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Português – Exercícios complementares – 3ª série – 1º período

Assuntos: Estilo individual e Estilo de época, Pré-Modernismo

Questão 1
O mundo da literatura, como o da linguagem, é o mundo do possível. Esta
afirmação não tem nada de novo. Já Aristóteles, respondendo a Platão, dizia
que, enquanto a história narrava o que realmente tinha acontecido, o que podia
acontecer ficava por conta da literatura.
Devagar, leitor. Esse compromisso da literatura com o mundo possível não
implica o abandono do projeto de fazer do presente seu ponto de partida ou de
chegada.
(Marisa Lajolo)

Considerando as relações entre texto literário e realidade, julgue os itens a


seguir.
I. A obra literária participa de um processo que se relaciona com os demais
fatos culturais da comunidade e com a época em que foi escrita, expressando,
assim, a visão de mundo de determinado momento histórico.
II. O texto literário de ficção cria uma realidade possível a partir de mecanismos
estéticos particulares. Dessa forma, ao contrário dos textos estritamente
referenciais, o texto literário oferece ao leitor um mundo que está mais aberto
ao jogo de interpretações, sendo, assim, avesso ao estabelecimento de um
sentido único.
III. O texto literário tem um caráter histórico, não no sentido de que narra
fatos históricos, mas no de que revela os ideais e as concepções de um grupo
social em uma determinada época.
IV. O escritor de um texto literário recria a realidade em um universo
autônomo.

Questão 2
Considerando a maneira própria de cada escritor se expressar e o estilo que
predomina nas manifestações culturais de uma determinada época, é correto
afirmar que
I. o estilo de um autor caracteriza-se, individualmente, como decorrência do
seu objetivo ao escrever um texto e de como trabalha o material linguístico que
escreveu.
II. o emprego das palavras, a construção frasal e a elegância de um estilo
individual são ditados, exclusivamente, pela tradição linguística.
III. um texto literário é resultante do cruzamento do estilo de época com o estilo
individual.
IV. as inovações linguísticas consagradas por escritores, com base na
tendência da fala popular, podem se institucionalizar gerando mudanças na
língua.

Estão corretas
(A) apenas as afirmações I, II e III.
(B) apenas as afirmações I, II e IV.
(C) apenas as afirmações I, III e IV.
(D) apenas as afirmações II, III e IV.
(E) as afirmações I, II, III e IV.
Questão 3
A expressão Pré-Modernismo traz implícita uma significação peculiar, uma vez
que o termo “pré” remete a uma situação de anterioridade, dentro de um
contexto abrangente e múltiplo de sentidos; “modernismo”, em sentido amplo,
refere-se à evolução, ao progresso, e, em sentido estrito, especificamente, a
um gênero literário que apresenta características próprias e inerentes. Dessa
maneira, pode-se dizer que, ao usar a expressão

(A) pretende-se ensejar uma definição vaga do movimento que despontava.


(B) havia a certeza de que o movimento não teria repercussão.
(C) rotulou-se um estilo literário único, reflexo da situação estável que ora
existia.
(D) tematizou-se o sentimento como a única fonte de inspiração de seus
integrantes.
(E) procurava-se refletir as contradições de uma realidade em que várias
correntes de pensamento se distinguiam e, ao mesmo tempo, contemplavam-
se.

Questão 4
Este novo período, que incluímos cronologicamente entre 1900 e 1920, é o que
chamamos de eclético, porque tudo que vai entre o Simbolismo e o
Modernismo se caracteriza, acima de tudo, por não poder ser resumido numa
escola dominante e, ao contrário, compreender a coexistência dos simbolistas,
realistas e parnasianos, até mesmo os da geração que, em 1920, iriam
desencadear o Modernismo. Foi o Pré-Modernismo.
(Alceu Amoroso Lima.)

De acordo com o autor, o período eclético se caracteriza


(A) pela existência antagônica de diferentes orientações estilísticas.
(B) pela combinação de elementos heterogêneos e experiências literárias que
desaguariam no Modernismo.
(C) por certas experiências literárias preparatórias da revolução pré-
modernista.
(D) pelo predomínio de traços simbolistas, realistas e parnasianos sobre os
pré-modernos.
(E) por ser uma fase de transição, muito confusa, cujo apogeu é o Simbolismo.

Questão 5
Assinale a opção que apresenta a típica postura literária do Pré-Modernismo.
(A) Necessidade de superar, em termos de um programa definido, as estéticas
românticas e realistas.
(B) Pretensão de dar um caráter definitivamente brasileiro à nossa literatura,
que os escritores julgavam por demais europeizada.
(C) Preocupação com o estudo e com a observação da realidade brasileira.
(D) Necessidade de fazer crítica social, já que o Realismo havia sido ineficaz
nessa matéria.
(E) Aproveitamento estético do que havia de melhor na herança literária
brasileira, desde suas primeiras manifestações.
Questão 6
Assinale a opção correta a respeito da produção literária brasileira considerada
pré-modernista.
(A) Trata-se de um período de transição, em que os escritores, apesar de ainda
guardarem traços das estéticas realista, naturalista ou parnasiana,
expressaram um viés crítico que será explorado pelos modernistas.
(B) O nacionalismo pré-modernista identificava-se com o da primeira geração
romântica, em que autores como Gonçalves Dias e José de Alencar
idealizavam as origens e a constituição do povo brasileiro.
(C) As obras apresentaram uma clara sobreposição aos ideais literários do
Parnasianismo, pois os escritores, do início do século XX, pretenderam retratar
o Brasil de modo otimista e idealizante.
(D) Os textos apresentam um caráter polêmico e uma linguagem descuidada,
com pouca consciência estética, já que seus escritores não tiveram uma
formação literária adequada.

Questão 7 (ENEM 2014)


Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco, Já o verme – este operário das ruínas –


Monstro de escuridão e rutilância, Que o sangue podre das carnificinas
Sofro, desde a epigênese da infância, Come, e à vida em geral declara guerra,
A influência má dos signos do zodíaco.
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
Profundissimamente hipocondríaco, E há de deixar-me apenas os cabelos,
Este ambiente me causa repugnância… Na frialdade inorgânica da terra!
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

(Augusto dos Anjos)

A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição


designada como pré-modernista. Com relação à poética e à abordagem temática
presentes no soneto, identificam-se marcas dessa literatura de transição como

(A) a forma do soneto, os versos metrificados, a presença de rimas, o


vocabulário requintado, além do ceticismo, que antecipam conceitos estéticos vigentes
no Modernismo.
(B) (B) o empenho do eu lírico pelo resgate da poesia simbolista, manifesta em
metáforas como “Monstro de escuridão e rutilância” e “Influência má dos signos do
zodíaco”.
(C) (C) a seleção lexical emprestada do cientificismo, como se lê em “carbono e
amoníaco”, “epigênese da infância”, “frialdade inorgânica”, que restitui a visão
naturalista do homem.
(D) (D) a manutenção de elementos formais vinculados à estética do
Parnasianismo e do Simbolismo, dimensionada pela inovação na expressividade
poética e o desconcerto existencial.
(E) (E) a ênfase no processo de construção de uma poesia descritiva e ao mesmo
tempo filosófica, que incorpora valores morais e científicos mais tarde renovados pelos
modernistas.
Questão 8 ( (FGV - 2009)
Em um dos seus primeiros artigos, no qual foi criada a personagem Jeca Tatu,
Monteiro Lobato escreveu:

Esboroou-se o balsâmico indianismo de Alencar ao advento dos Rondons. (...)


Não morreu, todavia.
Evoluiu.
O indianismo está de novo a deitar copa, de nome mudado. Crismou-se de
“caboclismo”. O cocar de penas de arara passou a chapéu de palha rebatido à
testa; (...) Mas o substrato psíquico não mudou: orgulho indomável,
independência, fidalguia, coragem, virilidade heroica, todo o recheio em suma,
sem faltar uma azeitona, dos Peris e Ubirajaras.

A comparação de “caboclismo” com “indianismo”, feita por Lobato no trecho


citado, objetivava criticar, nessas correntes literárias, uma visão do índio e do
caboclo que se caracterizava pela

(A) animalização.
(B) ridicularização.
(C) marginalização.
(D) socialização.
(E) idealização.

Questão 9 (UFV MG)


Leia as afirmativas abaixo, relacionadas ao Pré-Modernismo brasileiro.
I. Lima Barreto, Euclides da Cunha, Monteiro Lobato e Graça Aranha são
autores pré-modernistas, cujas obras revelam interesse pela realidade
brasileira.
II. As obras dos escritores pré-modernistas anteciparam alguns pressupostos
temáticos e/ou formais do Modernismo.
III. Denomina-se Pré-Modernismo o período de transição entre as tendências
artísticas do final do século XIX e o Modernismo.

Está correto o que se afirma em


(A) II, apenas.
(B) III, apenas.
(C) I, II e III.
(D) I e II, apenas.

Questão 10
Lima Barreto foi uma das figuras mais contraditórias e controvertidas da
literatura brasileira do início do século XX. Sobre sua obra, assinale V para
verdadeiro e F para falso.

I. Lima Barreto participou do movimento do Pré-Modernismo, que tinha um ideário


estético rígido, com linguagem altamente formal e cuja temática dominante era a
defesa do regime republicano recém instalado.
II. O autor foi um dos pioneiros no uso do estilo jornalístico na literatura. Com
linguagem objetiva e informal, descreve com clareza e simplicidade o cotidiano das
classes desfavorecidas, às quais pertencia.
III. Nos seus escritos, denuncia os problemas políticos e os preconceitos sociais de
seu tempo, que ele, como mulato pobre, vivenciou.
IV. Em seu livro mais famoso, Triste Fim de Policarpo Quaresma, Lima Barreto foca a
vida de uma personagem cujo nacionalismo beira a xenofobia. Por trás disso, faz uma
grande crítica à política da República Velha.
V. Podemos considerar a obra Triste Fim de Policarpo Quaresma um exemplo de
nacionalismo ufanista, o que aproxima a obra do Romantismo, pois Policarpo
Quaresma é um herói nacionalista.

Questão 11
A partir da comparação entre Monteiro Lobato e Euclides da Cunha, assinale o
que for incorreto.
(A) A descrição de dois tipos regionais brasileiros, o caipira e o sertanejo, revela a
preocupação dos autores em denunciar nossa distância em relação à imagem pós-
republicana e parnasiana de um país civilizado, próximo à Europa, no ritmo da
modernidade.
(B) Apesar das diferenças estilísticas e de tipos específicos de enfoque, Monteiro
Lobato e Euclides da Cunha mostram, respectivamente no "Jeca Tatu" e no
"sertanejo", paisagens regionais.
(C) A denúncia da existência desses tipos nacionais marginalizados, esquecidos pela
literatura oficial cosmopolita, aproxima Monteiro Lobato e Euclides da Cunha de nosso
Modernismo, fazendo com que o anunciem, razão pela qual são designados pré-
modernistas.
(D) Monteiro Lobato e Euclides da Cunha tinham por objetivo fazer a denúncia de
problemas estruturais da sociedade brasileira de uma maneira bastante mecanicista
ou determinista.
(E) Ao focalizar diferentes regiões, as duas obras promovem um descentramento que
nunca havia sido realizado na literatura brasileira.

Questão 12 (FGV)
Monteiro Lobato antecipou algumas ideias defendidas pelos modernistas, mas
também adotou posição contrária à arte moderna. Em sua obra, exemplificam
essas atitudes antagônicas, respectivamente, a

(A) sátira ao purismo linguístico e a crítica a Anita Malfatti.


(B) valorização da influência estrangeira e o estímulo do espírito crítico das
crianças.
(C) predileção pelos temas do passado histórico e a preocupação com as
relações sociais no meio rural.
(D) adoção de modelos do Naturalismo e a tematização do folclore brasileiro.
(E) defesa da correção gramatical e as adaptações de clássicos da literatura
universal.

Questão13
Os sertões
Os menores vinham às costas dos soldados agarrados às grenhas
despenteadas há três meses daqueles valentes que havia meia hora ainda
jogavam a vida nas trincheiras e ali estavam, agora, resolvendo
desastradamente, canhestras amas-secas, o problema difícil de carregar uma
criança. Uma megera assustadora, bruxa rebarbativa e magra — a velha mais
hedionda talvez destes sertões — a única que alevantava a cabeça espalhando
sobre os espectadores, como faúlhas, olhares ameaçadores; e nervosa e
agitante, ágil apesar da idade, tendo sobre as espáduas de todo despidas,
emaranhados, os cabelos brancos e cheios de terra, — rompia, em andar
sacudido, pelos grupos miserandos, atraindo a atenção geral. Tinha nos braços
finos uma menina, neta, bisneta, tataraneta talvez. E essa criança horrorizava.
A sua face esquerda fora arrancada, havia tempos, por um estilhaço de
granada; de sorte que os ossos dos maxilares se destacavam alvíssimos, entre
os bordos vermelhos da ferida já cicatrizada... A face direita sorria. E era
apavorante aquele riso incompleto e dolorosíssimo aformoseando uma face e
extinguindo-se repentinamente na outra, no vácuo de um gilvaz. Aquela velha
carregava a criação mais monstruosa da campanha. Lá se foi com o seu andar
agitante, de atáxica, seguindo a extensa fila de infelizes..
(Euclides da Cunha.)

A partir do fragmento apresentado e considerando a obra a que pertence,


julgue os itens a seguir.

I. Pelo contexto, trata-se dos momentos finais do livro, em que o autor


descreve os ataques a Canudos e sua extinção.
II. Em Os Sertões, há passagens dominadas por termos técnico-científicos,
passagens com acúmulos de vocábulos do português erudito e passagens
jornalísticas, em que a linguagem é bastante direta e não muito difícil para os
padrões da época. O trecho lido exemplifica essa terceira hipótese.
III. Ao acentuar os aspectos desagradáveis de uma vítima da guerra, o autor
pretende denunciar os horrores da campanha da República contra os
sertanejos, e não apenas exibir vocação para o grotesco.
IV. Segundo o autor, a natureza, tema da primeira parte da obra, é cenário
desolador, dentro do qual vivem e lutam os homens que podem transformá-la,
sem que sejam por ela transformados.
V. A produção da obra, oriunda de um acontecimento ocorrido no sertão da
Paraíba delimitado por um quadro cientifico, político e cultural próprios do
século XIX, permite vislumbrar nela o caráter documental, factual, de um tempo
e de uma história.
IV. O caráter revolucionário da obra impõe-se por salientar a importância da
integração do imigrante à vida brasileira.

Questão 14 (UNIFESP – SP)


Apóstrofe à carne
Quando eu pego nas carnes do meu rosto, Carne, feixe de mônadas bastardas,
Pressinto o fim da orgânica batalha: Conquanto em flâmeo fogo efêmero ardas,
– Olhos que o húmus necrófago estraçalha, A dardejar relampejantes brilhos,
Diafragmas, decompondo-se, ao sol-posto.
Dói-me ver, muito embora a alma te acenda,
E o Homem – negro e heteróclito composto, Em tua podridão a herança horrenda,
Onde a alva flama psíquica trabalha, Que eu tenho de deixar para os meus filhos!
Desagrega-se e deixa na mortalha
O tacto, a vista, o ouvido, o olfato e o gosto!

(Augusto dos Anjos)


No soneto de Augusto dos Anjos, é evidente

(A) a visão pessimista de um “eu” cindido, que desiste de conhecer-se, pelo


medo de constatar o já sabido de sua condição humana transitória.
(B) o transcendentalismo, uma vez que o “eu” desintegrado objetiva alçar
voos e romper com um projeto de vida marcado pelo pessimismo e pela tortura
existencial.
(C) a recorrência a ideias deterministas que impulsionam o “eu” a superar
seus conflitos, rompendo um ciclo que naturalmente lhe é imposto.
(D) a vontade de se conhecer e mudar o mundo em que se vive, o que só
pode ser alcançado quando se abandona a desintegração psíquica e se parte
para o equilíbrio do “eu”.
(E) o uso de conceitos advindos do cientificismo do século XIX, por meio
dos quais o poeta mergulha no “eu”, buscando assim explorar seu ser biológico
e metafísico.

GABARITO
1. C C C C
2. (C)
3. (D)
4. (B)
5. (C)
6. (A)
7. (D)
8. (E)
9. (C)
10. ECCCE
11. (D)
12. (A)
13. CCCEEE
14. (E)

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