Vous êtes sur la page 1sur 11

A VIDA DE SÃO VICENTE DE PAULO

INTRODUÇÃO
Quando Vicente de Paulo nasceu, a França passava por uma situação difícil, estava
envolvida também em guerras internas e com outros povos.
França  Século XVII  Império da Morte.
Três calamidades esmagam a população: A guerra, a peste e a fome. Produzindo
milhares de vítimas, e isto ocorre devido aos soldados serem indisciplinados e mal pago. Com
suas mentes e consciências embotadas, não controlam seus excessos: invadem os povoados,
roubam os camponeses, violentam as mulheres e incendeiam as moradias.
Na França do século XVII a idade média de vida das pessoas era de 35 anos. Pe.
Vicente viveu 79 anos, uma longevidade bem superior à de seus contemporâneos que não
ultrapassou aos 50 anos.
Será porque ele viveu tanto?

QUEM FOI SÃO VICENTE DE PAULO?


São Vicente de Paulo é chamado: O “PADRE DOS POBRES”. O “PAI DA
CARIDADE”. O “ANJO DE CLICHY”. No ano de 1855 O Papa o declara “PATRONO
DE TODAS AS OBRAS DE CARIDADE”. E agora, em nossos dias ele foi considerado
pelo Papa João Paulo II, o “ARAUTO DA TERNURA E DA MISERICÓRDIA DE
DEUS”.

NASCIMENTO
Quem faz a história são os homens, mas quem segura as rédeas da história é Deus.
Deus aliás, é o único que tem condições de abarcar, com sua presença, o universo inteiro e
conhecer, mediante sua sabedoria, o íntimo de cada criatura. Por isso Ele: Intervém quando
menos imaginamos, age da maneira mais correta e obtém os resultados mais satisfatórios.
Assim, no final do século XVI, o olhar providente de Deus pousa sobre uma família
simples que habita humilde aldeia no sul da França, quase na divisa com a Espanha. A aldeia
se chama Pouy, e a família leva o sobrenome De Paulo. Vicente é o terceiro entre os seis
filhos do casal João de Paulo e Bertranda de Moras. Os documentos assinalam 24 de abril de
1581 como a data do nascimento de Vicente de Paulo.

BATISMO
Foi batizado no Santuário de Nossa Senhora de Landes, poucos dias depois do seu
nascimento, pois seus pais, eram excelentes cristãos. Recebeu o nome de Vicente em
homenagem a São Vicente de Xaintes – Padroeiro de Dax – Primeiro Bispo da Diocese
martilizado na Espanha.

INFÂNCIA
Seus pais possuem alguns hectares de terra e um rebanho de vacas, ovelhas e porcos.
A terra, no entanto, é ingrata; a produção de cereais, reduzida; os trabalhos, pesados.
Isso, porém, não impede a família de viver sob os olhares de Deus, e honestamente.
Cedo Vicente, e os seus cinco irmãos e irmãs, foram aproveitados no trabalho da
fazenda. Muitas vezes ia as pastagens tomar conta dos rebanhos.
Vicente tinha um bom coração. Um dia, tendo encontrado um pobre mendigo, deu-lhe,
sem hesitar, tudo que tinha, que seriam uns trinta reais. Ele já sabia que quem dá aos pobres
empresta a Deus.

SUA DEVOÇÃO À VIRGEM SANTÍSSIMA


Vicente amava muito a Santíssima Virgem. Sua mãe lhe havia ensinado, quando era
ainda pequenino, a falar com Ela de coração a coração, e a se dirigir a Ela em todas as
circunstâncias.
Como todos os pequenos pastores cristãos, ele costumava construir em sua honra
oratórios de ramos e folhagens. Ele entronizou a imagem de Nossa Senhora no tronco de um
carvalho que ainda existe no local de seu nascimento.
Nas peregrinações que a família fazia duas vezes ao ano em Buglose, onde Nossa
Senhora era particularmente venerada, ele voltava cada vez mais feliz e decidido a nada lhe
recusar. E, quanto mais amava a Virgem, mais amava Jesus, e mais se sentia feliz.

ESTUDOS
No catecismo, ele se mostrou tão estudioso e fervoroso nos estudos, que o bom cura
aconselhou seus pais que o enviassem para estudar no colégio da cidade de Dax, onde
freqüentou com sucesso o curso de gramática e de Latim. Era para seus colegas um exemplo.
Tornando-se então, preceptor dos filhos do Sr. M. de Comet.
Nesta atividade tomou gosto pelo apostolado e foi encorajado a se tornar sacerdote de
Jesus. Para tanto faltava fazer longos estudos de teologia na universidade mais próxima –
Universidade de Toulouse.
Bom cristão que era, o pai de Vicente vendeu uma junta de bois para lhe assegurar as
despesas com a hospedagem.
“Quando ainda menino, como meu pai me levasse a passear pela cidade, eu tinha
vergonha de acompanhá-lo e de dizer que era meu pai, porque ele se vestia mal e era
meio manco... Em outra ocasião, quando estudava com os franciscanos, informaram-lhe
que seu pai estava lá fora e queria vê-lo. Vicente se recusou a ir falar com o pai”.

O pai na verdade o amava de todo o coração e, antes de morrer, alguns anos mais
tarde, intimará a família à não deixar faltar nada a este filho, de quem tanto se orgulhava.
“Quem ama a rosa, suporta os espinhos”.
Vicente, de sua parte, propõe-se corrigir seus excessos: “Eu me dirigia a Deus e com
insistência lhe rogava que mudasse este meu caráter seco e repugnante e me concedesse
um espírito doce e benigno”.

ORDENAÇÃO SACERDOTAL
Seguir os estudos eclesiásticos, naquela época era no mínimo deixar a dura condição
de camponês. Poderia também ser um meio de fazer carreira, arrumar-se na vida. Teria sido
essa a intenção dos pais de Vicente ao encaminhá-lo para o sacerdócio?
Quanto a Vicente, é possível que ele almejasse obter um “honesto benefício”,
conforme expressão se suas cartas na juventude.
Na cidade de Dax, Vicente estuda durante nove anos com os franciscanos. Desde o
início mostra-se aluno receptivo. Está atento a tudo quanto lhe possa servir de: Instrução,
inspiração e guia.
Em Toulouse, para manter os estudos e a estadia, lecionava para os filhos de algumas
famílias da nobreza. É assim que vai conhecendo o mundo dos nobres.
Aos 16 anos, Vicente recebe a “tonsura”, era a sua entrada para o clero e que, desde
então devia usar batina.
Durante cinco anos ainda, ele estudou a Ciências religiosas, continuando sempre a se
ocupar com seus alunos, que gostavam muito da clareza de seu ensino e da jovialidade do seu
caráter; o que não o impedia de ser rigoroso quando se fazia necessário.
Depois de ter recebido as ordens menores, o subdiaconato, depois o diaconato, ele foi
ordenado padre em 23 de setembro de 1600.
Em Buzet, numa capela solitária no fundo do bosque, onde muitas vezes rezava
quando menino, que ele celebra com fervor sua primeira missa.
Padre Vicente prossegue seus estudos de teologia até 1604, quando a Universidade lhe
confere o título de Bacharel em Teologia. E por causa deste curso, mais tarde Pe. Vicente
conta: “Tenho particular devoção em seguir, passo a passo, a adorável Providência de
Deus”.

CATIVEIRO
Padre Vicente contraiu algumas dívidas para terminar o seu curso de Teologia.
Felizmente uma bondosa senhora, antes de morrer, o fez seu herdeiro, mas para isso tinha de
ir buscar uma importância em dinheiro, que um credor desonesto, fugiu para Marselha para
não pagar.
Na viagem de volta de Marselha a Toulouse – Ataque de três bergantins (navios)
turcos. Houve resistência e Vicente lutou ao lado dos marinheiros. Foi ferido por uma flecha
nas costas, e um ferimento de sabre nas costas.
No mercado de escravos foi vendido a um pescador. Novamente vendido a um médico
químico que durante 50 anos procurava descobrir a Pedra Filosofal – transformar qualquer
metal em ouro, ficou cativo de setembro de 1605 a agosto de 1606.
Vendido novamente a um Renegado de Nice – Homem desumano e cruel – tinha três
mulheres – Grega, Muçulmana e Turca.
A mulher árabe orava a Deus e tinha um bom coração, notou o espírito piedoso de
Vicente e se emocionava até as lágrimas ao escutá-lo cantando louvores divinos com tão bela
voz.
Certo dia pediu que ele traduzisse seus cânticos, especialmente a Salve Rainha.
Vicente contou-lhe então a mais bela das histórias: a história de Cristo vindo a terra para
salvar todos os homens e para ensiná-los a se amarem uns aos outros.
E foi esta mulher, que a noite contou a seu marido como estava maravilhada com tudo
aquilo que havia ouvido, e o convenceu a libertar Vicente, e o repreendeu por abandonar tão
bela religião.
Ela o repreendeu com tanto ardor que ele, caindo em si, resolveu voltar para Cristo e
libertar Vicente.
OBS: Alguns autores que escreveram sobre São Vicente de Paulo, não narram em suas
obras o episódio do seu cativeiro. Segundo eles, não foi encontrado nenhum documento,
escritos ou narrativas do fato.

RETORNO À FRANÇA
Padre Vicente ficou muito feliz com a conversão sincera do renegado que de joelhos e
com lágrimas nos olhos pediu perdão e confessou seus pecados. Numa noite, embarcaram
clandestinamente de volta para a França. Onde vivia o Núncio Apostólico, Monsenhor
Montorio. E foi ali na Igreja de São Pedro – Convento de “Fate bene fratelli”, que o
apóstata, em lágrimas, fez sua abjuração, e foi reintegrado na Igreja Católica.

ESMOLER DA RAINHA MARGARIDA DE VALOIS – “Rainha Margô”


Em 1608, o Papa Paulo V e o Embaixador da França – Savary de Brêves, confiaram
uma missão especial a Vicente, nomeando-o Capelão da Rainha Margarida, filha de Henrique
II, esposa repudiada de Henrique IV.
Ela era muito inteligente e culta. Decidida a reparar sua vida desordenada, ela se
tornou muito devota e caridosa e convida Vicente de Paulo para esmoler em luxuoso palácio.
Apesar de Capelão da rainha, Vicente nunca deixou de estudar. Assistia às aulas dadas
por ilustres professores na Sorbone. Preparava o diploma de licenciado de Direito Canônico.
“É preciso, dizia ele, aproveitar todas as ocasiões para instruir-se, e assim se tornar mais
capaz de servir a Deus e aos homens”.

CALÚNIA
Por economia, e por humildade, aceitara compartilhar do mesmo quarto do hotel com
um de seus conterrâneos, o Juiz de Direito, Sr. M. de Sore.
Daí lhe veio um dia uma situação penosa... Vicente dormia profundamente, vitimado
por uma febre, quando o empregado veio trazer o remédio, e vendo o armário do Juiz com a
chave, apossou-se do dinheiro e fugiu.
De volta o juiz, vendo o armário aberto, vazio e sem a pequena fortuna, pediu
explicações a Vicente que não sabia de nada e nem poderia saber. Então, foi acusado
injustamente de ladrão pelo seu amigo Juiz M. de Sore.
Vicente apenas disse: “Deus sabe a verdade”. Felizmente, anos mais tarde, o
verdadeiro ladrão, tendo sido preso por outro crime, foi à prisão em Bordéus, chamou o Sr.
Sore e confessou o crime. Imediatamente o juiz escreveu para Vicente pedindo-lhe perdão,
porém ele já o perdoara há muito tempo.

REFAZER UMA FRANÇA CRISTÃ


Com o assassinato do rei Henrique IV em 14 de maio de 1610, onde todo o povo se
comoveu, padre Vicente conheceu uma pessoa – o futuro cardeal Pedro de Bérulle, que o
convidou a participar de um retiro espiritual de muitos dias, onde ele e o devotado sacerdote,
o Pe. Bordoise deveriam estudar uma maneira de refazer uma França crista.
Este cardeal exerceu forte influência sobre Vicente, pois, gozava de forte reputação de
santidade. Ele havia trazido da Espanha as Irmãs Carmelitas. (As Carmelitas são religiosas
que consagram suas vidas à oração e a penitência, pela conversão dos pecadores).
O cardeal de Bérulle era de opinião que para refazer uma França cristã, era necessário
fundar uma Congregação de padres que dedicassem ao estudo e que fizessem irradiar o
pensamento cristão pelo ensino e pela pregação. E fundaram a Sociedade do Oratório. Mitos
padres santos pautaram suas condutas pelo exemplo do Cardeal de Bérulle. Vicente passou
um ano no Oratório aprofundando sua formação religiosa.

VIGÁRIO DE CLICHY
Dentre os discípulos do Oratório encontrava-se o Pe. Bourgoing, cura de Clichy. O
cardeal de Bérulle, desejando que este devotasse todo o seu tempo à Congregação recém-
fundada, pediu-lhe que passasse a paróquia de Clichy às mãos de Vicente.
Esta paróquia era pequena em importância, mas muito extensa e contava com centenas
de habitantes, quase todos hortelãos e camponeses.
Sua grande bondade e sua simplicidade fizeram com que ele conquistasse todos os
corações rapidamente. Foi modelo de Vigário. Reconstruiu a Igreja velha, e mais tarde fez
uma outra nova bem maior. Instituiu a Comunhão Geral em todos os primeiros domingos de
cada mês – 12 de maio de 1612.
Na paróquia de Clichy, Pe. Vicente ficou como o “Anjo de Clichy”. Atualmente ela
tem o seu nome.

SÃO VICENTE DE PAULO EM CASA NOBRE FAMÍLIA DE GONDI


O senhor de Gondi, destacada personalidade da época, General das Galeras,
Comandante-em-Chefe da Esquadra Real, havia solicitado ao Cardeal de Bérulle um
preceptor para seus filhos. E ele achou por bem designar Vicente. Prepara-se então, São
Vicente de Paulo para a sua grande missão de benfeitor da humanidade.
A EXPERIENCIA DE FOLLEVILLE
Isto se passa em Ganas, perto do castelo dos de Gondi em Folleville. Pe. Vicente pôde
então avaliar a exata dimensão de abandono espiritual em que se achava o “pobre povo do
interior”. Um homem está morrendo. Na região, este senhor gozava de uma fama
irrepreensível. Vicente é chamado. Silencioso, ele escuta os erros do moribundo que por
vergonha e amor próprio, nunca ousara confessar ao seu pároco os seus pecados. Agora que
ele disse tudo, respira aliviado. Declara em alta voz à Senhora de Gondi que lhe faz uma
visita: “Sem esta confissão, Senhora, eu estaria condenado!” Desorientada diante da
afirmação daquele que passava por homem de bem, ela entrevê a imensidão do mal. “Pe.
Vicente, diz ela a seu diretor de consciência, quantas almas se perdem! Qual o remédio
para isso?”.
Por ora não havia senão um somente: a organização metódica de boas confissões
gerais. É isto que fez Pe. Vicente com o seu sermão de 25 de janeiro de 1617, “Sermão de
Folleville”, dirigido a todos os paroquianos. Durante vários dias ele foi ajudado por alguns
bons padres, prossegue este trabalho de missão e Vicente descobre “sua missão” – renovação
das consciências, pregar o Evangelho, cuidar dos doentes e confessar os pecadores. São
Vicente recordará este fato pelo resto de sua vida – aquela fora a sua primeira “missão” – o
que provavelmente lhe serviu de motivação para fundar a “Congregação da Missão (Padres
Lazaristas)”.

CHÂTILLON-LES-DOMBES
Após receber uma carta dos Oratorianos de Lyon, relatando o estado lamentável de
uma importante paróquia da região – Châtillon-Les-Dombes. O cardeal de Bérulle oferece o
cargo de cura a Vicente. Ele aceita com presteza. E numa bela noite, para evitar súplicas do
senhor e da senhora De Gondi, ele sai sem se despedir.
A aldeia era paupérrima do ponto de vista religioso, pois havia muito protestantes. A
igreja estava em ruínas e servia de abrigo para os animais.
Como ele fez em Clichy, aqui ele também reconstruiu a igreja e conquistou os
corações. Pelo exemplo de sua bondade e da sua fé, tocou o coração do hoteleiro. Ele abjurou
o protestantismo, e se tornou um dos colaboradores mais fervorosos do novo cura.
Vicente lecionava o Catecismo com tanta emoção, que a freqüência e a conversões se
multiplicavam. Em cinco meses o vilarejo se transformou.

Dois fatos importantes: A conversão de um nobre chamado Senhor de Rougemont,


que gostava de se bater em duelo. Ele tinha um caráter irascível e por motivos fúteis, lançava-
se em brigas e duelos.
O outro fato foi que num dia de festa (um domingo) em Châtillon, antes do início da
Santa Missa, Pe. Vicente foi alertado de que uma família inteira de um lavrador estava
doente, não podendo sequer preparar a própria alimentação que já era escassa. Ele foi tão
convincente em seu sermão, que, quando ele mesmo ia levar sua ajuda, encontrou na estrada
uma procissão de pessoas que iam e vinham trazendo socorro. Ele disse: “Eis aí um bom
exemplo de caridade, mas precisa ser organizada”.E fez uma escala de visitas para que os
socorros fossem duráveis.
FUNDAÇÃO DAS DAMAS DE CARIDADE (“FILHAS DA CARIDADE”)
A partir do episódio daquele inesquecível domingo, Vicente, obedecendo a um
impulso interior, decide criar o que chamamos de “Associação”, para ocupar-se da obra dos
pobres.
A essa associação ele dá o nome de Confraria da Caridade e às pessoas que a
compõem, Servas dos Pobres ou Damas da Caridade – 20 de agosto de 1617.
As Damas de Caridade tiveram um papel fundamental também, devido a grande
miséria decorrente da Guerra dos 30 anos que a França sofria. Para acudir tantos males e
remediar tanta miséria, Pe. Vicente conta muito com o apoio delas e diz: “Os pobres são
nossos senhores e mestres”.
Em 1630 o Pe. Vicente as confia a Luísa de Marillac, que o ajudava na organização
dos trabalhos de caridade.
Motivada pelo mesmo desejo de servir a Deus na pessoa do pobre, Margarida Naseau,
uma humilde camponesa, juntou-se a Luíza de Marillac para ajuda-la e, pouco depois, outras
jovens imitaram-lhe o exemplo.
O que começou como um simples e despretensioso grupo de apoio ao trabalho das
“Senhoras da Caridade” tornou-se, mais tarde, uma Comunidade, cuja técnica operacional
revolucionou a estrutura e a eficiência das obras assistenciais.
Após maduras reflexões, nasce em 1633 a “Companhia das Filhas da Caridade”,
atualmente conhecidas como “Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo”.
Neste período a França ficou conhecida como o “Império da Morte”.

REFORMA DO CLERO
Padre Vicente se preocupou muito até conseguir apoio para reformar o clero, com
criação de seminários para a formação dos novos padres – fiéis servidores de Jesus Cristo.
E também a instituição de retiros de aprofundamento religioso e cristão.
COMBATE AO JANSENISMO
Oposição de S. Vicente de Paulo aos ideais de Jansen. Coordenava o Jansenismo e o
Calvinismo.

CAPITÃO DAS GALERAS


Nomeado Capitão Geral das Galeras – 1618 a 1623. Os forçados viviam amontoados
em subterrâneos úmidos e imundos. Mal vestidos e alimentados com pão e água, comidos
pelas bicheiras. O Século XVIII era cruel com os prisioneiros. As prisões eram verdadeiros
infernos. Ao furor sucedeu a brandura; ao desespero, a resignação; às blasfêmias, a oração; ao
desejo de vingança, o arrependimento.
“Ah! Minhas irmãs, que felicidade servir estes pobres forçados, abandonados nas
mãos de pessoas que não têm nenhuma piedade! Eu vi esses infelizes tratados como
animais”.
LUTAS DE SÃO VICENTE DE PAULO EM DEFESA DO EPISCOPADO
Poucos santos tiveram na Igreja uma missão tão vasta e tão fecunda como S. Vicente
de Paulo. Deus o destinou não só a reformar o clero e para embaixador da Caridade, mas
ainda restaurador do episcopado Francês, então decaído do antigo esplendor. Luiz XIII, rei da
França, ouvindo falar da Santidade de S. Vicente de Paulo, do seu amor aos pobres, dos
esforços pela santificação do clero, das grandes obras de caridade, quis vê-lo a ser assistido
nos seus últimos dias.

MORTE DE SÃO VICENTE DE PAULO


Para a família vicentina, 1660 é um ano de despedidas. Vicente de Paulo, perde a
saúde e perde também os mais caros amigos. Suas pernas, que desde os tempos em que
estivera acorrentado lhe haviam sempre lhe causado incômodo. Para fazer suas viagens pelos
campos aceitou a carruagem que Madame d´Aquillon lhe mandara fazer. Mas, cada vez que
encontrava um pobre enfermo na estrada o conduzia a seu lado.
Apesar da idade avançada, quase 80 anos, continua a levantar-se às 4 horas da manhã,
contenta-se com 5 horas de sono. E cada dia ele consagra 4 horas de oração.
A 14 de fevereiro parte o Pe. Portail – morre o primeiro companheiro de suas missões
rurais.

Um mês depois, dia 15 de Março, é a vez de Luísa de Marillac. A doença não


permitiu a Vicente acompanhá-la na agonia. Limitou-se a enviar-lhe um bilhetinho: “Tu
partes primeiro; se Deus me perdoar os pecados, espero ir logo ao teu encontro no céu”.
Dia 2 de Maio, morre o abade Luís de Chandenier, fiel discípulo da Conferência das
Terças-feiras. Assim, os companheiros e amigos vão se afastando e transferindo-se para o
convívio eterno com Deus.
A morte se encarrega de executar essa passagem. Ela é uma espécie de funil do
mundo, do qual ninguém escapa: Gente de bem e malfeitores. Crianças e adultos. Jovens e
anciãos.
“Para morrer como Cristo é necessário viver como Cristo”.Vicente de Paulo sente
que suas forças se esgotam. Seus sofrimentos se tornam agudos, a ponto de lhe arrancarem
alguns gemidos. Ele, porém, não se lamenta. Apenas deixa visitar seus lábios uma expressão
que pronunciara com freqüência ao longo de sua vida: Oh! Salvador! Oh! Salvador!
Todos se prontificam a prolongar-lhe a vida e suavizar-lhe as dores. No dia 25 de
Setembro chega a São Lázaro o Pe. Alméras, visitador das Casas da França, e permanece
longo tempo em colóquio com o enfermo. Vicente o indica como seu sucessor no governo
geral da Companhia.
No dia seguinte, de manhã, assiste à missa e comunga. O médico lhe recomenda os
últimos sacramentos.
À tarde, a comunidade se reúne ao redor de venerado pai, que recebe a unção dos
enfermos da mão do Pe. Dehorgny, um dos primeiros padres da Missão, admirado pelo seu
exemplar espírito de pobreza.
27 de Setembro de 1660. Antes que o sol se levante, Vicente – que já havia
pronunciado sua última palavra: “Tenho confiança” – bem vestido, sentado numa poltrona,
perto do fogo, entrega sua alma a Deus.
Aurora de um novo dia: era pouco antes das cinco – hora em que habitualmente
Vicente se punha em oração. “Perdemos nosso pai” – esta é a frase que ecoa pelas ruas de
Paris nessa inesquecível manhã. São os pobres que, emocionados, lastimam a morte do seu
benfeitor e amigo.
Um homem acaba de se despedir do século XVII para ingressar na história universal;
deixa a França para abraçar os homens do mundo inteiro e de todas as épocas.
“Muito bem, servo fiel, vem alegrar-te com teu senhor”. (Mt 25,21).
O seu coração foi extraído e depositado em um Relicário de Prata – presente da
Duquesa D’Aquillon.

Desde então já era considerado um santo. Em 1724, o Papa Bento XIII o beatificou, e
em 16 de junho de 1737 ele foi canonizado pelo Papa Clemente XII. Seu corpo repousa,
atualmente em Paris, na capela dos Lazaristas, Rua de Serves 95, aonde acorrem peregrinos
de todo o mundo para venerá-lo.

VERDADEIRO RETRATO DE SÃO VICENTE DE PAULO


Sua vida.
Sua ação.
Sua previdência.
Sua humildade.
Sua santidade.
Sua influencia na Igreja e nas Obras Assistenciais.

SÃO VICENTE PAULO – VIVO E ATUAL


Hoje, 267 anos depois de sua canonização, o exemplo deste santo continua a
entusiasmar as pessoas, animando-as e impulsionando-as para o serviço aos empobrecidos.
Especialmente para nós vicentinos, a figura de São Vicente de Paulo ressurge com incrível
atualidade.
É preciso que nós – os vicentinos, façamos uma reflexão bem profunda, sobre este
humilde camponês que consagrou toda sua vida a Deus no serviço aos pequeninos e
marginalizados.
E o que descobrimos? Descobrimos a riqueza dos testemunhos deste homem que, no
seguimento a Cristo, evangelizador dos pobres, buscou responder aos graves problemas de
sua época e nos desafia hoje a escutar e nos comprometer com os clamores dos pobres que
gritam por libertação.

“Arauto da ternura e da misericórdia de Deus”, no dizer de João Paulo II, São


Vicente de Paulo é um convite insistente para tornar efetivo o nosso amor afetivo a Deus. No
cento de sua vida, descobriu Deus nos pobres de seu tempo. À luz da fé, viu neles a pessoa de
Jesus Cristo e de sofrimento humano lhe passou despercebido. À luz da fé, viu neles a pessoa
de Jesus Cristo e procurou, com original intensidade, fazer o mesmo que Cristo fez.
Homem de ação e de oração, profundamente aberto aos apelos de Deus presentes na
realidade, sua preocupação foi tornar Cristo conhecido e amado na pessoa dos pobres. Sua
vida, palavras e obras testemunham uma, caridade sem limites. Não uma caridade ocasional e
sentimentalista, mas organizada, constante e profundamente comprometida com o Evangelho.
Nos pobres viu e contemplou o rosto desfigurado de Cristo.

“Os pobres são nossos mestres e senhores”, dizia São Vicente. Servir a eles é
condição para a autenticidade de nossa fé. Hoje, vendo o que os bispos em Puebla nos dizem,
entendemos que optar pelos pobres, descobrir as causas da pobreza e trabalhar na construção
de uma sociedade justa e fraterna, mais do que convite é uma exigência do Evangelho. Este é
o caminho para o qual nos aponta São Vicente.
Caríssimos irmãos vicentinos! Que o exemplo deste santo sirva para nós como
incentivo para uma corajosa opção pelos pobres, na luta contra as injustiças que oprimem e
escravizam a pessoa; que nos fortifiquem no compromisso de viver com como viveu e
ensinou São Vicente de Paulo: “Amemos a Deus, meus irmãos, com a força de nossos
braços e com o suor de nosso rosto”.

AS REALIZAÇÕES DE SÃO VICENTE


Continuando com a sua missão até o dia de sua morte, a 27 de setembro de 1660, São
Vicente dedicou-se inteiramente à promoção humana e cristã dos pobres, doentes, menores
abandonados, velhos, condenados, refugiados e das vítimas de guerra. As suas obras saltaram
as fronteiras da França, porquanto as frentes missionárias dos Padres Lazaristas e das Irmãs
de Caridade chegaram até a Itália, Polônia e Madagascar, espalhando-se, depois, pelo mundo
inteiro.
Diz-se que São Vicente não era homem de grandes planos e nem de grandes projetos,
mas homem prático e inventivo. Seguia com apenas os desígnios que a Providência Divina
lhe havia reservado, porque, segundo ele mesmo, acreditava que “as coisas de Deus fazem-
se por si mesmas”.
As suas prodigiosas realizações revelaram que São Vicente era homem de profunda
sensibilidade para lidar com os problemas de natureza humana, de muita inteligência, de
admirável capacidade de organização e, sobretudo, possuidor de dom especial de atrair e
orientar as pessoas para que, com ele, assumissem o serviço da caridade, O segredo do grande
sucesso de São Vicente está contido nestas suas palavras: “Não precisamos dar conselhos a
Deus, nem mobilizá-Lo. Basta adorá-Lo e seguir-Lhe a adorável Providência. Nada de
'passar-Lhe a perna'. Jesus, ontem, hoje e amanhã é o Salvador e o Senhor. Sua força
desconhecida mora em nós. Cuidemos dos negócios de Deus; Ele cuidará dos nossos”.
São Vicente demonstrou, também, ter muita paciência, constância e talento para
conduzir seus empreendimentos, todos eles coroados de pleno êxito. Nunca, em sua vida,
abandonou sequer uma obra começada e nenhuma delas pereceu até hoje. Sempre soube
despertar, em todos os que conviviam com ele, a responsabilidade e o dever de todo cristão,
qual seja a prática da caridade. Dos ricos obtinha os recursos financeiros e, dos mais
humildes, os recursos humanos indispensáveis para manter suas obras funcionando,
mostrando, com isto, que as obras de misericórdia não são privilégio de alguns, mas que
podem ser perfeitamente praticadas por todos os homens de boa vontade.

CONCLUSÃO:
A semelhança de muitos de seus contemporâneos, Vicente de Paulo, na juventude,
buscava subir na vida, adquirir bens materiais, viver comodamente.
Ambicionava riqueza, e encontra pobres; almejava comodidades, mas esbarra numa
multidão de indigentes que lhe gritam por socorro: estão morrendo de fome e longes de Deus,
sonhava talvez com o sossego de uma vila ou o conforto de um palácio, no entanto seu
caminho é freqüentado por menores abandonados, órfãos, viúvas, presidiários, mutilados de
guerra, débeis mentais... A necessidade e os acontecimentos apontam e dão outro rumo a esse
homem, que aos poucos vai se fazendo um gigante do amor e da ternura de Deus para os
pobres. Sua obra caritativa não conhece limites de tempo ou geográficos: comprova-o a
imensa família vicentina presente e atuante em todas as partes do mundo.

Brasília, 16 de setembro de 2004.

Confrade Jaques Nunes de Freitas.


Vice-presidente da Região V do CNB.

Vous aimerez peut-être aussi