Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Resumo
Introdução
[1]
III SLBEI Seminário Luso-Brasileiro de Educação Infantil
Políticas, Direitos e Pedagogias das Infâncias
cursos de aperfeiçoamento para refletirem sobre suas práticas e construírem outras, à luz
de outro paradigma.
Buscamos, portanto, nesta pesquisa-ação, tratar de questões que envolvem a
formação continuada dos professores de educação infantil, como o desenvolvimento da
criatividade dos professores nos cursos de aperfeiçoamento em ludocriatividade, que a
Organização Mundial para a Educação Pré-Escolar de Santa Maria tem ofertado há uns
três anos. Além disso, abordarmos a construção de objetos de aprendizagem por parte de
todos os aprendizes envolvidos no processo educativo, professores e crianças, que têm
contribuindo para refletirem e transformarem suas salas de aula em ambientes de
aprendizagem onde todos participam e aprendem.
As mudanças são inerentes ao viver e ocorrem cada vez de forma mais rápida
em todos os setores do conhecimento e da vida. Por mais que possamos ser
lutadores de superior qualidade, essa condição poderá se tornar obsoleta e
ineficaz em algum momento, exigindo novos paradigmas, novas habilidades
e soluções inovadoras. Nos momentos em que as soluções costumeiras já não
são suficientes, a criatividade é solicitada a entrar em cena (BRAGOTTO,
2009, p. 73).
[2]
III SLBEI Seminário Luso-Brasileiro de Educação Infantil
Políticas, Direitos e Pedagogias das Infâncias
Assim, uma das possibilidades ainda pouco exploradas nos cursos de formação
inicial e continuada de professores tem sido o desenvolvimento de criatividade, o qual
seria capaz de atender aos desafios atuais da escola.
A criatividade, na perspectiva de Vygotsky (2009), implica numa atividade
criadora, ou seja, qualquer atividade humana que crie algo novo, algo no mundo
exterior, uma organização de pensamento ou de sentimentos que atue ou esteja presente
na pessoa.
Segundo Martinez (2009), a criatividade pode ser uma capacidade
especificamente humana de gerar produtos culturais significativos, com novidade e
valor na vida1. Ela expressa as necessidades do sujeito e apresenta relações com as
dimensões afetiva, social e com a imaginação, não se restringindo apenas ao aspecto
cognitivo. Para este autor, não há criatividade no singular, mas no plural, pois se trata
[3]
III SLBEI Seminário Luso-Brasileiro de Educação Infantil
Políticas, Direitos e Pedagogias das Infâncias
Tripp (2005), esta categoria tem sido utilizada de forma generalista, sem que atenha as
suas características principais que são: uma pesquisa contínua e flexível, pois se
modifica conforme o andamento da pesquisa; altera o que está sendo pesquisado na
mesma medida em que é limitada pelo contexto e pela ética da prática; é participativa,
por incluir todo um grupo de sujeitos; possibilita mudanças estratégicas por meio da
compreensão do problema; é experimental, no sentido de fazer as coisas acontecerem e
observar os resultados; começa por um problema e o problematiza; é deliberativa, por
tomar decisões e fazer julgamentos avaliativos sobre o processo; documenta seu próprio
progresso por meio de portfólios; compreende o problema para projetar mudanças;
tende a disseminar-se em virtude do envolvimento de seus participantes.
Nesta pesquisa-ação, buscamos abordar o desenvolvimento da criatividade dos
professores de Educação Infantil nos cursos de aperfeiçoamento em ludocriatividade e,
também, a construção de objetos de aprendizagem. Trata-se de um processo educativo
que objetiva transformar as salas de aula em ambientes de aprendizagem e se estende
para todos os aprendizes, professores, equipes diretivas e crianças, contribuindo para a
reflexão do fazer docente.
[4]
III SLBEI Seminário Luso-Brasileiro de Educação Infantil
Políticas, Direitos e Pedagogias das Infâncias
processo de ensino e aprendizagem, isto é, não depende de outros objetos para fazer
sentido”.
Com essa polissemia, os materiais produzidos nos cursos de aperfeiçoamento em
ludocriatividade para professores de Educação Infantil podem ser caracterizados como
objetos de aprendizagem. Nestes cursos, os professores produzem principalmente
brinquedos para serem utilizados pelas crianças em suas escolas, no entanto a
exploração já inicia na própria análise dos materiais que serão utilizados para a
confecção dos brinquedos. Durante a manipulação de materiais, como caixas, garrafas,
papeis, com cortes, traços e colagens, uma caixa vazia de leite, que posteriormente pode
ser transformada num carrinho, é analisada quanto a sua constituição, forma e
rotulagem. Assim, cada material produzido auxilia, mesmo que de modo informal, na
exploração de questões referentes à matemática, às artes, às ciências, entre outras áreas.
No entanto, para concebermos os materiais produzidos pelos professores e pelas
crianças como possíveis objetos de aprendizagem, necessitamos desmistificar alguns
pré-conceitos a respeito do ensino e da aprendizagem. Com o desenvolvimento desses
materiais, almejamos que os alunos se integrem ao processo enquanto o professor
auxilia.
[5]
III SLBEI Seminário Luso-Brasileiro de Educação Infantil
Políticas, Direitos e Pedagogias das Infâncias
Algumas considerações
Uma das dificuldades que percebemos, durante a formação, e que foi apontada
pelos próprios professores está em conseguir que estes estudem após saírem da
universidade, no período em que trabalham nas suas escolas. A falta de tempo é um dos
primeiros pontos citados que impedem de continuar estudando. Outro ponto é o
distanciamento dos centros de formação ou de entidades que têm atuado na formação de
professores. Assim, fazer um curso para aprender novas (outras) ideias torna-se difícil.
Em parte, este problema é resolvido no momento em que os professores integrantes do
Grupo de Pesquisas Criançar e da Organização Mundial para a Educação Pré-Escolar de
Santa Maria levam os cursos até as cidades e propiciam formação teórico-prática e
vivências lúdicas, através das quais os professores podem brincar/jogar, ao mesmo
tempo em que constroem brinquedos e jogos para as crianças. O objetivo é possibilitar
que estes profissionais possam transformar os espaços de sala de aula em ambientes de
aprendizagem, nos quais os materiais lúdicos e pedagógicos também possam ser
concebidos como objetos de aprendizagem.
[6]
III SLBEI Seminário Luso-Brasileiro de Educação Infantil
Políticas, Direitos e Pedagogias das Infâncias
Referências
[7]
III SLBEI Seminário Luso-Brasileiro de Educação Infantil
Políticas, Direitos e Pedagogias das Infâncias
[8]
III SLBEI Seminário Luso-Brasileiro de Educação Infantil
Políticas, Direitos e Pedagogias das Infâncias
[9]