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072/90
CRIMES HEDIONDOS
LEI nº 8.072/90
LEI DOS CRIMES HEDIONDOS ESQUEMATIZADA
“I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e lesão corporal
seguida de morte (art. 129, § 3º), quando praticadas contra autoridade ou agente
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até
terceiro grau, em razão dessa condição”.
Tal inciso foi acrescido pela Lei nº 13.142/15, incluindo no rol dos crimes hediondos a
lesão corporal gravíssima (art. 129, §2º, CP), lesão corporal seguida de morte (art. 129, §3º, CP
– crime preterdoloso).
Obs: nas duas hipóteses, só será hediondo em se tratando de lesão corporal funcional,
ou seja, não é qualquer lesão corporal gravíssima ou seguida de morte que o torna hediondo,
pois só será hediondo se a vítima for agente de segurança pública ou parente do respectivo
agente, nos termos da redação da lei.
LATROCÍNIO:
Considera-se hediondo o roubo qualificado pelo resultado morte. Vale lembrar que o
crime de latrocínio não se limita a modalidade preterdolosa, ou seja, o resultado morte pode
ser alcançado pelo agente mediante dolo ou culpa. Em ambas as hipóteses, o crime será
hediondo.
“IV - extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ 1º,
2º e 3º)”.
ESTUPRO:
ESTUPRO DE VULNERÁVEL:
Fruto do Direito Penal Simbólico, pois o presente inciso foi acrescido após caso
noticiado pela mídia em 1988 conhecido como “o escândalo da falsificação de remédios”. Cite-
se o respectivo crime previsto no Código Penal:
São os únicos crimes no rol dos crimes hediondos não previsto no Código Penal. Sendo
assim, vale transcrever no que consiste o crime de genocídio, segundo a Lei nº 2.889/56:
Quanto ao crime de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, assim prescreve o art.
16 do Estatuto do Desarmamento:
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso
proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma
de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a
arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer
modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração,
marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo,
acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de
qualquer forma, munição ou explosivo.
Considerando que a Lei dos Crimes Hediondos aponta apenas o art. 16 do Estatuto do
Desarmamento, pergunta-se: as modalidades equiparadas também são revestidas de
hediondez?
STJ: “Na hipótese dos autos, o crime foi praticado após a edição da Lei n.º
13.497/2017 que não especificou que só o caput seria abrangido pela hediondez,
daí o entendimento de que tal natureza se estende a todas as condutas narradas
no art. 16. Ante o exposto à progressão de regime deve ser aplicada a fração de 3/5
(três quintos), porque hediondo o crime e reincidente o paciente.” HC 460.910/PR,
Ministro Jorge Mussi.
Em síntese:
Graça Indulto
Benefício individual, com destinatário certo Benefício coletivo, sem destinatário certo
Depende de provocação do interessado Não depende de provocação do interessado
Apesar do texto constitucional vedar apenas a graça e a anistia aos crimes hediondos
e equiparados, a Lei dos crimes hediondos fez constar expressamente a vedação às três causas
extintivas da punibilidade.
Nesse sentido, após ser provocado a se posicionar sobre o tema, o STF julgou
constitucional a Lei dos Crimes Hediondos no ponto em que acrescenta expressamente a
vedação ao indulto.
A Suprema Corte entendeu que a CF, apesar de não mencionar expressamente o
indulto, assim o fez implicitamente quando fez constar a graça.
Isso porque, assim como parcela majoritária da doutrina, o STF sustentou que a graça
nada mais é do que o indulto individual, sendo ambos espécies do mesmo gênero.
FIANÇA:
Antes da Lei 11.464/07, a Lei dos crimes hediondos proibia a fiança e a liberdade
provisória. Com o advento da mencionada lei, foi suprimido a expressão “liberdade provisória”.
Dessa forma, a concessão de fiança é vedada aos crimes hediondos e equiparados,
porém a liberdade provisória sem fiança não mais encontra empecilho legal em nosso
ordenamento jurídico.
“§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime
fechado”.
Antes da Lei 11.464/07, o regime era integralmente fechado. Por violar o princípio da
individualização da pena, o STF julgou incidentalmente inconstitucional tal dispositivo e hoje
temos a redação acima.
Obs: mesmo com a alteração (regime inicialmente fechado), já temos decisões no
sentido de que o dispositivo continua inconstitucional, por violar o mesmo princípio.
PROGRESSÃO DE REGIME:
“Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer
crimes: (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos”.
“Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código
Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando
ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a
dois terços”.
Advogado.