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NOTA DE AULA HIDROGEOLOGIA

CAPTAÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E CONSTRUÇÃO DE POÇOS

Prof. Gleicia Miranda

Introdução

- As nascentes representam as surgências de água subterrânea e podem assim ser naturalmente captadas.
- Os poços tubulares são perfurações artificiais através nos quais se podem captar água subterrânea.
- Em função das condições locais, tipo e profundidade dos aquíferos, vazões pretendidas e disponibilidade
de equipamentos de perfuração no mercado, água subterrânea pode ser captada através de vários tipos de
poços, os quais podem ser classificados, de acordo com o método de perfuração em: escavados
manualmente (poços rasos); poços tubulares e galerias drenantes.

Considerações: O desenvolvimento de pesquisas e tecnologias para construção de poços na indústria de


petróleo e gás é maior em relação ao de poços de captação de água subterrânea (diferenças em função da
abundância e do menor valor de mercado da água).

Tipos de poços de captação de água subterrânea

 Poço escavado manualmente (amazonas, cacimbas, cisternas):


- Primitivo e limitado;
- Captação em aquíferos rasos;
- Construídos manualmente;
- Diâmetro é grande (0,8-1,5m) e a profundidade de escavação depende da profundidade do nível freático do
aquífero (mas pode atingir até aproximadamente 30m);
- São abertos lateralmente (exceto em locais com sedimentos muito friáveis, deve-se fazer revestimento para
evitar desmoronamento das paredes do poço);
- Captação da água por bomba ou balde;
- Baixo custo e indicado para abastecimento de pequenas comunidades e pequenos projetos de irrigação.

 Poço tubulares
- São denominados tubulares todos os poços perfurados para a captação de água subterrânea que recebem ,
posteriormente à perfuração, um revestimento constituído por tubos (metálico ou plástico), que terão várias
finalidades durante a vida útil do poço;
- Pode ser total ou parcialmente revestido, dependendo da geologia local;
- São poços de diâmetro reduzido (6 a 27 polegadas por exemplo), profundos e perfurado com máquinas
especiais;
- Devem atender normas técnicas (NBR n° 12212/1992 – para projeto de construção de poço e NBR n°
12244/1992 – para construção de poço);
- Água entra no poço por aberturas denominadas filtros e/ou pelas fraturas das rochas. Estes podem ser
pontos não revestidos);
- Em SP existem poços tubulares com profundidades maiores do que 1.600 m (utilizados para abastecimento
público).

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A figura abaixo mostra poço tubular perfurado numa camada geológica de rocha sedimentar e poço
tubular perfurado passando por diferentes camadas geológicas (rocha sedimentar, rocha alterada e rocha
cristalina).

Poço tubular em rocha sedimentar Poço tubular em diferentes camadas geológicas


(rocha sedimentar, rocha alterada e rocha cristalina)
OBS:
- Importante: construção adequada e instalação de dispositivos de segurança (laje de proteção e tubo de boca
para evitar entrada de água com poluentes / contaminantes para dentro do poço);
- Poço artesiano ou artesiano: é o poço tubular perfurado em aqüífero confinado, cujo nível potencial da
água eleva-se acima da superfície do solo (não necessita de bomba).

 Galerias drenantes (kanats)

- Obra que é misto de captação e transporte de água;


- Método antigo, que era usado em países áridos;
- São escavações simples feitas nas rochas. Em geral, são constituídas por túneis de pequena largura e altura,
com dimensões necessárias para a passagem de uma pessoa. Com grandes extensões;
- Pontos de captação de água em áreas mais baixas (< declividade);
- Atualmente, praticamente não se utiliza mais este sistema.

Registro histórico de galeria drenante (in Machado, 2003).

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Métodos de perfuração de poços tubulares

O método mais fácil e eficiente de captação de água subterrânea é através de poços tubulares.
Diversos são os métodos de perfuração para a construção de poços tubulares, porém os mais utilizados são:
percussão, rotativo e rotopneumático. Sendo, os dois primeiros mais utilizados.
 Método à percussão
Baseia-se no movimento contínuo de subida e descida de uma ferramenta pesada, atingindo a rocha,
desagregando e fragmentando-a. Usa-se um instrumento denominado perfuratriz de perfuração à percussão.
O princípio do método consiste em se erguer e deixar cair em queda livre, alternadamente, um
pesado conjunto de ferramentas (porta-cabo, percussores, haste e trépano), que está suspenso por um cabo
(Figura A abaixo). O cabo é acionado por meio de um balancim de curso regulável. Ao cair em queda livre,
o trépano rompe o material rochoso, triturando-o, ao mesmo tempo em que gira sobre o seu próprio eixo,
proporcionando um furo circular. O material solto, conhecido como fragmentos da perfuração é retirado do
furo por meio de uma ferramenta denominada caçamba, necessitando para isto colocar água no furo
enquanto o poço não estiver ainda produzindo água.
A coluna de perfuração do método à percussão e os principais componentes serão descritos a seguir:
 Trépano: Ferramenta que rompe a rocha (peso varia de 100-1200 kg);
 Haste: serve para acrescentar peso à coluna de perfuração e guia, ajudando a manter a verticalidade do
poço (3-5m de comprimento; 400-1000 kg);
 Percussor: serve para imprimir um segundo choque do trepano na formação (aumenta a capacidade de
perfuração) e também, imprime maior choque para cima na coluna, quando esta estiver presa à rocha;
 Porta cabo: prende o cabo de aço ao restante da coluna de perfuração;
 Cabo de aço: conecta a coluna de perfuração ao sistema precursor, possibilitando movimento de vai-e-
vem do trépano;
 Balancim: componente da percussora que executa os movimentos de vai-e-vem do cabo de aço e de toda
a coluna de perfuração;
 Caçamba de limpeza ou bomba de areia: ferramenta utilizada para limpeza do poço durante a perfuração,
retirando o material desagregado ou quebrado pelo trépano.
As figuras abaixo apresentam uma máquina perfuratriz percussora (A) e os acessórios (B),
respectivamente. Os acessórios consistem de porta-cabo, percussores, hastes, trépano e cabos, além de
ferramentas utilitárias diversas.

Trépano
Figura A Figura B

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 Método rotativo (perfuratriz rotativa)

Baseia-se na trituração e/ou desagregação da rocha pelo movimento giratório de uma broca (Figura
abaixo). A perfuração rotativa é o método de fazer um furo em formações sedimentares, principalmente, por
meio de uma composição de perfuração rotativa que incorpora mecanismos de alimentação de fluido,
controles de peso sobre broca, dentre outros, cortando, triturando e desgastando as rochas. O fluído de
perfuração é injetado por dentro da haste e coluna de perfuração saindo pelos orifícios da broca e retornando
à superfície conduzindo os fragmentos da rocha triturada, através do espaço entre a coluna e a parede do
poço (espaço anular).

Perfuratriz rotativa (Foto: Paulino, 2011- Mina do Andrade - Bela Vista de Minas/MG

Os principais componentes da coluna de perfuração de uma perfuratriz do método rotativo são


descritos a seguir:
 Broca: peça que vai a frente da coluna de perfuração; tem função de desagregar a rocha com o
movimento giratório;
 Sub-broca: tem função de unir a broca aos comandos;
 Comandos: são hastes especiais, situada acima da sub-broca, com finalidade de dar peso a coluna de
perfuração e evitar sua ruptura;
 Hastes: são elementos que transmitem o movimento giratório da mesa rotativa à broca em profundidade.
São também responsáveis pela condução do fluido de perfuração dos tanques de lama ao fundo do poço
e vice – versa (são ocas);
 Mesa rotativa: é parte da sonda de perfuração que é responsável pelos movimentos giratórios da coluna
de perfuração;
 Kelly: é uma haste de sucção; tem função de encaixar-se à bucha da mesa giratória da sonda para receber
e transmitir os movimentos de torção à coluna;
 Swivel: peça rosqueada no topo do Kelly, que permite o engate da mangueira da bomba de lama à
coluna de perfuração;
 Bomba de lama: bombeia o fluido de perfuração do tanque de lama e injeta-o no fundo do poço através
da coluna de perfuração; faz também o percurso em sentido contrário;
 Fluido de perfuração: elemento essencial para o sucesso da perfuração. Principais funções: sustentação
da parede do poço durante a perfuração; limpeza do material desagregado, transportando-o para a
superfície; lubrificação, resfriamento e limpeza da broca.
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Sua composição envolve algumas substâncias como: bentonita, corboximetilcelulose (polímero), soda
caustica, por exemplo.

Coleta de amostras pode ser feita tanto no método à percussão quanto no rotativo. No primeiro, a
coleta é feita a partir do material coletado na caçamba de limpeza, e normalmente gera boas amostras. O
segundo, não há a paralisação do avanço da broca para coleta do material, sendo a amostragem feita antes de
o fluido passar pela peneira, e quando esta peneira não existe, a amostra é coletada na calha de lama (a
amostragem deve ser feita em intervalos regulares).

Broca (a); sub-broca (b) e Mesa rotativa (a); Kelly (b) e swivel (c)
haste (c) (Fonte Feitosa et al, 2008) (Fonte Feitosa et al, 2008)
Principais componentes da coluna de perfuração da perfuratriz (método rotativo)

 Método rotopneumático

Consiste na fragmentação da rocha através combinação de percussão em pequenos cursos e alta


frequência, e rotação.
O princípio do método roto-pneumático é baseado numa percussão em alta freqüência e de pequeno
curso dado por um martelo em uma broca que, concomitantemente, é rotacionado, triturando e desgastando a
rocha. O fluido é o próprio ar comprimido transmitido pelo compressor por dentro da coluna de perfuração,
passando por dentro do martelo e da broca. A perfuratriz é composta basicamente de: um compressor
(unidade geradora do sistema pneumática), um martelo de impacto e brocas.

Tipos de poços x tipos de rocha

Poços em rocha sedimentar (aqüífero poroso) – construção do poço totalmente revestido:


- As rochas sedimentares: partículas constituintes da rocha possuem menor coesão, com espaços
intergranulares entre os grânulos que a compõem;
- A água é transmitida através da intercomunicação entre os espaços vazios ao longo de um gradiente
hidráulico (característica de permeabilidade) e armazenada quando não há transmissão (propriedade de
porosidade);
- Os poços construídos desmoronam, não sustentando as paredes do poço - devem ser totalmente revestidos
com tubos de revestimento lisos e revestimento ranhurados ou filtros, para haver a transmissão (entrada) de
água para dentro do poço.

Poços mistos (aqüífero fissurado e poroso no mesmo poço) – construção do poço parcialmente
revestido:
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- Na parte superior perfurada são rochas sedimentares e na parte inferior, rochas cristalinas;
- O poço é construído da seguinte forma: no domínio das rochas permeáveis e porosas (parte superior)
colocam-se revestimentos e filtros e, na parte inferior, no domínio das rochas cristalinas onde o aqüífero é
fissural, sem revestimento.

Projeto e construção de poços tubulares profundos:


Devem ser executado dentro das normas da ABNT, por empresa que esteja registrada no CREA, e
que possua um responsável técnico.
Para o bom dimensionamento de poços tubulares é necessário conhecer bem a geologia e
hidrogeologia da área, para adequação do projeto às características do local. Quando da elaboração de um
projeto de poço tubular, alguns objetivos devem ser alcançados, dentre os quais se destacam:
 Poço deverá ter maior descarga possível, para o menor rebaixamento (> eficiência);
 Menor custo possível;
 Manter a qualidade da água, prevenindo possíveis contaminações;
 Longa vida útil de serviço (pelo menos 25 anos)

Para alcançar os objetivos acima, as seguintes informações são importantes na elaboração do projeto:
 Demanda de água a ser atendida;
 Conhecimento detalhado da sequência litológica e respectivas espessuras;
 Valores dos parâmetros hidrodinâmicos (armazenamento, condutividade hidráulica,
transmissividade) do aquífero a ser captado;
 Análises granulométricas dos pacotes arenosos atravessados;
 Qualidade da água a ser bombeada.

Estas informações são obtidas por:


 Outros poções já existentes no local, ou
 Construir poços de reconhecimento ou de pesquisa (pequenos diâmetros de perfuração).

A partir das informações obtidas nesses poços, prepara-se o projeto definitivo do poço tubular
produtor.
Conforme ABNT, para poços tubulares existem nove normas técnicas relacionadas ao tema poços
tubulares, conforme tabela abaixo:

Fonte: Feitosa et al. (2008)


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Profundidade de um poço tubular

Vários fatores determinam a profundidade de um poço, contudo o poço apresenta melhor rendimento
hidráulico quando toda a formação aqüífera é atravessada. Por outro lado, a profundidade pode ser limitada
por questões econômicas, pela vazão requerida (equipamento de bombeamento), etc.

Diâmetro de perfuração

O Diâmetro de perfuração dependerá basicamente da capacidade de produção do poço e nível


dinâmico. Com esses elementos pode-se definir a bomba a ser utilizada, cujo diâmetro definirá, por sua vez,
o diâmetro de revestimento da câmara de bombeamento.

Completação de poços:

Diz respeito ao ato de completar o poço, ou seja, colocar a tubulação do poço (revestimento e filtro),
o cascalho ou areia (pré-filtro) e o cimento (cimentação).
Revestimento

É a tubulação definitiva, que vai constituir as paredes do poço propriamente dito. É a que se coloca
para revestir definitivamente o poço e desempenha duas funções principais: sustentar as paredes do poço,
impedindo que a sequência litológica atravessada desmorone e constituir a condução hidráulica que põem os
aqüíferos em comunicação com a superfície. Como já foi dito, em rochas cristalinas, onde a água é extraída
a partir de fraturas na rocha, essa tubulação de revestimento pode ser dispensada, usando-se apenas o
revestimento de proteção superficial. O revestimento também é empregado para impedir a drenagem para o
interior do poço de água superficial ou de água poluída de aqüíferos impróprios, que iriam contaminar o
poço.
A porção do revestimento onde se instala a bomba chama-se câmara de bombeamento. O trecho do
revestimento onde localiza a zona de admissão de água para o poço, ou zona de entrada de água do aquífero
para o poço é ocupado por tubos ranhurados, denominados filtros.
Os tipos de tubos mais utilizados são os metálicos e os de PVC aditivado (geomecânico). A escolha
do material vai depender da resistência mecânica e química, de modo a adaptar às condições a que será
submetido. Assim, vai depender da qualidade da água, da profundidade do poço, do diâmetro de perfuração,
do método de perfuração e do custo. Os tubos metálicos mais utilizados são feitos em aço (mais utilizado no
passado). Atualmente, os tubos em PVC têm sido cada vez mais utilizados, principalmente, em poços com
menos de 300m de profundidade, que captam muitas águas corrosivas.

Filtro

Ao término da perfuração de um poço, torna-se necessário instalar um dispositivo de admissão para a


água, denominado filtro do poço (Figura abaixo). O filtro tem a função de permitir que a água entre no poço
sem a perda excessiva de carga, impedir a passagem de material fino durante o bombeamento. Seu
comprimento é definido basicamente em função das características locais do aquífero (importante fazer a
perfilagem geofísica).
O dimensionamento correto de um filtro é muito importante, consistindo em se determinar o tamanho
das aberturas, diâmetro, comprimento e resistência mecânica ideais. Consiste, ainda, na escolha do tipo de
material a ser utilizado na sua construção.

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O comprimento e o diâmetro do filtro afetam a vazão específica do poço. A facilidade com que
permite a passagem da água para o interior do poço vem determinada pelo número e tamanho das aberturas
(ranhuras). A vida útil do filtro depende do tipo de material utilizado na sua construção, pois sua duração e
funcionamento são afetados pelas características fisico-químicas da água do aqüífero.
O filtro do tipo geomecânico (c) é o mais utilizado para poços até 20 metros. Tipo a e b não são mais
utilizados. Filtros de ranhura contínua são os que apresentam maior rendimento, contudo são mais caros.

Fonte: Feitosa et al. (2008)

Pré-filtro

O pré-filtro é o preenchimento de cascalho ou outro material com maior ou menor granulação,


dependendo da granulometria das camadas atravessadas pelo poço, que é colocado no espaço anelar
existente entre o revestimento/filtro e a superfície de perfuração. Tem por finalidade estabilizar frações
muito finas e permitir maior percentagem de áreas abertas nas proximidades das ranhuras do filtro.
Em casos de poços de captação de água subterrânea para abastecimento, o pré-filtro deve apresentar
uma permeabilidade muito maior que a da formação natural que se quer controlar. Estudos teóricos
demonstram que o cascalho de pré-filtro é, pelo menos, 20 (vinte) vezes mais permeável que a formação
natural, conforme figura abaixo, e que, a água circula através dele quase sem perda de carga adicional.

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A permeabilidade do cascalho é tanto maior quanto mais homogêneo for o tamanho do grão. Sobre
este aspecto, pode ser mais bem utilizado um cascalho fino homogêneo do que um cascalho grosso
heterogêneo (partículas heterogêneas reduzem a porosidade e, consequentemente, a permeabilidade do
material).
Um material adequado para constituir o pré-filtro de um poço, deve ser limpo e isento de
contaminação, de grãos arredondados e relativamente uniformes, características essas que concorrem para
uma maior porosidade e permeabilidade. A espessura mínima do pré-filtro deve ser de 3 polegadas para
assegurar uma boa camada de pré-filtro e, a máxima de 8 polegadas a fim de evitar mal desenvolvimento.

Cimentação

A colocação de pasta de cimento no espaço anelar entre o revestimento e a parede do poço é


denominada cimentação, cujas principais finalidades são descritas a seguir:
 Fixação: é uma das finalidades básicas na construção do poço e tem como objetivo fixar o revestimento
à parede do poço, de forma a estabilizar permanentemente a obra;
 Proteção sanitária: a cimentação no espaço anelar da parte mais superior do poço impedirá que as águas
poluídas da superfície se infiltrem e contaminem a água captada pelo poço;
 Proteção: tem como objetivo proteger o revestimento da ação de águas agressivas;
 Correção de desvios de perfuração: quando por algum problema a perfuração sofre desvio na
verticalidade que venha a comprometer a descida do revestimento ou outras operações, pode-se corrigir este
defeito fazendo-se uma cimentação do trecho que sofreu desvio, reabrindo o poço;
 Vedação: quando um poço é abandonado, seja qual for o motivo, deve ser totalmente preenchido com
pasta de cimento para eliminar a entrada de poluentes no aquífero.

Limpeza e desenvolvimentos de poços

Concluídos os trabalhos de perfuração e completação (revestimento, filtro, pré-filtro e cimentação),


procede-se a limpeza do poço, que tem como objetivo a retirada de todos os resíduos deixados no poço
durante as fases anteriores.
Para poços perfurados no método rotativo, a principal função da limpeza é a retirada total do fluido
de perfuração, o que pode ser bastante difícil quando a lama é exclusivamente à base de bentonita.
Após limpeza, são iniciados os procedimentos de desenvolvimento, que tem como finalidade o
aumento da condutividade hidráulica natural do aquífero, nas proximidades do poço e correção de eventuais
danos causados à formação pela perfuração (compactação, por exemplo). Todos os poços novos devem ser
desenvolvidos logo após a sua conclusão. Os procedimentos de desenvolvimento também auxiliam muito na
limpeza, principalmente para a retirada de bentonita. Na verdade os procedimentos de desenvolvimento e
limpeza estão interligados.
O aumento de condutividade hidráulica nas proximidades do poço é conseguido com a retirada da
fração de granulometria mais fina na formação aqüífera para dentro do poço e deste para a superfície. Sendo
assim, o desenvolvimento de um poço deve prolongar-se até cessar a “produção de areia ou de finos”, não
havendo um tempo limite para sua conclusão.
A figura abaixo mostra como deve ficar a formação aqüífera após o desenvolvimento de um poço.
Pode-se notar claramente o aumento gradual da granulometria em direção ao poço, refletindo,
consequentemente, no aumento da condutividade hidráulica.

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Figura: Desenvolvimento de poço tubular: aumento gradual de partículas de maior tamanho em direção ao
poço.

Métodos de desenvolvimento mais utilizados:

 Superbombeamento: bombeamento do poço com vazão pelo menos duas vezes maior do que a sua
provável vazão de operação (não indicado para poços em formações não consolidadas e sem pré-
filtro);
 Reversão de fluxo: superbombeamento com paralisações. Poderá fazer injeção de água na formação com
o objetivo de criar um fluxo do poço para o aquífero, passando pelo pré-filtro e ajudando a remover
partículas finas;
 Air-lift: superbombeamento feito por um compressor. Este trabalha em pulsos, funcionando também
como fluxo e refluxo;
 Pistoneamento; método bastante eficiente, realizado com máquinas percussoras. Consiste em pistonear
um êmbolo de borracha que é instalado dentro do revestimento do poço (semelhante a uma seringa
de injeção). O movimento constante de sobe-e-desce faz com que as partículas mais finas se
desloquem em direção ao poço. A intervalos regulares de tempo, retira-se o êmbolo e limpa o poço
com um compressor (air lift).

Instalação de um poço

A fase de instalação de um poço compreende a etapa de colocação da unidade de bombeamento, com


respectivos tubos adutores, uma estação reservatória (acumulação) de água e um sistema de distribuição.
Existe uma gama de tipos de reservatórios e, principalmente, de capacidade volumétrica. Podem ser de
amianto, fibra de vidro, metálico, concreto ou de alvenaria, podendo ainda estar suspenso, no solo ou
enterrado.
O sistema de distribuição da água pode ser localizado nas proximidades ou não do poço, através de
sistemas de abastecimentos domiciliar (água encanada) ou coletivo (chafarizes), ou de irrigação.
No caso de mineração, na maioria das vezes, a água é bombeada diretamente para um curso d’ água
ou para reservatório para fins de uso em vários processos e operações dentro da mineração.

Unidade de bombeamento

A unidade de bombeamento diz respeito ao tipo de equipamento utilizado para o bombeamento da


água do poço. No caso de poços tubulares, podem ser: bomba submersa, bomba injetora, bomba manual,
bomba centrífuga. Cada tipo tem sua finalidade e peculiaridade, porém possuem um detalhe em comum:
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todas as unidades possuem uma tubulação adutora, que conduzirá a água ao sistema de armazenamento ou
de irrigação/abastecimento ou ainda curso d’ água.

Bibliografia consultada:

Noções básicas sobre poços tubulares - Cartilha informativa. Elaboração: Waldir Duarte Costa Filho;
Manoel Júlio da Trindade Gomes Galvão; Josias Barbosa de Lima; Onofre Leal. 1998, 22p. CPRM / Serviço
Geológico do Brasil.

Poços tubulares e outras captações de águas subterrâneas: orientação aos usuários / Egmont Capucci et. al.
Rio de Janeiro: SEMADS 2001. 70p.

Projeto e construção de poços. J. Geilson A. Demetrio; João Manoel Filho; Normando T. de L. Lins. In:
Hidrogeologia-conceitos e aplicações, Feitosa et al., 3ª edição, 2008.

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