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Como base para nossa produção textual a situação geradora de aprendizagem

apresentada cita o exemplo de Paulo, que é um aluno de 8 anos, com transtorno do


espectro do autismo (transtorno global do desenvolvimento), que não fala e fica
isolado na sala de aula. A mãe de Paulo, Ana, parou de trabalhar fora de casa para
se dedicar aos cuidados com o filho. E mesmo quando Paulo está na escola, à mãe
precisa ficar em alerta, pois se Paulo fizer alguma necessidade na fralda, a escola
liga para Ana ir até lá. Um dia, Ana estava no mercado e foi às pressas de moto táxi
para trocá-lo. Quando chegou, Paulo estava todo molhado, sentado na carteira,
quieto e sozinho.

No que diz respeito ao desenvolvimento de uma cultura inclusiva nas escolas,


podemos dizer que a força transformadora da Educação Inclusiva está alicerçada
em diversos fatores que devem ser considerados para seu sucesso. Segundo
Stainback e Stainback (1999, p. 21)
“A educação inclusiva pode ser definida como “a prática da inclusão de
todos” – independente de seu talento, deficiência, origem socioeconômica
ou cultural – em escolas e salas de aula provedoras, onde as necessidades
desses alunos sejam satisfeitas.”

Para que a inclusão possa repensar a escola e torna-la aberta a todos se reconhece
a insuficiência em apenas inserir os alunos fisicamente na escola, algumas
adaptações são necessárias para garantir a acessibilidade física do espaço para a
locomoção (bibliotecas, banheiros e acessos inclusivos). É importante que a gestão
escolar promova medidas inclusivas na execução de seus formatos de aula bem
como na receptividade aos alunos especiais, que se inicia antes mesmo da
matricula, levando os alunos a conhecer a escola e os professores antes do inicio
das atividades. Já na escola, a preparação da equipe de apoio e a incorporação do
currículo por conteúdos que desenvolvam as habilidades sociais são essenciais.
Treinamentos, compartilhamento de experiências e de responsabilidades são
parâmetros de capacitação dos profissionais que atuarão no atendimento de alunos
PAEE, ao passo que apenas assim a inclusão ocorrerá na pratica.
Para Guijarro(2005, p. 72) A inclusão das pessoas com deficiência nas escolas
regulares remete-nos à necessidade de várias transformações atitudinais e teórico-
metodológicas do corpo docente das escolas. Uma das práticas mais importante que
a escola pode ter em relação à inclusão está ligada a conscientização. É
fundamental que a escola conscientize alunos, corpo docente , funcionários e
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diretores. Uma vez que esta barreira atitudinal tenha sido perpassada, torna se
possível inclusão do aluno na escola. A inclusão do alunos PAEE tem pleno
respaldo legal se considerarmos a definição de autismo segundo a Organização
Mundial da Saúde, OMS (2010):

Uma síndrome presente desde o nascimento, que se manifesta invariavelmente


antes dos 30 meses de idade. Caracteriza-se por respostas anormais a
estímulos auditivos ou visuais, e por problemas graves quanto à compreensão
da linguagem falada. A fala custa a aparecer e, quando isto acontece, nota-se
ecolalia, uso inadequado dos pronomes, estrutura gramatical imatura,
inabilidade de usar termos abstratos. Há também, em geral, uma incapacidade
na utilização social, tanto da linguagem verbal quanto corpórea.

Por si só a Constituição Federal é enfática no que diz respeito ao direito a educação,


nos termos do art. 6°, iniciando o rol de direitos sociais previstos na Carta Magna
Brasileira. Além da Constituição Federal esse direito encontra amparo em vários
outros diplomas legais tais como a Lei 8.069/90(Estatuto da Criança e do
Adolescente), Lei 7.853/89 (Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de
deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração
da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde, institui a tutela jurisdicional de
interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério
Público, define crimes, e dá outras providências), Decreto n° 6.949/09 (Promulga a
Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu
Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007), Lei nº
13.005/14 (regulamenta o Plano Nacional de Educação), entre outros que tratam do
amparo legal à educação.

A Lei 9.394/96(Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no Título III, DO


DIREITO À EDUCAÇÃO E DO DEVER DE EDUCAR, no art. 4º inciso III (BRASIL,
1996), educandos com necessidades especiais são aqueles que possuem
necessidades incomuns e, portanto, diferentes dos outros alunos no que diz respeito
às aprendizagens curriculares compatíveis com suas idades. Em razão desta
particularidade, estes alunos precisam de recursos pedagógicos e metodológicos
próprios. Acerca disto, o caput do art. 58 conceitua educação especial como sendo
“[...] a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular
de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento
e altas habilidades ou superdotação” (BRASIL, 1996).

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Seguindo o entendimento, o parágrafo primeiro do mesmo dispositivo prevê que haja
“quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para
atender às peculiaridades da clientela de educação especial”. (BRASIL, 1996). É
dever do estado, e direito das crianças PAEE receber o apoio do poder publico para
serem integradas a sociedade.
Nos termos da Lei 12.764/12 (Lei que institui a Politica Nacional de Proteção dos
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista-Lei Berenice Piana), em seu
§ 2° do artigo 1°, a pessoa portadora de TEA é considerada pessoa com deficiência,
para todos os efeitos legais(BRASIL, 2012). Dessa forma, podemos afirmar que o
autista possui todos os direitos inerentes às pessoas com deficiência. Sendo assim
aplica-se a ela os dispositivos da Lei 13.146/2015 também conhecido por Estatuto
da Inclusão, acarretando seu enquadramento em todas as politicas de inclusão. As
escolas regulares publicas e privadas são obrigadas a fornecer acompanhamento
especializado para alunos com TEA em caso de comprovada necessidade. A
instituição de ensino não pode criar obstáculos para a inclusão do autista, do
contrario seria responsável por gerar desigualdades, o que iria na contra mão do
processo de inclusão. A referida lei “Berenice Piana” já previu, por exemplo, a
questão do acompanhante especializado. O paragrafo único do artigo 3° diz que “Em
caso de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista
incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do art. 2°
terá direito a acompanhante especializado”(BRASIL, 2012). A necessidade de
acompanhamento pode ser comprovada por um médico, psicopedagogo ou
pedagogo. O profissional deverá descrever os motivos e a necessidade do aluno em
ter um acompanhante.
A Politica Nacional de Educação Esapecial na PErspewfcitiva da Educação
Inclusiva(2007) prevê o Atendimento Educacional Especializado que,embora seja
uma politica publica necessária, é realizado na sala de recursos em turno inverso ao
do ensino regular e limita-se ao desenvolvimento de atividades que não envolvem
algumas necessidades básicas do aluno PAEE. Dessa forma percebe-se a
necessidade de um profissional, nesse caso o “Cuidador” que acompanhasse a
criança em sua rotina diária. Por sua vez, o Estatuto da Inclusão vai além e prevê
em seu artigo 28, inciso XVII a “oferta de profissionais de apoio
escolar”(BRASIL,2015). Com isso entendemos a obrigação permanente do Estado

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em conferir mecanismos diversos como forma de garantir a inclusão social dos
portadores de necessidades especiais no âmbito escolar.
Na Situação Geradora de Aprendizagem em questão verificamos a extrema
necessidade do profissional denominado “Cuidador” na sala de aula para
acompanhar o aluno PAEE desde as atividades mais simples até as mais complexas
(necessidades fisiológicas e de locomoção). Esse profissional inclue-se na “oferta de
profissionais de APOIO ESCOLAR” constante no Estatuto da Inclusão que citamos
anteriormente. Infelizmente nota-se a necessidade da intervenção quase frequente
do Poder Judiciário em face da abstenção do Estado em sua responsabilidade legal.
Não podemos ignorar também a necessidade de integração entre a família e a
escola para o desenvolvimento pedagógico e social de um aluno PAEE. A inclusão
deve começar pela própria família. Ultimamente podemos analisar que os alunos
vem para a escola cada vez menos com limites impostos no âmbito familiar e muitos
pais tentam passar a responsabilidade para a escola. O estimulo por parte da família
quanto ao comportamento de estudante nos filhos, mostrando interesse no que eles
aprendem e ensinando a educação básica que prepara para avida é imprescindível.
Já o papel da escola é complementar isso, oferecendo conteúdo e formação
educacional. Se for acompanhada e perceber o apoio da família a escola terá uma
melhor evolução. Os pais e responsáveis devem ser colocados como mediadores ou
articuladores, fazendo com que se desenvolva a comunicação que integra os
envolvidos no trabalho, visando o desenvolvimento e o bem estar do aluno.
É sabido que os pais de crianças PAEE encontram diante de si um longo caminho
de obstáculos na educação de seus filhos e sua participação nesse processo é o
que determinará o avanço educacional dessas crianças. Frequentemente o
preconceito e a discriminação que sofrem as crianças especiais podem deixar os
pais receosos em coloca-los em uma escola e em deixa-los em convívio social.
Diante disso existe uma certa resistência quanto a inclusão escolar, ao passo que as
leis criadas, os estudos realizados, as campanhas e as propagandas esbarram na
falta de professores capacitados, escolas bem estruturadas para atender essas
crianças, materiais didáticos necessários, itens que citamos anteriormente
considerados essenciais para o desempenho da completa inclusão. Além disso, em
muitos caos, há falta de interação entre família e escola.

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Conclusão
Dessa forma, ao longo de nossa pesquisa, pudemos constatar a intrínseca
necessidade de diminuição expressiva entre o discurso e a pratica, entre o legal e o
efetivamente habitual. E mesmo quando encontramos escolas com material
apropriado, professores capacitados e ambiente adaptado, encontramos a ausência
de acompanhante especializado individual. Em muitos casos, mesmo com a
recomendação médica que apontaria a necessidade da criança em se ter um tutor
que a acompanhe individualmente, isso ocorre de forma coletiva, ou seja, um único
acompanhante especializado para atender mais de um aluno PAEE, contrariando
não apenas a prerrogativa legal, mas a necessidade real das crianças que
necessitam desse atendimento. É recorrente o fato que esse atendimento não
ocorra de forma individualizada ao analisarmos a real aplicação da educação
inclusiva nas escolas brasileiras, mas isso não deve ocorrer de forma a deixar a
criança desassistida. Se a criança está ali sem condições de socialização e
aprendizado a escola não passa de um mero depósito de estudantes com
necessidades educacionais especiais que passam o tempo sem qualquer aporte
educacional. Não é difícil encontrar estagiários realizando tais funções nas
instituições quer sejam públicas ou privadas, o que, sem sombra de duvida,
demonstra ser um claro desrespeito a legislação que define que o “acompanhante”
deva ser “especializado”. Isso ocorre para que os custos sejam reduzidos por parte
dos gestores educacionais, pervertendo a ordem legal e a efetividade da inclusão de
crianças com transtornos de desenvolvimento.
Quanto a Situação Geradora discutida nesta Produção Textual, verificamos que a
questão vai além do já citado e amparado legalmente “acompanhante
especializado”. Segundo a Politica da Educação Inclusiva citada anteriormente o
“Cuidador” seria um dos recursos necessários a inclusão, uma vez que:
Na área da educação, sob a perspectiva da educação inclusiva, faz-
se necessária a disponibilização de suportes como a oferta de
equipamentos e ajudas técnicas, incluindo-se aí a contratação de
Cuidadores como forma de viabilizar a iniciativa e continuação destes
alunos que apresentam necessidades de auxilio na alimentação, na
higiene, para vestir-se e outras, na rede de ensino.

Infelizmente esse profissional carece ainda de uma mais profunda regulamentação


de sua atividade. Embora tenhamos elencado bases jurídicas para o cumprimento
dessa intrínseca carência no processo educacional inclusivo, pouquíssimas
instituições ou gestores disponibilizam esse profissional em caráter regular e como a
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própria legislação expecifica. Um projeto de Lei de autoria do deputado Eduardo
Barbosa (PSDB/MG) que aguarda apreciação pelo Senado Federal, acrescenta à
Lei de Diretrizes e Bases da Educação um novo artigo para assegurar a presença de
cuidador na escola, quando necessário, ao educando portador de necessidades
especiais. Até lá, casos como citados na SGA são comuns, e quando não, são
direitos conquistados as custas de batalhas judiciais que quase sempre são a única
forma de garantir esse atendimento. O Ministério Publico do Estado de São Paulo,
por exemplo, investiga com constância a falta de professores e cuidadores para
alunos autistas.. Diversos inquéritos civis são impetrados na Justiça Estadual. A falta
desses profissionais configura violação do artigo 28, inciso XVII, da Lei 13.146/2015,
a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. (MPSP, 2017).
Claramente esse não deveria ser o caminho, ao passo que, legalmente, as escola
não devem rejeitar matricula de aluno por motivos derivados da deficiência que porta
e devem cumprir os requisitos legais para manter esse aluno. Mas quando a
judicialização se faz necessária para garantir esse direito fica evidente que a lei por
si só não tem eficácia. A própria judicialização gera uma situação de
constrangimento já que a criança passará boa parte do dia em uma instituição que,
originalmente, não a aceitava ou não tinha condições para aceita-la e que, por força
do Poder Judiciario se vê impelida a fazê-lo.
Uma forma de ilustrar as consequências terriveis da ausência de cuidadores nas
escolas da rede pública brasileira, utiliza-se como exemplo, o caso do menor
impúbere, Sammer, de apenas 11 (onze) anos de idade. Sammer necessitava de
cadeira de rodas para se locomover, devido sofrer de um tipo de distrofia muscular.
Mesmo com todos os entraves, nunca pensou em abandonar os estudos, buscava
por meio dos livros realizar o sonho de se tornar cientista, justamente almejando
descobrir a cura para sua doença.
Sua condição física o impedia de realizar atividades das mais simples, motivo pelo
qual, conseguiu a assistência de um cuidador para lhe auxiliar em um colégio da
rede pública de São Paulo. Infelizmente, esse auxílio durou apenas alguns meses.
Sammer faleceu após cair de sua cadeira de rodas no intervalo da aula. Justo nesse
dia, o menor não contava com a presença do cuidador. (FALTA..., 2013).
Concluimos que a educação inclusiva é um caminho que, embora não devesse ser
assim, precisa ser trilhado com muitas lutas. Deveria ser parte constante de politicas

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publicas, mas de forma a ser mais eficaz, passando por investimentos em
capacitação e promoção dessas politicas nas instituições de ensino. Só assim
poderemos garantir o que a nossa legislação expressa, ou seja, como um direito
fundamental. Educar perpassa o ensino formal, sendo parte da formação do
cidadão, imperando o reconhecimento e a tolerância as diferenças. Se os centros
acadêmicos onde o conhecimento é difundido ignora essa difernaça, seja não
aceitando ou não sendo capaz de aceitar o PAEE, pouco deveria se esperar da
Educação como essência em nosso país. Mudemos isso com informação à
sociedade dessa realidade e participação ativa na escolha de gestores e
legisladores públicos cujo plano essencial seja um olhar especial para essa tão
importante questão.

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