que pretende comprar. Os produtos ganham uma imagem nobre,
sofisticada e confiável.
Dinâmico
Devido às suas propriedades, permite uma possibilidade enorme de combinações na
transformação do vidro original, o que garante a renovação constante do design das
embalagens.
Versátil
Formas, cores, tamanhos são detalhes que fazem diferença no ponto-de-venda.
Prático
Após o uso, o produto pode ser fechado novamente, caso não seja consumido em sua
totalidade. Pode ser utilizado diretamente no microondas e a vantagem adicional de ser levado
diretamente à mesa sem necessidade de transferência para outros recipientes.
Recicláveis
-Garrafas de bebida alcoólica e não alcoólica (refrigerantes, cerveja, suco, água, vinho, etc);
-Frascos em geral ( molhos, condimentos, remédios, perfumes e produtos de limpeza);
-Potes de produtos alimentícios;
-Cacos de embalagens.
Vantagens: este tipo de reciclagem proporciona à economia de agregados naturais que são os
comumente utilizados para este fim.
Processo de produção: para este fim, o vidro é moído e/ou quebrado em cacos - estão sendo
feitos estudos para a determinação da melhor maneira de inserir o vidro na pasta de cimento.
Vantagens: a vantagem neste caso é a mesma do agregado para cimento Portland. Processo
de produção. Não há necessidade de nenhum equipamento especial para esta utilização.
Não Recicláveis
-Espelhos, vidros de janela, box de banheiro, lâmpadas, cristal;
-Ampolas de remédio, formas, travessas e utensílios de mesa de vidro temperado;
-Vidro de automóveis;
-Tubos de televisão e válvulas.
Existem materiais e técnicas construtivas que são sinônimos de uma época. Já outros
não apenas permeiam e caracterizam um período histórico, como se transformam em recursos
atemporais, a ponto de serem tomados praticamente como insubstituíveis. Esse é o caso do
vidro, um recurso que chegou para ficar na construção civil desde a segunda metade do século
19.
Depois que o movimento moderno radicalizou as possibilidades de uso extensivo do
material, difundindo-o, por exemplo, nos emblemáticos arranha-céus de Mies van der Rohe
ou na casa Farsworth, a arquitetura e os arquitetos nunca mais foram os mesmos.
Já que não é possível viver sem o vidro e que, na realidade, ele é um dos mais
fantásticos materiais postos à disposição dos arquitetos, é mister estudá-lo, analisar suas
características extraordinárias e utilizá-lo eficiente e eficazmente na "busca da janela" que, em
última análise, é " o resumo da história da arquitetura", na expressão de Gropius.
Conclusão
A Opção pelo vidro está cada vez maior devido ao relacionamento com as
características, que nos proporciona como a translucidez, integração com o meio externo,
eficiência energética (proporcionada pela redução da necessidade de iluminação e uso de ar-
condicionado), acústico e de segurança. Com as técnicas atuais de fabricação podemos
fabricar vidros com diversas características e para todos os tipos de finalidade.
Referencias Bibliográficas
ARAUJO, Regina Célia Lopes; FREITAS, Edna Das Graças Assunção; RODRIGUES, Edmundo Henrique
Ventura, Materiais de construção - 1. ed. - Seropédica, RJ :Editora Universidade Rural,2000, 209p.
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