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REGULAMENTO OU ESTATUTOS
• N PARA O'
C U R S O J U R Í D I C O
PELO
C O N S E L H E I R O W E S T A D O
RIG B E JANMBO'.'
NA TYPOGRAPHY A IMPER A l, E N À J O N A L .
18203
(v 3 )
r
PROJECTO
DE
^ REGULAMENTO OU ESTATUTOS
PARA O
j C U R S O J U R Í D I C O .
-nri
JL E N D O - S E Decretado que houvesse n'esia
Corte hum Curso Jurídico para nelle se ensi-
narem as doyUjLçmas de Jurisprudência em ge- %
;i ral, á fim á^sPtfultivar este ramo da Instruc- V ^
cão Publica, e se -formarem homens hábeis para
serem hum dia Sábios Magistrados 3 e perita '
>drogados, de que tanto .se carece; -e' outros
que possao vir a. ser dignos Deputados, e Se-
nadores , e aptos para occuparem os Lugares
Diplomáticos , e mais Empregos do Estado,
* «- ^>or se deverem comprehender nos Estudos do
referido" Curso Jurídico os princípios elementa-
res de Direito Natural, Publico , dás Gentes ,
K Ji£A Commercial, Politico A e D i p l o m á t i c o h e de
f. forçosa, e evidente necessidade, e utilidade for-
mar do? «mencionados Estudos ; * regu-
lar a sua marcháy..:Ç: methodo ; dcKtyS&r os an-
nos do mespno Cu-fso ; .especificar J h doutrinas
que se devem ensinar em j j f e a kufik d'elles ;
dar as competentes lustra ;que se
devao reger os Pfofessores^ fiiiainffinte for-"'
malisar Estatutos proprios 4 e adequados para
bom regimen do mesmo Curso, e solido apro-
1 ii
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^
f\ 4
t* )/
veitamento dos que se destinarem a esta car-
reira.
Sem Estatutos , em que se exponhao, e se
acautelem todas estas circunstancias, não se po-
derá conseguir o fim útil de tal estabelecimen-
to. De que servidão Bacharéis Formados , di-
zendo-se homens Jurisconsultos na extensão da
palavra, se o fossem só no nome ? N ã o tendo
conseguido b o a , e pura copia de doutrinas da
sa Jurisprudência em geral, por maneira que
utilmente para si , e para o Estado podessem
vir a desempenhar os Empregos, para que são
necessários os conhecimentos d"esta Sciencia,
que sob os princípios da moral publica, e par-
ticular , e de Justiça Universal, regula, e pres-
creve regras praticas para todas as acções da
vida social, haveria em grande abundancia ho-
mens habilitados com a carta serpente , sem o
. s «rem peio merecimento , cfftê feSenderião os
5 ®™P re gos para os servirem mal, e com pre-
J 1 1 1 ^ publico, e particular tornando-se huma
classe íirnproductiva com damno de outros n^s-
teres, a que se poderião applicar com mais pre?
verto da Sociedade , e verificar-se-hia d'este
modo o que receava hum Sabio da França ( I )
da mm ia facilidade , e gratuito estabelecimento
de muitos Lyceos n'aquelle Paiz.
A de bons Estatutos, e relachada
pratica dos que havia, pr.oduzio em Portugal
péssimas consequências. Houve demasiados Ba-
cliareis^ qué nada sabião, & M ã o depois nos*
diversos EMfregos aprender .rotinas, "cegas e
huma Juris^udencia caguistifia de a/estos, sem
.j&muis^ poluirei princípios , e luzes d'esfca
•3cienci9.' oi ei necessário reformar de todo
a antiga Hjiiivcrsá^-e de Coimbra; prescrever-
(?)
»
tas, ensinavao Jurisprudência mais Polemica do
que apropriada á pratica da Sciencia de advo-
gar , e de julgar. N ã o foi só o nimio estudo
de Direito Romano a causa principal de se não
formarem verdadeiros Jurisconsultos ; foi tam-
bém , como já dissemos, a falta de outras par-
tes necessarias da Jurisprudência, e que , fun-
dadas na razão, preparão os ânimos dos que
aprendem para conseguirem ao menos os prin-
cípios gera es de tudo, que constitue a Sciencia
da Jurisprudência em geral, e cujo conheci-
mento forma os homens para os diversos Em-
pregos da vida Civil.
Se este he o fim, a que nos destinamos na
Instituirão deste Curso J uridico, se a experien-
cia já nos tem ensinado e convencido dos in-
convenientes da prática seguida; se conhecemos
que a Jurjr-prj^encia he filha toda da sã mo- <
ral; se s a b e i ^ ^ m i e desde os primeiros elemen-y
tos da EthicaT^ e u a Moral nos vamos elevjug^J
como por degráos ao cimo deste edifício ; e se
finalmente he da mais simples intuição que as
Scieiicias todas se enlação , maiormente as mo-
raes , que, de mistura com as Instituições Civis,
são a base da Jurisprudência ; porque não
aproveitaremos estas lições do saber, e da ex-
periência. para abraçarmos hum novo methodo
mais regular, simples , e farto dos conhecimen-
tos» necessários e úteis , e que despido de erudi-
ç3ls sobejas , abranja o que he mais íilosofico
e j nado Deve-se portanto , sem perder #de vista
o cjueha^le grande , e sábio em* ta o famigera-
dos' E s t a t ^ ^ ^ ^ l p i ^ ) que for .desnecessário,
instituir n<?$ísT®í?t?!ras para as inat^fas de que
nc-iles se ní;o fez menção, gs quaes são enla-
çadas pelos mais fortes vínculos com a Juris-
prudência em geral , e de nimia utilidade para
o perfeito conhecimento delia, e dirigirmo-noá
2
( 10 )
«r «- '
1 n
ao fim de crear Jurisconsultos Brasileiros , en-
riquecidos de doutrinas luminosas , e ao mesmo
tempo úteis , e que peio menos obtenhão neste
Curso bastantes , e solidos princípios , que lhes
sirvao de guias nos Estudos maiores , e mais
profundos, que depois fizerem ; o que lie o
mais que se pôde esperar que obtenhão Estudantes
de um Curso Acadêmico.
Os Auctores dos mesmos Estatutos, no Cur-
so Jurídico que regularão , comprehenderao o
Direito Canonico, e por maneira estabelecerão
a forma de Estudos de ambas as Faculdades J u -
rídicas, que os primeiros dois annos são intei-
ramente communs aos Estudantes delias , ajun-
tando-se depois nos annos, e Aulas, em que se
ensinava o Direito Pátrio, e pratica do Foro.
Considerada a necessidade de haver um Curso
j ' d e Direito Canonico , muito Jbest %e houverão
prescrevendo aos alumnos j u g ^ e destinavão
f ^ ^ c u l d a d e de Cânones o conliecimento das Ins-
tituías de Direito Civil, e os das Instituições de Di-
reitoPublico, Ecclesiastico, e de Direito Canonico
aos alumnos de Direito Civil, attenta a relação,
e affinidade que ha em geral entre estes Estu-
dos. Comtudo não entrará o ensino da Facul-
dade de Cânones no Curso Jurídico, que se vai
instituir. Esta Sciencia, toda composta das Leis
Ecclesiasticas , bem como a T h e o l o g i a , deve
reservar-se para os Claustros, e Seminários Enis-.
copaes ,^como já se declarou pelo Aiv. á e ICMe
Maio de 1805# §. 6, e onde he mais en-
sinarem-se doutrinas similhantes, qiiiipartencem
aos Ecclesiastics, que s a d e s t i n ã o J o s diversos
Empregos ^JaJgreja, e ng^^CuíSSrfos Secula-
res dispostos para #os Empregos Civis.
Como porém convenha a todo o Juriscon-
sulto Brasileiro saber os princípios elementares
ae Direito Publico, Ecclesiastico, Universal, e
( 11 )
proprio da sua N a ç ã o , porque em muitas cou-
sas, que dizem respeito aos direitos do Chefe
do Governo* sobre as cousas Sagradas e Eccle-
siasticas, cumpre saber os princípios, e razões
em que elles se estribão, convirá que se ensi-
nem os princípios elementares de Direito Pu-
blico , Ecclesiastic©, Universal , e Brasileiro
em huma Cadeira, cujo Professor com lumi-
nosa e apurada critica e discernimento assig-
ns le as extremas dos poderes Civil e Ecclesias-
tico.
Por estes ponderosos motivos , e dest' arte
se organisno os Estatutos, que hão de reger o
Curso Jurídico, que vai a ensinar-se nesta Cor-
te , o qual abrangerá por tanto os conhecimen-
tos que formão o todo da Faculdade da Juris-
prudência Civil.
••••"•'J
' € Ã ÍH[ T U L O I.
L°
C A P I T U L O II,
4.°
n p
M. Odos os que pertenderem matricular-se re-
quererão ao Director deste Estabelecimento
ajuntando ao seo requerimento as attestações
3 u e t l v e r e m d ° s Professoresjgèrblicos dos Estu-
> c i u e houverem freqffÇfi!ãc!o , e de que
éhenderem examinar-se ; e o Director , nomean-
do aois Professores peritos nas respectivas ma-
térias, tara em sua presença proceder por elíes
a hum rigoroso exame, cuidando muito em que
haja a maior exactidão , dando-se ror approva-
l s somente os que o merecerem, na certeza que
por motivo de equidade ou condescendencia mal
aproveitarão nos Estudos maiores , os que níto
se avantajarão nos preliminares, que são r ,
ve mestra dos outros.
^ 20 /*•
4.°
Ss
Os ^1'ithmetica , e Geometria examinarás
em qualquer Idas operações da Arithmetica, ex-
ceptuando cam JiuJ.o as th eo ri as hum pouco mais
subidas das progressões e L o g a r i t m o s e pare
se certificarem de que o Estudante não desen-
volve só materialmente e sem convicção os di-
versos cálculos numéricos , perguntar-ihes-hão
nos lugares proprios pelos princípios geraes da
(10)
• - % • 1
*t
( 1.7 )
C A P I T U L O III.
1.°
5.°
k
Como p'orem a base essencial 'deste* Direito
seja o comolexo dos direitos e obrigações das
iM ações para com os Soberanos, e reciprocam cn*
te, cumpre que com muito discernimento se mos-
tre aos discípulo? a natureza dos. mesmos dir^i-
« •
o n
iTk
«
• ( 20 )
tos, e obrigações ; e se estnbeleção os seos ver-
dadeiros limites, do que depende a tranquilli-
dade publica, c a consolidação d o ' Governo.
9.°
. 10.°
12.°
C A P I T U L O IV.
1°
5.°
C A P I T U L O . V.
Io
3.»
t
Na explicação de todos estes artigos, e dos
mais que são relativos ao Direito Publico, se
regulará o Professor pelos Escriptores mais mo-
dernos, e filosofos, corno fica explicado no Cap.
•3.°§. 4\G, fazendo applicação particular de suas
doutrinas ao que he decidido nas Leis Patria»,
e ensinando o uso que do Direito Publico Uni-
versal tem feito os Supremos Legisladores da M o -
narquia , e ora do Império do Brasil, para sa-
tisfazerem nos seos Estados aos importantíssimos
ftns da mesma Legislação Universal da Nature-
P 0 » 8 he muito conveniente que os Juristas
saiao das Escolas bem aproveitados em cousa
de tanta importancia.
4.°
5.°
6.*
7.®
8.° ^
9.°
1.°
Qa
5.°
Z l d 2 ^ m m r d e J ; :B- contendo
verdades simpl,ces, elementares, e luminosas,
( 35 )
C A P I T U L O VII.
5 i!
( 36 )
C A P I T U L O VIII.
f f
JL-fl-
Averá neste anno também duas Cadeiras.
O Professor da I a se occupará eni explicar por
analyse alguns textos; e principiando por duas
das Leis Romanas, que mais celebres forem ou
por sua doutrina, ou pela applicaçao que pode-
rem ter no Foro Pátrio , passará depois a ana-
lysar alguma decisão Patrfa do Corpo das Or-
denações , ou algumas Leis.
20
Nestas analyses mostrará a origem jurídica
da materia; a justa combinação de princípios
elementares de Direito Natural, que lhe são re-
lativas ; a Jurisprudência analoga das Nações
polidas, e a applicaçao que tem no Foro Na-
cional, acostumando assim os ouvintes não só a
chegarem ao perfeito conhecimento das Leis ,
pelo methodo analytico, como a escreverem pelo
mesmo methodo as dissertações , e fazendo-lhes
adquirir a pratica para as allegações de ponde-
ração que houverem de fazer no F o r o , e cau-
sas celebres.
3,°
! d] raileS f l q U ? Í ^ J P ^ r i s c o n s u l t o , Advo-
to ' ou Magistrado. Fará ver que a authenti-
( 37 )
5.°
8.°
11.°
13.°
e
14»°
E como a verdadeira Sciencia pratica não
consiste só em saber formalizar os diversos arti-
tigos , razões inaes , e Sentenças, e outros actos
judiciaes, mas também em muitos escriptos ex*
trajudiciaes , como escript^ras, e testamentos ,
procurações & c . ; deve o mesmo Professor fazel-os
compor pelos estudantes, a fim de os saberem
f a z e r , e conhecerem as cousas que são da es-
sencia de similhantes papeis, e os motivos por
que devem ser incluídas , e os que sem rigorosa
necessidade se tem introduzido, sobrecarregando
de palavras escusadas os instrumentos públicos ,
que devem sempre ser simpliees , claros, e pre-
cisos.
15.°
C A P I T U L O IX.
Das Matriculas.
1°
2.°
t
3."
C A P I T U L O X. .
L°
4,°
6.°
C A P I T U L O Xí.
1.°
3.°
4.°
C A P I T U L O XII.
F *
Inda a segunda matricula, começaráo os
actos, e os Lentes dos diversos annos presidirão
alternativamente aos exames dos seos discípulos
No 2 3 . ° e 4.° a n n o , haverá dois Exami-
nadores , cada um dos quaes argumentará por
espaço de meia hora sobre as matérias do ponto.
2.°
3.°
. 4.»
• 5.°
7.°
Do Gráo de Doutor.
«
!o
2.°
C A P I T U L O XIV.
Das * Congregações..
L°
2.°
C A P I T U L O XV.
Dos Prêmios
1.°
A c a b a d a s as Actas haverá ainda huma Con-
gregação, a qual fechará os trabalhos do anno
lectivo.
l
c f>0 )
20
Nesta Congregação se tratará de conferir
Prêmios á* dois dos Estudarites de cada a n n o ,
que pela sua frequency , lições , dissertações l
actos, e até por sua conducta, mostrarão ter mais
merecimento. Os Prêmios serão de- 50$QG0 ré%.
cada hum.
Oo
O.
C A P I T U L O XVI.
Das Ferias.
* |o
Do Director.
1.°
3.°
4.° .
5.°
C A P I T U L O XVIII.
1°
2.°
«
' C A P I T U L O XIII.-•
1.0
2.°