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FISIOLOGIA ENDÓCRINA

O sistema endócrino, juntamente com o sistema nervoso central, é o responsável por manter o
equilíbrio do nosso meio interno, o que chamamos de homeostasia. O sistema endócrino mantem esse
equilíbrio através da secreção de hormônios. Um hormônio por sua vez, é uma substancia química,
que quando lançada na circulação em resposta a alterações no meio ambiente celular, irá atuar em
órgãos alvos distantes de seu local de produção, podendo interagir com esses órgãos para estabelecer o
equilíbrio do meio. Por essas ações, o sistema endócrino e os hormônios desempenham diversas
funções corporais, tais como regulação do crescimento, desenvolvimento, reprodução, pressão
sanguínea, concentração de ions e outras substâncias no sangue, bem como o nosso comportamento.
Os hormônios são sintetizados e secretados por glândulas, presentes em diversas partes do
corpo: as glândulas endócrinas clássicas são o hipotálamo, a hipófise, a tireoide, a paratireoide, a
adrenal, pâncreas, e as gônadas, no caso, ovários e testículos. Os hormônios são classificados em três
classes: peptídeos e proteínas, esteroides e aminas. Cada classe difere de acordo com sua via
biossintética: os hormônios peptídicos e proteicos são sintetizados a partir de aminoácidos; os
hormônios esteroides são derivados do colesterol e os hormônios amina são derivados da tirosina.
Quanto a sua natureza química, o hormônio pode ser hidrossolúvel ou lipossolúvel, e isso
modifica muito o mecanismo de ação de cada hormônio. Os hormônios hidrossolúveis circulam livres,
na forma não-ligada a proteínas plasmáticas. Eles apresentam alto peso molecular e não atravessam a
membrana plasmática. Por este motivo, são chamados de 1° mensageiro e participam de um
mecanismo de transdução de sinal intracelular. Desta forma, estes hormônios produzem, no interior da
célula, moléculas chamadas de 2° mensageiro, que realizam uma grande amplificação do sinal inicial.
Os principais 2° mensageiros são o AMPc, IP3, cálcio e DAG. Os hormônios proteicos seguem esse
padrão. Já os hormônios lipossolúveis atravessam a membrana plasmática e ligam-se aos receptores
citosólicos ou nucleares. Eles apresentam baixa solubilidade em água e são transportados no sangue
por proteínas plasmáticas. O complexo hormônio-receptor liga-se a sequências específicas no DNA,
chamadas de elementos responsivos aos hormônios que induzem uma modificação da expressão
gênica. Os hormônios esteroides seguem este padrão.
A produção hormonal não ocorre de forma constante, ela existe em um equilíbrio entre
estimular ou inibir sua síntese. Normalmente, quando a concentração do hormônio aumenta, são
ativados mecanismos inibidores da sua produção. De forma contraria, quando a concentração do
hormônio diminui, são ativados mecanismos ativadores da produção hormonal. Dessa maneira, ao
longo do tempo, a concentração do hormônio se mantem oscilando durante um intervalo de tempo.
Quando essa variação ocorre durante um dia, chamamos de ritmo circadiano. Esse caráter pulsátil é
importante para preservar seu efeito biológico. Esse padrão de produção é mantido por mecanismos
que chamamos de feedback, o qual pode ser do tipo negativo ou positivo. O feedback negativo é o
mais importante e mais comum utilizado para regular a secreção hormonal. Nele, alguma característica
da ação do hormônio inibe a secreção posterior deste mesmo hormônio. O resultado efetivo desse
controle é que quando os níveis hormonais estão altos, a secreção dele é inibida. Já o feedback positivo
é raro. Nele, alguma característica da ação hormonal provoca mais secreção do hormônio, causando
um evento explosivo. Um exemplo clássico de feedback positivo ocorre durante o ciclo menstrual, que
é o efeito do estrógeno sobre a secreção de FSH e LH pela hipófise. No meio do ciclo menstrual,
pouco antes da ovulação, os ovários secretam estrógeno, o qual atua na glândula hipófise, estimulando
esta a produzir FSH e LH. Estes hormônios causam mais secreção de estrógeno pelos ovários.

Eixo hipotálamo-hipofisário-glândula endócrina


O sistema nervoso está intimamente relacionado com o sistema endócrino, e quem faz esta
ponte entre esses dois sistemas é a relação do hipotálamo com a hipófise. Essa relação irá comandar a
ação das outras glândulas endócrinas, através do mecanismo de controle que chamamos de relação
hipotálamo-hipófise-glândula endócrina. O hipotálamo representa somente 1% do volume total do
cérebro, no entanto, ele não é insignificante, pois representa um centro de integração que mantem a
homeostase corporal. Não existe função no nosso organismo que não seja direta ou indiretamente
controlada pelo hipotálamo. Já a hipófise está localizada no osso esfenoide, na sela túrcica e conecta-
se ao hipotálamo por uma haste chamada infundíbulo. Há uma variedade de hormônios liberados pelo
hipotálamo. Esses hormônios possuem uma nomenclatura geral que chamamos de hormônios
liberadores, porque vão atuar na hipófise, estimulando-a a liberar seus hormônios. Assim, o eixo
hipotálamo-hipófise e glândula endócrina é o principal eixo de regulação hormonal do nosso corpo,
composto de hormônios hipotalâmicos e hormônios hipofisários.
Os hormônios hipotalâmicos são o hormônio liberador da prolactina (PRH), hormônio
liberador de tirotrofina (TRH), hormônio liberador de corticotrofina (CRH), hormônio liberador do
hormônio do crescimento (GHRH) e o hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), ocitocina e o
hormônio antidiurético (ADH). Eles irão atual sobre a hipófise, estimulando-a a produzir seus
hormônios. A hipófise, que também é chamada de pituitária se divide em dois lobos, o anterior,
também chamado de adenohipófise, e o posterior também chamado de neurohipófise. A adenohipófise
produz 6 hormônios, dentre eles o hormônio do crescimento (GH), prolactina, hormônio tireo-
estimulante (TSH), hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), hormônio folículo-estimulante (FSH) e
hormônio luteinizante (LH). Já a neurohipófise não produz hormônios, mas armazena e secreta dois
hormônios hipotalâmicos, ocitocina e ADH. Os hormônios hipofisários por sua vez irão atuar nas
diversas glândulas endócrinas espalhadas pelo corpo, estimulando-as a produzirem seus hormônios.

Hormônio do crescimento (GH)


O GH é secretado durante toda a vida e exerce seus efeitos diretamente sobre todos os tecidos
do organismo, sendo o mais importante para o crescimento normal. Por causa dessa função, ele possui
ação em quase todos os tecidos. Algumas ações do GH incluem: são diabetogênicos, pois diminuem a
captação e utilização de glicose pelos tecidos-alvo, aumentando a concentração sanguínea de glicose;
aumentam a captação de aminoácidos, causando aumento de síntese protéica, da massa corporal magra
e crescimento dos órgãos. Nos ossos em crescimento, ele aumenta as epífises, e mais tecido ósseo é
depositado nas extremidades dos ossos longos, o que causa aumento do crescimento linear. Importante
salientar que o GH não atua diretamente no crescimento, ele age sobre o fígado e o estimula a produzir
uma substância chamada de somatomedinas.
A secreção de GH ocorre de forma pulsátil durante todo o dia, mais ou menos de duas em duas
horas, sendo a maior produção durante uma hora após o início do sono. É controlada por feedback
negativo. Sua secreção pela hipófise anterior é controlada por duas vias no hipotálamo, uma
estimuladora e outra inibidora. O GHGH produzido pelo hipotálamo, age nas células somatotróficas
da adenohipófise e induz esta a produzir o GH, o qual quando liberado irá atuar em seu tecido alvo. As
somatomedinas, ou IGF, que são subprodutos da ação do GH inibem a produção do hormônio pela
adenohipófise, por inibirem a produção de GHRH. O GH também aumenta a liberação de
somatostatina, um hormônio protéico sintetizado pelas células delta presentes nas Ilhotas de
Langenhans pancreáticas. que exerce efeito de feedback sobre sua secreção.
A fisiopatologia do GH pode envolver excesso ou deficiência de sua produção. Sua deficiência
causa o nanismo. Já o excesso causa gigantismo ou acromegalia, dependendo se ocorre antes ou
depois da puberdade. Quando ocorre na adolescência chama-se gigantismo. Já a acromegalia ocorre
em idade adulta. Após a puberdade, o crescimento linear está completo e não pode mais ser
influenciado. Por ocorrer na fase adulta o crescimento se dá nas partes moles e não no crescimento
longitudinal. Assim o excesso de hormônio nesta fase causa aumento do tamanho dos órgãos, das
mãos e pés, da língua. Para tratamento do excesso de produção de GH, são utilizados análogos da
somatostatina, também conhecida como hormônio inibidor da liberação de GH.

Prolactina
A prolactina é o principal hormônio responsável pela produção de leite, e também participa no
desenvolvimento das mamas. Em mulheres que não estejam grávidas, nem no período de lactação e
em homens, os níveis de prolactina são baixos. Dentre as ações, a prolactina age em conjunto com
estrógeno e progesterona para o desenvolvimento das mamas, induz a produção de leite pela indução
da produção de seus componentes (lactose, caseína e lipídios). Outra ação importante da prolactina é
inibir a ovulação, através da inibição da secreção do GnRH. Por isso durante a amamentação, a
fertilidade da mulher está diminuída. A regulação da secreção de prolactina ocorre por duas vias, uma
inibidora através da dopamina, e outra ativadora pelo TRH. Em mulheres não gravidas, ou que não
estejam amamentando, a dopamina inibe tonicamente a produção de prolactina. A dopamina é
produzida por neurônios dopaminérgicos do hipotálamo. Em outras palavras, o efeito inibitório da
dopamina domina e supera o efeito estimulante do TRH. Durante a gravidez ou amamentação, fibras
aferentes do mamilo levam informação ao hipotálamo para inibir a síntese de dopamina, e a prolactina
é produzida. As anormalidades na secreção de prolactina podem envolver tanto a falta como excesso
do hormônio. O excesso leva a galactorréia, que seria a produção de leite fora do período de lactação.
Além disso, seu excesso causa infertilidade, pois como dito, a prolactina age como anticoncepcional.
O excesso de prolactina pode ser tratado por meio da administração de bromocriptina, agonista da
dopamina, que vai inibir a secreção de prolactina.

ADH
O ADH é o principal hormônio relacionado com a regulação da osmolaridade dos líquidos
corporais. Por exemplo, quando a pessoa é privada de água, a osmolaridade sérica aumenta. O
aumento é detectado por osmorreceptores no hipotálamo, onde o ADH é secretado e armazenado na
neurohipófise ara secreção. Após secretado, ele irá agir nos rins, mais precisamente no túbulo distal e
ducto coletor do néfron, aumentando a permeabilidade a água e sua reabsorção, com isso diminuindo a
osmolaridade. Uma outra ação do ADH é sobre a diminuição da PA, ou perda de volume devido a
hemorragia por exemplo, onde são efeitos percebidos por barorreceptores, o qual transmitem essa
informação para o hipotálamo por meio do nervo vago, levando a produção de ADH, o qual aumenta a
reabsorção de água para restaurar o volume perdido e aumentar a PA. A principal fisiopatologia
associada ao ADH é o diabetes insípido central, a qual ocorre devido a uma falência na secreção de
ADH. Com isso, os ductos coletores são hiperemiáveis a água e a urina não pode ser concentrada.
Assim, os indivíduos com esse distúrbio produzem grande volume de urina diluída, e seus líquidos
corporais tornam-se concentrados, aumentando a osmolaridade. O diabetes insípido central é tratado
com análogo do ADH, dDAVP.
Ocitocina
A ocitocina é o principal hormônio responsável por produzir a ejeção do leite das glândulas
mamárias por estimular as células mioepiteliais que formam os ductos lactíferos. O principal estímulo
para secreção de ocitocina é a amamentação. Entretanto, um fato curioso é que a amamentação por si
só não é necessária para a secreção deste hormônio. Respostas condicionadas como visão, som ou
olfato de criança também causam a saída de leite. As principais ações da ocitocina são induzir a ejeção
do leite e a contração uterina. O estímulo da sucção sobre o mamilo provoca transmissão de sinais para
o hipotálamo, levando a liberação de ocitocina, pela neurohipófise. A ocitocina é transportada do
sangue para as mamas, onde provoca a contração das células mioepiteliais em volta das glândulas
mamárias. Em menos de 1 minutos após o início da sucção, o leite já começa a fluir. Com relação a
contração uterina, em concentração muito baixa, a ocitocina também provoca fortes contrações
rítmicas do músculo liso uterino. Embora seja tentador especular que a ocitocina seja o hormônio
fundamental envolvido no parto, não está claro se a ocitocina desempenha papel fisiológico na
iniciação do trabalho de parto ou em seu curso normal. No entanto, essa ação da ocitocina é a base
para a sua utilização na indução do trabalho de parto e na redução do sangramento pós-parto.
Hormônios tireoidianos
Os hormônios da tireoide são sintetizados e secretados pelas células epiteliais da glândula
tireoide. A glândula tireóide está localizada na região anterior do pescoço. Possui dois lobos, direito e
esquerdo, unidos por uma região chamada istmo. Ela é ricamente vascularizada, daí a sua cor
avermelhada. Seu aporte sanguíneo é proveniente das artérias tireóideas, que na verdade são ramos da
carótida, e sua drenagem é feita por veias carótidas que desembocam na veia jugular.
Histologicamente, a tireóide apresenta folículos, que são essas estruturas globulares
preenchidas por um colóide, cujo principal componente é a proteína tireoglobulina (TG). É exatamente
nas células foliculares que se inicia o processo de síntese dos hormônios tireoidianos. A função
primária da tireóide é a produção e secreção dos hormônios tireoidianos. Os dois hormônios ativos da
tireoide são tri-iodotironina (T3) e tetraiodotironina ou tiroxina (T4). Embora T3 seja mais ativa do
que T4, quase todo o débito hormonal da glândula tireoide é de T4. Isso é resolvido nos tecidos-alvo,
que convertem T4 em T3. A síntese dos hormônios da tireoide depende do mineral iodo o qual nosso
corpo não produz, devendo então ser adquirido pela dieta, mais precisamente no sal de cozinha.
O controle principal da síntese e da secreção dos hormônios da tireoide é feito por feedback
negativo pelo eixo hipotálamo-hipófise. O hormônio liberador de tirotropina (TRH) é secretado pelo
hipotálamo e age nos tireotrofos da adenohipófise, causando secreção do TSH. TSH, em seguida, atua
sobre a glândula tireóide estimulando a síntese e a secreção dos hormônios tireoidianos. Por sua vez,
T3 e T4 inibem a secreção posterior de TSH. Os hormônios tireoidianos possuem ações diversas em
praticamente todos os órgãos do corpo humano. Eles atuam, sinergisticamente, com o GH e as
somatomedinas, promovendo a formação óssea; aumentam o consumo de O2 e consequentemente da
TMB e da temperatura corporal; alteram os sistemas cardiovascular e respiratório através do aumento
do DC, aumentando o fluxo sanguíneo e o fornecimento de oxigênio aos tecidos. No período perinatal,
o hormônio da tireoide é essencial para a maturação normal do SNC.
As anormalidades endócrinas mais comuns são distúrbios dos hormônios tireoidianos. A causa
mais comum do hipotireoidismo é a destruição autoimune da glândula tireoide, quando os anticorpos
podem destruir, a glândula ou podem bloquear a síntese de hormônio tireoidiano. O hipotireoidismo,
no período perinatal, causa retardo mental irreversível. Por essa razão, a triagem dos recém-nascidos
para detecção de hipotireoidismo é obrigatória. Caso seja detectado no recém-nascido, a reposição do
hormônio da tireóide pode reverter os efeitos no SNC. Em adultos, o hipotireoidismo provoca apatia,
lentidão nos movimentos, sonolência, ganho de peso, prejuízo da memória e diminuição da capacidade
mental. Quando a causa do hipotireoidismo é defeito na tireóide, desenvolve-se bócio pela estimulação
incessante da glândula tireoide pelos elevados níveis circulantes de TSH. O tratamento do
hipotireoidismo envolve terapia de reposição do hormônio da tireoide, geralmente T4. Como o
hormônio endógeno, T4 exógeno é convertido em sua forma ativa, T3, nos tecidos-alvo. A forma mais
comum do hipertireoidismo é a doença de Graves, distúrbio autoimune, caracterizado pelo aumento
dos níveis circulantes de anticorpos para os receptores de TSH. Estes os anticorpos estimulam
intensamente a glândula tireoide, resultando em aumento da secreção de hormônios da tireoide e
hipertrofia da glândula. O hipertireoidismo causa hiperexcitabilidade, irritabilidade, perda de peso,
intolerância ao calor, inquietação. O tratamento do hipertireoidismo inclui a administração de
fármacos inibidores da síntese dos hormônios da tireoide ou remoção cirúrgica da glândula.
Hormônios das supra-renais
As glândulas adrenais, ou suprarrenais localizam-se acima dos rins. É formada por dois
tecidos, córtex e medula, cujas secreções são essenciais para a vida. O córtex constitui 85% de toda
adrenal, sendo formado por 3 zonas (glomerulosa, fasciculada e reticular), cada uma secretando um
hormônio diferente. As células que compõe essas diferentes zonas são especializadas na síntese de
hormônios esteroides, por isso, possuem grande quantidade de gotículas de gorduras lipídicas. O
córtex suprarrenal secreto três classes de hormônios esteroides: glicocorticoides, mineralocorticoides e
androgênios. A zona glomerulosa secreta mineralocorticoides (aldosterona), enquanto as zonas
fasciculada e reticular secretam glicocorticoides e androgênios. O principal representante dos
glicocorticoides é o cortisol, sintetizado na zona fasciculada/reticular. DHEA e androstenediona são
esteroides androgênicos produzidos pela região fasciculada/reticular. Esses compostos têm fraca
atividade androgênica, mas, nos testículos, são convertidos em testosterona, o androgênio mais
potente. As gônadas também são responsáveis pela produção de parte dos hormônios sexuais, uma vez
que, nestas estruturas, estão presentes enzimas que participam da biossíntese dos esteróides.
Os esteroides adrenocorticais têm diversas ações. Em resumo, a aldosterona aumenta a
reabsorção de Na+ e a secreção de K+ e H+ no túbulo distal e nos ductos coletores do rim. Além disso,
aumento de reabsorção de água, com consequente aumento da PA e da volemia. O cortisol é essencial
para a vida. Em geral, seus efeitos são catabólicos e diabetogênicos: eles estimulam a gliconeogênese
e o armazenamento de glicogênio, aumenta o catabolismo proteico no músculo e diminui a síntese de
novas proteínas, proporcionando, assim, mais aminoácidos para o fígado para a gliconeogênese;
aumenta a lipólise, fornecendo glicerol ao fígado para a gliconeogênese. Por fim, ele diminui a
utilização da glicose pelos tecidos e diminui a sensibilidade à insulina do tecido adiposo. Os
glicocorticoides são essenciais para a sobrevida durante o jejum, porque estimulam essas vias
gliconeogênicas, tendo um efeito oposto ao da insulina. Além disso, suprimem a resposta imune,
inibindo a via do ácido araquidônico e a produção de IL-2, histamina e serotonina. Tambem inibem a
formação óssea e aumentam a filtração glomerular pelos rins. Nos homens, os androgênios
suprarrenais desempenham papel menor porque a síntese original de testosterona, a partir do colesterol
nos testículos, é muito maior do que a síntese de testosterona, a partir dos precursores androgênicos
suprarrenais. Nas mulheres, no entanto, os androgênios suprarrenais são os principais androgênios e
eles são responsáveis pelo desenvolvimento dos pelos pubianos e axilares, e pela libido.
Na regulação da secreção dos hormônios esteroides, glicocorticoides e androgênios estão sob
o controle exclusivo do eixo hipotálamo-hipofisário. O perfil diário dos níveis de cortisol no sangue
ocorre em pulsos, sendo as menores intensidades durante as primeiras horas da noite e logo após
adormecer (p. ex., à meia-noite), e as maiores intensidades de somente antes de acordar pela manhã (p.
ex., 8h da manhã). Em sua regulação, o CRH é secretado pelo hipotálamo e age nos corticotrofos da
adenohipófise, provocando a secreção de ACTH. Este por sua vez, atua sobre as células do córtex
suprarrenal para estimular a síntese e a secreção dos hormônios adrenocorticais. O cortisol por sua vez
exerce retroalimentação negativa em 2 pontos do eixo: (1) inibe diretamente a secreção de CRH pelo
hipotálamo, (2) inibe a ação do CRH sobre a adenohipófise, inibindo a produção de ACTH. Assim, a
deficiência crônica de cortisol leva à estimulação do eixo CRH-ACTH e a níveis aumentados de
ACTH. Já excesso crônico de cortisol leva à inibição do eixo CRH-ACTH e diminuição dos níveis de
ACTH.
A regulação da secreção de aldosterona pela zona glomerulosa, é diferente da regulação da
secreção de cortisol e dos androgênios suprarrenais. O principal controle da secreção de aldosterona é
feito por meio do sistema renina-angiotensina II-aldosterona. O mediador dessa regulação é a
angiotensina II, que aumenta a síntese e a secreção de aldosterona. Resumidamente, a diminuição do
volume do LEC (p. ex., devido à hemorragia) provoca diminuição da pressão de perfusão renal, o que
aumenta a secreção de renina pelas células justaglomerulares do rim. A renina, uma enzima, catalisa a
conversão do angiotensinogênio em angiotensina I, que é inativa. A enzima conversora de
angiotensina (ECA) catalisa a conversão da angiotensina I em angiotensina II que, então, atua na zona
glomerulosa para estimular a síntese de aldosterona.
Os distúrbios envolvendo o córtex suprarrenal são caracterizados por seu excesso ou
deficiência. A síndrome de Cushing é resultado de excesso crônico de glicocorticoides. Ela pode ser
causada por excesso da produção espontânea de cortisol pelo córtex suprarrenal, ou devido à
administração de doses farmacológicas de glicocorticoides exógenos. O excesso de cortisol causa
hiperglicemia, aumento da proteólise e perda de massa muscular, obesidade central, rosto redondo,
gordura supraclavicular, má cicatrização de feridas, osteoporose e estrias (causadas por perda de tecido
conjuntivo).
Além dos hormônios adrenocorticais, a medula suprarrenal, que compõe aproximadamente
20% do tecido, secreta as catecolaminas epinefrina e norepinefrina. A adrenalina (epinefrina) é a
principal catecolamina produzida pelas células cromafins, produzindo cerca de 80% do hormônio.
Enquanto isso, a maior parte da noradrenalina vem de fibras simpáticas ganglionares. Os efeitos das
catecolaminas no organismo fazem parte de um conjunto de respostas coordenadas pelo SNC para
resolver os desafios da sobrevivência, preparando o organismo para os comportamentos de ''luta ou
fuga''. Essa preparação envolve ajustes no (1) metabolismo intermediário, causando aumento da
produção de glicose, hiperglicemia, aumento da lipólise e aumento da termogênese; no (2) sistema
cardiovascular, aumentando FC, contratilidade, aumento da PA, dilatação de arteríolas musculares e
coronárias, venoconstrição e retorno venoso e na (3) musculatura lisa visceral, causando relaxamento
dos brônquios, dilatação pupilar, contração dos esfíncteres do intestino e bexiga.
Diferentemente de qualquer outro tecido endócrino, não existe um mecanismo de
retroalimentação que regule a secreção das catecolaminas na medula adrenal. O controle da secreção
depende, principalmente, do SNC, que age por meio de impulsos simpáticos do nervo esplâncnico
para as células cromafins. Algumas situações que produzem elevações na secreção das catecolaminas
pela adrenal incluem hipoglicemia, traumatismo ósseo, dor, hipóxia, hemorragia, exercício físico,
exposição ao frio
Pâncreas Endócrino
O pâncreas é uma glândula considerada mista, pois além da produção de hormônios, ela
produz enzimas digestivas que são jogadas no duodeno e auxiliam na digestão alimentar. Alterações
nas secreções endócrinas do pâncreas, especialmente da insulina, estão relacionadas com doenças de
alta prevalência, como o DM e obesidade, razões pelas quais é um dos sistemas mais estudados na
área científica. As células endócrinas do pâncreas são organizadas em aglomerados chamados ilhotas
pancreáticas, as quais contem quatro tipos de células, cada uma secretando um hormônio diferente. As
células β se localizam mais centralmente, compõem 65% da ilhota e secretam insulina. As células α
situam-se mais na periferia, compõem 20% da ilhota e secretam glucagon. As células delta (δ) ficam
interpostas entre as β e α, compõem 10% e secretam somatostatina. As células remanescentes secretam
polipeptídeo pancreático ou outros peptídeos.
A insulina, como outros hormônios peptídicos, permanece armazenada para ser liberada. A
síntese da insulina inicia-se no RER, formando-se inicialmente a pré-pró-insulina, a qual, após perder
o peptídeo sinal dá origem à pró-insulina. Durante o transporte dessa molécula através do complexo de
Golgi para ser empacotada na forma de grânulo, a pró-insulina dá origem à insulina. O fator mais
importante que regula a secreção de insulina é a concentração de glicose no sangue. Seu aumento
estimula a secreção de insulina. A glicose é transportada através da membrana das células β pelo
transportador GLUT-2. Uma vez no interior das células β, a glicose é rapidamente metabolizada,
dando inicialmente origem à glicose-6-fosfato para posterior formação de ATP. ATP aumenta a
concentração intracelular de Ca+2 sensíveis a voltagem, o que provoca exocitose dos grânulos
secretores contendo insulina. Após liberada, ela age nos diferentes tecidos do organismo, aumenta o
transporte de glicose para os mesmos tecidos, diminuindo a glicemia. A insulina é conhecida como o
hormônio da fartura. Quando a disponibilidade de nutrientes excede as demandas do organismo, a
insulina assegura que o excesso de nutrientes seja armazenado como glicogênio no fígado, como
gordura no tecido adiposo, e como proteína no músculo. Esses nutrientes armazenados ficam, então,
disponíveis durante os períodos subsequentes de jejum para manter a distribuição da glicose para o
cérebro, músculos e outros órgãos. A insulina tem as seguintes ações no fígado, músculo e tecido
adiposo: 1) diminui da concentração de glicose sanguínea via GLUT4; 1) diminui da concentração
sanguínea de ácidos graxos, estimula a deposição de gordura e inibe a lipólise; 3) diminui a
concentração sanguínea de aminoácidos, aumenta a síntese de proteínas e diminui sua degradação.
Assim, seus efeitos resultam em ações anabólicas, de crescimento. O principal distúrbio que envolve a
insulina é o diabetes mellitus. Na forma do diabetes mellitus tipo I, ocorre secreção inadequada de
insulina; na forma tipo II, existe resistência à insulina nos tecidos-alvo. O DM tipo I, é autoimune,
causado pela destruição das células β. Quando as células β não secretam quantidades suficientes de
insulina, ocorrem consequências metabólicas graves como aumento da concentração de glicose no
sangue, aumento da concentração de ácidos graxos no sangue e da concentração de cetoácidos,
aumento da concentração sanguínea de aminoácidos decorrente do aumento da degradação das
proteínas em aminoácidos, com consequente perda de massa magra e de tecido adiposo. O aumento da
concentração de glicose, no sangue, resulta em aumento da carga filtrada de glicose, que excede a
capacidade de reabsorção do túbulo proximal. A glicose não reabsorvida, então, age como soluto
osmótico na urina, produzindo uma diurese osmótica, poliúria e sede. A poliúria produz contração do
volume do LEC e hipotensão. O tratamento do diabetes mellitus tipo I consiste em terapia de
reposição de insulina. O DM tipo 2 é, frequentemente, associado à obesidade. Exibe algumas, mas não
todas, as alterações metabólicas, observadas no DM tipo I. Nesses indivíduos, ocorre resistência a
insulina, ou seja, apesar de ser produzida normalmente, ela não consegue ativar seus receptores na
célula-alvo, sendo incapaz de produzir seus efeitos metabólicos. O tratamento do DM tipo II inclui
redução de peso e tratamento com fármacos que estimulam a secreção pancreática de insulina ou que
regulam para cima os receptores de insulina nos tecidos-alvo.
O glucagon é produzido pelas células α e ao contrario da insulina, que promove
armazenamento de combustíveis metabólicos, o glucagon promove sua utilização e mobilização.
Assim, enquanto a insulina é o hormônio da “abundância”, o glucagon é o hormônio da “fome”. O
principal estimulo para a secreção do glucagon é também a glicemia. Ao contrário do que ocorre com
a secreção de insulina, o aumento da glicose inibe produção de glucagon. A diminuição da
concentração de glicose sanguínea é detectada pelas células α das ilhotas que causam liberação de
glucagon. Este estimula o fígado a liberar glicose, aumentando a concentração de glicose sanguínea.
Com a restauração de glicose sanguínea, a secreção de glucagon é inibida. Assim, o jejum e a
concentração baixa de glicose são os principais estímulos para sua secreção, enquanto a insulina é o
principal fator inibidor. Dentre as suas ações, ele aumenta concentração sanguínea de glicose,
estimulando a glicogenólise e inibindo a gliconeogênese. Aumenta a concentração sanguínea de ácidos
graxos e cetoácidos atraves do aumento da lipólise.

Glândulas reprodutoras
As gônadas são glândulas endócrinas cujas funções são garantir o desenvolvimento e a
maturação das células germinativas masculinas e femininas. As gônadas masculinas, os testículos, são
responsáveis pelo desenvolvimento e maturação dos espermatozoides e a síntese e a secreção do
hormônio testosterona. As gônadas femininas, os ovários, são responsáveis pelo desenvolvimento e
maturação do óvulo e a síntese e a secreção dos hormônios estrogênio e progesterona.
O trato reprodutor masculino é composto por um sistema de ductos, glândulas e o pênis. As
gônadas são os testículos, produtores de espermatozóides e testosterona. Os testículos ocupam o saco
escrotal, fora da cavidade corporal e mantido a 1°C abaixo da temperatura corporal, essencial para a
espermatogênese normal.
A produção de espermatozóides e de testosterona ocorre em compartimentos distintos. Os
espermatozóides são formados dentro de túbulos seminíferos, os quais compõem 80% da massa
testicular. A testosterona é produzida pelas células de Leydig, que se encontram em aglomerados entre
os túbulos seminíferos. A testosterona é o principal andrógeno secretado pelo testículo maduro. Ele é
produzido pelas células de Leydig, sendo que nos homens jovens normais, cerca de 7mg/dia e nos
idosos, 4mg/dia. A testosterona não é ativa em todos os tecidos-alvo androgênicos. Em alguns tecidos,
a di-hidrotestosterona (DHT) é o androgênio ativo. Nesses tecidos, a testosterona é convertida a di-
hidrotestosterona pela enzima 5α-redutase. Dentre suas ações, a testosterona promove o
desenvolvimento do sistema reprodutor, das características sexuais masculinas e têm efeitos
anabólicos importantes sobre os ossos e musculatura esquelética. Ele favorece o crescimento do pênis,
do testículo, o aparecimento de pêlos axilares, faciais e pubianos, o engrossamento das cordas vocais e
aumento da libido e da agressividade.
As duas funções dos testículos (espermatogênese e secreção de testosterona) são controladas
pelo eixo hipotálamo-hipófise. O hormônio hipotalâmico é o hormônio liberador de gonadotrofinas
(GnRH), e os hormônios da adeno-hipófise são o hormônio foliculo- estimulante (FSH) e o hormônio
luteinizante (LH). O FSH estimula a espermatogênese e a função da célula de Sertoli. O LH estimula
as células de Leydig a sintetizarem testosterona. O eixo hipotálamo-hipófise, no sexo masculino, é
controlado por retroalimentação negativa, que tem duas vias. Na 1ª, a própria testosterona atua sobre
ambos, hipotálamo e adeno-hipófise, inibindo a secreção de GnRH e LH. Em nível hipotalâmico, a
testosterona reduz tanto a frequência como a amplitude dos pulsos de GnRH. Na 2ª via, as células de
Sertoli secretam a substância, chamada inibina, a qual atua por retroalimentação negativa sobre a
secreção de FSH pela adeno-hipófise. Assim, as células de Sertoli, que colaboram na formação dos
espermatozoides, sintetizam seu próprio inibidor que serve como um “indicador” da atividade
espermatogênica dos testículos. O controle por retroalimentação negativa do eixo hipotálamo-hipófise
é ilustrado quando os níveis de testosterona circulante diminuem (p. ex., quando os testículos são
removidos). Nessas condições, a frequência e amplitude dos pulsos de GnRH, FSH e LH ficam altas,
devido à redução da retroalimentação negativa da testosterona, tanto no hipotálamo como na adeno-
hipófise.
As gônadas femininas são os ovários, que junto com o útero e as tubas uterinas constituem o
trato reprodutivo feminino. Os ovários têm duas funções: ovogênese e secreção de hormônios
esteroides sexuais femininos, progesterona e estrogênio. A unidade funcional dos ovários é o folículo
ovariano, que compreende uma célula germinativa, circundada por células endócrinas. Quando
completamente desenvolvido, o folículo ovariano apresenta diversos papéis críticos: ele fornece
nutrientes para o desenvolvimento do ovócito, libera o ovócito no momento apropriado (ovulação),
prepara a vagina e a tuba uterina para auxiliar a fertilização do óvulo pelo espermatozoide, prepara o
revestimento interno do útero para a implantação do ovo fertilizado e, no evento da fertilização,
mantém a produção de hormônios esteroides para o feto até a placenta assumir esse papel. Diferente
dos homens que produzem continuamente seu gametas a partir de células progenitoras, as
espermatogônias, as mulheres liberam um único gameta a cada mês. Se, os ovários não receberem um
sinal de que um embrião está se desenvolvendo, o processo de maturação do gameta começa
novamente.
O sistema reprodutor feminino, diferentemente do masculino, apresenta alterações cíclicas
regulares de sua secreção hormonal e alterações físicas no útero, ovários e outras estruturas do trato
reprodutor. Tais alterações são consideradas como preparatórias para possibilitar a fertilização e o
desenvolvimento da gravidez. Esse padrão cíclico mensal é denominado ciclo menstrual, o qual tem
duração média de 28 dias. De maneira geral, os objetivos e as conseqüências do ciclo menstrual são
basicamente dois: (1) promover maturação folicular que resulta na liberação de um único ovócito
secundário e a posterior formação do corpo lúteo (ciclo ovariano) e (2) promover alterações
morfológicas no endométrio, tornando-o apto à implantação do ovócito fecundado (ciclo endometrial).
Durante o curso do ciclo menstrual, o estrógeno e a progesterona são os responsaveis pelas
alterações que ocorrem no endometrio, no colo uterino e na vagina, além de serem responsáveis pela
retroalimentação do FSH e do LH na adeno-hipófise. O ciclo menstrual é divido em dois ciclos, um
ovariano e outro endometrial. O ciclo ovariano por sua vez possui três fases, a fase folicular, a
ovulação e a fase lútea. O ciclo endometrial possui as fases proliferativa, secretora a menstruação. A
fase folicular do ciclo ovariano coincide com a fase proliferativa do ciclo endometrial e é dominada
pelo hormônio estrógeno. Já a fase lútea coincide com a fase secretora, que é dominada pela
progesterona.
A fase folicular e proliferativa começa no primeiro dia da menstruação, ou seja, no primeiro
dia do ciclo, indo até o 14°. No início desta fase, os hormônios estrógeno e progesterona estão baixos
e o útero está menstruando. Neste momento, a hipófise, começa a aumentar a produção de FSH que
como o próprio nome diz, estimula os folículos do ovário. Na presença do FSH, os folículos começam
a se desenvolver, crescendo e amadurecendo. Um folículo primordial se desenvolve a folículo maduro,
e os folículos vizinhos ficam atrésicos (degeneração ou regressão). Este folículo dominante é quem vai
liberar o óvulo no momento da ovulação. Nesta fase ocorre retroalimentação negativa do estrógeno
sobre a produção de FSH. Além do desenvolvimento do folículo dominante, o estrogênio também age
sobre o útero, preparando-o para uma eventual gravidez. A membrana da parede do útero, chamada de
endométrio, começa a se proliferar, adquirindo camadas, tornando-se, assim, mais espessa. Entre 7-9
dias pré ovulação, o endométrio aumenta muito sua espessura, devido a multiplicação celular,
formação de glândulas endometriais produtoras de muco (facilita a entrada do espermatozoide), e
formação de vasos sanguíneos. Ao final dessa fase, o endométrio está pronto para garantir nutrição e
abrigo ao feto.
A ovulação segue o surto de estradiol, ao final da fase folicular. Esse surto de estradiol exerce
efeito de retroalimentação positiva sobre a secreção de FSH e LH na adeno-hipófise (o chamado surto
pré-ovulatório de FSH e LH). Então o pico de FSH e LH causa a ovulação do óvulo maduro. Na
ovulação, o muco cervical aumenta em quantidade e fica mais aquoso, facilitando a penetração do
espermatozoide. O LH é muito importante para o crescimento final do folículo e para a ovulação, sem
ele o folículo não progride. Seu pico ocorre ocorre cerca de duas horas antes da ovulação.
A fase lútea ocorre entre os dias 14 e 28, terminando com o início da menstruação. Após a
ovulação, a morfologia do ovário se altera com a formação do corpo lúteo. Essa estrutura origina-se da
transformação de células da granulosa e da teca intern a remanescentes. As células aumentam seu
diâmetro em duas ou mais vezes, sendo ricamente preenchidas com inclusões lipídicas, assumindo
uma cor amarelada. O corpo começa a sintetizar estradiol e progesterona. A função do corpo lúteo é
manter a produção hormonal, garantir a implantação do embrião.
Os níveis elevados de progesterona durante essa fase, estimulam a atividade secretória do
endométrio e aumenta sua vascularização. Então, na fase folicular, o estradiol causa a proliferação do
epitélio endometrial e na fase lútea, a progesterona está preparando o endométrio para receber o óvulo
fertilizado. A temperatura corporal basal se eleva durante a fase lútea, pois a progesterona regula o
centro da temperatura no hipotálamo. Nesta fase, o muco cervical fica menos abundante, mais espesso,
e agora é “muito tarde” para o espermatozoide fertilizar o óvulo. Com a não fertilização, o corpo lúteo
regride. Com essa regressão, o suprimento lúteo de estradiol e progesterona é perdido, e os níveis
sanguíneos desses dois hormônios se reduzem abruptamente. Quando não ocorre a formação do
embrião, não ocorre a implantação no endométrio e o corpo lúteo para de produzir a progesterona,
fazendo com que o endométrio descame junto com sangue. Esta é a menstruação. Nesta fase a
secreção de FSH e LH cessa devido a retroalimentação negativa sobre a adenohipófise. Na fase lútea
do ciclo menstrual, o principal hormônio secretado pelos ovários é a progesterona. Assim, a fase lútea
é dominada pela retroalimentação negativa exercida pela progesterona.
Caso o óvulo seja fertilizado pelo espermatozoide, ele começa a se dividir e se desenvolverá
no feto. Com a fecundação, há a formação da placenta 8 dias após a fertilização. A placenta produz
hCG (gonadotrofina coriônica humana), o qual hCG mantem corpo lúteo produzindo hormônios até
que a placenta amadureça e assuma este papel. Caso não haja fertilização, o corpo lúteo regride,
formando corpo albicans. O período de desenvolvimento fetal é chamado de gravidez ou gestação que,
em humanos, dura cerca de 40 semanas. Durante a gravidez, os níveis de estradiol e progesterona
aumentam de modo constante. Suas funções incluem a manutenção do endométrio, o desenvolvimento
das mamas para a amamentação após o parto, e a supressão do desenvolvimento de novos folículos
ovarianos. No início da gestação (primeiro trimestre), a fonte dos hormônios esteroides é o corpo
lúteo. Do meio para o final da gestação (segundo e terceiro trimestres), a origem é a placenta. Neste
processo, quatro dias após a ovulação do óvulo fertilizado, o blastocisto, com cerca de células, alcança
a cavidade uterina. Ele flutua livremente na cavidade uterina por 1 dia, e então é implantado no
endométrio 5 dias após a ovulação. No momento da implantação, o blastocisto consiste em massa de
células no seu interior, que se tornarão o feto, e em borda externa de células chamada trofoblasto. O
trofoblasto invade o endométrio e forma um anexo para as membranas maternas. Assim, o trofoblasto
contribui como a porção fetal da placenta. O trofoblasto, que dará origem à placenta, começa a secretar
a gonadotrofina coriônica humana (HCG), aproximadamente, 8 dias após a ovulação. O HCG, com
papel biológico semelhante ao do LH, é crítico, pois “informa” ao corpo lúteo que a fertilização
ocorreu. O corpo lúteo, agora sob regulação pelo HCG, continua a produzir progesterona e estrogênio,
que mantém o endométrio para a implantação. Em outras palavras, o HCG do trofoblasto (placenta)
“resgata” o corpo lúteo, impedindo sua regressão. A produção de HCG aumenta, acentuadamente,
durante as primeiras semanas de gestação. O teste de gravidez baseia-se na excreção urinária de
grandes quantidades de HCG, que podem ser medidas. O HCG é detectado, na urina materna, 9 dias
após a ovulação, mesmo antes da próxima menstruação prevista. A regressão do corpo lúteo e a perda
abrupta de estradiol e progesterona causam a descamação do endométrio e o sangramento menstrual.
Tipicamente, a menstruação termina em 4 a 5 dias, correspondendo aos dias 0 a 4 ou 5 do próximo
ciclo menstrual. Durante esse tempo, novos folículos primordiais estão sendo recrutados para o
próximo ciclo que, então, começam a se desenvolver.

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