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1. Introdução
Novas realidades com a gestão dos talentos, da evolução das capacidades individuais,
na captação dos conhecimentos necessários, da actualização dos saberes, na autonomia
crescente, na criatividade para a resolução de problemas, em suma, na gestão pela cultura,
pelo desenvolvimento humano e organizacional e pelas competências comportamentais e
técnicas, são colocadas hoje.
Desta forma, torna-se importante e urgente perceber o papel que a gestão das
competências tem no desenvolvimento organizacional, na aprendizagem organizacional e
pessoal, na gestão do conhecimento, na gestão da qualidade dos processos de gestão, dos
processos de criação de valor de negócio e na orientação estratégica da organização.
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Neste sentido, podemos encontrar duas orientações da gestão das competências.
Uma em que só o indivíduo pode criar e desenvolver as suas competências, isto é, cada um
de nós individualmente deve criar o seu próprio portfólio de competências visando servir
aquele com quem contractualiza os seus saberes, conhecimentos, experiência e habilidades. A
segunda orientação centraliza-se nos empregadores, naqueles que procuram e necessitam das
competências para realizar ou produzir algo, isto é, as empresas devem identificar os seus
requisitos de competências, caracterizar o existente no interior da organização e verificar
como pode adquirir os gaps existentes (através de formação, contratação de novos
elementos, outsourcing, ou outra via).
Por outro lado, podemos usar este vocábulo e o conceito genérico em diferentes
contextos, com significados distintos: autoridade, capacitação, competição, qualificação,
responsabilidade, certificação, etc. Cada um destes contextos, sendo nalguns casos conceitos
de aplicação complementares ou paralelos entre si, define formas de actuação e requisitos
específicos, em função das necessidades da organização, da sociedade e da economia.
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ETDF – European Training and Development Federation, sobre A gestão das competências
na Europa.
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Formação) as competências estão distribuídas por dois grandes grupos – as comportamentais
(competencies) e as técnicas (competency).
Por outro lado, existem diferentes concepções e aproximações aos resultados das
competências, não sendo possível encontrar elos de ligação entre eles. Existe uma visão
americana, onde a ênfase é colocada nos melhores, na individualização tout court das
competências, uma visão inglesa, onde o que se concebe são standards mínimos de
resultados, logo as competências focalizam-se nos postos de trabalho, uma visão francesa,
mais filosófica em que existe uma confluência de vários elementos para a conceptualização
dos resultados, eles são o reflexo da organização, da gestão e do indivíduo, entre outras
possíveis visões (Etdf, 2002).
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Em resumo, recolhe-se informação para aprender a adquirir conhecimentos,
facilitando assim o desenvolvimento de competências individuais comportamentais e humanas.
Adquire-se conhecimento visando participar em actividades que promovam o
desenvolvimento de novos conhecimentos através da apreensão dos mesmos criando e
consolidando competências, facilitando o desenvolvimento e a captura de competências
técnicas e consolidando as individuais e humanas.
Em termos simples (visto não ser o objecto de estudo nesta comunicação) a função
Recursos Humanos tem três eixos essenciais de actuação (Martory e Crozet, 1998, p. 6-8):
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- comunicar – organizar os sistemas de comunicação interno, promover a
participação nos diferentes níveis hierárquicos e desenvolver os processos de
comunicação nos diferentes sentidos;
A gestão das competências surge assim como uma componente chave (senão a única
realmente relevante) na gestão dos recursos humanos, tendo-se assim de procurar criar e gerir
um modelo de competências na organização.
Por outro lado, a gestão de recursos, na gestão das competências, deve ter como
preocupação a organização, as suas necessidades, e os seus requisitos em termos estratégicos
e de trabalho. Com base nesta concepção as competências devem ter quatro parâmetros de
abordagem dos (Martory e Crozet, 1998, p. 17):
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- saber-evoluir – adaptabilidade, mobilidade, atitudes e potencial de
desenvolvimento;
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às tarefas, ao contexto da função e ao contexto da organização (Bento e Salgado, 2001, 70),
ou seja, em suma ao contexto de trabalho.
Temos assim, que o modelo de gestão das competências visa criar o equilíbrio entre
as competências (pessoais e dificilmente transmissíveis; numa linguagem económica, o capital
humano da empresa) e a organização (as variáveis organizacionais: estratégia, estrutura,
cultura e liderança). A procura deste equilíbrio visa encontrar o posicionamento adequado
entre os requisitos das rotinas e das doutrinas da empresa com os da infra-estrutura técnica e
tecnológica. Existem diferentes possibilidades de equilíbrio, bem como de posicionamento.
Estas alternativas dão origem a diferentes modelos de gestão das competências.
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As finalidades do estudo foram reflectir as realidades da gestão das competências,
compreender as diferentes concepções e práticas nacionais e promover a partilha de
conhecimentos no quadro do espaço europeu.
A nossa finalidade prioritária para avançar com estudo, tendo em conta a própria
missão da associação, era a seguinte: as competências são um factor-chave de
competitividade, conhecê-las e identificá-las permite detectar as disfuncionalidades da
estrutura de qualificações requeridas, aspecto determinante para uma adequada gestão da
formação.
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Suíça, denominado “Les practiques de management des compétences”; utilização de
estudo realizado na Bélgica “Le management des compétence dans 10 sociétés belges”,
pela Vlerick Leuven Gent Management School, sobre o contexto de gestão das competências
neste país; análise do documento de pesquisa sobre os referenciais de competências técnicas
realizado em Inglaterra pelo IRS Research para o CIPD; e pela auscultação de especialistas
na área da formação e das competências.
A razão pela qual as empresas, em geral, definiram estes objectivos nas suas políticas
de competências deriva do facto de o contexto económico ser cada vez mais exigente e
agressivo, com a necessidade de conhecer as crescentes exigências dos clientes e a
variabilidade da procura, de combater a guerra de preços derivada da concorrência
exacerbada, de evoluir nos modelos organizacionais e de estabelecer novas parcerias.
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Esta dificuldade traduz-se nas distintas concepções sobre a problemática do porquê
do desenvolvimento de modelos de gestão das competências nos diferentes países, sendo de
salientar as visões centradas nos indivíduos, as centradas no posto de trabalho, as centradas
nos resultados e as centradas na organização.
Neste tipo de modelo, as suas principais características são: sistema mais qualitativo,
procuram-se qualidades comportamentais e com elevados conhecimentos funcionais e espírito
multi-cultural e a mobilidade.
Por sua vez, o modelo centrado na empresa a ênfase é colocada nas competências
técnicas e na tecnologia. Existem sistemas comuns de carreira para o universo da empresa e
os objectivos procurados são de cariz colectivo. O objectivo da gestão das competências é a
procura de resultados globais e colectivos, incentivando-se pouco a individualização e
procurando pontos de harmonia entre a evolução da organização e os métodos de trabalho.
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As características principais deste modelo são: sistema muito estruturado,
direccionado para o posto de trabalho e para empregos-tipo (serralheiro, canalizador, técnico
da qualidade, etc.).
A visão institucional das competências e da formação é-nos dada pela União Europeia
que identificou, com base numa task force de peritos, qual o papel delas na Europa e nas
empresas. Elas são determinantes para: o aprofundamento das aprendizagens,
desenvolvimento de acções de formação em situações de trabalho, a adaptabilidade à
mudança estrutural do emprego, a relação entre sistemas de qualificação e validação, o
desenvolvimento de novas possibilidades de formação aberta e à distância, a consolidação
das organizações aprendentes e o desenvolvimento da formação ao longo da vida.
Por outro lado, num estudo realizado junto de responsáveis pelos recursos humanos
pela Consulting Group (Etdf, 2002), em 1993 as competências não surgiam como uma das
preocupações dos gestores, enquanto que em 1998 ela era a segunda preocupação. A
primeira opção em 1998, o desenvolvimento organizacional, está profundamente associada à
gestão das competências, compreendendo-se assim o posicionamento das duas áreas de
preocupação,
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compensam largamente o esforço de re-orientação estratégica. Os principais benefícios são a
melhoria dos resultados, da produtividade, uma melhor integração dos recursos humanos com
a estratégia de negócio, melhores níveis de motivação e de participação dos níveis
intermédios, oportunidades iguais, que criam alguma competitividade interna, e o surgimento
de novas técnicas de gestão.
- a gestão das competências são um instrumento para a gestão das carreiras, para
a mobilidade, para a definição das políticas de recrutamento e para criar
estímulos para a mudança cultural;
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Conclusões
Por outro lado, este estudo não pode ser considerado representativo da realidade
europeia, por três razões. A primeira, pelas empresas envolvidas, segundo, por não se ter
utilizado uma técnica amostral para seleccionar as empresas e, terceiro, por se terem utilizado
diferentes métodos de recolha de dados.
- podemos afirmar que as competências são hoje um dos factores chave para a
competitividade.
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