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RESUMÃO CIÊNCIA POLÍTICA: ÚLTIMA PROVA

Cap. 2 – O Espaço Geográfico: Fonte Material e não Formal do Direito (32 a 68 p).

RELAÇÃO ENTRE DIREITO E NORMA:


A Norma é o elemento de relação entre Geografia e Direito. A Norma possui três
dimensões ou atributos, que são: comunicação, sanção e burocracia; isto porque o Espaço
é um híbrido ou mistura de coisas naturais e sociais.
ELEMENTOS QUE FORMAM O ESPAÇO GEOGRÁFICO (OBJETOS E
AÇÕES):
Ricardo Mendes dirige-se na concepção do Espaço Geográfico como aquele que é
formado por Objetos e Ações. Por exemplo: As metrópoles (grandes cidades) possuem
intensa densidade populacional, e como consequência, normativa.
A CONCEPÇÃO DE ESPAÇO GEOGRÁFICO DE MILTON SANTOS E
BOAVENTURA DE SOUZA SANTOS:
Vale ressaltar, que para Boaventura de Souza Santos, o Espaço Geográfico tem como
Elementos (comunicação, sistema e repressão). Estes mesmos conceitos estão implícitos
na concepção de Milton Santos ao tratar do Território normado (o homem pelas suas
ações produz normatização) e Território como norma (território produz norma). Ou seja,
a Norma produz o espaço geográfico e o Território produz Norma. O elemento repressivo
(força) destaca-se sobre os outros elementos no Território normado. Enquanto que no
Território como norma o elemento é a comunicação. Contudo, nos dois tipos, o elemento
sistêmico está presente (primeiro na organização, e depois como organismo ou
organicamente).
USO DO TERRITÓRIO PELOS DIVERSOS NÍVEIS DE HEGEMONIA:
Norma Jurídica (Direito) x Espaço Geográfico (Formas Geográficas).
Os indivíduos, grupos, populações, empresas ou instituições tem seus comportamentos
submetidos à força das normas e formas geográficas. O Estado usa a força externa sobre
as pessoas. Esta força tem origem em fontes materiais (objetos técnicos) e formais (as
normas que são regras ou leis que geram punição se forem desobedecidas)
A diferença entre as pessoas e as empresas é que as empresas produzem normas ou formas
especializadas que envolvem mais pessoas, devido a sua organização padronizada como
a circulação e produção de mercadorias. Ou seja, as Instituições são por excelência, como
exemplo, produtoras de normas que ganham formas geográficas (geografizam-se), como
o caso da Secretaria Pública (produz normas como controle social) responsável pelo setor
de habitação de uma cidade. Portanto, a interação entre Norma e Forma geográfica
(espaço) gera a REGULAÇÃO.
Obs.: A Sociologia busca o controle social, haja visto que as normas podem ser
desrespeitadas; enquanto que o Direito busca a sanção ou punição para garantir o
cumprimento do dever legal. Vale dizer também que César Bittencourt fala da diferença
de Norma e Lei no Direito Penal – A Norma é a Regra, e a Lei é sua aplicação (punição).
TIPOS DE REGULAÇÃO DO TERRITÓRIO:
A Regulação pode ser Econômica, social ou Política1. Logo, o espaço geográfico
(Território) é fonte material (leis) e não formal do Direito (costumes e regras). E a Norma
também produz o Território (espaço político limitado por fronteiras e organizado pela
presença do Estado).
TÉCNICA E NORMA: ELEMENTOS PARA UMA COMPREENSÃO
EPISTEMOLÓGICA DE REGULAÇAO NO TERRITÓRIO (p 41).
Há dois elementos epistemológicos (episthemis= conhecimento e logos= estudo) na
Regulação do Território, ou em outras palavras, o Território é regulado por dois
elementos: Técnica e Norma.
Segundo Milton Santos, os objetos são artificiais, feitos pela Técnica ou apropriados por
ela. A ação dos seres humanos se realiza pela Técnica e Norma. As ações são humanas
ou de empresas (pessoas jurídicas) que produzem normas.
Logo a Norma (criada pelas ações dos homens) junto com a Técnica (é o modo de relação
do homem – não apenas Trabalho – com a natureza, tanto criada como natural) produz
objetos, como uma Ponte que precisa de Normas dos Empresários e Ações
(investimentos). Portanto, a Norma é uma ação que se realiza pela Técnica, e pode ser
Jurídica, Técnicas ou Morais.
Obs.: Os obstáculos que a natureza provoca sobre os objetos técnicos (obras humanas)
são frutos do acaso e não produzem normas (isto é óbvio).
PLURALISMO JURÍDICO:
O Pluralismo Jurídico é conceituado a partir da ligação ou interação da Norma (Ação) e
Técnica (Objeto) – é uma análise vertical.
Vale dizer também que o Pluralismo Jurídico também existia na Antiguidade, como na
Idade Média, sociedades africanas, asiáticas e americanas (com suas próprias e mais
diversas normas e leis). Atualmente existem grandes corporações transnacionais
(organizadas) que produzem novas Normas.
Obs.: O Pluralismo Jurídico existe nos países Ocidentais e também Ocidentais (o
monismo jurídico do Ocidente é apenas aparente, mesmo que antigamente ele tenha sido
dominante ou hegemônico como a Europa Ocidental e América Anglo-saxônica – Ou
seja, existe Pluralismo Jurídico).
DIVISÃO DE PODERES – PLURALISMO JURÍDICO:
1- Poder Monolítico e extensivo da hegemonia soberana
2- Poder fragmentado, especializado por setores econômicos (não precisa apenas ser
produtivos), formados por redes técnicas e organizacionais – a hegemonia corporativa).
3- Constituição de Novas Formas de Poder (Multiculturalismo).
AS NORMAS JURÍDICAS E O TERRITÓRIO (p. 48):
Veja no esquema abaixo criado por Miguel Reale, de como a Norma na Geografia pode
ser vista como a tensão entre Objetos (Técnica ou Obras Humanas) e Ações (Normas) no
Espaço.
TABELA 1 – CONCEITO E ANÁLISE DO OBETO E DA TÉCNICA DE MILTON SANTOS.
ELEMENTOS DO EXEMPLOS DO OBJETO CARACTERÍSTICAS DO CONCEITO DE
OBJETO TÉCNICO TÉCNICO OBJETO TÉCNICO OBJETO E TÉCNICA

OBJETOS Emoções, paixões, instintos, Possuem apenas temporalidade


PSÍQUICOS desejos
(Caracterizados por laços de

Coexistência e sucessão) OBJETOS


NATURAIS

(PRINCÍPIO DA
OBJETOS FÍSICOS – Coisas, corpos físicos São espaço-temporais CAUSALIDADE)
(qualidade intrínseca: extensão
e consequentemente resistência
ao sujeito que os conhece)

OBJETOS NATURAIS - Entes geométricos, como o São atemporais e a-espaciais


Triângulo, o círculo, um número, (são incluídos no espaço, mas
Um juízo lógico, um silogismo. não possuem espacialidade ELEMENTOS DA
como condição de seu revelar- TÉCNICA
se)

Fonte: Adaptado Miguel Reale, Filosofia de Direito apud Ricardo Mentes A.J.

Conforme você observou na Tabela, temos que: O Objeto Técnico é o Objeto Cultural
(formado pelos três elementos psíquicos, físicos e naturais) que são valores (Dever-Ser)
e produções de um mundo histórico cultural que surge enquanto ser ou não valorado
(Deve-ser), ou seja, num dado período histórico e cultural.
Os Objetos Técnicos são formados pela psique (mente), física (força) e lógica (sistema).
Com isto, atualmente, graças a Tecnologia e avanço moderno, temos o conceito de
Tecnoesfera e Psicoesfera (estas palavras demonstram que a técnica não é apenas a
realizada pelo homem e sim também pela Tecnologia). A Tecnoesfera junto com a
Psicoesfera são recursos usados no meio científico-técnico para produzir a Razão,
Irracionalidade e Contrarracionalidade.
Obs.: A Ciência Moderna contribuiu ainda mais para diferenciar Norma e Geografia ou
Forma geográfica.

TIPOS DE NORMAS – JURÍDICAS (FORMAL) E NÃO JURÍDICAS (NÃO-


FORMAL):
a)- Normas derivadas de Objetos Técnicos, regula as ações sem vontade. Ex: O ato de
habitar é uma Norma, que exige obrigação; mas não é preciso exigir por Lei as pessoas
morarem em casa. Ou seja, morar em uma casa é feito pelo Objeto técnico sem uso da
Norma.
b)- Normas que provem de Ações para Usar Objetos, em função de uma necessidade
socialmente aceita. Ex.: As habitações são construídas para atender as necessidades da
população (sociedade); mas no contexto capitalista, as habitações precisam de Normas
para construções que funcionem e tenham privacidade, bem como a produção (para gerar
lucro ao construtor). Ou seja, não precisa de leis para obrigar os trabalhadores para
construir casas que funcionem e que produzam lucro, porque a necessidade social faz com
que a Norma se aplique aos dois casos.
c) - Normas que Limitam as possibilidades de Uso que provem de um Objeto ou Sistema
Técnico em diversas direções: É o tipo de Norma que, em geral, está ligado à Norma
Jurídica; como uma rua que permite vários usos com o carro, mas que mesmo sem
obstáculo físico existe a norma da mão única.
Obs.: A Norma Jurídica tem como característica:
a) É uma regra de sanções, ou seja, é uma Norma que produz punição; que pode ser
repressiva (normas penais) ou restitutivas (normas administrativas, comerciais, civis
etc).
b) A sanção (punição) impõe um limite, tanto à ação como ao objeto técnico. Ex.: Uso
do Território e os limites entre as fronteiras nacionais.
A REGULAÇÃO DO TERRITÓRIO PELA NORMA E NÃO-NORMA
(EMPRESAS TRANSNACIONAIS):
As Normas Jurídicas regulam (controlam) a produção dos sistemas, objetos técnicos e a
ação das pessoas sobre estes objetos técnicos; de acordo com finalidades dentro do
contexto socioeconômico periódico. Ex.: Na Idade Média a Igreja Católica, no Brasil
Colonial a Igreja Católica também; e o Estado na origem do capitalismo europeu e após
a Independência do Brasil e Proclamação da República – E atualmente a Globalização na
figura das Corporações Transnacionais que dividem sua regulação sobre o Território com
o Estado (evolução das empresas multinacionais).
NORMA MORAL:
A Norma Moral se expressa nos costumes de uma dada sociedade, sendo diferente das
Normas jurídicas, mas incorporadas pelo Direito Positivo quando se transforma ou não
transformam em Norma jurídica.

1
Max Sorre chama a interação da Norma e Território de Geografia do Direito. É
fundamental o Geógrafo conhecer o Direito.
As Nomas Jurídicas pela forma se Territorializam, enquanto que as Normas Morais pela
estrutura se Territorializam (estruturação do Territorio). Lembre-se que a Norma jurídica,
mesmo sendo parte da moral, faz parte dela.
As Normas jurídicas produzem formas geográficas ou são produzidas por elas, para
realizar funções diferentes na divisão social e territorial do Trabalho. Ex.: A propriedade
privada, os estados federados, são formas jurídicas e também geográficas. Outro exemplo,
de cunho histórico, é do Brasil Colonial, que era como uma ilha de economia, tendo a
Bahia como a região cacaueira devido ao clima tropical e centralização do poder.
OS SISTEMAS JURÍDICOS E O TERRITÓRIO – RELAÇÃO DO DIREITO E A
GEOGRAFIA:
O Território é entendido como fonte material e não formal do Direito (ordenamento
jurídico) tendo como base, por exemplo, um Parque de preservação (parcela do espaço
geográfico) que exige criação de normas para proteção (conservação das pessoas) e
conservação natural da área.
Obs.: Esta relação do espaço geográfico e normas apresenta objetos técnicos (Técnica)
que não precisam ser Normas jurídicas, como as leis de ocupação do solo ou fixação de
atividades.
O Sistema Jurídico (normas jurídicas e não jurídicas) que existe dentro do Espaço
geográfico (forma geográfica) pode ser civil-law (leis) ou common-law (costumeiro). No
Brasil (Direito romano-germânico – ou seja codificado) temos enormes matérias (setores
jurídicos) para regular vários direitos e sistemas abertos (não-jurídico) como direito das
favelas, instituições, empresas e etc.
OS SISTEMAS ROMANO-GERMÂNICO E COMMON LAW: A DISTINÇÃO
DOS FEDERALISMOS NA ESTRUTURAÇÃO DO TERRITÓRIO:
Direito e a Norma na concepção de Milton Santos e Boaventura Souza dos Santos,
conforme vimos no início deste resumo; possuem como atributos ou dimensões a retorica,
burocracia e coerção (segundo Santos) ou comunicação, sistêmica e repressão (segundo
Boaventura de Souza Santos). O common law é mais comunicativo; o romano-germânico,
mais repressivo.2
MODO DE OPERAÇÃO DAS DIMENSÕES DO TERRITÓRIO NORMADO: No
Direito Administrativo, por exemplo, a dimensão burocrática é mais forte, porque a
retórica é restrita e técnica; e a coerção é forte, mas invisível e onipresente. No Direito
Civil, a repressão se destaca, depois a burocracia e por fim, a retorica é reduzida ao
Código e rigidez.

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2
Isso já não se aplica aos códigos e às leis que constituem o modelo romano-germânico.
Dura lex, sed lex. A lei é dura, mas é a lei; deve cumprir-se. No mais das vezes, caem em
desuso.
MODO DE PRODUÇÃO JURÍDICO: Cabe, a esta altura, frisar dois aspectos sobre o
modo de produção jurídico:
a) O território e todas as formas de técnicas nele contidas são produtores de normas, as
quais se incorporam, por sua vez, ao sistema jurídico (normas jurídicas e não jurídicas se
misturam e se diferenciam conforme o sistema).
b) A noção de soberania é uma espécie de pedra fundamental dos sistemas jurídicos
nacionais e internacional (respeito interno e externo entre nações).
TESE DO ESPAÇO GEOGRAFICO PRODUTOR DE NORMAS JURIDICAS E
NÃO JURIDICAS – RICARDO MENTES ANTAS JUNIOR.
O autor do Livro Estado, Território e Regulação, termina sua Tese afirmando que por
inversão o Espaço geográfico fonte material e não-formal do Direito. Deste modo, todos
os agentes, até mesmos os mais dominantes ou hegemônicos como empresários
corporativos, atuam no sistema jurídico (cuja função é regular o Território, ou seja, o
espaço geográfico delimitado pelo Estado e fronteiras).
Obs.: Embora muitas Normas jurídicas sejam criadas unilateralmente, o Território sempre
tem uma resposta ou alternativa criando outras Normas (soluções para regular ou
controlar). Mas o Território Nacional não perdeu a fonte primaria de Direito – na verdade
o próprio Ricardo Mentes A. J afirma que devemos fazer ressalvas ou considerações –
isto quer dizer que setores comerciais muito desenvolvidos na comunicação e
mundialização da economia tendem a crescerem mais e serem corporações multinacionais
com força equivalente (igual) ao Estado – Você meu amigo ou amiga, pode verificar o
fato relatado nas palavras que se encontram na conclusão abaixo:
CONCLUSÃO: Nas palavras do Ricardo Mentes Antas Júnior (autor do Livro): ‘‘Ora, o
discurso do Estado sobre sua condição de única instância capaz de regular o território
através de sua hegemonia soberana funda-se em um poder mítico e hereditário para extrair
riquezas das extensões territoriais. Ao contrário, o que passaremos a denominar aqui de
hegemonia corporativa ou de corporações hegemônicas se vale do poder disciplinar para
constituir redes (hoje estabelecidas em escala planetária) com vistas a extrair as riquezas
segundo outro princípio, a saber, sobre pontos específicos da superfície terrestre,
constituindo, assim, uma fonte de poder com pretensões de regular o território juntamente
com o Estado territorial’’.3

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3
Diferencie hegemonia e território (para aprofundar no problema da Tese do Pluralismo
jurídico – cf. Cap. 3, 4 e 5 sobre História dos sistemas jurídicos e suas formações
socioespaciais).

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