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INTRODUÇÃO
Até pouco tempo atrás, muitos técnicos, médicos, educadores e
leigos acreditavam que o ácido láctico era responsável por uma
série de problemas atléticos: fadiga, músculos doloridos ou com
cãibras, limiar anaeróbio e débito de oxigênio. Essa explicação
simples e única para tantos males fisiológicos perdeu seu crédito.
Na verdade, reconhece-se hoje que o ácido láctico tem
importantes funções no metabolismo. Longe de ser o “vilão” do metabolismo, o ácido
láctico é uma substância essencial, usada no fornecimento de energia, na
eliminação do carboidrato ingerido, na produção de glicose do sangue e glicogênio
do fígado, e no aumento de resistência em situações extenuantes.
O Paradoxo da Glicose
REDISTRIBUIÇÃO DO GLICOGÊNIO
DO MÚSCULO
Uma vez que o ácido láctico é formado e entra em circulação, pode ser usado de
diversas maneiras. Além de sua eliminação dentro do músculo por fibras altamente
oxidativas, quantidades significativas de ácido láctico podem ser extraídas do
sangue arterial e usadas pelo coração para produção de energia. No mais, quando
um grupo de músculos está sendo exercitado (como as pernas no ciclismo), ácido
láctico pode ser extraído do sangue e utilizado por músculos inativos (como os
braços).
APLICAÇÕES PRÁTICAS E A
NUTRIÇÃO
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Treinamento que envolve corrida, natação ou ciclismo por muitos quilômetros, parece
causar um aumento máximo de capilaridade e na capacidade funcional mitocondrial
no músculo esquelético. Grande capacidade mitocondrial tende a aumentar o uso de
ácidos graxos como combustível e, consequentemente, diminuir a formação de
lactato. Além disso, maior capacidade mitocondrial do músculo facilita a eliminação
do ácido láctico.
Aplicando-se esta informação sobre ácido graxo na Nutrição, faz-se claro que a
nutrição de um atleta sob treinamento extenuante, que consome reservas de
glicogênio, deve enfatizar carboidratos. (Vide Tabela – Fontes)
Os carboidratos fornecem uma fonte imediata de glicose, de forma que o atleta tem
um sentimento de bem-estar e uma rápida fonte de energia. Além disso, a glicose é
precursor para a reposição do glicogênio do músculo.
FRUTAS
Maçã 1 média 20 80
Laranja 1 média 15 65
Banana 1 média 25 105
Passas 1/3 xícara 40 150
VERDURAS/LEGUMES/LEGUMINOSAS
Milho enlatado ½ xícara 15 70
Abóbora ½ xícara 15 60
Molho de tomate ½ xícara 10 95
Ervilhas ½ xícara 10 60
Cenoura 1 média 10 40
Feijões verdes ½ xícara 5 20
Brócolis ½ xícara 5 20
Abobrinha ½ xícara 2 10
PANIFICADOS
Pão francês 1 unidade 75 135
Baguette 1 pequena 31 85
Bolo inglês pequeno 1 unidade 25 130
Pão sírio 1 pequeno 21 105
Panquecas 7 a 10 cm 35 185
Saltines 5 unidades 10 60
GRÃOS/MACARRÃO/AMIDO
Batata assada 1 grande 20 80
Lentilhas cozidas 1 xícara 15 65
Recheio feito c/ pão 1 xícara 25 105
Espaguete cozido 1 xícara 40 150
Arroz cozido 1 xícara 13 50
DOCES/LANCHES/SOBREMESA
Geléia de morango 1 colher sopa 15 60
Mel 1 colher sopa 50 225
Iogurte de fruta 1 copo 44 240
Frozen iogurt 1 copo
2004-08-23
Agora, duas equipas de cientistas descobriram moléculas que podem explicar parte
deste poder muscular duradouro. Ronald Evans, do Salk Institute for Biological
Studies em San Diego, modificou ratos para que utilizassem gordura e não açucares, e
Randall Johnson, da Universidade da Califórnia, criou ratos que tinham menor
capacidade de utilizar o metabolismo anaeróbio.
Evans e a sua equipa modificaram o genoma do rato para que a produção da proteína
PPARdelta, que regula a fonte de energia muscular de açucares para gordura, fosse
permanente. Dado que a gordura tem que, obrigatoriamente, ser metabolizada
aerobicamente, esta proteína limita a actividade anaeróbia do músculo.
A descoberta é muito emocionante, pois está de acordo com o que já se sabe sobre os
atletas de resistência, explica o fisiólogo do movimento Frank Booth, da Universidade
do Missouri. Perto de 80% dos músculos dos corredores da maratona são aeróbios,
enquanto nos não atletas essa percentagem ronda os 30-40%. Este facto é devido em
parte à genética e em parte ao treino.
A equipa de Johnson descobriu que os ratos estavam a produzir menos ácido láctico,
um subproduto do metabolismo anaeróbio responsável pela sensação de fadiga, e
estavam a ver-se livres dele mais rapidamente. Novamente, isto tem paralelo com os
corredores de fundo, que metabolizam o ácido láctico mais depressa.
Mas neste caso, os feitos atléticos dos animais tiveram um preço elevado: após 4 dias
de intenso exercício, a sua actuação decaiu e os músculos mostravam sinais de danos.
Isto pode ser o resultado da acumulação de resíduos do metabolismo aeróbio, como os
radicais livres, terem atingido níveis tóxicos, especula Johnson.
Johnson, no entanto, acredita que irá decorrer algum tempo até que descubra como
manipular as vias metabólicas sem riscos. Não vou já a correr comprar sapatos de
corrida, diz ele.
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