Vous êtes sur la page 1sur 48

UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

Aline Bittencourt da Silva

Marcelo Henrique Ribeiro Maldonado de Souza

Renata Gomes Silva

DESCARTE DE RESÍDUOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Monografia ao curso de Engenharia


Civil da Universidade de Mogi das Cruzes
como parte para composição da nota da
disciplina de Materiais de Construção
Civil.

Profº Me. Jorge Santos Lyra

São Paulo

2015
2

RESUMO

Os resíduos da construção civil formam a maior parcela de resíduos sólidos


produzidos. Dentre este contexto, eles são classificados e separados categoricamente
de acordo com suas características e os métodos as quais possam destiná-los no fim
da obra.

Palavras chave: resíduos, construção civil, classe, materiais, reciclagem,


reutilização e redução.
3

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 01 Composição média dos materiais no RCC

Gráfico 02 Distribuição Setorial do consumo de produtos siderúrgicos


Gráfico 03 Crescimento do uso de Drywall

Figura 1 Ordem de priorização da gestão de resíduos sólidos

Figura 2 Big bags em suporte de madeira

Figura 3. Caçamba estacionária

Figura 4. Baia Móvel Metálica com Suporte para Transporte


Figura 5. ATT

Figura 6. Aterros no Estado de São Paulo

Figura 7. Usinas de Reciclagem no Estado de São Paulo

Figura 8. Bloco Ecomat

Figura 9. Comodo construido com blocos Ecomat

Figura 10. Piso intertravado ecológico RRC

Figura 11. Área Construída em espaço de lazer

Figura 12. Ciclo de Reciclagem do Metal

Figura 13. Ciclo de Reciclagem do Aço

Figura 14. Processo de reciclagem do Cobre

Figura 15. Processo de reciclagem do Alumínio

Figura 16. Ciclo de reciclagem de vidro

Figura 17. Agregados reciclados do RCC

Figura 18. Concreto separado em seus componentes

Figura 19. Reciclagem do Gesso

Figura 20. Máquina de Reciclagem de Gesso


4

Figura 21. Ligantes Betuminosos

Figura 22. Recicladora


5

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Acondicionamento de resíduos

Tabela 2. Transporte de Resíduos


Tabela 3. Destinação dos resíduos

Tabela 4. Consumo de Madeira Serrada Amazônica pela Construção Civil,


No estado de São Paulo em 2001.

Tabela 5. Ensaios mecânicos realizados pelo Instituto Mauá de Tecnologia

Tabela 6. Usos recomendados para agregados reciclados


6

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRECON Associação Brasileira para Reciclagem de RCD


PGR Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil

RCC Resíduos da Construção Civil

CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

RCD Resíduos de Construção e Demolição


7

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 9

2. Resíduos na Construção Civil ............................................................................. 10


2.1 Definição ......................................................................................................... 10
2.1.1 Classes de resíduos ..................................................................................... 11
2.1.2 Legislação .................................................................................................... 11
2.2 Gerenciamento de resíduos na Construção Civil ............................................12
2.2.1 Definição dos 3 R’s ...................................................................................... 13

2.3 Acondicionamento ........................................................................................... 14

2.4 Transporte ....................................................................................................... 16


2.5 Destinação....................................................................................................... 17
2.6 Áreas de Transbordo e Triagem - ATT ............................................................19
2.7 Aterros ............................................................................................................. 19
2.9 Materiais da Construção Civil, descarte, reutilização e reciclagem .................21
2.9.1 Madeira ........................................................................................................ 21
2.9.1.1 Madeira legal ou certificada ......................................................................22
2.9.2 Plásticos ....................................................................................................... 23
2.9.3 Metais ........................................................................................................... 26
2.9.3.1 Aço ............................................................................................................ 27
2.9.3.2 Cobre ........................................................................................................ 29
2.9.3.3 Alumínio .................................................................................................... 30
2.9.4 Cerâmicos .................................................................................................... 31
2.9.4.1 Vidros ........................................................................................................ 32
2.9.4.2 Concreto ................................................................................................... 33
2.9.4.2.1 O processo de reciclagem do concreto .................................................33
2.9.4.2.2 Nova tecnologia para reciclar o concreto e cimento .............................. 36
8

2.9.4.3 Gesso........................................................................................................ 37
2.9.5 Betume ......................................................................................................... 40
2.9.5.1 Resíduo Proveniente da impermeabilização.............................................42

4. CONCLUSÃO........................................................................................................45
5. REFERÊNCIAS.....................................................................................................46
9

1. INTRODUÇÃO

O setor da construção civil é responsável por cerca da extração de 20 a 50%


dos recursos naturais. O descarte de forma irregular dos Resíduos da Construção Civil
causa um grande problema relacionado ao saneamento básico, já que a má deposição
pode provocar a proliferação de vetores que são nocivos à saúde, interdição das vias,
enchentes e degradação dos meios urbanos.

Grandes problemas, tanto de saúde pública, quanto custos elevados para o


governo, são consequência da má deposição dos resíduos sólidos, tendo em vista
que, por dia em média a prefeitura de São Paulo recolhe cerca de 4 mil toneladas de
Resíduos da Construção Civil, o que gera um valor mensal aproximado de 4,5 milhões
de reais, é importante salientar, investir e gerenciar de forma eficiente os resíduos da
construção civil, a fim de diminuir estes resultados.

Reutilizar os resíduos traz benefícios não apenas para a saúde e cofres


públicos, porém, também agrega acrescimentos ao meio ambiente, com a redução da
extração dos recursos naturais e emissão de poluentes em seus processos de
fabricação, como também pode diminuir os custos finais da obra.
10

2. Resíduos na Construção Civil

2.1 Definição

Os Resíduos da Construção Civil - RCC advém de construções, reformas,


reparos e demolições da construção civil. São eles, fiação elétrica, tubulações,
plásticos, vidros, pavimento asfáltico, blocos cerâmicos, tijolos, solos, concreto em
geral, metais, rochas, colas, resinas, tintas, madeiras e compensados, gesso,
argamassa, forros, telhas, entre outros, que também podem ser chamados de
metralha, caliça ou entulhos de obra. O agregado reciclado é um material granular de
RCCs que atendem características técnicas que podem ser aplicados em infra-
estrutura, aterros e obras de edificação.

Gráfico 01. Composição média dos materiais no RCC

Argamassa
25% Material Cerâmico
30%

Concreto
8%

Solo

32% Outros
5%

Solo Concreto Argamassa Material Cerâmico Outros

Fonte: Adaptado de MENEZES et al (2011)

Os geradores são geralmente pessoas jurídicas ou físicas, privadas ou

públicas, que exercem e são responsáveis por empreendimentos e atividades que


resultem na geração de resíduos.

Os transportadores são os responsáveis pela coleta e transporte dos RCC do


local onde foi gerado até as áreas de destinação, são eles pessoas físicas ou jurídicas.
11

2.1 .1 Classes de resíduos

De acordo com a resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente –


CONAMA, os resíduos da Construção Civil, são diferenciados por 4 classes, Classe
A, Classe B, Classe C e Classe D.

Resíduos Classe A, são resíduos caracterizados por serem reutilizáveis ou


recicláveis, como os agregados. Com três tipos:

a) Provenientes de reformas, reparos, pavimentação, demolição, construção,


obras de infraestrutura, inclusive o solos que advém de terraplanagem;
b) Provenientes de reparos, reformas construção ou demolição, como
componentes cerâmicos, concreto e argamassa.
c) Demolição ou fabricação de peças pré-moldadas em concretos, como blocos,

tubos, fios, que são produzidos no canteiro de obras.


Resíduos Classe B, são os resíduos recicláveis afim de outras destinações,
como papelão, vidro, plásticos, papel, metais, vidros, madeiras, gesso etc.
Resíduos Classe C, são os resíduos dos quais, por enquanto ainda não foram
criadas tecnologias ou aplicações mais viáveis economicamente, que permitem
a recuperação e reciclagem destes materiais.
Resíduos Classe D, são resíduos perigoso, provenientes dos processos de
construção. São eles, óleos, solventes, tintas, alguns contaminados a partir de
reparos, reformas e demolições e clínicas radiológicas.

2.1.2 Legislação

Até 2002, no Brasil, não haviam políticas públicas que pudessem regulamentar
os resíduos da construção civil. Na cidade de São Paulo, só havia uma legislação
municipal, a qual, proibia o descartes desses resíduos em vias públicas, o que
tornavam esses materiais responsabilidade dos próprios geradores.

De acordo com a Associação Brasileira para Reciclagem de RCD - ABRECON,


em 2012 o Brasil reciclou cerca de 400 mil metros cúbicos de entulho, número que
parece grande, no entanto, é apenas uma pequena parte da produção total de
resíduos. Enquanto a reciclagem dos resíduos de concreto chegou a 5% apenas.

Atualmente estão disponíveis e em vigência algumas normas técnicas,


resoluções e leis, que normatizam a classificação, o tratamento e a destinação final
12

dos resíduos da construção civil. Essas normativas têm auxiliado nas ações que as
empresas têm a respeito dos resíduos, porém, a falta de fiscalização punição junto a
falta de investimento dos geradores, resulta em uma pequena porcentagem de bons
resultados na gestão de resíduos na construção civil.

O que transformou e fez com que ocorresse uma evolução significativa a


respeito dos Resíduos da Construção Civil, ocorreu com a Resolução Conama 307,
criada em 2002, seu principal objetivo é criar e implantar diretrizes que reduzam os
impactos gerados pelos RCC. A resolução tenta atingir principalmente os modelos de
gestão de resíduos e as responsabilidades para os geradores, transportadores e
áreas de triagem. Desde então as obras têm maior responsabilidades sobre os
resíduos produzidos.

A partir de 2004 a ABNT publicou 5 normas técnicas relacionadas aos resíduos


da construção civil.

NBR 15.112:2004, frisa estabelecer diretrizes para o projeto, a implantação e


operação de áreas de transbordo e triagem.

NBR 15.113:2004, frisa estabelecer diretrizes para o projeto, implantação e


operação de aterros.

NBR 15.114:2004, frisa estabelecer diretrizes para o projeto, implantação e


operação em áreas de reciclagem.

NBR 15.115:2004, dispõe sobre os agregados reciclados de resíduos sólidos


da construção civil, a execução de camadas de pavimentação e os procedimentos

NBR 15.116:2004, propõe requisitos para empregar agregados reciclados


formados a partir de resíduos sólidos na construção civil.

2. 2 Ge renciamento de resíduos na Construç ão Civil

De acordo com a Resolução CONAMA, os maiores geradores de RCC devem


elaborar o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil – PGR, para
que possa estabelecer procedimentos para o manejo e o destino adequado
ambientalmente dos resíduos e caso empreendimento seja objeto licenciado, o plano
deverá passar por uma análise pelo órgão competente.
13

Para se fazer um bom gerenciamento dos RCC, deve seguir um plano, o qual
se destaque em primeiro lugar a não geração dos resíduos, caso isso não possa
acontecer, então deve haver a redução, se não, o reuso, por sequência reciclagem,
tratamento e disposição final dos objetos. Como esquema apresentado abaixo

Figura 1. Ordem de priorização da gestão de resíduos sólidos

Não
geração Reuso Tratameto

Disposição
Final dos
Redução Reciclagem Rejeitos

Fonte: BRASIL, 2012

2.2.1 Definição dos 3 R’s

A construção civil é um indicador de crescimento social/econômico que


apresenta resultados em infraestrutura, habitação, transporte e abastecimento de
água, ao mesmo tempo este setor é um dos mais responsáveis pelos impactos
ambientais. Sendo assim, pesquisadores e profissionais da área buscam novas
tecnologias e novas formas de reaproveitar esses materiais de maneiras mais
sustentáveis possíveis.

A sustentabilidade na construção tem o propósito de evitar todo o tipo de


matéria-prima ou recurso natural, tais como cascalhos, pedreiras, terra, minerais ou
qualquer outro congênere. O reuso desses materiais evita o assoreamento de rios, já
que o material não está sendo descartado de forma irregular, dessa forma evita que
14

resíduos fiquem presos nas grades de bueiros e consequentemente previne, ou ao


menos reduz alagamentos e enchentes.

Os 3 R’s, redução, reuso e a reciclagem dos resíduos permitem poupar


economicamente e ambientalmente.

Reduzir significa utilizar em menor quantidade determinado material, a fim de,


optar por aqueles, os quais, dispõem de menor potencial para geração de resíduos e
que possuam uma maior durabilidade.

De acordo com a Resolução Conama 306 2º item VI, reutilização é o pr ocesso


de reaplicação de um resíduo, sem transformação do mesmo. Dentro das obras
de construção civil, os resíduos de classe A podem ser usado para encher valas e
aterros dentro do próprio canteiro, e a madeira, considerada resíduo de classe B pode

ser usada para confecção de sinalizações e construção de baias.


2º item VII - reciclagem é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após
ter sido submetido à transformação. Desta forma podemos entender reciclagem como
um processo de transformar um resíduo em um novo produto ou agregado para poder
utiliza-lo em novas finalidades. É importante frisar que a reciclagem altera as
características físico – químicas dos resíduos. É possível reciclar materiais diversos,
como vidro, plástico, papel ou alumínio. A reciclagem desses materiais proporciona
uma utilização mais racional de recursos naturais não renováveis e uma redução na

poluição da água, do ar e do solo.


2.3 Acondicionamento

Os big bags podem ser utilizados no acondicionamento de papeis, plásticos e


outros materiais leves como fardamentos, luvas, botas, etc. O tamanho recomendado
para os bags é de 90 cm x 90 cm x 120 cm. O local dos bags deve ser coberto e
protegido de chuva, pois resíduos de papel e papelão perdem a possibilidade de
reciclagem se molhados. Devem ser construídos suportes para o posicionamento dos
bags, que podem ser metálicos ou em madeira e podem ser construídos no próprio
canteiro. A finalidade do suporte é manter o bag aberto, portanto o bag deve estar
apoiado no chão, e não suspenso. É recomendado o uso de dobradiças ou
dispositivos de encaixe
15

na parte frontal do suporte para facilitar a retirada do bag. A sinalização do material a


ser acondicionado no bag deve estar presa ao suporte.

Tabela 1. Acondicionamento de resíduos

Tipo de resíduo Acondici onamento


Blocos de concreto, blocos cerâmicos, argamassas, Pilhas formadas próximas aos locais de transporte
componentes cerâmicos, concreto, tijolos e interno, nos respectivos pavimentos
similares
Madeira Bombonas ou pilhas formadas nas proximidades
da própria bombona ou dos dispositivos de
transporte vertical
Plásticos (embalagens, aparas de tubulações, etc.) Bombonas ou fardos
Papelão (sacos e caixas de embalagens utilizados) Bombonas ou fardos
e papéis (escritório)
Metal (ferro, aço, fiação, arame, etc.) Bombonas
Serragem Sacos de ráfia próximos aos locais de geração
Gesso de revestimento, placas e artefatos Sacos de embalagem do gesso ou sacos de ráfia
próximos aos locais de geração
Solos Eventualmente em pilhas para imediata remoção
Telas de fachada e de proteção Recolher após o uso e dispor em local adequado,
sendo este já para acondicionamento final.
EPS (poliestireno expandido) – ex: isopor Quando em pequenos pedaços, colocar em sacos
de ráfia. Em placas, formar fardos.
Resíduos perigosos presentes em embalagens Manuseio com os cuidados observados pelo
plásticas, instrumentos de aplicação (pincéis, fabricante do insumo na ficha de segurança da
broxas e trinchas) e outros materiais auxiliares embalagem ou do elemento contaminante do
(panos, trapos, estopas, etc.) instrumento de trabalho. Imediato transporte
pelo usuário para o local de acondicionamento
final.
Restos de uniformes, botas, panos e trapos sem Disposição nos bags para resíduos diversos sendo
contaminação por produtos químicos. este o acondicionamento final.
Fonte: Manual de Resíduos Sólidos do Estado de São Paulo.
Figura 2. Big bags em suporte de madeira
16

Figura 3. Caçamba estacionária

2.4 Transporte

O transporte deve ser feito pela prefeitura ou por seus contratados pelo gerador. A fim
de evitar que possa haver descarte irregular, as prefeituras do Estado de São Paulo
disponibilizam alguns Pontos de Entrega Voluntária – PEV.
Tabela 2. Transporte de resíduos

Tipos de resíduo Remoção de resíduos


Blocos de concreto, blocos cerâmicos,
outros componentes cerâmicos, Caminhão com equipamento poliguindaste ou caminhão
argamassas, concreto, tijolos e com caçamba basculante, sempre coberto com lona.
assemelhados.
Caminhão com equipamento poliguindaste, caminhão
com caçamba basculante ou caminhão com carroceria
Madeira de madeira, respeitando as condições de segurança para
a a acomodação da carga na carroceria do veículo,
sempre coberto com lona.
Plásticos (sacaria de embalagens, Caminhão ou outro veículo de carga, desde que os bags
sejam retirados fechados para impedir mistura com
aparas de tubulações etc.) outros resíduos na carroceria e dispersão durante o
transporte.
Caminhão ou outro veículo de carga, desde que os bags
Papelão (sacos e caixas de embalagens
sejam retirados fechados para impedir mistura com
dos insumos utilizados durante a obra) e
outros resíduos na carroceria e dispersão durante o
papéis (escritório)
transporte
Metal (ferro, aço, fiação revestida, Caminhão preferencialmente equipado com guindaste
para elevação de cargas pesadas ou outro veículo de
arames etc.)
carga.
Caminhão ou outro veículo de carga, desde que os sacos
Serragem e EPS (poliestireno
ou bags sejam retirados fechados para impedir mistura
expandido, exemplo: isopor). com outros resíduos na carroceria e dispersão durante o
transporte
Gesso de revestimento, placas Caminhão com equipamento poliguindaste ou caminhão
acartonadas e artefatos com caçamba basculante, sempre coberto com lona.
Solo Caminhão com equipamento poliguindaste ou caminhão
com caçamba basculantes, sempre coberto com lona.
Telas de fachada e de proteção Caminhão ou outro veículo de carga, com cuidado para
contenção da carga durante o transporte.
17

Materiais, instrumentos e embalagens


contaminados por resíduos perigosos
(exemplos: embalagens plásticas e de
metal, instrumentos de aplicação como Caminhão ou outro veículo de carga, sempre coberto.
broxas, pincéis, trinchas e outros
materiais auxiliares como panos, trapos,
estopas etc.)
Fonte: Manual de Resíduos Sólidos do Estado de São Paulo.
2.5 Destinação

De acordo com a Resolução 307 do CONAMA os geradores também são


responsáveis pela destinação final dos resíduos quando não sejam viáveis o reuso ou
reciclagem dos resíduos na própria obra. Sendo assim, as obras são responsáveis
por todos os resíduos que são retirados sendo passíveis de multas definidas pelos
municípios em caso de deposição irregular.
Ao se retirar os resíduos do canteiro é necessário atentar para alguns pontos, a saber:
• é preciso que o veículo que será usado no transporte seja compatível com a forma
que os resíduos estão acondicionados na obra. Muitos municípios exigem que os
transportadores de resíduos classe A sejam cadastrados;
• deve-se buscar reduzir os custos com a coleta e remoção dos resíduos, portanto
parcerias com cooperativas devem ser estimuladas; e
• deve-se adequar os equipamentos utilizados para coleta e remoção dos resíduos
aos padrões definidos em legislação e/ou pelos receptores.
Além disso, é necessário definir o local onde os resíduos serão depositados. A
tabela a seguir possibilita a identificação de algumas soluções de destinação para os
resíduos gerados. No entanto é necessário verificar quais as soluções disponíveis em
cada cidade / região do país.
Figura 4. Baia Móvel Metálica com Suporte para Transporte
18

Tabela 3. Destinação dos resíduos.

Tipo de resíduo Cuidados requeridos Destinação

Blocos de concreto, envolvam a reciclagem dos reas de transbordo e triagem, áreas para reciclagem
blocos resíduos, de modo a permitir ou aterros de resíduos de construção civil licenciadas
cerâmicos, seu aproveitamento como pelos órgãos competentes. Os resíduos Classe A
argamassas, outros agregado. podem ser reciclados para uso em pavimentação e
componentes concretos sem função estrutural.
cerâmicos, concreto,
tijolos e
assemelhados.
Madeira Para uso em caldeira, Atividades econômicas que possibilitem a reciclagem
garantir separação da destes resíduos, a reutilização de peças ou o uso como
serragem dos demais combustível em fornos ou caldeiras.
resíduos de madeira.
Verificar na legislação
municipal restrições ao uso
como combustível (Ex:
Padarias em Salvador)
Plásticos Máximo aproveitamento dos Empresas, cooperativas ou associações de coleta
(embalagens, aparas materiais contidos e a seletiva que comercializam ou reciclam estes resíduos.
de tubulações, etc.) limpeza da embalagem.
Papelão (sacos e Proteger de intempéries. Empresas, cooperativas ou associações de coleta
caixas de seletiva que comercializam ou reciclam estes resíduos.
embalagens) e papéis
(escritório)
Metal (ferro, aço, Para latas de tinta, garantir o Empresas, cooperativas ou associações de coleta
fiação uso total do material contido seletiva que comercializam ou reciclam estes resíduos.
revestida, arames, nas latas.
etc.)
Serragem Ensacar e proteger de Reutilização dos resíduos em superfícies impregnadas
intempéries. com óleo para absorção e secagem, produção de
briquetes (geração de energia),uso na compostagem
ou outros usos.
Gesso em placas Proteger de intempéries. É necessário verificar a possibilidade de reciclagem
acartonadas pelo fabricante ou empresas de reciclagem. Áreas de
transbordo e triagem (verificar a disponibilidade na
região).
Gesso de Proteger de intempéries. É necessário verificar a possibilidade do
revestimento e aproveitamento pela indústria gesseira e empresas de
artefatos reciclagem.
Solo Examinar a caracterização Desde que não estejam contaminados, destinar a
prévia dos solos para definir pequenas áreas de aterramento ou em aterros de
destinação. resíduos de construção civil, ambos
devidamente licenciados/autorizados pelos órgãos
competentes.
Telas de fachada e de Não há. Possível reaproveitamento para a confecção de bags e
proteção sacos ou até mesmo por recicladores de plásticos.
EPS Confinar, evitando dispersão. Possível destinação para empresas, cooperativas ou
associações de coleta seletiva que comercializam,
reciclam ou aproveitam para enchimentos (ver
disponibilidade na região).
19
Materiais, Maximizar a utilização dos Encaminhar para aterros licenciados para recepção de
instrumentos e materiais para a redução dos resíduos perigosos.
embalagens resíduos a descartar.
contaminados por
resíduos perigosos

Fonte: Manual de Resíduos Sólidos de São Paulo

2.6 Áreas de Transbor do e Triagem - ATT

Para grandes quantidades de resíduos da construção civil , o gerador é


responsável pela destinação dos resíduos. Para tanto é necessário a contratação de
empresas legalizadas para o transporte dos resíduos para as áreas de Transbordo e
Triagem – ATT.

As ATT são áreas destinadas para a triagem, armazenamento temporário dos


materiais segregadose posterior remoçãopara a destinação final adequada. As ATT
devem atender os requisitos da NBR 15112: 2004 no que se refere as diretrizes para
projeto, implantação e operação.
Figura 5. ATT

Fonte: Resíduos sólidos 1

2.7 Aterros

Os aterros tem como função a disposição no solo dos


resíduos classe A e Inertes, em

menor volume possível, sem causar danos á saúde publica e ao meio ambiente.

1 Disponível em: http://www.residuossolidos.al.gov.br/sistemas/att


20

Os aterros necessitam de licenciamento ambiental pela CETESB além de atender os


requisitos da NBR 15113 que dispõem sobre as diretrizes para projeto, implantação e
operação.
De acordo com levantamento realizado pela CETESB, Estado
o de São Paulo possui
66 aterros classe A e inertes licenciados, os quais estão distribuídos em 54 municípios.
Figura 6. Aterros no estado de São Paulo

Fonte: Governo do Estado de São Paulo 2

2.8 Usinas de recicl agem


Os resíduos classificados como Classe A podem ser reciclados em em usinas de
reciclagem com tratamentos apropriados, chamadas de usinas de beneficiamento de
RCC, onde os resíduos passam por processo de trituração e classificação
(peneiramento). Essas unidades recebem resíduos da construção civil Classe A
triados previamente e tem como função a produção de agregados reciclados a partir
da transformação destes resíduos.

As Usinas de reciclagem de resíduos devem ter licenciamento ambiental pela


CETESB e atender os requisitos da NBR 15114: 2004 no que se refere as diretrizes
para projeto, implantação e operação.

2 Disponível em: http://www.ambiente.sp.gov.br/cpla/files/2014/01/PANORAMA_RS_web.pdf


21

De acordo com levantamento realizado pela CETESB, o Estado de São Paulo


possui 24 usinas de reciclagem licenciadas, os quais estão distribuídos em 20
municípios.

Figura 7. Usinas de reciclagem no Estado de São Paulo

Fonte: Governo do Estado de São Paulo 3

2.9 Ma teriais da Const ruç ão Civil , descart e, reuti lização e


reciclagem

2.9.1 Madeira

Na construção civil, a madeira é utilizada de diversas formas em usos temporários,


como: fôrmas para concreto, andaimes e escoramentos. De forma definitiva, é
utilizada nas estruturas de cobertura, nas esquadrias (portas e janelas), nos forros e
pisos.

3 Disponível em: http://www.ambiente.sp.gov.br/cpla/files/2014/01/PANORAMA_RS_web.pdf


22

Construção civil pesada interna : engloba as peças de madeira serrada na forma de


vigas, caibros, pranchas e tábuas utilizadas em estruturas de cobertura, onde
tradicionalmente era empregada a madeira de peroba-rosa

Constr ução civi l leve e xterna e leve int erna estr utur al: reúne as peças de madeira
serrada na forma de tábuas e pontaletes empregados em usos temporários
(andaimes, escoramento e fôrmas para concreto) e as ripas e caibros utilizadas em
partes secundárias de estruturas de cobertura.

Construção civil leve interna de corativa: abrange as peças de madeira serrada e


beneficiada,

Tabela 4. Consumo de Madeira Serrada Amazônica pela Construção Civil, No estado


de São Paulo em 2001.

Fonte: Secretaria do meio ambiente, manual da madeira. Site da Prefeitura de São Paulo. 4

2.9 .1. 1 Ma deira legal ou cert ifi cada

O decorrente e necessário uso da madeira na construção civil o no mercado


mobiliário vem atraindo cada vez mais o mercado ilegal de madeira no Brasil, segundo
pesquisas do IPT (2009), entre 43% a 80% da madeira produzida na Amazônia seja
ilegal, portanto é necessário um acompanhamento rígido, como de onde a madeira
veio e exigir o DOF (Documento de Origem Florestal) emitido pelo IBAMA, isso
corresponde a uma licença obrigatória para controle de transporte e armazenamento
de produtos de srcem nativa.

4Disponível em:
http://ww2.prefeitura.sp.gov.br//arquivos/secretarias/meio_ambiente/faua_flora/manual_madeira
23

Existe Outra possibilidade de adquirir madeira legal por meio de compra de


certificados. No Brasil existem o FSC (Forest Stewardship Council) representado pelo
Conselho Brasileiro de Manejo Florestal e o CERFLOR (Sistema de Certificação
Florestal Brasileiro), do Inmetro.

2.9.2 Plásticos

A empresa italiana Ecomat, segmento em tecnologia e soluções ecológicas em


construção civil, lançou na Feira Internacional de Milão um bloco construtivo no
formato Lego®, nas dimensões 8cm x 25cm x 33cm com peso de 1,49kg e outro com
16cm x 25cm x 33cm e peso de 3,32kg.

Os blocos são produzidos 100% com plásticos recicláveis, gesso cimento e


resina e resiste a temperatura de até 75ºC sem sofrer nenhuma dilatação, é resistente

a chuvas, ventos, maresias e também bactérias, fungos, insetos e roedores. Além


disso, oferece conforto, térmico e acústico e até mesmo boa resistência a terremotos.

A montagem de uma parede com esses blocos se torna muito simplificada


diante do fato de que a liga de cimento é dispensável entre eles, sendo necessária
somente uma camada de argamassa para deixar a parede lisa suficiente para receber
a pintura final, esse advento diminui o custo e tempo de uma construção e não é
preciso de uma mão de obra especializada. Cada bloco pesa aproximadamente 400g
facilitando, portanto o transporte e o remanjo desse material dentro do canteiro de

obras.
O grande benefício desse material é que por sua composição ser de plásticos
recicláveis haverão grandes investimento nos próximos anos, pois o custo-benefício
dos blocos Ecomat são significativos.

Segundo a fabricante, os blocos são capazes de construir estruturas


complexas. Ainda há muito a se desenvolver, mas os blocos certamente serão
grandes aliados da construção civil no quesito estrutural e ambiental nos próximos
anos.

Figura 8. Bloco Ecomat


24

Fonte: Ecomat Research LTD

Figura 9. Cômodo construído com blocos Ecomat

Fonte: Ecomat Research LTD

Existe também outro produto semelhante no mercado, o bloco Bildo® da


empresa italiana X-Building. O produto é também oriundo de plásticos recicláveis, em
sua maio parte de polipropileno de alta resistência. Uma vez que o edifício estiver
concluído faltando apenas a instalação do telhado, todo o processo de construção de
um duplex para o telhado, pode ser completado em menos de 20 dias.

A RRC (Reciclagem Rio Claro), empresa que produz materiais a partir da


reciclagem também está produzindo elementos construtivos compostos inteiramente
de plásticos recicláveis. O piso intercravado é composto pelo polímero PEAD
(polietileno de alta densidade) que possui alta resistência mecânica e a temperatura.
Segundo a empresa são utilizadas aproximadamente 300 garrafas recicladas para
25

produzir um metro2 de área de piso, porém, são materiais somente utilizados para
pavimentação.

Os ensaios de resistência mecânica (de acordo com a tabela x) realizados


asseguraram que o pavimento construído com esse material é capaz de suportar a
movimentação de carros, sendo aconselhado que esse material seja aplicado em
áreas de estacionamentos e calçadas e espaços como praças e parques.

Outro ponto importante, analisando pelo lado ecológico é que os pavimentos


construídos com esse material são permeáveis, permite que a água passe por ele e
percorra o solo.

Figura 10. Piso intertravado ecológico RRC

Fonte: Reciclagem Rio Claro

Figu ra 11. Área construída em espaço de lazer em condomínio


26
Fonte: Reciclagem Rio Claro

Tabela 5 . Ensaios mecânicos realizados pelo Instituto Mauá de Tecnologia


Ensaio de compressão
Resistência ao atrito, BPN Carga de ruptura
(ASTM E303; EM 1339:2003
(Kgf) (KN)
49,7± 1,7
>40.000 >392,3

2.9.3 Metais

Os metais, materiais utilizados em toda a parte interna e externa da obra, da


estrutura ao acabamento, provenientes de ligações metálicas, têm suas propriedades
fortemente utilizadas para compor e solucionar problemas e enriquecer as peças as
quais são envolvidos e feitos. De forma geral, eles estão incluídos na Classe B, dos
RCC, que são os materiais que podem e são reciclados. Os metais são materiais
altamente reciclados, pois quando reciclados, além de não sofrer alterações em suas
propriedades e características, eles podem também ser reciclados diversas vezes.

As sucatas são as matérias primas da fundição, pois assim, não há perda de


qualidade durante o processo. As sucatas podem ser divididas magneticamente em
duas, as ferrosas e as não ferrosas e possuem uma classificação. Sendo que, as
sucatas pesadas são as vigas, equipamentos, chapas, grelhas etc. As sucatas de
processo são os cavacos, limalhas e rebarbas e peças defeituosas que voltam ao
processo industrial. E as sucatas de absolescência, são materiais que são destinados
ao descarte após serem utilizados.

Os benefícios da reciclagem dos metais são basicamente 5. A economia de


minérios, água e energia, o aumento na vida útil dos aterros, redução da emissão de
CO2, a diminuição da poluição e a diminuição das áreas degradadas pela retirada do
minério.

Figu ra 12. Ciclo de reciclagem do metal


27

Fonte: Oficina de reaproveitamento5

2.9.3.1 Aço

O aço por sua grande resistência, dureza e alto limite de escoamento, é sempre

utilizado junto ao concreto, assim formando a parte estrutural. Cerca de 30% do


mercado do aço, advém diretamente da sucata. De acordo com o Relatório de
Sustentabilidade de 2014, emitido pelo Instituto Aço Brasil, a produção de aço em
2013, totalizou 34,2 milhões de toneladas e a produção do laminado foi de 26,3
milhões de toneladas no Brasil, além de ser o material mais reciclado no mundo, com
cerca de 427,5 milhões de toneladas recicladas no ano de 2012.

Gráfico 2. Distribuição setorial do consumo de produtos siderúrgicos.

5 Disponível em: http://oficinadereaproveitamento1.blogspot.com.br/p/metal.html


28

Maq. E Equip. e bens


de capital
20%

Automotivo
Utilidades Comerciais
22%
6%

Tubos (Peq.
Diâmetro)
Construção Civil 6%
38% Outros
5%
Embalagens
3%

ConstruçãoCivil Automotivo Maq.EEquip.ebensdecapital

UtilidadesComerciais Tubos(Peq.Diâmetro) Outros

Embalagens

Fonte: Relatório de sustentabilidade 2014 emitido pela Aço Brasil 6

A reciclagem do aço é feita da seguinte maneira:

 O Aço é separado dos outros materiais por processo manual ou com intermédio
de separadores eletromagnéticos
 O material passa por um processo de limpeza com intermédio de peneiras,
para ser retirada a terra e contaminantes.
 São feitos fardos prensados, de modo que, possa facilitar o transporte até as
indústrias de reciclagem.
 Quando chegam nas usinas de fundição, a sucata é colocada em fornos com
temperatura por volta de 1500ºC.
 Ao atingir o ponto de fusão, são formados placas metálicas e tarugos, que
podem ser cortados em forma de chapas.

Figu ra 13. O ciclo da reciclagem do aço.

6 Disponível em:
http://www.acobrasil.org.br/site/portugues/sustentabilidade/downloads/Relatorio%20de%20Sustentabil
idade_2014_web.pdf
29

Fonte: Associação brasileira de embalagem de aço 7

São economizados cerca de 1.140 kg de minério de ferro, 154 de carvão e 18


kg de cal com a reciclagem de 1 tonelada de aço.
2.9.3.2 Cobre

Metal de transição, por sua boa ductilidade, maleabilidade, alta condutividade


elétrica e térmica e sua boa resistência a corrosão, o cobre (Cu) é muito utilizado em
sua forma pura, no entanto, também tem uma utilidade muito grande em forma de liga
metálica, exemplo o bronze e o latão. Sua principal utilização é no setor da eletrônica,
cabeamento e fiações. Fatores que enfatizam e aumentam o poder dos anseios sobre
a reciclagem do cobre é o seu alto valor de mercado e sua baixa concentração de
minérios encontrados na natureza.

7 Disponível em: http://www.abeaco.org.br/reciclagemacotexto.html


30

Dentre os materiais de cobre e de suas ligas que podem ser reciclados, estão
as calhas, sobras de fios e cabos elétricos, barramento de quadros de força, tubos de
instalação de água quente e refrigeração.

O processo do cobre segue o esquema abaixo.

Figu ra 14. Processo de reciclagem do Cobre.

1º Processo de 2º Processo de 3º Processo de


moagem moagem moagem

O Cobre e enviado
ao seu destino para O plástico é
Mesa de separação
ser trabalhado separado do Cobre
novamente.

Fonte: Koprum.

 Há o primeiro processo de moagem, que é a pré-moagem dos materiais de


cobre.
 Uma esteira com separador magnético suspenso, retira os materiais ferrosos.
 O material pré-moído segue pela esteira e vai para um silo de armazenagem.
 Há o segundo processo de moagem, onde o material armazenado é reduzido
novamente.
 No terceiro processo de moagem o produto entra em um granulador, o que gera
o tamanho final.
 Na mesa de separação, por ar e vibrações o cobre é separado dos materiais
plásticos.
 Então Passa por uma peneira vibratória, da qual separa-o por granulometria.

2.9.3.3 Alumínio
31

O alumínio, é utilizado por grande parte do setor da construção civil, em


esquadrias, portas, janelas, portões, fachadas, juntas, entre outros. Produzido a partir
da bauxita, o alumínio passa por um processo de refino químico, que faz com que a
alumina, óxido de alumínio, seja separada dos outros componentes do minério, após
isso a alumina é acrescida a criolita e a mistura é fundida e acontece o processo de
Hall-Héroult, que consome aproximadamente de 13.000 kWh a cada tonelada
produzida.

O alumínio é 100% reciclado e quando sofre o processo de reciclagem


economiza 95% de energia da qual precisa para a sua primeira produção. A maior
parte do alumínio destinado à reciclagem advém de embalagens. Cerca de 98% das
latas de alumínio do Brasil são recicladas, o que gera em torno de 13 bilhões de latas.
A reciclagem do alumínio pode ter fluxos diversos, o que depende diretamente do tipo

de sucata.
Figura 15. Processo de reciclagem do alumínio

Fonte: Novelis 8

2.9.4 Cerâmicos

Os cerâmicos, materiais duros, ótimos isolantes elétricos e térmicos, refratários


e que possuem inércia química, são utilizados em larga escala na Construção Civil.
São cerâmicos as placas de revestimentos, cimento, vidros, vitro-cerâmicas etc.

8 Disponivel em: http://www.novelis.com/pt-br/paginas/the-recycling-process.aspx


32

Dentre a Classe A de resíduos da Construção Civil, eles são reutilizados ou reciclados


como agregados ou novos produtos.

2.9.4.1 Vidros

O vidro é um material criado a partir da fusão de matérias primas e resfriado


até a rigidez, sem a cristalização. A composição irá variar conforme sua aplicação, no
entanto, geralmente é composto por sílica, óxido de cálcio e óxido de sódio. Há três
aplicações para os vidros que são as mais conhecidas, para embalagens, vidros
domésticos (copos, xícaras e pratos) e os vidros planos, que são utilizados em sua
maior parte no ramo da construção civil, que são fabricados em chapas.

O vidro é um material 100% reciclado, ou seja, com 1 quilograma de vidro, você


consegue produzir outro 1 quilograma de vidro. Além disso, ele pode ser reciclado

várias vezes, pois é composto por areia, barrilha, calcário e feldspato. No Brasil em
2010, estima-se que a reciclagem do vidro foi de 47%.

Para ser feito uma reciclagem sólida e sem defeitos, é importante que o vidro
não tenha rótulos ou outros materiais juntos, no momento da trituração. O vidro
aramado possui uma tela metálica que oferece maior resistência à perfuração, ainda
não possui tecnologia para ser reciclado, isso devido a estar intrinsicamente unido a
malha metálica, eles são descartados para o uso na fabricação de vidros planos.

Figu ra 16. Ciclo de produção do vidro

Fonte: Recicla vidro, 2009.


33

2.9.4.2 Concreto

Material da classe A. De acordo com Jose Zamarion Ferreira Diniz, engenheiro


estrutural, membro de várias comissões de Normas Brasileiras e da ABNT, o concreto
é o material construtivo mais largamente empregado na construção civil, perdendo
apenas para a água, é o material mais utilizado. Além de tudo, ele tem características
que o torna a melhor solução, por sua durabilidade, resistência e plasticidade, sendo
que sua versatilidade não é encontrada em outros materiais.

Cerca de 90% de todos os Resíduos de Construção e Demolição - RCD, podem


ser reciclados e/ou reutilizados, no entanto, o concreto que tem materiais
contaminantes, como cloretos, óleos ou sulfato de cálcio, podem prejudicar o material
final, então não devem ser reciclados.

No Brasil, apenas 5% de todo entulho é reciclado. Com o concreto reciclado


pode-se obter produtos finais semelhantes ao produto srcinal, tanto que, uma
comparação técnica feita em meados de 2008 com técnicos e alunos da USP, o
estudo apresentou o produto reciclado com consistências e características
semelhantes ao do material virgem, o qual não diferenciou em seu peso, medida, e
durabilidade. O reaproveitamento do concreto dispõe de benefícios técnicos e sociais.
cerca de 25% dos agregados convencionais podem ser substituídos pelo reciclado
durante o processo de composição do concreto, sem que sejam alteradas as
propriedades mecânicas no corpo final.

O acondicionamento inicial do concreto é feito no próprio local de geração, em


pilhas do material, o acondicionamento final deve ser feito em caçambas estacionárias
e se for reciclado, levado por transportador credenciado aos ATTS para destinação
final.

2.9 .4. 2.1 O pro cesso de recic lagem do conc reto

A produção dos agregados reciclados pode ser feita por locais chamados de
“Usinas de Reciclagem”, de acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São

Paulo - CETESB em 2013 haviam 22 usinas de Reciclagem de Resíduos para


resíduos da classe A. A quais devem obedecer as normas da NBR 15.114:2004.

Como o valor da produção do agregado reciclado comparada com a do


agregado virgem é bem menor, o preço do reciclado chega a baixar cerca de 80% em
34

relação ao convencional. Esse agregado é usado preferencialmente em bancos,


mobiliários urbanos, calçadas e blocos de concreto.

O primeiro passo é a quebra do concreto com algumas técnicas já conhecidas,


como com o uso de explosivos, britadeiras e bolas de demolições. Então o material é
reduzido a pedaços que estão entre 75 a 120 cm, que devem estar limpos, ou seja,
livres de vidro, madeira, contaminantes e outros materiais. Então esse volume é
levado às centrais de reciclagem por intermédio de caminhões ou em alguns casos,
máquinas portáteis são instaladas na área de demolição, afim de realizar a reciclagem
no próprio local.

Após este processo, os resíduos são triturados por máquinas que possuem
várias facas. Então o agregado do concreto reciclado é misturado junto ao agregado
de concreto virgem, cimento, areia e água, onde o resultado será o novo concreto
fresco.

Figura 17. Agregado recic lado d e RCC

Fonte: Divulgação Departamento de Engenharia de Transportes Poli – USP


35

Para o uso dos agregados reciclados, provenientes do concreto, há algumas


recomendações para a utilização. Como exemplificado na tabela abaixo.

Tabela 6. Usos recomendados para agregados reciclados

Image m Produto Características Uso Recomendado


Material com dimensão Argamassas de
máxima característica assentamento de
inferior a 4,8 mm, isento alvenaria de vedação,
Areia Reciclada
de impurezas, proveniente contrapisos, solo-
da reciclagem de concreto cimento, blocos e
e blocos de concreto. tijolos de vedação.
Material com dimensão Fabricação de
máxima característica de artefatos de concreto,
6,3 mm, isento de como blocos de

Pedrisco reciclado impurezas, proveniente da vedação, pisos


reciclagem de concreto e intertravados,
blocos de concreto. manilhas de esgoto,
entre outros.

Material com dimensão Fabricação de


máxima característica concretos não
inferior a 39 mm, isento de estruturais e obras de
Brita reciclada
impurezas, proveniente da drenagens.
reciclagem de concreto e
blocos de concreto.
Material proveniente da Obras de base e sub-
reciclagem de resíduos da base de pavimentos,
construção civil, livre de reforço e subleito de
impurezas, com dimensão pavimentos, além de
Bica corrida máxima característica de regularização de vias
63 mm (ou a critério do não pavimentadas,
cliente). aterros e acerto
topográfico de
terrenos.
Material com dimensão Obras de drenagens,
máxima característica pavimentação e
Rachão
inferior a 150 mm, isento terraplenagem.
de impurezas, proveniente
36

da reciclagem de concreto
e blocos de concreto.
Fonte: ABRECON 9

2.9 .4. 2.2 Nova tecno log ia para reci clar o con creto e

cimento
Um físico alemão, Dr. Volker Thome, com inspiração em uma técnica explosiva
criada por russos no anos de 1940, quer eliminar o problema decorrente da reciclagem
do concreto, a quantidade de poeira gerada na moagem. Com interesse de obter de
maneira eficaz a volta das partículas de brita juntas ao concreto e utilizá-las sem perda
da qualidade. Com o método da ”Fragmentação eletrodinâmica”, ele cria uma técnica
da qual permite que o concreto possa ser dividido em seus dois componentes
individuais, o agregado e o cimento.

A força dielétrica, utilizada na técnica, é um método que busca a quebra e


separação dos materiais por uma descarga elétrica com tempestade de raios.
Descobriu-se que que a resistência de um material a receber um impulso elétrico,
varia com a duração do raio e não é uma constante. Então no concreto o raio irá correr
pelo caminho com menor resistência, entre o cascalho e o cimento, durante o primeiro
impulso acontece o enfraquecimento do material, logo em seguida é criado um plasma
no concreto que cresce e produz uma onda de pressão do interior ao exterior. Com
essa pressão equiparada a uma pequena explosão, o concreto é dilacerado e dividido

entre seus componentes.


Figu ra 18. Concreto separado em seus componentes

Fonte: Inec

9 Disponível em: http://www.abrecon.org.br/conteudo/8/aplicacao.aspx


37

2.9.4.3 Gesso

O uso do gesso na construção civil vem crescendo gradativamente ao longo dos


últimos anos. Ganhando crescimento a partir de meados da década de 1990, com a
introdução da tecnologia drywall nas vedações internas de todos os tipos de
edificações no país.
Figura 3. Crescimento do uso de drywall

Fonte: Drywall 10

Além do uso tradicional do gesso como material de revestimento, aplicado


diretamente em paredes e tetos, e como material de fundição, utilizado na produção
de placas de forro, sancas, molduras e outras peças de acabamento.
O gesso é obtido por meio do processo de calcinação (decomposição a quente)
da gipsita, mineral encontrado em abundância em toda a superfície terrestre. Nessa
reação, o mineral, perde uma molécula e meia de água, transformando-se em gesso.
No processo de calcinação, também são separadas da gipsita as impurezas
normalmente associadas a ela.
Todos os resíduos de gesso devem ser coletados e armazenados em local
específico nos canteiros, separados de outros materiais como madeira, metais,
papéis, plástico, restos de alvenaria (tijolos, blocos, argamassa) e lixo orgânico. Essa
triagem é extremamente importa para o processo de reciclagem do resíduo,
considerando que o material limpo pode ser inserido novamente na cadeia produtiva.

10 Disponível em:
http://www.drywall.org.br/index.php/6/numeros-do-segmento
38

Figu ra 19. Reciclagem do gesso

Fonte: Ministério do Meio Ambiente11

2.9.4.4 Classific ação do resíduo

Até pouco tempo o gesso era considerado pela resolução Conama 307 como
resíduo classe C, o qual não existia tecnologia desenvolvida para sua reciclagem
devendo portanto ter apenas o devido tratamento em relação ao seu armazenamento,
transporte e destinação final.

Desta forma, a destinação inadequada do gesso, causa problemas ao meio


ambiente e a sociedade de modo geral, Por absorver muita água, o gesso descartado
incorretamente e que se acumula em córregos vira um problema. Molhado e em
decomposição, há ainda a liberação de enxofre, que resulta em odor desagradável.
Porém, em 2011 através da resolução Conama 431, alterou-se a classificação
do gesso de resíduo classe C para classe B , o qual classifica-se como resíduos

recicláveis para outras destinações, devido o seu grande potencial para a reciclagem.
Essa reclassificação auxilia na redução do impacto de produção e logística de
distribuição do gesso.

11 Disponível em:
http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/18018FE8/Cartilha_Residuosgesso.pdf
39

2.9.4.5 Reciclagem
Desde o final da década de 1990, vêm sendo pesquisados métodos de reciclagem
do gesso. Os principais segmentos que se beneficiam da reciclagem e

reaproveitamento desse material são:

 Indústria cimenteira
Utiliza o resíduo de gesso como um retardante de pega do cimento.
 Setor agrícola.
Utiliza o gesso como corretivo da acidez do solo e na melhoria das características
deste.
O resíduo de gesso é separados, enviado para ATT– Área de Transbordo e
Triagem e encaminhado para empresas especializadas no processo de reciclagem do
gesso. Algumas empresas, processam o material até que vire pó, encaminhando-o
à agricultura e à indústria de cimento.
A reciclagem do gesso, pode ser realizada por meio de mecanismos de
logística reversa ou parceria com industrias que utilizam o gesso e seus componentes
como insumos e na agricultura. No primeiro caso o resíduo deve ser devolvido ao
fabricante para que o mesmo aplique os processo de tratamento adequado.
Em 2013 foi realizado um protótipo de uma residência utilizando blocos feitos
com base em resíduos de gesso. Essa residência foi desenvolvida com base em uma

pesquisa existente há mais de uma década sobre a utilização de gesso proveniente


da construção civil. A pesquisa foi desenvolvida por docentes da USP e pela
Universidade Federal de São Carlos.
Essa nova tecnologia pode gerar uma economia superior a 30%. Segundo o
professor da USP Milton Ferreira de Souza, responsável pelo estudo, o material é
resistente, barato e fácil de ser produzido e aplicado.
O primeiro teste da máquina recicladora de gesso, desenvolvida pela REM
construtora em parceria com o professor Flávio Maranhão, da Universidade São Judas
Tadeu, aconteceu em uma obra com cerca de 20 mil m² de revestimento em gesso
liso. De acordo com o gerente da construtora, foi substituído 35% do gesso novo por
uma pasta feita com resíduos de gesso reciclado no próprio canteiro. Estudos da
construtora indicam que a economia foi de 41%, com aderência superior à
estabelecida pelas normas. Neste processo para reciclar gesso é preciso aquecer o
material a 180ºC durante duas a três horas.
40

Figu ra 20. Máquina de reciclagem de gesso

Fonte: Pini12

O processo do gesso ainda está em fase inicial no Brasil, porém grandes


iniciativas estão sendo desenvolvidas. Sabe-se que o gesso possui aspectos
importantes da sua reciclagem para ser aperfeiçoados e estudados.
2.9.5 Betume

O Betume é um aglomerante orgânico, sólido, semi-sólido ou líquido, que pode ser


encontrado na natureza, ou ser sintetizado em um processo industrial. Tem como
características básicas:

 Compostos por hidrocarbonetos complexos de grande massa molecular, e


totalmente solúvel em bissulfeto de carbono.

 Adesivos e aglomerantes que dispensam o uso da água, diferentemente de


outros aglomerantes minerais utilizados na construção civil, como o cimento
portland, cal e gesso.

12 Disponível em: http://equipedeobra.pini.com.br/construcao-reforma/56/artigo276975-2.aspx


41

 Termoplásticos que são facilmente fundíveis, com um ponto de fusão bem


variável, a qual é observada com a perda da forma cristalina e ordenada, que
caracteriza os sólidos cristalinos.
 São inócuos, não interagem quimicamente com agregados minerais, que são

adicionados como enchimento em varias aplicações.


 Sua durabilidade é variável, sendo afetada pala exposição direta a luz solar ou
a raios UV (ultravioleta), e ao calor excessivo.

Figu ra 21. Ligantes betuminosos

Fonte: Engenharia Civil Virtual 13


O resíduo do betume não deve ser depositado em locais que possam atingir o
curso de agua devido sua composição apresentar materiais altamente tóxicos. Esse
resíduo está classificado como Resíduo classe D. conforme resolução 307 do
Conama ( resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas,
solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas
e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outro). E enquadrado na
NBR ABNT 10.004 e nos parâmetros. Porém quando o mesmo está inserido em outro

de tipo de material, como por exemplo concreto sua classificação como resíduo

13 Disponível em:
http://engenharia-civil-virtual.blogspot.com.br/2013/09/betumes.html
42

perigoso vai depender em parte da quantidade de betume empregada (por exemplo,


espessura da camada do produto x espessura do substrato).

2.9 .5. 1 Re síduo Prov eniente da imp ermeabili za ção

Betume impermeabilizante é um asfalto oxidado com excelente aderência,


plasticidade e impermeabilidade, que quando usado como estruturante forma uma
manta de grande aderência. Pode ser utilizado em colagem de mantas asfálticas e
reforço em caso de falhas na impermeabilização com manta asfáltica.

2.9.5.2 Resíduo pro veniente de pavimentação asfáltic a


A fabricação do asfalto é composta basicamente de recursos naturais não
renováveis, como o cimento asfáltico do petróleo e agregados minerais. O processo
de produção dos derivados deste petróleo é um forte agente poluidor para o meio

ambiente, assim como a extração e o beneficiamento de pedra britada utilizada na


produção. A areia, apesar de disponível, também é, basicamente, extraída dos
mananciais hídricos, sendo uma fonte causadora do desassoreamento de alguns rios.
O pavimento é uma estrutura oriunda de múltiplas camadas, tais como
revestimento, base, sub-base, subleito e reforço do subleito, que tem a função de
suportar o tráfego e prover um meio seguro e econômico para o transporte de pessoas
e mercadorias (SAMPAIO, 2005).
O resíduo de pavimentação asfáltica é proveniente de obras de recapeamento e
manutenção de estrada e rodovias. Devido a grande demanda desse tipo de serviço,
a quantidade de resíduo gerada tem aumentado consideravelmente.

2.9.5.3 Reciclagem
O resíduo asfáltico pode ser reciclado. A reciclagem asfáltica consiste na
reutilização total dos materiais existentes em pavimento danificado no processo de
reabilitação de estradas, sem que haja a necessidade de importar novos agregados.
A reciclagem pode ser feita de duas maneiras: a frio ou a quente. Podendo ter seu
processo realizado em usina ou no local (In Situ).

A prática mais comum é a reciclagem a Frio in Situ, onde um equipamento


especifico é utilizado no próprio local da manutenção asfáltica. Este equipamento é
conhecido como maquina recicladora de asfalto, ela possui um cilindro especial para
corte e trituração não somente da camada asfáltica como também para a base da
43

granular a baixo. O cilindro é dotado de dentes de corte especiais compostos por aço
e ponta de metal tungestênio, o pavimento danificado é fresado (cortado), triturado e,
com o giro contínuo em sentido ascendente do cilindro, o materiais é misturado e
homogeneizado.

Figu ra 22. Recicladora.

Fonte: Intrucktransporte, 2014 14

A recuperação através de reciclagem a frio In Situ nem sempre exige a adição de


agentes estabilizadores para a melhoria das propriedades do material reciclado. O
reprocessamento é utilizado quando o material existente já atende aos requisitos de
resistência. Isto geralmente em estradas que apresentam baixo volume de trânsito.
Quando a deterioração da via é causada por uma camada de base abaixo que
tenha deficiência granulométrica ou plasticidade ruim, pode ser espalhado um novo
material tal como brita graduada sobre a camada para que a Recicladora incorpore
junto ao pavimento reciclado triturado. É preciso analisar o tipo de material de base
antes de utilizar esta técnica. Por exemplo, em bases com argila muito úmida, é
preciso que haja duas passadas da Recicladora. A primeira para pulverizar o material

14 Disponível em:
https://intrucktransporte.wordpress.com/2014/04/29/ciber-a-wr-240-recicladora-da-wirtgen/
44

e proporcionar a secagem do solo coesivo com alta umidade. Após a compactação


deste material, já mais seco, ocorre a mistura com o novo material adicionado em uma
segunda passada da Recicladora.
É importante ressaltar que deve ser feito uma análise físico químico desses
resíduos asfáltico a fim de se avaliar a propriedades do asfalto envelhecido e
determinar a quantidade de asfalto novo e agente rejuvenescedor que deverão ser
adicionados ao processo de reciclagem. Outro aspecto importante é O uso de agentes
estabilizadores. Agentes estabilizadores são necessários, sua utilização quando há
carência de certas propriedades do material existente no pavimento deteriorado. Por
exemplo, a adição de cimento aumenta a rigidez da camada. Já a utilização de cal
hidratada reduz a suscetibilidade à umidade. A utilização de espuma de asfalto
garante maior flexibilidade aos esforços oriundos do tráfego. A combinação cimento e
espuma de asfalto garante boa capacidade de suporte combinado com flexibilidade,
evitando surgimento de fissuras e trincas.
No Brasil a reciclagem deste resíduo ainda é pouco utilizada Em alguns estados
esta pratica tem sido aplicada e gerado um retorno significativo. Desde 2009, a
Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) adotou a política de doação do
resíduo asfáltico produzido em suas obras. Com isso, toda a camada asfáltica retirada
das vias em serviços realizados pela Companhia é destinada a uma empresa
especializada em reaproveitamento asfáltico em Fortaleza.
A Cagece consegue evitar que o entulho gerado seja despejado em locais não
gerenciado, bem como a ajudar na redução do consumo de hidrocarbonetos, na
redução da poluição causada pelo processo de produção de derivados de petróleo,
além de oferecer uma correta destinação destes materiais, entre outros benefícios
para o meio ambiente.
Uma aplicação de pavimentação a partir de resíduo de pavimento reciclado foi
realizada no Estado de São Paulo, em um trecho de 5 km da Avenida Sapopemba
(complementar o lugar). A obra reaproveitou o entulho da demolição de antigos
edifícios e também restos de asfalto retirado de outras vias revitalizadas.

A concessionaria CCR Rodonorte também utiliza em alguns trechos de obras


rodoviárias, asfalto reciclado.
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria da Construção Civil, a
reciclagem asfáltica reduz em até 71% da massa de resíduos sólidos urbanos nas
cidades de médio e grande porte do Brasil.
45

4. CONCLUSÃO
Diante da necessidade de reduzir a exploração excessiva de recursos naturais,
o emprego da reutilização e da reciclagem se tornaram ações mais valorizadas nesse
período de racionalização da matéria prima, além de que essa atitude poupa a
natureza e traz benefícios para a economia.
Os materiais inerentes à construção civil são em sua maioria recicláveis ou ao
menos reutilizáveis. A problemática em questão é que a informação não é
disseminada de forma clara, em muitos casos as geradoras sabem da possibilidade
da reciclagem e presumem que é um tipo de investimento não viável e acabam por
não aplicar esse processo por falta de estudo do custo-benefício a longo prazo.

A expressiva quantidade de resíduos gerados e o descarte inadequado nos


remetem à necessidade urgente de uma ação conjunta da sociedade, poderes
públicos, setor industrial da construção civil e sociedade civil organizada na busca de
soluções efetivas para minimizar os impactos sócio-ambientais, preservar recursos
naturais e melhorar a qualidade de vida nas áreas urbanas.

Apesar de causar problemas ambientais o entulho deve ser considerado uma


fonte de materiais de importante utilidade para a construção civil e o gestor desse
processo deve enxergar que o processo contrário, no caso, o transporte e o descarte
dos resíduos, trarão muitos mais custos e processos burocráticos tornando-o portanto
inviável, se comparado à reciclagem.

A tecnologia e a pesquisa na área de materiais da construção estão em grande


desenvolvimento, já é possível reutilizar materiais como os plásticos para a produção
de blocos cem por cento reciclados para simples estruturas residenciais. O concreto
e toda a alvenaria de uma construção podem ser empregados como agregados e
reutilizados em novas construções e esses processos tendem a se a se expandir ainda
mais se houver grande interesse pela sociedade.

No Brasil, as políticas públicas voltadas ao gerenciamento de Resíduos de

Construção Civil (RCC) visam impulsionar as empresas geradoras a tomarem uma


nova postura com relação aos seus resíduos.
46

5. REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15112: Resíduos da


construção civil e resíduos volumosos – Áreas de transbordo e triagem – Diretrizes
para projeto, implantação e operação,.Rio de Janeiro,2004.7 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15113: Resíduos


sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes para projeto,
implantação e operação. Rio de Janeiro, 2004. 12 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15114: Resíduos


sólidos da construção civil – Áreas de reciclagem – Diretrizes para projeto,
implantação e operação. Rio de Janeiro, 2004. 7 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15115: Agregados


reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Execução de camadas de
pavimentação – Procedimentos. Rio de Janeiro, 2004. 10 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15116: Agregados


reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e
preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos. Rio de Janeiro, 2004. 12 p.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. Estabelece diretrizes,

critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da Construção Civil,


disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais.
Resolução n. 307, de 2 de julho de 2002. Publicada: DOU nº136 de 17/07/2002

SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE - SMA. Dispõe sobre procedimentos para o


licenciamento ambiental de aterros de resíduos inertes e da construção civil no Estado
de São Paulo. Resolução n. 41, São Paulo, 17 de outubro de 2002. Publicada: DOE
23/10/2002

São Paulo (Estado) Secretaria do Meio Ambiente. Gerenciamento Online de Residuos


da Construção Civil, Christiane Aparecida Hatsumi Tajiri; João Luiz Potenza. – São
Paulo: SMA, 2014. 120p.; 22,3x15,5cm. (Série Cadernos de Educação Ambiental, 19)

São Paulo (Estado) Secretaria do Meio Ambiente / Coordenadoria de Planejamento


Ambiental. Habitação Sustentável. Tajiri, Christiane, Aparecida Hatsui; Cavalcanti,
47

Denize Coelho; Potenza, João Luiz. – São Paulo: SMA/CPLA, 2011. 120 p.:
15,5x22,3cm (Cadernos de Educação Ambiental, 9)

São Paulo (Estado) Secretaria do Meio Ambiente. Resíduos Sólidos / Secretara de


Estado do Meio Ambente, Coordenadoria de Planejamento Ambiental; autores:
Mansor, Maria Teresa C.; Camarão, Teresa Cristina R. Costa; Capelini, Márcia;
Kovacs, André; Filet, Martinus; Santos, Gabriela de A.; Silva, Amanda Brito – 2ª ed. –
São Paulo: SMA, 2013. 164p: 15x22,3 cm (Cadernos de Educação Ambiental, 6)

Redação Ambiente Brasil. Reciclagem de metal, 2014. Disponível em:<


http://ambientes.ambientebrasil.com.br/residuos/reciclagem/reciclagem_de_metal.ht
ml/>. Acesso em: 20 de out. 2014.

Redação Ministério Meio Ambiente. Princípio dos 3rs, 2015. Disponível

em:<http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/producao-e-consumo-
sustentavel/consumo-consciente-de-embalagem/principio-dos-3rs/>. Acesso em: 22
de out. 2015.

Redação. Reciclagem, 2015. Disponível


em:<http://www.abeaco.org.br/reciclagemacotexto.html/>. Acesso em: 24 de out.
2015.

Redação. Reciclagem do aço, 2015. Disponível em:


<http://www.acobrasil.org.br/site/portugues/sustentabilidade/reciclagem.asp/>.
Acesso em: 24 de out. 2015.
Departamento Nacional de Estrada de Rodagem . Lama asfáltica, 2015. Disponível
em: <http://www.cbbasfaltos.com.br/produtos/especgerais/DNER-ES314-97.pdf/>.
Acesso em: 22 de out. 2015.

Redação da Petrobras . RECICLAGEM A FRIO IN SITU, 201 5. Disponível em: <


http://www.br.com.br/wps/portal/portalconteudo/servicos/asfalticos/reciclagemafrioins

itu/!ut/p/c4/04_SB8K8xLLM9MSSzPy8xBz9CP0os3hLf0N_P293QwP3YE9nAyNTD5
egIEcnQ3cfA_2CbEdFANtJCiM!/ />. Acesso em: 24 de out. 2015.
48

Redação da ABRECON . Mercado do RCD, 201 5. Disponível em:


http://www.abrecon.org.br/Conteudo/6/Mercado-RCD.aspx/>. Acesso em: 24 de out.
2015.

Vous aimerez peut-être aussi