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Ana de Jesus
1ª PARTE
Meishu-Sama (Mei = Luz; Shu = Senhor; Sama apenas um tratamento
respeitoso em japonês, portanto seu nome quer dizer: o Senhor da Luz) nasceu
no dia 23 de dezembro de 1882 em Tóquio, capital do Japão, num bairro chamado
Hashiba. Tanto a data quanto o local de seu nascimento estão, do ponto de vista
espiritual, estritamente relacionados à missão que deveria desempenhar durante a
sua vida terrena, como propagador da Luz do Oriente, através da divulgação dos
Sagrados Ensinamentos que lhe foram revelados por Deus, visando à salvação da
humanidade. O interessante é que 23 de dezembro corresponde ao dia seguinte do
solstício de inverno no hemisfério norte, dia em que o período noturno é o mais
longo durante todo o ano. O dia 23 é a data em que o período diurno começa a
alongar-se novamente.
INÍCIO DA RENOVAÇÃO
Meishu-Sama, ao ingressar
na religião, passou a meditar mais
freqüentemente sobre o destino das
pessoas. Deve ter sido nesta época
que ele, conscientemente, se
apercebeu de existir em si uma força
poderosa e sobrenatural. O seu
envolvimento cada vez mais
profundo com a Oomotokyo viria a
confirmar isso. Meishu-Sama, na
busca pessoal do relacionamento
entre essa força e o homem, sentiu No início de sua missão, Meishu-
que os ensinamentos específicos da Sama ficou em dúvida a respeito de tantas
Oomotokyo tinham para ele um e tão extraordinárias revelações. Não
significado menor do que a aceitava que ele, um simples mortal,
experiência da oração. Logo após se pudesse ter sido incumbido de tamanha
ter tornado membro da Oomotokyo, missão. Pouco a pouco, porém,
começou a sentir que através da ocorrências misteriosas à sua volta o
oração podia ajudar as pessoas que fizeram aceitar a verdade dos fatos sem
sofriam de doenças. Para ele, esta contestação. Assim, na década de 30, já
era a maior bênção imaginável. com 45 anos, era um Grande Mestre, com
Apoiado por uma constante o grau de Ken jin jitsu (sabedoria que
meditação e por uma crescente transcende o tempo e o espaço) que lhe
certeza da existência de um Ente permitia não só enxergar o presente, o
Supremo prosseguiu em suas passado e o futuro da humanidade, mas
buscas para aprender mais sobre a também ter a possibilidade de, já
natureza deste Ente que ele sentia. revestido de todo esse poder, trabalhar
"Naquela época", ao se referir aos concomitantemente no mundo material e
meses de imersão em pensamento Divino.
religioso, disse: "algo se movia
dentro de mim por vontade própria IGREJA INDEPENDENTE E JOHREI
porque algum milagre estava me
levando pouco a pouco a conhecer o A consciência desta grandiosa
Mundo Divino. Estava tão feliz que missão reservada a Meishu-Sama parecia
mal me pude conter para não fazer aumentar nele o calor e a simpatia
explodir de alegria". pessoal que sentia pelos outros. Neste
Em um dia de dezembro de ínterim, tanto o poderoso carisma de
1925, à meia noite, Meishu-Sama Meishu-Sama quanto os inacreditáveis
começou a receber as primeiras casos de cura e de recuperação de
revelações, através das quais doentes passaram a repercutir, atraindo
descobriu o grande Plano Divino um grupo rapidamente crescente de
para eliminar do mundo todos os seguidores pessoais. Era só uma questão
infortúnios, tais como: doenças, de tempo para que as qualidades de sua
pobreza e conflitos. Ao mesmo liderança se tornassem evidentes e lhe
tempo, tomou conhecimento de que fosse confiada à direção de um templo da
ele fora o escolhido pelo Criador Oomotokyo em Tóquio. No entanto, a
partir daí, foi que seu trabalho alcançou
uma dimensão bem diferente, aproximava a Era do dia, marco inicial de
passando a divergir da corrente uma nova civilização. Dias mais tarde,
principal da Oomotokyo. Na época, instalou-se em seu ventre uma "Bola de
essa seita ainda estava afeita a Luz", conhecida em sânscrito como
fatores culturais e nacionalistas: Cintâmani e em japonês como Nyoi-
roupas e alimentos ocidentais eram Hoshu, sendo Hoshu=Cinta, termos que
proibidos, dentre muitas outras em português correspondem à palavra
restrições. bola; Nyoi=Mani cujo significado é "força
Registros contemporâneos, capaz de realizar todas as vontades".
contudo, atestam que a orientação Durante a Era da Noite essa
de Meishu-Sama era realista e "Bola" permaneceu sob o domínio do
liberal. Ele preocupava-se, Dragão. No momento em que a Aurora
basicamente, com coisas práticas. começou a desapontar, Meishu-Sama a
Meishu-Sama jamais se envolveu recebeu e passou a usufruir um poder
em movimentos políticos ou capaz de concretizar a estrutura do Reino
ideológicos dentro ou fora da do Céu na Terra, oferecendo assim aos
Oomotokyo. Dedicou-se por inteiro, a homens meios concretos para criarem um
ajudar os que sofriam, ensinando, mundo de verdade, virtude e beleza..
também, o significado da fé religiosa E, a partir de então, tornou-se um
e o que ela envolvia. Foi, antes de poderoso e inesgotável manancial de Luz
tudo, um mestre, e assim Divina, energia que lhe permitia obter o
permaneceu o resto da sua vida. único método autêntico de cura. Contudo,
Vivenciou a sua crença na igualdade até 1935, Deus não lhe revelaria que essa
entre os homens, sendo sempre desconhecida força em expansão, a Luz
capaz de entrar em contato com Divina, seria o que se conhece por Johrei.
criaturas de diferentes níveis. A O procedimento divergente de
todas, inspirava completa confiança. Meishu-Sama, na Oomotokyo, aliado ao
Quando iniciou suas atividades crescente número de membros daquela
normais de cura em 1928, muitos seita, que o seguiam, geraram motivos
naturalmente o procuravam para para causar-lhe antagonismo,
obter dele ajuda e conselhos. especialmente da parte dos líderes. Na
atmosfera tensa do início dos anos 30,
qualquer tipo de discordância já
encontrava terreno fértil para gerar
polêmica. Alguns fanáticos dentro da seita
ficaram tão fortemente contrários às
atividades de Meishu-Sama a ponto de o
deixarem preocupado, pois os ataques
eram abertamente dirigidos a ele e aos
seus seguidores.
Em 1934, a posição de Meishu-
Sama na Oomotokyo ficou insustentável.
Deixou-a, desse modo, para fundar uma
nova organização religiosa, cujo início se
Foi assim que, na concretizou mediante a formalização de
madrugada de 15 de junho de 1931, um serviço próprio de culto com orações.
Meishu-Sama, acompanhado de sua Assim, estava constituída a Igreja de
esposa e 30 discípulos subiu ao Meishu-Sama "Dai Nipon Kannon Kai" (A
Monte Nokoguiri para aguardar o Grande Sociedade Japonesa de Kannon).
nascer do Sol e fazer oração. Portanto, ele ficava, doravante, em
Ao alvorecer, recebeu a condições favoráveis para pôr em prática
extraordinária revelação de que se à missão que Deus lhe confiara e que
deveria servir de transição para o
advento da Nova Era. Pela primeira
vez, surgia uma doutrina no campo
religioso baseada em um conceito
científico, fato até então
completamente inédito no trato das
coisas sacras. Oito anos já se
haviam passado desde as primeiras
revelações em 1926. Durante todo o
tempo em que Meishu-Sama
permaneceu na Oomotokyo, pensou
muito sobre se deveria formar um
grupo independente. Porém, só se No começo, apenas a Meishu-
decidiu a agir nesse sentido após ter Sama era concedido por Deus o poder de
absoluta convicção de que o seu canalizar o Johrei. Como as curas eram
trabalho poderia ser realizado melhor prodigiosas, muitos doentes iam procurá-
fora do que dentro da seita a que ele lo em busca de uma orientação pessoal.
se havia dedicado por tanto tempo. Isso fazia com que Meishu-Sama
Sua saída foi provavelmente o único trabalhasse até altas horas da noite,
caminho encontrado para edificar a embora soubesse que somente uma
obra da qual fora incumbido pelo pessoa jamais poderia salvar toda a
Criador, embora nada ainda lhe humanidade. Finalmente, ainda em 1935,
houvesse sido relevado por Deus logo após o estabelecimento de "A
sobre a Luz Divina que seria Grande Sociedade Japonesa de Kannon",
canalizada com o surgimento do Deus revelou a Meishu-Sama como a
Johrei. Várias centenas de energia espiritual do Johrei poderia
seguidores da Oomotokyo também ser canalizada por outras
permaneceram com ele. As fileiras pessoas. Bastava, apenas, que ele
de seus adeptos continuaram a escrevesse a palavra "Luz" (Hikari) em
serem engrossadas por muitas algum objeto para que este ficasse, a
adesões. Nos primeiros anos do seu partir de então, impregnado da própria
trabalho missionário de cura, Energia Divina da qual se tornara o
Meishu-Sama basicamente apenas instrumento. Desse modo, Meishu-Sama
recorria a orações, ainda que nele se passou a confeccionar medalhões
expandisse a energia de Luz Divina. (Ohikaris) para o uso individual dos seus
Em 1935, por revelação de Deus, seguidores, utilizando-se de pedaços de
passou a ter consciência dessa papel de seda de tamanho, formato e
energia espiritual - o Johrei - e a ser espessura adequados. Assim, qualquer
o seu primeiro canalizador para a pessoa que usasse o Ohikari, por ele
cura de doenças. O Johrei, no preparado e a ela outorgado, podia
tratamento das enfermidades, canalizar a Luz Divina do Johrei. Desse
demonstrou ser, sem qualquer modo, o próprio membro teria a certeza de
comparação, muito mais eficaz que que não mais se encontraria só quando
as orações. orasse a Deus. Meishu-Sama começou,
desde então, a instruir seus discípulos e a
falar-lhes da revelação que recebera de
Deus. Os primeiros seguidores
contemplados com o Ohikari passaram a
ministrar o Johrei aos seus familiares e
amigos, com notáveis e inesperados
resultados.
Em conseqüência, o novo
grupo das pessoas portadoras do
Ohikari dedicou-se a espalhar o
significado do Johrei e a praticá-lo
com mais fervor, ficando, portanto,
livre das críticas doutrinais e
comportamentais da Oomotokyo.
Para denominar a Igreja
recém fundada, Meishu-Sama fez
questão de incluir o nome de
"Kannon". Vários motivos existiam
para isso. Um primeiro motivo era
político: qualquer alusão a que a
força de cura emanava de Deus Durante quinze anos, Meishu-
seria o mesmo que afirmar que a Sama visou a elucidar aos seus adeptos o
pessoa portadora do Ohikari tinha significado de "amor de Deus" e a
um poder pelo menos igual ao que necessidade de arrependimento pessoal
possuía o imperador, criatura que na de cada um, através do constante
época era considerada um "deus emprego da frase: as graças de Kannon.
vivo". A Igreja se tornaria passível de Finalmente, em 1950, o grupo foi
acusação de lesa majestade e seria, reorganizado como Sekai Meshiakyo
provavelmente, condenada. Um (Igreja Messiânica Mundial) e daí por
segundo motivo, mais importante diante cessaram, quase que totalmente,
ainda, é que Kannon sempre foi as referências a Kannon, nos escritos de
familiar para os japoneses. Isto era Meishu-Sama. As exposições do fundador
vital, porque Meishu-Sama tinha que sobre a natureza de Deus e de Seus atos
ter muito cuidado para começar de no mundo derivaram das revelações por
maneira simples a propagação dos ele obtidas. Uma análise dos
seus inéditos Ensinamentos, de Ensinamentos de Meishu-Sama, para
modo que as pessoas pudessem determinar exatamente o que ele
melhor entendê-los. Nada existia nas aprendeu nas primeiras revelações
tradições religiosas do Japão para indicam quatro pontos principais: 1) Deus
ajudar o povo a compreender e mostra aos homens o caminho do
aceitar a existência de um único arrependimento; 2) Deus confia aos
Deus que ama todas as pessoas. No homens a tarefa sagrada de construir um
entanto, Kannon podia ser mundo de Verdade, Virtude e Beleza; 3)
considerado como intermediário de Deus informa aos homens que aqueles
Deus, a divindade que comunicava a que não se arrependerem serão punidos
vontade do Céu na Terra. Por este no julgamento; 4) Deus concedeu a
motivo, a referência a "Kannon" Meishu-Sama a responsabilidade de
permaneceu quando o nome da transmitir estas coisas para todos os
Igreja foi alterado em agosto de homens. Assim, através de Meishu-Sama,
1947. o Johrei foi dado a conhecer ao mundo,
atraindo multidões para serem curadas.
Os resultados obtidos pelo Johrei
contribuíram para que muitos aceitassem
a existência de Deus. Desse modo,
mesmo enfrentando a crescente
prepotência de um governo que
caminhava para a guerra e para a
repressão nacional, o número de seus
adeptos aumentava cada vez mais.
Investido, então, de um passaram a ministrá-lo, inicialmente a
poder ilimitado, passou a dedicar-se familiares e amigos, com resultados
em tempo integral à salvação da surpreendentes.
humanidade. Nos primeiros tempos, Ainda nesse mesmo ano (1935),
quando Meishu-Sama começou a Meishu Sama fundou a primeira igreja,
curar doenças através do Johrei, a mas logo foi obrigado a fechá-la. Por
Era do Dia estava apenas no início e imposição do regime militar, não havia
a Luz Divina estava ainda bastante liberdade de crença. Daí, as autoridades
fraca; por essa razão, somente Ele japonesas ordenaram-lhe que não
era capaz de canalizá-la e, assim misturasse ensinamentos religiosos com
mesmo, empregando força física por trabalho de cura. Impuseram-lhe a
meio de massagens, feitas com a escolha entre um ou outro. Optou, então,
ponta dos dedos, em determinadas pela cura.
partes do corpo.
GUERRA
Amar as flores
Na primavera,
E o bordo no outono,
É corresponder
As bênçãos de Deus.
Templo Murou
A notícia chocante
Dedicação em prantos
O sepultamento
A eternidade da vida
Pregando ensinamentos
Na terra Divina em em 1948 em uma Tiradas para fotos do
Inspecionando o trabalho altar escolhido por ele
Hakone em 1950 em Hakone entrevista
para esse propósito
Andava muito bem Compondo sátiras
Após a velhice nascendo vestido humorísticas
cabelos pretos Um homem singelo
Culto de Primavera em
4 de fevereiro de 1954
Ministrando Johrei após
onde se deu o último Cuidando de um
a uma entrevista no
encontro com seus doente
Ministrando Johrei Palácio do Sol em 1953
discípulos
Mestre e os
componentes do
grupo Juikai no
Santuário Isse
Casamento com Yoshi No topo do monte Fuji comemorando seu
Revisando um texto no Grande Santuário de com sua esposa e mais aniversário
Hibiya em 1919 11 acompanhantes
Creio que a expressão “Luz do Oriente” surgiu há uns dois mil anos, em
determinada parte da Europa, tendo se propagado gradativamente a ponto de hoje
não existir quem a desconheça. Até agora, no entanto, por ignorância do seu
verdadeiro significado, ela continua envolvida em mistério. Assim, gostaria de
mostrar o que realmente significa essa expressão.
Indiscutivelmente, “Luz do Oriente” era uma predição relacionada a minha
pessoa. Não haverá quem não se espante ao tomar conhecimento dessa verdade,
e poucas pessoas conseguirão aceitá-la de imediato. Por isso, tentarei me explicar
melhor, apresentando provas reais do que estou dizendo.
A primeira prova é o local onde nasci e o trajeto das mudanças que fiz.
Nasci num bairro pobre, antigamente denominado Hashiba, situado em
Assakussa, na cidade de Tóquio. O país chamado Japão, como todos sabem,
localiza-se no extremo leste do globo terrestre, acrescente-se que Tóquio é uma
cidade do leste do Japão. O leste de Tóquio é Assakussa, cujo leste, por sua vez é
Hashiba, o bairro ao qual me referi há pouco. A leste desse bairro está o rio
Sumida. Assim, Hashiba é realmente o leste do leste; em termos mundiais, é o
extremo leste do mundo.
Aos oito anos, fui morar no bairro de Senzoku, a oeste de Hashiba; mais
ou menos na época em que conclui o curso primário, mudei-me para o bairro de
Naniwa, em Nihon0bashi, e em seguida, para Tsukiji, em Kyô-bashi; depois fui para
os bairros de Ôi e Õmori, ambos em Ebara; mais tarde, me transferi para Kõji e a
seguir para Tamagawa, onde existe, atualmente o Solar da Montanha do Tesouro.
Posteriormente, dando um salto bem grande me mudei para Hakone e Atami, e
agora, para Quioto. Assim, troquei de residência dez vezes e dessas mudanças,
excetuando-se o bairro de Kõji, nove foram para o oeste. Naturalmente daqui em
diante a Luz do Oriente avançará cada vez mais para o oeste; um dia, é óbvio
chegará a China e finalmente a Europa.
Analisando os diferentes aspectos da cultura japonesa até o presente
momento, constatamos que todos eles nasceram no oeste e foram se expandindo
em direção do leste. Entre as religiões, o budismo, incluindo todas as suas
ramificações, o cristianismo e o xintoísmo – este último, originário do Japão –
nasceram no oeste e foram se propagando para o leste. A religião budista Nitiren
foi a única que nasceu no leste. E isso tem uma profunda razão de ser. Vejamos:
O budismo, como tenho dito, foi criado para promover a salvação das
criaturas na Era da Noite, isto é, o período em que o mundo era protegido pela
Deusa da Lua. Entretanto, como tudo ocorre primeiramente no Mundo Espiritual,
chegando a época apropriada a mudança para a Era do Dia, iniciou-se naquele
mundo, há setecentos anos o primeiro estágio do alvorecer.
Foi por isso que nasceu Nitiren Shõnin. Crendo em Buda, assim que
terminou seus primeiros aprimoramentos ele tomou a decisão inabalável de se
dedicar a divulgação do sutra “Hoke” pregado pelo Mestre. Primeiramente foi a
Awa sua terra natal e escalando o Monte Kiyossumi, próximo ao mar, entoou em
voz alta no momento em que o Sol estava para nascer, às palavras: “Nan-myõ-hõ-
ren-gue-kyõ” (para pedirem a Nitiren proteção e atingirem a iluminação). A partir de
então, divulgou para o mundo o sutra “Hoke” com todas as suas forças,
enaltecendo-lhe os benefícios. Mais tarde, lutou contra inúmeras perseguições, até
que finalmente estabeleceu uma seita inabalável como é hoje a Hoke-kyõ *religião
de Nitiren), que merece todo o nosso respeito.
Esse grande feito de Nitiren representava o primeiro raio da Luz do
Oriente. Em termos espirituais, podemos dizer que, no extremo leste do Mundo
Espiritual, até então imerso nas trevas, era um brilho bem fraco e pequeno o
primeiro indício de que o Sol estava para nascer. Naturalmente, isso não se
evidenciava aos olhos humanos. Mas em verdade constituía uma importante
realização Divina no avanço da Grande Providência.
Seiscentos e tantos anos depois chegada a hora do Alvorecer no dia 15 de
junho de 1931, levando trinta e poucos acompanhantes escalei o monte Kenkon
(nome oficial da Montanha Nokiguiri, no estado de Tiba) situado em monte, em
direção ao céu do leste, entoei uma oração. Na mesma hora, ocorreu algo
misterioso. Ainda não me é permitido revelá-lo, mas significa a demarcação da
mudança da Noite pra o Dia, promovida pela Providência de Deus. E o interessante
é que a leste do Monte Kenkon está localizado o Monte Kiyossumi, a uma distância
tão irrelevante que se uma pessoa chamar por outra de um dos lados, será ouvida
por ela. São realmente montes irmãos. E Nihon, o nome do templo que significa
“Nascente do Sol”, também está insinuando aquela mudança.
Acima escrevi sobre a afinidade do Japão com o budismo. Quanto ao
confucionismo, a moral, a sinologia, a medicina chinesa e todas as primeiras
expressões da cultura japonesa foram importadas da China e da Coréia. Nos
últimos tempos, foi introduzida no país a cultura ocidental de modo que a maior
parte da sua cultura provém do oeste. Além da religião Nitiren, não existia
nenhuma outra expressão cultural japonesa que tivesse nascido no leste.
Mas agora precisamos refletir: se dessa cultura nascida no oeste, se
tivesse conseguido formar um mundo ideal de paz e felicidade, que teria eu para
falar? O que vemos, entretanto, é justamente o contrário. Materialmente, o
importante que é a felicidade humana; não foi alcançada; e o pior é que segundo
tudo indica, também não o será no futuro. Certamente todos pensam assim. No
entanto, embora o homem contemporâneo não possua nenhuma esperança e viva
uma vida cotidiana sem objetivos, sentindo uma intranqüilidade inexplicável, a
maioria das pessoas, no íntimo, não cessa de ansiar pela luz da esperança. O
centro desse desejo na realidade é a Luz do Oriente.
Como podemos ver, os fundamentos da civilização seguiram uma
trajetória contrária a rodem natural, o que pode ser muito bem compreendido ao
observamos a Natureza: o Sol e a Lua despontam no leste e descrevem órbita em
direção do oeste. Sendo esta uma verdade eterna, o que nasce no leste representa
a própria Verdade. Assim, posso afirmar com toda segurança que as pessoas que
acreditarem em minhas palavras, procedendo em conformidade com elas,
conseguirão obter a verdadeira felicidade. Em resumo: eu purificarei toda a água
turva impelida do oeste para o leste, devolvê-la-ei pura e construirei um mundo
límpido como o cristal.
(Jornal Eikõ, nº 182, 12 de novembro de 1952)
MINHA HISTÓRIA
Introdução
Meu mistério
Não existe pessoa tão singular quanto eu. Nos limites do que se conhece
desde os tempos antigos, através das biografias de religiosos, sábios, grandes
personagens etc., não há ninguém que se encaixe nos mesmos moldes. Com
certeza, trata-se um fato inédito desde o início do mundo. Eu próprio quanto mais
penso nisso, creio que tudo se resume numa palavra: mistério. Conseqüentemente,
no futuro, quando se fizerem pesquisas sobre minha pessoa, inevitavelmente
surgirão inúmeras críticas. Com esse pensamento, quero deixar retratada a minha
imagem mais real.
O que julgo mais interessante, ao escrever sobre mim mesmo, é a minha
própria personalidade. Os mistérios que envolvem são tantos, que eu vou me
analisar não só de acordo com o meu próprio ponto de vista, mas também de
terceiros. Até as pessoas que têm contato comigo há mais de dez anos ainda não
compreenderam realmente esses mistérios, nem mesmo minha esposa parece
entender-me muito bem.
Naturalmente, sou religioso, mas não sou um fundador de religião como o
foram Sakyamuni ou Jesus Cristo; tampouco sou um personagem sobrenatural.
Em verdade, abranjo aspectos muitos amplos.
Quando jovem, nunca atentei para esse fato; tinha apenas uma leve
consciência de ser um pouco diferente das pessoas comuns. A principal diferença
que eu encontrava em mim é que não sentia nenhuma inclinação para adorar
qualquer pessoa, fosse ela um grande personagem histórico ou qualquer outra
eminência. A verdade é que eu não julgava ninguém tão relevante a ponto de ser
superior a mim. Não era pretensão nem presunção, era um sentimento que surgia
naturalmente e por isso muitas vezes cheguei até sentir solidão.
Outra de minhas características particulares é um forte sentimento de
justiça e o dobro de ódio ao mal sentido pelas pessoas comuns. Eu sofria bastante
para dominar o furor que sentia ao ler os jornais diários. Acreditava, então, que
para diminuir as injustiças que se me deparavam, o melhor meio era fundar um
jornal. Naquela época, uma pessoa só conseguiria abrir uma empresa jornalística
se tivesse mais de um milhão de ienes, e eu tive de trabalhar bastante para obter
essa quantia. Lamentavelmente, ao contraio do que esperava, acabei fracassando.
No entanto, como esse fato se tornou um dos motivos que me levaram a seguir a
vida religiosa, considero-o até positivo.
Foi assim que ocorreu o meu ingresso na Religião Õmoto. Graças a essa
religião, eu, que até então era completamente agnóstico, pude conscientizar-me
profundamente da existência de Deus. Como me aconteciam surpreendentes
milagres, uns após outros, é claro que meu sentimento mudou completamente,
dando uma volta de cento e oitenta graus. A cada dia aumentava o número de
milagres, até que finalmente recebi a revelação espiritual sobre a minha vida no
passado, no presente e no futuro, além de ser investido de um poder sobre-
humano e da grande missão de salvar a humanidade.
Um fenômeno que achei muito curioso, nessa época, é que uma força
grandiosa me manejava livremente, fazendo com que, por meio de milagres eu me
encontrasse pouco a pouco com o Mundo de Deus. A minha alegria, nessas horas
era irrefreável. Era uma sensação indescritivelmente profunda, nítida e elevada.
Além do mais, os milagres continuavam acontecendo fatos interessantíssimos. Não
sei quantas vezes cheguei a provar essas sensações num só dia. O maior de todos
os milagres foi o que ocorreu em dezembro de 1925, último ano do reinado do
imperador Taishõ.
(Artigo não publicado, escrito em 1952)
Desde os tempos antigos, muito se tem falado sobre pessoas que vivem
em estado de perfeita união com Deus, mas eu creio que jamais existiu alguém
que realmente tivesse vivido nesse estado. De fato, os três grandes religiosos –
Sakyamuni, Jesus Cristo e Maomé – pareciam unos com Deus, mas, em verdade,
eram apenas mensageiros da Vontade Divina: em termos mais claros, eram
mensageiros de Deus. Dessa forma, não se sabia fazer diferença entre uma
pessoa em estado de união com Deus e um mensageiro de Deus.
Os mensageiros de Deus atuam através de encostos ou seguindo as
determinações Divinas. Por isso, sempre rezam a Deus e pedem sua proteção. Eu,
porém, não faço nada disso. Como os fiéis sabem, não oro a Deus nem lhe peço
orientação. Basta que eu aja de acordo com a minha própria vontade, o que é
muito fácil. Visto que poderão estranhar o que estou dizendo, por ser algo inédito,
explanarei apenas os pontos que não acarretam nenhum problema.
Como sempre digo, há uma Bola de Luz em meu ventre. Essa Bola é o
Espírito de Deus, de modo que Ele mesmo maneja livremente meus atos, minhas
palavras, tudo. Ou, seja; em mim não há distinção entre Deus e o homem. Este é o
verdadeiro Estado de União com Deus. Como o Espírito Divino que habita o meu
ser é o mais elevado, não existindo nenhum deus superior a este, não faz sentido
reverenciar outros deuses. A melhor prova são os milagres manifestados
diariamente pelos fiéis. Ora, se até os meus discípulos evidenciam milagres que
não são inferiores aos manifestados por Cristo, poder-se-á através desse único
fato, imaginar a minha hierarquia divina.
Acrescente-se, ainda, que todos os religiosos existentes até agora
previram a concretização de um mundo paradisíaco, mas não disseram que seriam
eles os construtores desse mundo. Isto porque seu nível divino era inferior, e seu
poder, insuficiente. Mas eu afirmo que o Paraíso Terrestre, mundo sem doença,
miséria e conflito, será construído por mim. Daqui para frente evidenciará inúmeras
realizações surpreendentes, nunca vistas até agora, e por isso gostaria de que as
observassem com muita atenção. Surgirão inúmeras ocorrências inconcebíveis em
termos de realização humana.
(Jornal Eikõ, nº 155, 7 de maio de 1952)
ELIMINAÇÃO DA TRAGÉDIA
Entre tudo que existe no mundo, o que o homem mais detesta é tragédia.
Eliminá-la totalmente é impossível, mas, de certo modo, não será tão difícil diminuí-
la. Estudemos sua natureza.
A realidade evidencia que a maior parte das tragédias tem como causa a
doença. Elas também são causadas por problemas sentimentais e pela
desonestidade decorrente de interesses materiais. Todavia, através de uma
pesquisa acurada, descobri que tudo tem raiz na enfermidade espiritual. Dizem que
um espírito são habita um corpo são, e é uma grande verdade. Verifiquei, após
longos anos de pesquisa, que a imoralidade, a injustiça, a impaciência, o
alcoolismo, a preguiça e a corrupção de jovens existem quase sempre em físicos
doentes.
Infelizmente, não encontramos meios positivos para curar a doença e
restabelecer a saúde física e espiritual, seja apelando para a medicina ou para
outros recursos. E mesmo que tivéssemos descoberto a causa do problema, faltar-
nos-iam recursos para solucioná-lo. Há pessoas que se orgulham de terem
descoberto a origem e o processo de cura das doenças; a maioria dos processos,
entretanto, não passa de paliativos. É realmente desolador.
A verdadeira solução da doença e de todas as desgraças depende de uma
força invisível, e só aos que a experimentaram é dado reconhecer o
incomensurável Poder Divino. Os homens contemporâneos não se convencem
senão através de fatos ou de provas; portanto, sem a apresentação de resultados
concretos é inútil querer pregar princípios elevados e divulgá-los. Para esses
homens, a salvação da humanidade e a obra em prol do beneficio da sociedade
não passam de um sonho.
A essência da verdadeira Fé consiste na ação do poder invisível mover o
que é visível.. Esse poder maravilhoso está sendo manifestado pela nossa Igreja e,
por essa razão, creio que se poderia dizer que ela é a Religião do Poder. Dentre os
casos milagrosos expostos em nossas publicações, existem muitos exemplos de
cura de doenças gravíssimas, e a alegria e a gratidão dos agraciados nos
comovem até as lágrimas.
Como a maioria das religiões se limita a pregar doutrinas, sua força age do
exterior para a alma. Mas o ato purificador empregado pela Igreja Messiânica – o
JOHREI – projeta a Luz Espiritual diretamente na alma, despertando-a
instantaneamente. Ou seja, a igreja converte a pessoa sem a intervenção humana,
deixando os sermões para segundo plano. Os que nela ingressam, alcançam
rapidamente uma percepção superficial e, pouco a pouco, uma percepção mais
profunda. Além de superarem a sua própria tragédia, tornam-se aptos a eliminar a
tragédia alheia.
11 de junho de 1949
(Extraído do Livro Alicerce do Paraíso)
FORMAÇÃO FAMILIAR
Escola Primária
Lembrança da Infância
O NOVO CAMINHAR
ESTUDOS DE FILOSOFIA
INDEPENDÊNCIA
MORTE DO PAI
CASAMENTO
CRIAÇÃO DE BIJUTERIAS
Desde que machucou o dedo, o fundador nunca mais fabricara nada, mas,
utilizando sua experiência, dedicava-se a pesquisa do desenho de pentes e outros
adornos para cabelo. Enviava esses desenhos a um profissional para ele fabricar
os objetos que depois de prontos, eram colocados à venda. Em abril de 1909, dois
anos após ter começado o comércio por atacado, expôs um adorno para cabelo,
representando a Loja Okada, numa exposição de artigos infantis promovida pela
loja de roupas Mitsukoshi com a finalidade de ampliar sua clientela entre o povo.
Tratando-se de uma exposição de artigos infantis poder-se-ia pensar
apenas em brinquedos, mas nela se expunham roupas, adornos e outros artigos de
utilidade para crianças. Quanto a qualidade, eles não diferiam nem um pouco dos
artigos para adultos.
Nessa exposição onde foram expostos 1835 objetos, o fundador e mais
quarenta e nove pessoas receberam Premio de Bronze. Nove foram agraciadas
com Premio de Ouro e trinta e três com Premio de Prata.
Durante os quinze anos que vão de 1909 a 1923, o fundador criou
inúmeros objetos de adornos, na maioria objetos inéditos com novos detalhes em
que ele utilizava a tradicional técnica do maki-e e a técnica denominada “raden”
(consiste em cortar conchas finas e brilhantes em pedaços de diversos formatos e
utilizá-los para enfeitar vasilhames de laca ou madeira crua).
Havia uma grande concorrência em lojas de miudezas que vendiam por
atacado, mas devido às bijuterias inovadoras e inéditas do fundador, a loja Okada
foi se destacando e acabou ocupando o primeiro posto no mundo empresarial.
O Fundador tirava as idéias para essas criações em jornais, revistas, livros
e utilizava o método prático dos cinemas, as barracas de shows e o yosse.
Watanabe Sõtarõ, funcionário da Loja Okada, fala-nos sobre aquela época:
“O patrão, que chamávamos de Oyaji (nome afetuoso de pai), além de ir
ao teatro, era um assíduo freqüentador de cinema. Sempre dizia às pessoas que
trabalhavam na loja : “Ontem fui a ao cinema X. Está passando um filme muito
bom, não deixe de ir!”. Entretanto, nós achávamos que ele se ia a esses lugares
mais por interesse comercial do que para se divertir. Nessa oportunidade ao
mesmo tempo em que assistia ao filme, ficava observando os adornos de cabelos
das mulheres.
Observando os tipos de penteados, o fundador pesquisava o adorno que
combinasse com cada um.
O senso de beleza que ele possuía foi empregado não apenas no
desenho das mercadorias como também na decoração interna da loja.
Logo depois o fundador dedicou-se a produção de bijuterias.
A MORTE DA MÃE
Em maio de 1915, Tori (sua mãe), foi visitar uns parentes, em Sussaka.
Aproximadamente um mês depois Tori mandou um telegrama dizendo que
retornaria a Tóquio. Exatamente nessa ocasião o fundador estava viajando pela
Região Kansai, com funcionários da loja. Quando ela desceu do trem, se rosto
estava tão pálido que Takeijirõ e sua esposa Sue, que tinham ido buscá-la, ficaram
assustados. Passados dois ou três dias, o médico diagnosticou nefrite. Acamada,
Tori foi piorando rapidamente. Ela, que sempre mostrara um caráter forte, dizia:
“parece que desta vez estou chegando ao fim. Chamem Mokiti, pois preciso falar
com ele”.
Imediatamente a família mandou um telegrama ao hotel onde ele estava
hospedado, mas infelizmente ele já havia partido. Continuaram a passar
telegramas os quais sempre chegavam quando ele já tinha deixado o local.
Ansiosa pela chegada do filho, Tori não parava de perguntar: Mokiti ainda não
chegou?
A situação não era fácil para Tekeijirõ, Sue e Taka, que estavam cuidando
dela. Nesse meio tempo, sem saber de nada, o fundador voltou. Tori quase
inconsciente, por alguns instantes recobrou o vigor e assim que o viu, falou: “Mokiti,
você voltou...” Estas foram as suas últimas palavras. Faleceu em 25 de maio de
1915.
AS DOENÇAS
Como já escrito antes, o fundador sempre fora fraco e doentio. Após ter
contraído doença dos olhos, teve pleurisia e depois tuberculose.
Após ter aberto sua loja de miudezas ele sofreu uma grave isquemia
cerebral, em conseqüência da sobrecarga de trabalho. Certo dia, uma pessoa
indicou-lhe o tratamento com moxa, que ele começou a seguir a titulo de
experiência. O terapeuta prescreveu-lhe caminhadas, e todos os dias ele
caminhava um pouco. Gradativamente foi ganhando forças e quando o tempo
estava bom, conseguia andar mais de quatro quilômetros seguidos por dia. Talvez
por efeito desse exercício começou a melhorar da isquemia cerebral e no fim de
dois ou três meses estava completamente curado.
Entretanto a saúde dele ainda continuou debilitada por algum tempo.
Mesmo depois de ter aberto a loja atacadista, ele adoecia algumas vezes por ano.
Em 1909, com a idade de vinte e seis anos, contraiu tifo intestinal ficando num
estado tão grave que chegou a expressar seus últimos desejos. Anos mais
escreveu: “Como pensei que não me salvaria, externei meus últimos desejos. Na
época minha primeira esposa ainda vivia e eu tinha uma loja de miudezas. Cheguei
a dizer a ela: Como não vou resistir por muito tempo, quando eu morrer, deixe os
negócio s com fulano e faça assim, assado...” Estava, portanto, completamente
desapegado da vida”.
Perto de sua casa havia um hospital muito renomado, o Hospital Okada e
por sorte ele era amigo do irmão do Diretor. Através de um pedido especial, pôde
ser atendido por este, o que não acontecia comumente. Terminado o exame, o
médico lhe disse em tom frio: “No estado em que você está, não há esperanças de
cura. Caso eu interne uma pessoa que sei estar condenada, meu hospital perderá
a confiança de que desfruta, por isso não posso interná-lo”.
Como a casa do fundador era pequena e se ele recebesse muitas visitas,
não daria para acomodá-las. Então ele fez novo pedido ao diretor e solicitou ao
irmão que também o fizesse. Finalmente conseguiu a internação. Dessa época ele
escreveu: “Deitado na maca e vendo as pessoas caminhando pela cidade, pensei
que aquela era a última vez que eu via gente. Não conseguia deixar de ter visões
de cemitério, acreditei, mais do que nunca que já estava no fim”
Aconteceu, porém, um milagre. Embora lhe tivessem dito que não se
salvaria, ele se restabeleceu por completo do grave tifo intestinal, com um
tratamento de apenas três meses. Naquele tempo não existia remédio para o tifo,
ele ficou curdo apenas com alimentação líquida.
Entretanto suas sofridas doenças ainda continuaram durante dez anos. A
loja de miudezas prosperava com o vigor do nascer do sol, mas o fundador ainda
adoecia muito. Além de ter ficado internado durante um mês com crises de
hemorróidas, sofreu de dores de cabeça e de estomago, reumatismo, prostração
nervosa, uretrite, amidalite, catarro intestinal, problemas das válvulas cardíacas,
periodontite e um incontável número de outras enfermidades. Assim, ele vivia sob o
temor da doença e por isso cuidava muito da higiene diária, a ponto de parecer
neurótico. Segundo reminiscências dos funcionários da loja, o fundador se precavia
a ponto de ir ao médico por causa de um espirro. Quando ia ao toalete e lavava as
mãos, jamais usava a toalha usada por outras pessoas; abanava as mãos para
secá-las. Depois das refeições tinha o trabalho de trocar o algodão com o qual
tampava as cáries dentárias. Através do trecho que se segue, fica patenteado o
quanto ele era dependente da Medicina nessa época, pelo medo atroz que tinha da
doença.
“Creio que este fato aconteceu quando eu tinha mais ou menos trinta
anos”.
Fui para uma estância de águas termais, situada em Shinshu, num local
bem afastado e assim que cheguei a hospedaria, perguntei a funcionária:
- Nestas termas existem médicos?
- Sim, há um, respondeu ela.
- É um clínico ou um cientista?
- Ouvi dizer que se formou este ano.
Ao ouvir essas palavras, fiquei tranqüilo, achando que poderia permanecer
ali dois ou três dias sem me preocupar.
Mais adiante ele escreveu:
“Como o homem nunca sabe quando vai ficar doente, eu queria encontrar
um médico atencioso que na hora em que eu precisasse e lhe desse um
telefonema, me atendesse imediatamente fosse de noite o u de madrugada. Acabei
encontrando um médico assim a quem eu tratava da melhor maneira possível.
Tornamo-nos tão íntimos como se fôssemos parentes. Ele é o padrinho de
casamento de minha atual esposa. Podem ver, portanto, como eu acreditava na
Medicina, naquela época”.
No entanto, das doenças contraídas pelo fundador, a que mais o fez sofrer
e durou mais tempo, foi a dor de dente que ele teve de 1914 a 1916. “A dor de um
só dente já é terrível. Imaginem então, quatro dentes doendo ao mesmo tempo
todos os dias. Era insuportável” – assim se expressou ele, anos mais tarde.
O fundador correu o hospital da Universidade Imperial de Tóquio, a clínica
Odontológica Especializada de Lidabashi e todos os hospitais famosos de Tóquio,
mas não obteve a cura. A dor de dentes tornou-se tão forte que chegou a colocar
em perigo a sua vida. Ele disse: ”Minha cabeça foi ficando tão perturbada que eu
me vi num beco-sem-saída, achando que teria de escolher entre ficar louco ou me
suicidar”.
Nisso retornou ao Japão um famoso dentista que trabalhara durante longo
tempo nos Estados Unidos. Imediatamente ele foi bater a sua porta. Durante um
ano, esse dentista fez tudo que estava ao seu alcance, mas os dentes do fundador
iam ficando em estado cada vez pior. Por fim, desistindo do tratamento que lhe
estava fazendo, o próprio dentista, disse a ele: “Já usei todos os remédios que
conheço. Agora só resta esperar pelo novo medicamento que um amigo meu vai
trazer dos Estados Unidos”.
Entretanto, dessa vez também aconteceu algo misterioso. Um conhecido
do Fundador apresentou-lhe um sacerdote da Religião Nitiren. Não suportando
mais o sofrimento por que passava dia e noite, ele resolveu experimentar durante
uma semana o tratamento que esse sacerdote lhe aconselhou. Parou de ir ao
dentista e começou a freqüentar a casa do sacerdote. Não se sabe ao certo que
tratamento era, mas no quarto dia, voltando de lá, o fundador começou a se sentir
bem melhor, quando ainda estava no trem. A dor havia diminuído, e ele se viu
tomado por uma sensação agradável que não sentia há meses. Naquele momento,
repentinamente, ocorreu-lhe uma idéia: a causa da dor de dente não seriam os
remédios? Não seria por causa deles que a dor de dentes não passava? Os
analgésicos não estariam causando uma dor ainda maior? Pensando assim, parou
de ir à casa do sacerdote e também nunca mais foi ao dentista.
Através dessa longa e sofrida experiência, o fundador tomou consciência,
na própria pele, da nocividade dos medicamentos. Aprendeu que o remédio que
deveria curar a doença, na verdade, cria a doença.
SUCESSO
ADMINISTRAÇÃO DO CINEMA
Por volta de 1916, onze anos depois que abrira a loja de miudezas o
Fundador já possuía um capital de 150 mil ienes. Com os lucros provenientes do
“Diamante Assahi”, sua fortuna aumentava a cada ano. Entretanto, ainda lhe
faltava muito para alcançar o capital de 1 milhão de ienes que precisava para abrir
o jornal.
Interessado pelo mercado de ações, que, nessa época, estava fervendo,
em virtude das condições favoráveis decorrentes da Primeira Guerra Mundial,
iniciou negociações com os cambistas, emprestando o dinheiro que possuía.
Pouco depois, ganhando a confiança do Banco Soko, situado no bairro de
Kakigara, em Nihon-bashi, levava os cheques e as letras de câmbios trazidos por
eles e, com a confiança de que desfrutava, convertia-os em dinheiro, o qual
emprestava a juros. Como o negócio ia muito bem, estendeu ainda mais a sua
mão. Agora era ele que cortava os cheques e os entregava aos cambistas, os
quais, usando-os como garantia, tomavam dinheiro emprestado ao banco e
pagavam juros a este e ao Fundador. Para o proprietário da Loja Okada, isso
significava menos trabalho, pois não era preciso que ele próprio conseguisse o
dinheiro; além do mais, havia um lucro de 5 “sen” por dia. Era um empreendimento
arriscado, mas muito rendoso.
Quem se encarregava desse trabalho era um indivíduo chamado
Yoshikawa. O Fundador tinha toda confiança nele e deixara a administração da
financeira em suas mãos, entregando-lhe até o seu sinete. No período mais
próspero, a quantia que o Fundador possuía em seu nome - em dinheiro e em
cheques - atingia mais de 100 mil ienes.
Entretanto, na primavera de 1919, o Banco Soko, que era o escudo
protetor da financeira, repentinamente parou de fazer os pagamentos e abriu
falência. A decadência da Loja Okada veio de forma inesperada. Yoshikawa tinha
um depósito em nome do Fundador naquele banco, depósito esse que ficou
reduzido à zero. Achando que o problema era de sua inteira responsabilidade,
tentou recuperar o dinheiro sem que o Fundador soubesse de nada. Entretanto,
nessa situação difícil, ele escolheu o pior caminho: tomar dinheiro emprestado com
agiotas a juros altíssimos. O resultado foi que os juros renderam juros, e ele
acabou ficando num beco-sem-saída.
Quando tudo veio à tona, a situação estava muito séria. Premido pelas
circunstâncias, o Fundador pediu ao banco que sustasse o pagamento dos
cheques, como solução para o momento. Furiosos, os agiotas providenciaram a
penhora de seus bens e acusaram-no de fraude. Foi realmente uma tempestade
em dia de sol.
Certo dia, três oficiais de justiça entraram em sua casa, situada no bairro
de Oga, e, depois de lhe entregarem uma notificação, passaram de um cômodo
para outro, lacrando os principais móveis. Por fim, colaram num guarda-roupa um
papel onde se explicava o motivo do embargo e os regulamentos legais, e foram
embora. Estava escrito que os bens embargados não podiam ser utilizados nem
mesmo pelo proprietário, e que, se o lacre fosse rompido, haveria uma penalidade.
Entretanto, nas gavetas dos armários estavam roupas que precisavam ser usadas
no momento. Conta-se que o Fundador se sentiu aliviado ao tirar o lacre sem
danificá-lo, e pegar aquilo de que necessitava.
Com a denúncia dos agiotas, ele foi chamado à delegacia, onde recebeu
séria advertência. Os cheques usados por Yoshikawa estavam todos em seu
nome, de modo que, obviamente, lhe foi imposta a responsabilidade legal do caso.
Não era fácil resgatar a dívida, no montante de 120 mil ienes. Assim, o
Fundador pediu aos credores que a diminuíssem para dois terços, ou seja, 80 mil
ienes. Segundo o acordo que fizeram cinqüenta por cento dessa quantia seria paga
à vista, e os cinqüenta por cento restantes, em mensalidades. A partir desse
momento, começou a sofrida luta do Fundador para saldar as dívidas, que se
estenderam durante vinte e dois longos anos, até 1941. Essa foi a maior
dificuldade que ele passou em quinze anos de comércio, desde a fundação da
Korin-do.
Tempos depois, Yoshikawa suicidou-se. Embora ele fosse a pessoa que o
colocara naquela terrível situação, o Fundador participou de seu funeral com todo
respeito. Cheio de compaixão, disse: “Afinal, eu é que fui o culpado, por ter
confiado demais”. Não disse uma só palavra que demonstrasse rancor.
SEGUNDO MATRIMÔNIO
À PROCURA DA SALVAÇÃO
COLAPSO DA EMPRESA
O início da Loja Okada S.A. não foi fácil. Em março de 1920, a crise
iniciada nos Estados Unidos assolou o mundo inteiro, e também no Japão a Bolsa
de Valores caiu, porque, com a repentina queda dos preços, o mundo financeiro
entrou num grande colapso. Seguiam-se falências de empresas, o desemprego
aumentava, e começava a corrida aos bancos.
O Fundador escreveu: “No dia 15 de março do ano seguinte, começou a
famosa crise financeira. As ações tiveram uma grande baixa, e o preço das
mercadorias caiu bruscamente. Por isso, a Loja Okada S.A., que havia acabado de
nascer, desmoronou sem oferecer nenhuma resistência, ficando num beco-sem-
saída”.
Entretanto, com nova coragem, ele se esforçou para reerguer a empresa.
O segundo golpe que ela sofria, representado por essa crise, em seqüência ao
embargo dos bens do Fundador, abalou sua estrutura, mas, com o esforço de
todos os funcionários, a situação começou a melhorar, se segundo ele próprio nos
diz: “Mesmo assim, fizemos esforço para levantar o destino da empresa, e, por
volta de 1922, finalmente a situação começou a melhorar...”.
No caderno de despesas do final de maio de 1920, ao lado de uma
quantia registrada, está escrito: “Economia possível”. É um registro que nos faz
conhecer a situação apertada da época.
Ao mesmo tempo em que reduzia as despesas, o Fundador começou a se
esforçar para a ampliação das vendas. Reiniciou, então, a atividade de criação
artística que havia interrompido durante certo período, após a invenção do
“Diamante Assahi”, tendo requerido seguidas patentes de novo modelo de produtos
que já existiam. Em abril de 1919, pouco antes do “Caso Yoshikawa” vir à tona, ele
concluíra uma nova experiência. Trata-se da técnica conhecida pelo nome
“kaigashiki”, que consiste em fazer pinturas sobre um pano ou papel e colá-lo num
objeto, utilizando adesivos como a laca. Na data referida acima, requereu patente
para o “Kaigashiki Kushi” (pente em “kaigashiki”), e em julho do mesmo ano, para o
“Kaigashiki Pin” (presilha em “kaigashiki”). Em fevereiro de 1922, criou o “Hosseki-
ire Kamidomegu”, presilha de cabelo feita de metal, com orifícios onde se colocam
pedras preciosas, e para ela também requereu patente. Através dessas novas
criações, podemos ver o esforço feito pelo Fundador no sentido de reerguer a
empresa, pois considerava a mercadoria como a chave do sucesso nos negócios.
Em maio de 1923, ele vendeu a casa do bairro de Oga, na qual vivera
durante sete anos, e comprou uma mansão no bairro de Iriarai, na circunscrição
Ebara, em Tóquio.
A mudança para Omori ocorreu por diversas razões, mas acredita-se que,
em termos de negócios, foi para conseguir capital de giro através da venda da casa
de Oga. O terreno onde estava situada a mansão pertencia a outra pessoa,
havendo uma grande diferença entre o preço das duas residências, pois a de Oga
ele vendera com o terreno.
Os esforços do Fundador receberam novo golpe com o grande terremoto
que assolou repentinamente as regiões Kanto e Tokai às onze horas e cinqüenta e
oito minutos do dia 1º de setembro de 1923. Houve dois violentos tremores
seguidos e, pouco depois, um terceiro tremor bem forte. Foi por ocasião desse
terremoto que o Edifício Ryoun-Kaku, de doze andares, todo construído de tijolos,
o qual era considerado o símbolo da modernização e da prosperidade de
Assakussa, partiu-se mais ou menos no oitavo andar.
A Loja Okada salvou-se de uma destruição total. Pelo fato de nela
trabalharem muitos homens, as paredes desabadas puderam ser logo reerguidas,
e as mercadorias empilhadas, que se espalharam, foram recolocadas no lugar.
Assim, os funcionários tiveram condições de ir prestar ajuda aos fregueses de
Guinza e de outros lugares.
Entretanto, os danos causados pelo terremoto em si não passaram de
uma parte da catástrofe que atingiu a Região Kanto. O golpe fatal foi o grande
incêndio que sobreveio com toda fúria, logo em seguida ao terremoto. Esse
incêndio, irrompido na zona industrial e comercial, ao invés de diminuir, a tarde foi
avançando gradativamente para oeste. Só em Hifukusho (lugar situado perto da
Estação Ryogoku), ele vitimou trinta e oito mil pessoas. Destruindo um grande
número de casas e roubando inúmeras vidas, o incêndio avançou para Kyo-bashi e
Shiba e finalmente se apagou quando circundava o Palácio Imperial. Foi uma
grande calamidade que causou a morte de cinqüenta mil pessoas e a destruição de
mais de quatrocentas mil casas.
Já bem tarde da noite, as labaredas, que se propagavam na direção de
Kanda levadas pelo vento, muito forte devido à impetuosidade do fogo,
aproximaram-se da parte sul da Estação de Tóquio, onde se localizava a Loja
Okada. Os funcionários, preparados para o momento em que o fogo atingisse o
local, colocaram as mercadorias em caixas, empilharam estas nas águas do Canal
Sotobori, de Yaessu, e ficaram esperando pelo incêndio. Entretanto, quando viram
as labaredas se aproximando, correram na direção de Guinza e se refugiaram no
estacionamento dos trens, atravessando a Ponte Kaji, que existia em frente à atual
Estação Yuraku-tyo. A essa altura, já estavam refugiadas nesse local as pessoas
desabrigadas em conseqüência do incêndio, as quais eram provenientes de
Honsho, Fukagawa, Assakussa e outros bairros da zona industrial e comercial, de
modo que o estacionamento e o pátio em frente ao Palácio Imperial estavam
totalmente lotados.
Os funcionários da Loja Okada passaram dois dias e duas noites dentro
dos trens parados, comendo o arroz que haviam levado junto com as bagagens.
No terceiro dia, depois que saíram do abrigo, arranjaram uma carroça, resgataram
as mercadorias afundadas no canal e, juntamente com os seus objetos pessoais,
levaram tudo até a mansão do Fundador, no bairro de Hakei-En.
As mercadorias que haviam sido entregues para serem pagas através de
promissórias viraram cinza, e a maioria dos clientes com os quais a loja negociava
foram à falência. Assim, a Loja Okada, que tinha esperanças de se recuperar,
recebeu outro golpe muito duro.
Poucas semanas depois, entretanto, tal como a relva do campo, que logo
se ergue depois de pisoteada, as atividades econômicas da Região Kanto
reiniciaram-se com grande vigor.
As bijuterias são mercadorias de ocasião, e as lojas atacadistas,
antecipando cada estação do ano, enviavam estoques para as lojas varejistas. A
Loja Okada vendia por atacado e também fabricava produtos. Por isso, na
primavera e no verão, já se estavam fabricando os artigos de inverno e fazendo-se
os estoques. Conseqüentemente, em agosto, antes do terremoto, ela já havia
mandado grandes estoques de inverno para os atacadistas com os quais
negociava em Ossaka e Quioto. Por terem coberto os encargos de Tóquio, que
ficou perto da destruição total, essas duas cidades foram abençoadas com uma
boa situação; assim, em outono, a Loja Okada pôde receber o pagamento das
vendas.
Antes de ser reconstruída no bairro de Kitamaki, a loja funcionou durante
algum tempo na mansão de Omori. Os artesãos levavam para aí os trabalhos que
aprontavam, pois os funcionários não só os que já moravam com o Fundador,
como também os que ficaram desabrigados - passaram todos a morar nessa casa.
Nagashima, Kinzo Fukumoto, que ficou mais tarde com a Loja Okada, e
outros funcionários colocavam as mercadorias em maletas e rodavam pela
clientela, para vendê-las. Depois do terremoto, inúmeras lojas abriram falência e,
como sempre, a confiança mútua era muito vacilante. Por isso, não se usavam
promissórias nem cheques nas negociações; tudo era pago à vista. Na volta dos
funcionários, havia muito dinheiro no fundo das maletas, que de manhã saíam
cheias de mercadorias. Muitas vezes, depois de voltarem para Omori, eles ficavam
fazendo cálculos até mais de meia-noite, e só então iam à casa de banhos
públicos. Mas os rendimentos obtidos dessa forma foram preciosos recursos
financeiros para a Loja Okada, que havia sofrido um sério abalo econômico.
A partir do grande terremoto ocorrido na Região Kanto, houve muitas
modificações no quadro de funcionários da loja. Em primeiro lugar, Kimura tornou-
se independente, depois de ter sido o braço direito do Fundador durante dezesseis
anos. Sem dúvida ele não desejava separar-se daquele a quem estimava mais do
que se fosse um parente e com quem partilhara tantas alegrias e tristezas;
provavelmente tomou essa decisão graças ao incentivo do próprio Fundador, o
qual desejava que ele se tornasse independente por causa da forçada redução dos
negócios. Aliás, imaginamos que tenha sido uma decisão tomada só depois de
muita conversa. Mori, o diretor do Departamento de Vendas, seguiu o mesmo
caminho. De fato, terminara a era de ouro da Loja Okada.
RETORNO À RELIGIÃO
PESQUISA DO MISTÉRIO
Foi por volta do final da Era Taisho que o Fundador começou a ser
envolvido pela ocorrência de fatos misteriosos. Quando isso aconteceu, ele ainda
não se havia conscientizado claramente de sua afinidade-missão, mas a atuação
do Mundo Divino já havia começado sub-repticiamente.
O fato que se segue teria acontecido no final do verão ou no início do
outono de 1924, quando um indivíduo chamado Hidemassa Noguti, que trabalhava
com projetos de mapas geográficos, foi visitá-lo e pediu-lhe que falasse sobre a
Omoto. Trocaram diálogos sobre a Fé e, durante a conversa, olhando para o rosto
do Fundador, de repente Noguti lhe perguntou: “A Omoto tem relação com
Kannon?” Ao que o Fundador respondeu: “A Omoto está relacionada a Deus, e
Kannon a Buda. Um não tem nada a ver com o outro”. Noguti começou, então, a
falar sobre coisas inesperadas: “Entretanto, à direita do lugar onde o senhor está
sentado, eu vejo a figura de Kannon, com uma estatura um pouco maior que a sua.
Há pouco, quando o senhor se levantou para ir ao toalete, Kannon o seguiu;
quando o senhor voltou e se sentou, ele também se sentou”. Achando estranho, o
Fundador perguntou qual era a expressão de Kannon, e Noguti respondeu:
“Kannon está de olhos fechados, e seu rosto e seu corpo são iguais aos que se
vêem em desenhos e esculturas”.
Naquele momento, repentinamente, Noguti tivera a clarividência espiritual
da figura de Kannon. Pouco tempo depois, um fiel da Omoto disse ao Fundador:
“Estou vendo um redemoinho dm cima de sua cabeça; bem no centro dele, está
Kannon. Vejo, também, uma cruz nas suas costas”.
Assim, vez por outra, Kannon surgia perto do Fundador, e as pessoas o
enxergavam. Esse misterioso fenômeno ocorreu seguidas vezes. Naturalmente,
até então, ele não acreditava absolutamente em Kannon; através desses fatos,
porém, começou a se conscientizar gradativamente da afinidade existente entre
ambos.
Rememorando a trajetória do Fundador, vemos que, desde pequeno, ele
possuía uma profunda ligação com Kannon. Como já foi dito o templo que guarda o
jazigo da família Okada, em Mikawashima, Tóquio, chama-se Templo Kannon-ji, e
a sua imagem principal é o Kannon de Onze Faces. A imagem principal do Templo
Senso-ji, onde seu pai ia armar a barraca noturna, e também a do Templo Tyosho-
ji, em cujo pátio o Fundador brincava quando criança é o “Sho Kannon”. Além
disso, sua esposa, Yoshi, nasceu em Nagoya, cidade onde está o templo de Ossu
Kannon.
Relembrando diversos fatos que vieram ocorrendo desde a sua infância, o
Fundador conscientizou-se ainda mais da grande afinidade que tinha com Kannon,
afinidade essa que remontava aos seus antepassados.
A VOZ DE DEUS
“KENSHINJITSU”
“O Ensinamento desfez
A longa dúvida que eu tinha
Sobre o motivo do meu nascimento
Neste mundo.”
“É venerável o Kannon
Que habita o corpo material
De um homem que, antes, era insignificante.”
“Surgiu
O deus Dragão Dourado,
Oculto nas profundezas
Do Lago de Shiga.”
“Finalmente surgiu
O deus Dragão Dourado
Que se escondia
No “Manai”(fonte de água sagrada) de Yassugahara-ame.”.
“Mizutome
Não havia chegado,
E vejam só!
Chorando bem forte,
Nasceu um menino.”
“Parteiro virei,
Sem alternativa.
Eu precisava
Ajudá-la no parto,
Aparando o bebê.”.
“Não sei se é
Algum Plano Divino,
Mas, em minha vida,
É a primeira vez
Que assisto a um parto.”
ATIVIDADES LITERÁRIAS
“Graciosa é a andorinha
Que, determinando
O canto do telhado
Como sua eterna residência,
Vai e vem voando.”
“Chuva de verão
Que reanima pessoas,
Animais e outros seres
Abatidos pelo intenso
Calor do Sol.”
O Fundador, que se caracterizava por realizar com perfeição tudo aquilo que
empreendia, estudou literatura com entusiasmo, buscando a avaliação e a
orientação de pessoas abalizadas. Também Yoshi, sua esposa, há muito já
possuía fama de habilidade literária; mostrou sua capacidade assim que iniciou a
composição de poesia “waka”.
Os dois exemplos que se seguem são obras do Fundador, feitas
respectivamente em 1928 e 1929.
Tema: “Tossokiguen” (saquê que se toma por ocasião das festas do ano
novo)
“ Tossokiguen “
Que na primavera
Faz ver o diabo como Buda.”.
“Deitado à toa
Passei o domingo
Sem fazer nada.”
“Tencionava compor
Um poema sobre a geada.
Dorminhoco que sou,
Quando acordei,
Nem vestígios encontrei.”
DIFUSÃO EM TÓQUIO
O ano de 1930 foi muito difícil para a sociedade japonesa, que entrou num
longo período de crise. A grande queda de preços no mercado financeiro de Wall
Street, em Nova York, ocorrida no mês de novembro de 1929, ainda permanecia
viva na lembrança das pessoas. Esse fora um ano tenebroso: a começar pelos
produtos agrícolas, o preço de tudo caiu; a produção baixou e houve um grande
aumento de desemprego.
Entretanto, apesar dessa situação, o início de 1930 tiveram seguido dias
de céu límpido. O amanhecer era muito frio e tudo ficava branco com a geada.
Aguardando a expansão da Obra Divina, o Fundador iniciou o novo ano com muita
decisão e esperança. Era o ano do cavalo, no horóscopo oriental, e correspondia
ao signo do Fundador, que completava quarenta e oito anos. A propósito de 1930,
ele escreveu:
“Embora o comércio
Seja o meu sustento,
O Plano Divino já existe.”
Entre tantos poemas, merece especial atenção o que foi escrito no dia 8
de fevereiro:
“A partir de hoje
Finalmente vou viver
Exclusivamente para a Obra Divina.”
“A partir deste início de primavera
Vou me empenhar na Obra Divina
Sem lamentar o que ficou para trás.”
VISITA AO TEMPLO NIHON-JI
VISITA AO TEMPLO
“O imponente portão
Do tão almejado Templo Nihon-ji
Ergue-se após o sopé
Do Monte Nokoguiri.”
“Entro na água
E sinto-me ressuscitar,
Na sala de banho
Com melancólica
Cobertura de palha.”
“É bem ampla
A esteira do templo.
O seu aspecto antigo,
Que se nota mesmo à noite,
Causa familiaridade.”
“No templo zen
A noite avança
Cada vez mais
E nosso diálogo
Continua sem fim.”
Os acompanhantes do Fundador alojaram-se no próprio templo; ele e sua
esposa foram encaminhados a um prédio que ficava um pouco acima, onde
descansaram.
Às três horas da manhã do dia 15, como não conseguia dormir
tranqüilamente, o Fundador levantou-se. Logo em seguida, toda a comitiva, de
lanterna na mão, partiu pelo escuro caminho, úmido do orvalho da noite, rumo ao
topo da montanha.
Levaram cerca de uma hora para subir a escadaria de pedra que o bonzo
responsável pelo templo levara quatro anos para construir. No momento em que
estavam chegando ao topo da montanha, na linha do longínquo horizonte, junto ao
mar, o céu começava a clarear. Felizmente, o tempo estava bom. Da névoa da
manhã, pouco a pouco surgia à grandiosa paisagem: o mar de Bosso, as
montanhas das redondezas e os dez estados da Região Kanto, que podem ser
divisados ao mesmo tempo. Era um cenário de beleza inexprimível.
E, no dia 19:
“De manhã cedo,
Recebi, por telefone,
O comunicado
De que Seizaburo Koike
Morrera afogado.“
No dia 17, o escultor Hossei Mori, que era amigo íntimo do Fundador, fez-
lhe uma visita e explicou-lhe que queria esculpir a estátua de Amaterassu Omikami
em madeira, mas estava em dúvida se uma pessoa como ele poderia esculpir uma
imagem tão sagrada. Então, o Fundador lhe disse que achava muito bom ele fazer
aquela estátua; que não deixasse de fazê-la. O tamanho ideal acrescentou ele, era
aproximadamente 1,70 metros. Ouvindo isso, Mori foi embora todo contente.
Quando a obra ficou pronta, o Fundador foi à casa do escultor, em
Yanaka, perto de Ueno, atendendo ao pedido que ele lhe fizera.
A estátua fora esculpida com muita arte, e Mori perguntou como deveria
fazer a auréola. “No sentido de expressar o Sol, seria bom uma circunferência bem
grande, em alto relevo”, orientou o Fundador.
Aproximadamente meio ano depois que começara a esculpi-la, Mori
concluiu a magnífica imagem, do tamanho de um ser humano. Como, na época,
ele era fiel da Omoto, envolveu-a com um pano branco e ofereceu-a essa Igreja.
Através dos fatos misteriosos ocorridos no alvorecer do dia 15 e dos
diversos fenômenos estranhos que vinham acontecendo ao seu redor, o Fundador
conscientizou-se ainda mais de que sua missão era divulgar amplamente a
chegada do Mundo do Dia e construir uma nova civilização.
SIGNIFICADO DA REVELAÇÃO
“Kannon vai
Concretizar, em breve,
Os ensinamentos
De Sakyamuni, Confúcio e Yasso.”
“No maravilhoso
Dia 15 de junho de 1931
Abriram-se às portas do Céu.”
“Sendo a doença
Uma ação para purificar
O corpo e a alma,
Ela é a maior
Bênção de Deus.”
“Kannon, Messias,
Miroku, Komyo Nyorai.
Os nomes diferem,
Mas Deus é um só.”.
COMO MISSIONÁRIO
“Meu resfriado
Ainda não passou.
Como sofro indo
Para lá e para cá,
Nas noites de frio!”
“Com a permanência
De cinco a seis fiéis,
Passamos a noite
Em claro, falando
Sobre os benefícios da Fé.”
Em abril de 1932, Tomozo Hida, que ficara curado de uma dor de barriga
e deixara o comércio de saquê para se tornar missionário, estava fazendo
dedicação numa casa em Omori. Informado de que seu sobrinho, residente em
Nanao, no Estado de Noto, havia contraído pneumonia e se encontrava em estado
grave, foi lhe ministrar Johrei. Sentindo, porém, que seu poder não era suficiente
em face da situação do enfermo, voltou para Tóquio e pediu ao Fundador que
fosse até aquela localidade. Este teve o pressentimento de que, embora fosse
ministrar Johrei na criança, ela não se salvaria. Entretanto, sabendo do amor de
Hida pelo sobrinho, atendeu ao seu pedido.
Às vinte horas do dia 8 de abril, ele pegou um trem noturno em
Yokohama, rumo a Noto, tendo chegado à casa da família Assai as quatorze horas
e trinta minutos do dia seguinte. Depois de ministrar Johrei no menino por três
vezes, este apresentou melhoras. Sendo assim, o Fundador partiu nessa mesma
noite, às vinte horas. Passou por Ayabe e no dia 12 retornou a Tóquio.
Na manhã do dia 14, chegou um telegrama dizendo que o estado da
criança se agravara, e novamente ele foi até Noto, viajando no trem noturno.
Tempo depois, disse a Hida: “Na primeira vez que vi o menino, achei que ele não
se salvaria, mas senti tanta pena dos familiares que estavam cuidando dele com
tanto empenho, que não tive coragem de dizer-lhes que não havia mais jeito”.
Pensando que talvez a criança pudesse se salvar, o Fundador mesmo
atarefado como era, conseguiu tempo e foi duas vezes à longínqua cidade de
Nanao. Entretanto, o menino faleceu no dia seguinte ao seu retorno daquele local
pela segunda vez. Os fatos ocorridos nesse ínterim estão registrados no diário do
Fundador:
“À noite, pintei,
Em oito folhas de “shikishi”,
Imagens de Kannon.”.
No dia 28 de agosto:
“Desde o entardecer
Fiquei a desenhar
Várias figuras de Kannon
Em “hansetsu” (Folha de papel cortada ao meio longitudinalmente) e “shikishi.”.
No dia 13 de outubro:
“Devido ao temporal,
Fiz poucos “tinkon”.
Desenhei grandes quadros
De Kannon.”.
“Nesta tarde,
Pude desenhar,
Pela primeira vez,
Onze Kannon
Para protetores de veículos.“
“Atendendo ao pedido
De protetores para carro,
Feito pela Companhia de Energia Elétrica da cidade,
Passei a noite inteira
Confeccionando-os respeitosamente.”
“Fiquei a confeccionar,
Com quarenta e cinco pessoas,
Até tarde da noite,
Os protetores contra acidentes de trânsito
Para serem colocados nos ônibus municipais.”
Nessa época, como já dissemos antes, atendendo aos pedidos que lhe
faziam, o Fundador confeccionava os “ohineri” e os outorgava aos fiéis.
PROPOSIÇÃO:
“O trabalho no Ojin-do
Terminou logo,
E pude ir à casa de Kanetaka
Pintar o quadro de Kannon.”
A ORAÇÃO “ZENGUEN-SANJI”
ELABORAÇÃO DO ESTATUTO
“À tarde, fui,
Com quatro ou cinco acompanhantes,
À inauguração
Da filial da “Kannon Kai”
A cargo de Nakajima.”.
Inauguração das outras três filiais e nome de seus responsáveis:
INSTITUIÇÃO PROVISÓRIA
“Luz do Oriente”
Deus, o Altíssimo,
Que há muito tempo não se manifestava,
Surgiu, transformando-se
Na Luz do Oriente.
A Luz do Oriente
É uma determinação de Deus
Que surgirá no país
Da Nascente do Sol, no Oriente.
Após o “naorai” (Distribuição de saquê aos participantes dos cultos após o término
destes), o Fundador narrou tudo que sucedera até a fundação da “Kannon Kai”,
detendo-se especialmente nos fatos ligados às três fotografias que mostram a
elevada espiritualidade de Kannon. Em seguida, para encerrar a cerimônia, houve
a apresentação da música “Mikuni no Homare” (“Orgulho da Pátria”), tocada em
“koto” no estilo “Ikuta” pela senhora Kisseko, esposa de Issai Nakajima. Segundo o
Fundador, o som límpido do “koto” ecoou ainda mais profundamente no coração
dos participantes, que renovavam sua alegria pela fundação da Igreja e prometiam
dedicar-se à Obra Divina a partir daquele momento.
Nesse mesmo dia, após a cerimônia, uma senhora que havia ingressado na
“Kannon Kai” recentemente, trouxe uma moeda de 1 “rin” (significa também “um por
cento”) e ofereceu-a ao Fundador. Na parte da frente dessa moeda havia a figura
do Kannon de Mil Braços em alto-relevo, e no verso, quatro ideogramas: “Sen
JuKan Non” (Kannon de Mil Braços). Imediatamente, o Fundador foi mostrá-la a
uma pessoa que há trinta ou quarenta anos lidava com moedas antigas, e essa
pessoa lhe disse: “É a primeira vez que eu vejo esse tipo de moeda”.
Parece que era realmente uma moeda rara. A esse respeito, o Fundador
comentou: “Creio que, através de um fato aparentemente insignificante, Deus
levou-me ao conhecimento de que o Kannon de Mil Braços faz o trabalho de um
por cento”.
O Fundador costumava explicar sobre a ação incompleta e imperfeita do
99% e a ação perfeita do 100%. Ele ensinava que a diferença, ou seja, “a ação do
1%”, manifestava o poder absoluto de completar as coisas.
Na noite da véspera da cerimônia de instituição da Igreja, o Fundador
recebera esta Orientação Divina: “Faça a instituição da Igreja e utilize como Sede
Provisória o prédio situado em Hanzo-Mon”.
O prédio de Hanzo-Mon fora utilizado até setembro como filial de Koji.
Logo na manhã seguinte, o Fundador foi ao local e orientou para que ali
construíssem um palco. Embora fosse uma época muito agitada, de final de ano,
as obras foram realizadas normalmente. O enfeite de pinheiro ficou magnífico, e só
restava esperar pela cerimônia de instituição.
Os nomes dos diretores da “Dai Nipon Kannon Kai” foram publicados no
Nº 1 do jornal “Toho no Hikari” (“Luz do Oriente”1, conforme a lista abaixo):
PIONEIROS DA IGREJA
“Mussashino apresenta-se
Todo verde.
E o pico do Fuji,
Límpido, neste dia
Ensolarado, depois da chuva.”
A RELIGIÃO DA LUZ
INSTITUIÇÃO DA DAI NIPON KANNON KAI (Associação Kannon do
Japão)
"Penso profundamente
No meu destino
De escolhido
Como depositário de Deus,
Para salvar o mundo. "
“Finalmente
Chegou o momento
Em que todos os cantos do mundo
Serão purificados
Pela Luz de Deus. "
"Fala-se
Na Luz do Oriente,
Mas trata-se
Da Luz Salvadora de Kannon. "
A Luz do Oriente
Finalmente está se expandindo
E, com o tempo, iluminará
O extremo oeste. "
A verdadeira salvação
Do Supremo Deus
É a Luz do Oriente
Que nascerá no Fim dos Tempos."
Por trás do fato de o Fundador ter instituído a Igreja com o nome Dai
Nipon Kannon Kai, havia uma dedicada trajetória em que ele fora despertando para
a sua profunda afinidade com Kanzeon Bossatsu. Desde o ano de 1926, este o
acompanhava, protegendo-o e, às vezes, manejando-o livremente. Nessa relação
íntima e inseparável, atuavam em prol da salvação da humanidade.
O Fundador, que viera provando incontáveis milagres através da cura de
um grande número de pessoas enfermas, foi esclarecendo pontos básicos
teológicos, tais como a fonte do poder de salvação que ele próprio manifestava
convictamente, a relação entre Deus e Kanzeon e a sua relação com este.
Mas que nível hierárquico de Kanzeon Bossatsu se manifestou ao
Fundador?
Nas escrituras budistas, Kanzeon Bossatsu era considerado como
materialização da ilimitada piedade que faz a salvação ansiada pelo povo. Não
existe nenhuma outra divindade que tenha sido alvo tão familiar de fé para os
povos do Oriente, desde os tempos antigos, a começar pela Índia, China e Coréia.
A Fé Kannon, no Japão, foi professada indistintamente por todas as classes
sociais, servindo de tema para poemas e histórias, como divindade de grande
poder.
Segundo os filólogos, o nome original de Kanzeon Bossatsu é
Avalokitesvara, em sânscrito, antiga língua da Índia. Este nome foi traduzido para o
chinês como "Kanzeon" e "Kozeon", pelo bonzo e escolástico Kumaraju, do
período inicial da Dinastia Tang. "Kozeon" significa "possuidor do nome que
concede Luz ao Mundo", e "Kanzeon","pessoa que atende aos pedidos do povo
sofredor". Assim, são considerados como nomes que englobam a grande piedade
e virtude de Kannon.
Kannon aparece em muitas escrituras budistas Daijo como encarnação da
salvação do mundo, recebendo nomes variados, de acordo com a sua atuação.
Existe, por exemplo, o "Fukukensaku Kannon ("Kannon que não despreza os
desejos das pessoas"), o Nyoirin Kannon ("Kannon possuidor do poder de realizar
todos os desejos") e outros, como Taissei, Bato, Byakue, Juitimen, Senjussengan
etc. Dizem que ele apresenta trinta e três faces, conforme o tipo, a hora e o local
da salvação que realiza.
Como já mencionamos, antes de fundar a Dai Nipon Kannon Kai, o
Fundador compôs a oração "Zenguen-Sanji ". Ele explicou que ela é uma súmula
do sutra "Kanzeon Bossatsu - Fumonbon", ou simplesmente sutra "Kannon", o
vigésimo quinto dos vinte e oito capítulos do sutra "Myo-horen-gue", chamado
comumente de sutra "Hoke".
O sutra "Hoke" influenciou não só a fé e a filosofia, mas também
a arte e a literatura budista. Muitas seitas, considerando-o como uma compilação
completa das últimas pregações sistematizadas de Sakyamuni, têm-no como
centro máximo de todas as escrituras budistas. Quem lhe deu essa posição foi
Tendai Daishi, na China, e, no Japão, o Príncipe Shotoku. O "Hoke Guisho", onde
este último interpretou o sutra "Hoke" e fez uma minuciosa pesquisa ideológica,
colocando-lhe observações, está guardado, atualmente, no Palácio Imperial, como
propriedade do Imperador. Nele está escrito: "Este não é um livro de alguém de
além-mar que se reúne a mim, Príncipe Shotoku, no Japão". Com isso, o príncipe
esclareceu que se trata de um livro de explicações elaboradas por ele próprio e
não um livro de interpretações budistas transmitidas por adeptos do continente
chinês. Segundo pesquisas atuais, há uma tendência a crer-se que essa frase
inicial tenha sido acrescentada posteriormente. De qualquer forma, fazendo-se
uma análise minuciosa do "Hoke Guisho", percebe-se que o sentido da frase é bem
preciso.
O sutra "Kannon" é considerado a parte mais importante do sutra
"Hoke" e geralmente veio sendo venerado como uma escritura independente.
Tomando por base o sutra "Kannon" ao fazer, antes da fundação da Igreja, uma
oração para ser rezada perante Deus, o Fundador assumiu a mesma posição que
o Príncipe Shotoku: não é uma reprodução do pensamento budista; baseia-se na
sua própria subjetividade.
A visão de Kannon pregada por ele, ou seja, a visão de Deus segundo a
nossa Igreja, está fundamentada numa interpretação feita através da Inteligência
Divina.
No dia 11 de janeiro de 1935, logo após a instituição da Igreja, o Fundador
dirigiu aos fiéis uma palestra sobre Kanzeon Bossatsu. Ensinou, então, que este é
a encarnação de Deus, tendo ido do Japão para a Índia, onde realizou diversas
providências. No sutra "Kegon", das escrituras budistas, conta-se que Zenzai Doji
(considerado a encarnação anterior de Sakyamuni) foi procurar Kanjizai Bossatsu
no Monte Hodaraka, em busca de seus ensinamentos. Esse Bossatsu, explicou
ele, é a encarnação de Deus que foi do Japão para a Índia.
Na fase em que o budismo, introduzido no país, foi sendo assimilado pela
sociedade japonesa, pregava-se ao povo a teoria sobre a identidade entre Buda e
Deus; segundo essa teoria, ambos possuem a mesma raiz, sendo que Buda é a
figura original, e Deus, a sua manifestação. Entretanto, baseado na Orientação
Divina, o Fundador pregou o contrário, ou seja, que Deus é a figura original, e
Buda, a sua manifestação.
Foi a primeira palestra oficial que ele fez sobre Kanzeon Bossatsu, o qual
atuava em sua pessoa e é o alvo da fé na Dai Nipon Kannon Kai. Desde então,
sempre que tinha oportunidade, nas palavras dirigidas aos fiéis ou nos artigos que
publicava, o Fundador, com uma interpretação completamente diferente dos sutras
"Daijo", posicionou o Kanzeon pregado por ele acima de Amida e não como
acompanhante deste.
Conforme está escrito na oração "Zenguen-Sanji", relembremos
respeitosamente o fato: "Sesson Kanzeon Bossatsu desceu do Céu à Terra,
manifestou-se como Komyo Nyorai e como Oshin Miroku; tornando-se Gusse no
Mikami, ele extermina os três males e as cinco impurezas do mundo, realiza o seu
grande desejo de salvar todas as criaturas, estabelece o Mundo de Eterna Luz e
Gozo. ."
Kanzeon é a encarnação de Deus, Criador do Universo, que, para salvar
a humanidade, desceu até o nível de Bossatsu (divindade incumbida da conversão
e salvação das pessoas e que se situa logo abaixo de Buda). Com o passar e a
mudança dos tempos, transforma-se em Komyo Nyorai e depois em Miroku
Omikami, estado original de Deus, através do qual passa a atuar. Portanto,
Kanzeon Bossatsu, posteriormente Komyo Nyorai, é a própria figura do Criador do
Universo, isto é, do Deus Supremo que se manifesta e atua de acordo com cada
época.
O Kanzeon Bossatsu, que é alvo da fé na Dai Nipon Kannon Kai, não se
limita à concepção budista. Ele não é outro senão o Ente Absoluto, fonte de todas
as divindades, Deus Salvador que deseja vivificar todos os seres. O Fundador
explicou, ainda, a forma como se manifesta a grande virtude de Kanzeon Bossatsu
e como se desenvolve a Providência Divina de salvação, dizendo que, quando o
poder de Kanzeon Bossatsu se irradia através dele, é que se manifesta como o
"Poder Kannon", capaz de salvar as pessoas e o mundo.
Através de um grande número de misteriosas vivências religiosas, o
Fundador conscientizou-se de que esse poder de salvação atuava intensamente na
Bola de Luz localizada em seu ventre, a qual é a fonte do milagroso poder de
salvação manifestado por ele. A esse respeito, ele escreveu: "Dessa Bola,
irradiam-se ondas de Luz infinitamente. E onde se localiza sua fonte? Localiza-se
no poder concretizador da vontade de Kanzeon Bossatsu, no Mundo Espiritual;
dele me é fornecida uma Luz infinita. Esse poder nada mais é que o ‘Poder
Kannon’, também referido como ‘Misterioso Poder da Inteligência Suprema’. Essa
Bola de Luz é a que Nyoirin Kannon também possui ".
O Nyoirin Kannon mencionado pelo Fundador é uma das manifestações
de Kanzeon Bossatsu, cuja forma varia de acordo com a atuação que vai ter.
Consideram-no como o Kannon encarregado de concretizar todos os desejos e
dizem que ele é capaz de atendê-los, de acordo com a sua vontade, graças à
misteriosa Bola de Luz que possui.
Na época, entre as pessoas que tiveram a oportunidade de contatar com o
Fundador, havia algumas que, tendo a faculdade da visão espiritual, enxergavam a
Bola de Luz que estava localizada em seu ventre. Através do poder manifestado
por ela, a Obra Divina ia sendo desenvolvida conforme os desígnios de Deus.
AS PUBLICAÇÕES
Além das atividades iniciais com a instituição da Dai Nipon Kannon Kai, o
Fundador também se dedicava ao método de tratamento que viera aplicando
desde sua ida para o Ojin-Do, isto é, o "Tratamento Espiritual de Digitopuntura no
Estilo Okada", desenvolvido ativamente como processo de cura por meio do
Espírito Divino. Seus eficazes resultados iam aparecendo com o passar do tempo,
e tornavam-se cada vez mais numerosas as pessoas que buscavam a salvação.
Paralelamente, aumentava o número daqueles que se interessavam pelo princípio
da cura da doença através da Fé e pelos princípios de higiene. Então, depois de
sua mudança para o Jikan-So, o Fundador planejou o estabelecimento e a
sistematização do princípio da cura da doença, o qual ele descobrira por meio do
método de tratamento praticado durante um ano. Mudando o nome desse método
para "Terapia Japonesa", pensou em derrubar, com ele, o extremismo da Ciência,
que pendia exageradamente para o materialismo, e torná-lo a chave para dar início
à Nova Civilização. Com esse propósito, empenhou-se na formação de pessoas
habilitadas na terapia espiritual, fundamentando-se no que escreveu e elaborou de
acordo a Orientação Divina.
O CURSO KANNON
DATA CONTEÚDO Nº DE
ALUNOS
15/07/35 - 1ª aula - O objetivo de Deus Supremo e o verdadeiro aspecto 114
da execução do Seu Plano para o Céu e a Terra.
25/07/35 - 2ª aula - A origem da Religião e a vinda do Salvador. 127
05/08/35 - 3ª aula - A verdadeira natureza de Kanzeon Bossatsu. 112
15/08/35 - 4ª aula - A realidade dos Mundos Divino, Espiritual e Material 123 .
25/08/35 - 5ª aula - A essência do Bem e do Mal e a construção do 120
Mundo de Luz.
05/09/35 - 6ª aula - A missão do Japão e dos outros países. 140
15/09/35 - 7a aula - A doença; princípios e métodos infalíveis para se 140
obter à saúde.
AS PRESSÕES
"Após a cerimônia
Do Culto Mensal,
Expliquei detalhadamente
O motivo da dissolução
Da Kannon Kai. "
"Como a tempestade
Que vem após a bonança,
Veio da Delegacia de Policia Metropolitana
A ordem de proibição de tratamentos. "
O CASO "OMIYA"
Desde que fundara a Igreja, por diversas vezes, o Fundador havia reformado e
ampliado casas, mas aquela era a primeira que ele construía. Além do mais, na
época do Hozan-So, em que se edificaram os alicerces da Igreja, o Fujimi-Tei foi o
lugar onde ele viveu durante quase dez anos.
Valorizando o silêncio que ali reinava, o Fundador passou a fazer, nessa casa, as
caligrafias a pincel e a escrever os Ensinamentos. Sob a rigorosa vigilância das
autoridades, o Fujimi-Tei adquiriu um importante significado na Obra Divina, por
sua localização nos fundos do terreno, o que o transformava num ótimo lugar para
as conversas com os discípulos.
Pensando agora, acho estranho que Meishu-Sama (o segundo nome de é de
respeito do fundador), a quem agradavam os ambientes alegres e claros, tenha
deixado aquele lugar quase como era, sem modificá-lo muito. Fico imaginando que
talvez ele o tenha deixado assim porque Nidai-Sama (nome de respeito de Yoshi)
gostava das coisas ao natural e ele não tivera outra alternativa diante da sua
relutância um tanto persistente.
O Fundador, que, possuindo aguçada sensibilidade religiosa, compenetrava-se na
paisagem natural e sentia-se totalmente envolvido em sua atmosfera de silêncio e
tranqüilidade, viria, mais tarde, a transformar em Solo Sagrado um lugar pitoresco,
muito mais próximo do Fuji, que dali podia ser apreciado entre tantos outros
aspectos da natureza. Podemos dizer que sua afinidade com esse monte sagrado
já começava a nascer em seu íntimo naquela época.
"Finalmente,
Passado pouco mais de um ano,
A longa proibição de tratamento
Foi anulada. "
“O país se preocupa
Em construir um novo mundo,
E as pessoas sofrem
Sem saber o que é servir”
“Vendo Luz
No caminho que sigo,
Em meu íntimo aflora
A fonte da esperança"
ATIVIDADES DE SALVAÇÃO EM FORMA PROVISÓRIA
A VIGILÂNCIA
O FIM DA GUERRA
A GRANDE EXPANSÃO
Em julho de 1948 foi instituída a nona igreja filial: Igreja Jitsuguetsu (mais tarde
denominada Igreja Meissei)
Responsável: Hidejiro Kobayashi
Aratama, quadra 2, nº 224 - cidade de Odawara - Estado de Kanagawa.
Instituída a Igreja Kannon do Japão, as atividades de salvação foram
totalmente reformuladas. Na nova organização, que iniciou suas atividades como
religião, o Johrei até então denominado "tratamento" passou a ser chamado de
"Purificação" e, logo a seguir, de "Johrei". Quanto ao talismã, este passou a ter as
palavras "Hikari" ("Luz"), "Komyo" ("Luz Intensa") e "Dai-Komyo" ("Luz Muito
Intensa") escritas verticalmente. A partir de janeiro de 1948, começou a ser
entoada a oração Zenguen-Sanji e também os salmos.
Foi nessa ocasião também que, por determinação do Fundador, os fiéis
passaram a dirigir-se a Deus, diante de Sua Imagem, pelo nome Miroku Omikami.
Na Imagem de Deus estava escrito "Dai-Komyo Nyorai" ("Divindade de Luz Muito
Intensa"); mais tarde, na época da Segunda Líder Espiritual, essas palavras foram
mudadas para "Dai-Komyo-Shinshin" ("Deus Verdadeiro de Luz Muito Intensa").
Isso significa que, desejando a salvação da humanidade, Deus, Criador do
Universo, que descera até a posição de Bossatsu e se manifestara sob o nome de
Kanzeon Bossatsu, finalmente retornava à sua posição original e começava a atuar
para desenvolver a grande obra da salvação.
Assim, efetuou-se o grande salto da terapia popular denominada
Tratamento de Purificação por Digitopuntura, para a pessoa jurídica de natureza
religiosa chamada Igreja Kannon do Japão. Entretanto, houve alguns membros que
vacilaram. Aqueles que pensavam unicamente em solucionar os seus próprios
problemas sentiram muita insegurança ao ouvirem falar do ideal de salvar a
humanidade e transformar a Terra num paraíso. Entre as pessoas que se limitavam
a pensar no Johrei como um tratamento, não conseguindo reconhecer a existência
de Deus e o Seu amplo desejo de salvação, muitas interpretaram que tinham sido
enganadas, quando se revelou seu aspecto religioso. Quanto aos intelectuais,
havia os que, embora comprovando a grandiosidade do Johrei, achavam
incoerente reconhecer nele o Poder Divino, uma vez que tinham uma visão
materialista do mundo. Havia, ainda, aqueles para os quais era embaraçoso,
perante a sociedade, ter ligação com uma religião nova.
Assim, quando foi instituída a Igreja Kannon do Japão, muitos membros
da Associação de Divulgação da Terapia Japonesa de Purificação se afastaram.
Por outro lado, as pessoas que, desde a época da Associação, haviam despertado
para a missão de salvar seus semelhantes e que, por trás do Johrei, captavam a
Vontade Divina de construir o Mundo Ideal, sentiram uma alegria inexprimível ao
verem chegar à época pela qual tanto esperavam. Com seu ardente entusiasmo
pela difusão, surgiam grandes milagres em todo, o país e muitas outras pessoas
foram sendo salvas. Assim, apesar de haver um grande número de desligamentos,
alcançou-se uma expansão que supria e ultrapassava esse número. O ano de
1947, em que se instituiu a Igreja Kannon do Japão, foi um ano de crescimento
inédito em toda a história da Igreja. O número oficial de membros que, na época do
término da guerra, era de algumas centenas, em dois anos chegou a dezenas de
milhares.
Em outubro de 1948, o Fundador deu autonomia à Igreja Miroku, uma das
nove filiais, a qual recebeu o nome de Igreja Miroku do Japão. No primeiro número
da revista "Hikari", editada pouco depois, ele explicou a relação entre a Igreja
Kannon do Japão e a Igreja Miroku do Japão: "Todas as coisas têm positivo e
negativo, masculino e feminino, vertical e horizontal; assim, se ambas as partes
caminharem suprindo suas falhas e defeitos, a expansão será mais rápida. É como
ter braço direito e braço esquerdo. Esta é a Verdade". A partir daquela data,
comprovando as palavras do Fundador, as duas Igrejas tiveram uma expansão
assombrosa; em 1949, o número de fiéis elevava-se a mais de cem mil.
O OLHAR DESCONFIADO DA SOCIEDADE
Dois meses depois que a Igreja, sob o novo sistema, iniciou a Obra Divina
de salvação do mundo com um vigor igual ao do nascer do Sol, Atami sofreu dois
grandes incêndios. O primeiro ocorreu na tarde do dia 3 de abril, no centro
comercial de Nakamisse, perto da estação, atingindo noventa e quatro casas. Dez
dias depois, aconteceu um incêndio como nunca se tinha visto antes: o fogo,
surgido pouco depois das dezessete horas numa empresa construtora situada no
aterro perto do mar, começou a se propagar com o forte vento que soprava, e logo
as ruas do centro foram engolidas pelas chamas. Conta-se que as labaredas que
se elevavam no céu noturno, podiam ser vistas até em Kamakura e Oisso, cidades
litorâneas como Atami, mas bem distantes dela. As chamas vigorosas, depois de
atravessarem a cidade, finalmente enfraqueceram, apagando-se no sopé da
Montanha Tenjin, na zona leste, por volta da meia-noite. De acordo com as
estatísticas, 979 casas foram queimadas, 1461 famílias ficaram desabrigadas, o
número de vítimas elevou-se a 5745, e os prejuízos foram avaliados em 3 bilhões
de ienes.
Além do forte vento, a precariedade do fornecimento de água foi fatal.
Devido à violência do fogo, os bombeiros da cidade e os que vieram ajudar
provenientes de cidades vizinhas, como Hayakawa e Yugawara, não conseguiram
trabalhar com eficácia, de modo que a situação chegou àquela grande tragédia.
Dizem que a causa direta do incêndio foi uma ponta de cigarro jogada por um
operário, a qual incendiou um tanque de gasolina.
Naquele dia, havia um grande número de dedicantes trabalhando nas
obras de construção do Solo Sagrado de Atami, junto com os profissionais. Na
época, o terreno onde se ergue o atual Templo Messiânico, os muros de pedra ao
redor, o terreno do Palácio de Cristal e outros aspectos básicos na Terra Celestial
delineavam as suas formas. Dali, a duzentos metros acima do nível do mar, as
labaredas, que começaram em determinado ponto da cidade, podiam ser vistas
bem em frente, dando a impressão de que era possível alcançá-las com as mãos.
Quando as sirenes começaram a tocar persistentemente e o incêndio parecia se
agravar, os dedicantes, preocupados com a Sede Provisória, situada relativamente
perto do ponto onde irrompera o fogo, desceram a montanha. No momento em que
eles chegaram lá, as faíscas caíam como chuva e pareceu-lhes que era questão de
tempo a Sede pegar fogo. A Imagem de Deus já havia sido levada para um local
seguro, juntamente com os quadros de caligrafia do Fundador.
Foi mais ou menos nessa hora que o Fundador chegou, na companhia de
Yoshi, vindo do Hekiun-So, situado no bairro de Minaguti. Depois de dirigir palavras
de agradecimento àqueles que apressadamente carregavam os objetos, ficou em
silêncio, ministrando Johrei na direção do fogo.
Logo em seguida as chamas atingiram a porta da frente, que caiu em
poucos instantes. O transporte dos objetos ainda continuou, e às pessoas que
estavam desocupadas, foram distribuídas baldes, bacias, panelas etc., a fim de
transportarem água para os lugares que pareciam estar em perigo. Ela era jogada
ininterruptamente, no telhado e nas paredes; entretanto, com a intensidade do
fogo, logo secava. Assim que isso acontecia, jogava-se mais água.
Enquanto repetiam esse trabalho às cegas, as pessoas não tinham nem
tempo para sacudir as fagulhas que caíam sobre seu próprio corpo. Além disso,
uma intensa chuva de fagulhas caía sobre o telhado. As casas e lojas situadas à
volta vomitavam fogo; a Sede estava cercada de três lados pelas labaredas, e as
árvores do jardim já não tinham mais folhas. O prédio do jornal "Hikari", que ficava
próximo, acabou sendo envolvido pelas chamas. Todos jogavam água no corpo,
para aliviar o calor, e até entravam no lago, para poderem continuar o trabalho,
mas as roupas logo secavam, parecendo que iriam pegar fogo a qualquer
momento. As pessoas que não tinham vasilhas para pegar água, subiam ao
telhado e estendiam desesperadamente a mão, ministrando Johrei na direção das
chamas que se aproximavam.
Exatamente na hora em que se pensava que era o fim, devagarzinho o
vento começou a mudar de direção. As labaredas, que pareciam prestes a engolir
a Sede a qualquer momento, foram empurradas para trás. Isso aconteceu por volta
das vinte e duas horas, ou seja, cinco horas após o início do incêndio.
Os avisos sobre a situação da Sede Provisória chegavam sucessivamente
ao Fundador, que havia retornado ao Hekiun-So: "Pegou fogo!" "Está queimando!"
etc.. Mas o Fundador, sem demonstrar o mínimo abalo, dizia, cheio de convicção:
"Não, ela não vai pegar fogo não." Pouco antes, quando o incêndio atingiu a Rua
Guinza, ele orientara: "Os bairros de Shimizu e Assahi também correm perigo. Por
isso, avise a todos e mande que se preparem para a evacuação." Ao mesmo
tempo, talvez convicto da absoluta proteção de Deus, disse também: "Pelo menos
a Sede Provisória será poupada."
Seria mesmo verdade?
O incêndio se alastrou de Guinza para Assahi e, em seguida, para
Shimizu, mas a Sede Provisória, que todos pensavam não escapar, continuou de
pé, em meio de escombros. E o milagre não foi só esse. Na manhã seguinte,
arrumando o local onde estava sediada a redação do jornal "Hikari", os dedicantes
descobriram, entre as cinzas e restos de objetos destruídos pelo fogo, alguns
jornais semiqueimados. Eram exemplares do primeiro número daquele periódico e
do número 53 do jornal "Kyussei", nome para o qual ele fora mudado. Todos
ficaram surpreendidos por eles terem sido poupados no meio do fogaréu, e essa
surpresa logo se transformou num sentimento de respeito, pois, na primeira página
do primeiro número do jornal "Hikari", havia sido publicada uma foto do Fundador
ocupando a metade da folha, e o fogo, como que se desviando da foto, queimara
apenas as bordas, em formato semicircular. No número 53 do jornal "Kyussei",
também na primeira página, havia sido publicada a figura de Daimiroku, desenhada
pelo Fundador. As pessoas que estavam realizando aquele trabalho descansaram
as mãos e, reunidas em volta dos jornais, choraram de emoção.
Esse milagre ocorrido durante o grande incêndio de Atami foi
pomposamente noticiado no jornal "Kyussei", ampliando o redemoinho de emoção
religiosa e dando coragem e esperança aos fiéis de todo o país, os quais tendiam a
ser malvisto, como integrantes de uma religião nova.
A PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA
INÍCIO
INVESTIGAÇÕES RESIDENCIAIS
PRISÃO
AS TORTURAS MENTAIS
Após ter sido libertado, o Fundador afastou-se de suas atividades por uns
tempos e foi descansar em Hakone, para recuperar-se da fraqueza mental e física
em que se encontrava. Deixou também de fazer as entrevistas com os membros e
de ditar os Ensinamentos. Passava os dias tranqüilamente, ouvindo música, por
exemplo. Quando foi se recuperando, deu início à confecção de mil quadros com a
caligrafia "As flores caem e os frutos se formam", os quais outorgou aos fiéis. Eram
quadros que expressavam este mistério da Providência: assim como é preciso que
as flores caiam para que os frutos se formem, em meio do sofrimento, há
ocorrências Divinas muito alentadoras.
Depois que Inoue, o secretário do Fundador, foi preso, no dia 8 de maio
de 1950, data em que teve início à perseguição religiosa, quem ficou no seu lugar
foi Teruaki Kawai, que mais tarde se tornou Presidente da Igreja. Sua principal
tarefa era atender os chantagistas que apareciam seguidamente. Na época, Kawai
tinha apenas vinte e cinco anos e estava fazendo difusão, sobretudo na Região
Kansai. Como era a primeira vez que iria dedicar ao lado do Fundador, perguntou a
este com que espírito deveria fazê-lo, ao que o Mestre respondeu: "Aqui não existe
nada disso." Ouvindo essas palavras, Kawai falou que tinha vontade de servir e de
se aprimorar, mas o Fundador replicou: "Você deve se aprimorar naquilo que for
necessário em cada ocasião. Não pense neste ou naquele aprimoramento. Ficarei
satisfeito se fizer o que eu digo." Diante disso, Kawai comentou: "Dessa forma,
parece que não há nada com que eu precise me preocupar. É isso mesmo?" O
Fundador então confirmou: "Sim. Isso é o que se chama de aprimoramento
celestial. Entretanto, como as pessoas que me procuram geralmente vêm atrás de
dinheiro, é preciso que seja suficientemente inteligente para enxergar a intenção
delas e tomar-lhes à dianteira. "
Pouco tempo depois, o Fundador fora preso e submetido a interrogatórios.
Passara aproximadamente três semanas detido e, sendo solto pela penitenciária
de Shizuoka, fora repousar em Hakone por algum tempo. Voltando a Atami, disse a
Kawai e às outras pessoas que ficaram cuidando da Igreja durante a sua ausência:
"Será que os fiéis não estão vacilantes? O meu sofrimento é imposto por Deus e,
por isso, não é nada grave. Mas eles não sabem da verdade e devem estar
preocupados." Ouvindo essas palavras, todos ficaram comovidos com o amor do
Mestre, que, embora ainda enfraquecido, preocupava-se com os fiéis.
Kawai fora acometido de uma grave tuberculose pulmonar em 1943,
quando cursava a Universidade de Wasseda, só lhe restando esperar pela morte.
Entretanto, recebendo Johrei com Issai Nakajima, pouco a pouco, recuperara a
saúde e, em contacto com os Ensinamentos do Fundador, despertara para um
novo mundo e decidira oferecer sua vida exclusivamente à Obra Divina. Na
ocasião em que foi dedicar ao lado do Mestre, em 1950, ocupava o cargo de
Responsável da Filial Tyokushin, ligada à Igreja Tengoku. Quando aquele ainda
estava vivo, Kawai dedicava-se à difusão na Região Kansai; depois, tornou-se um
dos diretores da Igreja; mais tarde, após o falecimento do Fundador, ocupou o
cargo de Presidente do Conselho Administrativo e, em seguida, o de Presidente da
Igreja.
SENTENÇA E REFORMA DA ORGANIZAÇÃO
"Perseguição Religiosa"
“É meu destino
Ter maiores sofrimentos
E maiores alegrias
Que as outras pessoas."
“A Terra Divina
Reflete-se aos olhos das pessoas
Como imagem de perfeita
Verdade, Bem e Belo. "
"Não há nada
Que possa comparar-se
A alegria que eu sinto hoje,
Vendo construída
A morada de Deus."
INÍCIO DA OBRA
O PLANO DE DEUS
"Abrigado do inverno
Em meu quarto,
Olhava todos os dias,
Pela janela,
O tranqüilo mar de Izu."
O terreno da Sede tinha aproximadamente 3.300 m2, sendo que o prédio ocupava
uma área de mais ou menos 570 m2, parte da qual foi utilizada como sala de
entrevistas. Comparando-se com o Solar da Montanha do Leste, era bem mais
amplo; entretanto, com o aumento cada vez maior do número de pessoas, tornou-
se pequeno em pouco tempo. Os fiéis que não conseguiam entrar tinham de
assistir aos cultos e participar das entrevistas em pé no jardim, durante mais de
duas horas. Assim, para que eles pudessem desfrutar de maior comodidade,
colocou-se ali, de início, um abrigo de lona e, posteriormente, uma cobertura
provisória, fazendo-se um corredor externo.
Por ocasião do grande incêndio ocorrido em Atami no dia 13 de abril de 1950,
todos os prédios da redondeza, conforme já se disse, foram destruídos pelo fogo;
todavia, rodeada pelas árvores carbonizadas, a Sede restou, o que constituiu um
grande milagre.
O GRUPO DE DEDICAÇÃO
Caligrafia do Fundador:
"Shinjin Zaiji"
("O Deus-homem está aqui")
"Deus é Luz.
Onde há Luz, existe paz, felicidade e alegria.
Onde não há Luz e Claridade,
Existe conflito, pobreza e doença.
Vós que desejais Luz e Prosperidade, Vinde!
Vinde e Louvai o nome de Deus;
Assim sereis salvos!"
Caso 5. 15".
1932 49 - 24/março - Nasce Kunihiro, o
quarto filho.
O Japão sai da Liga das
1933 Nações.
1944 62
- 5/maio - Muda-se para o Solar
da Montanha Divina, em Gora,
Hakone (Terra Divina - Solo
Sagrado de Hakone) .
- 5/outubro - Muda-se para o
Solar da Montanha do Leste,
em Atami.
- 25/fevereiro - Instituição da
1949 66 Igreja Miroku do Japão.
- Maio - Conclusão do Soun-Ryõ
(Alojamento Nuvem Ligeira)
posteriormente denominado
Nikõ-Den (Palácio da Luz do Sol)
, na Terra Divina.
- 5/junho - A Associação
Miroku do Japão filia-se à
Igreja Miroku do Japão.
Origem da Foto
Esta caligrafia está no Altar do Solo Sagrado de Hakone – Dai Komyo Nyorai
Esta é outra caligrafia que Meishu Sama fez para o altar da Igreja
Altar que Meishu Sama caligrafou para fazer a difusão
(Komyo e seu retrato especificamente tirado para o altar)
A Ikebana na figura é só uma amostra de como deve ficar no altar,
pode ser vivificada de diferentes flores.
KOMYO
IKEBANA
Após a ascensão do Mestre como já foi dito Yoshi (Nidai Sama) sua
esposa, assumiu a posição de segunda líder espiritual da Igreja Messiânica
Mundial. Ela substitui todos os altares das difusões, mostrado acima (Komyo) por
esta caligrafia abaixo feito por ela, aliás, a única. Deixando o altar Komyo somente
para ser altar do lar. O motivo pelo qual ela fez isso não foi divulgado.
OBS:
Os núcleos e dissidências conservam suas características, procuram fazer como
Meishu Sama, respeitando suas tradições e rituais, conforme posteriormente
descritos.
Palavras de Meishu
AMATSU NORITO "sentido"
Sama
Taka Ama Hara ni Kami
tsu mari masu
Kamurigui Kamuromi no
Mikoto motite Ó deuses da purificação,
Sume mi oya kamu criados por ordem do pai
Izanagui no Mikoto e da mãe
Tsukushi no himuka no que habitam o Céu,
tatihana no justamente quando
Odo no awagui harani o Deus Izanagui no
misogui Mikoto
Harai tamou toki ni nari se banhou na foz estreita
maseru de um rio coberto
Haraido no Ookami tati por árvores
moromoro no permanentemente
"A oração Amatsu-Norito
Magagoto tsumi kegare o frondosas,
remonta a uma época
Harai tamae Kiyome na região Sul.
anterior
tamae Com todo o respeito
à de Jinmu,
to moosu kotono yoshi o e do fundo do coração
o primeiro imperador do
Amatsu kami Kunitsu pedimos que nos ouçam,
Japão.
kami tal como o equino que
Foi escrita por um "deus"
Yaoyorozu no kami tati ouve atento,
da linhagem de
tomo ni com ouvidos aguçados
Amaterassu-Oomikami,
Ame no futikoma no e,
adorado pelo clã Yamato.
Mimi furi tatete kikoshi juntamente com os
Por isso suas palavras
meseto demais
possuem
kashikomi kashikomi deuses do Céu e da
um espírito muito elevado
momoosu Terra,
e uma ação intensa,
Miroku Oomikami purifiquem todas as
tendo o poder de purificar
mamoritamae sakihae maldades, desgraças e
o Céu e a Terra."
tamae pecados.
Miroku Oomikami Miroku Oomikami
mamoritamae sakihae Abençoai-nos e protejei-
tamae nos
Meishu no Oomikami Meishu Sama
mamoritamae sakihae Abençoai-nos e protejei-
tamae nos
Meishu no Oomikami Para expansão da nossa
mamoritamae sakihae alma
tamae Seja feita a Vossa
Kannagara tamatihae vontade
mase
Kannagara tamatihae
mase
ZENGUEN SANJI Prece de Louvor a História
Deus
Uyauyashiku Meditemos com
omonmiruni. reverência no Senhor Em 23 de
Sesson Kanzeon Bodissatwa Kannon que, Dezembro de 1934,
Bossatsu ao descer do céu à terra Meishu Sama procedeu à
konodoni amorasse em Komyo Nyorai, cerimôniade fundação da
tamai transformou-se a seguir Igreja, de forma
Komyo Nyorai to guenji em Ooshin Miroku e prévia,em Sua residência,
Ooshin Miroku to kashi posteriormente em denominada Ôshin-Dô,
Meshia to narasse Messias. Salvar a todos situada em Kôji-Mati-ku,
Daisen sanzen sekai no os seres vivos é o Seu Hiraga-tyo, em Tóquio.
sandoku o me'shi gojoku sublime anseio Sendo dia do 52º
o kiyome. expurgando dos três aniversário de Meishu
Hyakusen man oku i'sai mundos os três venenos Sama, comemorou-se
shujo no dai nengan. e as cinco impurezas, essa data também, na
Komyo joraku eigono para que a luz e o júbilo mesma ocasião.
ju'po sekaio eterno para sempre se
narashimete. instalem em todos os Foi então entoada, pela
Gofu jyuuno kuruinaku cantos do mundo. No primeira vez, a oração
fukukaze edamo narassu reino de Miroku gerado Zenguen-Sanji, após a
naki. por Kannon a desordem Amatsu-Norito.
Miroku no myoo não existe.
umitamoo. Venta a cada cinco dias, Entoada novamente oito
Muryo muhen no chove a cada dez e a dias depois na cerimônia
daidihini, brisa é tão suave que oficial da fundação da
tenmarasetsumo nem os galhos farfalham. igreja, a 1º de Janeiro de
matsuroite. Com Sua grandiosa, 1935, passou a se
Shoaku jahouwa infinita e ilimitada constituir oração peculiar
aratamari, misericórdia, que até aos da igreja.
Yasha ryudinmo demônios celestes e aos
guedatsu nashi. diabos induz a Lhe Na passagem da
Shozen bushin prestarem obediência, Transição da Noite para o
kotogotoku Ele extingue os vários Dia no mundo espiritual, a
sono kokorozashio males e anula as leis Zenguen Sanji, na pura
toguru nari malignas, libertando acepção da palavra,
Sansen somoku igualmente os Yashas e evoca o insondável
kotogotoku os Dragões. intento Divino, em sua
Sesson no itokuni Todos os santos penetrante, bela, fluente,
nabikaite homens, os Budas e os límpida e harmoniosa
Kinjutyugyo no Devas podem, assim, ressonância. Descreve
suemademo cumprir as suas missões. ainda a situação do
mina sono tokoroo Os rios e montanhas, as Paraíso Terrestre que
ezarunashi plantas e as árvores será estabelecido no
massani kore shibi jísso recebem copiosas futuro.
sekainite. Karyobingawa graças de Kannon.
sorani mai As aves, os animais, os Alguns anos após a
zuiuntenni tanabikeba. insetos e os peixes fundação da igreja no
Banka fukuikutini kunji podem viver plenamente Japão, que entrara na
tahoo bu'to sossori tati. a sua vida, cada qual confusa época que
Hitidoo garanwa kassumi ocupando o seu exato precedeu a 2ª Guerra
tsutsu koganeno iraka lugar. E o mundo Mundial, as ideologias
sansanto assume, então, o seu passaram a ser
hini terieizu koukeiwa, verdadeiro aspecto. Por rigorosamente
guenimo tengoku jodo entre as nuvens de bom controladas, suas
nari. presságio a estender-se palavras censuradas e as
Gokoku minorite kurani pelo firmamento voa a religiões oprimidas.
miti ave do paraíso sobre a
sunadori yutakani terra perfumada na qual Em 1938, chegou-se ao
amegashita, milhares de flores ponto de se ver proibidas
iketoshi ikeru moromoro exalam a sua fragrância. as atividades das novas
no Ladeada de grandes religiões. Não obstante
eragui niguiwau templos obnubilados seu desempenho,
koegoewa pela distância destaca-se também Meishu Sama
tsutsu uraurani a torre sagrada com viu-se cerceado na
mitiwatari. seus muitos tesouros, liberdade religiosa em
Kunito kunitono em cujos telhados de face das circunstâncias, e
sakainaku ouro refulgem os raios voltou-se para um
hito gussa tatino do sol. Tal é a paisagem movimento de salvação
nikushimiya. do reino dos céus no pela cura.
Isakaigoto mo yumeto solo purificado. Fartas
kie colheitas de cereais Nesse período, a
í'tenshikai Kannonno abarrotam os armazéns, Zenguem Sanji não foi
jinjino mimuneni a pesca é abundante e entoada.
idakaren. as vozes de todos os
Wareraga hibino seres vivos elevam-se Após o término da guerra,
segyounimo animadas para o céu. em 1945, assegurada a
myotio tamai shinkakuo Desapareceram, como liberdade de crença, a
essashime iewa por encanto, as divisas igreja reiniciou suas
tomissakae. entre os países, os ódios atividades como "Nippon
Yowaiwa nagaku e motivos de disputa Kannon Kyodan" e a
muiyakuni entre as raças humanas Zenguen Sanji
zentoku koo kassane e a humanidade é novamente passou a ser
sasse abraçada pelo entoada com a Amatsu
fukujukai muryono misericordioso peito de Norito.
daikudoku. Taressasse Kannon. O verdadeiro
tamae mashimasse to despertar da sabedoria
nennen jushin divina é praticado em
guezatonshu nosso trabalho cotidiano.
kifuku raihai negui A família prospera
moossu. acumulando atos
Miroku Oomikami virtuosos e tem a sua
mamoritamae sakihae vida prolongada sem
tamae remédios ou
Miroku Oomikami medicamentos.
mamoritamae sakihae Concentrado, de todo o
tamae coração, de cabeça
Meishu no Oomikami baixa e corpo curvado,
mamoritamae sakihae peço humildemente que
tamae tais bênçãos chovam do
Meishu no Oomikami céu, formando um mar
mamoritamae sakihae de ilimitada bem-
tamae aventurança.
Kannagara tamatihae Assim seja.
mase
Kannagara tamatihae
mase
Quando se está sufragando espíritos de antepassados, ao invés de
"Miroku Oomikami" ou "Meishu no Oomikami", invoca-se "Kakuriyo no
Ookami" que é a Entidade que cuida das almas no mundo espiritual...
951
Myonichi no Medicina para o Takeshi 1942- pp +
Tokyo
ijutsu amanhã Shiozawa 43 xx (3
vols.)
409
Tenguku no O Evangelho de Katsuyuki
Tokyo 1947 pp +
fukuin Deus Sakai
xiv
Nohon 106
Shinko Ensaios sobre a
Tokyo Kannon 1949 pp +
zatsuwa Fé
Kyodan vi
Nijusseiki
Atami,
Noções do Shuppan 77
Reikai sodan Shizuoka 1949
mundo espiritual Insatsu pp
pref.
Goshigaisha
Nijusseiki
Reflexões Shuppan 76
Jikan zuidan Atami 1949
Variadas Insatsu pp
Goshigaisha
Nijusseiki
Kiseki História dos Shuppan 78
Atami 1949
monogatari Milagres Insatsu pp
Goshigaisha
Nihon
Hikari e no O caminho para 69
Odawara Miroku 1949
miti a Luz pp
Kyokai
301
Kaichiro
Yama to mizu Montanha e rio Tokyo 1950 pp +
Kosaka
viii
Uma abordagem
Shinji no divinamente Kyusei 72
Tokyo 1950
Kenkoho inspirada para a Shimbunsha pp
saúde
Sekai Uma introdução
57
Meshiyakyo para Sekai Tokyo Eikosha 1950
pp
hayawakari Meshiyakyo
Notas sobre 63
Tokyo Eikosha 1951
agricultura pura pp
Shizen nohoo
Kaisetsu Sekai 236
(edição revisada
Atami Meshiyakyo 1953 pp +
e ampliada)
Shuppanbu viii
Sekai 107
Antologia de
Sanka-shu Atami Meshiyakyo 1951 pp +
Hinos
Shuppanbu iv
Sekai 235
Kekkaku Cura espiritual da
Atami Meshiyakyo 1952 pp +
shinko ryoho tuberculose
Shuppanbu iv
Os trabalhos 300
milagrosos de 1953 pp +
Sekai Deus Sekai xi
Meshiyakyo Atami Meshiyakyo
kiseiki-shu Shuppanbu 302
(edição revisada) 1954 pp +
xi
Sekai 520
Goshinsho: Ensaios sobre a
Atami Meshiyakyo 1954 pp +
Shukyo-hen religião
Shuppanbu x
Sekai
Meshiyakyo Sekai 318
Ensaios sobre
seiten: Atami Meshiyakyo 1955 pp +
arte e sociedade
Geijutsu-hen, Shuppanbu vii
shakai-hen
Amerika wo Salvar os
. . . .
Sukuu Estados Unidos
Bunmei no A Criação da
Principal Obra, ainda não publicada
Soozoo Civilização
2. - Jornais e Revistas editados até 1955
Nihon Kannon
08/mar/49 Kaichiro Kyodan
Hikari Luz 1 - 47 Tokyo
28/jan/50 Kosaka Nihon Miroku
kyokai
04/fev/50 Kaichiro
Kyusei Salvação 48 - 65 Tokyo Hikarisha
03/jun/50 Kosaka
66/115-Masao Koyama +
116/149-Umeno Koyama
23/ago/50
Eiko Glória 66 - 258 (Tokyo/Eikosha); 150/258-
26/mai/54
Seiichi Momomi (Atami/Sekai
Meshiyakyo Shuppanbu)
Sekai
Tijyo Paraíso dez/48 Jitsutaro Meshiyakyo
1 - 59 Atami
Tengoku terrestre jun/54 Moriyama Shuppanbu
(desde 1950)
Sinopse
ARTE DO JOHREI
Johrei é um manancial inesgotável de Luz,
liberada por Deus ao universo, que pode ser
canalizada através da palma da mão, constituindo
um método de tratamento da Nova Era. Traz,
como resultado, a cura de todas as doenças físicas
e espirituais, criando assim um mundo de paz e
prosperidade. Na verdade, vai ser, no novo
milênio, uma poderosa fonte de energia
renovadora da vida da humanidade.
MISTÉRIO DA GRANDE
NATUREZA
EVANGELHO DO CÉU -
VOLUME III - REINO DIVINO
COLETÂNEA DE SALMOS -
VOLUME I - DEUS
ORAÇÕES - VOLUME I
-livro compilado da
EMS - revista Glória.
publicações -Informativo .
antigas messiânico.
- ...
Revista editada - É preciso permissão de Deus para
pelo mundo entrar na nossa religião.
messiânico - Entra nesta religião para receber Luz
brasileiro. Desde o e dedicar-se à salvação do próximo
nº 1 em Janeiro de - Missão dos membros.
1965, ainda como - Examinai a vossa Fé, e depois ...
Revista
jornal informativo - O primeiro passo no preparo
Glória, no
até Outubro de espiritual.
Brasil:
1969, no nº 43. - O nascimento desta religião.
Muito rica em - Religião que mostra Deus.
Ensinamentos, - O poder de Deus está mudando o
experiências de Fé curso dos acontecimentos.
e amplo - Princípio da Agricultura Natural.
documentário. Na - Métodos de purificação.
medida do - A Igreja Messiânica Mundial e a
possível, iremos Beneficência Pública.
publicando algum - Espírito de Justiça.
material aqui. - A pandorga emitiu Luz
(reminiscência).
- O homem e as doenças
Alguns
- Sussurro de Satanás
Ensinamentos
. - Por que sofremos.
não
- É difícil definir o Bem e o Mal.
publicados
- As doenças mentais e a epilepsia.
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA