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EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO

REPARO EM MOTORES ELÉTRICOS.

Dany de Moraes Venero (1)


Jonas Cândido da Silva (2)

Resumo

Este trabalho visa difundir conceitos tecnológicos e operacionais, relacionando


motores elétricos, suas especificações, instalações e condições de
manutenção, a fim de otimizar o uso de energia elétrica nas indústrias.
Estatísticas mostram que em média, 55% da energia elétrica utilizada pelas
indústrias brasileiras é consumida por motores elétricos.
O princípio de funcionamento do motor elétrico consiste na conversão de
energia elétrica em energia mecânica. Nesta conversão ocorrem perdas que
influenciam diretamente no rendimento dos motores elétricos. Estas perdas
são elevadas em motores antigos e/ou que sofreram vários reparos, sobretudo
quando aplicadas técnicas incorretas no bobinado do estator. Este estudo
identificou os potenciais de ganho com eficiência energética em um
determinado cliente, avaliando as soluções possíveis tais como, uso de
motores Alto Rendimento Plus, melhoria dos sistemas de acionamento,
readequação de especificações, etc e também identificou a(s) faixa(s) de
potências as quais não é viável realizar o reparo, através de análises de custo
e de consumo de energia.

1. Introdução

No presente cenário de oferta de energia, seja no Brasil ou nos demais


países, restrições de ordem financeira e ambiental se conjugam de modo a
incrementar os custos das fontes de energia e configuram perspectivas
preocupantes de descompasso entre as disponibilidades e as demandas
energéticas, ampliando significativamente a importância do uso racional de
energia. Trata-se de uma via relativamente pouco explorada e com
interessantes possibilidades.
Em muitas plantas industriais o consumo de energia representa uma parcela
importante dos custos de produção. Os motivos vão desde características
inerentes ao projeto até instalação de má qualidade e aplicações
inadequadas.
É sabido que os motores elétricos são, normalmente, os maiores responsáveis
por um elevado consumo energético, correspondendo a mais de 55 % deste
na indústria (Eletrobrás 2001), por isso o projeto e a seleção destes motores
devem ser muito criteriosa e assertiva, levando-se em conta

(1) Engenheiro Eletricista, Engenharia de Manutenção, WEG Indústrias S.A.


(2) Engenheiro Eletricista, Engenharia de Manutenção, WEG Indústrias S.A.
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todos os dados relacionados à carga acionada (aplicação) e a instalação. O
gráfico da figura 1 mostra o consumo médio de energia para os diversos tipos
de carga existentes na indústria.

FIGURA 1 – Consumo Energético Industrial no Brasil

Um dos grandes problemas que se encontram nas indústrias é a grande


quantidade de motores mal dimensionados para uma determinada aplicação.
Muitos deles estão sobre dimensionados operando com baixa porcentagem de
carga o que implica em baixa eficiência, conseqüentemente maior custo. Há
casos também de motores que operam com cargas acima do especificado,
situação que reduz sua vida útil o que pode resultar numa parada de processo
e conseqüentemente de produção, ou em outras palavras, prejuízo.
Neste contexto, o presente trabalho é focado nos motores elétricos através
das principais etapas:
- Levantamento dos motores elétricos, suas aplicações e condições
de operação;
- Identificação de sua diferença de condição de operação x projeto;
- Apresentação de propostas (análise do custo/benefício)
considerando os motores e seus acionamentos;
- Análise da Viabilidade técnica e econômica do reparo.

O detalhamento do capítulo seguinte retrata o trabalho realizado em uma


planta do ramo alimentício, mas de acordo com uma metodologia expansível a
todos os demais segmentos de mercado.

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2. Metodologia

O diagnóstico energético mostrado abaixo é um caso real, avaliado no estado


do Espírito Santo em uma empresa do ramo alimentício. Foi realizado
conforme etapas a seguir:

1ª Análise dos dados e definição


dos casos potenciais.

2ª Conhecer os diversos setores


e processos da empresa.

3ª Diagnóstico das condições


operacionais (Partida e Regime).

4ª Uso do Software Eficiência e


Viabilidade WEG.

5ª Análise Técnica e Econômica


dos reparos nos motores

FIGURA 2 – Fluxo das Atividades

Estas etapas podem, resumidamente, ser entendidas como segue:

2.1 Análise dos dados e definição dos casos potenciais

A partir da análise dos dados dos motores e com os valores de corrente


medidos (medições realizadas pelo corpo técnico da Empresa ou através de
contratação de mão de obra especializada), determinaram-se os casos
potenciais em função das cargas medidas.

2.2 Visão Geral dos Processos

O conhecimento dos equipamentos e seus regimes de trabalho, dentro dos


processos de fabricação, foram necessários para que se determinasse a
aplicação dos motores e as variações de cargas sobre os mesmos.
Conhecendo as áreas, foi possível avaliar os riscos envolvidos nas diversas
atividades, determinando os cuidados necessários para garantir a segurança
durante a execução dos trabalhos. E também, permitiu observar as condições
ambientais em que os motores estão submetidos possibilitando sua correta
especificação objetivando um aumento de MTBF.

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2.3 Diagnóstico das condições operacionais

No universo de equipamentos avaliados, a partir da análise dos dados e da


visão geral dos processos, identificaram-se os motores que estão
sobredimensionados para atender as condições de carga em regime e/ou
durante a partida, bem como os motores subdimensionados. Nesta fase do
diagnóstico, com uso de analisadores de energia, monitoraram-se as curvas
de carga para melhor repotenciar e/ou dimensionar motores para tais
aplicações.

2.4 Limite de Recuperabilidade

Trata-se do levantamento dos custos envolvidos na compra, substituição e


reparo de motores elétricos. Todos os motores envolvidos no escopo deste
trabalho foram analisados com intuito de identificar os pontos de troca, através
do estudo de viabilidade técnica e econômica do reparo.

2.5 Lista de Equipamentos Utilizados neste Diagnóstico

- Multímetro Digital Fluke 337 true AC/DC RMS;


- Analisador de Energia RE6000 – Embrasul;
- Analisador de Energia Yokogawa CW – 140;
- Termômetro infravermelho – Raytech;
- Tacômetro Digital SHIMPO DT – 250L;
- EPI’s e EPC’s necessários;
- Lap Top.

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3. Resultados

Como resultados do diagnóstico realizado nos 182 motores, obtiveram-se:


• 47 (Quarenta e sete) motores foram identificados para
repotenciamento utilizando motores de Alto Rendimento Plus;
• 28 (vinte e oito) motores das refinarias Linhas 1 e 2, foram
identificados para substituição por 14 (Quatorze) motores de Alto
Rendimento Plus;
• 02 (dois) motores das torres de central de água gelada 0, foram
avaliados quanto à viabilidade de substituir por motores com
polaridade padrão + inversor de freqüência;
• 85 (Oitenta e cinco) motores foram identificados para substituição
por motores de Alto Rendimento Plus;
• 20 (vinte) motores são alto rendimento, que em sua maioria já
foram adquiridos junto com os equipamentos;
• 182 (Cento e Oitenta e Dois) motores foram avaliados quanto à
viabilidade técnica e econômica do reparo.

Abaixo seguem detalhes de cada uma das ações sugeridas.

Este estudo foi dividido em duas fases, onde em uma delas deu-se ênfase aos
motores de bombas, torres e tanques e na outra se avaliou os motores das
conchas das linhas 1 e 2 da refinaria.

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3.1 Bombas, Torres e Tanques

A tabela 1 indica as posições que se recomenda repotenciar, bem como, os


motores propostos e suas respectivas áreas.

TABELA 1 - Relação dos motores repotenciados

3.2 Ensaios na Concha da linha 1

A figura abaixo mostra as configurações atual, testada e proposta, dos


motores da Concha da Linha 1.

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* Figuras meramente ilustrativas *

FIGURA 3 - Configurações atual, testada e proposta, respectivamente,


dos motores da Concha da Linha 1.

Conforme gráfico 1, observa-se à curva de carga da Concha da Linha 1


durante todo o processo de mistura. O teste em questão foi realizado com o
motor de 125 CV - 6 pólos, acoplado no eixo traseiro do motor de 125 CV - 8
pólos. O consumo total no período em kWh e kVArh pode ser verificado na
tabela 2.

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GRÁFICO 1- Curva de Carga do motor 125 CV - 6 pólos

Este teste foi realizado para verificar se o motor suportaria acionar a carga
durante todo o período de mistura a seco (período mais crítico para o motor).
Outro teste realizado foi o de partir o motor depois de finalizado o processo de
carregamento da massa. Verificou-se que o motor acionou a carga, levando
11 segundos para atingir a velocidade nominal. Registrou-se também que
durante o período de mistura a seco o consumo do motor ultrapassou o valor
máximo especificado de 125 CV (90 kW), atingindo em alguns momentos até
105,4 kW.
Analisando a curva do gráfico 1, verificou-se que o motor de 125 CV – 6 pólos,
atende a necessidade atual do processo, mas em discussão com o corpo
técnico da Empresa, devido às variações de tensão, corrente, nº de partidas /
hora, curva de carga (influência dos operadores), outros tipos de massa e
futuros aumentos da produção, optou-se pelo motor de 150 CV - 6 pólos Alto
Rendimento Plus para as Conchas das linhas 1 e 2.

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TABELA 2 - Consumo total (kWh e kVAR) do motor 125 CV - 6 pólos

Pode-se concluir que a análise com o motor de 125CV 6 pólos, garantiu que o
motor parte a carga a seco. A Empresa se comprometeu em realizar, com esta
configuração, os demais testes com todas as massas.
Nota: O Processo de Mistura consta da agitação da massa até a obtenção da
consistência desejada. A massa inicialmente mais pesada (mistura a seco) era
agitada com o motor de 8 pólos e a partir do momento que se tornava mais
leve, se mudava para o motor de 4 pólos. Com a modificação, o processo é
feito somente com o motor de 6 pólos.
Na tabela 3, abaixo, ilustram-se as alterações sugeridas e os benefícios:

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TABELA 3- Relação dos motores das Conchas

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3.4 Substituição direta por Alto Rendimento Plus

A partir dos cálculos realizados, e as condições de operação, manutenção e


instalação dos motores, e para obter maior eficiência energética, relacionamos
os motores abaixo que devem ser substituídos por motores Alto Rendimento
Plus. A Tabela 4 mostra os motores propostos para substituição.

TABELA 4- Substituir por Alto Rendimento Plus

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TABELA 4- Substituir por Alto Rendimento Plus - continuação

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3.5 Análise de Viabilidade Técnica e Econômica do Reparo (Software
de Eficiência & Viabilidade WEG)

Através da análise dos custos de motores novos, custos por tipo de reparo e
do consumo de energia, foi determinado o limite de recuperabilidade para os
motores elétricos.
Este estudo identificou as potências, ou faixas de potências, as quais não é
viável executar o reparo. O resultado é uma matriz de gerenciamento que
relaciona as potências e os reparos (por polaridade), identificando os valores
de potências que viabilizam a substituição por um motor novo (Alto
Rendimento Plus), depois de ocorrido o defeito e identificadas as ações (tipo
de reparo).
As vantagens são o aumento da confiabilidade da planta devido à renovação
do parque fabril (motores novos e dentro do prazo de garantia), agilidade no
diligenciamento e redução de serviços, disponibilidade de mão de obra para
outras atividades e redução no estoque de partes e peças.
Para execução do estudo, foram considerados e levantados os seguintes
custos:

A) Reparos:
Custos referentes aos reparos, executados internamente (Oficina
interna) e externamente (Oficinas externas e/ou Assistentes Técnicos
Autorizados WEG).

B) Custo de Gestão do Reparo:


Custos referentes a abrir ordem de serviço para tirar o motor da área,
bem como execução da substituição do motor na área.

C) Custo de Aquisição - Processo de Compra:


Custos referentes à hora do comprador durante o processo de
negociação e compra de motores, serviços e partes e peças.

D) Custos administrativos:
São os custos referentes às atividades burocráticas da empresa
durante os processos de requisição de serviços para os motores e/ou
de compra dos mesmos.

Comentários:
Para as condições atuais, levando-se em consideração quantidade de
rebobinamentos de cada motor da planta, obteve-se a matriz de
gerenciamento do reparo mostrada na figura 4.

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FIGURA 4 - Análise da Planta

Nesta análise foram considerados os custos relativos ao pacote de motores


envolvidos no estudo. O gráfico 2 – Mostra o resumo que foi exposto neste
capitulo, a quantidade de motores e a ação sugerida a ser tomada.

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GRÁFICO 2- Análise dos motores

kWh Economizado/ano

TOTAL 2039
CONDIÇÃO

Substituição direta por Alto


Rendimento Plus
1330

Repotenciar com motores


Alto Rendimento Plus
709

0 500 1000 1500 2000 2500


X 1.000 kW

kWh

GRÁFICO 3 - kWh Economizado por ano

GRÁFICO 4- Retorno sobre o capital investido


RETORNO SOBRE O CAPITAL INVESTIDO

1 ANO E
TOTAL
4 MESES
CONDIÇÃO

Substituição direta por 1 ANO E


Alto Rendimento Plus 9 MESES

Repotenciar com motores


4 MESES
Alto Rendimento Plus

0 5 10 15 20 25
Tempo em meses

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Nos gráficos 2, 3 e 4 não exibimos os valores de Economia e de Investimento
em Reais. Estes valores não foram divulgados neste relatório pois estamos
em processo de implantação das melhorias e o cliente solicitou sigilo até a
conclusão do diagnóstico final, onde serão realizadas as medições nos
motores novos para compararmos os ganhos previstos com os reais.
Após a conclusão do diagnóstico final, os valores poderão ser divulgados.

4. Conclusão

Nos dias de hoje, além da preocupação com riscos de racionamento, perdas


de produção, manutenção, entre outras coisas, as empresas estão
assimilando uma cultura de conservação de energia, buscando aumentar sua
participação no mercado com produtos cada vez mais competitivos e
accessíveis. Desta forma, as empresas passaram a interpretar a energia
elétrica como um insumo necessário à produção e não mais apenas como um
custo fixo.
O resultado deste trabalho seguiu esta lógica e atingiu os objetivos no ponto
de vista técnico e de economia prevista.
Com o uso de equipamentos novos de alta tecnologia e mais eficientes
contribuímos com a manutenabilidade da produção reduzindo os custos de
manutenção e energia, favorecendo o crescimento econômico desta empresa
e consequentemente do nosso país.

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