Vous êtes sur la page 1sur 7

1

ÁCIDO LÁCTICO NO SANGUE – NÃO É TÃO RUIM QUANTO SE IMAGINA

INTRODUÇÃO
Até pouco tempo atrás, muitos técnicos, médicos, educadores e
leigos acreditavam que o ácido láctico era responsável por uma
série de problemas atléticos: fadiga, músculos doloridos ou com
cãibras, limiar anaeróbio e débito de oxigênio. Essa explicação
simples e única para tantos males fisiológicos perdeu seu crédito.
Na verdade, reconhece-se hoje que o ácido láctico tem
importantes funções no metabolismo. Longe de ser o “vilão” do metabolismo, o ácido
láctico é uma substância essencial, usada no fornecimento de energia, na
eliminação do carboidrato ingerido, na produção de glicose do sangue e glicogênio
do fígado, e no aumento de resistência em situações extenuantes.

Duas hipóteses – a do Paradoxo da Glicose e a do Transporte de Ácido Láctico –


têm sido responsáveis pela nova forma positiva com a qual o ácido láctico é visto.
Ambas reconhecem que o acúmulo de ácido láctico no sangue e no músculo podem
interferir no estímulo nervoso do músculo, no processo de contração e produção de
energia necessária para essa contração. (Vide Esquema)

O Paradoxo da Glicose

A glicose que é liberada no sangue a partir da digestão de carboidratos dietéticos


passa pelo fígado e é absorvida pelo músculo esquelético. O músculo pode
sintetizar o glicogênio ou produzido ácido láctico. O ácido láctico recircula então para
o fígado e estimula a formação de glicose e glicogênio.

O Transporte de Ácido Láctico

O ácido láctico formado em fibras glicolíticas de concentração espasmódica rápida


(FG) pode alcançar fibras oxidativas de concentração espasmódica lenta (SO)
adjacentes, onde é um combustível preferido e pode ser oxidado em dióxido de
carbono (CO2). O lactato que provém de fibras FG pode alcançar capilares musculares
para então entrar na circulação geral.

A interferência nesses dois processos pode causar a fadiga. Entretanto, as duas


hipóteses reconhecem que o ácido láctico se metaboliza muito rapidamente – e que
a quantidade de ácido láctico no sangue ou no músculo, a qualquer instante, é
2

extremamente menor em comparação com a grande quantidade de ácido láctico que


é continuamente formada e eliminada.

FORMAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO

É fato conhecido que a privação de oxigênio acelera o índice de produção de ácido


láctico, e estabeleceu-se nas primeiras décadas do século que as concentrações
poderiam resultar em elevado acúmulo de lactato no músculo. Sabemos hoje que o
ácido láctico é formado e eliminado contínua e freqüentemente e alta velocidade,
mesmo em repouso em músculos adequadamente oxigenados, e um aumento de
concentração de ácido láctico no sangue significa apenas que o índice da sua
entrada no sangue excedeu o índice de sua eliminação.

Em indivíduos em repouso, o ácido láctico é formado em diversos tecidos: nos


intestinos, nos músculos esqueléticos, nas hemácias e até em algumas partes do
fígado. A quebra de glicose no sangue parece ser a fonte principal de sua formação
em indivíduos em repouso. Os tecidos onde o ácido láctico é eliminado, em
indivíduos em repouso, incluem o coração, certas partes do fígado, rins e,
possivelmente, fibras musculares de contração espasmódica lenta.

REDISTRIBUIÇÃO DO GLICOGÊNIO
DO MÚSCULO
Uma vez que o ácido láctico é formado e entra em circulação, pode ser usado de
diversas maneiras. Além de sua eliminação dentro do músculo por fibras altamente
oxidativas, quantidades significativas de ácido láctico podem ser extraídas do
sangue arterial e usadas pelo coração para produção de energia. No mais, quando
um grupo de músculos está sendo exercitado (como as pernas no ciclismo), ácido
láctico pode ser extraído do sangue e utilizado por músculos inativos (como os
braços).

A conversão em glicose no fígado e nos rins é responsável por aproximadamente


25% da eliminação do ácido láctico durante o exercício. O ácido láctico liberado
alcança o fígado e os rins, onde é convertido em glicose para ser mais uma vez
liberada na circulação geral. Daí, a glicose atinge os músculos da perna antes
ativos, agora em recuperação, e funciona como precursor para repleção do
glicogênio do músculo.

O ácido láctico – contrastando com a glicose e outras substâncias orgânicas


combustíveis – é um substrato menor e mais prontamente substituível,
locomovendo-se através da membrana celular por transporte facilitado, e o seu
movimento não exige a presença de co-fatores, tais como a insulina.

APLICAÇÕES PRÁTICAS E A
NUTRIÇÃO
3

O principal objetivo das estratégias de treinamento deve ser minimizar a produção


de ácido láctico e aumentar a sua eliminação durante as competições.

Treinamento que envolve corrida, natação ou ciclismo por muitos quilômetros, parece
causar um aumento máximo de capilaridade e na capacidade funcional mitocondrial
no músculo esquelético. Grande capacidade mitocondrial tende a aumentar o uso de
ácidos graxos como combustível e, consequentemente, diminuir a formação de
lactato. Além disso, maior capacidade mitocondrial do músculo facilita a eliminação
do ácido láctico.

Aplicando-se esta informação sobre ácido graxo na Nutrição, faz-se claro que a
nutrição de um atleta sob treinamento extenuante, que consome reservas de
glicogênio, deve enfatizar carboidratos. (Vide Tabela – Fontes)

Os carboidratos fornecem uma fonte imediata de glicose, de forma que o atleta tem
um sentimento de bem-estar e uma rápida fonte de energia. Além disso, a glicose é
precursor para a reposição do glicogênio do músculo.

Dra. Rita de Cassia R. Bon


Nutricionista/CRN2570

FONTES MAIS COMUNS DE CARBOIDRATOS

ALIMENTO QUANTIDADE CARBOIDRATOS TOTAL DE


(g) CALORIAS
4

FRUTAS
Maçã 1 média 20 80
Laranja 1 média 15 65
Banana 1 média 25 105
Passas 1/3 xícara 40 150

VERDURAS/LEGUMES/LEGUMINOSAS
Milho enlatado ½ xícara 15 70
Abóbora ½ xícara 15 60
Molho de tomate ½ xícara 10 95
Ervilhas ½ xícara 10 60
Cenoura 1 média 10 40
Feijões verdes ½ xícara 5 20
Brócolis ½ xícara 5 20
Abobrinha ½ xícara 2 10

PANIFICADOS
Pão francês 1 unidade 75 135
Baguette 1 pequena 31 85
Bolo inglês pequeno 1 unidade 25 130
Pão sírio 1 pequeno 21 105
Panquecas 7 a 10 cm 35 185
Saltines 5 unidades 10 60

CEREAIS DE CAFÉ DA MANHÃ


Granola
Oat meal
All bran ½ xícara 45 210
½ xícara 30 165
¾ xícara 30 120
BEBIDAS
Suco de maçã
Suco de laranja
Gatorade 1 copo (200ml) 30 120
Coca-cola 1 copo (200ml) 25 105
Cerveja 225g 14 50
Leite, achocolatado 340g 39 155
Leite, 2% 340g 13 145
200ml 25 180
200ml 12 120

GRÃOS/MACARRÃO/AMIDO
Batata assada 1 grande 20 80
Lentilhas cozidas 1 xícara 15 65
Recheio feito c/ pão 1 xícara 25 105
Espaguete cozido 1 xícara 40 150
Arroz cozido 1 xícara 13 50
DOCES/LANCHES/SOBREMESA
Geléia de morango 1 colher sopa 15 60
Mel 1 colher sopa 50 225
Iogurte de fruta 1 copo 44 240
Frozen iogurt 1 copo

ÁCIDO LÁCTICO NO SANGUE – NÃO É TÃO RUIM QUANTO SE IMAGINA


5

2004-08-23

Subject: Animais apontam caminho para o desporto

Animais apontam caminho para o desporto

Cientistas americanos modificaram geneticamente dois tipos de ratos de forma a


aumentar-lhes a resistência atlética, levantando a questão de os atletas humanos
puderem tentar estratégias semelhantes.

Os corredores da maratona têm, de longe, uma resistência muito superior à do


indivíduo médio. Uma das razões para isso é o facto dos seus músculos terem uma
capacidade maior de gerar energia aerobicamente, o que lhes permite produzir energia
durante longos períodos de tempo. Pelo contrário, quando a actividade é a anaeróbia,
apenas ocorrem curtas explosões de energia, como os "sprints".

Agora, duas equipas de cientistas descobriram moléculas que podem explicar parte
deste poder muscular duradouro. Ronald Evans, do Salk Institute for Biological
Studies em San Diego, modificou ratos para que utilizassem gordura e não açucares, e
Randall Johnson, da Universidade da Califórnia, criou ratos que tinham menor
capacidade de utilizar o metabolismo anaeróbio.

Evans e a sua equipa modificaram o genoma do rato para que a produção da proteína
PPARdelta, que regula a fonte de energia muscular de açucares para gordura, fosse
permanente. Dado que a gordura tem que, obrigatoriamente, ser metabolizada
aerobicamente, esta proteína limita a actividade anaeróbia do músculo.

Tal como corredores da maratona, os ratos modificados ultrapassam todos os


concorrentes num tapete rolante para roedores, descobriu Evans, atingindo distâncias
até duas vezes maiores antes de ficarem exaustos, quando comparados com um grupo
de controlo. Os animais, baptizados "ratos da maratona", tinham muito maior
percentagem de fibras musculares aeróbias do que os animais controlo.
6

A descoberta é muito emocionante, pois está de acordo com o que já se sabe sobre os
atletas de resistência, explica o fisiólogo do movimento Frank Booth, da Universidade
do Missouri. Perto de 80% dos músculos dos corredores da maratona são aeróbios,
enquanto nos não atletas essa percentagem ronda os 30-40%. Este facto é devido em
parte à genética e em parte ao treino.

Johnson e os seus colegas obtiveram os ratos da maratona por um caminho um pouco


diferente. Modificaram ratos de forma a falttar um gene designado HIF-1alpha, que se
pensa comandar a passagem dos músculos de aeróbios a anaeróbios quando o
oxigénio escasseia. Estes ratos também podiam correr e nadar como campeões.

A equipa de Johnson descobriu que os ratos estavam a produzir menos ácido láctico,
um subproduto do metabolismo anaeróbio responsável pela sensação de fadiga, e
estavam a ver-se livres dele mais rapidamente. Novamente, isto tem paralelo com os
corredores de fundo, que metabolizam o ácido láctico mais depressa.

Mas neste caso, os feitos atléticos dos animais tiveram um preço elevado: após 4 dias
de intenso exercício, a sua actuação decaiu e os músculos mostravam sinais de danos.
Isto pode ser o resultado da acumulação de resíduos do metabolismo aeróbio, como os
radicais livres, terem atingido níveis tóxicos, especula Johnson.

Com os Jogos Olímpicos em plena força, os estudos levantam a perspectiva de os


atletas e seus treinadores começarem a procurar drogas ou "dopagem genética" para
imitar os efeitos da engenharia genética e aumentar a sua resistência.

Evans já demonstrou que moléculas que bloqueiam outro gene, designado


PPARalpha, aumentam a capacidade muscular em ratos, impedindo-os de ganhar
peso. Ele espera que esse tipo de químico, já em testes clínicos para verificar se são
capazes de baixar o nível de gordura no sangue, possa ser usado na luta contra a
obesidade, embora seja óbvio o interesse dos desportistas.

Johnson, no entanto, acredita que irá decorrer algum tempo até que descubra como
manipular as vias metabólicas sem riscos. Não vou já a correr comprar sapatos de
corrida, diz ele.
7

Vous aimerez peut-être aussi