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RESUMO: O presente artigo discute o histórico e a importância dos estudos acerca da zona costeira pela
Geografia, bem como aborda conceitos de diversas áreas do conhecimento, realçando a relevância de
trabalhos sobre a mesma. Serão explanadas as referências aqui utilizadas e seus respectivos olhares sobre a
zona costeira. Tendo em vista a crescente ocupação das regiões costeiras no mundo como um todo e o seu
desenvolvimento ascendente, busca-se entender melhor esta área, agregando visões de profissionais diversos
para um conhecimento mais aprofundado, tendo em vista que, se não forem buscadas formas de conciliar
desenvolvimento econômico e conservação ambiental poderemos não ter mais os recursos naturais futuros,
por elas fornecidos, que possibilitem a vida de forma saudável. Espera-se com este trabalho difundir ainda
mais informações relacionadas à zona costeira, bem como o desenvolvimento e publicação de trabalhos nesta
área, além de reforçar discussões que visam um conhecimento mais abrangente da mesma. Podendo, a partir
deste trabalho, serem desenvolvidos mecanismos que possibilitem um melhor uso do espaço litorâneo
considerando o respeito e cumprimento das leis que regem estas áreas através de uma fiscalização mais
efetiva e eficiente pelos órgãos responsáveis e pela sociedade em geral. Esta última teria papel preponderante
na conservação dos recursos litorâneos, em função dos conhecimentos adquiridos estando apta a exercer sua
responsabilidade social por estar mais conhecedora das condições socioambientais que caracterizam esses
recursos.
INTRODUÇÃO
O Brasil teve como padrão colonial a rota litoral-interior, vindo do mar os seus
colonizadores. A partir daí foram se concentrando na costa do país as primeiras povoações
bem como as transformações consigo trazidas.
A importância inicial do litoral era esta, servia de base colonial para os fluxos de
pessoas e mercadorias, sendo ainda hoje algumas cidades reconhecidas desde essa época
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Estas afirmações são reforçadas de acordo com Moraes (1999, p.32) ao citar:
“Basta recordar que, de todos os dezoito núcleos pioneiros fundados pelos portugueses no
século XVI, apenas São Paulo não se encontrava à beira-mar”.
Por estes e outros motivos várias áreas do conhecimento realizam estudos a cerca
da zona costeira. Então, desenvolve-se este trabalho buscando fazer levantamento destas
áreas do conhecimento, analisando a relevância desses estudos sobre a mesma.
Serão aqui discutidas estas abordagens bem como a importância crescente do uso
controlado da zona costeira por parte da sociedade. Pois na busca de lazer, de
desenvolvimento desenfreado o ser humano devasta cada vez mais essa zona, não se
preocupando com o futuro deste patrimônio natural.
Alguns anos depois o geógrafo Philippe Buache tornou-se então conhecido pelas
descobertas de mares e novos contornos entre Ásia e América do Norte em 1752. A
presença notória deste pesquisador revela que a Geografia faz parte dos estudos costeiros e
marinhos desde pelo menos o século XVIII.
André Guilcher, Russel e Vsevelod P. Zenkovich, que tinham por interesse compreender a
evolução das formas costeiras. E, os principais livros lançados foram Beaches and coasts e
Oceanography for Geographers (KING, 1972 e 1975).
Por isto este trabalho se inicia com a abordagem de alguns conceitos feitos por
diferentes áreas do conhecimento sobre a zona costeira para futuramente, dentre outras
finalidades, servir de apoio à estudiosos e pesquisadores da área através da formatação de
um banco de dados.
Apresenta-se a seguir a identificação dessas obras e para cada uma os textos que
serviram de objeto de análise na pesquisa, obedecendo a sequencia utilizada na
operacionalização do estudo, indicando as mesmas pelo título, seguido do(s) autor(res),
ano de publicação e informações complementares.
Referência 1. Contribuições para a gestão da zona costeira do Brasil. Elementos para uma
geografia do litoral brasileiro. Antonio Carlos Robert Moraes. 1999. Editora Hucitec.
Edusp. São Paulo.
Referência 8. Uso e ocupação do solo na zona costeira do estado de São Paulo: uma
analise ambiental. Cintia Maria Afonso. 1999. São Paulo: ANNABLUME: FAFESP. p. 33.
Referência 12. Perfil Praial de Equilíbrio da Praia de Serinhaém, Pernambuco. Valdir A.V.
Manso; Elirio E. Toldo Jr.; Carmen Medeiros; Luiz E. S. B. Almeida. 2001. Revista
Brasileira de Geomorfologia. V. 2. N° 1. p. 45.
Referência 16. Propostas de uso recreacionais nas praias do município de Ilhéus (BA) com
base nas características ambientais. T. K. Rodrigues; M. G. da Silva; A.C. da S. Andrade;
A. A. Lavenére – Wanderley. 2005. Guarapari/ES.
com Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. Faixa terrestre: é a faixa do
continente formada pelos municípios que sofrem influência direta dos fenômenos
ocorrentes na zona costeira”.
Segundo Rodrigues e Windevoxhel (1998 apud GRUBER et al., 2003, p. 82), zona
costeira é “o espaço delimitado pela interface entre o oceano e a terra, ou seja, a faixa
terrestre que recebe influência marítima e a faixa marítima que recebe influência terrestre”.
Conforme Clark (1996) e Gesamp (1997), ambos citados por Gruber et al. (2003, p.
82) zona costeira é a unidade territorial que se estende do “limite da Zona Econômica
Exclusiva (ZEE) até o limite terrestre afetado pelo clima marítimo”.
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Para Marroni e Asmus (2005, p.16) “zona costeira é um sistema ambiental formado
na área de interação direta entre componentes da geosfera (continente), componentes da
hidrosfera (oceano) e atmosfera. De forma mais simplificada pode ser entendida como a
borda oceânica de continentes e ilhas”.
Litoral, de acordo com Moraes (1999, p. 29), “no que importa aos vetores de
ocupação ... pode ser definido como uma zona de usos múltiplos, pois em sua extensão é
possível encontrar variadíssimas formas de ocupação do solo e manifestação das mais
diferentes atividades humanas”.
Litoral, lugares onde as águas dos mares encontram a terra e a costa, constituem-se
em lugares únicos na geografia global, sendo mais do que simplesmente uma grande praia.
Zona costeira, por sua vez, corresponde a uma área, localizada entre a terra e o mar, que
apresenta usos múltiplos (MARRONI; ASMUS, 2005).
Para Amaral e Mendonça (1996, p. 466) litoral ou zona litorânea “se estende no
sentido do continente, desde a zona submersa onde os mais importantes processos
formadores de praia ocorrem (profundidades entre 10 e 20 metros) até a praia”.
outras feições”.
Os autores definem Zona Costeira como área de usos múltiplos e lugares únicos e
não apenas como um local de lazer.
Já para Santos (2005, p.2), “praia é uma zona perimetral de um corpo aquoso
composto de material inconsolidado, em geral arenoso ou mais raramente composta de
cascalhos, conchas de moluscos, etc., que se estende desde o nível de baixo mar, media
para cima, ate a linha de vegetação permanente, ou de falésias marinhas”.
De certa forma, estes conceitos buscam caracterizar este ecossistema com bases
semelhantes.
Segundo Assis (1999, p.11), “praias são, na maioria estreitas, de baixo declive, com
depósitos, predominantemente constituídos de areias quartzosas bem selecionadas podem
ser caracterizadas como relevo de alta energia e intensa atuação de processos de erosão”.
Para o Souza (2001, p. 21) “as praias compõem um ambiente dinâmico, onde
ondas, marés, ventos, tempestades e animais (incluindo o homem) agem construindo,
destruindo ou remodelando a paisagem”.
Nota-se que esses dois conceitos trabalham com ênfase na formação das praias
através do intemperismo que modifica o ambiente, dando origem às mesmas.
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Para Valdir et al. (2001, p. 45) as praias são conceituadas como “produto e a ação
de um complexo sistema de forças e processos e apesar do perfil praial, também apresenta
uma forma complexa, devido a presença freqüente de bancos e cavas, de modo geral, o
perfil é íngreme, junto a linha de praia, com progressivo decréscimo da declividade pelo
incremento da profundidade, em direção ao mar aberto...”.
E, por fim, o conceito de praia pode ser dito como “uma acumulação de sedimentos
inconsolidados que vai desde a linha média da maré baixa até alguma nova feição
fisiográfica como falésias ou campos de dunas” (KOMAR, 1976, apud AMARAL e
MENDONÇA, 1996, p. 466).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto foi possível por meio desta pesquisa bibliográfica analisar os vários
conceitos elaborados por diferentes autores que se dedicam a estudar a Zona Costeira, e
pode-se inferir que dentre as referencias estudadas até o momento há bastante semelhança
entre os conceitos abordados, tanto de Zona costeira como de praia e litoral.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Lei nº. 7.661, de 16 de maio de 1988. Institui o
Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro e dá outras providências. Disponível em:
http://www.mma.gov.br/sqa/projeto/gerco/planocac.html. Acesso em: 23 set. 2010.