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MEMORIZAÇÃO MUSICAL

INFANTIL

2º Ano Educação Musical


Psicologia da Música
2017/2018, 2º Semestre
Catarina de Sousa Vieira
Nº 3160493
Joana Rita de Sousa Teixeira
Nº 3160249
Docente Graça Boal Palheiros
Índice:
1- Introdução………………………………………………………………………………………2

2- Revisão da literatura……………………………………………………………………………3
2.1 – Definição de memória
2.2 - Modelos de armazenamento de memória
2.3 – Diferentes tipos de memorização utilizadas na música

3- Implicações para a educação musical……………………………………………………………5


3.1 – Experiência desenvolvida em sala de aula

4 – Conclusão……………………………………………………………………………………….7

5 – Bibliografia……………………………………………………………………………………..8

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1- Introdução.

No âmbito da disciplina de psicologia da música foi proposta da realização de um trabalho


de investigação, em que o tema foi fornecido à livre escolha do aluno. O nosso grupo escolheu o
tema realicionado com a memorização musical na infância, porque como futuras docentes de
educação musical é fundamental perceber o constante funcionamento da memória e o seu papel
primordial na aprendizagem musical.
Inicialmente, é abordado certos conceitos importantes para a realização do estudo, como
a definição do conceito de memória, o desenvolvimento de modelos de armazenamento de
memória e por fim é explicado os diferentes tipos de memorização utilizados em música. Para
esta primeira parte teórica utilizamos estudos de autores como Atkinson e Shiffrin, Baddeley e
Hitch e por fim Barbacci.
Na segunda parte, é exposto o trabalho de investigação prática que foi realizado com
alunos dos 3 aos 12 anos em que tiveram de memorizar pequenas frases melódicas. Por fim, são
expostas as conclusões dos resultados dessa investigação.

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2- Revisão da literatura:

2.1 - O que é a memoria?

Pode-se definir como o processo cognitivo que inclui, consolida e recupera toda a
informação que aprendemos. É um sistema de armazenamento que permite conservar a
informação aprendida e mais tarde conseguir se lembrar dessa informação, apesar da sua
representação mental não ser exatamente igual à transmitida inicialmente.

2.2 - Modelos de armazenamento de memória:

Modelo de multiarmazenamento de Atkinson e Shiffrin (1968). Segundo este modelo a


memória humana é dividida em memória sensorial, memória de curto prazo e memória de longo
prazo. Em que existe um armazenamento num estágio especifico do processamento da
informação, o qual representa cada tipo de memória. Ou seja, a informação é recebida no
armazenamento sensorial, onde se mantém durante uns segundos após o desaparecimento do
estimulo. De seguida, passa pelo armazenamento de curto prazo, retendo menos quantidade de
informação durante menos de um minuto. Por fim, a informação acaba por ser esquecida ou pode
passar por uma recapitulação e passar pelo armazenamento de longo prazo.
Modelo Working Memory de Baddeley e Hitch (1974). Segundo este modelo, os autores
explicam que além da armazenagem temporária da informação durante a execução de
determinadas operações mentais, a informação ainda pode ser classificada, organizada e
relacionada com outra informação já conservada na memória. Este modelo contribui para a
explicação de tarefas cognitivas que incluem um sistema de manipulação temporária de
informação, como a matemática, o raciocínio e a resolução de problemas, como também a música.
2.3 - Diferentes tipos de memória:
O musicólogo e compositor Barbacci (1965), define e distingue sete tipos de memórias:
1º Memória muscular também conhecida como táctil ou cinestésica. Trata-se da memória
utilizada com mais frequência na prática instrumental. É a mais útil das memórias, já que está
responsável por automatizar os movimentos, permitindo assim prestar atenção a diferentes
aspetos da interpretação ao libertar a mente da correlação mental- muscular. A técnica
fundamental de todo o instrumento baseia-se na memória muscular, ou seja numa aprendizagem
mecânica através da repetição. Consiste em repetições de um compasso, frase ou página, até que
esta seja tocada automaticamente.
2º Memória auditiva: memória própria de toda a atividade musical. É responsável pelo controlo
auditivo, proporcionando ao intérprete juízos de valor, acerca da qualidade da execução. Há duas
memórias deste tipo: a do ouvido externo, externa, em que através do som físico do instrumento

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o músico reconhece os sons que lhe são familiares, e a do ouvido interno, em que o músico é
capaz de imaginar os sons e dar-lhes um significado dentro do contexto musical. Quando o aluno
canta a melodia principal, pode memorizá-la de ouvido.
3º:A memória visual: é a que melhor permite reter o que é captado através da visão. A sua
aplicação musical consiste na memorização de passagens mais significativas da partitura, e na
memorização das posições necessárias para a execução, assim como também o desenvolvimento
da memória visual do instrumento. Saber exatamente o lugar (página ou compasso) onde nos
encontramos quando estamos a tocar ou a cantar é bastante útil para prevenir ou recuperar lapsos
de memória. As memórias visuais podem consistir em visões da posição do instrumento e do
corpo, lembrar a posição da mão, dedos no teclado e posição de acordes, se o aluno dedicou tempo
a observar a partitura detalhadamente, visualizando as suas características, por exemplo,
escrevendo os primeiros compassos da peça e as figuras rítmicas predominantes em ambas as
mãos (memória visual e rítmica).
4ºMemória nominal/verbal que dita o nome das notas enquanto são tocadas; trata-se de um aspeto
relacionado com a memória auditiva, já que o nome das notas durante a execução é considerado
como ouvido e não como lido. Aqui também se pode referir a memorização através da letra, neste
caso, letra de canção para as crianças-
5º Memória rítmica que diz respeito à faculdade de recordar ritmos e movimentos rítmicos.
6º Memória analítica, é a mais complexa e intelectual, em que o aluno dedica mais tempo a
observar a partitura e assim a partir da análise musical que se adquire um entendimento global da
obra que se interpreta.
7 º Memória emotiva, ou seja, a memória que reconhece o plano interpretativo da obra,
previamente desenhado e interiorizado e não pode deixar a improvisação livre sem uma
interiorização previamente reflexionada. Tem a ver com a interiorização do caráter e ambiente da
obra.

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3- Implicações para a educação musical
3.1 – Experiência desenvolvida em sala de aula

• Memorização de uma pequena música com gestos ou sem gestos.

Esta pequena experiência foi feita num infantário com 21 crianças entre os 3 e os 5 anos.
A experiência começou por ter todas as crianças no início da aula sentadas a ouvir-nos somente a
cantar a música acompanhada à guitarra. As crianças tinham que tentar decorar enquanto
cantavam a pequena melodia. Só algumas crianças, principalmente as mais velhas conseguiram
cantar a melodia sem a nossa ajuda; mesmo assim demorou cerca de 30 minutos para decorar uma
pequena linha melódica. O nível de motivação das crianças foi baixando progressivamente
levando a que algumas desistissem mesmo de tentar, porque estavam sempre a fazer o mesmo e
parecia não ter interesse nenhum, pois não havia novidade em todas as vezes que repetíamos a
música.
A segunda parte da experiência foi pegar noutra música do mesmo nível de dificuldade e
tentar outras perspectivas. Começamos só por fazer uns gestos interpretativos da música (todos
ficaram muito motivados, pois não tinham a certeza do que alguns dos gestos signifacavam), de
seguida juntamos aos gestos a letra da música mas não cantada e por último cantamos a música
com gestos e acompanhada à guitarra. Todos conseguiram cantar a música completa em menos
de 15 minutos. O nível de motivação das crianças era muito elevado porque de todas as vezes
havia algo novo que prendia a sua atenção e os gestos tornavam a música mais “alegre”.
No final da aula, pegamos na primeira música, e fizemos a mesma experiência de por
gestos, e todas as crianças conseguiram memorizar a música como se fosse uma música nova e
não uma música da qual já estavam cansados de ouvir e tentar cantar.

Experiência
35
30
25
20
15
10
5
0
Método 1 Método 2 Método 3 Método 4

Figura 1. Método 1 - cantar a melodia; método 2 – fazer só os gestos;


método 3 – fazer gestos com letra da música; método 4 – fazer gestos e
cantar melodia.

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• Memorização de uma pequena frase no instrumento.

Esta experiência foi feita com crianças de 5, 8 e 12 anos, de dois instrumentos diferentes
(piano e guitarra clássica).
Começamos com as crianças de piano, com 5 anos, estando elas no mesmo nível de
iniciação. Escolhemos uma pequena peça do livro “John Thompon´s – Easiest piano course – part
one” para as duas crianças. A primeira menina demorou cerca de 15 minutos para decorar a peça,
pois começou por pintar as notas com as cores que normalmente sempre associámos às notas, e
depois cantou conosco o pequeno conjunto de notas; só depois é que fomos para o piano e tocámos
sempre a ajudar 4 vezes, na quinta vez a menina já consegui tocar sem ajuda. Com o segundo
menino, fomos diretas para o piano com ele. Depois de repetir sempre com ajuda a mesma música,
o menino não conseguiu decorar na totalidade a frase com 4 compassos, havia sempre alguns
erros na memorização quando estava a tocar sem ajuda.
De seguida fomos para as crianças de guitarra e neste caso, elas é que arranjaram as suas
próprias estratégias de memorização. A peça escolhida foi “New day” de S. Eythorsson; nesta
peça o que pedimos para memorizar foi somente a primeira frase, 4 compassos. O menino com 8
anos solfejou e analisou tudo o que tinha que fazer (que dedos tinha que utilizar, quer numa mão
quer na outra) e só depois é que pegou na guitarra. Tocou sempre toda a frase completa e se
houvesse engano voltava sempre ao início. Demorou cerca de 20 minutos para conseguir
memorizar os 4 compassos sem nenhum erro. O outro menino de 12 anos, começou também por
solfejar, durante menos tempo e pegou na guitarra; a sua estratégia foi pegar num compasso de
cada vez e repetir, só quando já sabia o compasso é que avançava para outro. Depois de ter dois
memorizados juntava e sempre assim. Demorou pouco mais de 10 minutos a decorar os 4
compassos.

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4- Conclusão

Com a elaboração deste trabalho pode-se concluir que a memorização musical é uma
atividade fundamental que deve ser trabalhada frequentemente nas aulas de música, pois contribui
para o desenvolvimento cognitivo e também musical, tanto instrumental como vocacional. Existe
várias estratégias de memorização, como a auditiva, a rítmica, através de movimentos, através da
leitura de notas ou letra, entre outras.
Através de uma primeira experiência realizada com um grupo de crianças de entre os 3 e
os 5 anos, pode-se concluir que o método mais eficaz, em que a atividade é realizada de forma
mais eficiente e rápida, além de ser visível uma resposta positiva por parte das crianças, em que
estas se sentem mais cativadas e maios atenção, é sem dúvida a junção de movimentos físicos
com a atividade mental, neste caso através da audição. Assim, as crianças através da associação
de gestos a determinadas frases musicais, conseguem perceber e memorizar de forma mais rápida
a música. Relativamente à experiência realizada com as crianças de instrumento, é evidente o
recurso à memorização analítica, à memorização nominal através do solfejo das notas e também,
obviamente o recurso à memória muscular, com movimentos automáticos através da repetição,
todos estes conceitos propostos pelo autor Barbacci.

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5- Bibliografia

Rocha, S. F. (2010). Memória: uma chave afetiva para o sentido na performance musical numa
perspectiva fenomenológica. Per Musi, Belo Horizonte, nº 21, p. 98-102.

Guimarães, L. (2015). Memorização de obras musicais. Instituto Politécnico do Porto – Escola


Superior de Música, Artes e Espetáculo, p. 12-16.

Garrochinho, E. (2016). Estratégias de memorização em alunos de piano do 3º ciclo. Universidade


de Aveiro – departamento de Comunicação e Arte, p. 20-31.

Fonseca, L. & Santiago, D. (2014). A memória musical infantil: estudo exploratório sobre audição
de sequência de timbres por crianças de 4 a 12 anos. Música em Contexto, Brasilia, nº 1, p. 123-
125.

Webgrafia: http://psicologiacop.blogspot.pt/p/memoria.html.

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