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LEI DE SEGURANÇA

ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Lei nº 11.346............................................................... 3

Decreto nº 7.272....................................................... 11
LEI Nº 11.346
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 11.346, DE 15 DE SETEMBRO DE 2006.

Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.


SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimentação ade-
quada e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Lei estabelece as definições, princípios, diretrizes, objetivos e


composição do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional .
SISAN, por meio do qual o poder público,com a participação da sociedade
civil organizada, formulará e implementará políticas, planos, programas e
ações com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada.

Art. 2º A alimentação adequada é direito fundamental do ser humano,


inerente à dignidade da pessoa humana e indispensável à realização
dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder pú-
blico adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promo-
ver e garantir a segurança alimentar e nutricional da população.

§ 1º A adoção dessas políticas e ações deverá levar em conta as dimen-


sões ambientais, culturais, econômicas, regionais e sociais.

§ 2º É dever do poder público respeitar, proteger, promover, prover,


informar, monitorar, fiscalizar e avaliar a realização do direito humano

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à alimentação adequada, bem como garantir os mecanismos para sua
exigibilidade.

Art. 3º A segurança alimentar e nutricional consiste na realização do


direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de quali-
dade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras
necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares pro-
motoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam
ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis.

Art. 4º A segurança alimentar e nutricional abrange:

I. a ampliação das condições de acesso aos alimentos por meio da produ-


ção, em especial daagricultura tradicional e familiar, do processamento,
da industrialização, da comercialização, incluindo-se os acordos interna-
cionais, do abastecimento e da distribuição dos alimentos, incluindo-se
a água, bem como da geração de emprego e da redistribuição da renda;

II. a conservação da biodiversidade e a utilização sustentável dos recursos;

III. a promoção da saúde, da nutrição e da alimentação da população,


incluindo-se grupos populacionais específicos e populações em situa-
ção de vulnerabilidade social;

IV. a garantia da qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológi-


ca dos alimentos, bem como seu aproveitamento, estimulando práti-
cas alimentares e estilos de vida saudáveis que respeitem a diversida-
de étnica e racial e cultural da população;

V. a produção de conhecimento e o acesso à informação; e

VI. a implementação de políticas públicas e estratégias sustentáveis e


participativas de produção, comercialização e consumo de alimentos,
respeitando-se as múltiplas características culturais do País.

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Art. 5º A consecução do direito humano à alimentação adequada e da
segurança alimentar e nutricional requer o respeito à soberania, que
confere aos países a primazia de suas decisões sobre a produção e o
consumo de alimentos.

Art. 6º O Estado brasileiro deve empenhar-se na promoção de coo-


peração técnica com países estrangeiros, contribuindo assim para a
realização do direito humano à alimentação adequada no plano inter-
nacional.

CAPÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Art. 7º A consecução do direito humano à alimentação adequada e


da segurança alimentar e nutricional da população far-se-á por meio
do SISAN, integrado por um conjunto de órgãos e entidades da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e pelas instituições
privadas, com ou sem fins lucrativos, afetas à segurança alimentar e
nutricional e que manifestem interesse em integrar o Sistema, respei-
tada a legislação aplicável.

§ 1º A participação no SISAN de que trata este artigo deverá obedecer


aos princípios e diretrizes do Sistema e será definida a partir de crité-
rios estabelecidos pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional . CONSEA e pela Câmara Interministerial de Segurança Ali-
mentar e Nutricional, a ser criada em ato do Poder Executivo Federal.

§ 2º Os órgãos responsáveis pela definição dos critérios de que trata o


§ 1º deste artigo poderão estabelecer requisitos distintos e específicos
para os setores público e privado.

§ 3º Os órgãos e entidades públicos ou privados que integram o SISAN


o farão em caráter interdependente, assegurada a autonomia dos seus
processos decisórios.

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§ 4º O dever do poder público não exclui a responsabilidade das enti-
dades da sociedade civil integrantes do SISAN.

Art. 8º O SISAN reger-se-á pelos seguintes princípios:

I. universalidade e eqüidade no acesso à alimentação adequada, sem


qualquer espécie de discriminação;

II. preservação da autonomia e respeito à dignidade das pessoas;

III. participação social na formulação, execução, acompanhamento,


monitoramento e controle das políticas e dos planos de segurança ali-
mentar e nutricional em todas as esferas de governo; e

IV. transparência dos programas, das ações e dos recursos públicos e


privados e dos critérios para sua concessão.

Art. 9º O SISAN tem como base as seguintes diretrizes:

I. promoção da intersetorialidade das políticas, programas e ações go-


vernamentais e nãogovernamentais;

II. descentralização das ações e articulação, em regime de colaboração,


entre as esferas de
governo;

III. monitoramento da situação alimentar e nutricional, visando a sub-


sidiar o ciclo de gestão
das políticas para a área nas diferentes esferas de governo;

IV. conjugação de medidas diretas e imediatas de garantia de acesso à


alimentação adequada, com ações que ampliem a capacidade de sub-
sistência autônoma da população;

V. articulação entre orçamento e gestão; e

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VI. estímulo ao desenvolvimento de pesquisas e à capacitação de re-
cursos humanos.

Art. 10. O SISAN tem por objetivos formular e implementar políticas


e planos de segurança alimentar e nutricional, estimular a integração
dos esforços entre governo e sociedade civil, bem como promover o
acompanhamento, o monitoramento e a avaliação da segurança ali-
mentar e nutricional do País.

Art. 11. Integram o SISAN:

I. a Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, instân-


cia responsável pela indicação ao CONSEA das diretrizes e prioridades
da Política e do Plano Nacional de Segurança Alimentar, bem como
pela avaliação do SISAN;

II. o CONSEA, órgão de assessoramento imediato ao Presidente da Re-


pública, responsável pelas seguintes atribuições:

a) convocar a Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutri-


cional, com periodicidade não superior a 4 (quatro) anos, bem como
definir seus parâmetros de composição, organização e funcionamento,
por meio de regulamento próprio;

b) propor ao Poder Executivo Federal, considerando as deliberações


da Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, as di-
retrizes e prioridades da Política e do Plano Nacional de Segurança Ali-
mentar e Nutricional, incluindo-se requisitos orçamentários para sua
consecução;

c) articular, acompanhar e monitorar, em regime de colaboração com


os demais integrantes do Sistema, a implementação e a convergência
de ações inerentes à Política e ao Plano Nacional de Segurança Alimen-
tar e Nutricional;

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d) definir, em regime de colaboração com a Câmara Interministerial
de Segurança Alimentar e Nutricional, os critérios e procedimentos de
adesão ao SISAN;

e) instituir mecanismos permanentes de articulação com órgãos e en-


tidades congêneres de segurança alimentar e nutricional nos Estados,
no Distrito Federal e nos Municípios, com a finalidade de promover o
diálogo e a convergência das ações que integram o SISAN;

f) mobilizar e apoiar entidades da sociedade civil na discussão e na im-


plementação de ações públicas de segurança alimentar e nutricional;

III . a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional,


integrada por Ministros de Estado e Secretários Especiais responsáveis
pelas pastas afetas à consecução da segurança alimentar e nutricional,
com as seguintes atribuições, dentre outras:

a) elaborar, a partir das diretrizes emanadas do CONSEA, a Política e o


Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, indicando dire-
trizes, metas, fontes de recursos e instrumentos de acompanhamento,
monitoramento e avaliação de sua implementação;

b) coordenar a execução da Política e do Plano;

c) articular as políticas e planos de suas congêneres estaduais e do


Distrito Federal;

IV . os órgãos e entidades de segurança alimentar e nutricional da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; e

V . as instituições privadas, com ou sem fins lucrativos, que manifes-


tem interesse na adesão e que respeitem os critérios, princípios e di-
retrizes do SISAN.

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§ 1º A Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional será
precedida de conferências estaduais, distrital e municipais, que deve-
rão ser convocadas e organizadas pelos órgãos e entidades congêneres
nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, nas quais serão es-
colhidos os delegados à Conferência Nacional.

§ 2º O CONSEA será composto a partir dos seguintes critérios:

I. 1/3 (um terço) de representantes governamentais constituído pelos


Ministros de Estado e Secretários Especiais responsáveis pelas pastas
afetas à consecução da segurança alimentar e nutricional;

II. 2/3 (dois terços) de representantes da sociedade civil escolhidos a


partir de critérios de indicação aprovados na Conferência Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional; e

III. observadores, incluindo-se representantes dos conselhos de âmbito fe-


deral afins, de organismos internacionais e do Ministério Público Federal.

§ 3º O CONSEA será presidido por um de seus integrantes, represen-


tante da sociedade civil, indicado pelo plenário do colegiado, na forma
do regulamento, e designado pelo Presidente da República.

§ 4º A atuação dos conselheiros, efetivos e suplentes, no CONSEA, será


considerada serviço de relevante interesse público e não remunerada.

CAPÍTULO III
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 12. Ficam mantidas as atuais designações dos membros do CON-


SEA com seus respectivos mandatos. Parágrafo único. O CONSEA deve-
rá, no prazo do mandato de seus atuais membros, definir a realização
da próxima Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricio-
nal, a composição dos delegados, bem como os procedimentos para
sua indicação, conforme o disposto no § 2º do art. 11 desta Lei.

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Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 15 de setembro de 2006; 185º da Independência e 118º da


República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Patrus Ananias

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DECRETO Nº 7.272

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO Nº 7.272, DE 25 DE AGOSTO DE 2010.

Regulamenta a Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, que cria o


Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN com
vistas a assegurar o direito humano à alimentação adequada, institui
a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - PNSAN, es-
tabelece os parâmetros para a elaboração do Plano Nacional de Segu-
rança Alimentar e Nutricional, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere


o art. 84, incisos IV e VI, alínea “a”, e tendo em vista o disposto no art.
6º, ambos da Constituição, e no art. 2º da Lei nº 11.346, de 15 de se-
tembro de 2006,

DECRETA:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Este Decreto define as diretrizes e objetivos da Política Nacio-


nal de Segurança Alimentar e Nutricional - PNSAN, dispõe sobre a sua
gestão, mecanismos de financiamento, monitoramento e avaliação,
no âmbito do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricio-
nal - SISAN, e estabelece os parâmetros para a elaboração do Plano
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

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CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS E DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Art. 2º Fica instituída a Política Nacional de Segurança Alimentar e


Nutricional - PNSAN, com o objetivo geral de promover a segurança
alimentar e nutricional, na forma do art. 3º da Lei nº 11.346, de 15 de
setembro de 2006, bem como assegurar o direito humano à alimenta-
ção adequada em todo território nacional.

Art. 3º A PNSAN tem como base as seguintes diretrizes, que orientarão


a elaboração do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional:

I - promoção do acesso universal à alimentação adequada e saudável,


com prioridade para as famílias e pessoas em situação de insegurança
alimentar e nutricional;

II - promoção do abastecimento e estruturação de sistemas sustentá-


veis e descentralizados, de base agroecológica, de produção, extração,
processamento e distribuição de alimentos;

III - instituição de processos permanentes de educação alimentar e


nutricional, pesquisa e formação nas áreas de segurança alimentar e
nutricional e do direito humano à alimentação adequada;

IV - promoção, universalização e coordenação das ações de segurança


alimentar e nutricional voltadas para quilombolas e demais povos e
comunidades tradicionais de que trata o art. 3º, inciso I, do Decreto
nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2007, povos indígenas e assentados da
reforma agrária;

V - fortalecimento das ações de alimentação e nutrição em todos os


níveis da atenção à saúde, de modo articulado às demais ações de se-
gurança alimentar e nutricional;

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VI - promoção do acesso universal à água de qualidade e em quantida-
de suficiente, com prioridade para as famílias em situação de insegu-
rança hídrica e para a produção de alimentos da agricultura familiar e
da pesca e aqüicultura;

VII - apoio a iniciativas de promoção da soberania alimentar, segurança


alimentar e nutricional e do direito humano à alimentação adequada
em âmbito internacional e a negociações internacionais baseadas nos
princípios e diretrizes da Lei nº 11.346, de 2006; e

VIII - monitoramento da realização do direito humano à alimentação


adequada.

Art. 4º Constituem objetivos específicos da PNSAN:

I - identificar, analisar, divulgar e atuar sobre os fatores condicionantes


da insegurança alimentar e nutricional no Brasil;

II - articular programas e ações de diversos setores que respeitem,


protejam, promovam e provejam o direito humano à alimentação
adequada, observando as diversidades social, cultural, ambiental,
étni­co-racial, a equidade de gênero e a orientação sexual, bem como
disponibilizar instrumentos para sua exigibilidade;

III - promover sistemas sustentáveis de base agroecológica, de pro-


dução e distribuição de alimentos que respeitem a biodiversidade e
fortaleçam a agricultura familiar, os povos indígenas e as comunida-
des tradicionais e que assegurem o consumo e o acesso à alimentação
adequada e saudável, respeitada a diversidade da cultura alimentar
nacional; e

IV - incorporar à política de Estado o respeito à soberania alimentar e a


garantia do direito humano à alimentação adequada, inclusive o aces-
so à água, e promovê-los no âmbito das negociações e cooperações
internacionais.

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Art. 5º A PNSAN deverá contemplar todas as pessoas que vivem no
território nacional.

CAPÍTULO III
DA GESTÃO DA POLÍTICA E DO SISTEMA NACIONAL DE
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Art. 6º A PNSAN será implementada pelos órgãos, entidades e instân-


cias integrantes do SISAN, elencadas no art. 11 da Lei nº 11.346, de
2006, de acordo com suas respectivas competências.

Art. 7º Os órgãos, entidades e instâncias integrantes do SISAN terão as


seguintes atribuições, no que concerne à gestão do Sistema e da PNSAN:

I - Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional:

a) indicação ao CONSEA das diretrizes e prioridades da PNSAN e do


Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; e

b) avaliação da implementação da PNSAN, do Plano e do Sistema Na-


cional de Segurança Alimentar e Nutricional;

II - Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - CONSEA,


órgão de assessoramento imediato da Presidência da República, sem
prejuízo das competências dispostas no art. 2º do Decreto nº 6.272, de
23 de novembro de 2007:

a) apreciação e acompanhamento da elaboração do Plano Nacional de


Segurança Alimentar e Nutricional e manifestação sobre o seu conte-
údo final, bem como avaliação da sua implementação e proposição de
alterações visando ao seu aprimoramento; e

b) contribuição para a proposição e disponibilização de mecanismos e


instrumentos de exigibilidade do direito humano à alimentação ade-
quada e monitorar sua aplicação;

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III - Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, sem
prejuízo das competências dispostas no art. 1º do Decreto nº 6.273, de
23 de novembro de 2007:

a) instituição e coordenação de fóruns tripartites para a interlocução


e pactuação, com representantes das câmaras governamentais inter-
setoriais de segurança alimentar e nutricional estaduais, municipais e
do Distrito Federal, das respectivas políticas e planos de segurança ali-
mentar e nutricional;

b) interlocução e pactuação com os órgãos e entidades do Governo


Federal sobre a gestão e a integração dos programas e ações do Plano
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; e

c) apresentação de relatórios e informações ao CONSEA, necessários


ao acompanhamento e monitoramento do Plano Nacional de Seguran-
ça Alimentar e Nutricional;

IV - órgãos e entidades do Poder Executivo Federal responsáveis pela


implementação dos programas e ações integrantes do Plano Nacional
de Segurança Alimentar e Nutricional:

a) participação na Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e


Nutricional com vistas à definição pactuada de suas responsabilidades
e mecanismos de participação na PNSAN e no Plano Nacional de Segu-
rança Alimentar e Nutricional;

b) participação na elaboração, implementação, monitoramento e ava-


liação do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, nas
suas respectivas esferas de atuação;

c) interlocução com os gestores estaduais, distritais e municipais do


seu respectivo setor para a implementação da PNSAN e do Plano de
Segurança Alimentar e Nutricional;

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d) monitoramento e avaliação dos programas e ações de sua compe-
tência, bem como o fornecimento de informações à Câmara Intermi-
nisterial de Segurança Alimentar e Nutricional e ao CONSEA; e

e) criação, no âmbito de seus programas e ações, de mecanismos e


instrumentos de exigibilidade do direito humano à alimentação ade-
quada;

V - órgãos e entidades dos Estados e do Distrito Federal:

a) implantação de câmaras governamentais intersetoriais de seguran-


ça alimentar e nutricional, com atribuições similares à Câmara Intermi-
nisterial de Segurança Alimentar e Nutricional;

b) instituição e apoio ao funcionamento de conselhos estaduais ou dis-


trital de segurança alimentar e nutricional;

c) elaboração, implementação, monitoramento e avaliação dos res-


pectivos Planos de Segurança Alimentar e Nutricional, com base no
disposto neste Decreto e nas diretrizes emanadas das respectivas con-
ferências e conselhos de segurança alimentar e nutricional;

d) interlocução e pactuação com a Câmara Interministerial de Seguran-


ça Alimentar e Nutricional, nos fóruns tripartites, por meio das respec-
tivas câmaras governamentais intersetoriais de segurança alimentar
e nutricional, sobre os mecanismos de gestão e de cooperação para
implementação integrada dos planos nacional, estaduais, distrital e
municipais de segurança alimentar e nutricional;

e) no caso dos Estados, instituição de fóruns bipartites para interlocu-


ção e pactuação com representantes das câmaras governamentais in-
tersetoriais de segurança alimentar e nutricional dos municípios sobre
os mecanismos de gestão e de implementação dos planos estaduais e
municipais de segurança alimentar e nutricional;

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f) criação, no âmbito dos programas e ações de segurança alimentar e
nutricional, de mecanismos e instrumentos de exigibilidade do direito
humano à alimentação adequada; e

g) monitoramento e avaliação dos programas e ações de sua compe-


tência, bem como o fornecimento de informações às respectivas câ-
maras governamentais intersetoriais e aos conselhos de segurança ali-
mentar e nutricional;

VI - órgãos e entidades dos Municípios:

a) implantação de câmara ou instância governamental de articulação


intersetorial dos programas e ações de segurança alimentar e nutricio-
nal, com atribuições similares à Câmara Interministerial de Segurança
Alimentar e Nutricional;

b) implantação e apoio ao funcionamento de conselhos municipais de


segurança alimentar e nutricional ou definição de instância de partici-
pação e controle social responsável pela temática;

c) elaboração, implementação, monitoramento e avaliação dos respec-


tivos planos de segurança alimentar e nutricional, com base no dispos-
to neste Decreto e nas diretrizes emanadas das respectivas conferên-
cias e dos conselhos de segurança alimentar e nutricional;

d) interlocução e pactuação, nos fóruns bipartites, com as câmaras go-


vernamentais intersetoriais de segurança alimentar e nutricional dos
seus Estados, sobre os mecanismos de gestão e de cooperação para
implementação integrada dos planos nacional, estaduais e municipais
de segurança alimentar e nutricional; e

e) monitoramento e avaliação dos programas e ações de sua compe-


tência, bem como o fornecimento de informações às respectivas câ-
maras ou instâncias governamentais de articulação intersetorial e aos
conselhos de segurança alimentar e nutricional.

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Art. 8º O Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, resul-
tado de pactuação intersetorial, será o principal instrumento de plane-
jamento, gestão e execução da PNSAN.

Parágrafo único. Poderão ser firmados acordos específicos entre os


órgãos e entidades do Poder Executivo Federal responsáveis pela im-
plementação dos programas e ações de segurança alimentar e nutri-
cional, com o objetivo de detalhar atribuições e explicitar as formas
de colaboração entre os programas e sistemas setoriais das políticas
públicas.

Art. 9º A pactuação federativa da PNSAN e a cooperação entre os en-


tes federados para a sua implementação serão definidas por meio de
pactos de gestão pelo direito humano à alimentação adequada.

§ 1º O pacto de gestão referido no caput e os outros instrumentos


de pactuação federativa serão elaborados conjuntamente pela Câmara
Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, por represen-
tantes das câmaras intersetoriais dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios e deverão prever:

I - a formulação compartilhada de estratégias de implementação e in-


tegração dos programas e ações contidos nos planos de segurança ali-
mentar e nutricional; e

II - a expansão progressiva dos compromissos e metas, e a qualificação das


ações de segurança alimentar e nutricional nas três esferas de governo.

§ 2º A Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional


deverá realizar reuniões periódicas com representantes de suas congê-
neres estaduais, distrital e municipais, denominadas fóruns tripartites,
visando:

I - a negociação, o estabelecimento e o acompanhamento dos instru-


mentos de pactuação entre as esferas de governo; e

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II - o intercâmbio do Governo Federal com os Estados, Distrito Federal
e Municípios para o fortalecimento dos processos de descentralização,
regionalização e gestão participativa da política nacional e dos planos
de segurança alimentar e nutricional.

§ 3º As câmaras intersetoriais de segurança alimentar e nutricional


dos Estados que aderirem ao SISAN deverão realizar reuniões periódi-
cas com representantes dos Municípios, denominadas fóruns biparti-
tes, visando aos objetivos definidos no § 2º.

Art. 10. Os procedimentos necessários para a elaboração dos instru-


mentos de pactuação, assim como definições quanto à composição e a
forma de organização dos fóruns tripartite e bipartites, serão discipli-
nados pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricio-
nal, após consulta ao CONSEA.

CAPÍTULO IV
DA ADESÃO AO SISTEMA NACIONAL DE SEGURANÇA
ALIMENTAR E NUTRICIONAL - SISAN

Art. 11. A adesão dos Estados, Distrito Federal e Municípios ao SISAN dar-
se-á por meio de termo de adesão, devendo ser respeitados os princípios
e diretrizes do Sistema, definidos na Lei nº 11.346, de 2006.

§ 1º A formalização da adesão ao SISAN será efetuada pela Secretaria Exe-


cutiva da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional.

§ 2º São requisitos mínimos para a formalização de termo de adesão:

I - a instituição de conselho estadual, distrital ou municipal de seguran-


ça alimentar e nutricional, composto por dois terços de representantes
da sociedade civil e um terço de representantes governamentais;

II - a instituição de câmara ou instância governamental de gestão inter-


setorial de segurança alimentar e nutricional; e

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III - o compromisso de elaboração do plano estadual, distrital ou muni-
cipal de segurança alimentar e nutricional, no prazo de um ano a partir
da sua assinatura, observado o disposto no art. 20.

Art. 12. A adesão das entidades privadas sem fins lucrativos ao SISAN
dar-se-á por meio de termo de participação, observados os princípios
e diretrizes do Sistema.

§ 1º Para aderir ao SISAN as entidades previstas no caput deverão:

I - assumir o compromisso de respeitar e promover o direito humano à


alimentação adequada;

II - contemplar em seu estatuto objetivos que favoreçam a garantia da


segurança alimentar e nutricional;

III - estar legalmente constituída há mais de três anos;

IV - submeter-se ao processo de monitoramento do CONSEA e de seus


congêneres nas esferas estadual, distrital e municipal; e

V - atender a outras exigências e critérios estabelecidos pela Câmara


Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional.

§ 2º As entidades sem fins lucrativos que aderirem ao SISAN poderão


atuar na implementação do Plano Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional, conforme definido no termo de participação.

Art. 13. A Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricio-


nal, após consulta ao CONSEA, regulamentará:

I - os procedimentos e o conteúdo dos termos de adesão e dos termos


de participação; e

II - os mecanismos de adesão da iniciativa privada com fins lucrativos


ao SISAN.
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CAPÍTULO V
DOS MECANISMOS DE FINANCIAMENTO DA POLÍTICA E DO SISTEMA
NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL E DE SUAS
INSTÂNCIAS DE GESTÃO

Art. 14. O financiamento da PNSAN será de responsabilidade do Poder


Executivo Federal, assim como dos Estados, Distrito Federal e Municí-
pios que aderirem ao SISAN, e se dividirá em:

I - dotações orçamentárias de cada ente federado destinadas aos di-


versos setores que compõem a segurança alimentar e nutricional; e

II - recursos específicos para gestão e manutenção do SISAN, consigna-


dos nas respectivas leis orçamentárias anuais.

§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, que aderirem ao


SISAN, e o Poder Executivo Federal deverão dotar recursos nos orça-
mentos dos programas e ações dos diversos setores que compõem a
segurança alimentar e nutricional, compatíveis com os compromissos
estabelecidos nos planos de segurança alimentar e nutricional e no
pacto de gestão pelo direito humano à alimentação adequada.

§ 2º O CONSEA e os conselhos estaduais, distrital e municipais de se-


gurança alimentar e nutricional poderão elaborar proposições aos res-
pectivos orçamentos, a serem enviadas ao respectivo Poder Executivo,
previamente à elaboração dos projetos da lei do plano plurianual, da
lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual, propondo,
inclusive, as ações prioritárias.

§ 3º A Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional


e as câmaras governamentais intersetoriais de segurança alimentar e
nutricional dos Estados, Distrito Federal e Municípios, observando as
indicações e prioridades apresentadas pelo CONSEA e pelos congêne-
res nas esferas estadual e municipal, articular-se-ão com os órgãos da
sua esfera de gestão para a proposição de dotação e metas para os

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programas e ações integrantes do respectivo plano de segurança ali-
mentar e nutricional.

Art. 15. A Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutri-


cional discriminará, por meio de resolução, anualmente, as ações or-
çamentárias prioritárias constantes do Plano Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional e proporá:

I - estratégias para adequar a cobertura das ações, sobretudo visando


ao atendimento da população mais vulnerável; e

II - a revisão de mecanismos de implementação para a garantia da


equidade no acesso da população às ações de segurança alimentar e
nutricional.

Art. 16. As entidades privadas sem fins lucrativos que aderirem ao


SISAN poderão firmar termos de parceria, contratos e convênios com
órgãos e entidades de segurança alimentar e nutricional da União, ob-
servado o disposto no art. 2º, inciso II, do Decreto nº 6.170, de 25 de
julho de 2007, e na legislação vigente sobre o tema.

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CAPÍTULO VI
DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA POLÍTICA NACIONAL DE
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Art. 17. A União e os demais entes federados, que aderirem ao SISAN,


deverão assegurar, inclusive com aporte de recursos financeiros, as
condições necessárias para a participação social na PNSAN, por meio
das conferências, dos conselhos de segurança alimentar e nutricional,
ou de instâncias similares de controle social no caso dos Municípios.

§ 1º Para assegurar a participação social, o CONSEA, além de observar


o disposto no Decreto nº 6.272, de 2007, e no art. 7º, inciso II, deste
Decreto, deverá:

I - observar os critérios de intersetorialidade, organização e mobiliza-


ção dos movimentos sociais em cada realidade, no que se refere à de-
finição de seus representantes;

II - estabelecer mecanismos de participação da população, especial-


mente dos grupos incluídos nos programas e ações de segurança ali-
mentar e nutricional, nos conselhos e conferências; e

III - manter articulação permanente com as câmaras intersetoriais e


com outros conselhos relativos às ações associadas à PNSAN.

§ 2º Os conselhos de segurança alimentar e nutricional dos Estados,


Distrito Federal e Municípios, que aderirem ao SISAN, deverão assumir
formato e atribuições similares ao do CONSEA.

§ 3º O CONSEA disciplinará os mecanismos e instrumentos de articu-


lação com os conselhos estaduais, distrital e municipais de segurança
alimentar e nutricional.

23
CAPÍTULO VII
DA OPERACIONALIZAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL
DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Art. 18. A PNSAN será implementada por meio do Plano Nacional de


Segurança Alimentar e Nutricional, a ser construído intersetorialmente
pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, com
base nas prioridades estabelecidas pelo CONSEA a partir das delibera-
ções da Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

Art. 19. O Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional deverá:

I - conter análise da situação nacional de segurança alimentar e nutricional;

II - ser quadrienal e ter vigência correspondente ao plano plurianual;

III - consolidar os programas e ações relacionados às diretrizes desig-


nadas no art. 3° e indicar as prioridades, metas e requisitos orçamen-
tários para a sua execução;

IV - explicitar as responsabilidades dos órgãos e entidades da União


integrantes do SISAN e os mecanismos de integração e coordenação
daquele Sistema com os sistemas setoriais de políticas públicas;

V - incorporar estratégias territoriais e intersetoriais e visões articula-


das das demandas das populações, com atenção para as especificida-
des dos diversos grupos populacionais em situação de vulnerabilidade
e de insegurança alimentar e nutricional, respeitando a diversidade
social, cultural, ambiental, étnico-racial e a equidade de gênero; e

VI - definir seus mecanismos de monitoramento e avaliação.

24
Parágrafo único. O Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricio-
nal será revisado a cada dois anos, com base nas orientações da Câma-
ra Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, nas propostas
do CONSEA e no monitoramento da sua execução.

Art. 20. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, que aderirem ao SI-


SAN, deverão elaborar planos nas respectivas esferas de governo, com pe-
riodicidade coincidente com os respectivos planos plurianuais, e com base
nas diretrizes da PNSAN e nas proposições das respectivas conferências.

CAPÍTULO VIII
DO MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL
DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Art. 21. O monitoramento e avaliação da PNSAN será feito por sistema consti-
tuído de instrumentos, metodologias e recursos capazes de aferir a realização
progressiva do direito humano à alimentação adequada, o grau de implemen-
tação daquela Política e o atendimento dos objetivos e metas estabelecidas e
pactuadas no Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
§ 1º O monitoramento e avaliação da PNSAN deverá contribuir para o
fortalecimento dos sistemas de informação existentes nos diversos se-
tores que a compõem e para o desenvolvimento de sistema articulado
de informação em todas as esferas de governo.

§ 2º O sistema de monitoramento e avaliação utilizar-se-á de informa-


ções e indicadores disponibilizados nos sistemas de informações exis-
tentes em todos os setores e esferas de governo.

§ 3º Caberá à Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutri-


cional tornar públicas as informações relativas à segurança alimentar e
nutricional da população brasileira.

§ 4º O sistema referido no caput terá como princípios a participação social,


equidade, transparência, publicidade e facilidade de acesso às informações.

25
§ 5º O sistema de monitoramento e avaliação deverá organizar, de
forma integrada, os indicadores existentes nos diversos setores e con-
templar as seguintes dimensões de análise:

I - produção de alimentos;

II - disponibilidade de alimentos;

III - renda e condições de vida;

IV - acesso à alimentação adequada e saudável, incluindo água;

V - saúde, nutrição e acesso a serviços relacionados;

VI - educação; e

VII - programas e ações relacionadas a segurança alimentar e nutricional.

§ 6º O sistema de monitoramento e avaliação deverá identificar os


grupos populacionais mais vulneráveis à violação do direito humano à
alimentação adequada, consolidando dados sobre desigualdades so-
ciais, étnico-raciais e de gênero.

26
CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 22. A Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricio-


nal, em colaboração com o CONSEA, elaborará o primeiro Plano Nacio-
nal de Segurança Alimentar e Nutricional no prazo de até doze meses
a contar da publicação deste Decreto, observado o disposto no art. 19.
Parágrafo único. O primeiro Plano Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional deverá conter políticas, programas e ações relacionados,
entre outros, aos seguintes temas:

I - oferta de alimentos aos estudantes, trabalhadores e pessoas em


situação de vulnerabilidade alimentar;

II - transferência de renda;

III - educação para segurança alimentar e nutricional;

IV - apoio a pessoas com necessidades alimentares especiais;

V - fortalecimento da agricultura familiar e da produção urbana e pe-


riurbana de alimentos;

VI - aquisição governamental de alimentos provenientes da agricultura


familiar para o abastecimento e formação de estoques;

VII - mecanismos de garantia de preços mínimos para os produtos da


agricultura familiar e da sociobiodiversidade;

VIII - acesso à terra;


IX - conservação, manejo e uso sustentável da agrobiodiversidade;

X - alimentação e nutrição para a saúde;

XI - vigilância sanitária;

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XII - acesso à água de qualidade para consumo e produção;

XIII - assistência humanitária internacional e cooperação Sul-Sul em


segurança alimentar e nutricional; e

XIV - segurança alimentar e nutricional de povos indígenas, quilombo-


las, demais povos e comunidades tradicionais.

Art. 23. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 25 de agosto de 2010; 189º da Independência e 122º da Re-


pública.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcia Helena Carvalho Lopes

Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.8.2010

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