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terapêuticos
Felipe Farias Richter, Luciane Mattos Pereira, Thais Donaduzzi, Pedro Jackson dos
Santos Lima
Bairro: Universitário
CEP: 96815-900
págs.: 430-433
Resumo
Endocardite Infecciosa é definida pela infecção do endotélio cardiovascular, acometendo cerca de 2 a 20
indivíduos para cada 100 mil habitantes, ocorrendo, na maioria das vezes, na valva mitral isoladamente.
Além de achados sistêmicos e periféricos característicos da doença, o sopro cardíaco é encontrado em 80%
dos casos, sendo considerado sinal de alerta o seu surgimento ou mudança de características. Critérios de
Duke, ecocardiografia e definição do microorganismo são os principais meios diagnósticos utilizados. Logo, o
definido mediante o microorganismo encontrado; alguns casos podem vir a necessitar de tratamento
cirúrgico.
INTRODUÇÃO
e fibrina, o que pode ser considerado sinal patognomônico da doença, permitindo seu diagnostico in vivo e
Ocorre em cerca de 2 a 20 indivíduos para cada 100 mil habitantes, sendo estes homens e maiores de 50
anos na maioria, sendo que, os pacientes mais velhos apresentam maior probabilidade de desenvolver
doença degenerativa valvar e exigir a substituição da válvula cardíaca (2,4,5). O aumento da mortalidade
nos casos de endocardite infecciosa foi relacionado com a presença de diabetes mellitus e infecção por
O acometimento da valva mitral isoladamente ocorre em 28 a 45% dos casos, seguido de valva aórtica (5-
Entre as condições predisponentes podemos citar valvulopatias prévias, próteses e cardiopatias congênitas.
- Uso de drogas injetáveis: envolve mais frequentemente o lado direito do coração, principalmente a
heroína.
imunológico.
- Infecção pelo HIV: associada à presença de microorganismos incomuns, como Salmonella e Listeria (5).
A doença pode ser classificada em aguda e subaguda. Nos casos agudos o quadro tem duração inferior a 6
semanas, onde os sintomas são mais salientes, devido a toxemia principalmente, e há associação com
quadros subagudos, tem duração maior que 6 semanas e quadro clinico insidioso, estando associada a
No quadro clínico prevalecem sinais e sintomas sistêmicos, como febre, astenia, anorexia, calafrios,
em cerca de 80% dos pacientes, devendo ser sinal de alerta seu surgimento ou mudança de alguma de
suas características. As alterações estruturais podem causar insuficiência valvar e insuficiência cardíaca em
diferentes graus. A presença de alterações neurológicas ocorre em cerca de 30-40% dos pacientes, sendo
provocadas por embolizações, ruptura de aneurismas micóticos e meningites, tornando o acidente vascular
cerebral embólico a causa mais comum da presença desses achados (1,2). Podem ocorrer também
MICRORGANISMOS
Organismos gram-positivos permanecem sendo os principais causadores de EI. Dentre eles destacam-se os
minoria dos casos, podendo ser divididos no grupo HACEK (Haemophilus, Actinobacillus, Cardiobacterium,
Eikenella, e Kingella) e não HACEK, mais comumente por Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa (6,7).
assistência em saúde com o aumento do uso de próteses implantadas e cateteres intravenosos, é também o
EI estafilocóccica é uma doença muita agressiva com alta morbidade e mortalidade ², seu quadro cursa de
forma aguda com fenômenos embólicos frequentes e evolui com maior grau de lesão valvar, acometendo
lugdunensis pode causar uma severa EI em valvas nativas e o desfecho pode ser fatal. Uma rápida
A EI estreptocóccica é causada pelo grupo S. viridans (S. mitis, S. mutans, S. salivarius, S. sanguis) que
está na cavidade oral e pelo grupo S. intermedius (S. intermedius, S. anginosus, and S. constellatus).
Muitos deles causam forma subaguda de EI, sensível à penicilina. O organismo comensal do grupo D
estreptococo, S. bovis, é a forma mais comum não viridans que causa endocardite, muitas vezes, associado
Enterecocos são a terceira causa de endocardite, compreendendo 10% dos casos, enquanto estafilococos e
estreptococos compreendem 80% dos casos9. Enterococos são a causa frequente de EI em pessoas idosas.
Ela ocorre com um formato desproporcional na valva áortica e é menos comum de causar eventos
embólicos (6).
Grupo HACEK representa 5% dos diagnósticos, enquanto que o grupo não HACEK, representam 1,8% (6).
Endocardite por cândida é menos frequente, porém tem uma alta taxa de mortalidade e o desfecho,
geralmente, é fatal. Tem como fator de risco, o uso de drogas endovenosas, imunossupressão, cateteres
venosos e válvulas protéticas. Candida albicans é a espécie mais comumente encontrada (8).
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
A EI deve ser suspeitada em qualquer paciente com febre inexplicada, suores noturnos ou sinal de uma
doença sistêmica, particularmente se qualquer dos fatores de risco estão presentes (10): prótese valvar
cardíaca, doença cardíaca estrutural ou congênita, uso de drogas por via intravenosa e história recente de
procedimentos invasivos. A história clínica consistente com EI inclui a combinação de uma lesão cardíaca
Os critérios de Duke usam em conjunto aspectos clínicos patológicos maiores e menores para classificar a
EI como definitiva, possível ou rejeitada (tabela 1)11. Evidência direta de endocardite pode ser obtida de
espécie histológica coletada durante a cirurgia, ou da combinação de 2 critérios clínicos maiores, um maior
e três menores, ou cinco critérios menores. Endocardite possível é definida como a presença de um critério
Ecocardiografia
acompanhamento da EI12. A ecografia deve ser realizada rapidamente, logo que houver suspeita da
doença.
Três achados são considerados critérios maiores no diagnóstico de endocardite infecciosa: vegetação,
Diagnóstico microbiológico
A hemocultura continua sendo o pilar do diagnóstico e providencia bactérias vivas para os testes de
suscetibilidade. Três amostras (incluindo pelo menos uma aeróbica e uma anaeróbica), cada uma contendo
10 ml de sangue obtida através de uma veia periférica, usando técnica estéril, são quase que sempre
cateteres centrais devem ser evitadas, tendo em vista o elevado risco de falso contaminantes
O tratamento dos pacientes com endocardite deve ser baseado no microorganismo causador da
EI. No entanto, deve-se começar com a antibioticoterapia tão logo for firmado o diagnóstico16.
Desse modo, deve-se iniciar um esquema de antibioticoterapia empírico, que deve ser baseado
Segundo Htwe et. al., a vancomicina é recomendada para S aureus resistente à meticilina
Para o tratamento da endocardite por P. aeruginosa não existem estudos que comprovem qual o
ceftazidima ou cefepime em doses plenas) associados a altas doses de tobramicina, com duração
mínima de 6 semanas.
A European Soiety of Cardiology recomenda anfotericina B por 6-8 semanas, devendo ser
valvar associada à supressão com fluconazol por longo período está indicada em pacientes com
endocardite fúngica8,16,17.
Endocardite infecciosa por HACE K:
for suscetível, por 4 semanas. Deve-se adicionar uma gentamicina ao esquema terapêutico
Tratamento cirúrgico:
valvar, insuficiência cardíaca ou perfuração e formação de fístula; infecção sistêmica com febre
não controlável com antitérmicos e bacteremia persistente (7-10 dias); grandes vegetações
(>10mm) e vegetações com aumento do tamanho mesmo com antibioticoterapia para prevenir
CONC LUSÃO
Este artigo de revisão tem como objetivos demonstrar a importância de um diagnóstico precoce
qualquer paciente com febre inexplicada, suores noturnos e com algum fator de risco. O
diagnóstico clínico deve ser feito através dos critérios de DUKE, os quais são divididos em
critérios maiores e menores. Por ser fundamental para o diagnóstico, deve-se realizar ecografia
tratamento cirúrgico realizado quando ocorre falha farmacológica. A EI é uma doença de alta
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