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muda-no-ensino-de-ciencias-com-a-bncc

Publicado em NOVA ESCOLA 06 de Janeiro | 2017

O que muda

O que muda no ensino de


Ciências com a BNCC?
Organização de conteúdos é uma das principais
novidades. Veja:

Ao estudar a BNCC de Ciências, você vai perceber que há novos nomes para
os eixos temáticos que organizam os conteúdos do componente curricular.
Mas a mudança vai além da nomenclatura. O documento deixa mais clara a
proposta de progressão da aprendizagem, com as habilidades sendo
desenvolvidas ano a ano, com grau crescente de complexidade em todo o
Ensino Fundamental. Em termos conceituais, muitos dos pressupostos que
existiam nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) foram mantidos, mas
com ênfase e detalhamento diferentes.

Anote: a Base propõe que crianças e jovens tenham acesso à


diversidade de conhecimentos científicos produzidos ao longo da
história. Mas a ideia não é a de simples assimilação de conteúdos.

O objetivo principal é proporcionar aos alunos o contato com processos,


práticas e procedimentos da investigação científica para que eles sejam
capazes de intervir na sociedade. Neste percurso, as vivências e interesses
dos estudantes sobre o mundo natural e tecnológico devem ser valorizados.

LEIA MAIS:

BNCC propõe que ensino do componente envolva mais investigação e menos


atividades que copiem o professor

O que mudou: unidades temáticas


Na BNCC, a organização se dá em três unidades temáticas:

Matéria e Energia
Vida e Evolução
Terra e Universo

O ensino de ciências alinhado à Base será feito em torno de três


unidades temáticas que se repetem ano a ano. Cada uma é
estruturada em um conjunto de habilidades cuja complexidade
cresce progressivamente ao longo do tempo. Essa opção resultou,
por exemplo, em uma distribuição mais equilibrada entre
conteúdos tradicionais do componente curricular. Antes, o foco em
Biologia era maior, com Física e Química sendo abordadas, com
maior frequência, apenas nos anos finais do Fundamental. Agora
essas áreas das Ciências estão distribuídas nas unidades temáticas e
são trabalhadas em todos os anos da escolaridade. A seguir,
entenda o que é esperado que os alunos desenvolvam.

O documento propõe uma mudança de paradigma, com um trabalho em


espiral, em que os eixos se repetem a cada ano, com a indicação de uma
progressão da aprendizagem no conjunto de habilidades propostas. O
objetivo é facilitar a compreensão, com os conceitos sendo construídos
gradativamente, com complexidade maior ano a ano, conforme avança o
desenvolvimento e a maturidade dos alunos. Assim, o estudante, que antes
tinha contato com conteúdos que agora compõem a unidade temática
Matéria e Energia apenas no 5º ano – para depois voltar a estudá-los somente
no 9º ano –, agora aprende as noções mais básicas da área desde os
primeiros anos do Fundamental. A expectativa é de que, dessa maneira,
quando as fórmulas e cálculos forem apresentados, no Fundamental 2, ele já
esteja familiarizado com o fundamento desses conteúdos. O mesmo ocorre
com os demais eixos.

Vale lembrar que a BNCC propõe uma integração entre as unidades


temáticas, o que fica claro quando determinados temas aparecem nos três
eixos. É o caso de sustentabilidade socioambiental. O próprio documento
indica que, para a compreensão completa do tema, “os alunos devem
entender a importância da biodiversidade para a manutenção e equilíbrio dos
ecossistemas, ser capazes de avaliar hábitos de consumo que envolvam
recursos naturais e artificiais e identifiquem as relações dos processos
atmosféricos, geológicos, celestes e sociais com as condições necessárias
para a manutenção da vida no planeta”.

Veja como ensinar


Matéria e energia
Terra e Universo
Vida e Evolução

Como era
Os PCN traziam indicações de divisão por blocos temáticos: Ambiente, Ser
Humano e Saúde e Recursos Tecnológicos. Os três deveriam ser trabalhados
em todo o Ensino Fundamental. Havia um quarto bloco, Terra e Universo, que
entrava apenas a partir do então chamado terceiro ciclo – o equivalente ao
atual Fundamental 2. Vale observar que no documento referente aos terceiro
e quarto ciclos, havia diferenças na nomenclatura de dois blocos: Ambiente
passava a ser “Vida e Ambiente” e “Recursos Tecnológicos” ganhava o nome
de “Tecnologia e Sociedade”.

Na prática, a maior parte das escolas e os livros didáticos os distribuiam de


maneira linear e isolada, com um assunto sendo abordado inteiro de uma
vez. Em geral, o 6º ano trabalhava Terra e Universo, o 7º, Seres Vivos e o 8º,
Corpo Humano e o 9º Matéria e Energia, por exemplo.
Objetos de conhecimento e habilidades
Além dos eixos estruturantes do documento, é preciso entender as
demais divisões. Os objetos de conhecimento são grandes guarda-
chuvas que, debaixo deles, se agrupam diferentes habilidades que
mobilizam conteúdos específicos. Eles indicam o que o aluno precisa
saber ao final daquela aula, sequência didática ou atividade.
As habilidades são as aprendizagens ou conhecimentos essenciais
esperados para cada disciplina e ano. Dentro das habilidades, vale
destrinchar como está estruturado o conteúdo:
O verbo inicial explica a ação ou o que o estudante precisa FAZER
(aprendizagem efetiva) e o processo cognitivo envolvido na habilidade.
O complemento do verbo explicita o objeto de conhecimento
(conteúdos, conceitos e processos a ser aprendidos) mobilizado na
habilidade. O modificador do verbo (em geral é a continuação da frase)
traz informações sobre o contexto da aprendizagem esperada,
especificando ainda mais do que se trata. Em suma, as habilidades
respondem às seguintes perguntas: Qual o fazer? Com que objeto? De
que forma? Como esse fazer contribui para a aprendizagem?

EXEMPLO

Ano: 3º ano

Objeto de conhecimento: Saúde auditiva e visual

Habilidade: (EF03CI03) Discutir hábitos necessários


para a manutenção da saúde auditiva e visual
considerando as condições do ambiente em termos de
som e luz.

O verbo escolhido é “discutir”, o que indica a expectativa


de que a aprendizagem proposta ao aluno faça com que
ele seja capaz de levantar, analisar e debater
informações. Neste caso, sobre o que pode prejudicar a
visão e a audição, bem como sobre o funcionamento
desses sentidos (complemento). O contexto da
discussão é a exposição do indivíduo ao som e a luz
(modificador).

Faça o download do documento da BNCC


Nem tudo mudou. Veja alguns dos
pressupostos dos PCN foram mantidos na BNCC:
A concepção do estudo de Ciências como um conhecimento que
fornece elementos para a compreensão do mundo e de suas
transformações;
A percepção de que o componente colabora para o aluno entender a
importância de cuidar e respeitar o próprio corpo, bem como o dos
outros, considerando a saúde como um valor pessoal e social;
O pressuposto de que as ideias e vivências prévias dos estudantes são
importantes no processo de aprendizagem;
A ênfase na necessidade de crianças e jovens entenderem a dimensão
ética das Ciências, o que inclui avaliar e debater o impacto das ações do
homem na natureza.

MAIS:
A BNCC também propõe uma ênfase na abordagem investigativa, ou
seja, o conhecimento deve acontecer por meio da observação,
comparação e confronto de oposições e não apenas pelas aulas
expositivas. Clique para entender.

Foto: GettyImages.

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