Vous êtes sur la page 1sur 4

INÍCIO SOBRE O IHU PROGRAMAS NOTÍCIAS PUBLICAÇÕES EVENTOS ESPIRITUALIDADE CONTATO

!"#$%
Buscar
!

Animais, plantas, natureza: os direitos do


meio ambiente. Entrevista com Philippe
Descola
REVISTA IHU " ! + ' 10 Agosto 2011

ON-LINE ( (
Philippe Descola (foto) herdou a cátedra de Lévi-Strauss em
Paris. E conta como a disciplina está evoluindo: "Há muitas
formas de vida. Temos que levar isso em conta". Em alguns
países, a proteção e o respeito pelos recursos vitais foram
incluídos na Constituição. É preciso aprender a coabitar.

A antropologia de Lévi-Strauss era uma grande teoria sobre


o ser humano. A antropologia de hoje, ao contrário, deve ir
além do humano. O ser humano sozinho não lhe basta mais.
Porque natureza e cultura são uma só coisa. Sociedade e meio
ambiente, uma só casa. As neurociências, a etologia, a
Etty Hillesum - O colorido do
amor no cinza da Shoá
genética, a ecologia falam claramente. Nós, bípedes, com o
Edição: 531 dom da palavra, não somos o umbigo do mundo, mas sim parte da vida, quer gostemos
ou não.
Leia mais

Missões jesuíticas. Mundos


Philippe Descola sorri maliciosamente. Ele assumiu o lugar de Lévi-Strauss na
que se revelam e se
transformam cátedra de antropologia mais prestigiada do planeta. A do Collège de France. Tudo
Edição: 530
aqui ainda fala do mestre que revolucionou as ciências do ser humano. Livros, estantes,
Leia mais objetos exóticos descritos precisamente em Tristes Trópicos. "Obviamente, eu não sou
Nietzsche. Da moral de o herdeiro de Claude Lévi-Strauss, mas só o seu sucessor", explica, com bom humor.
rebanho à reconstrução
genealógica do pensar
A entrevista foi conduzida pelo antropólogo italiano Marino Niola, publicada no
Edição: 529
jornal La Repubblica, 10-08-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Leia mais

Eis a entrevista.

Um homem que tinha uma imensa e preciosa erudição, de savant de outros


MAIS LIDOS tempos.

E que não é mais de hoje. A sua análise dos mitos é um virtuosismo acrobático. Obras
como O Pensamento Selvagem e O cru e o cozido são o produto de um talento
pessoal muito próximo ao de um artista. Ele era capaz de se lembrar de um fragmento de
um conto japonês lido 20 anos antes e de conectá-lo aos mitos dos nativos da América
Como eu me informo. ou da Grécia que ele estudava naquele momento. Ou a um acorde da tetralogia de
Artigo de Ladislau Dowbor Wagner.
Artigo de Ladislau Dowbor Wagner.
LER MAIS
Lévi-Strauss fez da antropologia um dos grandes saberes do século XX. Ele
demonstrou que, por trás das diferenças entre as culturas, há analogias
escondidas que permitem remeter a miríade de diversidades a poucas leis
gerais, comuns a todos os seres humanos.

Caso Marielle, uma Ele tratava as diferenças entre as culturas como variações de um mesmo tema musical. E
investigação radioativa para
os Bolsonaro a sua grande lição é que a tarefa da antropologia é ir além das diferenças superficiais,
LER MAIS além da etnografia, para alcançar aquilo que nos torna todos igualmente humanos.

Ou até todos seres vivos. Humanos e não humanos. Nisso, Lévi-Strauss


antecipou aquele sentimento de unidade entre sociedade e natureza, que
envolve milhões de cidadãos globais. Não é por acaso que o senhor preferiu
rebatizar a sua cátedra como "Antropologia e natureza", tornando-se assim
Por que eu sou um continuador do Lévi-Strauss mais atual e profético.
socialista democrático
católico

LER MAIS
O fato é que os homens não estão sozinhos no palco da humanidade. E o resto, aquilo
que normalmente se chama de natureza ou meio ambiente, não é propriedade nossa,
nem uma projeção nossa, muito menos um simples recurso à disposição do nosso
desenvolvimento. As outras criaturas, animais, plantas, minerais, também são
coinquilinos do mundo. Não são coisas ou formas de vida, mas sim verdadeiros agentes
NEWSLETTER
sociais, que têm os mesmos direitos que os seres humanos. E muitas vezes características
IHU
em comum, que não são meramente biológicas, mas até culturais. É por isso que hoje a
Fique atualizado das Notícias do
antropologia não pode mais se limitar ao ser humano, mas deve estender o seu olhar a
Dia, inscreva-se na newsletter todos os seres com os quais interagimos e convivemos.
do IHU

E, além disso, a nossa ideia de natureza é relativamente recente.


E-mail*
Ela começa a se desenvolver só no século XVII, no início da modernidade, quando o
Nome mundo foi dividido em duas partes. De um lado, o universo das convenções e das regras,
ou seja, a cultura. De outro, o mundo dos fenômenos e das leis da natureza.
ENVIAR

De um lado, a pessoa humana, de outro, as não pessoas, isto é, todo o resto.


Mas, desse modo, o ser vivo é cortado em dois e separados de uma parte de
si mesmo. Essa foi a concepção que legitimou a dominação e a exploração do
ser humano, assim como da natureza?

Vídeos IHU
Certamente. Além de tudo isso, essa oposição entre cultura e natureza, entre ser humano
e as outras criaturas, não é nem universal. Muitos povos não a compartilham. Basta
pensar no primeiro capítulo da nova Constituição do Equador, que protege

"
precisamente os direitos da natureza, em que a natureza, diferentemente de nós, aparece
como uma espécie de pessoa viva. Justamente como a Pachamama, a mãe terra das
religiões mesoamericanas.

Não por acaso, o presidente boliviano, Evo Morales, e uma cúpula latino-
MPVM - 1º domingo da
quaresma - Ano C - Escolhas americana reconheceram que os ecossistemas enquanto tais têm direitos.
que dão sentido à vida
Um modo diferente de sistematizar os problemas, que, também à luz de
dramas como o do Chifre da África, deveria começar a influenciar a agenda
política planetária, especialmente em matéria de bens comuns.

Em muitos países do mundo, é inconcebível que os recursos vitais sejam privatizados. A


própria ideia de que existe um mercado dos bens de subsistência é um caso excepcional
própria ideia de que existe um mercado dos bens de subsistência é um caso excepcional
na história da humanidade. Aristóteles, na Crematística, a ciência da riqueza, já
punha em questão a legitimidade da compra e venda dos bens indispensáveis para a
sobrevivência. O que é interessante é que hoje cada vez mais pessoas tomam consciência
do fato de que alguns recursos são intocáveis, porque não pertencem só aos seres
humanos, mas a todos os seres vivos. E até ao conjunto dos ecossistemas inteiros.

Isto é, ao planeta na sua totalidade indivisível, na sua integridade vital que


também nos compreende, enquanto nascidos da terra.

Nesse sentido, a antropologia tem uma tarefa importante, que é a de apresentar outros
modelos de humanidade. Mostrar de que modo as outras civilizações enfrentaram e
resolveram problemas análogos aos nossos.

Quais são as três grandes urgências do nosso tempo?

Ecologia, tecnologia e coexistência com as outras civilizações. Três questões que podem
ser resumidas em uma, isto é, como fazer com que todos os ocupantes do planeta
coabitem, sem muitos danos, renúncias e conflitos. E se não se chegar a isso, haverá uma
catástrofe. Ambiental, demográfica e informática.

Por que informática?

Porque deveremos ser inundados por uma avalanche de informações cada vez mais
incontroláveis, incongruentes, perigosas.

Também seremos inundados por montanhas de lixo digital, enfim. Mas a


política lhe parece estar à altura da tarefa?

Infelizmente não. Hoje, eu vejo uma grande pusilanimidade nos políticos e nos vários G7
ou G20. Não possuem coragem e imaginação. Estão sempre atrasados com relação à
realidade. Também porque subestimam o papel da cultura nas elaboração das políticas
sociais e ambientais. E, frequentemente, não se vai muito além de alguns pequenos
pensamentos politicamente corretos sobre a necessidade do diálogo entre as culturas.
Mas não acredito nisso, verdadeiramente.

As pessoas comuns parecem acreditar nisso cada vez mais. Os movimentos


que agitam o mundo neste período, que parecem fatos separados, não são
talvez os sintomas de um novo sentido comum?

Sim, cada vez mais pessoas estão conscientes de que o modelo de desenvolvimento que
tem governado o mundo nestes últimos dois séculos está se desfazendo. Eu diria que
esses movimentos são exercícios no futuro, os primeiros passos para uma nova
democracia global.

) Comunicar erro *

DEIXE SEU COMENTÁRIO #


$
Enviar

SOBRE O IHU PROGRAMAS NOTÍCIAS PUBLICAÇÕES EVENTOS ESPIRITUALIDADE


Gênese, missão e rotas Observasinos Mais notícias Mais publicações Comentário do Evangelho
Sala Ignacio Ellacuría e Teologia Pública Noticias en español Revista IHU On-Line Ministério da palavra na
Companheiros IHU Fronteiras voz das Mulheres
Rede SJ-Cias Repensando a Economia Cursos de Espiritualidade
CCIAS Sociedade Sustentável Orações Inter-Religiosas
CEPAT Ilustradas
Martirológio Latino-
Americano

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS


CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados

Vous aimerez peut-être aussi