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Introdução .......................................................................................................... 2
Conteúdo ................................................................................................................. 3
Do direito sucessório ....................................................................................... 3
A abertura da sucessão ................................................................................... 3
Princípio da saisina ......................................................................................... 3
Aceitação da herança ...................................................................................... 5
Renúncia à herança ........................................................................................ 7
Da sucessão legítima ...................................................................................... 8
A capacidade sucessória e a inseminação artificial post mortem ......................... 8
Capacidade sucessória legítima ....................................................................... 10
Exclusão do herdeiro indigno .......................................................................... 10
Ordem de vocação hereditária ........................................................................ 12
Modos de suceder.......................................................................................... 13
Modos de partilhar ......................................................................................... 14
Referências ............................................................................................................ 15
Exercícios de fixação ............................................................................................ 16
Chaves de resposta .................................................................................................................... 19
Objetivo:
1. Entender os aspectos gerais do direito sucessório causa mortis, seus
princípios regentes e os mecanismos jurídicos pertinentes à sucessão;
Do direito sucessório
O direito sucessório é o ramo do direito que estuda as relações jurídicas
existentes no momento da morte. Os direitos titularizados pelo extinto serão
transmitidos aos seus sucessores, o qual deve obedecer a ordem de vocação
hereditária que será posteriormente abordada. A sucessão, nesse caso, é a
substituição da titularidade dos direitos, em consequência da morte, que põe fim
a personalidade jurídica.
A abertura da sucessão
A abertura da sucessão ocorre no momento da morte, mesmo que os herdeiros
não tenham ciência de sua ocorrência. É nesse momento que a propriedade e a
posse dos bens do de cujus se transmite para os herdeiros (Princípio de
Saisine).
Princípio da Saisine
Os herdeiros, conforme o Princípio de Saisine, tornam-se titulares dos direitos
Atenção
Carlos Roberto Gonçalves afirma, em sua obra Direito Civil Brasileiro, o
seguinte:
“Com efeito, aberta a sucessão, a herança se transmite imediatamente aos
herdeiros, como preceitua o artigo 1.784 do código civil, tornando-se estes
titulares de direitos adquiridos. Tal situação ‘definitivamente constituída,
não pode ser afetada ou comprometida por um fato novo, ou por lei nova,
ex vi do estatuído no Artigo 5º, n. XXVI, da Constituição federal de 1988 e
no Artigo 2041 do Código civil de 2002. Em matéria de vocação hereditária
não se legisla para alcançar o passado, mas apenas para rever o futuro. A
lei do dia da morte rege todo o direito sucessório, quer se trate de fixar a
vocação hereditária, quer de determinar a extensão da quota hereditária.
Não pode a lei nova disciplinar sucessão aberta na vigência da lei anterior’.
(...)
Outra consequência do Princípio da Saisine consiste em que o herdeiro que
sobrevive ao de cujus, ainda que por um instante, herda os bens por este
deixados e os transmite aos seus sucessores, se falecer em seguida. Por
derradeiro, uma vez que a transmissão da herança se opera no momento
Aceitação da herança
A aceitação da herança é um negócio jurídico unilateral, individual e
incondicional por meio do qual o sucessor concorda com a transmissão dos bens
do falecido ao seu patrimônio, que decorre de determinação legal. Assim, a lei
permite que o herdeiro tenha liberdade de afirmar se aceita ou não a herança.
Aceitação expressa
A aceitação pode ser expressa, feita por escrito, nos termos do Artigo 1.805
do Código Civil.
Aceitação tácita
A aceitação tácita exige que o sucessor pratique atos que indiquem
inequivocamente sua qualidade de herdeiro, ou seja, ele deve se comportar
como quem quer a herança, como ocorre quando outorga procuração a um
advogado para se habilitar no inventário ou abre a própria ação de inventario.
Entretanto, a simples administração do patrimônio não faz com que se possa
afirmar que ele aceitou a herança.
c) Aceitação pelos credores: para que os credores dos herdeiros não saiam
prejudicados, caso estes renunciem à herança, podem aqueles aceitá-la no lugar
dos herdeiros, com o objetivo de satisfazer seus créditos (art.1813 C.C.).
Vale lembrar que a aceitação feita por credores do herdeiro se limita ao valor da
dívida, ou seja, se o quinhão hereditário for maior que o valor do débito, esse
será devolvido ao monte.
Atividade proposta
Junior é filho de José e foi criado por seus avós, pois foi abandonado por seus
pais quando era um bebê. No dia 10 de janeiro de 2014, José morre deixando
bens a Junior, seu único herdeiro. Junior aceitou a herança, mas, antes de
finalizado o inventário, está arrependido, pois não quer ser possuidor de nada
que tenha sido de seu pai que o abandonou. A aceitação poderá ser revogada?
A forma mais comum de renúncia é por termos nos autos – basta que seja
registrado o comparecimento da parte e seja assinada uma declaração com
propósito de abrir mão do seu quinhão sucessório.
Neste caso o advogado peticiona dizendo que seu cliente deseja renunciar à sua
quota e o cartório o chama para assinar o termo. Entretanto, a renúncia
também pode ser feita por escritura pública anexada aos autos, conforme o
art.1806 do C.C.
Vale lembrar que, como a herança é considerada bem imóvel (art.80, II, C.C.), o
renunciante casado precisa da anuência do cônjuge para que tal negócio jurídico
produza o efeito desejado – assim estabelece o Artigo 1.647, inciso I, do Código
Civil.
Atenção!
Se um herdeiro renuncia à herança, sua parte não vai para seus descendentes,
mas para aqueles que se encontram na mesma classe que ele. Ex: Você deixou
quatro filhos: A, B, C e D, cada qual com dois filhos. Se A renúncia à herança
sua quota não vai para os seus filhos, mas para seus três irmãos, o que significa
que não cabe representação na renúncia.
OBS: Herdar por representação significa herdar apenas o que outra pessoa
receberia se não tivesse morrido.
“Artigo 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.”
O artigo 1799 do C.C. abre uma exceção e permite que o testador deixe
herança ou legado para prole eventual, ou seja, para o filho futuro de alguém.
Ex: Você faz testamento deixando 10% do que tem para o filho futuro de sua
melhor amiga (art.1799, I, C.C.).
Neste caso sua amiga deve estar viva ao tempo de seu falecimento, em
primeiro lugar porque o filho será dela e em segundo porque, a princípio, ela é
quem irá administrar a quota que o beneficia até que venha a nascer (art.1800,
caput e parágrafo primeiro, C.C.).
Todavia, o filho futuro deve ser concebido no prazo máximo de dois anos da
morte do de cujus sob pena de ineficácia da deixa testamentária (art.1.800,
parágrafo quarto, C.C.).
Atenção!
Publicado no DO em 15 mar 2016
“116 – Art. 1.815: O Ministério Público, por força do art. 1.815 do novo Código
Civil, desde que presente o interesse público, tem legitimidade para promover
ação visando à declaração da indignidade de herdeiro ou legatário”.
indigno fará jus apenas ao bem que foi estipulado pelo falecido, conforme
Artigo 1.818 do Código Civil.
Modos de suceder
São três os modos de suceder previstos no nosso ordenamento jurídico:
Modos de partilhar
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Civil. Vol. 5. 3ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2010.
DIAS, Maria Berenice. Manual das Sucessões. 2ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2011.
GOMES, Orlando. Sucessões. 14ª ed., atualizada por Mário Roberto Carvalho
de Faria. Rio de Janeiro: Forense, 2007.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. VII. 6ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2012.
PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de Direito Civil. Vol. IV. 19ª ed.
Rio de Janeiro: Forense, 2006.
TARTUCE, Flávio; SIMÃO, José Fernando. Direito civil: direito das sucessões.
São Paulo: Método, 2007.
VELOSO, Zeno. Comentários ao Código Civil. Vol. 21. São Paulo: Saraiva,
2003.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: direito das sucessões. Vol. VII. 10ª ed.
São Paulo: Atlas, 2010.
Questão 2
A propriedade e a posse dos bens são transmitidas aos herdeiros no momento
da abertura da sucessão. Certo ou errado?
a) Certa
b) Errada
Questão 3
Os filhos do herdeiro renunciante herdam por representação. Certo ou errado:
a) Certa
b) Errada
Questão 4
Os atos de aceitação ou de renúncia da herança são irrevogáveis. Certo ou
errado?
a) Certa
b) Errada
Questão 5
Para que a renúncia seja caracterizada, deve esta ocorrer sem condições nem
termo, pois, se houver cláusulas em que o herdeiro pretender beneficiar
outrem, não se pode falar em renúncia, pois ocorreu, na realidade, a aceitação
da herança e posterior doação. Certo ou errado?
a) Certa
b) Errada
Questão 7
A aceitação é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam, em geral, os
negócios jurídicos, extinguindo-se em quatro anos o direito de anulá-la. Certo
ou Errado?
a) Certa
b) Errada
Questão 8
Os atos de aceitação ou de renúncia da herança são revogáveis. Certo ou
errado?
a) Certa
b) Errada
Questão 9
Sobre o direito de representação na sucessão é correto afirmar:
Exercícios de fixação
Questão 1 - A
Justificativa – A lei material aplicável a sucessão é aquela vigente ao tempo da
morte do autor da herança
Questão 2 - A
Justificativa – Princípio da Saisine – art. 1.784 do Código Civil
Questão 3 - B
Justificativa - Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro
renunciante. Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os
outros da mesma classe renunciarem a herança, poderão os filhos vir à
sucessão, por direito próprio, e por cabeça.
Questão 4 - A
Justificativa - Art. 1.812. São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia
da herança.
Questão 5 - A
Justificativa – A renúncia propriamente dita é a abdicativa a renúncia translativa
implica em uma aceitação tácita e uma posterior doação, gerando imposto
intervivos, além do mortis causa.
Questão 6 - B
Justificativa – Na sucessão do ascendente o grau mais próximo exclui o mais
remoto.
Questão 8 - B
Justificativa – Não se pode revogar os atos de aceitação e de renúncia a
herança - art.1812 do C.C